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RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAIS - 05 - Relações trabalhistas_ sindicatos

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DESCRIÇÃO
A formação do sindicalismo, bem como a atuação sindical e a luta por direitos trabalhistas. O
mercado informal e a precarização da vida do trabalhador.
PROPÓSITO
Refletir sobre a função do movimento sindical em relação ao mercado de trabalho e ao
trabalhador, bem como sobre os processos de precarização do trabalho, para atitudes mais
assertivas em sua vida profissional.
PREPARAÇÃO
Levando em conta a riqueza e as múltiplas possibilidades de análise do tema, é importante ter
à mão um bom dicionário de teoria política – indicamos o Dicionário de política, de Norberto
Bobbio – ou mesmo de Filosofia, como o de Abbagnano. Ambos estão disponíveis em versão
digital.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Distinguir as etapas de formação do movimento sindical com as diferentes demandas dos
trabalhadores
MÓDULO 2
Descrever a estrutura sindical no Brasil
MÓDULO 3
Identificar os processos de precarização do trabalho e sua relação com a informalidade
INTRODUÇÃO
Estamos prestes a aprender sobre a origem e função dos sindicatos e sua atuação em defesa
dos direitos dos trabalhadores. Faremos um percurso histórico para conhecer as demandas
dos trabalhadores em diferentes épocas, e as inspirações ideológicas que moveram a
organização dos trabalhadores até chegarem nos modelos de sindicatos que conhecemos.
Analisaremos como os patrões e o Estado lidaram, ao longo do tempo, com o movimento
sindical, identificando as causas dos conflitos e das aproximações entre esses segmentos.
Estudaremos como alguns direitos dos trabalhadores foram conquistados pela atuação direta
dos sindicatos, e como a política neoliberal tem criado instrumentos que precarizam a vida do
trabalhador, especialmente com o aumento da informalidade. Nesse mesmo contexto,
conheceremos como o movimento sindical enxerga os trabalhadores informais e o que tem
feito nesse sentido.
Mas você poderia perguntar: o sindicalismo afeta a minha vida cotidiana? Se você olhar para
sua realidade, como profissional (ou futuro profissional), com atenção, perceberá os seguintes
pontos: o aumento salarial resultante da negociação do sindicato de sua categoria com os
patrões; tentar chegar a um lugar e não conseguir por causa de uma greve ou uma
manifestação pública; se, no seu trabalho, as folgas, férias, o descanso e os cuidados com a
insalubridade são garantidos, enfim, são diversos os exemplos.
Agora, vamos conhecer mais sobre a origem dos sindicatos e sua função.
MÓDULO 1
 Distinguir as etapas de formação do movimento sindical com as diferentes demandas
dos trabalhadores
TRABALHADORES SE ORGANIZAM E
LUTAM
Poderíamos iniciar uma breve memória sobre a organização e luta dos trabalhadores desde a
Baixa Idade Média na Europa (séc. XI ao séc. XV), com o renascimento das cidades
provocando o aumento da oferta de mão de obra. Essa realidade estimulou o crescimento de
antigas profissões e a criação de novas atividades profissionais.
Com o aumento dos trabalhadores, houve a necessidade de se organizarem em torno de suas
necessidades e demandas. Nascem, assim, as corporações de ofício, cada uma com seus
regulamentos, suas atribuições e seus símbolos distintivos.
O TERMO OFÍCIO DESIGNAVA O EXERCÍCIO POR
OBRIGAÇÃO DE ALGUM TIPO ESPECIALIZADO DE
TRABALHO; O REALIZADO MANUALMENTE E/OU
COM O AUXÍLIO DE INSTRUMENTOS ERA CONHECIDO
COMO UM “OFÍCIO MECÂNICO”. O “OFICIAL
MECÂNICO” TAMBÉM ERA CHAMADO DE “ARTISTA
MECÂNICO” OU ARTESÃO, DERIVANDO-SE DESTA
DESIGNAÇÃO AS DENOMINAÇÕES DE ARTISTA E
ARTÍFICE, VERBETES QUE TÊM, ENTRE
DICIONARISTAS DOS SÉCULOS XVIII E XIX,
ACEPÇÕES SOBREPOSTAS.
(REIS, 2006, p. 12)
 Palácio mercantil em Bologna.
Era comum que as corporações também funcionassem como escolas de aprendizagem
profissional, estimulando a entrada de aprendizes que ficavam sob a tutela de seus mestres de
ofício para aprender a profissão.
Vamos conhecer as sociedades de artistas fundadas no Brasil?
 Fonte: Secretaria de Cultura da Bahia
No Brasil, colonizado a partir do séc. XVI, somente em 1832 (especificamente na Bahia), se
constituiu uma das primeiras associações de auxílio mútuo e de organização da classe
operária do país com a fundação da Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo
dos Desvalidos, cujos estatutos previam que deveria ser composta, exclusivamente, por
negros nascidos no Brasil, tornando-se um importante espaço de afirmação racial.
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 Medalha comemorativa da Imperial Sociedade Auxiliadora das Artes. | Fonte: Museu
Imperial de Petrópolis
Em março de 1835, foi fundada a Sociedade Auxiliadora das Artes e Beneficente, na Corte,
a fim de tratar do melhoramento das artes e de beneficiar os associados e suas famílias.
 Fonte: Prefeitura Municipal de Salvador
Em 1853, foi fundada, em Salvador, a Sociedade Montepio dos Artífices da Bahia. Assim como
a Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos Desvalidos, tinha como objetivo
principal prestar auxílio aos seus sócios ou familiares a partir de um caixa formado pela
contribuição mensal de seus associados.
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 Fonte: PSTU
A Liga Operária, também fundada no Rio de Janeiro, tinha objetivos mais pragmáticos que se
assemelham às funções dos sindicatos atuais, como reivindicar o aumento dos salários e a
diminuição das horas de trabalho.
IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DA
SOLEDADE AMPARO DOS DESVALIDOS
Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD) foi a primeira organização civil negra no Brasil,
fundada em 1832, por Manoel Victor Serra, um africano livre, cuja finalidade era a compra de
alforria e o pagamento de curso de formação profissional a ex-escravizados. Atualmente, a
SPD realiza ações para o desenvolvimento e a valorização da cultura afro-brasileira com
objetivo de empoderamento da população negra e menos favorecida, atuando na promoção de
igualdade e combate ao racismo, buscando políticas públicas e melhorias dos direitos das
crianças, mulheres e dos homens negros.
Fonte: SPD
SOCIEDADE AUXILIADORA DAS ARTES E
BENEFICENTE
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Vale conferir a Legislação Imperial (Decreto 6.869 de 23 de março de 1878), que aprova seus
estatutos.
LIGA OPERÁRIA
“A Liga era de certo modo uma sociedade de socorros mútuos sui generis, pois, além do auxílio
material aos sócios no caso de necessidade, visava procurar por todos os meios ao seu
alcance melhorar a sorte das classes operárias, introduzindo melhoramentos em todos os
ramos de trabalho artístico e industrial, bem como propagar a instrução, como o meio mais
eficaz de esclarecer quer o operário, quer o artista [...]. Outra particularidade da Liga foi a
intenção de ser dirigida por uma representação que contemplasse os vários ofícios nela
presentes, o que a tornaria, na prática, uma precursora das federações operárias da Primeira
República”.
(BATALHA, 1998, p. 56)
Essas sociedades de artistas, além de atuarem na valorização do trabalho manual e na
garantia de alguns direitos mínimos aos trabalhadores filiados, também visavam proporcionar
espaços de sociabilidade e entretenimento para seus sócios, estimulando a realização de
festas dançantes, jogos e brincadeiras em suas sedes.
Somente a partir do contexto da Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII e
começo do século XIX, forçando a substituição da produção manufatureira e artesanal pela
produção em massa de mercadorias, é que se pode falar de organização sindical dos
trabalhadores. Ali nascia o capitalismo contemporâneo e, também, o sindicalismo. Oriundo do
contexto da industrialização, o sindicalismo logo se expandiu para outras frentes de atuação
que demandavam organização e defesa dos trabalhadores, como as atividades campesinas.
 SAIBA MAIS
Artista foi um termo largamente empregado para denominar os trabalhadores manuais
especializados: sapateiros, pedreiros, marceneiros etc., que contavam com sociedades
próprias ou em conjunto.
AMPLIAÇÃO DAS REIVINDICAÇÕES E AS
PRIMEIRAS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS
Esta é a função primeira dos sindicatos: impedir que o operáriose veja obrigado a aceitar um
salário inferior ao mínimo indispensável para o seu sustento e o da sua família. E, para isso,
era necessária tal união.
