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0 . , g·1cos tipos de sutura, Tempos c1rur , eletrocirurgia e laser Ruth Natalia Teresa Turrini Cristina Silva Sousa Rita de Cássia Burgos de Oliveira PONTOS A APRENDER . . , ·cos fundamentais: diérese, hemostas,a, 1. Conhecer os tempos c1rurg, exérese e síntese. , , 2. Descrever os principais tipos de hemostasia, exerese, s,ntese, eletrocirurgia e laser. . 3. Reconhecer os tipos de eletrocirurgia (monopolar, bipolar, ultrassom e argônio) e de laser. . , 4. Relacionar os tempos cirúrgicos com tipos de hemostas1a, s1ntese, eletrocirurgia e laser. . . _ 5. Discorrer sobre os cuidados prestados por ocasião da ut1!Jzaçao da unidade de eletrocirurgia (monopolar, bipolar, ultrassom e argônio) e do laser. PALAVRAS-CHAVE Tempo/cirurgia; hemostasia cirúrgica; suturas; eletrocirurgia; lasers. ESTRUTURA DOS TÓPICOS Resumo. Introdução. Tempos cirúrgicos. Eletrocirurgia. Laser. Considerações finais. Propostas para estudo. Referências. RESUMO O sucesso de uma cirurgia depende da habilidade do cirurgião, das condi- ções do paciente, assim como dos recursos materiais e equipamentos utilizados na intervenção cirúrgica. A tecnologia tem sido desenvolvida com a finalidade de possibilitar intervenções cada vez mais complexas e com menores riscos para o paciente. O conhecimento sobre tempos cirúrgicos fundamentais ( diérese, he- mostasia, exérese e síntese) e sua relação com os tipos de hemostasia cirúrgica e 210 11 Tempos cirúrgicos, tipos de s utura, eletrocirurgia e laser 211 tipos de síntese é de vital importância par e . os _ a o enierme1ro · d d sua área de atuaçao. Os aspectos fundam t . d ' m ependentemente e , en ais a eletrocir · d • 0 apresentados neste capitulo por serem util· d urgia e o laser sa 1za os tanto n d., he mostasia. São ressaltados os cuidados pri·nc· . . . ª ierese como na 1pa1s na utihzaç d d. tipos de eletrocirurgia (monopolar, bipolar, ultrassom , . a)o os iversos · b f' · e argomo e do laser em relação aos nscos e aos ene 1c10s para O profissio 1 . . , '. na e para o paciente cirurgico. INTRODUÇÃO Ao _longo ~a ,hi~tória da humanidade, encontram-se episódios que retra- tam atI~~d~s cirurg1cas para_ a manutenção da vida. Inicialmente, as cirurgias eram d1ng1das para a correçao de ferimentos traumáticos e para O controle do sangramento. O controle da dor intra e pós-operatória, a anestesia e os passos iniciais do controle da infecção cirúrgica também transformaram a história da cirurgia, contribuindo para sua evolução. Em princípio, a cirurgia era mutila- dora e visava extirpar a parte doente ou o órgão afetado. Após a descoberta da narcose e da assepsia, no século XIX, as cirurgias passaram a ser restauradoras e conservadoras. A partir de então, observa-se um avanço acelerado no desen- volvimento, tanto científico, como de técnicas cirúrgicas, que tem permitido a realização de cirurgias cada vez mais específicas, menos mutilantes e mais curativas. Vale ressaltar que o alívio da dor, o controle do sangramento e da infecção são aspectos que continuam a ser focalizados como indicadores do sucesso cirúrgico. Outro ponto a ser considerado na evolução da cirurgia é o desafio de trans- formar o ato cirúrgico em uma atividade científica e em uma escolha _tera- pêutica segura. Aliados à evolução cirúrgica, muitos instrumentos foram idea- lizados e utilizados por cirurgiões em todos os períodos da história. Com o passar do tempo, vários desses instrumentos foram reformulados, adaptados, dispensados ou substituídos por outros mais prát!co~ e es~ecíficos um determinado procedimento. Os instrumentos cirurg1cos sa~ e~sencia1s para o d - t mpos cirurg1cos. Paralela- esenvolvimento da sequência que compoe os e . a1· · . . • ntos que permitem re 1- mente, a engenharia clínica disponib1hzou eqmpa~e zar corte e coagulação com maior segurança ao paciente. TEMPOS CIRÚRGICOS . uência de procedimentos A expressão tempos cirúrgicos caracteriza ª seq t operatório sendo utij• d . . , s durante o a o ' .d iza a na mampulação dos tecidos e viscera h tasi·a exérese e síntese. 