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TRAUMA DE TÓRAX 
NOÇÕES DE ANATOMIA DO TÓRAX 
O tórax possui estruturas nobres que devem ser 
protegidas, como o coração e os pulmões. Essas 
estruturas ficam revestidas pelos arcos costais, 
músculos e ligamentos. 
Temos 12 pares de arcos costais, que são ligados 
à coluna vertebral, e 10 deles se encontram-se 
fixados no externo, enquanto os 2 últimos são 
flutuantes. Entre as costelas possuímos os 
músculos intercostais internos e externos, que 
participam do processo respiratório normal com o 
diafragma. Possuímos outros músculos que 
podem ajudar no processo respiratório forçado, 
que são os músculos peitoral maior, menor e 
outros. 
O diafragma é um músculo grande que recobre a 
base do tórax, separando-o do abdome. A caixa 
torácica é revestida internamente pela pleura 
parietal, o pulmão, externamente, também é 
revestido pela pleura, mas nesse caso, recebe o 
nome de pleura visceral. Essas pleuras parietal e 
visceral são uma fina membrana que impede o 
atrito entre o pulmão e a caixa torácica durante a 
ventilação. Dentro desse espaço pleural 
encontra-se uma pequena quantidade líquida que 
mantém as duas pleuras unidas e evita o 
colabamento do pulmão. 
Os pulmões ocupam o lado direito e esquerdo do 
tórax, no meio deles nós temos um espaço 
chamado de mediastino, onde fica o nosso 
coração, traqueia, brônquios e os principais vasos 
sanguíneos do nosso corpo (veia cava e artéria 
aorta). 
 
 
 
NOÇÕES DE FISIOLOGIA DO SISTEMA 
RESPIRATÓRIO 
Dentro do tórax ocorre dois processos fisiológicos 
vitais: a respiração e a circulação. Esses dois 
processos garantem a vida, quando funcionam de 
forma adequada e em conjunto. O objetivo 
desses processos é levar oxigênio (O2) para os 
nossos tecidos, pois por meio desse gás, as 
células do nosso corpo exercem a geração de 
energia e seu metabolismo normal. Sem oxigênio 
as células morrem. 
Dessa forma, nosso corpo precisa a todo custo de 
O2 para se manter vivo. Para que o oxigênio seja 
aceito pelas células, é necessário ter uma troca 
gasosa para retirar o gás carbônico (CO2). A 
respiração é feita justamente com esse objetivo 
de levar o ar cheio de O2 para os nossos 
pulmões, transportado para as células do nosso 
sangue (hemácias). Esse processo de troca 
gasosa nos alvéolos é chamado de hematose. As 
hemácias, por meio da sua substância 
hemoglobina, carregam esse oxigênio para viajar 
por todo nosso corpo, alimentando nossas 
células. Observe que precisamos do coração 
para fazer o sangue viajar pelo corpo, pois ele é 
a bomba ejetora que mantém o sangue circulando 
A ventilação é a entrada e saída de ar do nosso 
pulmão. Ao entrar nas vias aéreas, o ar percorre 
uma trajetória, passando por vários órgãos do 
sistema res piratório até chegar aos alvéolos. 
Observe essa sequência: nariz, faringe, laringe, 
traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos. 
Esquematizando: 
 
É nos alvéolos (estrutura funcional do pulmão) 
que vai ocorrer essa troca de gases 
 
A relação dos capilares do sistema circulatório 
com a fina membrana dos alvéolos permite que 
ocorra a troca gasosa. 
A entrada de ar nos pulmões, rico em O2, é 
chamada de inspiração; e a saída do ar, rico em 
CO2, é chamada de expiração. Esses processos 
mecânicos são realizados com a contração dos 
músculos intercostais e diafragma. A depender da 
quantidade de O2 dentro do nosso sangue, 
detectado por quimiorreceptores, o sistema 
nervoso vai controlando a frequência respiratória 
(quantas vezes respiramos por minuto). 
Por exemplo, se faltar O2, respiramos mais rápido 
por estímulo do bulbo (que está lá no sistema 
nervoso). Vamos resumir o controle da 
respiração! O controle da respiração ocorre pelo 
controle do Centro Respiratório (sistema nervoso 
controla nível de CO2) e pelos quimiorreceptores 
(as artérias aorta e carótidas controlam o nível de 
O2). Esses dois mecanismos exercem o controle 
da respiração, aumentando ou diminuindo a 
frequência e amplitude respiratória. 
NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
O Sistema Cardiovascular é formado pelo 
coração, sangue e vasos capilares. Ele é 
responsável por levar o oxigênio e os nutrientes 
para o corpo. O coração é composto por 4 
câmaras: átrio direito e esquerdo, ventrículo 
direito e esquerdo. Além dessas estruturas, 
temos as veias e as artérias. 
 
AZUL o lado direito, ele vai conduzir sangue 
venoso (pobre em oxigênio), e o lado esquerdo, 
de VERMELHO, porque nele circula sangue 
arterial (rico em oxigênio) 
Precisamos ficar atentos a uma exceção 
IMPORTANTE! As artérias normalmente 
carregam sangue rico em oxigênio, e as veias 
carregam sangue pobre em oxigênio. Porém, 
existe exceção, a artéria pulmonar vai conduzir 
sangue venoso e as veias pulmonares vão 
conduzir sangue rico em oxigênio. 
Ciclo Cardíaco 
O coração e os grandes vasos estão localizados 
no tórax, e por isso, a lesão de tórax é tão grave. 
Dentre esses grandes vasos, podemos citar a 
veia cava e as artérias pulmonares e aórtica. A 
veia cava traz o sangue do corpo, pobre em 
oxigênio, para o átrio direito do coração e de lá o 
sangue segue para o pulmão (para ser 
oxigenado), por meio da artéria pulmonar. 
Depois, o sangue vai do pulmão para o átrio 
esquerdo, pelas veias pulmonares (rico em 
oxigênio), do átrio esquerdo vai para o ventrículo 
esquerdo, e por fim, a artéria aorta leva sangue 
para irrigar o corpo e oxigenar os tecidos 
 
Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos 
associados a um batimento cardíaco. No ciclo 
cardíaco, os dois átrios se contraem, enquanto os 
dois ventrículos relaxam e vice-versa. 
Obs.: O termo sístole designa a fase de contração 
ventricular. A fase de relaxamento é designada 
como diástole. 
A verificação da pressão arterial é exatamente a 
identificação da pressão que ocorre nessas 
etapas do ciclo cardíaco. 
O aparelho cardiovascular é um sistema fechado, 
por meio do qual o sangue circula de maneira 
praticamente constante, graças à ação 
impulsionadora do coração. De qualquer forma, o 
coração atua a um ritmo básico de 60 a 100 
impulsos por minuto. Em cada batimento, o 
ventrículo esquerdo envia para a artéria aorta 
uma determinada quantidade de sangue que, por 
meio de múltiplas ramificações arteriais, chega 
até todos os tecidos do organismo. 
Pressão Arterial Sistólica e Diastólica 
A pressão arterial é a força que o sangue 
bombeado pelo coração exerce contra as 
paredes arteriais, força essa, necessária para que 
o sangue avance pelos vasos. 
O coração trabalha em dois tempos: 
1. contração para expulsar o sangue. A força é 
máxima, e esse processo é chamado de sístole; 
2. relaxamento do coração entre as contrações 
cardíacas. A força é mínima, e esse processo é 
chamado de diástole. 
A pressão arterial é resultado de um produto: PA 
= Débito Cardíaco X Resistência Vascular 
Periférica. O Débito Cardíaco é o volume de 
sangue sendo bombeado pelo coração em um 
minuto. A Resistência Vascular Periférica é a 
oposição dos vasos sanguíneos, que podem 
estar mais ou menos contraídos ou dilatados. 
Quando utilizamos o termo vasodilatação, os 
vasos estão com a maior luz dentro deles e a 
resistência periférica estará menor. Quando a luz 
do vaso está menor, chamamos de 
vasoconstrição, nesse caso, a resistência dos 
vasos é maior. 
É importante você saber que a pressão arterial 
não é uniforme, pois ao longo do ciclo cardíaco 
sofre certas oscilações. Para se referir aos seus 
valores, vamos classificar dois parâmetros: • 
• Pressão arterial máxima ou sistólica: 
corresponde ao momento em que o ventrículo 
esquerdo bombeia o seu conteúdo para a aorta 
(sístole): a grande artéria acolhe subitamente 
uma considerável quantidade de sangue, o que 
faz com que a pressão no seu interior atinja o 
valor máximo, que em condições de repouso é de 
cerca de 120 a 140 mmhg; 
• Pressão arterialmínima ou diastólica: 
corresponde ao momento em que o ventrículo 
esquerdo está enchendo de sangue (diástole): a 
elasticidade das paredes da aorta faz com que a 
artéria impulsione o sangue para os vasos 
periféricos e, assim, a pressão no seu interior 
atinge o valor mínimo de aproximadamente 80 
mmHg 
Os vasos sanguíneos são tubos que formam a 
complexa rede do sistema cardiovascular, 
constituída por artérias e veias que se ramificam 
em calibres cada vez menores, originando as 
arteríolas, vênulas e capilares 
• Artérias: vasos sanguíneos que saem do 
coração levando sangue para o corpo. Nesse 
vaso, o sangue flui a alta pressão e não possui 
válvulas no seu interior. 
• Veias: vasos sanguíneos que chegam ao coração 
trazendo sangue do corpo. Nesse vaso, o sangue 
flui a baixa pressão e precisa ser direcionado por 
válvulas internas 
 
TRAUMA TORÁCICO 
A lesão que atinge a região torácica, por ser uma 
área na qual estão localizados órgãos vitais 
(coração e pulmão); é uma lesão, geralmente, de 
natureza grave. As causas de trauma de tórax 
mais frequentes estão associadas aos acidentes 
automobilísticos, quedas e agressões por meio 
de armas de fogo ou armas brancas. 
O traumatismo de tórax poderá ser aberto 
(penetrante) ou fechado (contuso). Para o corpo 
funcionar adequadamente, precisa que o sistema 
respiratório e circulatório esteja em perfeita 
harmonia. Conforme vimos acima, o trauma de 
tórax perturba esses mecanismos fisiológicos de 
duas formas: trauma contuso (sem lesão 
aparente externamente) e o trauma penetrante 
(com lesão aparente, como exemplo temos a 
perfuração do tórax com arma branca ou arma de 
fogo). 
 