OS SINDICATOS REPRESENTARAM, NOS PRIMEIROS
TEMPOS DO DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO,
UM PROGRESSO GIGANTESCO DA CLASSE
OPERÁRIA, POIS PROPICIARAM A PASSAGEM DA
DISPERSÃO E DA IMPOTÊNCIA DOS OPERÁRIOS AOS
RUDIMENTOS DA UNIÃO DE CLASSE.
(ANTUNES, 1982, p. 14)
As primeiras formas de união entre trabalhadores aparecem no movimento ludista, na
Inglaterra, por volta de 1811, caracterizado pela quebra de máquinas fabris por parte de
operários e pequenos artesãos do ramo têxtil. Em resposta às condições cruéis de trabalho, o
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ludismo propunha provocar a quebra de máquinas das grandes indústrias para pressionar os
empregadores nas negociações, obter aumentos ou impedir a redução dos seus salários. Já os
pequenos artesãos aderiram ao movimento porque se viram diante de uma concorrência
desleal, uma vez que as grandes fábricas faziam tecidos mais baratos e em maior quantidade
do que eles, levando muitos artesãos a ficarem sem fonte de renda.
Em 1824, o Parlamento inglês permitiu, pela primeira vez, que os operários se unissem em
associações sindicais chamadas de Trade unions, cuja função era negociar os direitos dos
trabalhadores com os patrões, evitando que o operário atuasse isoladamente, o que poderia
ser desvantajoso para o trabalhador. O salário também passou a ser fixado a partir do lucro das
empresas, de modo que o trabalhador teria aumentos que acompanhavam a produtividade
industrial. Em 1830, surgiu a Associação Nacional para a Proteção do Trabalho, unindo todos
os sindicatos.
LUDISTA
O nome do movimento é derivado de Ned Ludd ou John Ludd. Ludd não era uma pessoa real,
mas um nome para indicar um líder imaginário, uma estratégia para preservar o anonimato dos
participantes. O ludismo, nome dado à revolta dos trabalhadores ingleses, iniciou-se de
maneira desorganizada, sem liderança. Os participantes agiam à noite e cobriam os rostos
para evitar o reconhecimento. As informações eram espalhadas de boca a boca. As
autoridades não sabiam quem estavam tentando prender, e sequer conseguiam identificar os
participantes.
POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA
O movimento sindical, em seus primórdios, foi impactado por diferentes correntes de
pensamento:
REFORMISTAS
Com origem direta do tradeunionismo, eram contrários às ideias de revolução dos
trabalhadores e atuavam apenas na defesa dos interesses imediatos, sem uma atuação
politicamente engajada.
Influenciado pelas teorias anarquistas e revolucionárias, em 1838 surgiu o movimento
cartista, que escreveu um documento chamado de Carta do Povo, no qual reivindicava, entre
outras coisas:
O direito do sufrágio universal secreto, permitindo que os operários e trabalhadores
proletários pudessem votar;
O direito dos trabalhadores em participar do Parlamento;
A limitação dos mandatos políticos e a diminuição da jornada de trabalho. Um dos líderes
do movimento, Bronterre O’Brien (1804-1864), afirmava que toda propriedade era um
roubo, pois havia sido construída por meio da exploração do rico em prejuízo do pobre.
SINDICALISMO CRISTÃO
Foi a tentativa de a Igreja Católica afastar os trabalhadores da influência socialista e, ao
mesmo tempo, conciliar os interesses do capitalismo com o tratamento justo aos trabalhadores,
mas sem reformar as estruturas mais profundas da sociedade e que geravam as
desigualdades sociais. Foi inspirado pela encíclica Rerum Novarum, do papa Leão XIII, de
1891.
ANARQUISMO OU SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO
Enfatizava a importância e a exclusividade dos sindicatos na emancipação da classe
trabalhadora, além de ser contrário a todas as formas de atuação do poder do Estado. Bakunin
(1814-1876), Proudhon (1809-1865), Kropotkin (1842-1921) e Malatesta (1853-1932) foram os
principais teóricos dessa corrente.
RERUM NOVARUM
“A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem em uma
agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar das regiões da política para a esfera vizinha da
economia social. Efetivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em
que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os patrões, a influência da
riqueza nas mãos de um pequeno número ao lado da indigência da multidão, a opinião enfim
mais avantajada que os operários formam de si mesmos e a sua união mais compacta, tudo
isto, sem falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito”.
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(LEÃO XIII, 1891, 1)
Mas foi o movimento socialista, contudo, que mais influenciou na organização dos
trabalhadores. Ele teve diferentes vertentes:
SOCIALISMO UTÓPICO
Recebeu esse nome dos seus contestadores, entre eles Friedrich Engels (1820-1895), por
imaginarem uma sociedade ideal onde as transformações pudessem ocorrer por
convencimento e aceitação ampla da sociedade, sem as lutas de classe e as revoluções. As
ideias que embasam o socialismo utópico nasceram em meio aos conflitos, na Europa do
século XIX, com forte impacto do movimento revolucionário francês de 1848 chamado de
“Primavera dos Povos”. Conde de Saint-Simon, François-Charles Fourier e Robert Owen
foram os principais representantes.
SOCIALISMO CIENTÍFICO
Termo criado, em 1840, por Pierre-Joseph Proudhon para se referir a uma sociedade na qual o
governo toma decisões baseado na razão, ao invés da pura vontade e dos impulsos. Seus
principais representantes foram: Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels. Marx e Engels
achavam que o socialismo seria apenas uma etapa intermediária, porém necessária, para se
alcançar a sociedade comunista. Para isso, o primeiro passo seria a organização da classe
trabalhadora, e os sindicatos teriam um papel relevante.
CONDE DE SAINT-SIMON
Conde de Saint-Simon (1760-1825) era membro da nobreza francesa “esclarecida” e idealizava
o fim da exploração e da pobreza dos trabalhadores. Defendia o lucro dos patrões desde que
eles assumissem compromissos sociais e se responsabilizassem por melhores condições de
vida para os trabalhadores.
FRANÇOIS-CHARLES FOURIER
Charles Fourier (1772-1837) era comerciante, nasceu na França e defendia a criação de
associações para os operários e a organização deles em cooperativas. Criticava a sociedade
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burguesa, que separava o trabalho do prazer, e por isso idealizou os “falanstérios”, que seriam
prédios onde as pessoas trabalhariam apenas no que gostassem. Defendeu a libertação da
mulher e a libertação sexual.
ROBERT OWEN
Robert Owen (1771-1858) era membro da burguesia inglesa, dono de uma indústria têxtil onde
começou a aplicar algumas mudanças nas relações de trabalho: reduziu a jornada de trabalho,
implantou escolas para os filhos dos trabalhadores, construiu vilas operárias e concedia
aumento de salários regularmente.
Como veremos a seguir, os primeiros movimentos operários e sindicais, no Brasil, tiveram
influência direta dessas correntes ideológicas em vigor na Europa, especialmente o socialismo
“científico” e o movimento anarquista.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL NO BRASIL
Embora o Brasil já tivesse várias experiências de sociedades e corporações de auxílio mútuo e
que também reivindicavam direitos aos seus membros, o surgimento dos sindicatos, no
contexto das mudanças capitalistas de relações de trabalho, só ocorreu no final do século XIX
– momento de grande transformação política (fim da monarquia e início da república) e social
(fim da escravidão) – com grande participação de imigrantes europeus, especialmente
espanhóis e italianos, que aqui chegavam trazendo suas experiências de trabalhadores
assalariados – ante um país com forte ranço escravocrata – e engajados politicamente. Jornais
operários, panfletos e outros meios de divulgação das ideias operárias também tiveram grande
importância na difusão das ideias de cunho socialista e na organização sindicaldo país.
 Rua de São Paulo tomada por trabalhadores com bandeiras vermelhas na greve geral de
1917.
O marco desse processo é a primeira greve geral que ocorreu no Brasil, em 1917, cujas
reivindicações incluíam: jornada de oito horas diárias de trabalho; direito a férias; proibição do
trabalho infantil; proibição do trabalho noturno para as mulheres e aposentadoria. Também
tinha uma pauta mais abrangente: fim da exploração capitalista e a implantação de uma
sociedade mais igualitária. A greve durou trinta dias, e foi organizada pelos trabalhadores da
indústria e do comércio com a participação de organizações operárias anarquistas.