1 ent'fi d. ' se emos , 1 cada por quatro tempos básicos: iere ' 212 Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação Diérese Constitui a secção tecidual e propicia o campo operatório ou libera estru. turas anatômicas. A diérese pode ser obtida por1: • Secção: ato de cortar com tesoura, serra, lâmina afiada, bisturi elétrico, la- ser, ultrassom e microondas. Divulsão: separação dos tecidos com pinça, tesoura, tentacânula ou afas- tadores. Punção: utilização de instrumentos perfurantes, como o trocarte ou agulha de Veres, com várias finalidades, como drenagem de coleção líquida das cavidades ou do interior dos órgãos, coleta de fragmentos de tecido e de líquidos orgânicos para exame diagnóstico, ou intervenção cirúrgica pro- priamente dita. • Dilatação: obtida pela rotura de fibras musculares ou de tecido fibroso para aumentar o diâmetro de canais e orifícios naturais ou de trajetos fistulosos. • Serração: realizada por meio de serra, especialmente em cirurgias ortopédicas. O bisturi empregado é representado por um cabo universal ao qual se fixam lâminas com tamanhos e desenhos variáveis, dependendo de sua aplicabilida- de, descartáveis após cada utilização. Os cabos podem ser classificados em n. 3 e n. 4; o primeiro é receptor de lâminas, em geral, menores e destina-se a atos cirúrgicos delicados. O segundo apresenta um encaixe maior para a lâmina e destina-se a atos cirúrgicos gerais. Cada cabo ainda apresenta variedade em seu tamanho (3 L e 4 L), destinado a operar na profundidade. Em virtude do risco de acidentes, na maioria dos centros cirúrgicos utilizam-se bisturis total- mente descartáveis, em que o cabo e a lâmina são fixos2• A tesoura apresenta variações quanto ao nível de sua extremidade (ponta romba ou fina, curva ou reta), efetua a secção dos tecidos por esmagamento e pode, ao mesmo tempo, realizar a diérese magistral e a divulsão, fato que ª torna mais utilizada do que o bisturi. Existem diversos modelos de tesouras (fris, Mayo,_ ~etzembaum, entre outras), que fornecem segurança ao cirurgião quando~ die~ese ~o~na-se necessária dentro de grandes cavidades. . e . , Na cirurgia mmimamente invasiva, as incisões são mínimas, e, mediant dierese, di~secção romba, secção cortante ou divulsão, são introduzidos catete- percut_aneos t~ocateres para videocirurgia. Nesta modalidade cirúrgica, a dierese fm substitmda pelo acesso de invasa-o , . obJ'etivos de re-d · d mmima, com os uzu o ano tecidual, minimizar a resposta endócrina metabólica ao trauma, acelar a recuperação do · . , . 3 paciente e garantir resultados mais estet1cos · 11 Tempos cirúrgicos ti d ' pos e sutura, eletrocirurgia e laser 213 Hernostasia É O conjunto de medidas adotadas pelo ciru · - . t . rgiao para prevemr, deter ou coi- bir o extravasamen o sangumeo no período intraoperat, . -"d al · al ono, consequente ou nao à secção teci u ou viscer , de modo a manter 1 · - d 1 - impo O campo operatório e evi- tar a formaçao e co eçoes sanguíneas e de coágul e . _ . d os que 1avoreçam a infecçao. A hemostasia po e ser natural ou espontânea, temporária ou d fi •t· . 