Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARCO 
POLO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO N.º: 00000001-12-2022.8.26.0000 
 
LEANDRA TOLENTINO, brasileira, manicure, em 
união estável, portadora da cédula de identidade RG nº 99.000.000-
x, inscrita no CPF/MF sob o nº 000.333.888-88, com endereço na 
Avenida Freddie Mercury, nº 40, Parque Residencial Campo 
limpinho, Cidade de Marco Polo, CEP 9000-000; por seu Advogado 
devidamente constituído nos autos da AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO 
DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS que lhe move 
GABRIEL CUNHA, também já qualificado por seus Advogados, vem 
mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, interpor a 
sua; 
 
CONTESTAÇÃO 
 
pelos motivos de fato e de Direito abaixo aduzidos: 
 
Alega o REQUERENTE em sua exordial que: 
 
Manteve união estável com a mãe da 
REQUERIDA durante o período de 1999 a 2020, estando eles agora 
sem qualquer relacionamento; 
 
Que o REQUERENTE emprestou de forma 
gratuita o piso superior do imóvel, em forma de comodato verbal; 
 
Que sempre arcou com as despesas de 
consumo e IPTU e que inclusive ajudava com as compras de 
supermercado que a REQUERIDA fazia; 
 
Encerrado o relacionamento com a mãe da 
REQUERIDA este supostamente a notificou. para que fosse cessado 
o suposto contrato de comodato. Não juntou a notificação assinada 
pela REQUERIDA; 
 
Trouxe a questão de estar aposentado por 
invalidez e que quer usar o imóvel construído pela REQUERIDA para 
locações e assim ter outra fonte de renda. 
 
É a síntese. 
 
 
 
PRELIMINARMENTE 
DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
A REQUERIDA faz jus à concessão da gratuidade 
de Justiça haja vista que não possui rendimentos suficientes para 
custear despesas processuais e honorários advocatícios em 
detrimento de seu sustento e de sua família e como bem traz no 
novo CPC, em seu artigo 98. 
 
DA REALIDADE DOS FATOS 
O REQUERENTE alegou que emprestou a parte 
de cima do imóvel e de forma gratuita à REQUERIDA para que ela 
ali residisse. 
Todavia, fora omitido em sua exordial o fato de 
que no piso superior onde a REQUERIDA habita nada havia, tendo 
somente a laje, portanto, a REQUERENTE e o seu consorte tiveram 
de construir uma nova casa sobre a laje. 
O REQUERENTE TAMBÉM OMITIU EM SUA 
EXORDIAL o fato de que não houve um contrato verbal de 
comodato, mais sim, houve a cessão da superfície superior da 
propriedade (DOAÇÃO), como previsto no Art. 1.510-A do CCB, 
haja vista que, no ano de 2015, a REQUERIDA e o seu consorte, o 
Sr. Leonardo Santiago estavam à procura de um apartamento, 
todavia, a genitora da REQUERIDA e o REQUERENTE cederam a 
parte de cima do imóvel base para que a REQUERIDA construísse 
uma casa. 
Da construção da parte superior que fora doada 
à REQUERIDA foram gastos cerca de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil 
reais). Os gastos com o pedreiro, com os materiais comprados no 
depósito, com Arquiteta e Engenheira estão no nome da 
REQUERIDA. 
Dois anos após a construção, o REQUERENTE e 
a genitora da REQUERIDA se mudaram para o Estado do Acre e lá 
compraram um imóvel. 
 
Todavia, em janeiro de 2020, a mãe da 
REQUERIDA e o REQUERENTE se separaram e dividiram os imóveis 
comprados, sendo que, a mãe da REQUERIDA ficou com o imóvel 
do Acre e o REQUERENTE com o imóvel da Cidade de Marco Polo. 
 
Entretanto, o imóvel construído na laje pela 
REQUERIDA NÃO ENTROU NA PARTILHA, HAJA VISTA QUE O 
ESPAÇO DA LAJE FOI DOADO, SENDO O IMÓVEL CONSTRUÍDO 
POR ELA AUTÔNOMO AO IMÓVEL BASE. 
 
Ocorre que, em razão de ter havido a cessão da 
parte superior e não um contrato de comodato, a REQUERIDA e o 
seu convivente exercem a posse mansa e pacífica sobre o imóvel; 
atendendo também os requisitos listados no Art. 1.196 do CCB, 
sendo eles possuidores e não meros detentores, como prevê o Art. 
1.198 do CCB. Vejamos como o CCB classifica o possuidor: 
 
“ART. 1.196. CONSIDERA-SE POSSUIDOR TODO 
AQUELE QUE TEM DE FATO O EXERCÍCIO, 
PLENO OU NÃO, DE ALGUM DOS PODERES 
INERENTES À PROPRIEDADE.” 
 