 RESUMINDO
Como resultado da greve de 1917, os patrões aceitaram aumentar o salário, mas a principal
vitória dos trabalhadores foi o reconhecimento do movimento operário como instância legítima,
obrigando os patrões a negociarem com os representantes dos trabalhadores – os sindicatos.
O trabalhador passa a entender-se como classe quando identifica-se com o “ambiente físico no
qual vivia, por um estilo de vida e de lazer, por certa consciência de classe cada vez mais
expressa em uma tendência secular a afiliar-se a sindicatos e a identificar-se com um partido
de classe” (HOBSBAWM, 1987, p. 273).
A relativa liberdade e autonomia que os sindicatos conquistaram, nos anos iniciais da república,
sofreu um duro golpe na década de 1930, no governo de Getúlio Vargas (1882-1954), quando
ele passou a submeter os sindicatos ao controle do Estado.
Com o decreto nº 19.770, de 1931, Vargas passou o controle financeiro dos sindicatos ao
Ministério do Trabalho. Além disso, baixou uma série de proibições:

Realização de atividades políticas por parte dos sindicatos

Sindicalização dos funcionários públicos

Participação dos operários estrangeiros nos sindicatos
Getúlio Vargas ainda atuou para cooptar as principais lideranças sindicais a fim de evitar
greves e manifestações contrárias ao seu governo. Quando isso não era possível, perseguia e
prendia os líderes trabalhistas e, em seu lugar, colocava lideranças que o apoiassem.
Resultado: um sindicalismo de fachada, também chamado de pelego, atendendo aos
interesses do Estado.
Na década de 1960, as manifestações grevistas se intensificaram e o principal destaque foi a
realização do III Congresso Sindical Nacional, no qual foi criada a primeira central de
sindicatos: o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). O período que antecedeu o golpe
militar de 1964 foi marcado por inúmeras greves e grande mobilização dos trabalhadores
urbanos em busca de melhores salários e condições de trabalho.
Algumas características do movimento sindical entre o fim do governo Vargas e a ditadura
militar:
O número de greves aumentou de 31, em 1958, para 172, em 1963
As paralisações alcançaram também o setor público, antes proibido de se sindicalizar
As mobilizações grevistas saíram da região do moda ABC Paulista e se estenderam para
outras regiões do país
No campo, as coisas não eram tão diferentes. A atuação de grandes fazendeiros que invadiam
e expulsavam os pequenos proprietários, ou submetia-os a desmandos, deu origem às ligas
camponesas, cujo objetivo era organizar os trabalhadores rurais e pequenos proprietários para
lutarem por seus direitos. As ligas camponesas, posteriormente, deram origem aos sindicatos
rurais.
Toda essa mobilização só foi interrompida pelo golpe militar de 1964, quando o governo passou
a interferir, inclusive com violência, nas entidades sindicais. Cerca de 10 mil sindicalistas foram
presos no Brasil, durante a ditadura, por participarem ou organizarem greves e manifestações,
ou mesmo por serem considerados “subversivos”. Desse grupo, mais de duzentas pessoas
foram torturadas, muitas foram mortas ou ainda se encontram desaparecidas. O preso político
mais famoso foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi preso duas vezes, uma em
1980 e outra em 1981. A sua segunda prisão, que o encarcerou por 31 dias, reacendeu a greve
de metalúrgicos em São Bernardo do Campo, que já durava 17 dias e estava em vias de
finalizar.
COMO VEREMOS A SEGUIR, EM REAÇÃO À DITADURA
MILITAR E EM RESPOSTA À NOVA ORDEM CAPITALISTA,
SURGE, NOS ANOS 1980, UM NOVO SINDICALISMO, MAIS
PLURAL E COM NOVAS DEMANDAS.
NEOLIBERALISMO E REORDENAMENTO
SINDICAL
O novo sindicalismo surge em torno da atuação dos operários da indústria metalúrgica do ABC
Paulista ainda no contexto da ditadura, nos anos 1980. É chamado de “novo” porque possui
três marcos que o distingue do “antigo” sindicalismo que existia até o fim dos anos 1970:
Forte oposição à legislação sindical (resquício da Era Vargas) e as políticas salariais
baseadas no arrocho.
Uma política sindical antipatronal e de oposição ao regime militar.
Ter por base o coletivo dos trabalhadores das fábricas ao invés de centrar apenas nas
lideranças sindicais.
Com essa linha, o movimento sindical se torna “novo” porque rompe, radicalmente, com a
estrutura sindical que ainda era atrelada ao Estado, imposta por Vargas, e que, mesmo
questionada, até então nunca tinha sido combatida.
 COMENTÁRIO
A fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi o ponto alto de reorganização
sindical, pois era “composta nesse período pelas correntes sindicais mais ativas, teve grande
expressividade no movimento operário dos anos 1980, organizando as greves gerais em
oposição às políticas adotadas pelo governo brasileiro” (ANTUNES, 1982, p. 90).
As classes médias migraram para o apoio ao sindicalismo quando se viram desiludidas com os
resultados do “milagre econômico” da ditadura, e se chocaram com as denúncias de violência e
arbitrariedade do regime militar. Isso ampliou não só numericamente, mas também atraiu um
grupo de trabalhadores que até então não era representado, inserindo-o no contexto político.
O novo sindicalismo reorganizou a pauta reivindicatória e, ao mesmo tempo, o perfil do
movimento. Os principais pontos giraram em torno:
Do fim do imposto sindical e da burocracia sindical à época.
Das estratégias para garantir o livre exercício da liberdade e autonomia sindical.
De assegurar formas de participação das bases nas decisões do sindicato.
De pautar-se contrário ao Estado capitalista e ao regime militar.
De denunciar as políticas econômicas de arrocho e a exploração dos trabalhadores.
ESSAS REIVINDICAÇÕES DETERMINARAM OS GRUPOS QUE
SE IDENTIFICAVAM COM O NOVO SINDICALISMO E AQUELES
QUE QUERIAM PERMANECER NAS VELHAS ESTRUTURAS.
As transformações políticas e econômicas dos anos 1980 impuseram diversas lutas ao
movimento sindical, que se viu impelido a atuar em novos campos de ação e a dialogar com
novos atores políticos e sociais. Tanto nos governos de José Sarney (1985-1990), quanto nos
governos Collor (1990-1992) e Itamar (1992-1995), mas, especialmente, com o governo
Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o movimento sindical se ampliou com a retomada do
movimento estudantil e a entrada em cena dos movimentos sociais denominados de minorias:
mulheres, negros, homossexuais e sem-teto.
Outros sindicatos, englobando os grupos médios da sociedade, também levaram
reivindicações às ruas, envolvendo amplos segmentos sociais. Entraram em campo algumas
pautas que extrapolavam os direitos trabalhistas e que ainda são vigentes, como a defesa da
saúde pública (período de constituição do Sistema Único de Saúde (SUS)) e da educação
pública de qualidade (debates pelo fim do analfabetismo e ampliação de vagas escolares e
creches).
Dentre todos os movimentos que se organizaram com base no novo sindicalismo, talvez o de
maior expressão seja o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), resultado da perversa
concentração da propriedade da terra no país, uma herança do Brasil colonial. O MST tornou
os trabalhadores do campo protagonistas das próprias lutas, e incluiu outras demandas da
população rural, além da reforma agrária. A saúde, a educação, o saneamento e a eletrificação
rural foram alguns temas incorporados pelo MST.EXPANSÃO CAPITALISTA E O CAMINHO DA
PRECARIZAÇÃO
Nos anos 1970, o capitalismo mundial entrou em uma profunda crise, e a década seguinte,
1980, foi marcada pelas transformações que visavam reestruturar a ordem. Esse período é
conhecido pela expansão do toyotismo na produção industrial mundial.
O toyotismo surgiu nas indústrias automobilísticas japonesas, mas logo os seus princípios
foram adotados pelo Ocidente e, mais do que isso, radicalizados, no processo de
reestruturação produtiva. Os princípios do toyotismo são:
Racionalização do processo produtivo
Aumento da produtividade
Produção sob demanda
Intensificação do ritmo de trabalho
Eliminação dos tempos “ociosos” do trabalhador
As terceirizações dos contratos
NO BRASIL, O TOYOTISMO FOI IMPLANTADO NA DÉCADA DE
1990, DEVIDO ÀS MOVIMENTAÇÕES OPERÁRIAS E ÀS
GRANDES GREVES NA DÉCADA DE 1980.
Com a ampliação das demissões ou terceirizações, os trabalhadores que permaneceram foram
responsabilizados por múltiplas tarefas a partir do discurso da “polivalência” e
“multifuncionalidade” que mascara um maior acúmulo de tarefas, em um processo de
desespecialização do trabalho (ALVES, 2000).