1 emiva. Hemostasia natura ou espontânea é o fechamento tA d d . espon aneo e ezenas de pequenos vasos seccionados em uma incisão cirúrgica. ~-emost~sia temporária pode ser cruenta, se for executada no campo ope- ratono, ou mcruenta, se for distante dele. A hemostasia temporária diminui ou contém, temporariamente, o fluxo sanguíneo durante o ato cirúrgico. É realizada por pinçamento, garroteamento, tamponamento compressivo, ação farmacológica, parada circulatória com hipotermia ou oclusão endovascular. O pinçamento é um método cruento que utiliza pinças traumáticas (Kelly, Halsted e Rochester, entre outras) e que se transforma posteriormente em he- mostasia definitiva por ligadura, cauterização ou angiotripsia. Na cirurgia en- dovascular restauradora, realiza-se ahemostasia preventiva temporária pela utilização de pinças hemostáticas atraumáticas (Potts, Bulldog, Satinsky, Coo- ley e DeBakey), que ocluem a luz do vaso sem lesar suas paredes1• O garroteamento é um método incruento que utiliza faixa de Smarch, man- guito pneumático e outros materiais e equipamentos para o garroteamento de membros. É efetuada antes da secção dos tecidos, hemostasia preventiva, como acontece na maioria das cirurgias realizadas nas extremidades corpóreas, para diminuir o fluxo sanguíneo. A faixa de Smarch é uma estrutura elástica de borracha de largura variável, com espessura de O, 1 a 0,2 cm. Para a aplicação da faixa, eleva-se O membro para que o sangue venoso de estase esvazie e a faixa, previamente enrolada como serpentina, é passada em espiral ao redor do membro sob tensão moderada, desde a extremidade até a raiz do membro superior ou do membro inferior1• O torniquete é um dispositivo utilizado temporariamente no intraoper~tó- rio, para formar um campo sem sangue ou para conservar o sangue do pacien- te. O tipo pneumático tem um manguito acoplado a um tubo e. uma pêra de e t 1 · át" tem um manguito conectado on ro e manual, ao passo que o tipo autom ico _ a uma fonte de gás atóxica e não inflamável que fornece e mantém a pressao. Nesse caso, a pressão pode ser mantida constante. _ O • al" d mediante colocaçao de gazes tamponamento compressivo é re 1za 0 e· ' · . d 't" do sangramento de forma ma- irurgicas ou compressas posic10na as no si 10 . n I • . 1 · do por cerca de 5 minutos pode ua ou mstrumental. O procedimento rea iza . . . m 1h . • d hemostas1a defimt1va, quando ne- e orar as condições locais, facihtan ° ª 214 Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação cessária Em sangramentos de difícil controle, como epistaxe ou sangram . . hepático, o tratamento compress~vo por ce~ca de 24 hor~s, em geral, é a solução de momento, uma vez que permite garantir a hemostas1a ou melhorar as con. <lições para tratamento definitivo3• A ação farmacológica é obtida por via sistêmica ou local. Na hemostasia por ação local, administram-se, por via parenteral ou aplicação tópica, subs- tâncias químicas ou biológicas que diminuem o sangramento por vasoconstri- ção no local da cirurgia. Esse tipo de hemostasia pode se tornar definitivo por mecanismos naturais do indivíduo ou por intervenção do cirurgião, como no caso da ligadura. No entanto, também pode ser temporária, pois ocorre vaso- dilatação secundária, com possibilidade de hemorragia tardia 1• A hipotensão controlada é um exemplo de hemostasia por ação farmacológica sistêmica. Nas intervenções sobre fístulas arteriovenosas de difícil acesso e grande dé- bito, pode ser utilizada a parada circulatória após a instalação de circulação extracorpórea, a fim de se evitar sangramento. Geralmente, esse procedimento é associado à hipotermia, para que essa manobra seja sustentada por mais tem- po, sem danos ao paciente1• A oclusão endovascular é obtida pela introdução de um balão na luz da artéria para interromper o fluxo sanguíneo nas cirurgias vasculares. A hemostasia definitiva é quase sempre cruenta, interrompendo de modo definitivo a circulação do vaso. Ela pode ser do tipo ligadura, cauterização, sutura, obturação e tamponamento. Na ligadura utilizam-se fios cirúrgicos para amarrar os vasos. Outra alter- nativa técnica consiste em