Cabe destacar mais uma vez Excelência que a 
parte superior construída pela REQUERIDA não entrou na divisão; 
 
Portanto, a alegação de que houve comodato 
verbal não deve prosperar, haja vista que fora doado o espaço para 
que houvesse a construção da casa e sem oposição do 
REQUERENTE. Não há sequer documento que comprove a 
alegação do REQUERENTE de que houve comodato e, nem 
tampouco notificação extrajudicial que exprima a ciência 
inequívoca da REQUERIDA para que ela desocupasse o imóvel; 
desocupação esta injusta, haja vista que a REQUERIDA exerce a 
posse mansa, pacífica e com “animus domini” sobre a parte superior 
que por ela foi construída. 
DO ENDEREÇO COLACIONADO AOS AUTOS 
Excelência, informou o REQUERENTE que se 
mudou para perto de seus parentes, ficando ele na Rua: Waldo de 
Los Ríos, nº 400, Vila Nárnia, Cidade de Marco Polo, CEP 40000-000, 
todavia, a REQUERIDA ainda mora na casa em que foi construída 
por ela e que fica acima da unidade autônoma do REQUERENTE; 
casa esta que fica na Avenida Freddie Mercury, nº 40, Parque 
Residencial Campo limpinho, Cidade de Marco Polo, CEP 9000-000 
e não na Rua descrita pelo REQUERENTE. 
DA INÉPCIA DA INICIAL 
D. Julgador, de acordo com o que fora 
apresentado acima a ação deverá ser julgada inepta nos exatos 
termos do Art. 330, inciso I do CPC, pois, o REQUERENTE NUNCA 
TEVE A POSSE DO IMÓVEL CONSTRUÍDO, pois, ALÉM DA LAJE 
TER SIDO DOADA À REQUERIDA, O IMÓVEL FORA CONSTRUÍDO 
NO ANO DE 2015 PELA REQUERIDA E O SEU COMPANHEIRO, e, 
com o término da construção, a REQUERIDA já passou a exercer a 
posse sobre ele. 
Portanto, a ação correta não é a de 
“REINTEGRAÇÃO DE POSSE”, mas sim, a ação de “IMISSÃO NA 
POSSE”. 
Vale destacar Excelência que o REQUERENTE 
tem a propriedade do terreno onde foram construídas as acessões 
sobre ele, entretanto, nunca exerceu a posse sobre o imóvel 
construído pela REQUERIDA. 
De acordo com a melhor doutrina, STOLZE 
GAGLIANO e PAMPLONA FILHO (2019, apud LÔBO, 2016), temos 
que: 
“A IMISSÃO DE POSSE, APESAR DO NOME, NÃO 
PROTEGE A POSSE, MAS SIM ASSEGURA QUE O 
TITULAR DE DIREITO REAL, PRINCIPALMENTE 
DA PROPRIEDADE, POSSA NELA INGRESSAR, 
POIS AINDA NÃO A TEVE; DIZ RESPEITO A 
EXERCÍCIO DE DIREITO E NÃO DE SITUAÇÃO 
FÁTICA, QUALIFICANDO-SE, ASSIM, NO PLANO 
PROCESSUAL, COMO PRETENSÃO E AÇÃO 
PETITÓRIAS. O DIREITO CIVIL ASSEGURA A 
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA E ESPECIFICA OS 
MEIOS, MAS OS MODOS DE ASSEGURÁ-LA SÃO 
REMETIDOS À LEGISLAÇÃO PROCESSUAL 
CIVIL.”1 
 
Portanto, pelo fato de o REQUERENTE ter doado 
a laje para a REQUERIDA; pelo fato de o imóvel ter sido construído 
pela REQUERIDA e, pelo REQUERENTE não ter exercido em 
nenhum momento a posse sobre ele, mas sim, ter o justo título do 
terreno bem como da acessão construída sobre ele e que serviu de 
base ao imóvel da REQUERIDA, a ação correta no caso em tela 
 
1 GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona; “NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL, VOLUME 5: 
DIREITOS REAIS” - São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
deveria ser a “AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE” e não a “AÇÃO DE 
REINTEGRAÇÃO DE POSSE”. 
DA CONTESTAÇÃO 
 
DO DIREITO REAL DE LAJE E A POSSE EXERCIDA PELA 
REQUERIDA SOBRE O IMÓVEL AUTÔNOMO 
 
Excelência, quando da cessão gratuita da laje do 
imóvel em que residia o REQUERENTE, a REQUERIDA e o seu 
companheiro adquiriram o direito de construir um imóvel um 
imóvel autônomo ao imóvel base. 
 