Ao mesmo tempo, os trabalhadores eram convocados a defenderem as empresas a partir da
ideia de uma “gestão participativa”, na qual, supostamente, os empregados tinham poder de
decisão. Na mesma linha, foram implementados programas de participação nos resultados
como estratégia de cooptação dos trabalhadores, vinculando o recebimento de uma
remuneração adicional anual ao cumprimento de metas de produção da empresa, o que
aumentava o ritmo de produção e, consequentemente, de trabalho.
Devido à necessidade de sobrevivência e permanência no emprego, muitos trabalhadores se
enquadravam e, em alguma medida, assimilavam o processo de transformações colocadas
pelo capital, sem, porém, que isso tenha anulado a consciência da exploração e repressão
vivida por eles, mesmo quando a resistência a essas práticas de dominação não se expressava
de forma articulada e coerente (LUCAS, 2009).
O modelo capitalista usou a ideia de existência de “interesses comuns” entre trabalhadores e
patrões para atrelar o trabalhador à função produtiva e, por conseguinte, limitar a atuação dos
sindicatos na perspectiva do enfrentamento e do combate de massa, característica do “novo
sindicalismo”.
Esses fatores seriam ainda mais agravados no transcorrer dos anos 2000, com o
aprofundamento de políticas neoliberais a partir da ação do Estado, levando à instauração de
modelos cada vez mais precarizados de relações de trabalho. Veremos, no próximo módulo,
que esses princípios produziram não só um esvaziamento no movimento sindical, mas também
uma limitação do poder de ação.
O especialista Alzimar Andrade explica a história do sindicato ao qual é filiado, exemplificando
com seu grau de participação:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever a estrutura sindical no Brasil
SINDICATOS, FEDERAÇÕES,
CONFEDERAÇÕES E CENTRAIS SINDICAIS
NO BRASIL
 Uma manifestação de vários sindicatos em Brasília.
SINDICATOS
No Brasil, os sindicatos só apareceram após o surgimento da Lei Áurea, em 1888, quando a
migração europeia chegava ao país em busca de uma nova economia. Apesar da abolição da
escravatura, o Brasil não tinha estabelecido os mesmos direitos para os trabalhadores tal como
na Europa, cujos sindicatos já tinham certa força.
Portanto, a entrada de europeus no mercado de trabalho brasileiro fez com que ocorresse uma
revisão nessa área. No período getulista, em 1930, os sindicatos foram submetidos ao controle
do Estado.
Esse período também foi responsável pela criação de:
Ministério do Trabalho.
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Previdência Social.
Imposto sindical obrigatório (abolido na Reforma Trabalhista de 2017).
O sindicato é uma associação de primeiro grau de trabalhadores que pertencem à mesma
categoria. Seu objetivo é representá-los e defendê-los, resguardando seus direitos laborais e
econômicos. Já sua atividade está relacionada à defesa de certa coletividade e ao zelo pela
justiça.
SINDICATO
O termo grego syndicos se refere àquele que tem a justiça como foco principal de sua defesa.
Já sindicus, em latim, significa o sujeito (ou procurador) escolhido para defender os direitos de
determinado grupo. A palavra “sindicato” surge daí.
De acordo com as Leis do Trabalho, qualquer indivíduo pode associar-se a um sindicato para
que seus interesses profissionais sejam devidamente defendidos e, consequentemente,
assistidos. O Estado não pode interferir nele:
É LIVRE A ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU
SINDICAL, OBSERVANDO O SEGUINTE:
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I - A LEI NÃO PODERÁ EXIGIR A AUTORIZAÇÃO DO
ESTADO PARA A FUNDAÇÃO DE SINDICATO,
RESSALVADO O REGISTRO NO ÓRGÃO
COMPETENTE, VEDADAS AO PODER PÚBLICO A
INTERFERÊNCIA E A INTERVENÇÃO NA
ORGANIZAÇÃO SINDICAL.
(BRASIL, 1988, art. 8º, inciso I)
Além da proibição de interferência, está estabelecido que ele sequer pode subsidiá-los. Por
conta disso, os sindicatos possuem independência financeira, o que revela ainda mais sua
liberdade. Ela, aliás, ainda indica outro aspecto: o da contribuição (o que antes era imposto
sindical).
Conforme o artigo 149 da Constituição Federal de 1988 frisa, a chamada contribuição
sindical “compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais e econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas”.
 ATENÇÃO
Estados, Distrito Federal e municípios poderão, segundo o parágrafo único do artigo em
questão, instituir uma contribuição para o custeio da previdência e da assistência social.
Até outubro de 2017, a contribuição sindical (de acordo com artigo 583 da CLT) era devida a
todos os trabalhadores que fizessem parte de uma categoria (ou até mesmo de uma profissão
liberal). Todavia, a Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), ao lado da MP 873/2019,
estabeleceu outras condições, alterando os artigos 578, 579 e 582 da CLT.
A partir daí:
O empregado deverá requerer o pagamento da contribuição sindical, autorizando-a de forma
prévia (por escrito), voluntária, individual e expressa (conforme dispõe o artigo 579 da
CLT);
Essa autorização deverá ser feita de forma individual (preferencialmente contendo nome,
cargo, setor, CPF, CTPS e PIS do trabalhador) e diretamente para o sindicato.
SE A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NÃO É MAIS OBRIGATÓRIA,
COMO ELA FICOU APÓS A REFORMA TRABALHISTA?
Até 2017, existiam cerca de 16.720 sindicatos, sendo que 5.242 eram patronais (grupos
econômicos/empresas), enquanto os outros 11.478 eram de funcionários (grupos trabalhistas)
separados em diversas categorias nos diferentes estados do país.
16.720 SINDICATOS
No site da Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, é possível consultar as
entidades cadastradas como sindicatos em nosso país.
O objetivo dos dois sindicatos, segundo Morais (2020), é orientar seus associados, ministrar
palestrar, organizar reuniões etc. No caso específico dos sindicatos dos trabalhadores, sua
função inclui a organização de greves (o que será destacado na próxima seção) e convenções
coletivas.
 SAIBA MAIS
Só em 2017, informa Ferrari (2020), os sindicatos arrecadaram R$3,6 bilhões.
MAS PARA QUE SERVE ESSE DINHEIRO?
Os sindicatos o utilizam para:
Negociação de acordos coletivos.
Participação na legislação trabalhista.
Intervenção em ações judiciais.
Zelo pelas condições de trabalho de cada associado.
Denúncia por abusos.
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No entanto, a falta de representatividade sindical propiciou discussões sobre a contribuição.
Em 2018, houve uma queda de 86% na arrecadação (de R$3,6 bilhões para R$500 milhões).
 EXEMPLO
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) havia arrecadado, em 2017, R$62,2 milhões, mas,
no ano seguinte, esse valor caiu para R$3,5 milhões. A Força Sindical, segundo Ferrari (2020),
arrecadou R$51,3 milhões em 2017; já em 2018, R$5,3 milhões.O DECRÉSCIMO NA CONTRIBUIÇÃO PODE INDICAR POUCA
REPRESENTATIVIDADE NO SETOR SINDICAL?
Parece que sim! Além da carência de recursos financeiros, a falta de representatividade,
apontam Rocha e Linhares (2018), constitui um fator preponderante em parte desse setor – e
isso ocasionou a queda de sua arrecadação sindical.
Druke (2006) ainda aponta que o papel político-partidário dos sindicatos cooperou para o
afastamento de associados. A cooptação de alguns deles e de movimentos sociais por partidos
políticos é outro estudo que tem sido discutido, repercutindo na não contribuição sindical.
Com um olhar mais panorâmico, podemos perceber que essa situação se enquadra em um
contexto muito mais amplo:
OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE OCIDENTAL
FORAM FORÇADOS A DESENVOLVER RECURSOS
INDEPENDENTES QUANDO PERDERAM A
PROPRIEDADE DE SEUS MEIOS DE TRABALHO. OS
SINDICATOS E A CONSCIÊNCIA DE CLASSE SÃO
PARTE DESSES RECURSOS, MAS A SOLIDARIEDADE
GERADA PELA CONVIVÊNCIA COMUM NAS FÁBRICAS
E PELA VIVÊNCIA DO CONFLITO DE CLASSES NÃO
OCORREU PORQUE O CAPITALISMO TERIA
PRODUZIDO E DESENVOLVIDO DIVISÕES ENTRE OS
TRABALHADORES E CRIADO MECANISMOS
INSTITUCIONAIS PARA INTEGRÁ-LOS EM SISTEMAS
DEMOCRÁTICOS CAPITALISTAS.
