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Pedro Mariano

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3 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
 
A prova objetiva do TJSP foi aplicada dia 02/04/2023, após um excelente aulão 
de véspera realizado em São Paulo (onde fomos bem efetivos em antecipações!). Assim 
que tivemos acesso ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do 
Mege, nós também ficamos ansiosos como vocês e corremos para entregar tudo dentro 
do prazo recursal. Missão cumprida! 
A nossa intenção neste material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise 
da elaboração de seus recursos, além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão 
de temas cobrados no certame e verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase. 
Na verdade, esse estudo já virou uma tradição obrigatória. 
O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as 
finalidades informadas e concluída por nosso time específico de 1ª fase de magistratura, 
sem maiores pretensões de aprofundamento ou trabalho editorial neste momento, que 
é de puro apoio (e não fica na detectação de questões antecipadas em nossas várias 
formas de atuação – pois o tempo é curto para tal fim). 
No entanto, a nossa felicidade foi imensa ao constatarmos o quanto nosso 
apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto nossos alunos do clube da 
Magistratura estão bem direcionados independentemente do nível da prova a ser 
aplicada. Os feedbacks de vocês enchem nosso coração de alegria! São alunos que 
relatam o aumento de pontuação em 15, 20 e até 25 pontos em poucos meses ao nosso 
lado. 
O corte, neste momento, segue estimado em 80 acertos para ampla 
concorrência. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas às pessoas com 
deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se inscreveram às vagas reservadas 
aos(às) candidatos(as) negros(as), precisam acertar 60 questões para avançarem de 
fase (conforme item 9.7.3.1 do edital de abertura). 
 
9.7.3.1. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas 
às pessoas com deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se 
inscreverem às vagas reservadas aos(às) candidatos(as) negros(as) 
serão convocados para a segunda etapa, desde que tenham obtido 
a nota mínima exigida para todos(as) os(as) outros(as) 
candidatos(as), sem prejuízo dos classificados em ampla 
concorrência, conforme o caso destacado no subitem 9.7.1, nos 
termos do art. 44, § 2º, da Resolução CNJ nº 75/2009, e art. 2º, § 
3º, da Resolução CNJ nº 203/2015. 
 
 
 
 
 
 
4 
Os nossos professores entendem que 8 (oito) questões, em especial, estão 
envolvidas em maiores polêmicas a serem apreciadas (18, 33, 41, 48, 49, 75, 93, 95) e, 
portanto, podem ter suas situações alteradas na fase recursal, o que deixa em aberto a 
nota de corte para outras possibilidades. 
Diante disso, em nosso sentimento, ainda é possível sonhar com a aprovação 
na ampla concorrência com a nota 77 (tendo como parâmetro o corte atual em 80). 
A sua maior ou menor probabilidade dependerá do aproveitamento das 
questões mais polêmicas. Trata-se de mera opinião de parâmetro de circunstancial de 
tudo que temos de informação neste momento. 
Em cotas, deve-se analisar o desempenho nas questões que apontamos com 
maior probabilidade de mudança, portanto, notas como 55/56/57 passam a ter boas 
chances. 
 
Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) 
questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica 
deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. Não 
temos como cravar quantas questões efetivamente serão afetadas, mas guardem esta 
informação de parâmetro para verificarem suas chances reais! 
Aos alunos das turmas do Mege para o TJSP (pré-edital, pós-edital e mega 
revisão), pedimos que não deixem de reler os conteúdos das rodadas com temas 
antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos próximos desafios (e 
também para a 2ª fase do concurso, aos que prosseguirão – já tivemos caso de uma 
prova discursiva inteira tratada nas rodadas da turma da prova objetiva de reta final. 
Isso ocorreu no TJAP, mas em praticamente todo TJ boa parte da prova também já 
tratada desde o estudo para 1ª fase). 
Como perceberam, o estudo em sprint final sempre é revertido em pontos 
decisivos. As turmas de reta final são um sucesso desde nossa primeira edição. O 
trabalho de pesquisa faz a diferença! 
É importante mencionar que o Clube do Magistratura também é extremamente 
valioso para qualquer nível de prova para carreira (especialmente por tratar de um edital 
completo ao longo de 1 ano – e aqui falamos, sem qualquer receio, em todas as fases). 
Não fizemos maiores apontamentos sobre ele neste material pelo curto tempo de 
comparativo temático de sua produção com as questões de prova. 
No entanto, diante da imensa produção do clube da magistratura, dificilmente 
uma prova de magistratura apresenta questão que fuja de nossos olhos e produções. 
Inclusive em Humanística. 
Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo 
em menor prazo. Portanto, ainda há tempo de evoluir para os próximos desafios. 
É válido citar que, neste momento, estamos com inscrições abertas para as 2 
(duas) turmas de retas finais. 
 
 
 
5 
LINK abaixo para turma de reta final do TJES 
 
LINK para turma de reta final do TJMS 
 
 
SEGUNDO O SITE OLHO NA VAGA 
82% dos candidatos que obtiveram as melhores notas estudaram no Mege! 
 
Até parece uma imagem colada de outra turma do tanto que tem sido assim, 
nossos alunos, novamente, deram um show em relação aos demais cursos 
cadastrados! 
O gráfico abaixo representa o desempenho geral da resposta comparativa de 
nossos alunos (conforme gabarito e possível nota de corte). Algo apurado em 
plataforma que não temos qualquer tipo de vínculo ou parceira - informação genuína e 
que nos enche de orgulho. 
Pelas matrículas nas turmas de 2ª fase temos uma boa percepção que vocês 
estão realmente engajados em fazer bonito novamente! 
 
 
https://loja.mege.com.br/proposta/tjesretafinal
https://loja.mege.com.br/proposta/tjmsretafinal2023
 
6 
 
Em nossa análise, sobre caminhos pós-prova no TJSP, entendemos que esse 
direcionamento esquematizado pode orientar da melhor forma. 
Sobre a nota de corte de ampla concorrência (estimada em 80 pontos), diante 
das polêmicas apontadas como possíveis anulações, estimamos que até 77 pontos seria 
possível imaginar uma chance de 2ª fase (com bom aproveitamento de anuladas). 
Em cotas, 55 seria esse limite indicado, diante das possibilidades de anulações 
que apontamos (e o aluno tiver errado em grande as questões indicadas). É uma chance 
remota, mas é possível e deve ser visto caso a caso. 
 
SE VOCÊ NÃO FOI TÃO BEM NO TJSP NÃO SE DESESPERE! 
O Clube da Magistratura foi pensado para todos os níveis de concurseiro da carreira. 
 
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso, 
entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2023.1), Nossa turma mais 
completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha 
acesso a todas as retas finais de magistratura que atuamos). 
Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da 
Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do 
concurso. Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma 
personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado. 
Vale a pena conferir! 
 
CLUBE DA MAGISTRATURA 2023.1 
 
 
A SEGUNDA FASE É LOGO ALI! 
 
Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para turma de 2ª 
fase TJSP (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas 
personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio. 
O estudo de sentenças e discursivas(aqui inclusa ainda uma abordagem ampla 
para Humanística específica para o TJSP), a experiência de redigir e ter correções de 
provas manuscritas, tudo devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. Uma 
equipe que conta com ex-examinadores em correções e um time focado em turmas de 
2ª fase de magistratura desde 2015. 
https://clube.mege.com.br/clube-da-magistratura-2023/
 
7 
As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os 
cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no 
carrinho de compra! 
Os links para inscrição nas turmas de 2ª fase seguem conforme abaixo 
(em promoção de lançamento): 
 
TJSP (2ª fase - TURMA 1: COM CORREÇÕES PERSONALIZADAS) 
 
 
TJSP (2ª fase - TURMA 2: SEM CORREÇÕES PERSONALIZADAS) 
 
 
CUPONS DE DESCONTO PARA EX-ALUNOS 
Turma 1 (COM correções): TJSP100 (desconto extra de R$100,00) 
Turma 2 (SEM correções): TJSP50 (desconto extra de R$50,00) 
 
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do TJSP 
190. Seguiremos firmes em um trabalho realmente específico também para 2ª fase 
deste desafio que conhecemos tão bem! 
No concurso 189, 78% dos aprovados na 2ª fase estudaram ao nosso lado (8 
entre os 10 primeiros da discursiva; 7 entre os 10 primeiros na sentença cível e 7 entre 
os primeiros na sentença penal). Vamos firmes em busca de novos sonhos realizados. 
Bons estudos! 
 
Arnaldo Bruno Oliveira1 
Equipe Mege 
 
 
 
 
 
 
1 Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para envio de mensagens sobre o Mege). 
https://loja.mege.com.br/proposta/tjsp190correcoespersonalizadas
https://loja.mege.com.br/proposta/tjsp190espelhosdecorrecao
 
8 
SUMÁRIO 
 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 9 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 24 
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 34 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 42 
DIREITO PENAL ............................................................................................................ 45 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 53 
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 65 
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 73 
DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 80 
DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................. 87 
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................... 94 
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 98 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA ..................................... 111 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
DIREITO CIVIL 
01. O Banco do Brasil S/A emprestou R$ 494.000,00 para Caio comprar um imóvel no 
litoral de São Paulo, com garantia hipotecária. Além dessa dívida com o Banco do Brasil, 
Caio deve R$ 206.000,00 para Tício, R$ 320.000,00 para a empresa fornecedora de 
gêneros alimentícios e R$ 55.000,00 para Mirtes. Caio, em razão da pandemia do Covid-
19, não conseguiu pagar as dívidas. O Banco do Brasil já ingressou com ação de execução 
hipotecária. Os outros credores já avisaram que ingressarão com ações para cobrar os 
seus créditos. Diante dessa situação, Caio resolveu doar ao seu único filho Benites o 
terreno que adquiriu em São Paulo quando sua situação financeira era equilibrada, ou 
seja, bem antes das dívidas e logo após a morte da sua esposa Brenda. A escritura 
pública de doação foi lavrada em 10 de janeiro de 2023. O terreno doado foi avaliado 
em R$ 1.300.000,00. Um dos credores quer discutir a doação em juízo, pois Caio não 
tem outros bens para a satisfação dos créditos. Considerando as informações, assinale 
a alternativa CORRETA. 
(A) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o 
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, 
poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
Nesses casos, não se exige a intenção de fraudar (o consilium fraudis). A causa do 
reconhecimento da fraude contra credores deixa de ser subjetiva (manifestação de 
vontade com o intuito de fraudar), para ser objetiva (redução do devedor à insolvência). 
(B) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o 
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, 
poderão ser anulados pelos credores, como lesivos dos seus direitos. O Código Civil 
autoriza a utilização da ação pauliana por credor quirografário e por credor cujo crédito 
esteja munido de garantia real, ainda que esta seja suficiente para o cumprimento da 
obrigação. 
(C) Parcela significativa da doutrina tem sustentado que o negócio jurídico em fraude 
contra credores é apenas ineficaz para o credor. No entanto, mesmo adotado esse 
entendimento doutrinário, o reconhecimento da fraude promoverá o retorno do bem 
ao acervo do devedor, permitindo que outros credores possam também obter a 
satisfação dos seus créditos. 
(D) A ação para anular negócio jurídico praticado em fraude contra credores, segundo o 
regime jurídico estabelecido no Código Civil de 2002, é desconstitutiva (constitutiva 
negativa), sujeitando-se a prazo decadencial de 4 (quatro) anos para o seu ajuizamento. 
O prazo decadencial deve ser contado do dia em que o credor lesado tomou 
conhecimento do negócio jurídico, independentemente de eventual presunção 
decorrente do registro de imóveis. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: A 
 
 
 
10 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 01 do Reta Final do TJSP. 
 
(A) CORRETA. A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que 
o devedor insolvente ou próximo a essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos, 
causando prejuízo aos seus credores. A doutrina aponta como requisitos para a fraude 
contra credores: 
(a) critério objetivo, consistente no evento danoso [eventus damni], isto é, na hipótese 
de efetivo prejuízo aos credores; e 
(b) critério subjetivo, consistente no conluio entre as partes do negócio jurídico 
[consilium fraudis]. A necessidade de prova dos requisitos dependerá da hipótese de 
fraude. 
No caso da transmissão gratuita de bens e remissão de dívidas (art. 158, caput, do CC), 
bastará a presença do requisito objetivo, não importando a análise do requisito 
subjetivo, vale dizer, pouco importa se o beneficiado pelo ato tinha ciência ou não da 
situação de insolvência ou da vontade de prejudicar terceiros. 
Art. 178, II: “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a 
anulação do negócio jurídico, contado: II – no de erro, dolo, fraude contra 
credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio 
jurídico”. 
(B) INCORRETA. 
CC: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de 
dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à 
insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores 
quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a 
anulação deles. 
Note que a ação pauliana é direcionada para os credores quirografários. 
(C) INCORRETA. 
CC:Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante 
reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de 
credores. 
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos 
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade 
importará somente na anulação da preferência ajustada. 
O negócio jurídico com fraude contra credores é anulável, não ineficaz. 
(D) INCORRETA. A natureza jurídica da ação pauliana é objeto de grande controvérsia 
doutrinária. Para alguns doutrinadores, seguindo a linha do Código Civil, a ação pauliana terá 
natureza constitutiva negativa, já que o ato é anulável, produzindo efeitos até então. 
Nos termos do art. 178, II, do CC, a ação pauliana está sujeita ao prazo decadencial de 4 
 
11 
anos contados do dia em que se realizou o negócio jurídico. 
_______________________________________________________________________ 
02. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos bilaterais. 
(A) Nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o 
implemento da do outro. Não se admite, porém, que o devedor exerça a exceção de 
contrato não cumprido por antecipação, ou seja, antes do termo da prestação. Vale 
dizer, não existe, em hipótese alguma, exceção por antecipação. 
(B) A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não 
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por 
perdas e danos. Apesar da literalidade do Código Civil de 2002, em harmonia com a 
função social do contrato e em atendimento ao princípio da boa-fé objetiva, a teoria do 
substancial adimplemento do contrato, quando aplicável, visa a impedir o uso 
potestativo do direito de resolução por parte do credor. 
(C) Se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, na hipótese de 
execução continuada ou diferida, com extrema vantagem para a outra, em razão de 
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do 
contrato. A onerosidade excessiva, no Código Civil, enseja apenas a resolução, não se 
autorizando que se peça a revisão do contrato. 
(D) As perdas e danos não dependem da imputabilidade da causa da resolução por 
inadimplemento. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 07 de Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. Exceptio non adimpleti contractus (art. 476 do CC): Nos contratos 
bilaterais (sinalagmáticos), nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua 
obrigação, pode exigir o implemento do outro. Havendo o descumprimento bilateral, ou 
seja, de ambas as partes, o contrato reputar-se-á extinto. 
É possível ao devedor o exercício de contrato não cumprido por antecipação, isto é, 
antes do termos da prestação. Essa possibilidade existe quando mostrar-se previsível o 
descumprimento da prestação pela contraparte. 
Assim, o inadimplemento antecipado pode ser caracterizado como o inadimplemento 
que ocorre quando uma das partes da relação obrigacional, antes do momento em que 
deveria executar determinada prestação, renuncia ao contrato ou coloca-se, por ato 
próprio, em posição que torne impossível o cumprimento da obrigação. 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes 
contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar 
duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à 
 