pinçamento seguido da secção e ligadura. A oclusão de vasos de grosso e médio calibre é obtida de modo mais seguro com o em- prego de fios e grampos3• A cauterização consiste na parada do sangramento de um vaso provocada pela formação de um coágulo na extremidade sangrante, resultado da apli- cação de agentes físicos como calor, eletricidade ou substâncias químicas1• O equipamento elétrico de alta frequência efetua a hemostasia por coagulação das proteínas, sendo empregado apenas para vasos pequenos. O ultrasson~ e o microondas, pelo uso de canetas, produzem a coagulação dos tecidos e sao utilizados para hemostasia de vísceras parenquimatosas 1• Os equipamentos a laser também podem ser utilizados para realizar a coa- ul - . ' . E fu 'fi s de g açao mtraoperatona. ssa nção é obtida por comprimentos espec1 co onda de luz laser, densidade de energia e velocidade de transferência de expo- sição. O efeito de coagulação causa aglutinação e consolidação do colágeno na superfície dos tecidos. Al 1 su· gumas suturas eng obam vasos com finalidade hemostática, como as turas totais de anastomoses gastrintestinais e as suturas de lesões de grandes 11 Tempos cirúrgicos, tipos de sutura, eletrocirurgia e laser 215 vasos. No grampeamento, utilizam-se grampos metálicos, de aço inoxidável, 'tâniO ou outro material absorvível, para fazer hemostasia definitiva. Esse tipo ~e hernostasia é muito utilizado em cirurgias videolaparoscópicas. Na obturação, aplicam-se substâncias para ocluir a luz do vaso. Nos sangra- rnentos ósseos, como os vasos não podem se contrair, pela inelasticidade do tecido, utilizam-se ceras nos espaços de tecido ósseo esponjoso para estancar 0 sangramento. Tais ceras são compostas por uma mistura estéril de cera de abelha semissintética e de palmitato isopropílico. As esponjas de gelatina, co- lágeno, celulose oxidada e hidrogéis de polietileno-glicol também podem ser utilizadas para combater a hemorragia difusa, e agem aderindo-se firmemente ao local, provocando obturação mecânica. Podem ser embebidas em substân- cias hemostáticas que serão absorvidas1,4• No tamponamento, faz-se uma compressão da área sangrante com com- pressa ou gaze. É utilizado em hemorragias venosas ou capilares de superfície, quando outros recursos foram inúteis. A compressão, se cruenta, é efetuada no campo operatório pelo pinçamento digital com polegar e indicador do vaso ou, se incruenta, é realizada por pressão do trajeto vascular contra uma superfície óssea sem prévia diérese1• Exérese A palavra vem do grego exaíresis, que significa retirada. É a cirurgia pro- priamente dita. Nessa etapa, os tecidos já estão separados, a cavidade aberta, o funcionamento do órgão deverá ser alterado e o órgão deve ser extirpado. Representa o tempo mais elaborado da intervenção e exige maiores cuidados da equipe cirúrgica. Para a realização da exérese, utilizam-se instrumentos de preensão para prender vísceras e manipular tecidos (pinças de Adison, Nelson, Babcock e Collin, entre outras), instrumentos para apresentação, como os afastadores (Farabeuf, Gosset, válvula suprapúbica e outros), e de contenção, como clam- pes intestinais, além de material de corte para remoção de tecidos. Dependendo da cirurgia, pode ser utilizada uma unidade criocirúrgica. Uma sonda criogênica que utiliza nitrogênio é empregada para destruir o tecido por con- g~lamento, para alterar sua função ou remover o tecido indesejado. O líquido de nitrogênio, termostaticamente controlado, flui sob pressão, por meio de uma son- da ª temperaturas que variam entre + 20°C e -60°C. Uma bola de tecido congelado forma-se gradualmente na ponta da sonda. A extensão da destruição é controlada aumentando-se ou diminuindo-se a temperatura das células ao redor da lesão5. Os endoscópios têm sido amplamente utilizados nas cirurgias ditas mini- mamente invasivas. São instrumentos caracterizados por um tubo com fonte 216 Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação ul e permite a visualização do interior das cavidad de luz e uma oc ar qu - . d .d es do . ntos geralmente sao mtro uz1 os a partir de orif' . corpo Esses mstrume 1c10 8 ·. 