Em consonância para com o que fora dito, temos 
o Art.1.510-A do CCB, o qual diz que: 
 
“ART. 1.510-A. O PROPRIETÁRIO DE UMA 
CONSTRUÇÃO-BASE PODERÁ CEDER A 
SUPERFÍCIE SUPERIOR OU INFERIOR DE SUA 
CONSTRUÇÃO A FIM DE QUE O TITULAR DA 
LAJE MANTENHA UNIDADE DISTINTA 
DAQUELA ORIGINALMENTE CONSTRUÍDA 
SOBRE O SOLO.” (Grifos) 
 
Vale ressaltar que o REQUERENTE em sua 
exordial alegou que pagava as despesas de consumo, todavia, isso 
não condiz com a realidade, haja vistaque a REQUERIDA é quem 
paga as despesas de consumo de sua unidade. 
 
Vejamos o que prevê o parágrafo 2º do artigo 
supracitado: 
 
“§ 2 O O TITULAR DO DIREITO REAL DE LAJE 
RESPONDERÁ PELOS ENCARGOS E TRIBUTOS 
QUE INCIDIREM SOBRE A SUA UNIDADE.” 
 
Outrossim, pelo fato de ter havido a construção 
do imóvel na parte superior e, SEM OPOSIÇÃO ALGUMA DO 
REQUERENTE, mas sim, com a autorização inequívoca deste, a 
REQUERIDA exerceu com “animus domini” a posse sobre a 
superfície que lhe fora doada, passando ela a ter direito de usar, 
gozar e dispor de sua unidade autônoma, como prevê o parágrafo 
3º do artigo supracitado, senão, vejamos: 
 
§ 3 O OS TITULARES DA LAJE, UNIDADE 
IMOBILIÁRIA AUTÔNOMA CONSTITUÍDA EM 
MATRÍCULA PRÓPRIA, PODERÃO DELA USAR, 
GOZAR E DISPOR. 
 
Igualmente, pelo imóvel superior ter sido 
construído pela REQUERIDA, e, pelo fato dela ter a posse mansa e 
pacífica, o REQUERENTE não exerceu em momento algum a posse 
sobre a unidade autônoma construída, portanto, ELE NÃO PODERÁ 
PLEITEAR A REINTEGRAÇÃO DE POSSE SOBRE ELE E, NEM 
TAMPOUCO VIR A ALEGAR PROPRIEDADE SOBRE TAL IMÓVEL, 
POIS O QUE É DISCUTIDO NO CASO EM TELA É A POSSE, NÃO A 
PROPRIEDADE OU O JUSTO TÍTULO APRESENTADO NOS AUTOS. 
 
Vejamos caso análogo a este: 
 