Uma lesão torácica grave pode produzir 
distúrbios fisiológicos que põem em risco a vida. 
O socorrista deve relacionar a presença de 
choque com os achados do exame físico para 
intervir apropriadamente e tratar o paciente. 
Fraturas das últimas costelas ou indícios de 
traumatismo na base do tórax devem levantar a 
suspeita de existência de lesões intra-
abdominais, particularmente a nível do baço e 
fígado. 
TRAUMA PENETRANTE DE TÓRAX 
O trauma penetrante do tórax comunica o meio 
interno do espaço pleural com o meio externo. 
Como resultado, ocorrerá a entrada de ar nesse 
espaço, e formará uma pressão nesse 
compartimento, e a isso chamaremos de 
pneumotórax (ar na cavidade pleural). Esse 
processo leva a um colapso do pulmão no lado 
afetado. Se ao invés de ar, esse espaço for 
preenchido por sangue, teremos um hemotórax. 
O pneumotórax aberto causado por lesões 
penetrantes e o pneumotórax fechado, que é 
causado por trauma contuso. Nos dois casos 
haverá entrada de ar no espaço pleural. No 
aberto, o ar virá do meio externo, e no fechado, 
por lesão interna dos alvéolos pulmonares. Se a 
quantidade de ar for muito grande, pode causar 
uma pressão intensa dentro desse 
compartimento e gerar um pneumotórax 
hipertensivo. 
Quando o pneumotórax hipertensivo é gerado, 
ocorre uma compressão no pul mão afetado, e 
este empurra o lado contrário, comprimindo a 
traqueia, coração e o outro pulmão. Lacerações e 
sangramentos dos ferimentos penetrantes podem 
fazer com que esse sangue seja represado nesse 
espaço pleural e daí receberá o nome de 
hemotórax. 
TRAUMA CONTUSO DE TÓRAX 
O trauma contuso de tórax não causa lesão 
aberta, porém, o tecido pulmonar é lesionado e os 
alvéolos são rompidos. Podemos perceber esse 
tipo de trauma com hematomas na região do tórax 
e escoriações, além disso, o paciente consciente 
relata dor torácica. Como acabamos de falar, o 
trauma contuso pode gerar o pneumotórax 
fechado seguido do pneumotórax hipertensivo. É 
comum acontecer esse tipo de trauma durante 
acidentes automobilísticos quando há impacto do 
tórax no volante. Outra situação no trauma 
contuso, é a fratura de costelas, responsável por 
perfurar o tecido pulmonar. Caso haja mais de 
duas costelas fraturadas, ocorrerá uma situação 
chamada de tórax instável. 
Sinais e Sintomas 
Dependendo da extensão, presença de lesões 
associadas (fratura de esterno, costelas e 
vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos 
grandes vasos, o paciente poderá apresentar: 
• Dispneia (falta de ar); 
• Taquipneia (aumento da frequência respiratória); 
• Aumento da sensibilidade, dor local ou 
desconforto torácico, que se agravam com os 
movimentos respiratórios; 
• Respiração superficial (dificuldade de respirar, 
apresentando movimentos respiratórios curtos); 
• Eliminação de sangue por meio de tosse ou 
vômito; 
• Postura característica (o paciente fica imóvel, 
inclinado sobre o lado da lesão, com a mão ou o 
braço sobre a região lesada); 
• Tontura; 
• Sudorese; 
• Sinais de choque circulatório. 
O choque ocorrerá como situação de maior 
gravidade 
Dentre as lesões torácicas, é fundamental a 
identificação das seguintes situações 
(potencialmente fatais): 
 
Essas lesões, pela sua frequência e gravidade 
(interferem com a ventilação e/ou a circulação), 
devem ser identificadas durante a avaliação 
primária 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE VÍTIMA DE 
TRAUMA DE TÓRAX 
Realizaremos a avaliação primária, em busca de 
sinais de risco imediato de morte, como já 
aprendemos na primeira aula; e na sequência, a 
avaliação secundária dessa vítima, fazendo o 
exame físico. A avaliação secundária inclui a 
avaliação do SAMPLA (sintomas, idade, alergia, 
medicações, antecedentes, horário da última 
refeição e eventos relacionados à lesão). 
 
Esse paciente estará apresentando dor torácica 
que piora com a respiração. É importante 
tranquilizar o doente que estará muito ansioso e 
com falta de ar. Na sequência, faremos um exame 
físico com os seguintes passos: inspeção 
(observação), palpação e oximetria. 
Na inspeção, observaremos o paciente com a 
pele mais arroxeada (cianose) por dificuldade nas 
trocas gasosas, o que gera hipoxemia 
(diminuição de oxigênio no sangue) e hipóxia 
(diminuição do oxigênio nos tecidos). A falta de ar 
é percebida pelo esforço respiratório ao utilizar 
músculos acessórios do pescoço, e outros 
torácicos, para executar o processo respiratório. 
O esforço respiratório também pode ser 
percebido com o batimento da asa do nariz. A 
ansiedade e a sudorese estarão presentes. 
A pele do tórax estará com lacerações, 
escoriações e vermelha (hiperemia). A parede do 
tórax pode apresentar uma parte com movimento 
contrário ao movimento da respiração normal 
(movimento paradoxal), nesse caso, é evidente a 
fratura de algumas costelas, o que chamamos de 
tórax instável. 
Os ferimentos devem ser avaliados para perceber 
a presença de ar (bolhas) que denota que houve 
comunicação com o tecido pulmonar. Durante a 
palpação, que deve ser feita com compressão 
suave na parede torácica, é observado se há 
crepitação, atrito de ossos fraturados e presença 
de ar sob a pele. A oximetria de pulso deve ser 
avaliada para verificação da saturação de O2 e 
deve ser mantida maior que 95%. 
FRATURA DE COSTELAS 
As fraturas de costelas, geralmente, são 
causadas por traumatismos torácicos diretos ou 
por compressão, e estão associadas à produção 
de lesões de vasos, pulmões e hemorragias, 
podendo acarretar tórax instável. Fratura simples 
de costelas, por si só, raramente representa risco 
de morte no adulto. 
Obs.: As fraturas de costelas inferiores podem 
originar lesões de baço, rins ou fígado, gerando 
intenso sangramento. 
O PHTLS não recomenda imobilização rígida do 
tórax com fitas adesivas ou tiras, pois pode gerar 
atelectasia e pneumonia como consequência 
dessa ação. A atelectasia é um colabamento dos 
alvéolos pulmonares. Esse manual recomenda a 
administração de oxigênio nessa situação. 
Sinais e sintomas da fratura de costelas: 
• dor local; 
• dificuldade respiratória; 
• dor durante os movimentos respiratórios; 
• crepitação (esse é resultado do atrito entre os 
doisossos fraturados). 
Tratamento Pré-Hospitalar 
O atendimento começa com uma avaliação 
primária e verificação da frequência respiratória e 
profundidade da respiração. Esses pacientes 
estarão com frequência alta e respirando de 
forma superficial (respiração curta). A oximetria 
de pulso ajuda a identificar a saturação de 
oxigênio e avaliar a necessidade de instalar O2. 
Um dos nossos objetivos nesse atendimento é 
reduzir a dor. Na fratura de uma ou duas costelas, 
posicione o braço do paciente sobre o local da 
lesão usando ataduras, tipoias e faixas. Essa 
imobilização da fratura, reduz a dor. Assim que o 
suporte avançado chegar será necessário o uso 
de medicações pela via endovenosa 
O manual do SAMU orienta: não estabilizar com 
enfaixamento, bandagens ou ata duras 
circundando o tórax para não atrapalhar a 
ventilação. Segundo o PHTLS e o SAMU, o 
socorrista deve incentivar a vítima a tossir e 
respirar profundamente para evitar colabamento 
dos alvéolos (atelectasia), mesmo que isso 
aumente a dor. 
TÓRAX INSTÁVEL 
Ocorre quando duas ou mais costelas adjacentes 
são fraturadas, pelo menos, em dois pontos. 
Nessa situação ocorre a respiração paradoxal. 
O segmento comprometido se movimenta, 
paradoxalmente, ao contrário do restante da 
caixa torácica durante a inspiração e a expiração. 
Enquanto o tórax se expande, o segmento 
comprometido se retrai, e quando a caixa torácica 
se contrai, o segmento se eleva 
 