12 
prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê 
garantia bastante de satisfazê-la. 
(B) CORRETA. 
CC: Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do 
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer 
dos casos, indenização por perdas e danos. 
Enunciado 361: O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais 
contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o 
princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475. 
A teoria do substancial adimplemento visa a impedir o uso desequilibrado do direito de 
resolução por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da 
preservação da avença, com vistas à realização dos princípios da boa-fé e da função 
social do contrato" (REsp 1.051.270). 
Apesar de não estar expresso na legislação brasileira, tanto a doutrina quanto a 
jurisprudência entendem que tal instituto confere maior estabilidade jurídica às 
relações contratuais e protege os contratantes que, por motivos excepcionais e 
imprevisíveis, não conseguem cumprir de imediato o que foi pactuado. 
Essa restrição da prerrogativa de resolução contratual por quem tem a receber é 
construção do direito Inglês do Século XVIII, tendo se irradiado depois para os países 
que adotam o sistema de civil law, a exemplo o Brasil. 
É certo que não se trata de uma proteção a quem, por livre e espontânea vontade, deixa 
de cumprir as obrigações firmadas. Diante disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem 
decidido que, para a aplicação da teoria, o montante já pago pelo devedor deve alcançar 
patamar considerável em relação à dívida, de forma a não onerar ou penalizar o credor. 
(C) INCORRETA. 
CC: Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a 
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema 
vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e 
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
Enunciado 365: A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como 
elemento acidental da alteração das circunstâncias, que comporta a 
incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, 
independentemente de sua demonstração plena. 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
eqüitativamente as condições do contrato. 
(D) INCORRETA. 
Enunciado 31: As perdas e danos mencionados no art. 475 do novo Código 
Civil dependem da imputabilidade da causa da possível resolução. 
 
13 
_______________________________________________________________________ 
03. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos de compra e venda. 
(A) Sob pena de anulação, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública, pelos 
juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares 
da justiça, os bens ou direitos que estejam sob a sua esfera administrativa imediata. 
(B) Da mesma forma que o Código Civil de 1916, o Código Civil de 2002 considera nula a 
venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do 
alienante expressamente houverem consentido. Em ambos os casos, dispensa-se o 
consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. 
(C) As despesas de escritura e registro ficarão sempre a cargo do comprador; e a cargo 
do vendedor, as da tradição. 
(D) Anula-se a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e 
o cônjuge do alienante expressamente consentirem. Engloba-se nessa regra qualquer 
relação na linha reta. A anuência de netos e bisnetos será exigível apenas quando 
tiverem interesse sucessório direto. Desse modo, os netos devem consentir com a venda 
de um imóvel pelo avô ao seu tio se o pai já faleceu. Se os filhos estiverem vivos, os 
netos não serão chamados. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. 
CC: Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em 
hasta pública: 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens 
confiados à sua guarda ou administração; 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica 
a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; 
III - pelosjuízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros 
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar 
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender 
a sua autoridade; 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam 
encarregados. 
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. 
(B) INCORRETA. 
CC: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os 
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem 
consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do 
 
14 
cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. 
(C) INCORRETA. 
CC: Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e 
registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. 
(D) CORRETA. 
CC: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os 
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem 
consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do 
cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. 
_______________________________________________________________________ 
04. João alugou ao amigo Marcelo o imóvel residencial situado no Município de Santos, 
no Estado de São Paulo. O contrato escrito foi firmado em 8 de janeiro de 2019, com 
prazo de duração de 24 (vinte e quatro) meses. Ao término do prazo, o contrato foi 
prorrogado por tempo indeterminado, mantidas as mesmas condições e cláusulas do 
contrato findo. Após 4 (quatro) anos da celebração da locação, não havendo mais 
interesse na manutenção do contrato, sem qualquer motivo específico, João telefonou 
para o locatário Marcelo. O locatário, informalmente, deixou claro que não iria 
desocupar o imóvel, pois não estava com tempo para fazer sua mudança. Diante da 
recusa verbal do locatário, o que deverá fazer João para compelir Marcelo a desocupar 
o imóvel? 
(A) Denunciar a locação, encaminhando notificação para desocupação imediata do 
imóvel. Não havendo desocupação, deverá ingressar com ação de despejo (denúncia 
vazia). 
(B) Considerar denunciada a locação em razão do contato telefônico e, imediatamente, 
ingressar com ação de despejo. 
(C) Denunciar a locação somente depois de 5 (cinco) anos da celebração do contrato. 
Após, caso o imóvel não seja desocupado, deverá ingressar com ação de despejo 
(denúncia vazia). 
(D) Denunciar a locação, encaminhando notificação com concessão de prazo de 30 
(trinta) dias para a desocupação do imóvel. Após, caso o imóvel não seja desocupado, 
deverá ingressar com ação de despejo (denúncia vazia). 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. No mais, os contratos firmados com 
prazo inferior a 30 meses, só podem ser desfeitos por denúncia cheia, nos casos 
previstos nos incisos do art. 47 da Lei de Locações. No caso, João não deu nenhum 
 
15 
motivo específico para o término. 
(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. 
(C) CORRETA.Lei 8.245/91: 
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a 
trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se 
automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado 
o imóvel: 
I - Nos casos do art. 9º; 
II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do 
imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego; 
III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para 
uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como 
seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; 
IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização 
de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, 
em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de 
hotel ou pensão, em cinqüenta por cento; 
V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente 
demonstrada, se: 
a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, 
com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma 
localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o 
imóvel anteriormente; 
b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel 
próprio. 
§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser 
proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter 
irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à 
matrícula do mesmo. 
Segundo o STJ, o termo inicial de contagem do prazo para a denúncia vazia, nas 
hipóteses de que trata o inciso V do artigo 47 da Lei de Locações (Lei 8.245/1991), 
coincide com a formação do vínculo contratual. REsp 1511978. 
(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. 
_______________________________________________________________________ 
05. Sobre o contrato de seguro, segundo a jurisprudência dominante e atual do Superior 
Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar: 
(A) a cobertura, no seguro de vida, deve abranger os casos de sinistros ou acidentes 
decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de 
alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas, salvo em se tratando de suicídio 
ocorrido dentro dos 2 (dois) primeiros anos do contrato. 
(B) a embriaguez do segurado exime a seguradora do pagamento da indenização 
prevista em contrato de seguro, inclusive em se tratando de seguro de vida. 
(C) a correção monetária sobre a indenização securitária, nos contratos regidos pelo 
Código Civil, incide a partir do sinistro até o efetivo pagamento. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm#_blank
 