(GOHN, 1997, p. 102)
MAS ISSO SIGNIFICA QUE OS SINDICATOS NÃO SÃO ÚTEIS?
Como já apontamos neste módulo, eles são importantes para assistir os direitos dos
trabalhadores em uma democracia. O que não se mostra razoável é a contribuição para
determinado sindicato que não representa devidamente o trabalhador.
FEDERAÇÃO, CONFEDERAÇÃO E CENTRAIS
SINDICAIS
Conceituaremos agora cada uma delas:
FEDERAÇÃO
Entidade sindical responsável pelo agrupamento dos sindicatos da categoria representados por
meio de reivindicações e de lutas comuns. O sindicato que não estiver associado a alguma
federação estará isolado, tendo dificuldades em alcançar seus objetivos.
PARA UMA ENTIDADE SE TORNAR UMA FEDERAÇÃO, SÃO
NECESSÁRIOS CINCO SINDICATOS.
CONFEDERAÇÃO
Agrupamento de pelo menos três federações, uma confederação representa suas categorias a
nível nacional, enquanto suas sedes, por lei, precisam estar sediadas no Distrito Federal.
CENTRAIS SINDICAIS
Entidades representativas dos trabalhadores em geral – e não de categorias específicas. No
entanto, elas não se caracterizam como modelos corporativos.
Uma central sindical possui abrangência nacional e assume para si o papel de coordenar os
trabalhadores em seus interesses gerais.
 SAIBA MAIS
Há um projeto de lei (PL 5552/2019) – ou seja, ainda em tramitação pelo Congresso Nacional –
que busca regulamentar o artigo 8º da Constituição Federal que dispõe sobre a organização
sindical. Vamos conhecê-lo um pouco mais.
PL 5552/2019
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Você pode conferir o inteiro teor dessa proposta no site oficial da Câmara dos Deputados.
Ao tratar da gestão sindical, esse PL facilita nosso entendimento acerca das características e
do papel de federações e confederações:
§ 2º. A DIRETORIA DOS SINDICATOS SERÁ
COMPOSTA, NO MÍNIMO, POR TRÊS E, NO MÁXIMO,
TREZE MEMBROS, COM IGUAL NÚMERO DE
SUPLENTES, COM ATRIBUIÇÕES DEFINIDAS NO
ESTATUTO.
§ 3º. ALÉM DO NÚMERO DE DIRETORES DEFINIDO NO
PARÁGRAFO ANTERIOR, OS SINDICATOS PODERÃO
TER AINDA UM DIRETOR A MAIS E SEU RESPECTIVO
SUPLENTE A CADA TREZENTOS REPRESENTADOS.
§ 4º. A DIRETORIA DA FEDERAÇÃO SERÁ COMPOSTA
POR UM MÍNIMO DE SETE DIRIGENTES ELEITOS, COM
IGUAL NÚMERO DE SUPLENTES, SENDO POSSÍVEL, O
ACRÉSCIMO DE MAIS 1 (UM) DIRIGENTE A CADA 5
(CINCO) SINDICATOS FILIADOS.
§ 5º. A DIRETORIA DA CONFEDERAÇÃO COMPÕE-SE
DE UM MÍNIMO DE NOVE DIRIGENTES, COM O MESMO
NÚMERO DE SUPLENTES, SENDO POSSÍVEL, NOS
TERMOS DO EDITAL, O ACRÉSCIMO DE MAIS 1 (UM)
DIRIGENTE A CADA 3 FEDERAÇÕES FILIADAS.
(BRASIL, 2019, art. 16)
A mesma legislação, ao falar de organização sindical, afirma em seu artigo 6°: “Às centrais
sindicais compete a coordenação da representação da classe trabalhadora por intermédio e
apenas das entidades sindicais a elas filiadas”.
O TRABALHADOR SINDICALIZADO E AS
NOVAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Como frisamos acima, a década de 1930 inaugurou um novo cenário político no país. Pelo
registro histórico, pontua Antunes (1998), isso não ocorreu apenas nas diferentes clivagens da
esfera política, já que os processos de industrialização e urbanização também foram
fundamentais nesse processo.
 Celebração, em outubro de 1930.
A expansão das cidades ajudou a criar uma plataforma complexa nas relações entre trabalho e
capital. Desse modo, o acento no antagonismo entre operários e burgueses tornou-se maior.
Nesse aspecto, os trabalhadores passaram a se associar a instituições sindicais e a exigir
melhores condições de trabalho e de vida em um período de modernização intelectual e
política. Essa modernização representava o fortalecimento do regime democrático por meio da
participação efetiva do povo.
Sem dúvida, as eleições livres e diretas configuravam a principal participação democrática da
população. Com o acesso a meios de comunicação (jornais, rádio e televisão), a classe
trabalhadora ganhava outras ferramentas para participar das decisões políticas. No entanto,
deixaremos os fatores históricos reservados para outro momento.
Levando em consideração a atual situação dos sindicatos de trabalhadores, que, a despeito da
já anunciada queda em sua arrecadação, ainda são muitos (mais de 11 mil), podemos estimar
a existência de um número expressivo de indivíduos que dependem da receita financeira
sindical para sua remuneração, como é o caso de advogados, médicos, dentistas, motoristas,
secretários, dentre outros.
A diminuição expressiva da contribuição afeta os compromissos com esses outros funcionários.
Sobrevém, portanto, uma crítica à Reforma Trabalhista: a mudança abrupta engendrada por ela
desconsidera parte desse conjunto.
O sindicato, afinal, não precisa mais autorizar a homologação de rescisão de contrato que
possibilita o acesso ao FGTS, bem como aos benefícios do seguro-desemprego. Além disso,
ele taxa a empresa (empregador) pela homologação realizada pelo sindicato quando o
funcionário não é associado.
 EXEMPLO
De acordo com a Reforma Trabalhista, quando pede demissão e opta por sair da empresa em
comum acordo com o empregador, ele tem direito a receber uma multa de 20% sobre o
saldo/FGTS e retirar até 80%; contudo, ele não terá mais direito ao seguro-desemprego.
A não obrigatoriedade do sindicato para a rescisão do contrato de trabalho faz com que o
trabalhador perca sua assistência, cujo objetivo era verificar se os detalhes econômicos da
rescisão (verbas pagas) estavam devidamente em acordo com a lei e o contrato. A não
intervenção sindical contribuiu para a dispensa coletiva com o mesmo molde individual.
O QUE ISSO REPRESENTA?
Agora não é mais necessária uma negociação entre a empresa e o sindicato – situação que,
antes da reforma de 2017, deveria ocorrer.
ORGANIZAÇÃO DE GREVES
Quanto às greves (ou aos protestos, de modo geral), é fundamental entendê-las como formas
de participação nas democracias contemporâneas, percebendo, nesse contexto, seu caráter de
coerção social:
QUANDO JÁ EXISTE UM MOVIMENTO SOCIAL COM
POTENCIAL DE MOBILIZAÇÃO, CAPAZ DE DIVULGAR
O INCIDENTE PELA MÍDIA E ORGANIZAR
MANIFESTAÇÕES, É MAIS PROVÁVEL QUE O CHOQUE
MORAL LEVE À AÇÃO. O MOVIMENTO DOS
TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST), NO
BRASIL, ERA EXATAMENTE ESSE TIPO DE ATOR EM
MEADOS DA DÉCADA DE 1990, CAPAZ DE TIRAR
VANTAGENS DA ATENÇÃO DA MÍDIA E DOS
SENTIMENTOS DE INDIGNAÇÃO APÓS OS DOIS
MASSACRES (AINDA QUE OS OCUPANTES DE
CORUMBIARA PERTENCESSEM A UMA
ORGANIZAÇÃO QUE HAVIA ROMPIDO COM O MST). O
GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO,
SENTINDO A PRESSÃO TANTO DA COBERTURA
MIDIÁTICA QUANTO DAS NOVAS MANIFESTAÇÕES DO
MST (ESPECIALMENTE EM JULHO DE 1997), FEZ
VÁRIAS CONCESSÕES.
(JASPER, 2016, p. 223)
Mas podemos ir mais longe em nossa história recente para compreender esse processo. O ano
de 1953 é histórico no que se refere às greves no Brasil. Havia nessa época uma grande
frustraçãoentre os trabalhadores associados em sindicatos.