“EMENTA: DIREITO CIVIL. AÇÃO DE 
REINTEGRAÇÃO DE POSSE DEDUZIDA EM 
FACE DE FAMILIAR (ENTEADA DO PRIMEIRO 
AUTOR). ALEGAÇÃO AUTORAL DE EXISTÊNCIA 
DE COMODATO VERBAL COM O FIM 
EXCLUSIVO DE MORADIA DOS RÉUS. 
PRETENSÃO DE DESFAZIMENTO DO 
EMPRÉSTIMO, ALÉM DO PAGAMENTO DE 
ALUGUEIS, DESDE A DATA DA NOTIFICAÇÃO 
PARA DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL. SENTENÇA 
DE IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. 
IRRESIGNAÇÃO DOS AUTORES. 1) AO AUTOR 
DA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
INCUMBE COMPROVAR A SUA POSSE PRÉVIA, 
O ESBULHO PRATICADO PELO RÉU, A DATA 
DESSE ESBULHO E A PERDA DA POSSE, NOS 
TERMOS DO ART. 561 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL. 2) A MATÉRIA 
CONTROVERTIDA, DEVOLVIDA AO TRIBUNAL 
PARA CONHECIMENTO, CONSISTE EM 
VERIFICAR SE A CESSÃO DE POSSE DOS 
AUTORES AOS RÉUS DECORREU DE 
COMODATO VERBAL OU DE CESSÃO 
GRATUITA DEFINITIVA DA POSSE. 3) APÓS 
DETIDA ANÁLISE DOS AUTOS, VERIFICA-SE 
QUE OS AUTORES NÃO DEMONSTRARAM OS 
FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO. 3.1) OS 
AUTORES AFIRMAM NA EXORDIAL QUE EM 
MEADOS DE SETEMBRO DE 2010 CEDERAM 
AOS RÉUS, DE FORMA VERBAL, A POSSE DO 
IMÓVEL SITUADO NA ESTRADA MAGARÇA, Nº 
32, QUADRA 2, A TÍTULO DE COMODATO, 
TENDO SOLICITADO A DEVOLUÇÃO EM 
OUTUBRO DE 2011, ATRAVÉS DA 
NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL DE FLS. 12/17, 
SEM SUCESSO. 3.2) OS RÉUS, POR SUA VEZ, 
ADUZEM QUE HOUVE A CESSÃO DEFINITIVA E 
GRATUITA DE PARTE DA LAJE DO REFERIDO 
IMÓVEL, EM DEZEMBRO DE 2007, UMA VEZ 
QUE A PRIMEIRA AUTORA É ENTEADA DO 
PRIMEIRO AUTOR, SENDO CRIADA PELO 
MESMO DESDE OS OITO MESES DE IDADE. 
AFIRMAM, AINDA, QUE A SEGUNDA AUTORA 
NÃO RESIDIA NO IMÓVEL EM LITÍGIO NA 
ÉPOCA DA CESSÃO, UMA VEZ QUE O 1º AUTOR 
AINDA ERA CASADO COM A GENITORA DA 1ª 
RÉ. POR OUTRO LADO, SUSTENTAM OS RÉUS 
QUE A CONSTRUÇÃO DO IMÓVEL, AO 
CONTRÁRIO DO AFIRMADO PELOS AUTORES, 
FOI CUSTEADA PELOS RÉUS, RAZÃO PELA 
QUAL PLEITEIAM PELO PAGAMENTO DAS 
BENFEITORIAS REALIZADAS EM CASO DE 
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE 
REINTEGRAÇÃO DE POSSE DO BEM EM 
LITÍGIO. 4) O ÔNUS DA PROVA DO FATO 
CONSTITUTIVO DO DIREITO COMPETE À PARTE 
AUTORA (ARTIGO 373, I, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL), DO QUAL NÃO SE 
DESINCUMBIU. 4.1) DIREITOS SE ALICERÇAM 
SOBRE FATOS. O ARTIGO 373, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL, ESTABELECE UMA 
DISTRIBUIÇÃO ESTÁTICA DAS REGRAS 
INERENTES À PRODUÇÃO DE PROVA. NESSE 
SENTIDO, O INCISO I, DO CITADO DISPOSITIVO 
PREVÊ QUE O ÔNUS DA PROVA INCUMBE AO 
AUTOR QUANTO AO FATO CONSTITUTIVO DE 
SEU ALEGADO DIREITO. CABE AO RÉU, 
CONFORME PREVISTO NO INCISO II, DO 
MESMO ARTIGO, O ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO 
ESPECÍFICA, NÃO SÓ DA EXISTÊNCIA DE 
FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS OU 
EXTINTIVOS DO DIREITO DO AUTOR, COMO, 
TAMBÉM, DA IMPROPRIEDADE DOS 
ELEMENTOS PROBATÓRIOS CARREADOS AOS 
AUTOS PELA PARTE EX ADVERSA. 4.2) ASSIM 
SENDO, A TESE DE COMODATO VERBAL COM 
DIREITO DE RETOMADA DO IMÓVEL NÃO 
RESTOU DEMONSTRADA PELOS AUTORES, 
TENDO OS RÉUS DEMONSTRADO QUE, ALÉM 
DE EXERCEREM A POSSE DO IMÓVEL DESDE 
2008, CONTRIBUÍRAM PARA A CONSTRUÇÃO 
DO BEM E EXERCIAM A POSSE COMO 
LEGÍTIMOS POSSUIDORES ATRAVÉS DA 
CESSÃO DE DIREITOS CELEBRADA 
VERBALMENTE COM O 1º AUTOR, QUE 
TRANSFERIU A POSSE DO IMÓVEL LITÍGIOS EM 
FAVOR DOS RÉUS, NÃO HAVENDO QUE SE 
FALAR EM RECONHECIMENTO DO DIREITO À 
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA VINDICADA NA 
INICIAL. 5) RECURSO CONHECIDO E NÃO 
PROVIDO. CONCLUSÕES: POR UNANIMIDADE 
DE VOTOS, NEGOU-SE PROVIMENTO AO 
RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO 
RELATOR.”2 
 
Excelência, pode ser depreendido do Acórdão 
acima que a posse do imóvel fora exercida pelos réus de forma 
mansa e pacífica e com ânimo de dono, não havendo comprovação 
do comodato alegado pelo autor da ação de reintegração de posse. 
 
 
2 TJ-RJ, APELAÇÃO 0010947-61.2012.8.19.0205, RELATOR(A): DES. WERSON FRANCO PEREIRA RÊGO, 
PUBLICADO EM: 21/05/2020 
Vale destacar Excelência partes importantes que 
faltaram ao REQUERENTE trazer aos autos: 
 
• Não houve a apresentação do contrato de 
comodato ou provas concretas capazes de 
demonstrar que houve ao menos comodato 
verbal realizado pelas partes. 
 