Sinais e sintomas do tórax instável 
Segundo o PHTLS esse movimento paradoxal 
deixa a ventilação menos eficiente. E podemos 
encontrar: 
• Respiração paradoxal; 
• Aumento da frequência respiratória; 
• Respiração curta e superficial; 
• Cianose (presente devido à dificuldade de 
oxigenação do sangue). 
Tratamento Pré-Hospitalar 
O tratamento pré-hospitalar deve ter como foco o 
suporte ventilatório e redução da dor. Apesar de 
algumas literaturas recomendarem fixar o 
segmento instável, o PHTLS e o SAMU não 
recomendam imobilização do seguimento instável 
para não prejudicar a ventilação. 
Obs.: Não realizar tentativas de estabilização do 
segmento torácico afundado por qualquer meio. 
FERIMENTOS PENETRANTES NO TÓRAX 
As lesões penetrantes são os traumas abertos de 
tórax, geralmente, provocados por objetos que 
estejam ou não encravados, bem como lesões 
provocadas por armas brancas, de fogo ou lesões 
ocorridas nos acidentes de trânsito. 
É possível perceber o ar entrando e saindo pelo 
local ferido quando o objeto é removido no 
momento do trauma 
O atendimento do trauma penetrante do tórax 
depende do quadro encontrado: o objeto 
encravado e o objeto removido na hora do 
trauma. Com o objeto encravado devemos fixar o 
objeto, conter o sangramento e fazer a remoção 
para retirada cirúrgica. Sem o objeto encravado é 
necessário ocluir a lesão com um curativo de três 
pontas para formar um mecanismo de válvula, em 
que o ar sai e não entra novamente. 
 
Tratamento Pré-Hospitalar sem Objeto 
Encravado 
1. tampone o local do ferimento usando a própria 
mão protegida por luvas, após a expiração; 
2. faça um curativo oclusivo com plástico ou papel 
aluminado (curativo de três pontas), que 
funcionará como uma válvula, permitindo a 
descompressão espontânea de um pneumotórax 
hipertensivo em desenvolvimento. Observe esse 
curativo de três pontas na imagem abaixo: 
 
• previna o estado de choque; 
• conduza-o, com urgência, para um hospital e 
ministre oxigênio suplementar. 
Segundo o manual do SAMU: nos ferimentos por 
arma de fogo é importante realizar a busca por 
ferimentos na parede torácica anterior e posterior, 
para observar o local de entrada e saída do 
projétil. Vale lembrar que esse projétil pode ficar 
alojado no corpo e não ter orifício de saída. 
FERIMENTOS PENETRANTES E OBJETOS 
CRAVADOS OU ENCRAVADOS 
Durante um trauma penetrante o objeto pode ficar 
preso (encravado) no corpo da vítima. Esse 
objeto não deve ser removido na assistência pré-
hospitalar, pois haverá um sangramento intenso 
e risco de choque por falta de volume sanguíneo. 
Nesse caso, o objeto deve ser imobilizado na pele 
do paciente que deve ser encaminhado ao 
hospital. Os socorristas não devem remover 
corpos estranhos encravados (pedaços de vidro, 
facas, lascas de madeiras, ferragens) 
A tentativa de remoção pode causar hemorragia 
grave ou, ainda, lesionar nervos e músculos 
próximos à lesão. O paciente deverá ser 
encaminhado ao hospital com o objeto, que será 
retirado no centro cirúrgico. 
Tratamento pré-hospitalar: Recomendações 
do Manual do CBM-DF: 
1. Controle a hemorragia por pressão direta; 
2. Estabilize manualmente o objeto encravado; 
3. Exponha o local do ferimento, se necessário, 
corte as vestes próximas ao objeto a ser 
estabilizado; 
4. Utilize um curativo volumoso, auxiliando na 
estabilização e fixe-o com fita adesiva ou 
ataduras; 
5. Evite a movimentação desnecessária do 
paciente, para que o objeto encravado não se 
mova, agravando, assim, a lesão; 
6. Previna o estado de choque; 
7. Forneça apoio emocional. 
O manual do CBM-DF reforça que em algumas 
situações, será necessário o corte do objeto, para 
permitir um atendimento e transporte adequados. 
Transporte o paciente administrando oxigênio 
suplementar. O socorrista deverá estar atento 
para não restringir os movimentos respiratórios, 
exercendo pressão excessiva no tórax com as 
ataduras ao fixar o objeto. 
Há uma exceção: quando o objeto encravado 
está na bochecha e tem risco de obstrução de 
vias aéreas, nesse caso, o objeto pode ser 
retirado para prevenir uma parada respiratória. 
PNEUMOTÓRAX 
Representa ar no espaço pleural, entre a pleura 
visceral (pulmonar) e a pleura parietal (caixa 
torácica). O pneumotórax pode ocorrer por 
mecanismo aberto (ferimentos abertos 
penetrantes) ou fechado (contusão). 
Quando o ar está nesse espaço, em pequena 
quantidade, e não causa compressão 
contralateral nem colabamento pulmonar 
importante, pode ser chamado de pneumotórax 
simples. 
Por sua vez, quando o ar nesse espaço começa 
a pressionar o lado contralateral, deve ser 
chamado de pneumotórax hipertensivo e deve ser 
atendido como prioridade, pois rapidamente 
conduz o paciente para choque obstrutivo e 
complicações hemodinâmicas. 
Pneumotórax Aberto 
O pneumotórax aberto resulta na entrada de ar 
para o espaço pleural, por meio de uma solução 
de continuidade da parede torácica (ferida 
torácica aberta). Essa entrada de ar para o 
espaço pleural vai condicionar o colapso do 
pulmão, com a consequente alteração da 
ventilação e má oxigenação. 
É extremamente importante fechar a ferida de 
modo a evitar o agravamento do pneumotórax. 
Sem intervenção, o pneumotórax pode evoluir em 
poucos minutos para um pneumotórax 
hipertensivo, situação extremamente grave. 
O tratamento do pneumotórax aberto consiste em 
fechar o local com o curativo fechado em 3 pontas 
(curativo de 3 pontas), formando um mecanismo 
de válvula que irá impedir o ar de continuar 
entrando nesse espaço. 
A respiração deve ser avaliada, além disso, deve 
ser fornecido oxigênio no suporte pré-hospitalar. 
Na sequência, esse paciente deve ser 
encaminhado ao hospital para drenagem desse 
ar no espaço pleural. 
Pneumotórax Hipertensivo 
Situação extremamente grave que demanda 
remoção imediata, pois o paciente fica instável do 
ponto de vista hemodinâmico. O pneumotórax 
hipertensivo ocorre quando há acúmulo de ar no 
espaço pleural e esse ar não sai da cavidade. Na 
medida em que o ar se acumula, a pressão 
intratorácica aumenta bruscamente, comprimindo 
o coração e o pulmão. A hemorragia no interior da 
caixa torácica, hemotórax, também provoca 
compressão do pulmão, levando à insuficiência 
respiratória. 
O pneumotórax hipertensivo pode ser 
consequência de pneumotórax aberto ou 
fechado. Ocorre quando a pressão exercida pelo 
ardentro do espaço pleural começa a comprimir 
regiões vizinhas. 
Sinais e sintomas 
• Insuficiência respiratória; 
• Pulso fraco; 
• Desvio de traqueia contralateral; 
• Hipotensão; 
• Estase jugular; 
• Cianose (pele arroxeada); 
• Sinais de choque, quando a pressão arterial 
sistólica estiver abaixo de 90mmHg. 
Tratamento Pré-Hospitalar 
1. avalie a circulação e a respiração 
(simultaneamente), proceda para as intervenções 
necessárias; 
2. ministre oxigênio suplementar; 
3. monitore constantemente os sinais vitais 
4.transporte o paciente o mais rápido possível. 
O curativo oclusivo no pneumotórax aberto (se 
não usar o de três pontas) complica o quadro do 
paciente. 
Tamponamento Cardíaco 
Em nosso coração, temos um revestimento 
fibroso chamado de pericárdio, e no trauma de 
tórax, pode haver lesão cardíaca que acumula 
sangue entre o coração e o pericárdio. Esse 
pericárdio não se distende, e dessa forma, 
dificulta o batimento cardíaco. Na assistência pré-
hospitalar os sinais e sintomas se parecem com o 
pneumotórax hipertensivo. 
No atendimento do suporte avançado, quando é 
possível auscultar o coração, será percebido um 
abafamento dos sons cardíacos. Esse quadro é 
chamado de tamponamento cardíaco. Esse 
sangramento preso no espaço pericárdico 
restringe o batimento cardíaco e pode gerar um 
choque do tipo obstrutivo, segundo a maioria das 
literaturas, pois ocorre uma obstrução ao fluxo 
sanguíneo, mas outras literaturas abordam o 
tamponamento cardíaco como choque 
cardiogênico. 
ATENDIMENTO DO PNEUMOTÓRAX PELO 
MANUAL DO SAMU 
Pneumotórax aberto – ferimento aberto no 
tórax 
Quando suspeitar ou quais são os critérios de 
inclusão? 
- Lesão aberta no tórax com franca comunicação 
entre o ar ambiente e a cavidade pleural, 
evidenciada pela visível passagem do ar por meio 
do ferimento. Geralmente, é produzido por 
objetos perfurantes ou lesões por armas de fogo 
ou arma branca e, ocasionalmente, por trauma 
contuso. Condutas Realizar avaliação primária 
com ênfase para: 
• Avaliação da ventilação: presença de dispneia ou 
desconforto respiratório, taquipneia, presença de 
sinais de hipóxia (ansiedade e agitação ou apatia) 
e presença de cianose; 
• Avaliação da parede torácica anterior e posterior 
(se possível) para detecção do ferimento; 
• Cobrir imediatamente o ferimento com curativo 
oclusivo com plástico ou papel metálico, com 3 
pontas/lados de fixação. O objetivo desse 
curativo é formar uma válvula para que o ar saia 
da cavidade e não retorne. 
TRAUMA DE ABDOME 
No nosso atendimento à vítima de trauma de 
abdome, é necessário avaliar a cena do acidente, 
reconhecer rapidamente os sinais de trauma, seja 
ele contuso (sem lesão aparente) ou penetrante 
(penetração da pele por objeto pontiagudo ou 
projétil de arma de fogo), entender quais órgãos 
podem ter sido lesionados nessa situação e quais 
condutas devem ser tomadas antes de 
encaminhar o paciente ao hospital. 
Normalmente, os traumas de abdome não são 
reconhecidos rapidamente pelos socorristas, isso 
mascara a gravidade da situação e retarda a 
remoção. 
O tratamento definitivo para a lesão abdominal 
geralmente demanda abordagem cirúrgica e 
transfusão de hemocomponentes, nesse sentido, 
o tempo até a chegada à sala de cirurgia é crucial. 
Daí a importância de a equipe de enfermagem 
entender a dinâmica desse atendimento, visando 
à remoção precoce. O atendimento da equipe de 
enfermagem no nível hospitalar consiste em: 
• Priorizar este atendimento por meio da avaliação 
na classificação de risco; 
• Puncionar rapidamente acesso venoso; e 
• Agilizar as condutas administrativas para 
realização dos exames e procedimentos 
cirúrgicos necessários. 
Segundo o PHTLS 2017, as lesões abdominais 
não reconhecidas são importantes causas de 
mortes evitáveis no atendimento pré-hospitalar. 
Geralmente, as causas de morte por trauma 
abdominal ocorrem por sangramentos intensos 
não percebidos de forma precoce. 
ANATOMIA DO ABDOME 
A cavidade abdominal está abaixo do tórax e 
separada deste pelo músculo diafragma. No 
abdome encontramos órgãos dos sistemas 
digestivo, endócrino e genital. Segundo o PHTLS 
2017, o abdome pode ser dividido em duas 
partes: peritoneal e retroperitoneal. No peritônio 
encontramos os seguintes órgãos: baço, fígado, 
vesícula biliar, estômago, parte do intestino 
grosso, parte do intestino delgado e órgãos 
reprodutores femininos (útero e ovário). 
O retroperitônio fica atrás do peritônio e possui: 
os rins, os ureteres, a veia cava inferior, o 
segmento da aorta abdominal, o pâncreas, uma 
parte do intestino grosso e delgado. A bexiga e os 
órgãos genitais masculino ficam na parte inferior 
do peritônio (chamada de cavidade pélvica). 
 