Após a eleição de Vargas três anos antes, já era esperada a mobilização desses trabalhadores,
pois houve promessas de melhorias para eles e de expansão do movimento sindical, o qual,
diga-se de passagem, foi reprimido no governo de Gaspar Dutra (1946-1951).
 ATENÇÃO
Os sindicatos nessa época foram extremamente úteis nesse contexto, já que, de 1943 até
1953, só houve um aumento no salário-mínimo diante de uma inflação e um custo de vida
acima dele.
As condições financeiras do trabalhador eram contrabalançadas com a liberdade sindical. Ou
seja, se por um lado havia uma grande desvalorização da mão de obra, por outro, o movimento
sindical era acentuado. As greves foram então o resultado dessa equação.
Só entre os anos de 1952 e 1953, foram computadas 264 reinvindicações para o aumento ou o
pagamento de salários atrasados. Sustentada por sindicato, a categoria que mais atuou foi a
dos operários têxteis. Isso se deve ao perfil da indústria nos anos 1950.
O ano de 1953, no segundo governo de Vargas, foi demarcado por duas greves importantes:
GREVE DOS 300 MIL (26 DE MARÇO)
Em São Paulo, ela deu origem a um comando intersindical: Pacto de Unidade Intersindical.
Trabalhadores de indústrias têxteis e metalúrgicas pararam no epicentro da capital paulista.
 Indústria têxil desativada.
GREVE DOS MARÍTIMOS (JUNHO)
Gerou um movimento que deu início a uma negociação entre governo e sindicatos.
 Porto antigo do Brasil.
É possível associar, ponderam Tatagiba e Galvão (2019), o contexto de uma crise do
capitalismo neoliberal inaugurado em 2008 às especificidades do arranjo político engendrado
no Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), baseado na conciliação de classes e sem
enfrentamento com o grande capital.
 Lula discursando para metalúrgicos em 1979.
Quanto às motivações dos movimentos e às suas possíveis raízes, pode-se avaliar que os
protestos e as greves evidenciam, para Tatagiba e Galvão (2019, p. 72), queixas de “um
conjunto muito diverso de atores sociais e uma conflitividade social crescente que extrapola a
capacidade de incorporação política” da coalização social capitaneada pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Isso pode ser mais bem observado no quadro seguinte:
Ano Número de protestos
2011 108
2012 260
2013 445
2014 147
Tabela: Número de protestos.
Adaptada de: TATAGIBA; GALVÃO, 2019, p. 70.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Seguindo os dados desse estudo, pode-se afirmar que os grupos sociais tradicionalmente
mobilizados foram os que mais se fizeram presentes (31%). As forças de segurança
aparecem entre os trabalhadores mais mobilizados (depois dos setores da educação, indústria,
comércio e serviço, todos representados por seus sindicatos).
Os trabalhadores que reivindicavam melhorias salariais correspondem a 48,5% do contingente
da amostra. De todas as razões elencadas para as manifestações, as duas primeiras foram: a
crítica ao governo e ao sistema político, com 25,2%, seguida por salário e condições de
trabalho, com 17,6%.
Para Jasper (2016, p. 105), as “redes sociais, com as quais nos comunicamos com outras
pessoas, são os tijolos na construção da interação humana, e nada acontece sem elas –
inclusive o protesto”.
GRUPOS SOCIAIS TRADICIONALMENTE
MOBILIZADOS
Deve-se levar em conta que a mobilização social se apresenta de muitas formas. Seria
equivocado negligenciar o papel do ambiente virtual contemporâneo.
Agora entenderemos um pouco mais acerca da importância da greve no âmbito da
representatividade trabalhista.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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MÓDULO 3
 Identificar os processos de precarização do trabalho e sua relação com a
informalidade
TRABALHO INFORMAL E TRABALHO
PRECARIZADO
Trabalho informal é aquele sem vínculos registrados na carteira de trabalho ou sem
documentação formalizando a relação do cidadão com uma empresa, ainda que seja ele o
patrão de si mesmo.
A informalidade carrega um grande problema, pois torna o trabalhador desprovido de
benefícios como remuneração fixa, férias pagas, FGTS, seguro desemprego e, até mesmo,
aposentadoria. O trabalho informal precariza a vida do cidadão por, também, restringir o acesso
a direitos e benefícios, além da alta instabilidade. Na maioria das vezes, é composto por
pessoas que abrem pequenos negócios, ambulantes, prestadores de serviço, motoristas ou
entregadores por aplicativo.
Agora, observe o gráfico abaixo:
O gráfico mostra dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) sobre a
taxa de informalidade – que é a soma dos trabalhadores sem carteira, dos trabalhadores
domésticos sem carteira, do empregador e do autônomo sem CNPJ e do trabalhador familiar
auxiliar. Os números mostram que, em 2019, o Brasil atingiu o maior nível de informalidade
desde 2016. Em 19 estados e no Distrito Federal esses números superaram toda a série
histórica, o que mostra um aprofundamento da precarização da vida do trabalhador nos últimos
anos.
Segundo os dados levantados em pesquisa pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),
50% da população economicamente ativa da América Latina está no mercado informal,
totalizando cerca de 230 milhões de pessoas.
Já a taxa de desemprego no Brasil, medida pelo IBGE, alcançou 13,3% no trimestre encerrado
em junho de 2020, atingindo 12,8 milhões de pessoas, com um fechamento de 8,9 milhões de
postos de trabalho em apenas 3 meses de pandemia do novo coronavírus. Há outro elemento
preocupante que são as pessoas que nem entram nas estatísticas por estarem em uma
situação na qual desistiram de buscar empregos, podendo tornar esses números ainda
maiores.
 Ambulante em Marília – SP.
Ainda que o cidadão recorra ao trabalho informal temporariamente, enquanto está à procura de
emprego formal, ele não está nos cálculos de desempregados, o que torna os números sobre o
desemprego no Brasil subnotificados. A volatilidade desse mercado informal é enorme e, nem
sempre, o trabalhador consegue obter renda, portanto, vive nos limites da incerteza. Para o
governo, ele encontra-se empregado. O problema desse cálculo é que as políticas públicas que
poderiam ser adotadas pelo Estado, no sentido de garantir benefícios sociais ou emprego e
renda, não consideram essa volumosa massa de gente que está na informalidade, mas que, a
qualquer hora, pode ficar sem renda.
Vários fatores concorrem para o aumento do trabalho informal, entre eles: o desemprego; a
baixa escolaridade ou formação inadequada para as necessidades do mercado; as crises
econômicas que levam empresas a demitirem ou decretarem falência; o crescimento urbano;
entre outros.
O TRABALHO NA ECONOMIA INFORMAL É, VIA DE
REGRA, PRECÁRIO, PORQUE GERALMENTE OS
TRABALHADORES NÃO RECEBEM OS MESMOS
NÍVEIS DE PROTEÇÃO SOCIAL QUE RECEBEM OS
TRABALHADORES DO SETOR FORMAL. NO ENTANTO,
EXISTEM VARIAÇÕES EM RELAÇÃO À INSEGURANÇA
NO SETOR INFORMAL, POIS ALGUNS PADRÕES DE
TRABALHO INFORMAL SÃO RELATIVAMENTE
ESTÁVEIS E EXECUTADOS POR REDES BEM
DESENVOLVIDAS E RELAÇÕES SOCIAIS DE
CONFIANÇA.
(KALLEBERG, 2009, p. 24)
INFORMALIDADE E PRECARIEDADE: A
“UBERIZAÇÃO” DA ECONOMIA
O ano de 2020 foi marcado pela maior e mais longa crise sanitária mundial, depois da “gripe
espanhola”, do início do século XX, com a síndrome respiratória provocada pelo novo
coronavírus. Desde o começo da crise, as autoridades sanitárias do mundo inteiro passaram a
recomendar, além de práticas de higiene, o isolamento social ou, pelo menos, o distanciamento
como única forma conhecida e eficaz de proteção.
Empresas, escolas, lojas e serviços foram parando a cada semana enquanto as pessoas eram
estimuladas a permanecer em casa. O cenário levou, aos poucos, a uma reorganização dos
trabalhos: para alguns, o trabalho remoto, ou home office, foi possível. Muitos segmentos,
porém, foram afetados pelos bloqueios e, sem produzir ou vender suas mercadorias ou seus
serviços, acabaram fechando,temporariamente, demitindo pessoal ou falindo.
No mesmo período, o mundo inteiro, mas, principalmente, os países menos industrializados e
com a economia mais frágil, como o Brasil, passaram a ter um número cada vez maior de
pessoas procurando trabalho em atividades informais como possibilidade de manter o sustento.