• Não juntou prova inequívoca, COM O 
ENDEREÇO DA REQUERIDA E COM A 
ASSINATURA DA REQUERIDA de que ela 
fora notificada extrajudicialmente, o que faz 
cair por terra a alegação de que a 
REQUERIDA está em mora por não ter saído 
de um imóvel que por ele não fora 
construído. 
 
Desta forma Excelência, as fracas alegações do 
REQUERENTE para tomar o imóvel que não é seu não merecem 
prosperar. O REQUERENTE busca por meio desta ação enriquecer 
sem justa causa, como prevê o Art. 884 do CCB. 
 
DA USUCAPIÃO URBANA USADA COMO EXECEÇÃO 
 
Excelência, no caso em questão a REQUERIDA 
exerce a posse mansa, pacífica e com ânimo de dona sobre o imóvel 
autônomo que por ela foi construído. 
 
Explanados os fatos, com o devido amparo legal 
e Jurisprudencial, a REQUERIDA vem por meio desta se utilizar da 
súmula 237 do STF, a qual prevê que: “O USUCAPIÃO PODE SER 
ARGUIDO EM DEFESA.” 
 
Outrossim, a REQUERIDA invoca o Art. 9° do 
Estatuto da Cidade (LEI No 10.257/2001) para usar como exceção a 
“USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO.” 
 
Vejamos o que prevê o artigo supracitado: 
 
“ART. 9O AQUELE QUE POSSUIR COMO SUA 
ÁREA OU EDIFICAÇÃO URBANA DE ATÉ 
DUZENTOS E CINQÜENTA METROS 
QUADRADOS, POR CINCO ANOS, 
ININTERRUPTAMENTE E SEM OPOSIÇÃO, 
UTILIZANDO-A PARA SUA MORADIA OU DE SUA 
FAMÍLIA, ADQUIRIR-LHE-Á O DOMÍNIO, DESDE 
QUE NÃO SEJA PROPRIETÁRIO DE OUTRO 
IMÓVEL URBANO OU RURAL.” 
 
Excelência, no caso em tela a REQUERIDA atende 
aos requisitos, pois: 
 
1. A REQUERIDA possui como sua área de até 
250m2; 
 
2. Exerce desde 2015 (exatos 7 anos) de forma 
mansa, pacífica, ininterrupta e com ânimo 
de dona a posse sobre o imóvel autônomo 
ao imóvel base; 
 
3. Não possui outro imóvel, seja urbano ou 
rural. 
 
Esposado a estes requisitos, caso não venha a 
haver inépcia da inicial, mas sim, continuação do processo, caso a 
sentença seja favorável à utilização da usucapião como forma de 
defesa (“exceptio usucapionem”) em prol da REQUERIDA, poderá 
haver o registro do imóvel construído pela REQUERIDA no Cartório 
de Registros de Imóveis, senão, vejamos o que está disposto no Art. 
13 do Estatuto da Cidade: 
 
“ART. 13. A USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL 
URBANO PODERÁ SER INVOCADA COMO 
MATÉRIA DE DEFESA, VALENDO A SENTENÇA 
QUE A RECONHECER COMO TÍTULO PARA 
REGISTRO NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE 
IMÓVEIS.” (Grifos) 
 
Sobre o registro após a sentença, vejamos o 
entendimento Jurisprudencial: 
 
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE 
USUCAPIÃO - LITISPENDÊNCIA - "EXCEPTIO 
USUCAPIONEM" - USUCAPIÃO ESPECIAL 
URBANA - OCORRÊNCIA.É POSSÍVEL O 
RECONHECIMENTO DA LITISPENDÊNCIA 
ENTRE A AÇÃO DE USUCAPIÃO E A 
INVOCAÇÃO DA MESMA USUCAPIÃO 
ESPECIAL URBANA EM SEDE DE DEFESA EM 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, UMA VEZ 
QUE ESSA MODALIDADE ESPECÍFICA DE 
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA ADMITE QUE A 
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA, QUE ACOLHE 
A "EXCEPTIO USUCAPIONEM", SEJA LEVADA A 
REGISTRO (ART. 13, LEI Nº 10.257/01).”3 
 
 
“EMENTA: APELAÇÃO - AÇÃO DE IMISSÃO DE 
POSSE - PROPOSITURA PELOS ADQUIRENTES 
DO IMÓVEL, POR ESCRITURA PÚBLICA DE 
VENDA E COMPRA - CONTESTAÇÃO DO 
POSSUIDOR DO IMÓVEL ALEGANDO 
USUCAPIÃO COMO MATÉRIA DE DEFESA, 
REQUERENDO SEU RECONHECIMENTO POR 
SENTENÇA - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA 
DA AÇÃO, COM ACOLHIMENTO DO PLEITO DE 
USUCAPIÃO - INCONFORMISMO DOS 
 