O peritônio é uma membrana que reveste esses 
órgãos e forma uma cavidade na região do 
abdome, separando esses dois compartimentos. 
O fígado e o baço ficam logo abaixo do diafragma 
protegidos pelas costelas, caso haja fratura de 
costelas esses órgãos podem ser lesionados e o 
sangramento será intenso. 
O PHTLS reforça que a lesão hepática é a lesão 
de órgão intra-abdominal mais comum nesse tipo 
de trauma. A parte inferior do abdome é protegida 
pela pelve (ossos do quadril). A região mais 
central e a lateral do abdome são protegidas 
apenas pelos músculos abdominais e partes 
moles. A região posterior do abdome está na 
coluna vertebral. 
O abdome é dividido em partes que servem para 
descrição das lesões encontradas no abdome. 
Essas partes são chamadas de QUADRANTES. 
Essa divisão tem como base duas linhas 
imaginárias: 
1ª linha: vertical entre um apêndice xifoide (ponta 
do osso do externo que fica sobre o coração) e a 
sínfise púbica (centro da pelve). 
2ª linha: horizontal a nível do umbigo. 
 
 
 
 
Os anatomistas dividiram a cavidade abdominal 
em 9 (nove) regiões, sendo definidas da seguinte 
forma: hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio 
esquerdo, flanco direito, mesogástrio, flanco 
esquerdo, fossa ilíaca direita, hipogástrio e fossa 
ilíaca esquerda 
 
FISIOPATOLOGIA DO ABDOME 
O PHTLS divide os órgãos do abdome em ocos e 
sólidos. 
 
Quando ocorre lesão de órgãos sólidos (baço e 
fígado) sangra muito e deixa o paciente em 
choque circulatório. 
 Por outro lado, as lesões dos órgãos ocos 
(intestino, bexiga) fazem com que esses órgãos 
derramem seu conteúdo no peritônio. A liberação 
de conteúdo gástrico (ácido), intestinal (bactérias) 
e urinária irrita o peritônio e causa inflamação 
(peritonite) ou infecção. 
Essa infecção é causada por microrganismos 
como as bactérias e, ao ir para a corrente 
sanguínea, pode levar o paciente a uma infecção 
sistêmica chamada de sepse. As duas situações 
(choque hipovolêmico por falta de sangue e a 
sepse por contaminação de bactérias) são graves 
e devem ter atendimento imediato. 
A lesão hepática é a lesão de órgão intra-
abdominal mais comum. As lesões abdominais 
podem ocorrer por trauma penetrante ou contuso. 
 
O trauma penetrante ocorre por projétil de arma 
de fogo ou arma branca (faca, tesoura e outros 
objetos cortantes). 
As lesões por contusão ocorrem por compressão 
dos órgãos contra a coluna e algum objeto como, 
por exemplo, o volante do carro. Em algumas 
situações pode haver ruptura do diafragma 
(músculo que separa o tórax do abdome) e pela 
diferença de pressão os órgãos da cavidade 
abdominal sobem para a cavidade torácica. 
Dessa forma, compromete a ventilação pulmonar 
e a função respiratória. A lesão na parte inferior 
do abdome pode causar fratura de pelve com 
consequente lesão de bexiga e intestino. 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DA LESÃO 
ABDOMINAL 
O foco do atendimento primário na lesão 
abdominal é manter o paciente vivo(a), dessa 
forma, a respiração e a circulação são a nossa 
prioridade. A indicação de lesão abdominal pode 
ser suspeitada quandoo paciente apresenta 
sinais de choque hipovolêmico sem outro 
sangramento aparente. 
O choque hipovolêmico ocorre quando há 
dificuldade de perfusão tecidual pelo sistema 
cardiovascular. A causa é a perda de volume de 
sangue, exemplo: após uma hemorragia. O 
paciente apresenta-se com a pressão diminuída, 
o pulso rápido e a respiração rápida. Esses sinais 
são manifestados com a tentativa de compensar 
a perda de volume sanguíneo. Além disso, nosso 
corpo prioriza irrigar coração e cérebro, a pele 
estará com pouquíssimo sangue e se apresenta 
pálida e fria. Além disso, na hemorragia interna 
abdominal, o paciente encontra-se agitado e 
ansioso. 
ATENÇÃO: Sinais de choque hipovolêmico 
(pressão baixa, frequência cardíaca e respiratória 
altas) sem causa definida são sinais de 
sangramento oculto no abdome 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DA LESÃO 
ABDOMINAL 
Na avaliação secundária deve ser coletada a 
história do paciente, lembrando da sigla 
SAMPLA: Sinais e Sintomas – Alergias – 
Medicações – Passado médico – Se ele ingeriu 
Líquidos ou alimentos – Análise do Ambiente. 
Na sequência, deve ser feito um exame físico com 
os passos da inspeção e palpação. Na inspeção 
devem ser procuradas lesões (escoriação, 
hematoma, abrasões, ferimentos penetrantes) ou 
distensão (inchaço). Podem ser encontrados 
também sangramentos externos e evisceração. 
Opa! O que é evisceração? É a exteriorização dos 
órgãos do abdome por feridas penetrantes. 
O trauma de abdome pode ser evidente quando 
ocorre a marca do cinto de segurança na pele por 
força de desaceleração repentina. Existem dois 
sinais que indicam sangramento retroperitoneal: 
1. Sinal de Gray Turner – equimose envolvendo os 
flancos. 
2. Sinal de Cullen – equimose em volta do umbigo. 
Esses dois sinais vão aparecer no estágio mais 
avançado do sangramento. Na palpação deve ser 
observado sinal de dor. Porém, a palpação deve 
ser suave, pois a palpação profunda pode 
deslocar coágulos ou agravar a lesão. A palpação 
da pelve deve observar se há instabilidade óssea, 
o que demostra que houve fratura de pelve. Essa 
é uma lesão que causa muito sangramento, esse 
paciente deve ser removido rapidamente. 
Assim que detectado instabilidade pélvica, deve 
ser evitada a continuidade da palpação. A 
ausculta por meio do estetoscópio não muda o 
atendimento pré-hospitalar e faz perder tempo na 
remoção. Porém, se forem auscultados sons 
intestinais no tórax suspeita-se de ruptura de 
diafragma. Isso ocorre porque os órgãos do 
abdome vão penetrar na cavidade torácica. 
A maioria das lesões abdominais necessita de 
abordagem cirúrgica e hemotransfusão, dessa 
forma o PHTLS não recomenda demorar a 
remoção em busca de detalhes no exame 
secundário 
ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA NO TRAUMA ABDOMINAL 
Como já falado, o transporte para o atendimento 
definitivo no hospital é o nosso objetivo no 
atendimento ao trauma de tórax, a maioria dos 
pacientes precisarão de cirurgia e 
hemotransfusão. Durante o transporte devem ser 
avaliados os parâmetros vitais e fornecido 
oxigênio. A saturação deve ser mantida acima de 
95%. 
As hemorragias externas são contidas por meio 
de compressão direta na ferida e curativo 
compressivo. Segundo o PHTLS, se o trauma foi 
contuso é necessário imobilizar a coluna do 
paciente. Nos traumas penetrantes não há 
necessidade de imobilização da coluna. Objetos 
empalados no abdome não devem ser removidos, 
pois aumentará o sangramento. Eles funcionam 
tamponando a ferida formada e dessa forma são 
utilizados como suporte para conter hemorragias. 
No ambiente hospitalar, esse objeto será 
removido após exame de imagem para avaliar o 
trajeto do objeto. A equipe hospitalar também já 
inicia a hemotransfusão e reposição de líquidos 
(soro). 
Quem remove esse objeto é o cirurgião. Nunca 
remover objeto empalado no atendimento de 
primeiros socorros. O socorrista deve imobilizar o 
objeto empalado para evitar que este se mova 
durante o transporte e aumente a lesão. Não deve 
ser palpado o abdome com objeto empalado e se 
sangrar ao redor do objeto o socorrista deve atuar 
fazendo uma compressão entre o local ferido e o 
objeto. 
EVISCERAÇÃO 
Segundo o PHTLS, uma evisceração ocorre 
quando parte de um órgão é deslocado por meio 
de um ferimento aberto e se projeta para fora do 
corpo. O órgão mais comum de deslocar pelo 
ferimento abdominal é o intestino. 
 