Por isso, entendemos que:
NUNCA O TRABALHO FOI MAIS CENTRAL NO
PROCESSO DE CRIAÇÃO DE VALOR. MAS NUNCA OS
TRABALHADORES FORAM MAIS VULNERÁVEIS, JÁ
QUE SE CONVERTERAM EM INDIVÍDUOS ISOLADOS
SUBCONTRATADOS NUMA REDE FLEXÍVEL, CUJO
HORIZONTE É DESCONHECIDO INCLUSIVE PARA A
MESMA REDE.
(KOVÁCS, 1999, p. 18)
O serviço de entrega por aplicativo, que já vinha em um crescimento constante nos últimos
anos, rapidamente se viu no “olho do furacão”: maior demanda por entregas por conta do
isolamento e, simultaneamente, maior oferta de mão de obra pelo crescimento de
desempregados. Não tardou para os primeiros problemas aparecerem.
 SAIBA MAIS
A empresa de inteligência Corebiz, especialista em atender ao segmento do varejo, fez um
estudo mostrando que, nos primeiros quinze dias de quarentena, em março de 2020, a receita
das compras por delivery, no segmento alimentício, cresceu 77%, em relação ao mesmo
período de fevereiro.
Já os dados da PNAD COVID apontam que, em maio, 42 mil brasileiros com ensino superior
(graduação e pós-graduação) se declararam como "entregador de mercadorias (de
restaurante, de farmácia, de loja, aplicativo etc.)", representando 0,15% dos 27 milhões de
brasileiros com ensino superior. De acordo com os dados da mesma pesquisa, 3,7 mil (8,8% do
total de entregadores com ensino superior) foram afastados do trabalho por conta da
quarentena, entrando em isolamento, distanciamento social ou férias coletivas.
Assim, enquanto (BAUMAN, 2007, 2008) a modernidade pesada – ou sólida – foi a época do
compromisso entre capital/trabalho, em que existia um exército de reserva da mão de obra,
que correspondia a trabalhadores úteis ao funcionamento do sistema capitalista; na
modernidade líquida, esses trabalhadores deixam de ser necessários, tornando-se supérfluos
ou inúteis no mundo.
O Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Unicamp, em parceria
com outras instituições, realizou uma pesquisa mostrando que esses trabalhadores
continuaram a enfrentar longas jornadas de trabalho, mas em condições que se tornaram
piores com a pandemia:
Passaram a enfrentar um alto risco de contágio durante a rotina de trabalho
Adotaram medidas de precaução, na maioria, custeadas por eles mesmos
Além de registrarem queda na remuneração pelos serviços e maior tempo de trabalho
O chamado “breque dos apps” foi a primeira greve nacional dos entregadores por aplicativos,
no Brasil, e aconteceu em julho de 2020, bem no meio da pandemia. A paralisação foi motivada
pelas péssimas condições de trabalho, por medidas de proteção contra os riscos de infecção
pelo novo coronavírus e mais transparência na dinâmica de funcionamento dos serviços e das
formas de remuneração.
O movimento foi organizado a partir dos aplicativos de conversa, mas também teve a
participação de algumas entidades sindicais e associações. Não se sabe os números exatos de
quantas pessoas trabalham nesse serviço, mas, de acordo com o IBGE, em 2019, cerca de 4
milhões de indivíduos tinham a entrega por apps como principal fonte de renda.
As empresas de aplicativos não divulgaram o prejuízo sofrido com a greve, mas os
consumidores reagiram, em grande maioria, apoiando o movimento grevista, mas também se
queixando do quanto aquela greve prejudicava a quem estava em casa. Os mais prejudicados,
contudo, foram os entregadores, que ficaram um dia sem obter nenhuma renda.
 COMENTÁRIO
Mesmo conseguindo chamar atenção para esse grupo de trabalhadores invisíveis, a greve não
teve resultados práticos, uma vez que, sem uma liderança ou um sindicato próprio, as
demandas não foram sequer negociadas.
SINDICALISMO E TRABALHO INFORMAL
A precarização do trabalho tem sido denominada de “uberização”, representando um novo
estágio da exploração do trabalho, trazendo mudanças para o trabalhador, para as empresas e
para as formas de controle do trabalho.
A “uberização” é um modelo que retira do trabalhador as garantias mínimas e, ao mesmo
tempo, o mantém subordinado à empresa por dependência ou limitação, aproveitando-se das
instabilidades do mercado de trabalho, como o crescimento do desemprego. Embora possa
parecer novidade, a precariedade é parte do capitalismo.
No âmbito jurídico, o trabalhador é supostamente livre para negociar, em pé de igualdade, com
seu empregador, contudo, a igualdade na lei não se traduz em igualdade na vida real, pois os
poderes entre as partes são desiguais.
Nos últimos tempos, sobretudo depois da reforma trabalhista de 2017, o Brasil tem vivido um
agravamento da informalidade, em maior ou menor grau, em grande parte das categorias.
Sindicatos como o dos trabalhadores na construção civil, mobiliário e vigilantes mencionam
uma elevada incidência de informalidade em suas respectivas bases.
Os mesmos sindicatos demonstram uma falta de atuação junto aos trabalhadores informais,
ainda que esses trabalhadores informais sejam de segmentos sindicalizados. Embora as
relações de trabalho tenham passado por diversas mutações, os sindicatos ainda estão
restritos à sua base formal, presos ao modelo verticalizado de sindicalismo dos anos 1980,
formado por assalariados com empregos estáveis e protegidos por lei.
A nova ordem que estimula a informalidade e leva à precarização não pode ser revertida pelos
sindicatos com velhas estratégias de lançar mão de artefatos jurídicos — a exemplo da
tentativa de formalizar as relações de trabalho dos precarizados, como se isso, por si só,
revertesse a precarização inerente aos regimes produtivos flexíveis —, afinal, a regularização
jurídica da situação de um empregado não é garantia de que ele escapará a uma modalidade
de trabalho precarizada. Como resultado, os sindicatos aprofundam o seu próprio
enfraquecimento como instâncias representativas, pois se distanciam dos trabalhadores que
não aceitam ou não podem voltar à formalidade jurídica de assalariado.
O primeiro passo para os sindicatos se comunicarem com esse novo proletariado precarizado e
atuarem na garantia de direitos perante o Estado seria “horizontalizar-se”, indo até o
trabalhador informal e recuperando culturalmente o valor do trabalho como práxis social, e não
como mercadoria.
SIMULTANEAMENTE, É NECESSÁRIO QUE O MOVIMENTO
SINDICAL SE RENOVE COM A ENTRADA DE MULHERES,
LGBTQI+, NEGROS E JOVENS, INCLUSIVE EM ESPAÇOS DE
PODER.
Não se pode esquecer de que as demandas do mundo do trabalho não são uníssonas e não se
resumem à classe, mas se revestem de especificidades que se adequam às próprias
condições de gênero e raça.
Há em voga uma tentativa do neoliberalismo de “suavizar” a precarização do trabalhador
usando o conceito de “empreendedor”, induzindo à ideia de que trata-se de uma opção, de
realizar uma atividade, um investimento; enquanto o que se vê é o desespero econômico
empurrando os trabalhadores para o mercado informal, que é bem diferente de
empreendedorismo.
O mito do empreendedorismo é conveniente para os governos que retiram direitos trabalhistas,
não criam empregos e, ainda, dificultam a atuação dos sindicatos perante esse grupo, uma vez
que o “empreendedor” se vê mais como empresário-patrão do que como trabalhador e, por
isso, repudia os sindicatos.
As novas configurações sociais e de relações de trabalho, surgidas a partir dos anos 1990 e
aprofundadas no contexto posterior aos anos 2010, impõem aos sindicatos novos desafios,
especialmente no enfrentamento dos argumentos de que a economia não cresce pelos
gastos excessivos do Estado e pelo custo supostamente alto da contratação da força de
trabalho. Tal afirmação, bastante comum entre os setores neoliberais conservadores, acaba
sendo aceita como verdade até entre trabalhadoresque se veem sem aumento ou em ameaça
concreta de desemprego.
Se, como vimos, a formação política com uma perspectiva ideológica definida, a participação
em grupos, associações e reuniões festivas marcaram a organização da classe trabalhadora
no Brasil, novas relações passaram a ser estabelecidas com o avanço do neoliberalismo na
economia e, consequentemente, sobre todo o tecido social, fragilizando a ação sindical.