16 
(D) a seguradora, não havendo prova da premeditação da morte, está obrigada a 
indenizar o suicídio mesmo antes dos 2 (dois) anos do contrato. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. RECURSO ESPECIAL. SEGURO DE VIDA ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE 
DO CONDUTOR SEGURADO. EMBRIAGUEZ. NEGATIVA DE COBERTURA PELA 
SEGURADORA. ALEGAÇÃO DE AGRAVAMENTO DE RISCO. INGESTÃO DE BEBIDA 
ALCOÓLICA. SÚMULA 620/STJ. CONFIRMAÇÃO. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO 
ESPECIAL. 
1. A jurisprudência desta Corte e a do egrégio Supremo Tribunal Federal, firmada ainda 
sob a vigência do Código Civil de 1916 e mantida sob a vigência do novo Código Civil, é 
consolidada no sentido de que o seguro de vida cobre até mesmo os casos de suicídio, 
desde que não tenha havido premeditação (Súmulas 61/STJ e 105/STF). 
2. Já em consonância com o novo Código Civil, a Segunda Seção desta Corte consolidou 
seu entendimento para preconizar que "o legislador estabeleceu critério objetivo para 
regular a matéria, tornando irrelevante a discussão a respeito da premeditação da 
morte" e que a seguradora não está obrigada a indenizar apenas o suicídio ocorrido 
dentro dos dois primeiros anos do contrato" (AgRg nos EDcl nos EREsp 1.076.942/PR, 
Segunda Seção, Rel. p/ acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA). 
3. Na mesma esteira, a jurisprudência da eg. Segunda Seção, inclusive arrimada em 
significativo precedente da eg. Terceira Turma (REsp 1.665.701/RS, Rel. Ministro 
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA), assentou que, "com mais razão, a cobertura do contrato 
de seguro de vida deve abranger os casos de sinistros ou acidentes decorrentes de atos 
praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de alcoolismo ou sob efeito 
de substâncias tóxicas, ressalvado o suicídio ocorrido dentro dos dois primeiros anos do 
contrato" (EREsp 973.725/SP, Relator Ministro LÁZARO GUIMARÃES). 
4. Em função do julgamento dos EREsp 973.725/SP, a eg. Segunda Seçãoeditou a Súmula 
620/STJ com a seguinte redação: "A embriaguez do segurado não exime a seguradora 
do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida." 
5. Recurso especial desprovido. 
(REsp n. 1.999.624/PR, relator Ministro Raul Araújo, Segunda Seção, julgado em 
28/9/2022, DJe de 2/12/2022.) 
Súmula 620 do STJ: “A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento 
da indenização prevista em contrato de seguro de vida”. 
Súmula 610 do STJ: “O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do 
contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do 
montante da reserva técnica formada”. 
 
17 
(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa A. 
(C) INCORRETA. Vide comentários alternativa A. 
Súmula 632 do STJ: “Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção 
monetária sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo 
pagamento”. 
(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa A. 
_______________________________________________________________________ 
06. Basílio emprestou R$ 30.000,00 para Marcela. Exigiu garantia fidejussória. O 
contrato foi assinado por Marcela e pelo fiador Joaquim. Marcela não pagou a dívida. 
Basílio ingressou com ação em face da devedora principal e do fiador. Considerando que 
Joaquim, no momento da contratação, omitiu que era casado com Maria, assinale a 
alternativa correta sobre o contrato de fiança, segundo a jurisprudência dominante e 
atual do Superior Tribunal de Justiça. 
(A) A responsabilidade do fiador pode exceder a dívida principal atribuída ao afiançado 
e ser contraída em condições mais onerosas. E, não sendo limitada, compreenderá 
todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação 
do devedor. 
(B) A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da 
garantia, salvo se o fiador emitir declaração falsa para ocultar seu estado civil de casado. 
(C) A fiança sem autorização do companheiro em união estável implica a ineficácia 
parcial da garantia. Não há, nesse caso, diferença de tratamento entre casamento e 
união estável. 
(D) O fiador pode exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, 
sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da sentença, durante 60 
(sessenta) dias após a notificação do credor. Assim, dispensa-se o processo judicial, 
exigindo-se apenas a notificação. Essa regra do Código Civil se aplica igualmente às 
locações residenciais e não residenciais de imóveis urbanos, inclusive no que tange ao 
prazo para a exoneração da fiança. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa B. 
CC: Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios 
da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador. 
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e 
contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, 
ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação 
afiançada. 
 
18 
(B) CORRETA. O STJ fixou tese relativa a fiança prestada sem autorização de um dos 
cônjuges: Conforme a Súmula 332 do STJ, a falta de autorização de um dos cônjuges 
implica a ineficácia total da garantia, salvo nos casos em que o fiador emitir declaração 
falsa, ocultando seu estado civil de casado. 
(C) INCORRETA. Vide comentários alternativa B. Na união estável não se exige o 
consentimento do companheiro para a prática dos atos previstos no art. 1.647 do CC. 
O STJ considera que a fiança prestada sem a autorização do companheiro é válida 
porque é impossível ao credor saber se o fiador vive ou não em união estável com 
alguém. Como para a caracterização da união estável não se exige um ato formal, solene 
e público, como no casamento, fica difícil ao credor se proteger de eventuais prejuízos 
porque ele nunca terá plena certeza se o fiador possui ou não um companheiro. Resp 
1299894/DF. 
(D) INCORRETA. 
CC: Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem 
limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os 
efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor. 
 
Art. 12, §2º da Lei 8.245/1991, o fiador fica responsável pelos 120 dias 
seguintes à notificação no caso de sub-rogação da locação por morte, 
separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável 
do locatário, bem como nos casos de prorrogação da locação por prazo 
indeterminado, segundo o art. 40, inc. X da mesma lei. 
_______________________________________________________________________ 
07. Assinale a alternativa CORRETA sobre a hipoteca. 
(A) A hipoteca judiciária está prevista no Código Civil e no Código de Processo Civil. Pode-
se dizer que se trata de um efeito anexo da sentença que condena o réu ao pagamento 
de prestações em dinheiro e a que determina a conversão da prestação de fazer, de não 
fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária. A sentença valerá como título 
constitutivo da hipoteca judiciária, independentemente do requerimento da parte no 
processo judicial, ainda que exista recurso recebido com efeito suspensivo. 
(B) A hipoteca convencional, que decorre do ajuste das partes, terá duração máxima de 
30 (trinta) anos. Decorrido esse prazo, a hipoteca é extinta, independentemente do 
vencimento da dívida que ela assegura. A constituição de nova hipoteca depende de 
novo título e de novo registro. Essa sistemática prevista na lei civil também se aplica 
para a hipoteca legal. 
(C) A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, 
desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Nesse caso, a 
execução da hipoteca não dependerá de prévia e expressa concordância do devedor 
quanto à verificação da condição ou ao montante da dívida. 
(D) A arrematação ou adjudicação do imóvel hipotecado é causa extintiva da hipoteca, 
devidamente registrada, desde que o credor hipotecário tenha sido previamente 
intimado nos autos da execução. 
_______________________________________________________________________ 
 
19 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. A hipoteca judiciária é meio hábil para assegurar futura execução de 
sentença condenatória. É o que uma parcela da doutrina costuma chamar de “efeito 
anexo da sentença”, pois decorre automaticamente da própria lei processual. Por meio 
da hipoteca judiciária, é gravado bem imóvel (ou outro dos arrolados no art. 810 do 
Código Civil) de propriedade da parte condenada ao pagamento de dinheiro ou entrega 
de coisa, estabelecendo-se, em prol do juízo e do vencedor, um instrumento que ajuda 
a tornar eficaz a sentença. 
Nos termos do art. 466 do CPC: “A sentença que condenar o réu no pagamento de uma 
prestação consistente em dinheiro ou em coisa valerá como título constitutivo de 
hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada na forma prescrita na Lei de Registros 
Públicos.” 
Note que ela é prevista apenas no CPC e não no CC. 
(B) INCORRETA. 
CC: Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; 
mas a especialização, em completando vinte anos, deve ser renovada. 
É dizer, a hipoteca legal, apesar de ser ilimitada no tempo, deve ser renovada após 20 
anos de eficácia, uma vez que a espécie perdura enquanto vige a situação descrita na 
lei. 
(C) INCORRETA. 
CC: “Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura 
ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser 
garantido. 
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia e 
expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao 
montante da dívida”. 
(D) CORRETA. 
CC: Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: 
I - pela extinção da obrigaçãoprincipal; 
II - pelo perecimento da coisa; 
III - pela resolução da propriedade; 
IV - pela renúncia do credor; 
V - pela remição; 
VI - pela arrematação ou adjudicação. 
 
Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de 
Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. 
 
Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação 
ou adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os 
 
20 
respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes 
na execução. 
_______________________________________________________________________ 
08. Sobre o direito sucessório, é CORRETO afirmar: 
(A) a renúncia abdicativa da herança deve constar expressamente de instrumento 
público ou termo judicial. Para que se caracterize a renúncia, o renunciante deve 
renunciar indistintamente em favor de todos os coerdeiros. A renúncia feita sem 
observância da forma prescrita no Código Civil pode ser anulada. 
(B) aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e 
testamentários. O princípio da saisine não se aplica ao Poder Público, pois este não é 
considerado herdeiro no Código Civil de 2002. Sendo jacente a herança, somente depois 
da declaração expressa da vacância, decorrido o prazo de 5 (cinco) anos da abertura da 
sucessão, é que estes bens passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se 
localizados nas respectivas circunscrições, ou incorporados ao domínio da União quando 
situados em território federal. 
(C) o Código Civil protege o cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, garantindo-
lhe direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, 
ainda que não seja o único daquela natureza a inventariar. 
(D) com a morte do autor da herança, o legatário torna- -se titular do domínio da coisa 
certa existente no acervo hereditário, ainda que o legado esteja sujeito a condição 
suspensiva. Contudo, a posse da coisa legada não é deferida de imediato quando da 
abertura da sucessão, diferentemente do que se aplica com a posse do acervo 
hereditário. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 13 de Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. Renúncia é a declaração de vontade por meio da qual o herdeiro recusa 
a herança que lhe fora encaminhada, de forma irrevogável, tornando insubsistente a 
transmissão ficta. Dessa forma, no momento da renúncia, a transmissão tem-se por não 
verificada (art. 1.804, parágrafo único, do CC). 
Espécies de Renúncia: 
- Translativa - É aquela operada em favor de alguém (ex.: filhos renunciam em favor da 
mãe). 
- Puramente Abdicativa - É aquela em que o herdeiro renuncia pura e simplesmente, 
sem encaminhar sua parte a quem deseje, o que faz com que sua parte seja acrescida 
ao monte para partilha entre os demais herdeiros, se houver. 
 
21 
A renúncia é sempre solene, assim deve constar expressamente de instrumento público 
ou de termo judicial (art. 1.806 do CC), não sendo possível que se dê por partes ou de 
modo condicional ou a termo (art. 1.808 do CC). 
A renúncia feita sem observância da forma prescrita no Código Civil é nula, não anulável 
(arts. 166, IV e 169 do CC). 
(B) CORRETA. Consiste o droit de saisine no reconhecimento, ainda que por ficção 
jurídica, da transmissão imediata e automática do domínio e da posse da herança aos 
herdeiros legítimos e testamentários, no instante da abertura da sucessão, que ocorre 
com a morte. 
O princípio da “saisine”, portanto, pode ser definido como a regra fundamental do 
Direito Sucessório, pela qual a morte opera a imediata transferência da herança aos seus 
sucessores legítimos e testamentários. 
No que atine a sua aplicação ao Poder Público, importante destacar a existência de 
entendimentos no sentido de que a Fazenda Pública não é beneficiária da saisine, uma 
vez que seria sucessor supletivo, na falta de herdeiro legítimo ou testamentário, ou de 
legatário. Esse entendimento ficou fortalecido com a redação dada pelo art. 1.829 do 
Código Civil de 2002, que suprimiu a referência à Fazenda Pública, prevista no Código 
civil de 1916, em relação à ordem de vocação hereditária dos sucessores legítimos. 
Todavia, o art. 1.844 prevê que não sobrevivendo cônjuge, companheiro, ou parente 
sucessível, a herança é transmitida à Fazenda Pública, desde a abertura da sucessão, não 
o fazendo depender de cumprimento de qualquer requisito ou de eficácia retroativa da 
decisão judicial. Assim, se não há parente sucessível ou, se este não a tiver renunciado, 
a aquisição da herança pela Fazenda Pública dá-se do mesmo modo que a prevista para 
os demais sucessores, ou seja, por força de lei e de modo automático na data da 
abertura da sucessão, com uma nota adicional: a Fazenda Pública não pode renunciar 
à herança. Também para a Fazenda Pública vale o princípio de que os bens não restam 
sem titular”. (IX Congresso Brasileiro de Direito de Família. Famílias: Pluralidade e 
Felicidade DIREITO CONSTITUCIONAL À HERANÇA, SAISINE E LIBERDADE DE 
TESTAR. https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf). 
Ressalte-se, por fim, que o STJ possui julgados no sentido de que "é entendimento 
consolidado neste Superior Tribunal de Justiça que os bens jacentes são transferidos ao 
ente público no momento da declaração da vacância, não se aplicando, desta forma, o 
princípio da saisine" (AgRg no Ag 851.228/RJ, Rel. Min. SIDNEI BENETI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 13/10/2008). 
3. Razões do agravo interno que não alteram as conclusões da decisão agravada, no 
sentido do desprovimento do recurso especial. 
4. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (AgInt no REsp n. 1.283.365/RJ, relator Ministro 
Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 15/4/2019, DJe de 25/4/2019.). 
Diante disso, apesar de considerada como correta a alternativa B, em tese seria cabível 
recurso, uma vez que não há consenso doutrinário sobre o assunto, em que pese 
https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf
 
22 
decisões do STJ pela não aplicação. 
(C) INCORRETA. 
CC: art. 1.831: “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, 
será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o 
direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da 
família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar”. 
(D) INCORRETA. 
CC: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos 
herdeiros legítimos e testamentários. 
_______________________________________________________________________ 
09. Sobre os alimentos, nos termos da jurisprudência dominante e atual do Superior 
Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar: 
(A) a obrigação alimentar do pai em relação aos filhos cessa automaticamente com o 
advento da maioridade. 
(B) é irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros, mas pode o credor 
renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados. A irrenunciabilidade atinge 
o direito e o seu exercício. 
(C) o Código Civil prevê o dever de solidariedade alimentar decorrente do parentesco, 
facultando-se ao alimentando a possibilidade de formular novo pedido de alimentos 
direcionado a seus familiares, caso necessário. 
(D) os alimentos gravídicos visam a auxiliar a mulher gestante nas despesas decorrentes 
da gravidez, da concepção ao parto. A gestante é a beneficiária direta dos alimentos 
gravídicos, resguardando-se, assim, ainda que indiretamente, os direitos do próprio 
nascituro. Contudo, com o nascimento com vida da criança, esses alimentos são extintos 
ou perdem seu objeto, isto é, não podem ser convertidos automaticamente em pensão 
alimentícia. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado na rodada 13 do Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. Súmula 358 do STJ: “O cancelamento de pensão alimentíciade filho que 
atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que 
nos próprios autos. 
(B) INCORRETA. É irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros (art. 1.707 
do Código Civil), mas pode o credor renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não 
prestados, isso porque a irrenunciabilidade atinge o direito, e não o seu exercício. Resp 
 