3 TJ-MG - APELAÇÃO CÍVEL 1.0035.15.008831-4/001, RELATOR(A): DES.(A) FRANKLIN HIGINO CALDEIRA 
FILHO, JULGAMENTO EM 24/08/2021, PUBLICAÇÃO DA SÚMULA EM 27/08/2021 
AUTORES, ALEGANDO QUE ADQUIRIRIAM O 
IMÓVEL DA COOPERATIVA HABITACIONAL DE 
ARARAS, POR VENDA DIRETA, MEDIANTE 
ESCRITURA PÚBLICA DEVIDAMENTE 
REGISTRADA, SEM QUALQUER VICIO, 
CARACTERIZADO ASSIM, ATO JURÍDICO 
PERFEITO, E QUE O USUCAPIÃO DEVERIA TER 
SIDO TRATADO POR VIA PRÓPRIA E NÃO EM 
SEDE DE CONTESTAÇÃO E QUE O RÉU SEMPRE 
SOUBE DE SUA SITUAÇÃO PRECÁRIA, MAS 
NUNCA TOMOU QUALQUER AÇÃO PARA VER 
SEU ALEGADO DIREITO RESGUARDADO - 
DESCABIMENTO - IMPOSSIBILIDADE DE 
IMISSÃO DOS AUTORES NA POSSE DO IMÓVEL, 
DIANTE DA COMPROVAÇÃO DE POSSE MANSA 
E PACÍFICA DO RÉU POR MAIS DE 20 ANOS, 
TEMPO NECESSÁRIO PARA AQUISIÇÃO DO 
DOMÍNIO POR USUCAPIÃO - HIPÓTESE DE 
RECONHECIMENTO DO PLEITO DE 
USUCAPIÃO, ARGUIDO COMO MATÉRIA DE 
DEFESA, PARA CONCEDER AO RÉU O DOMÍNIO 
DO IMÓVEL, NOS TERMOS DO ART. 13, DA LEI 
10.257/2001 - RECURSO DESPROVIDO.”4 
(Grifos) 
 
 
4 TJSP; Apelação Cível 1003292-93.2015.8.26.0084; Relator (a): José Aparício Coelho Prado Neto; Órgão 
Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional de Vila Mimosa - 2ª Vara; Data do Julgamento: 
16/07/2021; Data de Registro: 16/07/2021 
Igualmente a pretensão da REQUERIDA encontra 
amparo na Constituição Federal de 1988, no inciso XXII do artigo 
5º, que dispõe: “é garantido o direito de propriedade”. 
 
No mesmo diploma legal, especificamente no 
artigo 5º, inciso XXIII, tem-se disposto que “a propriedade atenderá 
sua função social”. 
 
Acerca do assunto, Maria Helena Diniz dispõe: 
 
“A USUCAPIÃO É UM MODO DE AQUISIÇÃO DA 
PROPRIEDADE, PELA POSSE PROLONGADA DA 
COISA COM A OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS 
LEGAIS. (...) A USUCAPIÃO TEM POR 
FUNDAMENTO A CONSOLIDAÇÃO DA 
PROPRIEDADE, DANDO JURIDICIDADE A UMA 
SITUAÇÃO DE FATO: A POSSE UNIDA AO 
TEMPO. (...) O FUNDAMENTO DESSE INSTITUTO 
É GARANTIR A ESTABILIDADE E SEGURANÇA 
DA PROPRIEDADE, FIXANDO UM PRAZO, ALÉM 
DO QUAL NÃO SE PODEM MAIS LEVANTAR 
DÚVIDAS OU CONTESTAÇÕES A RESPEITO E 
SANAR A AUSÊNCIA DE TÍTULO DO 
POSSUIDOR, BEM COMO OS VÍCIOS 
INTRÍNSECOS DO TÍTULO QUE ESSE MESMO 
POSSUIDOR, POR VENTURA, TIVER. (...)5 
 
5DINIZ, Maria Helena, 2002, p. 144 e 146 
É importante frisar mais uma vez que neste 
período a REQUERIDA construiu e cuidou do imóvel usucapiendo 
com “animus domini”, sendo que durante todos esses anos ela e o 
seu companheiro efetuaram os pagamentos das contas de energia, 
água e telefone, onde tais documentos encontram-se no nome da 
REQUERIDA. 
 
