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1 UNIP Campus Manaus CST em Automação Industrial - Turma AI2PQ/1P Disciplina: Circuitos Elétricos 2º. Semestre 2012 Notas de Aula – Aula 04 Tipos de Resistores e Associação de Resistores 1)TIPOS DE RESISTORES Resistores são componentes que têm por finalidade oferecer uma oposição à passagem de corrente elétrica por meio de seu material. A essa oposição damos o nome de resistência elétrica, que possui como unidade o Ohm [Ω], onde encontramos como múltiplos mais usuais: Kilo - Ohm (K Ω) → 1K Ω = 103 Ω Mega - Ohm (M Ω) → 1M Ω = 106 Ω Classificamos os resistores em dois tipos: fixos e variáveis. Os resistores fixos são aqueles cujo valor da resistência não pode ser alterado, enquanto os variáveis têm a sua resistência modificada dentro de uma faixa de valores por meio de um cursor móvel. Os resistores fixos são comumente especificados por três parâmetros: o valor nominal da resistência elétrica, a tolerância, ou seja, a máxima variação em porcentagem do valor nominal, e a máxima potência elétrica dissipada. Exemplo Tomemos um resistor de 100 Ω ± 5% - 0,33W, isso significa que possui um valor nominal de 100 Ω, uma tolerância sobre esse valor de mais ou menos 5% e pode dissipar uma potência de no máximo 0,33 watts. Dentre os tipos de resistores fixos, destacamos os de fio, de filme de carbono e de filme metálico. Resistor de Fio Consiste basicamente em um tubo cerâmico, que servirá de suporte para enrolarmos um determinado comprimento de fio, de liga especial para obter o valor de resistência desejado. Os terminais desse fio são conectados às braçadeiras presas ao tubo. Além desse, existem outros tipos construtivos esquematizados, conforme mostra a figura 1.1. Os resistores de fio são encontrados com valores de resistência de alguns Ohms até alguns Kilo-Ohms, e são aplicados onde são exigidos altos valores de potência, acima de 5W, tendo suas especificações impressas no próprio corpo. Resistor de Filme de Carbono 2 Consiste em um cilindro de porcelana recoberto por um filme (película) de carbono. O valor da resistência é obtido mediante a formação de um sulco, transformando a película em uma fita helicoidal. Esse valor pode variar conforme a espessura do filme ou a largura da fita. Como revestimento, encontramos uma resina protetora sobre a qual será impresso um código de cores, identificando seu valor nominal e tolerância. Os resistores de filme de carbono são destinados ao uso geral e suas dimensões físicas determinam a máxima potência que eles podem dissipar. Resistor de Filme Metálico Sua estrutura é idêntica à de filme de carbono, somente que se utiliza uma liga metálica (níquel-cromo) para formar a película, obtendo valores mais precisos de resistência, com tolerância de 1% a 2%. O código de cores utilizado nos resistores de película é visto na figura 1.2. Observações: A ausência da faixa de tolerância indica que esta é de ± 20%. Para os resistores de precisão encontramos cinco faixas, sendo que as três primeiras representam o primeiro, segundo e terceiro algarismos significativos e as demais, respectivamente, fator multiplicador e tolerância. Resistores ajustáveis São resistores cujo valor de resistência pode ser ajustado, dentro de uma faixa pré-definida. A Fig.2 mostra alguns resistores ajustáveis. Fig.2 - Exemplo de resistores ajustáveis. Estes tipos de resistores são utilizados em circuitos que exijem calibração. Existem dois tipos de resistores ajustáveis: Resistor ajustável de fio (Fig.3); e Trimpot (Fig.4). 3 Fig.3 - Resistor ajustável de fio. Fig.4 - Trimpot. A constituição física dos resistores ajustáveis não é preparada para suportar trocas de valor freqüentes. Este tipo de componente é utilizado em pontos de um circuito onde o ajuste é feito uma vez e não é mais alterado. Os resistores ajustáveis (de fio e trimpot) são usados para ajustes definitivos nos circuitos. Resistores ajustáveis de fio É um resistor de fio ao qual foi acrescentado um terceiro terminal, denominado de cursor, como mostrado na Fig.5. Fig.5 - Resistor ajustável de fio. Esse terminal móvel desliza em contato elétrico com as espiras de fio que constituem o