O socorrista não deve reposicionar a víscera 
dentro do abdome. Deve ser deixado o órgão 
exteriorizado como encontrado e cobrir com um 
tecido estéril ou pelo menos limpo umedecido 
com solução fisiológica para evitar ressecamento 
e morte (necrose) do tecido. 
Uma ação muito importante nesse atendimento é 
manter a vítima calma (o que é muito difícil com 
um órgão exteriorizado), mas deve ser explicado 
a pessoa que chorar ou gritar aumenta a pressão 
dentro do abdome, o que fará aumentar a 
evisceração. 
Cuidados na evisceração: 
• Não recolocar o órgão para dentro. 
• Umedecer o órgão exteriorizado com solução 
fisiológica. 
• Manter a vítima calma 
Manual do SAMU de Suporte Básico de Vida 
(SBV): Trauma abdominal aberto 
Quando suspeitar ou quais são os critérios de 
inclusão? 
Lesão aberta no abdome, com mecanismo de 
trauma sugestivo, como os causados por arma de 
fogo, arma branca, acidentes com veículos a 
motor, atropelamentos e outros. Conduta: 
1. Realizar avaliação primária e secundária. 
2. Oferecer O2 sob máscara não reinalante, 10 a 15 
L/min se SatO2 < 94%. 
3. Monitorizar a oximetria de pulso. 
4. Controlar sangramentos externos. 
5. Providenciar cuidados com os ferimentos e 
objetos encravados ou empalados: não devem 
ser movidos ou removidos no APH; devem ser 
fixados e imobilizados para evitar movimentação 
durante o transporte; se ocorrer sangramento ao 
redor do objeto, fazer pressão direta sobre o 
ferimento ao redor do objeto (com a própria mão 
e/ou compressas); e não palpar o abdome para 
evitar maior laceração de vísceras. 
6. Providenciar cuidados com a evisceração: não 
tentar recolocar os órgãos de volta na cavidade 
abdominal, manter como encontrado; e cobri-los 
com compressas estéreis umedecidas com SF e 
plástico especial para evisceração, quando 
disponível 
7. Realizar a mobilização cuidadosa e a 
imobilização adequada da coluna cervical, tronco 
e membros em prancha longa com alinhamento 
anatômico, sem atraso para o transporte. 
8. Realizar contato com a Regulação Médica e 
passar os dados de forma sistematizada. 
9. Aguardar orientação da Regulação Médica para 
procedimentos e/ou transporte para a unidade de 
saúde. 
Obs.: Considerar a cinemática do trauma e 
sempre buscar lesões associadas a outros 
segmentos. Atentar para as lesões torácicas 
abaixo da linha mamária anteriormente, dorso 
abaixo da linha infraescapular e flanco (definido 
como área entre as linhas axilar anterior e 
posterior, do 6º espaço intercostal até a crista 
ilíaca), pois podem cursar com lesões de órgãos 
intra-abdominais. 
TRAUMA DE EXTREMIDADES 
Trauma de extremidades envolve os membros 
superiores e inferiores. O atendimento a esse 
paciente depende se a lesão de extremidade é 
apenas lesões de partes moles (músculos, peles 
e outros) ou se atingiu e fraturou os ossos. Outra 
observação é se a lesão de extremidade está 
associada a outras lesões ou se ocorreu de forma 
isolada. 
Vamos frisar que tecidos moles são os tecidos 
que suportam, rodeiam ou ligam estruturas ou 
órgãos e que incluem os músculos, tecidos 
fibrosos (tendões, ligamentos), tecidos 
gordurosos, vasos sanguíneos e tecido sinovial. 
Às vezes, as lesões de extremidades não são tão 
graves como as hemorragias internas, mas 
chama mais a nossa atenção no atendimento, 
principalmente se for uma fratura exposta. As 
principais lesões das extremidades e dos tecidos 
moles são: 
• Equimoses e hematomas;• Escoriações; 
• Feridas; 
• Fraturas; 
• Luxações; 
• Entorse; 
• Amputações; 
• Esmagamento; e 
• Síndrome de compartimento 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA 
MUSCULOESQUELÉTICO 
Nossos membros são formados por tecido ósseo, 
que fornecem sustentação, e são revestidos por 
músculos que fornecem os movimentos e que são 
nutridos por vasos sanguíneos e inervados por 
nervos periféricos. Além disso, possuímos o 
revestimento de tecido gorduroso e pele. 
Sistema esquelético 
O nosso corpo é composto por 206 ossos que 
possuem estruturas bem diferentes. Temos os 
ossos longos como: o osso do fêmur (coxa) e a 
tíbia (osso da perna), temos os ossos curtos como 
os da mão e do pé. 
Os ossos chatos são finos como os ossos do 
crânio e o esterno. Possuímos também ossos 
irregulares como as vértebras. Os ossos são 
órgãos esbranquiçados, muito duros que se unem 
por intermédio das articulações para constituírem 
o esqueleto. Entre os ossos da articulação 
encontramos as cartilagens com finalidade de 
melhorar o movimento reduzindo o atrito entre 
dois ossos. 
Nosso corpo possui o esqueleto geral, que pode 
ser dividido em duas partes: esqueleto axial e 
apendicular. 
• O esqueleto axial é o nosso centro formado por: 
Crânio; Vértebras; Esterno; e Costelas. 
• O esqueleto apendicular são os ossos dos: – 
membros superiores; e membros inferiores. 
O esqueleto axial é ligado ao esqueleto 
apendicular por duas cinturas: escapular e 
pélvica. 
• A cintura escapular liga os membros superiores 
ao esqueleto axial. 
• A cintura pélvica liga os membros inferiores ao 
esqueleto axial 
 
Os ossos são conectados pelas cartilagens. As 
cartilagens são estruturas semirrígidas que 
formam partes do esqueleto nas quais ocorrem 
movimentos (articulações). A cartilagem não 
possui suprimento sanguíneo próprio, suas 
células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão. A 
cartilagem é responsável por comunicar os ossos 
entre si e não causar atrito nem desgaste ósseo 
Funções do Sistema Esquelético: 
• sustentação do organismo (apoio para o corpo); 
• proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, 
cérebro); 
• base mecânica para o movimento; 
• armazenamento de sais (cálcio, por exemplo); 
• hematopoiética (suprimento contínuo de células 
sanguíneas novas). 
A medula óssea presente nos ossos longos 
produz as células do sangue (hemácias e 
leucócitos). 
SISTEMA MUSCULAR 
Os músculos são estruturas individualizadas que 
cruzam uma ou mais articulações e pelas suas 
contrações são capazes de transmitir-lhes 
movimento. 
Funções dos músculos: 
1. Produção dos movimentos corporais (contração 
muscular). 
2. Estabilização das posições corporais. 
3. Regulação do volume dos órgãos. 
4. Movimento de substâncias dentro do Corpo. 
5. Produção de Calor e manutenção da temperatura 
corporal. 
Os músculos do nosso corpo são agrupados em 
9 partes: Os músculos são divididos em 3 grandes 
grupos de acordo com a sua constituição, essa 
parte é muito importante: 
 