Ainda sobre o tema, é o entendimento 
predominante: 
 
“USUCAPIÃO EXTRAÓRDINARIA – NA 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA, HAVENDO O 
ANIMUS DOMINI, BASTA COMPROVAÇÃO DE 
DOIS REQUISITOS: O TEMPO CONTÍNUO E A 
POSSE MANSA E PACÍFICA, 
INDEPENDENTEMENTE DE TÍTULO E BOA-FÉ – 
LOTEAMENTO IRREGULAR – POSSIBILIDADE 
DE USUCAPIÃO- PRESENÇA DOS REQUISITOS 
LEGAIS PARA A PRESCRIÇÃO AQUISITIVA 
EXTRAORDINÁRIA – RECURSO DESPROVIDO.”6 
 
Desta forma, verifica-se que as pretensões da 
REQUERIDA se encontram cabalmente preenchidas e dentro dos 
preceitos legais acima citados, restando demonstrado o seu direito 
de pleitear a usucapião especial de imóvel urbano e, após o 
 
6 TJ-SP - APL: 00138486120108260048 SP 0013848-61.2010.8.26.0048, Relator: Alcides Leopoldo 
e Silva Júnior, Data de Julgamento: 06/10/2015, 1ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 
06/10/2015 
reconhecimento dos requisitos, que seja expedido ofício ao cartório 
de imóveis e registros para o devido registro do imóvel autônomo 
construído pela REQUERIDA. 
 
DA SUPOSTA NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
Excelência, a REQUERIDA não fora devidamente 
notificada pelo REQUERENTE e, nem tampouco houve a tentativa 
amigável por parte do REQUERENTE para que a REQUERIDA 
desocupasse o imóvel. 
 
Portanto, a alegação de que houve notificação 
extrajudicial não passa de uma falácia para alegar que houve 
esbulho possessório. 
 
Outrossim, tais alegações não prosperam, haja 
vista que o REQUERENTE: 
 
• Nunca teve a posse do imóvel autônomo 
construído pela REQUERIDA; 
 
• Não colacionou documento com a 
assinatura da REQUERIDA, nem tampouco 
juntou o documento da notificação com o 
endereço atual da REQUERIDA, mas sim, 
de forma unilateral expediu documentação 
que pouco prova. 
Portanto, deverá tal notificação ser considerada 
nula, pois, não fora entregue a REQUERIDA e, nem tampouco, o 
objeto da lide está certo. 
 
DO PAGAMENTO DO IPTU 
 
Excelência, a REQUERIDA por várias vezes pedia 
para que o REQUERENTE dividisse as despesas de IPTU com ela, 
todavia, este não a deixava pagar, haja vista que, na época, pelo 
REQUERENTE estar em um relacionamento com a Mãe da 
REQUERIDA, tal situação poderia trazer contenda dentro de seu lar, 
o que fez com que o REQUERENTE não repassasse o valor de IPTU 
a ser compartilhado. 
 
Entretanto, a REQUERIDA se dispõe a arcar com 
as despesas retroativas de IPTU, guardada as devidas proporções 
da construção de sua casa. 
 
DAS DESPESAS QUE SUPOSTAMENTE O REQUERENTE PAGOU À 
REQUERIDA 
 
Excelência, o REQUERENTE alegou que fazia 
compras de supermercado à REQUERIDA quando ela passava por 
situação difícil; todavia, isso não é verdade, pois, que a ajudava 
quando as contas de casa apertavam era o seu Pai, sendo que, o 
REQUERENTE somente uma vez e de espontânea vontade fez uma 
pequena compra a ela. 
 
Todavia Excelência, se isso afeta o REQUERENTE, 
a REQUERIDA faz questão de devolver em pecúnia o valor gasto por 
ele naquela compra. 
 
Outrossim, o REQUERENTE nunca pagou contas 
de água, luz e telefone da REQUERIDA. 
 
O REQUERENTE juntou aos autos como prova 
contas de sua própria casa, não sendo elas da REQUERIDA, 
portanto, tais alegações de que ele pagou essas despesas não 
merecem prosperar. 
 
DA SUPOSTA OSTENTAÇÃO E AUSÊNCIAS DO LAR 
 
Excelência, fora alegado pelo REQUERENTE que 
a REQUERIDA ostenta em sua rede social e que ela vive viajando, 
todavia, “data máxima venia”, isso não passa de uma falácia. 
 
A REQUERIDA trabalha em sua casa como 
manicure e sempre está no lar, ausentando-se poucas vezes, 
todavia, ela também tem o Direito de viajar quando pode, afinal, 
ninguém tem de ficar preso. 
 
A VIDA PESSOAL DA REQUERIDA NÃO ALTERA 
O FATO DE QUE ELA ADQUIRIU O DIREITO DE USUCAPIR A ÁREA 
DE LAJE QUE POR ELA FOI CONSTRUÍDA. 
Portanto, tais alegações e imagens em nada altera 
os fatos e, não merecem a guarida do Judiciário. 
 
