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1 2 3 OBSERVAÇÕES INICIAIS A prova objetiva do TJSP foi aplicada dia 02/04/2023, após um excelente aulão de véspera realizado em São Paulo (onde fomos bem efetivos em antecipações!). Assim que tivemos acesso ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do Mege, nós também ficamos ansiosos como vocês e corremos para entregar tudo dentro do prazo recursal. Missão cumprida! A nossa intenção neste material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise da elaboração de seus recursos, além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão de temas cobrados no certame e verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase. Na verdade, esse estudo já virou uma tradição obrigatória. O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as finalidades informadas e concluída por nosso time específico de 1ª fase de magistratura, sem maiores pretensões de aprofundamento ou trabalho editorial neste momento, que é de puro apoio (e não fica na detectação de questões antecipadas em nossas várias formas de atuação – pois o tempo é curto para tal fim). No entanto, a nossa felicidade foi imensa ao constatarmos o quanto nosso apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto nossos alunos do clube da Magistratura estão bem direcionados independentemente do nível da prova a ser aplicada. Os feedbacks de vocês enchem nosso coração de alegria! São alunos que relatam o aumento de pontuação em 15, 20 e até 25 pontos em poucos meses ao nosso lado. O corte, neste momento, segue estimado em 80 acertos para ampla concorrência. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas às pessoas com deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se inscreveram às vagas reservadas aos(às) candidatos(as) negros(as), precisam acertar 60 questões para avançarem de fase (conforme item 9.7.3.1 do edital de abertura). 9.7.3.1. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas às pessoas com deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se inscreverem às vagas reservadas aos(às) candidatos(as) negros(as) serão convocados para a segunda etapa, desde que tenham obtido a nota mínima exigida para todos(as) os(as) outros(as) candidatos(as), sem prejuízo dos classificados em ampla concorrência, conforme o caso destacado no subitem 9.7.1, nos termos do art. 44, § 2º, da Resolução CNJ nº 75/2009, e art. 2º, § 3º, da Resolução CNJ nº 203/2015. 4 Os nossos professores entendem que 8 (oito) questões, em especial, estão envolvidas em maiores polêmicas a serem apreciadas (18, 33, 41, 48, 49, 75, 93, 95) e, portanto, podem ter suas situações alteradas na fase recursal, o que deixa em aberto a nota de corte para outras possibilidades. Diante disso, em nosso sentimento, ainda é possível sonhar com a aprovação na ampla concorrência com a nota 77 (tendo como parâmetro o corte atual em 80). A sua maior ou menor probabilidade dependerá do aproveitamento das questões mais polêmicas. Trata-se de mera opinião de parâmetro de circunstancial de tudo que temos de informação neste momento. Em cotas, deve-se analisar o desempenho nas questões que apontamos com maior probabilidade de mudança, portanto, notas como 55/56/57 passam a ter boas chances. Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. Não temos como cravar quantas questões efetivamente serão afetadas, mas guardem esta informação de parâmetro para verificarem suas chances reais! Aos alunos das turmas do Mege para o TJSP (pré-edital, pós-edital e mega revisão), pedimos que não deixem de reler os conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos próximos desafios (e também para a 2ª fase do concurso, aos que prosseguirão – já tivemos caso de uma prova discursiva inteira tratada nas rodadas da turma da prova objetiva de reta final. Isso ocorreu no TJAP, mas em praticamente todo TJ boa parte da prova também já tratada desde o estudo para 1ª fase). Como perceberam, o estudo em sprint final sempre é revertido em pontos decisivos. As turmas de reta final são um sucesso desde nossa primeira edição. O trabalho de pesquisa faz a diferença! É importante mencionar que o Clube do Magistratura também é extremamente valioso para qualquer nível de prova para carreira (especialmente por tratar de um edital completo ao longo de 1 ano – e aqui falamos, sem qualquer receio, em todas as fases). Não fizemos maiores apontamentos sobre ele neste material pelo curto tempo de comparativo temático de sua produção com as questões de prova. No entanto, diante da imensa produção do clube da magistratura, dificilmente uma prova de magistratura apresenta questão que fuja de nossos olhos e produções. Inclusive em Humanística. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo em menor prazo. Portanto, ainda há tempo de evoluir para os próximos desafios. É válido citar que, neste momento, estamos com inscrições abertas para as 2 (duas) turmas de retas finais. 5 LINK abaixo para turma de reta final do TJES LINK para turma de reta final do TJMS SEGUNDO O SITE OLHO NA VAGA 82% dos candidatos que obtiveram as melhores notas estudaram no Mege! Até parece uma imagem colada de outra turma do tanto que tem sido assim, nossos alunos, novamente, deram um show em relação aos demais cursos cadastrados! O gráfico abaixo representa o desempenho geral da resposta comparativa de nossos alunos (conforme gabarito e possível nota de corte). Algo apurado em plataforma que não temos qualquer tipo de vínculo ou parceira - informação genuína e que nos enche de orgulho. Pelas matrículas nas turmas de 2ª fase temos uma boa percepção que vocês estão realmente engajados em fazer bonito novamente! https://loja.mege.com.br/proposta/tjesretafinal https://loja.mege.com.br/proposta/tjmsretafinal2023 6 Em nossa análise, sobre caminhos pós-prova no TJSP, entendemos que esse direcionamento esquematizado pode orientar da melhor forma. Sobre a nota de corte de ampla concorrência (estimada em 80 pontos), diante das polêmicas apontadas como possíveis anulações, estimamos que até 77 pontos seria possível imaginar uma chance de 2ª fase (com bom aproveitamento de anuladas). Em cotas, 55 seria esse limite indicado, diante das possibilidades de anulações que apontamos (e o aluno tiver errado em grande as questões indicadas). É uma chance remota, mas é possível e deve ser visto caso a caso. SE VOCÊ NÃO FOI TÃO BEM NO TJSP NÃO SE DESESPERE! O Clube da Magistratura foi pensado para todos os níveis de concurseiro da carreira. Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso, entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2023.1), Nossa turma mais completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha acesso a todas as retas finais de magistratura que atuamos). Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do concurso. Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado. Vale a pena conferir! CLUBE DA MAGISTRATURA 2023.1 A SEGUNDA FASE É LOGO ALI! Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para turma de 2ª fase TJSP (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio. O estudo de sentenças e discursivas(aqui inclusa ainda uma abordagem ampla para Humanística específica para o TJSP), a experiência de redigir e ter correções de provas manuscritas, tudo devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. Uma equipe que conta com ex-examinadores em correções e um time focado em turmas de 2ª fase de magistratura desde 2015. https://clube.mege.com.br/clube-da-magistratura-2023/ 7 As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no carrinho de compra! Os links para inscrição nas turmas de 2ª fase seguem conforme abaixo (em promoção de lançamento): TJSP (2ª fase - TURMA 1: COM CORREÇÕES PERSONALIZADAS) TJSP (2ª fase - TURMA 2: SEM CORREÇÕES PERSONALIZADAS) CUPONS DE DESCONTO PARA EX-ALUNOS Turma 1 (COM correções): TJSP100 (desconto extra de R$100,00) Turma 2 (SEM correções): TJSP50 (desconto extra de R$50,00) Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do TJSP 190. Seguiremos firmes em um trabalho realmente específico também para 2ª fase deste desafio que conhecemos tão bem! No concurso 189, 78% dos aprovados na 2ª fase estudaram ao nosso lado (8 entre os 10 primeiros da discursiva; 7 entre os 10 primeiros na sentença cível e 7 entre os primeiros na sentença penal). Vamos firmes em busca de novos sonhos realizados. Bons estudos! Arnaldo Bruno Oliveira1 Equipe Mege 1 Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para envio de mensagens sobre o Mege). https://loja.mege.com.br/proposta/tjsp190correcoespersonalizadas https://loja.mege.com.br/proposta/tjsp190espelhosdecorrecao 8 SUMÁRIO DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 9 DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 24 DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 34 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 42 DIREITO PENAL ............................................................................................................ 45 DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 53 DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 65 DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 73 DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 80 DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................. 87 DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................... 94 DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 98 NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA ..................................... 111 9 DIREITO CIVIL 01. O Banco do Brasil S/A emprestou R$ 494.000,00 para Caio comprar um imóvel no litoral de São Paulo, com garantia hipotecária. Além dessa dívida com o Banco do Brasil, Caio deve R$ 206.000,00 para Tício, R$ 320.000,00 para a empresa fornecedora de gêneros alimentícios e R$ 55.000,00 para Mirtes. Caio, em razão da pandemia do Covid- 19, não conseguiu pagar as dívidas. O Banco do Brasil já ingressou com ação de execução hipotecária. Os outros credores já avisaram que ingressarão com ações para cobrar os seus créditos. Diante dessa situação, Caio resolveu doar ao seu único filho Benites o terreno que adquiriu em São Paulo quando sua situação financeira era equilibrada, ou seja, bem antes das dívidas e logo após a morte da sua esposa Brenda. A escritura pública de doação foi lavrada em 10 de janeiro de 2023. O terreno doado foi avaliado em R$ 1.300.000,00. Um dos credores quer discutir a doação em juízo, pois Caio não tem outros bens para a satisfação dos créditos. Considerando as informações, assinale a alternativa CORRETA. (A) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Nesses casos, não se exige a intenção de fraudar (o consilium fraudis). A causa do reconhecimento da fraude contra credores deixa de ser subjetiva (manifestação de vontade com o intuito de fraudar), para ser objetiva (redução do devedor à insolvência). (B) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores, como lesivos dos seus direitos. O Código Civil autoriza a utilização da ação pauliana por credor quirografário e por credor cujo crédito esteja munido de garantia real, ainda que esta seja suficiente para o cumprimento da obrigação. (C) Parcela significativa da doutrina tem sustentado que o negócio jurídico em fraude contra credores é apenas ineficaz para o credor. No entanto, mesmo adotado esse entendimento doutrinário, o reconhecimento da fraude promoverá o retorno do bem ao acervo do devedor, permitindo que outros credores possam também obter a satisfação dos seus créditos. (D) A ação para anular negócio jurídico praticado em fraude contra credores, segundo o regime jurídico estabelecido no Código Civil de 2002, é desconstitutiva (constitutiva negativa), sujeitando-se a prazo decadencial de 4 (quatro) anos para o seu ajuizamento. O prazo decadencial deve ser contado do dia em que o credor lesado tomou conhecimento do negócio jurídico, independentemente de eventual presunção decorrente do registro de imóveis. _______________________________________________________________________ GABARITO: A 10 COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 01 do Reta Final do TJSP. (A) CORRETA. A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que o devedor insolvente ou próximo a essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos, causando prejuízo aos seus credores. A doutrina aponta como requisitos para a fraude contra credores: (a) critério objetivo, consistente no evento danoso [eventus damni], isto é, na hipótese de efetivo prejuízo aos credores; e (b) critério subjetivo, consistente no conluio entre as partes do negócio jurídico [consilium fraudis]. A necessidade de prova dos requisitos dependerá da hipótese de fraude. No caso da transmissão gratuita de bens e remissão de dívidas (art. 158, caput, do CC), bastará a presença do requisito objetivo, não importando a análise do requisito subjetivo, vale dizer, pouco importa se o beneficiado pelo ato tinha ciência ou não da situação de insolvência ou da vontade de prejudicar terceiros. Art. 178, II: “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico”. (B) INCORRETA. CC: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. Note que a ação pauliana é direcionada para os credores quirografários. (C) INCORRETA. CC:Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada. O negócio jurídico com fraude contra credores é anulável, não ineficaz. (D) INCORRETA. A natureza jurídica da ação pauliana é objeto de grande controvérsia doutrinária. Para alguns doutrinadores, seguindo a linha do Código Civil, a ação pauliana terá natureza constitutiva negativa, já que o ato é anulável, produzindo efeitos até então. Nos termos do art. 178, II, do CC, a ação pauliana está sujeita ao prazo decadencial de 4 11 anos contados do dia em que se realizou o negócio jurídico. _______________________________________________________________________ 02. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos bilaterais. (A) Nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Não se admite, porém, que o devedor exerça a exceção de contrato não cumprido por antecipação, ou seja, antes do termo da prestação. Vale dizer, não existe, em hipótese alguma, exceção por antecipação. (B) A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Apesar da literalidade do Código Civil de 2002, em harmonia com a função social do contrato e em atendimento ao princípio da boa-fé objetiva, a teoria do substancial adimplemento do contrato, quando aplicável, visa a impedir o uso potestativo do direito de resolução por parte do credor. (C) Se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, na hipótese de execução continuada ou diferida, com extrema vantagem para a outra, em razão de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. A onerosidade excessiva, no Código Civil, enseja apenas a resolução, não se autorizando que se peça a revisão do contrato. (D) As perdas e danos não dependem da imputabilidade da causa da resolução por inadimplemento. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 07 de Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. Exceptio non adimpleti contractus (art. 476 do CC): Nos contratos bilaterais (sinalagmáticos), nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento do outro. Havendo o descumprimento bilateral, ou seja, de ambas as partes, o contrato reputar-se-á extinto. É possível ao devedor o exercício de contrato não cumprido por antecipação, isto é, antes do termos da prestação. Essa possibilidade existe quando mostrar-se previsível o descumprimento da prestação pela contraparte. Assim, o inadimplemento antecipado pode ser caracterizado como o inadimplemento que ocorre quando uma das partes da relação obrigacional, antes do momento em que deveria executar determinada prestação, renuncia ao contrato ou coloca-se, por ato próprio, em posição que torne impossível o cumprimento da obrigação. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à 12 prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. (B) CORRETA. CC: Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Enunciado 361: O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475. A teoria do substancial adimplemento visa a impedir o uso desequilibrado do direito de resolução por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da preservação da avença, com vistas à realização dos princípios da boa-fé e da função social do contrato" (REsp 1.051.270). Apesar de não estar expresso na legislação brasileira, tanto a doutrina quanto a jurisprudência entendem que tal instituto confere maior estabilidade jurídica às relações contratuais e protege os contratantes que, por motivos excepcionais e imprevisíveis, não conseguem cumprir de imediato o que foi pactuado. Essa restrição da prerrogativa de resolução contratual por quem tem a receber é construção do direito Inglês do Século XVIII, tendo se irradiado depois para os países que adotam o sistema de civil law, a exemplo o Brasil. É certo que não se trata de uma proteção a quem, por livre e espontânea vontade, deixa de cumprir as obrigações firmadas. Diante disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem decidido que, para a aplicação da teoria, o montante já pago pelo devedor deve alcançar patamar considerável em relação à dívida, de forma a não onerar ou penalizar o credor. (C) INCORRETA. CC: Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Enunciado 365: A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como elemento acidental da alteração das circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração plena. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. (D) INCORRETA. Enunciado 31: As perdas e danos mencionados no art. 475 do novo Código Civil dependem da imputabilidade da causa da possível resolução. 13 _______________________________________________________________________ 03. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos de compra e venda. (A) Sob pena de anulação, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública, pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos que estejam sob a sua esfera administrativa imediata. (B) Da mesma forma que o Código Civil de 1916, o Código Civil de 2002 considera nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. (C) As despesas de escritura e registro ficarão sempre a cargo do comprador; e a cargo do vendedor, as da tradição. (D) Anula-se a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente consentirem. Engloba-se nessa regra qualquer relação na linha reta. A anuência de netos e bisnetos será exigível apenas quando tiverem interesse sucessório direto. Desse modo, os netos devem consentir com a venda de um imóvel pelo avô ao seu tio se o pai já faleceu. Se os filhos estiverem vivos, os netos não serão chamados. _______________________________________________________________________ GABARITO: D COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. CC: Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração; II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; III - pelosjuízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. (B) INCORRETA. CC: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do 14 cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. (C) INCORRETA. CC: Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. (D) CORRETA. CC: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. _______________________________________________________________________ 04. João alugou ao amigo Marcelo o imóvel residencial situado no Município de Santos, no Estado de São Paulo. O contrato escrito foi firmado em 8 de janeiro de 2019, com prazo de duração de 24 (vinte e quatro) meses. Ao término do prazo, o contrato foi prorrogado por tempo indeterminado, mantidas as mesmas condições e cláusulas do contrato findo. Após 4 (quatro) anos da celebração da locação, não havendo mais interesse na manutenção do contrato, sem qualquer motivo específico, João telefonou para o locatário Marcelo. O locatário, informalmente, deixou claro que não iria desocupar o imóvel, pois não estava com tempo para fazer sua mudança. Diante da recusa verbal do locatário, o que deverá fazer João para compelir Marcelo a desocupar o imóvel? (A) Denunciar a locação, encaminhando notificação para desocupação imediata do imóvel. Não havendo desocupação, deverá ingressar com ação de despejo (denúncia vazia). (B) Considerar denunciada a locação em razão do contato telefônico e, imediatamente, ingressar com ação de despejo. (C) Denunciar a locação somente depois de 5 (cinco) anos da celebração do contrato. Após, caso o imóvel não seja desocupado, deverá ingressar com ação de despejo (denúncia vazia). (D) Denunciar a locação, encaminhando notificação com concessão de prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação do imóvel. Após, caso o imóvel não seja desocupado, deverá ingressar com ação de despejo (denúncia vazia). _______________________________________________________________________ GABARITO: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. No mais, os contratos firmados com prazo inferior a 30 meses, só podem ser desfeitos por denúncia cheia, nos casos previstos nos incisos do art. 47 da Lei de Locações. No caso, João não deu nenhum 15 motivo específico para o término. (B) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. (C) CORRETA.Lei 8.245/91: Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: I - Nos casos do art. 9º; II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego; III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento; V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. § 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente demonstrada, se: a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel anteriormente; b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel próprio. § 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. Segundo o STJ, o termo inicial de contagem do prazo para a denúncia vazia, nas hipóteses de que trata o inciso V do artigo 47 da Lei de Locações (Lei 8.245/1991), coincide com a formação do vínculo contratual. REsp 1511978. (D) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. _______________________________________________________________________ 05. Sobre o contrato de seguro, segundo a jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar: (A) a cobertura, no seguro de vida, deve abranger os casos de sinistros ou acidentes decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas, salvo em se tratando de suicídio ocorrido dentro dos 2 (dois) primeiros anos do contrato. (B) a embriaguez do segurado exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro, inclusive em se tratando de seguro de vida. (C) a correção monetária sobre a indenização securitária, nos contratos regidos pelo Código Civil, incide a partir do sinistro até o efetivo pagamento. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm#_blank 16 (D) a seguradora, não havendo prova da premeditação da morte, está obrigada a indenizar o suicídio mesmo antes dos 2 (dois) anos do contrato. _______________________________________________________________________ GABARITO: A COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. RECURSO ESPECIAL. SEGURO DE VIDA ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE DO CONDUTOR SEGURADO. EMBRIAGUEZ. NEGATIVA DE COBERTURA PELA SEGURADORA. ALEGAÇÃO DE AGRAVAMENTO DE RISCO. INGESTÃO DE BEBIDA ALCOÓLICA. SÚMULA 620/STJ. CONFIRMAÇÃO. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. 1. A jurisprudência desta Corte e a do egrégio Supremo Tribunal Federal, firmada ainda sob a vigência do Código Civil de 1916 e mantida sob a vigência do novo Código Civil, é consolidada no sentido de que o seguro de vida cobre até mesmo os casos de suicídio, desde que não tenha havido premeditação (Súmulas 61/STJ e 105/STF). 