23 
nº 1.529.532 – DF. 
(C) CORRETA. O ordenamento pátrio prevê o dever de solidariedade alimentar 
decorrente do parentesco (arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil), facultando-se à 
alimentanda a possibilidade de formular novo pedido de alimentos direcionado a seus 
familiares caso necessário. Resp nº 1.688.619 – MG. 
Note que apesar de falar em solidariedade, não está se referindo a obrigação solidária, 
mas do dever de solidariedade. 
(D) INCORRETA. Lei 11.804/08 (Lei de Alimentos gravídicos): 
Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará 
alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando 
as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo 
único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam 
convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das 
partes solicite a sua revisão. 
_______________________________________________________________________ 
10. Sobre a responsabilidade civil, segundo o entendimento dominante e atual do 
Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa CORRETA. 
(A) A indenização é medida pela extensão do dano, mas havendo excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e o prejuízo causado, pode haver a redução 
equitativa do montante indenizatório. Em outras palavras, a redução equitativa da 
indenização prevista no Código Civil tem caráter excepcional e somente será realizada 
quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta 
do agente. 
(B) A vítima, ainda que se trate de família de baixa renda, deve provar a dependência 
econômica para ter direito à pensão por ato ilícito. Não há que se falar nesse caso em 
presunção relativa de necessidade. 
(C) A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, não se admitindo 
a excludente do fato exclusivo de terceiro. 
(D) A prisão civil decretada por descumprimento de obrigação alimentar decorrente de 
ato ilícito é legal, pois a exceção prevista na Constituição Federal sobre o tema não exige 
obrigação de pagar alimentos decorrente do Direito de Família. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado nas rodadas 10 e 13 do Reta Final do TJSP. 
 
(A) CORRETA. 
CC: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
 
24 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
Enunciado 457: A redução equitativa da indenização tem caráter excepcional 
e somente será realizada quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos 
razoavelmente imputáveis à conduta do agente. 
(B) INCORRETA. "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, 
em se tratando de famílias de baixa renda, existe presunção relativa de dependência 
econômica entre os membros, sendo devido, a título de dano material, o 
pensionamento mensal aos genitores da vítima." EDcl no AgInt no REsp 1880254/MT, 
Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 20/09/2021, DJe 
24/09/2021. 
(C) INCORRETA. 
CC: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este 
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
(D) INCORRETA. Os alimentos, de acordo com a origem, podem ser classificados em três 
espécies: legítimos (devidos por força de vínculo familiar, estabelecido em lei), 
voluntários/negociais (derivados de negócio jurídico) ou indenizatórios (em razão de ato 
ilícito). 
Os alimentos decorrentes de ato ilícito são considerados de forma expressa pelo Código 
Civil como indenização. Eles são arbitrados em quantia fixa, pois são medidos pela 
extensão do dano, de forma a propiciar, na medida do possível, o retorno da vítima à 
situação anterior ao ato ilícito. Ao contrário, os alimentos do direito de família devem 
necessariamente levar em consideração o binômio necessidade-possibilidade para a sua 
fixação, estando sujeitos à reavaliação para mais ou para menos, a depender das 
instabilidades ocorridas na vida dos sujeitos da relação jurídica. 
Assim, prisão civil não abrange devedor de alimentos de caráter indenizatório 
decorrentes de ato ilícito. 
_______________________________________________________________________ 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
11. Mário ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de 
Josefina. Aduziu, em síntese, que emprestou R$ 60.000,00 para pagamento em 20 
parcelas de R$ 3.000,00 e teria recebido apenas a primeira parcela. Pediu a condenação 
da ré ao pagamento das três parcelas vencidas, com correção monetária e juros. Estando 
em ordem a inicial, o juiz de direito designou a audiência de tentativa de conciliação. A 
ré foi citada. Na audiência não houve acordo. No prazo legal, por intermédio de 
advogado regularmente constituído, Josefina contestou a ação. Afirmou que está 
passando por dificuldades financeiras por estar desempregada e que não tem condições 
de pagar o empréstimo. Pugnou pela improcedência do pedido. Juntada a contestação 
sem documentos, os autos foram encaminhados à conclusão. Considerando isso, qual 
deverá ser a decisão do juiz? 
 
25 
(A) o juiz determinará a intimação do autor para, em 15 dias, manifestar-se sobre a 
contestação. 
(B) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da ré 
ao pagamento apenas das parcelas vencidas, pois não houve pedido para inclusão das 
parcelas vincendas. Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência. 
(C) o juiz, em decisão saneadora, delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a 
atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definirá a distribuição 
do ônus da prova; delimitará as questões de direito relevantes para a decisão de mérito; 
designará audiência de instrução e julgamento. 
(D) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da 
ré ao pagamento (i) das parcelas vencidas e (ii) das parcelas vincendas (cumprimento de 
obrigação em prestações sucessivas), mesmo sem pedido, enquanto durar a obrigação. 
Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
No caso narrado, desnecessária a intimação em réplica, já que a parte ré não alegou 
fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito autoral, na forma do art. 350 do 
CPC: 
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz 
a produção de prova. 
Não há, ademais, fatos aparentemente controvertidos, uma vez que Josefina confessa o 
inadimplemento, embora alegue passar por dificuldades financeiras. Aparentemente, as 
partes não possuem interesse na produção de prova e o magistrado, em casos como o 
apresentado, pode proceder ao julgamento antecipado de mérito, nos termos do art. 
355, I, do CPC, sempre que não houver necessidade de produção de outras provas. 
Ademais, de acordo com o art. 323 do CPC, na ação que tiver por objeto cumprimento 
de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, 
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, 
enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou 
de consigná-las. 
Assim, deve Josefina ser condenada ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas, 
independente de pedido expresso do autor, além de serresponsabilizada pelo 
pagamento das verbas de sucumbência. 
_______________________________________________________________________ 
12. Carlos ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de 
Raimundo. O réu foi citado pessoalmente para a audiência de tentativa de conciliação e 
constituiu advogado. Frustrada a tentativa de conciliação, o réu contestou a ação. O 
 
26 
pedido foi acolhido em primeiro grau, após os articulados das partes e a produção de 
provas. A sentença transitou em julgado. Após um ano do trânsito em julgado, Carlos 
requereu a intimação do réu para cumprir a sentença. Considerando isso, responda 
como deverá ser a intimação nesse caso. 
(A) Por Oficial de Justiça. 
(B) Por carta com aviso de recebimento. 
(C) Por edital, considerando que o réu mudou de endereço sem prévia comunicação ao 
juízo. 
(D) Pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
Trata-se de interpretação extraída do art. 513, §1º e §4º, do CPC. 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste 
Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o 
disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. 
§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, 
provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. 
§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença: 
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; 
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela 
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, 
ressalvada a hipótese do inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver 
procurador constituído nos autos 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase 
de conhecimento. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação 
quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao 
juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. 
§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do 
trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do 
devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao 
endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do 
art. 274 e no § 3º deste artigo. 
 