Observe que os músculos das nossas 
extremidades são músculos de movimento 
voluntário e são chamados de esqueléticos. 
Vamos detalhar as partes dos músculos: 
• Ventre muscular é a parte da carne do músculo; 
• Aponeurose reveste o músculo; e 
• Tendões fixam os músculos aos ossos. 
Componentes anatômicos dos músculos 
estriados 
• Tendões: ligam os músculos aos ossos. 
• Ligamentos: ligam os ossos dentro de uma 
articulação. 
TIPOS DE TRAUMA DE EXTREMIDADE 
Traumas de extremidades são frequentes nos 
traumatizados. As lesões podem variar de 
pequenas escoriações sem gravidade a lesões 
que ameaçam a vida do traumatizado, como por 
exemplo: grandes hemorragias e choque 
hipovolêmico. As principais lesões das 
extremidades e dos tecidos moles são: 
 
1. As equimoses: são lesões de pequenos vasos 
da pele que não causam grande acumulação de 
sangue nos tecidos. Nas equimoses, a pele fica 
levemente arroxeada. 
2. Hematomas: ocorrerão quando houver lesão de 
vasos sanguíneos de maior calibre (como as 
artérias) com acumulação de quantidades de 
sangue nos tecidos moles. O hematoma é 
percebido como uma mancha fortemente 
arroxeada sob a pele. 
Na presença de hematomas ou equimoses, o 
socorrista deve aplicar compressas frias sobre o 
local, para diminuir o edema (inchaço), a 
hemorragia e a dor por meio da diminuição da luz 
do vaso sanguíneo – vasoconstricção. 
Os hematomas (que são mais graves que a 
equimose) encontram-se muitas vezes 
associados a fraturas; e, nessa situação, além da 
compressa fria, deve ser feito a imobilização da 
área afetada. Esta imobilização evita o 
agravamento do hematoma e estabiliza a fratura, 
reduzindo as lesões provocadas pelos topos 
ósseos e a dor. 
3. Escoriações: são lesões superficiais geralmente 
conhecidas por “arranhões”. Resultam 
normalmente do atrito da pele contra as 
superfícies na hora do trauma. As escoriações 
são lesões que sangram pouco e são 
extremamente dolorosas. 
4. Entorse: ocorre quando há ruptura de ligamentos 
nas articulações por trauma local. 
5. Luxação: ocorre quando se perde o contato dos 
ossos dentro de uma articulação, exemplo: 
luxação de ombro ou de quadril. 
6. Fratura: ocorre a perda do contato de duas 
extremidades ósseas. Quando o osso se quebra, 
as estruturas adjacentes também são afetadas, 
ocasionando edema dos tecidos moles, 
hemorragia nos músculos e articulações, luxação 
de articulações, ruptura de tendões, secção de 
nervos e lesão de vasos sanguíneos. 
7. Amputações: quando ocorre secção (por corte, 
arrancamento ou outro tipo de traumatismo) de 
um membro ou de um segmento de um membro. 
As amputações podem provocar hemorragias 
graves e levar à perda irreversível da parte 
amputada. 
8. Esmagamento: ocorre quando o corpo é sujeito 
a uma forte pressão que quebra os ossos e tritura 
os órgãos naquele local. 
Sinais e sintomas dos traumas de 
extremidades 
Quando há um trauma de extremidade podemos 
perceber os seguintes sinais e sintomas: dor, 
ferimento, deformidade, crepitação, 
encurtamento, alterações sensitivas, vasculares 
ou motoras. Vamos continuar detalhando os 
traumas específicos das extremidades. 
FRATURAS 
As fraturas são definidas como uma ruptura 
parcial ou total do osso. 
 
Independentemente do tipo de fratura, o 
atendimento dos primeiros socorros será o 
mesmo, que é a imobilização e remoção para o 
hospital. 
A definição desses tipos de fraturas apenas será 
possível com a realização do exame de imagem 
(raio-X) e será importante para o tratamento 
definitivo. 
• Fratura fechada: é aquela que não causa ruptura 
na pele. 
• Fratura simples: existe apenas um traço de 
fratura, separando o osso em 2 pedaços apenas. 
• Fratura aberta ou exposta: é aquela em que a 
ferida na pele ou na membrana mucosa em torno 
dela se estende até o osso fraturado. Em alguns 
casos, uma das pontas fraturadas pode perfurar 
a pele expondo o osso ao ambiente. Daí o nome 
“fratura exposta”. 
• Fratura incompleta: envolve uma ruptura 
apenas em parte do perímetro do osso (ex.: 
fratura em galho verde). 
• Fratura patológica: fratura que ocorre em uma 
área de osso doente (ex.: osteoporose, cisto 
ósseo, metástase óssea, tumor), pode ocorrer 
sem traumatismo ou queda. 
• Fraturá-luxação: a fratura envolve uma ruptura 
óssea e encontra-se luxada (removida de sua 
posição normal). 
• Fratura cominutiva: aqui são vários traços de 
fratura, separando o osso em vários pedaços ou 
fragmentos. 
• Fratura em Galho Verde: é a fratura incompleta 
que atravessa apenas uma parte do osso. São 
fraturas geralmente com pequeno desvio e que 
não exigem redução; quando exigem, é feita com 
o alinhamento do eixo dos ossos. Sua ocorrência 
mais comum é em crianças e nos antebraços 
(punho). 
• Fratura Completa: é a fratura na qual o osso 
sofre descontinuidade total.Sinais e sintomas de fraturas 
Quando ocorre uma fratura o paciente apresenta: 
 
• Dor: geralmente o local da fratura está muito 
sensível e a vítima relata dor intensa. 
• Edema: inchaço provocado pelo aumento de 
líquido entre os tecidos secundário ao processo 
inflamatório no local da fratura. 
• Deformidade: a fratura produz uma posição 
anormal ou angulação num local que não tem 
articulação. 
• Impotência funcional: a fratura impede ou 
dificulta os movimentos, devido à dor e à 
alteração musculoesquelética. A vítima 
geralmente protege o local fraturado. 
• Crepitação: é a sensação audível e palpável 
causada pelo atrito entre os fragmentos ósseos 
fraturados (crec, crec). 
• Fragmentos expostos: os fragmentos ósseos 
saem por meio da pele ou podem ser vistos no 
fundo do ferimento 
ATENDIMENTO ÀS FRATURAS EXPOSTAS 
Veremos o atendimento a vítima de fraturas pelo 
protocolo de suporte básico de vida do SAMU 
com minhas explicações e aprofundamentos do 
PHTLS: 
1) Realizar avaliação primária 
Consiste em avaliar a segurança da cena e da 
situação, seguido da avaliação dos sinais de risco 
de morte focando na: responsividade, 
sangramento exsanguinante, abertura de vias 
aéreas, respiração, circulação, avaliação 
neurológica e exposição. Lembra-se do 
XABCDE? 
2) Realizar avaliação secundária 
 