Dentre as causas estão a flexibilização e a precarização das relações trabalhistas, que
sufocaram a atuação dos sindicatos ao longo dos últimos anos. A precarização do trabalho é
não só a causa, mas também o efeito da fragilização dos sindicatos. O trabalhador se vê sem
tempo, cansado de sua rotina exaustiva e, não raro, entende que aquilo é culpa do sindicato
que não faz nada por ele.
Com os limites cada vez mais amplos de atuação no mercado, especialmente no contexto de
maior informalidade, os sindicatos se veem limitados nas possibilidades antigas de formas de
articulação e mobilização social, provocando impactos ainda mais negativos na condição de
precariedade do trabalhador.
Os principais impactos da precarização do trabalho no movimento sindical foram:
Acentuada queda nos níveis de sindicalização.
As negociações coletivas (de toda uma categoria profissional feitas pelos sindicatos)
deram lugar às negociações parciais (feitas diretamente pelas empresas e seus
empregados), requerendo que esses trabalhadores se organizem para conquistar suas
necessidades.
A greve perde força como instrumento de luta.
A base tradicional dos sindicatos (trabalhadores assalariados e no mercado formal) se
modifica com o aumento de desempregados e daqueles sem carteira assinada e em
tarefas precárias no setor informal.
REFORMAS TRABALHISTAS E AVANÇO DO
NEOLIBERALISMO:
DESAFIOS AO MOVIMENTO SINDICAL
Com o argumento de combater o desemprego e a crise econômica, foi aprovada uma reforma
nas leis trabalhistas do Brasil. A reforma trabalhista de 2017 foi uma das mais agressivas dos
últimos anos e provocou mudanças profundas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
dentre elas criou o trabalho intermitente.
TRABALHO INTERMITENTE
No trabalho intermitente, os empregadores poderão contratar funcionários, convocá-los e pagá-
los apenas quando tiverem necessidade, por períodos curtos ou horas.
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 SAIBA MAIS
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma lei brasileira referente ao Direito do trabalho
e ao Direito processual do trabalho. Criada por meio do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de
1943, e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unifica toda a legislação trabalhista
existente no Brasil.
Dentre os pontos mais controversos da reforma, destaca-se o que determina que o empregado
intermitente deverá pagar a diferença entre a contribuição sobre o salário recebido e o mínimo
exigido pela Previdência Social. Caso não haja o pagamento, poderá perder o acesso à
aposentadoria e a outros benefícios fornecidos pela Previdência Social. Essa medida é
considerada extremamente prejudicial para todos os trabalhadores, mas afeta principalmente
quem ganha menos, ao ter que tirar parte do próprio sustento para pagar a Previdência Social,
livrando o empregador dessa responsabilidade.
Outra mudança que afetou a relação empregador-empregado foi a obrigatoriedade de que o
trabalhador pague as custas do processo, as perícias e os honorários dos advogados do
empregador em caso de derrota perante alguma ação que mova na Justiça do Trabalho.
A reforma também atingiu diretamente os sindicatos quando, ao procurar um caminho para
sufocar a atuação das entidades de trabalhadores — vistas como desnecessárias e um
empecilho tanto por membros do governo quanto por parte do empresariado —, extinguiu a
contribuição sindical, também chamada de imposto sindical.
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Além disso, a reforma limitou a atuação dos sindicatos em negociações com empregadores.
Com a mudança, os trabalhadores, independentemente do sindicato, podem fazer ajustes e
negociações com seus patrões. Inclusive o processo de rescisão de contrato não precisa mais
da supervisão dos sindicatos, caso o empregado concorde. Essas mudanças expõem o
trabalhador às pressões do empregador, fazendo com que aceite acordos, muitas vezes
desvantajosos, por medo de perder o emprego ou receber algum tipo de punição.
IMPOSTO SINDICAL
Trata-se de um valor pago, por todos os trabalhadores, ao sindicato de sua categoria,
independentemente de serem ou não associados a um sindicato.
A reforma foi criticada por diversos sindicatos, partidos de esquerda, pelo Ministério Público do
Trabalho e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) sob o argumento de que ela
aprofundaria as desigualdades, deixaria o trabalhador desamparado e não resolveria os
problemas que o governo usava como justificativa. Porém, recebeu o apoio de partidos de
direita, alguns economistas e a maioria dos empresários.
Desde que a reforma foi aprovada, verificou-se que a queda do desemprego não aconteceu, ao
mesmo tempo em que houve um aumento significativo do trabalho informal. Todas essas
mudanças da reforma trabalhista tiveram o papel de precarizar, ainda mais, a vida do
trabalhador, empurrando-o para a informalidade.
As mudanças na legislação podem afetar o cotidiano do trabalhador (sindicalizado ou não)? E
a reforma trabalhista de 2017 afetou, especificamente, o sindicato no qual está filiado? Vamos
responder a essas questões no vídeo a seguir:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos a importância de os trabalhadores sempre procurarem se organizar, independentemente
do tipo de trabalho exercido, a fim reivindicar direitos ou eliminar mecanismos de opressão e
exploração. Também apresentamos como isso aconteceu, na breve memória que fizemos, por
meio de diferentes instrumentos, desde a quebra de máquinas até os que ainda são usados,
como as greves.
Entendemos que essas formas de organização foram variadas até chegar ao que, atualmente,
nós conhecemos como sindicalismo ou movimento sindical, pois dependiam das circunstâncias
econômicas e sociais de cada sociedade e do grau de politização e organização de cada setor
de trabalhadores.
O movimento sindical teve diferentes momentos: algumas vezes, eram usados pelos governos
para controlar os trabalhadores (Era Vargas) e, em outros momentos, os sindicatos foram
responsáveis por ações políticas e sociais que ultrapassavam as questões trabalhistas (luta
contra a ditadura).
Finalmente, aprendemos que as primeiras décadas do século XXI foram marcadas por
mudanças drásticas na legislação trabalhista e nas relações de trabalho entre patrão e
empregado, além de uma nova perspectiva do capitalismo como um todo. Isso vem produzindo
um número cada vez maior de desempregados ou de pessoas que migraram para o mercado
informal. Esses fatores pioraram as condições de trabalho e, consequentemente, de vida das
pessoas.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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de classe – da Revolução de 30 até a Aliança Nacional Libertadora. São Paulo: Autores
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Tradición, revuelta y consciencia de clase: estudios sobre la crisis de la sociedad preindustrial.
Barcelona: Editorial Crítica, 1989.
EXPLORE+
Leia os seguintes artigos:
ADORNEY, J. Agradeçamos ao capitalismo pelo fim de semana, pelos feriados e
pela redução da jornada de trabalho. In: Mises Brasil. Publicado em: 21 fev. 2020.
COSTA, A. A. Sindicalismo e reestruturação produtiva. Consultado em meio eletrônico
em: 16 mar. 2021.
NORTH, G. “Não podemos competir com o trabalho escravo dos chineses!”. Eis aí
uma frase que agride a lógica. In: Mises Brasil. Publicado em: 15 nov. 2019.
Ph.D. em História, Gary North nos ajuda a refletir acerca de nossa conceituação de trabalho e
de seu valor para as sociedades contemporânea.
Para ampliar seu conhecimento sobre como os primeiros sindicatos se organizaram e quais
eram as suas pautas, assista ao filme Germinal, que conta a história da greve contra a redução
dos salários organizada pelos mineiros na França. Trata-se de uma adaptação do livro clássico
do escritor francês Émile Zola. Que tal ler também o livro?
Se você quer compreender melhor os movimentos sindicais no Brasil, viste o site Memorial da
Democracia. Ali você encontra imagens, entrevistas e textos complementares sobre o
sindicalismo no Brasil, em especial no período da ditadura militar.
É possível conhecer um importante relato sobre a organização sindical no Brasil, nas palavras
Edgard Leuenroth (1881-1968) que, como jornalista, registrou o período.
Pesquise pela reportagem Traços biográficos de um homem extraordinário, do Jornal Dealbar,
São Paulo, 17 dez. 1968, ano 2, n. 17.
Consulte as estatísticas sobre a situação do mercado de trabalho no Brasil em tempos de
COVID no site do IBGE, na seção PNAD COVID-19.
Vale conhecer o site do CESIT – Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho.
Criado em 1989 (um “ano histórico” pelas primeiras eleições gerais, depois de décadas),
tornou-se um importante Conselho, desde o início com objetivo de aproveitar experiência de
lideranças sindicais em seus estudos: cursos de graduação, extensão e pós-graduação.
CONTEUDISTA
Alex Andrade Costa
 CURRÍCULO LATTES
Nelson Lellis Ramos Rodrigues
 CURRÍCULO LATTES
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