resistor podendo ser fixado na posição desejada. Os resistores ajustáveis de fio, em geral, dissipam grande quantidade de calor porque trabalham com correntes elevadas. Por essa razão, normalmente são montados em locais com boa ventilação, sendo ligados ao circuito através de condutores, como mostrado na Fig.6. Fig.6 - Condutores de ligação do resistor ajustável de fio. 4 Trimpot É um tipo de resistor ajustável utilizado em pontos de ajuste onde as correntes são pequenas (da ordem de miliampères ou menos). A Fig.7 mostra alguns tipos de trimpots. Fig.7 - Tipos de trimpots. Pelo fato de dissiparem pequenas quantidades de calor, os trimpots podem ser montados no próprio circuito onde estão atuando, como ilustrado na Fig.8. Fig.8 - Montagem do trimpot numa placa de circuito impresso. Existem trimpots verticais e horizontais, de forma a permitir uma opção para uma montagem mais adequada a cada aplicação. A Fig.9 mostra trimpots desses dois tipos. Fig.9 - Trimpot vertical (180 graus) e trimpot horizontal (90 graus). Simbologia Os resistores ajustáveis são representados pelos símbolos apresentados na Fig.10. Fig.10 - Símbolos dos resistores ajustáveis. Nos esquemas, o valor ôhmico que aparece ao lado do símbolo dos resistores ajustáveis corresponde à resistência entre os terminais extremos (valor máximo). 5 Potenciômetros São resistores com derivação que permite a variação do valor resistivo pelo movimento de um eixo. A Fig.11 mostra alguns tipos de potenciômetros. Fig.11 - Tipos de potenciômetros. Os potenciômetros são usados nos equipamentos para permitir a mudança do regime de operação. Por exemplo, o potenciômetro de volume permite o aumento ou diminuição do nível de intensidade do som. Já o potenciômetro de brilho permite o controle de luminosidade das imagens. Simbologia A Fig.12 mostra os símbolos utilizados para representar os potenciômetros, salientando o símbolo normalizado pela ABNT. Fig.12 Símbolos dos potenciômetros. A diferença entre os símbolos dos resistores ajustáveis e potenciômetros aparece na ponta do traço diagonal. Os componentes cujo valor está sujeito à modificação constante (potenciômetros usados no controle de volume, por exemplo) são denominados variáveis. Nos seus símbolos aparece uma seta na ponta do traço diagonal. Os componentes cujo valor de resistência é ajustado na calibração e não sofre mais alteração, são chamados de ajustáveis. O resistor ajustável é um exemplo característico desse tipo de componente. Tipos de potenciômetros Existem dois tipos de potenciômetros: De fio; e de carbono (linear ou logarítmico). POTENCIÔMETRO DE FIO Sobre uma tira de fibra em forma de anel são enroladas várias espiras de fio especial (com resistividade elevada). Fixam-se terminais nas extremidades da fibra e as pontas do fio formam um resistor, conforme ilustrado na Fig.13. 6 Fig.13 - Tira de fibra, espira de fio e terminais de um potenciômetro de fio. Sobre o topo da fibra corre o contato móvel do cursor, que é ligado mecanicamente ao eixo do componente. O cursor é ligado ao terminal do potenciômetro, como mostrado na Fig.14. Fig.14 - Detalhes dos componentes básicos de um potenciômetro. Os potenciômetros de fio para circuitos eletrônicos são encontrados em valores de até 22kΩ de resistências e potências de dissipação de até 4W. Nos potenciômetros de fio a resistência entre o cursor e os extremos varia uniformemente com o movimento do eixo. Se o eixo for movimentado até a metade do curso total, a resistência entre o cursor e os extremos é a metade da resistênciatotal. Por outro lado, se o cursor for movimentado de 1/4 do curso total em relação a um extremo, a resistência entre este extremo e o cursor é 1/4 da resistência total. Entre o outro extremo e o cursor haverá portanto 3/4 da resistência, como ilustrado na Fig.15. Fig.15 - Valores de resistência para diversas posições do cursor. Componentes com esta característica são chamados de lineares. Portanto, os potenciômetros de fio sempre são lineares. Nos potenciômetros lineares, a variação da resistência é proporcional ao movimento do eixo. Potenciômetro de carbono (CARVÃO) São semelhantes aos potenciômetros de fio na sua construção. Diferem apenas em um aspecto: nos potenciômetros de carvão as espiras de fio especial (do potenciômetro de fio) são substituídas por uma camada de carbono que é depositada sobre uma superfície de material isolante, como pode ser visto na Fig.16. 