A avaliação secundária é realizada com o exame 
físico mais detalhado e com a verificação da sigla 
SAMPLA (sinais e sintomas, alergias, passado 
médico, se a vítima usou alguma medicação ou 
alimentos, e avaliação do evento). 
O PHTLS reforça alguns aspectos que devem ser 
atentados na avaliação secundária: presença de 
dor, fraqueza, sensibilidade anormal das 
extremidades, dando atenção a: 
1. Ossos e articulações: avaliar deformidades 
por meio da palpação em bus ca de crepitações 
e sensibilidade dolorosa. Se verificada a 
crepitação, não se deve continuar manipulando o 
membro do paciente, deve ser promovida a 
imobilização. 
2. Avaliação de partes moles: as partes moles 
constituem os músculos, nervos e vasos. Nesse 
aspecto deve ser avaliada a presença de 
hematomas, escoriações, alterações da cor da 
pele e o edema. O socorrista deve dar especial 
atenção ao local que se encontra firme, rígido e 
muito doloroso. Pode ser uma síndrome de 
compartimento (muito grave). 
Obs.: A síndrome de compartimento consiste no 
aumento da pressão dentro de uma estrutura do 
corpo pela presença de lesão. O membro fica 
muito inchado e não consegue distender as 
estruturas. Dessa forma, os músculos começam 
a edemaciar muito e comprimir os nervos e vasos 
sanguíneos, resultando em lesão grave e morte 
de células e tecidos. A síndrome compartimental 
é muito dolorosa e pode ser percebida com a pele 
das extremidades mal perfundidas, fria, pálida e 
ausência de pulsos periféricos e de sensibilidade 
após a lesão 
3. Perfusão tecidual: essa será avaliada pela 
presença de pulsos periféricos na extremidade 
traumatizada, cor e temperatura da pele (se mal 
perfundida observaremos a pele fria e pálida). O 
tempo de enchimento capilar pode ser avaliado e 
será detectado um tempo lento de enchimento se 
alteração na perfusão. 
4. Avaliar sensibilidade: avaliação da 
sensibilidade abaixo do local do trauma é 
importante e deve ser percebida após a 
imobilização novamente para ver se foi alterada. 
No caso de fraturas é comum o doente apresentar 
dormência se lesionar um nervo. 
5. Avaliar a função motora: na avaliação motora 
percebemos a mobilização dos 4 segmentos de 
forma anormal e se há fraqueza 
Após a imobilização, a avaliação da função 
motora e sensitiva deve ser repetida para 
identificar se houve uma imobilização inadequada 
com piora desses indicadores. Deve ser retirada 
a imobilização e refeito o enfaixamento. Seguindo 
com nossas condutas no atendimento, o próximo 
passo inclui o controle de sangramento. Porém, 
vale ressaltar que essa atuação está dentro da 
avaliação primária ao ser detectado o 
sangramento, pois é uma situação que aumenta 
o risco de morte. 
6. Controlar sangramento externo com 
curativo compressivo estéril. No caso da 
fratura exposta o sangramento será evidente e 
terá que ser contido para evitar a hemorragia 
intensa e choque hipovolêmico. A técnica 
prioritária é a compressão direta seguida da 
confecção do torniquete (apenas para as 
extremidades). Explicaremos a contenção de 
hemorragias na aula de hemorragia e choque. 
7. Considerar breve limpeza/enxágue dos 
ferimentos abertos com solução salina em caso 
de sujidade grosseira. 
 8. Cobrir ferimentos abertos e/ou extremidades 
ósseas com curativo estéril. 
9. Avaliar pulso periférico e perfusão, 
sensibilidade e mobilidade. 
10. Realizar a imobilização do segmento 
afetado com ênfase para: 
• Retorno à posição anatômica, exceto se presença 
de dor significativa e/ou resistência ao 
reposicionamento; e 
• Escolha da técnica mais apropriada. 
11. Reavaliar pulso periférico e perfusão, 
sensibilidade e mobilidade após a imobilização. 
12. Realizar a mobilização cuidadosa e a 
imobilização adequada da coluna cervical, tronco 
e membros, em prancha longa com alinhamento 
anatômico, sem atraso para o transporte. 
13. Realizar contato com a Regulação Médica 
e passar os dados de forma sistematizada. 
14. Aguardar orientação da Regulação Médica 
para procedimentos e/ ou transporte para a 
unidade de saúde. 
O SAMU chama nossa atenção para não 
recolocar as estruturas ósseas expostas para 
dentro do corpo. Observe como está descrito: 
• Não recolocar o osso exposto para o interior do 
ferimento. 
A fratura fechada será avaliada da mesma forma 
(avaliação primária e secundária); deverá ser 
imobilizado o membro fraturado, e removida a 
vítima para o hospital. 
LUXAÇÃO 
Que é o desalinhamento das extremidades 
ósseas de uma articulação fazendo com que as 
superfícies articulares percam o contato entre si. 
A palavra-chave para luxação nas nossas provas 
é perda do contato dos ossos numa articulação 
Numa luxação, podemos destacar como sinais e 
sintomas: 
Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a 
articulação. 
Edema. 
Deformidade. 
Impotência funcional: a vítima não consegue 
executar atividades com esse membro. 
ENTORSE 
É a torção ou distensão brusca de uma 
articulação, além de seu grau normal de 
amplitude. Causa perda momentânea da 
congruência articular (cápsula articular e/ou 
ligamentos) de uma articulação. Também pode 
ser definida como uma lesão traumática de uma 
articulação, com alongamento, rotura de um ou 
mais ligamentos, sem deslocamento das 
superfícies articulares. A palavra-chave para 
entorse nas nossas provas é distensão da 
articulação e ruptura de ligamentos. A depender 
da gravidade da entorse, a bibliografia a classifica 
em 3 graus: 1º, 2º e 3º grau. Quanto maior o grau 
maior a gravidade. Vamos entender essa divisão: 
• Entorse de grau I: ocorre estiramento ou uma 
pequena rotura das fibras ligamentares com 
pouca ou nenhuma instabilidade articular. Pode 
apresentar dor leve, pouco edema e rigidez 
articular mínima. 
• Entorse de grau II: ocorre alguma rotura e 
separação das fibras ligamentares e instabilidade 
moderada da articulação. Pode-se esperar dor 
moderada a forte, edema e rigidez muscular 
• Entorse de grau III: ocorre rompimento total e 
separação das fibras liga mentares e grande 
instabilidade da articulação. Pode-se esperar dor 
forte, edema, hematoma e rigidez muscular 
AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA 
A amputação traumática é a perda/remoção de 
uma extremidade do corpo de forma total ou 
parcial. Ocorre a separação de um membro do 
restante do corpo e esse segmento ficará sem 
nutrição de sangue, o que levará a necrose (morte 
tecidual). Na amputação total os vasos 
sanguíneos se retraem e a coagulação ocorre de 
forma mais fácil, ocorrerá sangramento, mas não 
tão intensocomo nas amputações parciais. 
Nas amputações parciais o sangramento é mais 
grave e de difícil coagulação, pois ocorrerá o 
tracionamento do segmento pendurado. O que 
devemos fazer diante dessa situação com a 
vítima e com o segmento amputado? 
Basicamente devemos: 
• Priorizar as situações que implicam risco de morte 
(respiração e circulação); 
• Controlar a hemorragia; e 
• Fazer a remoção quando possível com o 
segmento amputado devidamente armazenado 
Vamos aprender os detalhes desse atendimento 
com base nas recomendações do SAMU. 
Condutas: 
1. Realizar avaliação primária com ênfase para a 
manutenção da permeabilidade de vias aéreas e 
da boa ventilação. 
2. Controlar hemorragia no segmento afetado 
(iniciar com compressão direta e considerar o uso 
de torniquete). O torniquete é indicado pelo 
PHTLS e SAMU como segunda opção de 
contenção de sangramento quando a 
compressão direta sobre a lesão não consegue 
conter o sangramento. É importante frisar que o 
PHTLS não indica a compressão indireta da 
artéria próxima a lesão sangrante nem elevação 
do membro; pois, segundo essa referência, essas 
técnicas não têm comprovação científica e fazem 
perder tempo no socorro. 
O PHTLS mostra alguns requisitos que devem ser 
levados em consideração na aplicação do 
torniquete, como: tempo máximo de aplicação, 
técnica de colocação, objetos utilizados, que 
serão detalhados na aula de hemorragias e 
choque. 
3. Cobrir ferimento com curativo seco. 
4. Evitar manipular a lesão que não sangra (pode 
ser rompido o coágulo sanguíneo e ocorrer novo 
sangramento). Após a formação do coágulo que 
faz parar o sangramento, não deve ser 
manipulado o coto do membro para que não volte 
o sangramento. 
5. Oferecer O2 suplementar por máscara não 
reinalante 10 a 15 L/min se SatO2 < 94%. 
6. Monitorizar a oximetria de pulso. 
7. Considerar a possibilidade de choque. 
Percebemos a presença de choque com os 
seguintes sinais: taquicardia; taquipneia; pele fria 
e pálida. 
8. Realizar avaliação secundária. 
9. Realizar cuidados com a parte amputada: 
Atenção aos cuidados com a parte amputada, 
pois é muito cobrada nas provas. 
• realizar breve limpeza com ringer lactato; 
O Manual do SAMU e o PHTLS orientam a 
limpeza do segmento amputado com ringer 
lactato, porém outras bibliografias recomendam o 
uso de soro fisiológico. O ringer lactato favorece 
a vitalidade desse segmento, portanto é o mais 
indicado. Porém, na ausência dele, podemos usar 
o soro fisiológico. 
• Envolver em gaze estéril umedecida com ringer 
lactato; 
• Colocar em saco plástico e identificar; 
• Colocar o saco plástico em outro recipiente com 
gelo (não colocar a parte amputada em contato 
direto com gelo); e 
• Transportar o segmento amputado ao hospital 
adequado com o paciente. Seguem imagens 
sobre o transporte do segmento amputado: 
 