_______________________________________________________________________ 
13. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo 
as disposições previstas em lei. A petição inicial, assim, é considerada a peça inaugural 
do processo. Por meio dela o autor busca a prestação da tutela jurisdicional em face do 
réu. Acerca do tema, indique a alternativa CORRETA. 
 
27 
(A) Na petição inicial o autor deve detalhar o pedido com as suas especificações. Com 
isso, o pedido deverá ser sempre certo. Não há, dessa forma, qualquer possibilidade de 
apreciação de pedidos implícitos. 
(B) Na petição inicial o autor indicará o valor da causa. Na ação que tiver por objeto a 
existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a 
resolução de ato jurídico, o valor da causa será sempre o valor do ato. 
(C) A petição inicial deverá ser indeferida quando for inepta, ou seja, quando (i) faltar 
pedido ou causa de pedir; (ii) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses 
autorizadas na lei; (iii) contiver pedidos incompatíveis entre si; (iv) da narração dos fatos 
não decorrer logicamente a conclusão; (v) o autor carecer de interesse processual. 
(D) O autor na petição inicial indicará o fato e os fundamentos do pedido. A lei, em 
outras palavras, exige o detalhamento da causa de pedir. Adotou o nosso Código de 
Processo Civil a teoria da substanciação da ação. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O art. 322, §1º, do CPC prevê a possibilidade de se ter pedidos 
implícitos: 
“§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as 
verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.” 
(B) INCORRETA. 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e 
será: 
(...) 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a 
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do 
ato ou o de sua parte controvertida; 
(C) INCORRETA. A petição inicial pode ser indeferida quando faltar ao autor interesse 
processual (art. 330, II, do CPC), mas não se cuida de situação propriamente de inépcia. 
Os casos de inépcia estão previstos no art. 330, §1º, do CPC: 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se 
permite o pedido genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
28 
(D) CORRETA. De acordo com a jurisprudência do STJ, “para a adequada delimitação da 
causa de pedir, de acordo com a teoria da substanciação, acolhida pelo sistema 
processual, impõe-se ao demandante o dever de, além de expor os fatos que, por sua 
relevância jurídica, repercutem em seu direito, também apresentar, em justificação, os 
fundamentos jurídicos deste, aduzindo a que título o ordenamento jurídico acolhe sua 
pretensão, sendo irrelevante, a esse propósito, a indicação de dispositivos legais 
(fundamento legal)” (REsp 1745411 / RS, TERCEIRA TURMA, DJe 20/08/2021). 
_______________________________________________________________________ 
14. Maria ingressou com ação de conhecimento em face da concessionária de energia 
elétrica visando ao reconhecimento da inexigibilidade da “conta de luz” do mês de abril 
de 2022 no valor de R$ 1.500,00. O juiz julgou improcedente o pedido, reconhecendo a 
exigibilidade do valor cobrado pela concessionária. A sentença transitou em julgado. A 
concessionária pretende executar a sentença, afirmando ter título executivo judicial. 
Sobre os títulos executivos judiciais, indique a afirmativa CORRETA. 
(A) A decisão homologatória de autocomposição judicial constitui também título judicial. 
Adverte-se, contudo, que a autocomposição judicial não pode envolver sujeito estranho 
ao processo e não pode versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em 
juízo. 
(B) Também é título judicial a decisão interlocutória estrangeira, independentemente 
da concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça. 
(C) As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação 
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa também são títulos 
executivos judiciais. Em outras palavras, a lei acabou com o dogma de que só as 
sentenças condenatórias constituíam títulos executivos. Admite-se hoje a execução de 
uma sentença declaratória ou constitutiva. 
(D) Também são títulos judiciais: o crédito de auxiliar da justiça, a sentença penal 
condenatória, independentemente do trânsito em julgado e a sentença estrangeira 
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. 
Art. 515, § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao 
processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em 
juízo. 
(B) INCORRETA. 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de 
acordo com os artigos previstos neste Título: 
(...) 
 
29 
IX - a decisãointerlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à 
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
(C) CORRETA. "A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou 
improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça 
obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia 
liquidação e execução nos próprios autos. STJ. Corte Especial. REsp 1.324.152-SP, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/5/2016 (Info 585)." 
(D) INCORRETA. 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de 
acordo com os artigos previstos neste Título: 
(...) 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou 
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
_______________________________________________________________________ 
15. O Código de Processo Civil regula as ações possessórias. A natureza possessória da 
ação pressupõe a posse como fundamento (causa de pedir) e como pedido (pretensão). 
Assim, indique a alternativa correta sobre as ações possessórias. 
(A) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil se aplica em se 
tratando de ação de força nova e de ação de força velha. Assim, não importa, em 
qualquer caso o juiz deferirá, estando a petição devidamente instruída, sem ouvir o réu, 
a expedição de mandado liminar de manutenção ou reintegração, caso contrário, 
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando o réu para 
comparecer à audiência que for designada. 
(B) Obsta, por expressa disposição na lei processual civil, à manutenção e à reintegração 
de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. O Código de 
Processo Civil não proíbe a alegação de domínio. 
(C) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil só tem lugar quando 
se tratar de ação de força nova, ou seja, quando o esbulho ou a turbação tiver ocorrido 
dentro de ano e dia. Se for há mais de ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada 
pelo procedimento comum. Nesse caso, segundo entendimento prevalente sobre o 
tema, o juiz não poderá conceder a tutela provisória com base na regra geral do Código 
de Processo Civil. 
(D) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não impede que o juiz 
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos 
pressupostos estejam provados. A lei, assim, regula expressamente a fungibilidade das 
ações possessórias. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
30 
 
(A) INCORRETA. O procedimento especial se aplica apenas a ações possessórias de força 
nova, isto é, com menos de ano e dia. 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse 
as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de 
ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o 
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
(B) INCORRETA. 
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto 
ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão 
for deduzida em face de terceira pessoa. 
(C) INCORRETA. Em complemento aos comentários à alterativa “a”, se for há mais de 
ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada pelo procedimento comum. 
Entretanto, observado o procedimento comum, não há qualquer óbice à concessão de 
tutela provisória, desde que preenchidos os requisitos legais. 
(D) CORRETA. O art. 554 do CPC, expressamente, permite a aplicação do princípio da 
fungibilidade em se tratando de ações possessórias: 
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará 
a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente 
àquela cujos pressupostos estejam provados. 
_______________________________________________________________________ 
16. Incumbe ao réu alegar na contestação, antes de discutir o mérito: 
(A) litispendência, incorreção do valor da causa, perempção, conexão e convenção de 
arbitragem. 
(B) inexistência ou nulidade de citação, ausência de legitimidade ou interesse 
processual, prescrição e decadência. 
(C) perempção, prescrição, litispendência, coisa julgada e conexão. 
(D) incompetência absoluta e relativa, coisa julgada, decadência, convenção de 
arbitragem e ausência de interesse processual. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
Leitura do art. 337 do CPC. Prescrição e decadência não são, tecnicamente, questões 
preliminares, discutidas antes do mérito, e sim prejudiciais de mérito, isto é, são 
questões que, se acolhidas, ensejam a extinção do processo com resolução de mérito 
(art. 487, II, do CPC). 
_______________________________________________________________________ 
 