DO PEDIDO DE ALUGUERES FEITO PELO REQUERENTE 
 
Excelência, fora pedido pelo REQUERENTE e 
com base na suposta notificação extrajudicial que a REQUERIDA lhe 
pagasse alugueres sobre o período em que ela ficou no imóvel e 
após o período que supostamente lhe fora estipulado para sair. 
 
Todavia, pelos fatos aqui narrados, a REQUERIDA 
impugna tal pedido, haja vista que não faz sentido algum ela ter de 
pagar aluguel por algo que o REQUERENTE não construiu e, nem 
tampouco, a notificou devidamente. 
 
Portanto o pedido de pagamento de alugueres 
feito pelo REQUERENTE pelo período em que supostamente 
acabou porconfigurar a mora da REQUERIDA é totalmente 
infundado e não merece prosperar. 
 
DO PEDIDO ALTERNATIVO – DO DIREITO DE RETENÇÃO 
 
Excelência, mesmo que com todo o conjunto 
fático probatório trazido aos autos, se for do Vosso entendimento 
exarar decisão contrária às pretensões da REQUERIDA, fazendo 
com que ela não venha a usucapir o imóvel que por ela foi 
construído, com base nos Arts. 884 e 1.219 do CCB, requer-se que 
a REQUERIDA seja ressarcida pelo REQUERENTE pelos gastos que 
ela teve para com a construção do imóvel autônomo ao imóvel base 
para que não ocorra o enriquecimento sem causa do 
REQUERENTE, sob pena de a REQUERIDA exercer o seu direito de 
retenção sobre o imóvel por ela construído enquanto ela não for 
reembolsada. 
 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
 
Com base no Art. 334 do CPC, informa a 
REQUERIDA que não tem interesse na audiência de conciliação. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, a REQUERIDA requer que a 
inicial interposta pelo REQUERENTE seja julgada TOTALMENTE 
IMPROCEDENTE. 
 
Requer ainda a REQUERIDA: 
 
a) Seja declarada a inépcia da inicial, haja vista 
que a ação correta a ter sido interposta pelo 
REQUERENTE era a de “IMISSÃO NA 
POSSE” E NÃO A DE “REINTEGRAÇÃO DE 
POSSE”, pois, ele nunca exerceu a posse 
sobre o imóvel autônomo construído pela 
REQUERIDA, mas sim, tem somente justo 
título do terreno; 
 
b) Caso não haja a inépcia da inicial, que seja 
realizada perícia para descobrir o quanto foi 
gasto no imóvel construído pela 
REQUERIDA; 
 
c) Caso sejam deferidas as alegações da 
REQUERIDA nesta contestação e, sendo do 
entendimento de Vossa Excelência que a 
REQUERIDA tenha atendido as 
especificações para a usucapir o imóvel (Art. 
9° Lei nº 10.257/01), que seja expedido 
ofício ao cartório de registros de imóveis, 
nos moldes do Art. 13 do Estatuto da 
Cidade (Lei nº 10.257/01) para que a 
Sentença venha a ser usada para registrar o 
imóvel por ela construído no Cartório de 
Registros de Imóveis; 
 
d) Alternativamente, em caso de deferimento 
da exordial interposta pelo REQUERENTE, 
que a REQUERIDA SEJA RESSARCIDA 
pelos gastos empenhados na construção da 
casa autônoma construída sobre a laje do 
REQUERENTE. 
 
e) Caso não venha a haver o ressarcimento dos 
valores apurados pelo perito, que a 
REQUERIDA VENHA A EXERCER O 
DIREITO DE RETENÇÃO SOBRE O IMÓVEL 
AUTÔNOMO POR ELA CONSTRUÍDO. 
Protesta a REQUERIDA por provar o alegado por 
todos os meios de provas admitidos em direito, inclusive, por meio 
de provas testemunhais, as quais são: 
 
1) Ana Lívia (vizinha do lado esquerdo); Rg:(xxx) Cpf: (xxx); 
 
2) Amanda Martins (Vizinha da frente); Rg:(xxx) Cpf: (xxx); 
 
3) Edvânio Santos (Vizinho da Esquina); Rg:(xxx) Cpf: (xxx); 
 
4) Guilherme Costa (Vizinho dos fundos); Rg:(xxx) Cpf: (xxx); 
 
5) Nicolas Pacini (Engenheiro); Rg:(xxx) Cpf: (xxx); 
 
6) Gabrielly Lobo (Arquiteta); Rg:(xxx) Cpf: (xxx); 
 
 
 
 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Marco Polo, 06/12/2022 
 
Dra. Natasha Andrade 
OAB/Nº 
 
Dr. Abner Félix Kassak Vieira 
OAB/Nº

Mais conteúdos dessa disciplina