Não se deve perder tempo procurando a parte 
amputada. A prioridade é manter a vítima viva, 
dessa forma, essa é levada ao hospital e na 
sequência, outras pessoas levarão o segmento 
amputado. 
10. Realizar a mobilização cuidadosa e 
considerar imobilização adequada da coluna 
cervical, tronco e membros, em prancha longa 
com alinhamento anatômico, sem atraso para o 
transporte. 
11. Realizar contato com a Regulação Médica e 
passar os dados de forma sistematizada 
Obs.: Considerar a cinemática do trauma e 
sempre buscar lesões associadas em outros 
segmentos. Na identificação do segmento 
amputado deve constar, no mínimo: nome do 
paciente (se disponível); segmento ou parte 
amputada; e data e hora do evento. Os cuidados 
com a parte amputada almejam aumentar o 
tempo de viabilidade do segmento amputado em 
caso de eventual reimplante. 
Não retardar o transporte na tentativa de localizar 
a parte amputada. Policiais ou outros auxiliares 
devem permanecer no local para procurá-la e 
devem ser orientados quanto aos cuidados e à 
forma de transportá-la, sendo informados sobre o 
hospital de destino do paciente 
SÍNDROME DO ESMAGAMENTO 
 Segundo o SAMU, suspeitaremos de 
esmagamento quando houver paciente de trauma 
por mecanismo de compressão de grande massa 
muscular de extremidades, causado por 
soterramento (colapso de estrutura), contenção 
em ferragens ou outro mecanismo que 
comprometa a circulação do membro e concorra 
para tempo prolongado de desencarceramento. 
A síndrome do esmagamento é decorrente de 
traumas que geram pressão contínua e 
prolongada sobre uma extremidade corpórea e 
tem alta mortalidade. O maior risco da lesão por 
esmagamento é a rabdomiólise, que gera 
insuficiência renal e morte. 
No esmagamento, ocorre uma grande lesão 
muscular que libera a mioglobina que lesiona o 
rim porque gera a insuficiência renal aguda. Além 
da mioglobina, o músculo libera muito potássio, 
que em grande quantidade causa arritmias e 
morte por parada cardíaca. O tratamento mais 
efetivo ocorrerá com a infusão de líquidos após a 
chegada do suporte avançado. Mas a atenção do 
socorrista é atentar para as situações de risco 
imediato de morte e remoção rápida. 
Conduta: 
1. Realizar avaliação primária com ênfase para a 
manutenção da permeabilidade de vias aéreas e 
da boa ventilação. 
2. Oferecer O2 suplementar por máscara não 
reinalante 10 a 15 L/min se SatO2 < 94%. 
3. Monitorizar a oximetria de pulso. 
4. Comunicar imediatamente a Regulação Médica 
para a avaliação da possibili dade de apoio do 
SAV e/ou para procedimentos. 
5. Realizar avaliação secundária. 
6. Realizar a mobilização cuidadosa e a 
imobilização adequada da coluna cervical, tronco, 
e membros, em prancha longa com alinhamento 
anatômico, sem atraso para o transporte. 
7. Realizar contato com a Regulação Médica e 
passar os dados de forma sistematizada. 
8. Aguardar orientação da Regulação Médica para 
procedimentos e/ou transpor te para a unidade 
de saúde. 
9. Relatar ao médico receptor no hospital de destino 
o tempo aproximado de encarceramento. 
Obs.: Considerar a cinemática do trauma e 
sempre buscar lesões associadas em outros 
segmentos. Resumindo: no esmagamento, o 
prioritário é manter a vítima viva e fazer a 
remoção precoce. 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
A síndrome de compartimento é uma 
complicação de vários traumas de extremidades. 
Consiste em aumento da pressão dentro de um 
segmento do corpo que vai comprimir vaso 
sanguíneo atrapalhando a circulação e os nervos, 
dificultando a inervação local. 
A estrutura que reveste os músculos a fáscia é 
rígida e não permite estiramento diante de 
edemas. No nosso membro existem vários 
compartimentos (o antebraço tem 3 
compartimentos divididos pela fáscia e a perna 
tem 4 compartimentos), se houver aumento da 
pressão dentro desses compartimentos resulta 
em síndrome compartimental. 
O grande problema da síndrome de 
compartimento é que pode ocorrer necrose nos 
tecidos por falta de irrigação de sangue no local. 
O paciente apresenta uma dor intensa e 
desproporcional a lesão manifestada, ausência 
de sensibilidade ou parestesia e ausência ou 
diminuição do pulso. 
Segundo o PHTLS, as causas mais comuns de 
síndrome de compartimento são: 
• A hemorragia dentro de um compartimento 
devido a fratura ou lesão vascular; e 
• O edema por ausência de fluxo sanguíneo. 
 
A síndrome de compartimento é favorecida se 
houver enfaixamento ou um fator que limite a 
expansão do edema (inchaço). Na hora de 
imobilizar um paciente, o socorrista não deve 
comprimir muito a tala e o enfaixamento para não 
desencadear uma síndrome de compartimento. 
As condutas diante desse quadro são: 
• Remover essas contenções, enfaixamentos; 
• Verificar o pulso e a sensibilidade; e 
• Remover ao hospital, onde será feito o tratamento 
definitivo. 
Sinais Clássicos da Síndrome de 
Compartimento 
 
 
Vale destacar que a ausência de pulso, palidez e 
paralisia são sinais tardiosem que a síndrome de 
compartimento já está instalada com dano de 
necrose muscular e perda desse membro. Na 
palpação podemos perceber o membro firme e 
tenso. 
O atendimento definitivo ocorrerá no hospital com 
a abertura da fáscia e descompressão do 
compartimento, chamado de fasciotomia. Mas 
nos primeiros socorros é fundamental remover 
enfaixamentos e a rapidez no transporte. 
Segundo o SAMU, devemos suspeitar de 
síndrome de compartimento nos (as) pacientes 
vítimas de trauma em extremidades decorrente 
de fraturas, traumas contusos de alta energia, 
esmagamento e queimaduras, dentre outros, 
acompanhados dos seguintes sinais e sintomas: 
• Dor intensa e desproporcional à lesão e/ou 
parestesia (sinais precoces); e Lembre-se de que 
a parestesia é a diminuição da sensibilidade por 
lesão nervosa, o paciente refere sensação de 
formigamento. 
• Ausência de pulso, palidez e/ou paralisia (sinais 
tardios). 
Conduta: 
 1. Realizar avaliação primária. 
2. Realizar avaliação secundária. 
3. Avaliar e remover imobilizações ou 
enfaixamentos circulares apertados. 
4. Reavaliar a perfusão distal constantemente. 
5. Realizar a mobilização cuidadosa e a 
imobilização adequada da coluna cervical, tronco 
e membros, em prancha longa com alinhamento 
anatômico, sem atraso para o transporte. 
6. Realizar contato com a Regulação Médica e 
passar os dados de forma sistematizada. 
7. Aguardar orientação da Regulação Médica 
para procedimentos e/ou transporte para a 
unidade de saúde. 
Obs.: Considerar que imobilizações aplicadas por 
tempo prolongado e/ou enfaixa mento circular 
muito apertado (inclusive aparelho gessado) 
também podem levar à síndrome compartimental. 
Não realizar acesso venoso no membro afetado 
Tratamento Pré-Hospitalar da Vítima de 
Trauma de Extremidades e Imobilização 
No começo da avaliação de um paciente com 
trauma em extremidade, deve- -se priorizar o 
atendimento a situações graves, ou seja, que 
tenha risco de morte, como a parada cardíaca, 
respiratória e sangramentos em grandes 
quantidades. Porém, quando o paciente está 
estável, do ponto de vista clínico, a avaliação das 
extremidades deve ser feita em busca de lesões 
Prioridade: controle de hemorragias e 
permeabilidade da via aérea. Quando o paciente 
apresenta entorse, luxação ou fratura é 
necessário atendimento imediato para melhoria 
do quadro clínico por meio da imobilização. 
A imobilização deve ser realizada de forma 
adequada e o transporte ao hospital ocorrerá na 
sequência para realização de exame de imagem 
e definição de conduta mais específica. Mas 
porque devemos imobilizar as extremidades 
lesionadas? Vamos entender! Razões para a 
imobilização: 
• Alívio da dor; 
• Prevenção de outras lesões de músculos, nervos 
e vasos sanguíneos que estão próximos ao osso 
fraturado; 
• Manutenção da perfusão (irrigação sanguínea) no 
membro lesionado. 
Tipos de imobilização: 
1. Talas rígidas: dispositivos não flexíveis 
adaptados à extremidade fraturada para manter 
sua estabilidade e imobilização. Pode ser de 
madeira, papelão, arame ou alumínio recoberto 
de material plástico. Servem para imobilizar: 
mãos, pés, punhos, tornozelos, antebraços e 
pernas 
2. Talas de tração: são indicadas para imobilizar 
fraturas da diáfise (parte do meio) do fêmur em 
pacientes estáveis. 
O fêmur é um osso que fica envolto pelo músculo 
da coxa (quadríceps), quando ocorre fratura 
nesse osso, o músculo quadríceps traciona o 
segmento fraturado para cima do outro fragmento 
ósseo. Resultado, as extremidades fraturadas 
pontiagudas ficam lesionando nervos, vasos e 
músculos, levando a hemorragia. 
Dessa forma, precisamos fazer uma tração na 
perna antes de imobilizar o membro inferior do 
paciente. O uso da tala de tração ajuda no 
controle da dor e estabilização do segmento 
fraturado. A desvantagem na aplicação da tala de 
tração é que demora mais para insta lar, precisa 
de treinamento dos socorristas e demanda pelo 
menos dois socorristas para instalação (um para 
tracionar o membro inferior e outro para medir, 
montar e instalar a tala de tração). 
Essas talas de tração não podem ser aplicadas 
quando há fraturas de fêmur associadas a lesões 
no joelho, luxações coxofemorais, fraturas de 
pelve, ou seja, apenas deve ser utilizada nas 
fraturas isoladas de fêmur. Caso ocorra essas 
situações de forma simultânea, o indicado é a tala 
rígida 
3. Prancha longa: serve para uma imobilização 
mais completa do paciente e também para ajudar 
no transporte para o hospital. 
Nas fraturas dos membros superiores, podemos 
usar outros materiais para imobilização como: 
bandagens, enfaixamento, ataduras, tipoias e 
talas rígidas. Nas fraturas de pelve (quadril) 
podemos utilizar o KED (Kendrick Extrication 
Device) invertido, ou um imobilizador próprio de 
quadril. 
No ambiente hospitalar, após a realização de 
exames de imagem, o médico de verá indicar 
uma imobilização mais específica como uso do 
gesso, da tração cutânea, da tração 
transesquelética e da indicação cirúrgica para 
fixar a fratura

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