7 Fig.16 - Detalhes construtivos de um potenciômetro de carbono. Os potenciômetros de carbono podem ser lineares ou logarítmicos. Os potenciômetros de carvão lineares são semelhantes aos de fio, ou seja, a variação da resistência entre um extremo e o cursor é proporcional ao movimento do eixo. A variação da resistência dos potenciômetros lineares em relação à posição do cursor se apresenta conforme o gráfico da Fig.17. Fig.17 - Representação gráfica da variação da resistência com a posição do cursor dos potenciômetros lineares. Os potenciômetros de carvão logarítmicos se comportam de forma diferente, com respeito à relação entre posição do cursor e resistência. Quando se inicia o movimento do cursor, a resistência sofre pequena variação. À medida que o cursor vai sendo movimentado, a variação na resistência torna-se cada vez maior. A variação da resistência entre um extremo e o cursor é desproporcional ao movimento do eixo. O gráfico da Fig.18 mostra como a resistência varia com relação à posição do eixo nos potenciômetros logarítmicos. Os potenciômetros logarítmicos são usados principalmente em controles de volume. Fig.18 - Representação gráfica da variação da resistência com a posição do cursor dos potenciômetros logarítmicos. Potenciômetros deslizantes Potenciômetros em que o movimento rotativo do eixo é substituído por um movimento linear do cursor. A Fig.19 mostra um exemplo. 8 Fig.19 - Potenciômetro deslizante. 2)ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Na maioria das vezes os resistores aparecem em grande número num circuito formando associações com resistências convenientes. Essas combinações podem aparecer em forma de ligações em série, ligações em paralelo e ligações mistas. “O resistor equivalente de uma associação é o resistor único que submetido à mesma tensão da associação proporcione a mesma corrente no trecho do circuito”. • Associação de resistores em série . Na associação se tem : 321 IRIRIRVVVVV abdbcdacab ++=⇒++= ( )321 RRRIVab ++= No resistor equivalente : RIVab = Igualando as duas equações obtém-se : Os resistores de uma associação constituem uma ligação em série quando são conectados em seqüência conforme está mostrado na figura ao lado. Se for aplicada uma tensão nos extremos da associação: - Todos os componentes as associação serão percorridos pela mesma corrente I. - A soma das ddp em cada resistor é igual à I I c d I R a b 321 RRRR ++= 9 • Associação de resistores em paralelo Na associação cada resistor está sob o mesmo potencial: 11IRVab = 22 IRVab = 33IRVab = Então : 1 1 R V I ab= 2 2 R V I ab= 3 3 R V I ab= No resistor equivalente : R V I ab= Mas a corrente I é a soma das correntes em cada ramo da associação: 321 IIII ++= Combinando as equações : ++=++= 321321 111 RRR V R V R V R V R V ab asasasab que resulta: 321 1111 RRRR ++= Exemplo 01 Calcular a resistência equivalente entre os terminais A e B nos circuitos abaixo: Numa ligação em série a resistência equivalente da associação é igual à somatória das resistências dos resistores componentes do circuito. Quando os resistores são conectados conforme está mostrado na figura ao lado, se diz que eles constituem uma associação em paralelo. Se for aplicada uma tensão nos extremos da associação: - Todos os componentes as associação estarão submetidos à mesma diferença de potencial Vab - A soma das correntes que circulam em cada resistor é igual à corrente total I fornecida pela fonte de tensão nos extremos da associação. I a b I1 I2 I3 I I R 10 Exemplo 02 Considere o circuito ao lado em que L significa lâmpada, F significa ferro de passar e T significa televisor. Por hoje.... Boa noite!! L L L L F F T 22 0 V 100 W 100 W 100 W 100 W 1000 W 1000 W 400 W ∼∼∼∼ FUSÍVEL a)determinar a corrente máxima que passará pelo fusível em condições normais de funcionamento. Dica: Potência (W) = Tensão (V) x Corrente (I)
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