2. Já em consonância com o novo Código Civil, a Segunda Seção desta Corte consolidou seu entendimento para preconizar que "o legislador estabeleceu critério objetivo para regular a matéria, tornando irrelevante a discussão a respeito da premeditação da morte" e que a seguradora não está obrigada a indenizar apenas o suicídio ocorrido dentro dos dois primeiros anos do contrato" (AgRg nos EDcl nos EREsp 1.076.942/PR, Segunda Seção, Rel. p/ acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA). 3. Na mesma esteira, a jurisprudência da eg. Segunda Seção, inclusive arrimada em significativo precedente da eg. Terceira Turma (REsp 1.665.701/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA), assentou que, "com mais razão, a cobertura do contrato de seguro de vida deve abranger os casos de sinistros ou acidentes decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas, ressalvado o suicídio ocorrido dentro dos dois primeiros anos do contrato" (EREsp 973.725/SP, Relator Ministro LÁZARO GUIMARÃES). 4. Em função do julgamento dos EREsp 973.725/SP, a eg. Segunda Seçãoeditou a Súmula 620/STJ com a seguinte redação: "A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida." 5. Recurso especial desprovido. (REsp n. 1.999.624/PR, relator Ministro Raul Araújo, Segunda Seção, julgado em 28/9/2022, DJe de 2/12/2022.) Súmula 620 do STJ: “A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida”. Súmula 610 do STJ: “O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada”. 17 (B) INCORRETA. Vide comentários alternativa A. (C) INCORRETA. Vide comentários alternativa A. Súmula 632 do STJ: “Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção monetária sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento”. (D) INCORRETA. Vide comentários alternativa A. _______________________________________________________________________ 06. Basílio emprestou R$ 30.000,00 para Marcela. Exigiu garantia fidejussória. O contrato foi assinado por Marcela e pelo fiador Joaquim. Marcela não pagou a dívida. Basílio ingressou com ação em face da devedora principal e do fiador. Considerando que Joaquim, no momento da contratação, omitiu que era casado com Maria, assinale a alternativa correta sobre o contrato de fiança, segundo a jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça. (A) A responsabilidade do fiador pode exceder a dívida principal atribuída ao afiançado e ser contraída em condições mais onerosas. E, não sendo limitada, compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do devedor. (B) A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia, salvo se o fiador emitir declaração falsa para ocultar seu estado civil de casado. (C) A fiança sem autorização do companheiro em união estável implica a ineficácia parcial da garantia. Não há, nesse caso, diferença de tratamento entre casamento e união estável. (D) O fiador pode exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da sentença, durante 60 (sessenta) dias após a notificação do credor. Assim, dispensa-se o processo judicial, exigindo-se apenas a notificação. Essa regra do Código Civil se aplica igualmente às locações residenciais e não residenciais de imóveis urbanos, inclusive no que tange ao prazo para a exoneração da fiança. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. Vide comentários alternativa B. CC: Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador. Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada. 18 (B) CORRETA. O STJ fixou tese relativa a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges: Conforme a Súmula 332 do STJ, a falta de autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia, salvo nos casos em que o fiador emitir declaração falsa, ocultando seu estado civil de casado. (C) INCORRETA. Vide comentários alternativa B. Na união estável não se exige o consentimento do companheiro para a prática dos atos previstos no art. 1.647 do CC. O STJ considera que a fiança prestada sem a autorização do companheiro é válida porque é impossível ao credor saber se o fiador vive ou não em união estável com alguém. Como para a caracterização da união estável não se exige um ato formal, solene e público, como no casamento, fica difícil ao credor se proteger de eventuais prejuízos porque ele nunca terá plena certeza se o fiador possui ou não um companheiro. Resp 1299894/DF. (D) INCORRETA. CC: Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor. Art. 12, §2º da Lei 8.245/1991, o fiador fica responsável pelos 120 dias seguintes à notificação no caso de sub-rogação da locação por morte, separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável do locatário, bem como nos casos de prorrogação da locação por prazo indeterminado, segundo o art. 40, inc. X da mesma lei. _______________________________________________________________________ 07. Assinale a alternativa CORRETA sobre a hipoteca. (A) A hipoteca judiciária está prevista no Código Civil e no Código de Processo Civil. Pode- se dizer que se trata de um efeito anexo da sentença que condena o réu ao pagamento de prestações em dinheiro e a que determina a conversão da prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária. A sentença valerá como título constitutivo da hipoteca judiciária, independentemente do requerimento da parte no processo judicial, ainda que exista recurso recebido com efeito suspensivo. (B) A hipoteca convencional, que decorre do ajuste das partes, terá duração máxima de 30 (trinta) anos. Decorrido esse prazo, a hipoteca é extinta, independentemente do vencimento da dívida que ela assegura. A constituição de nova hipoteca depende de novo título e de novo registro. Essa sistemática prevista na lei civil também se aplica para a hipoteca legal. (C) A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Nesse caso, a execução da hipoteca não dependerá de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição ou ao montante da dívida. (D) A arrematação ou adjudicação do imóvel hipotecado é causa extintiva da hipoteca, devidamente registrada, desde que o credor hipotecário tenha sido previamente intimado nos autos da execução. _______________________________________________________________________ 19 GABARITO: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. A hipoteca judiciária é meio hábil para assegurar futura execução de sentença condenatória. É o que uma parcela da doutrina costuma chamar de “efeito anexo da sentença”, pois decorre automaticamente da própria lei processual. Por meio da hipoteca judiciária, é gravado bem imóvel (ou outro dos arrolados no art. 810 do Código Civil) de propriedade da parte condenada ao pagamento de dinheiro ou entrega de coisa, estabelecendo-se, em prol do juízo e do vencedor, um instrumento que ajuda a tornar eficaz a sentença. Nos termos do art. 466 do CPC: “A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação consistente em dinheiro ou em coisa valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.” Note que ela é prevista apenas no CPC e não no CC. (B) INCORRETA. CC: Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em completando vinte anos, deve ser renovada. É dizer, a hipoteca legal, apesar de ser ilimitada no tempo, deve ser renovada após 20 anos de eficácia, uma vez que a espécie perdura enquanto vige a situação descrita na lei. (C) INCORRETA. CC: “Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. § 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao montante da dívida”. (D) CORRETA. CC: Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: I - pela extinção da obrigaçãoprincipal; II - pelo perecimento da coisa; III - pela resolução da propriedade; IV - pela renúncia do credor; V - pela remição; VI - pela arrematação ou adjudicação. Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação ou adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os 20 respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes na execução. _______________________________________________________________________ 08. Sobre o direito sucessório, é CORRETO afirmar: (A) a renúncia abdicativa da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. Para que se caracterize a renúncia, o renunciante deve renunciar indistintamente em favor de todos os coerdeiros. A renúncia feita sem observância da forma prescrita no Código Civil pode ser anulada. (B) aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. O princípio da saisine não se aplica ao Poder Público, pois este não é considerado herdeiro no Código Civil de 2002. Sendo jacente a herança, somente depois da declaração expressa da vacância, decorrido o prazo de 5 (cinco) anos da abertura da sucessão, é que estes bens passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, ou incorporados ao domínio da União quando situados em território federal. (C) o Código Civil protege o cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, garantindo- lhe direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, ainda que não seja o único daquela natureza a inventariar. (D) com a morte do autor da herança, o legatário torna- -se titular do domínio da coisa certa existente no acervo hereditário, ainda que o legado esteja sujeito a condição suspensiva. Contudo, a posse da coisa legada não é deferida de imediato quando da abertura da sucessão, diferentemente do que se aplica com a posse do acervo hereditário. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 13 de Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. Renúncia é a declaração de vontade por meio da qual o herdeiro recusa a herança que lhe fora encaminhada, de forma irrevogável, tornando insubsistente a transmissão ficta. Dessa forma, no momento da renúncia, a transmissão tem-se por não verificada (art. 1.804, parágrafo único, do CC). Espécies de Renúncia: - Translativa - É aquela operada em favor de alguém (ex.: filhos renunciam em favor da mãe). - Puramente Abdicativa - É aquela em que o herdeiro renuncia pura e simplesmente, sem encaminhar sua parte a quem deseje, o que faz com que sua parte seja acrescida ao monte para partilha entre os demais herdeiros, se houver. 21 A renúncia é sempre solene, assim deve constar expressamente de instrumento público ou de termo judicial (art. 1.806 do CC), não sendo possível que se dê por partes ou de modo condicional ou a termo (art. 1.808 do CC). A renúncia feita sem observância da forma prescrita no Código Civil é nula, não anulável (arts. 166, IV e 169 do CC). (B) CORRETA. Consiste o droit de saisine no reconhecimento, ainda que por ficção jurídica, da transmissão imediata e automática do domínio e da posse da herança aos herdeiros legítimos e testamentários, no instante da abertura da sucessão, que ocorre com a morte. O princípio da “saisine”, portanto, pode ser definido como a regra fundamental do Direito Sucessório, pela qual a morte opera a imediata transferência da herança aos seus sucessores legítimos e testamentários. No que atine a sua aplicação ao Poder Público, importante destacar a existência de entendimentos no sentido de que a Fazenda Pública não é beneficiária da saisine, uma vez que seria sucessor supletivo, na falta de herdeiro legítimo ou testamentário, ou de legatário. Esse entendimento ficou fortalecido com a redação dada pelo art. 1.829 do Código Civil de 2002, que suprimiu a referência à Fazenda Pública, prevista no Código civil de 1916, em relação à ordem de vocação hereditária dos sucessores legítimos. Todavia, o art. 1.844 prevê que não sobrevivendo cônjuge, companheiro, ou parente sucessível, a herança é transmitida à Fazenda Pública, desde a abertura da sucessão, não o fazendo depender de cumprimento de qualquer requisito ou de eficácia retroativa da decisão judicial. Assim, se não há parente sucessível ou, se este não a tiver renunciado, a aquisição da herança pela Fazenda Pública dá-se do mesmo modo que a prevista para os demais sucessores, ou seja, por força de lei e de modo automático na data da abertura da sucessão, com uma nota adicional: a Fazenda Pública não pode renunciar à herança. Também para a Fazenda Pública vale o princípio de que os bens não restam sem titular”. (IX Congresso Brasileiro de Direito de Família. Famílias: Pluralidade e Felicidade DIREITO CONSTITUCIONAL À HERANÇA, SAISINE E LIBERDADE DE TESTAR. https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf). Ressalte-se, por fim, que o STJ possui julgados no sentido de que "é entendimento consolidado neste Superior Tribunal de Justiça que os bens jacentes são transferidos ao ente público no momento da declaração da vacância, não se aplicando, desta forma, o princípio da saisine" (AgRg no Ag 851.228/RJ, Rel. Min. SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 13/10/2008). 3. Razões do agravo interno que não alteram as conclusões da decisão agravada, no sentido do desprovimento do recurso especial. 4. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (AgInt no REsp n. 1.283.365/RJ, relator Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 15/4/2019, DJe de 25/4/2019.). Diante disso, apesar de considerada como correta a alternativa B, em tese seria cabível recurso, uma vez que não há consenso doutrinário sobre o assunto, em que pese https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf 22 decisões do STJ pela não aplicação. (C) INCORRETA. CC: art. 1.831: “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar”. (D) INCORRETA. CC: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. _______________________________________________________________________ 09. Sobre os alimentos, nos termos da jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar: (A) a obrigação alimentar do pai em relação aos filhos cessa automaticamente com o advento da maioridade. (B) é irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros, mas pode o credor renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados. A irrenunciabilidade atinge o direito e o seu exercício. (C) o Código Civil prevê o dever de solidariedade alimentar decorrente do parentesco, facultando-se ao alimentando a possibilidade de formular novo pedido de alimentos direcionado a seus familiares, caso necessário. (D) os alimentos gravídicos visam a auxiliar a mulher gestante nas despesas decorrentes da gravidez, da concepção ao parto. A gestante é a beneficiária direta dos alimentos gravídicos, resguardando-se, assim, ainda que indiretamente, os direitos do próprio nascituro. Contudo, com o nascimento com vida da criança, esses alimentos são extintos ou perdem seu objeto, isto é, não podem ser convertidos automaticamente em pensão alimentícia. _______________________________________________________________________ GABARITO: C COMENTÁRIOS Assunto abordado na rodada 13 do Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. Súmula 358 do STJ: “O cancelamento de pensão alimentíciade filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. (B) INCORRETA. É irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros (art. 1.707 do Código Civil), mas pode o credor renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados, isso porque a irrenunciabilidade atinge o direito, e não o seu exercício. Resp 23 nº 1.529.532 – DF. (C) CORRETA. O ordenamento pátrio prevê o dever de solidariedade alimentar decorrente do parentesco (arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil), facultando-se à alimentanda a possibilidade de formular novo pedido de alimentos direcionado a seus familiares caso necessário. Resp nº 1.688.619 – MG. Note que apesar de falar em solidariedade, não está se referindo a obrigação solidária, mas do dever de solidariedade. (D) INCORRETA. Lei 11.804/08 (Lei de Alimentos gravídicos): Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. _______________________________________________________________________ 10. Sobre a responsabilidade civil, segundo o entendimento dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa CORRETA. (A) A indenização é medida pela extensão do dano, mas havendo excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o prejuízo causado, pode haver a redução equitativa do montante indenizatório. Em outras palavras, a redução equitativa da indenização prevista no Código Civil tem caráter excepcional e somente será realizada quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta do agente. (B) A vítima, ainda que se trate de família de baixa renda, deve provar a dependência econômica para ter direito à pensão por ato ilícito. Não há que se falar nesse caso em presunção relativa de necessidade. (C) A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, não se admitindo a excludente do fato exclusivo de terceiro. (D) A prisão civil decretada por descumprimento de obrigação alimentar decorrente de ato ilícito é legal, pois a exceção prevista na Constituição Federal sobre o tema não exige obrigação de pagar alimentos decorrente do Direito de Família. _______________________________________________________________________ GABARITO: A COMENTÁRIOS Assunto abordado nas rodadas 10 e 13 do Reta Final do TJSP. (A) CORRETA. CC: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 24 culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. Enunciado 457: A redução equitativa da indenização tem caráter excepcional e somente será realizada quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta do agente. (B) INCORRETA. "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, em se tratando de famílias de baixa renda, existe presunção relativa de dependência econômica entre os membros, sendo devido, a título de dano material, o pensionamento mensal aos genitores da vítima." EDcl no AgInt no REsp 1880254/MT, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 20/09/2021, DJe 24/09/2021. (C) INCORRETA. CC: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. (D) INCORRETA. Os alimentos, de acordo com a origem, podem ser classificados em três espécies: legítimos (devidos por força de vínculo familiar, estabelecido em lei), voluntários/negociais (derivados de negócio jurídico) ou indenizatórios (em razão de ato ilícito). Os alimentos decorrentes de ato ilícito são considerados de forma expressa pelo Código Civil como indenização. Eles são arbitrados em quantia fixa, pois são medidos pela extensão do dano, de forma a propiciar, na medida do possível, o retorno da vítima à situação anterior ao ato ilícito. Ao contrário, os alimentos do direito de família devem necessariamente levar em consideração o binômio necessidade-possibilidade para a sua fixação, estando sujeitos à reavaliação para mais ou para menos, a depender das instabilidades ocorridas na vida dos sujeitos da relação jurídica. Assim, prisão civil não abrange devedor de alimentos de caráter indenizatório decorrentes de ato ilícito. _______________________________________________________________________ DIREITO PROCESSUAL CIVIL 11. Mário ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de Josefina. Aduziu, em síntese, que emprestou R$ 60.000,00 para pagamento em 20 parcelas de R$ 3.000,00 e teria recebido apenas a primeira parcela. Pediu a condenação da ré ao pagamento das três parcelas vencidas, com correção monetária e juros. Estando em ordem a inicial, o juiz de direito designou a audiência de tentativa de conciliação. A ré foi citada. Na audiência não houve acordo. No prazo legal, por intermédio de advogado regularmente constituído, Josefina contestou a ação. Afirmou que está passando por dificuldades financeiras por estar desempregada e que não tem condições de pagar o empréstimo. Pugnou pela improcedência do pedido. Juntada a contestação sem documentos, os autos foram encaminhados à conclusão. Considerando isso, qual deverá ser a decisão do juiz? 25 (A) o juiz determinará a intimação do autor para, em 15 dias, manifestar-se sobre a contestação. (B) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da ré ao pagamento apenas das parcelas vencidas, pois não houve pedido para inclusão das parcelas vincendas. Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência. (C) o juiz, em decisão saneadora, delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definirá a distribuição do ônus da prova; delimitará as questões de direito relevantes para a decisão de mérito; designará audiência de instrução e julgamento. (D) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da ré ao pagamento (i) das parcelas vencidas e (ii) das parcelas vincendas (cumprimento de obrigação em prestações sucessivas), mesmo sem pedido, enquanto durar a obrigação. Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência. _______________________________________________________________________ GABARITO: D COMENTÁRIOS No caso narrado, desnecessária a intimação em réplica, já que a parte ré não alegou fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito autoral, na forma do art. 350 do CPC: Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Não há, ademais, fatos aparentemente controvertidos, uma vez que Josefina confessa o inadimplemento, embora alegue passar por dificuldades financeiras. Aparentemente, as partes não possuem interesse na produção de prova e o magistrado, em casos como o apresentado, pode proceder ao julgamento antecipado de mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC, sempre que não houver necessidade de produção de outras provas. Ademais, de acordo com o art. 323 do CPC, na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. Assim, deve Josefina ser condenada ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas, independente de pedido expresso do autor, além de serresponsabilizada pelo pagamento das verbas de sucumbência. _______________________________________________________________________ 12. Carlos ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de Raimundo. O réu foi citado pessoalmente para a audiência de tentativa de conciliação e constituiu advogado. Frustrada a tentativa de conciliação, o réu contestou a ação. O 26 pedido foi acolhido em primeiro grau, após os articulados das partes e a produção de provas. A sentença transitou em julgado. Após um ano do trânsito em julgado, Carlos requereu a intimação do réu para cumprir a sentença. Considerando isso, responda como deverá ser a intimação nesse caso. (A) Por Oficial de Justiça. (B) Por carta com aviso de recebimento. (C) Por edital, considerando que o réu mudou de endereço sem prévia comunicação ao juízo. (D) Pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS Trata-se de interpretação extraída do art. 513, §1º e §4º, do CPC. Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. § 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo. _______________________________________________________________________ 13. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as disposições previstas em lei. A petição inicial, assim, é considerada a peça inaugural do processo. Por meio dela o autor busca a prestação da tutela jurisdicional em face do réu. Acerca do tema, indique a alternativa CORRETA. 27 (A) Na petição inicial o autor deve detalhar o pedido com as suas especificações. Com isso, o pedido deverá ser sempre certo. Não há, dessa forma, qualquer possibilidade de apreciação de pedidos implícitos. (B) Na petição inicial o autor indicará o valor da causa. Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a resolução de ato jurídico, o valor da causa será sempre o valor do ato. (C) A petição inicial deverá ser indeferida quando for inepta, ou seja, quando (i) faltar pedido ou causa de pedir; (ii) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses autorizadas na lei; (iii) contiver pedidos incompatíveis entre si; (iv) da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; (v) o autor carecer de interesse processual. (D) O autor na petição inicial indicará o fato e os fundamentos do pedido. A lei, em outras palavras, exige o detalhamento da causa de pedir. Adotou o nosso Código de Processo Civil a teoria da substanciação da ação. _______________________________________________________________________ GABARITO: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. O art. 322, §1º, do CPC prevê a possibilidade de se ter pedidos implícitos: “§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.” (B) INCORRETA. Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...) II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; (C) INCORRETA. A petição inicial pode ser indeferida quando faltar ao autor interesse processual (art. 330, II, do CPC), mas não se cuida de situação propriamente de inépcia. Os casos de inépcia estão previstos no art. 330, §1º, do CPC: Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 28 (D) CORRETA. De acordo com a jurisprudência do STJ, “para a adequada delimitação da causa de pedir, de acordo com a teoria da substanciação, acolhida pelo sistema processual, impõe-se ao demandante o dever de, além de expor os fatos que, por sua relevância jurídica, repercutem em seu direito, também apresentar, em justificação, os fundamentos jurídicos deste, aduzindo a que título o ordenamento jurídico acolhe sua pretensão, sendo irrelevante, a esse propósito, a indicação de dispositivos legais (fundamento legal)” (REsp 1745411 / RS, TERCEIRA TURMA, DJe 20/08/2021). _______________________________________________________________________ 14. Maria ingressou com ação de conhecimento em face da concessionária de energia elétrica visando ao reconhecimento da inexigibilidade da “conta de luz” do mês de abril de 2022 no valor de R$ 1.500,00. O juiz julgou improcedente o pedido, reconhecendo a exigibilidade do valor cobrado pela concessionária. A sentença transitou em julgado. A concessionária pretende executar a sentença, afirmando ter título executivo judicial. Sobre os títulos executivos judiciais, indique a afirmativa CORRETA. (A) A decisão homologatória de autocomposição judicial constitui também título judicial. Adverte-se, contudo, que a autocomposição judicial não pode envolver sujeito estranho ao processo e não pode versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. (B) Também é título judicial a decisão interlocutória estrangeira, independentemente da concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça. (C) As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa também são títulos executivos judiciais. Em outras palavras, a lei acabou com o dogma de que só as sentenças condenatórias constituíam títulos executivos. Admite-se hoje a execução de uma sentença declaratória ou constitutiva. (D) Também são títulos judiciais: o crédito de auxiliar da justiça, a sentença penal condenatória, independentemente do trânsito em julgado e a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. _______________________________________________________________________ GABARITO: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 515, § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. (B) INCORRETA. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: (...) 29 IX - a decisãointerlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; (C) CORRETA. "A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia liquidação e execução nos próprios autos. STJ. Corte Especial. REsp 1.324.152-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/5/2016 (Info 585)." (D) INCORRETA. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: (...) V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; _______________________________________________________________________ 15. O Código de Processo Civil regula as ações possessórias. A natureza possessória da ação pressupõe a posse como fundamento (causa de pedir) e como pedido (pretensão). Assim, indique a alternativa correta sobre as ações possessórias. (A) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil se aplica em se tratando de ação de força nova e de ação de força velha. Assim, não importa, em qualquer caso o juiz deferirá, estando a petição devidamente instruída, sem ouvir o réu, a expedição de mandado liminar de manutenção ou reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando o réu para comparecer à audiência que for designada. (B) Obsta, por expressa disposição na lei processual civil, à manutenção e à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. O Código de Processo Civil não proíbe a alegação de domínio. (C) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil só tem lugar quando se tratar de ação de força nova, ou seja, quando o esbulho ou a turbação tiver ocorrido dentro de ano e dia. Se for há mais de ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada pelo procedimento comum. Nesse caso, segundo entendimento prevalente sobre o tema, o juiz não poderá conceder a tutela provisória com base na regra geral do Código de Processo Civil. (D) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não impede que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. A lei, assim, regula expressamente a fungibilidade das ações possessórias. _______________________________________________________________________ GABARITO: D COMENTÁRIOS 30 (A) INCORRETA. O procedimento especial se aplica apenas a ações possessórias de força nova, isto é, com menos de ano e dia. Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. (B) INCORRETA. Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. (C) INCORRETA. Em complemento aos comentários à alterativa “a”, se for há mais de ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada pelo procedimento comum. Entretanto, observado o procedimento comum, não há qualquer óbice à concessão de tutela provisória, desde que preenchidos os requisitos legais. (D) CORRETA. O art. 554 do CPC, expressamente, permite a aplicação do princípio da fungibilidade em se tratando de ações possessórias: Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. _______________________________________________________________________ 16. Incumbe ao réu alegar na contestação, antes de discutir o mérito: (A) litispendência, incorreção do valor da causa, perempção, conexão e convenção de arbitragem. (B) inexistência ou nulidade de citação, ausência de legitimidade ou interesse processual, prescrição e decadência. (C) perempção, prescrição, litispendência, coisa julgada e conexão. (D) incompetência absoluta e relativa, coisa julgada, decadência, convenção de arbitragem e ausência de interesse processual. _______________________________________________________________________ GABARITO: A COMENTÁRIOS Leitura do art. 337 do CPC. Prescrição e decadência não são, tecnicamente, questões preliminares, discutidas antes do mérito, e sim prejudiciais de mérito, isto é, são questões que, se acolhidas, ensejam a extinção do processo com resolução de mérito (art. 487, II, do CPC). _______________________________________________________________________ 31 17. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita, sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o pagamento de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. O Brasil adotou o procedimento monitório documental. Sobre a ação monitória, segundo a jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça e a legislação processual civil em vigor, é CORRETO afirmar: (A) sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou não fazer, com prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento. Cumprindo o réu o mandado, ficará isento de custas e honorários advocatícios. (B) o réu, no prazo para embargos, desde que reconheça o crédito do autor e comprove o depósito de 30% (trinta por cento) do valor devido, poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 06 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de 1% ao mês. Em outras palavras, o parcelamento autorizado na execução de título extrajudicial também se aplica ao procedimento monitório, no que couber. (C) não se admite em face da Fazenda Pública. (D) não se admite quando fundada em cheque prescrito. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Não há isenção quanto aos honorários advocatícios. Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. (B) CORRETA. Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 do CPC (moratória judicial), nos termos do art. 701, §5º, do CPC. (C) INCORRETA. É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública (art. 700, §6º, do CPC). Súmula 339/STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. (D) INCORRETA. Súmula nº 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. _______________________________________________________________________ 18. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta que a parte proponha de novo a ação, ressalvando- -se apenas ser necessário comprovar o pagamento ou o 32 depósito das custas e dos honorários de advogado. Sobre a sentença terminativa, indique a alternativa correta que englobe apenas casos que a propositura da nova ação dependa da correção do vício que levou à sentença de extinção sem resolução do mérito. (A) Contumácia das partes, ausência de legitimidade e interesse processual. (B) Extinção por abandonopelo autor, ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento regular do processo. (C) Indeferimento da petição inicial, ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento regular do processo e ausência de legitimidade ou de interesse processual. (D) Extinção por abandono da causa pelo autor, contumácia das partes e indeferimento da petição inicial. _______________________________________________________________________ GABARITO: C COMENTÁRIOS QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO! De fato, nos casos de indeferimento da petição inicial (art. 485, I, do CPC), de ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento regular do processo (art. 485, IV, do CPC) e ausência de legitimidade ou de interesse processual (art. 485, VI, do CPC), se o vício que levou à extinção do processo for sanado, é possível nova propositura da demanda, justamente porque se trata de mera sentença terminativa (extinção sem resolução do mérito), e não definitiva (extinção com resolução do mérito). Entretanto, nas hipóteses de abandono da causa pelo autor (art. 485, III, do CPC), a priori, não é possível afastar a regra de que, se o vício de falta de regular andamento do processo for sanado, o autor pode, novamente, ajuizar processo com a mesma pretensão, justamente porque a sentença que extinguiu o processo por abandono não faz coisa julgada. Desse modo, a priori, a letra B também está correta, o que impõe a anulação da questão ou, ao menos, a aceitação de duas respostas. _______________________________________________________________________ 19. Sobre a denunciação da lide, considerando a jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar: (A) o estado avançado do processo não recomenda o deferimento do pedido de denunciação da lide, sob pena de afronta aos mesmos princípios que o instituto busca preservar. (B) o Código de Processo Civil em vigor prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide nos casos de evicção. 33 (C) a denunciação deve ser admitida se o denunciante busca eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-o com exclusividade a terceiro. (D) a denunciação pode ser promovida de ofício pelo juiz. _______________________________________________________________________ GABARITO: A COMENTÁRIOS (A) CORRETA. “É pacífica jurisprudência desta Corte Superior para inadmitir a denunciação da lide embasada no art. 70, III, do CPC quando introduzir fundamento novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide paralela, a exigir ampla dilação probatória, especialmente quando está sob análise processo em estado avançado, a fim de respeitar os princípios da celeridade e economia processuais” (STJ, REsp 2034746 / SP, Terceira Turma, DJe 24/03/2023) (B) INCORRETA. “O Código de Processo Civil de 2015, ao contrário do Código anterior, não prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide em nenhuma de suas hipóteses. Ao contrário, assegura o exercício do direito de regresso por ação autônoma quando indeferida, não promovida ou proibida (CPC/2015, art 125, caput, e § 1º)” (AgInt no AREsp 1575808 / SP, DJe 16/06/2021). (C) INCORRETA. "Não se admite a denunciação da lide com fundamento no art. 125, II, do CPC se o denunciante objetiva eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-o com exclusividade a terceiro. Precedentes" (AgInt no AREsp 1483427/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/09/2019, DJe 30/09/2019).” (AgInt no AREsp 1.451.888/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 20/04/2020, DJe de 24/04/2020) (D) INCORRETA. A denunciação da lide apenas pode ser promovida por qualquer das partes: CPC, Art. 125. “É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.” _______________________________________________________________________ 20. Sobre a prova no processo civil, assinale a alternativa CORRETA. (A) O juiz deve determinar, a requerimento da parte, as provas necessárias ao julgamento do mérito. O indeferimento das diligências inúteis e meramente protelatórias deve ocorrer em decisão fundamentada, sendo que o juiz não pode determinar de ofício a produção de provas, pois o ônus de provar é sempre da parte. (B) As partes podem convencionar, somente antes do processo, a distribuição diversa do ônus da prova, salvo quando recair em direito indisponível da parte ou tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 34 (C) A produção antecipada de prova previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. (D) Incumbe o ônus da prova à parte que produziu o documento e não quem arguiu a falsidade, quando se tratar de impugnação da autenticidade. _______________________________________________________________________ GABARITO: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. O juiz pode deferir provas de ofício. Confiram: Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. (B) INCORRETA. Podem convencionar antes e durante o processo. Art. 373, § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. (C) INCORRETA. Art. 381, § 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. (D) CORRETA. Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando: I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir; II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento. _______________________________________________________________________ DIREITO DO CONSUMIDOR 21. Assinale a alternativa CORRETA. (A) O contrato de seguro por danos pessoais exclui os danos morais, salvo cláusula expressa em sentido contrário. (B) No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, é permitida a revisão das cláusulas contratuais, ante a mitigação do princípio da pacta sunt servanda. (C) O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável às entidades abertas de previdência complementar. 35 (D) Nas relações de consumo entre fornecedor e consumidor pessoa jurídica, a indenização não poderá ser limitada, mesmo em situações justificáveis. _______________________________________________________________________ GABARITO: B COMENTÁRIOS Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP. (A) INCORRETA. O entendimento da Súmula 402 do STJ é o inverso do colocado na assertiva: Súmula 402 do STJ. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão. (B) CORRETA. A revisão das cláusulas contratuais, com aplicação da Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico, é um direito básico consumidor, previsto no art. 6º, V, do CDC: Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; (C) INCORRETA. O CDC é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, e não às fechadas. Súmula 563 do STJ. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados
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