31 
17. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova 
escrita, sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o 
pagamento de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem 
móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. O Brasil 
adotou o procedimento monitório documental. Sobre a ação monitória, segundo a 
jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça e a legislação 
processual civil em vigor, é CORRETO afirmar: 
(A) sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de 
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou não fazer, 
com prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento. Cumprindo o réu o mandado, ficará 
isento de custas e honorários advocatícios. 
(B) o réu, no prazo para embargos, desde que reconheça o crédito do autor e comprove 
o depósito de 30% (trinta por cento) do valor devido, poderá requerer que lhe seja 
permitido pagar o restante em até 06 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção 
monetária e de juros de 1% ao mês. Em outras palavras, o parcelamento autorizado na 
execução de título extrajudicial também se aplica ao procedimento monitório, no que 
couber. 
(C) não se admite em face da Fazenda Pública. 
(D) não se admite quando fundada em cheque prescrito. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Não há isenção quanto aos honorários advocatícios. 
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de 
mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação 
de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o 
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento 
do valor atribuído à causa. 
(B) CORRETA. Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 do CPC (moratória 
judicial), nos termos do art. 701, §5º, do CPC. 
(C) INCORRETA. É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública (art. 700, §6º, 
do CPC). 
Súmula 339/STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. 
(D) INCORRETA. Súmula nº 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque 
prescrito. 
_______________________________________________________________________ 
18. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta que a parte proponha 
de novo a ação, ressalvando- -se apenas ser necessário comprovar o pagamento ou o 
 
32 
depósito das custas e dos honorários de advogado. Sobre a sentença terminativa, 
indique a alternativa correta que englobe apenas casos que a propositura da nova ação 
dependa da correção do vício que levou à sentença de extinção sem resolução do 
mérito. 
(A) Contumácia das partes, ausência de legitimidade e interesse processual. 
(B) Extinção por abandonopelo autor, ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento regular do processo. 
(C) Indeferimento da petição inicial, ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento regular do processo e ausência de legitimidade ou de interesse 
processual. 
(D) Extinção por abandono da causa pelo autor, contumácia das partes e indeferimento 
da petição inicial. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO! 
 
De fato, nos casos de indeferimento da petição inicial (art. 485, I, do CPC), de ausência 
de pressupostos de constituição e de desenvolvimento regular do processo (art. 485, IV, 
do CPC) e ausência de legitimidade ou de interesse processual (art. 485, VI, do CPC), se 
o vício que levou à extinção do processo for sanado, é possível nova propositura da 
demanda, justamente porque se trata de mera sentença terminativa (extinção sem 
resolução do mérito), e não definitiva (extinção com resolução do mérito). 
Entretanto, nas hipóteses de abandono da causa pelo autor (art. 485, III, do CPC), a 
priori, não é possível afastar a regra de que, se o vício de falta de regular andamento do 
processo for sanado, o autor pode, novamente, ajuizar processo com a mesma 
pretensão, justamente porque a sentença que extinguiu o processo por abandono não 
faz coisa julgada. 
Desse modo, a priori, a letra B também está correta, o que impõe a anulação da questão 
ou, ao menos, a aceitação de duas respostas. 
_______________________________________________________________________ 
19. Sobre a denunciação da lide, considerando a jurisprudência dominante e atual do 
Superior Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar: 
(A) o estado avançado do processo não recomenda o deferimento do pedido de 
denunciação da lide, sob pena de afronta aos mesmos princípios que o instituto busca 
preservar. 
(B) o Código de Processo Civil em vigor prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide 
nos casos de evicção. 
 
33 
(C) a denunciação deve ser admitida se o denunciante busca eximir-se da 
responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-o com exclusividade a terceiro. 
(D) a denunciação pode ser promovida de ofício pelo juiz. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. “É pacífica jurisprudência desta Corte Superior para inadmitir a 
denunciação da lide embasada no art. 70, III, do CPC quando introduzir fundamento 
novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide paralela, a exigir 
ampla dilação probatória, especialmente quando está sob análise processo em estado 
avançado, a fim de respeitar os princípios da celeridade e economia processuais” (STJ, 
REsp 2034746 / SP, Terceira Turma, DJe 24/03/2023) 
(B) INCORRETA. “O Código de Processo Civil de 2015, ao contrário do Código anterior, 
não prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide em nenhuma de suas hipóteses. Ao 
contrário, assegura o exercício do direito de regresso por ação autônoma quando 
indeferida, não promovida ou proibida (CPC/2015, art 125, caput, e § 1º)” (AgInt no 
AREsp 1575808 / SP, DJe 16/06/2021). 
(C) INCORRETA. "Não se admite a denunciação da lide com fundamento no art. 125, II, 
do CPC se o denunciante objetiva eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso, 
atribuindo-o com exclusividade a terceiro. Precedentes" (AgInt no AREsp 1483427/SP, 
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/09/2019, DJe 
30/09/2019).” (AgInt no AREsp 1.451.888/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, 
QUARTA TURMA, julgado em 20/04/2020, DJe de 24/04/2020) 
(D) INCORRETA. A denunciação da lide apenas pode ser promovida por qualquer das 
partes: 
CPC, Art. 125. “É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer 
das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio 
foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da 
evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, 
a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.” 
_______________________________________________________________________ 
20. Sobre a prova no processo civil, assinale a alternativa CORRETA. 
(A) O juiz deve determinar, a requerimento da parte, as provas necessárias ao 
julgamento do mérito. O indeferimento das diligências inúteis e meramente 
protelatórias deve ocorrer em decisão fundamentada, sendo que o juiz não pode 
determinar de ofício a produção de provas, pois o ônus de provar é sempre da parte. 
(B) As partes podem convencionar, somente antes do processo, a distribuição diversa 
do ônus da prova, salvo quando recair em direito indisponível da parte ou tornar 
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
 
34 
(C) A produção antecipada de prova previne a competência do juízo para a ação que 
venha a ser proposta. 
(D) Incumbe o ônus da prova à parte que produziu o documento e não quem arguiu a 
falsidade, quando se tratar de impugnação da autenticidade. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O juiz pode deferir provas de ofício. Confiram: 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências 
inúteis ou meramente protelatórias. 
(B) INCORRETA. Podem convencionar antes e durante o processo. 
Art. 373, § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer 
por convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o 
processo. 
(C) INCORRETA. 
Art. 381, § 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do 
juízo para a ação que venha a ser proposta. 
(D) CORRETA. 
Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando: 
I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte 
que a arguir; 
II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o 
documento. 
_______________________________________________________________________ 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
 
21. Assinale a alternativa CORRETA. 
(A) O contrato de seguro por danos pessoais exclui os danos morais, salvo cláusula 
expressa em sentido contrário. 
(B) No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, é permitida a revisão das cláusulas 
contratuais, ante a mitigação do princípio da pacta sunt servanda. 
(C) O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável às entidades abertas de 
previdência complementar. 
 
35 
(D) Nas relações de consumo entre fornecedor e consumidor pessoa jurídica, a 
indenização não poderá ser limitada, mesmo em situações justificáveis. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP. 
 
(A) INCORRETA. O entendimento da Súmula 402 do STJ é o inverso do colocado na 
assertiva: 
Súmula 402 do STJ. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos 
morais, salvo cláusula expressa de exclusão. 
(B) CORRETA. A revisão das cláusulas contratuais, com aplicação da Teoria da Base 
Objetiva do Negócio Jurídico, é um direito básico consumidor, previsto no art. 6º, V, do 
CDC: 
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as 
tornem excessivamente onerosas; 
 
(C) INCORRETA. O CDC é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, 
e não às fechadas. 
Súmula 563 do STJ. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas 
de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados

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