0 boca ânus, uretra, entre outros. No caso das ciru . naturais do corpo, com ' . . _ rg1as , . a-0 inseridos por pequenas mcisoes na pele. São utu· videolaparoscopicas, s , . , 1za. - de corpos estranhos, tumores, pohpos e calculos. dos para a remoçao Síntese É O tempo cirúrgico que consiste na aproximação das bordas dos tecidos seccionados ou ressecados. Na síntese dos planos, deve ser respeitada a hie- rarquia tecidual, sua estratificação,fazendo-se a reconstituição pela síntese de tecidos idênticos entre si. As condições necessárias para uma boa síntese são: • Antissepsia local. • Vascularização perfeita das bordas da incisão. • Bordas nítidas. • Hemostasia perfeita, ou seja, ausência de hematomas ou outras coleções, pois o sucesso da síntese depende da hemostasia orgânica correta. • Coaptação sem compressão dos tecidos. • Ausência de corpos estranhos e tecidos necrosados. • Escolha de fios apropriados para cada tecido. • Execução da técnica correta. A síntese cirúrgica pode ser realizada por meio de sutura manual, com fios cirúrgicos, ou por sutura mecânica, com grampos metálicos. Na sutura manual os instrumentos utilizados são: porta-agulhas, pinças, agulhas e fios. O porta-agulha (Mayo Hegar, Mathieu) é um instrumento necessário paraª reconstrução das bordas dos tecidos, oferecendo melhor condução para a agulha. As pinças são importantes no cuidado relacionado às bordas teciduais, podendo ser traumáticas, quando possuem dentes, e atraumáticas, quando não os possuem. As agulhas são utilizadas com o objetivo de transfixar os tecidos, servindo de guia para os fios de sutura. Uma agulha cirúrgica divide-se em três partes: ponta, corpo e fundo. Quanto ao tipo, as agulhas podem ser classificadas em cilíndricas e cortantes. A geometria das agulhas cilíndricas possibilita o mínimo de trawna no momento de sua penetração no tecido ocorrendo melhor vedação entre o tecido e o fio. As agulhas t t " '. . . fib do tecido cor an es tem o obJetivo de seccionar as ras transpassado por elas p · d . 6 , or meio e uma ou mais arestas cortantes3• • • Os ~os cirúrgicos são materiais derivados de substância natural ou sintétI· ca, flexivel, usados para · t •d ,. al té a sua . . umr eci os e mante-los em posição norm ª a total cicatrização. É importante salientar que o fio ideal deve manter a forÇ 11 Tem · - · · pos c1rurg1cos, tipos de sutura, eletrocirurgia e laser 217 tênsil por tempo suficiente, até que a cicatriz adquira sua própria resistência diante de estímulos mecânicos habituais, além de portar-se como material inerte, provocando mínima reação tecidual. Quanto à capacidade de absorção pelo organismo, a United States Phar- macopoeia, European Pharmacopoeia e a Farmacopeia Brasileira classificam os fios de sutura em dois grandes grupos: fios absorvíveis e fios inabsorví- veis7-9. Os fios absorvíveis podem ser de origem biológica ou sintética. O fio absor- vível biológico, o categute, é obtido a partir da submucosa do intestino delgado de ovelhas ou da serosa de bovinos. Pode ser simples, de absorção mais rápida ( em torno de 8 dias) ou pode ser cromado, com absorção mais lenta ( cerca de 20 dias). Os categutes, geralmente, são utilizados em suturas gastrintestinais, ginecológicas e urológicas. Entre os fios absorvíveis sintéticos, tem-se o ácido poliglicólico, que é usado em suturas de músculos, fáscias e tecido celular subcutâneo; sua reabsorção por hidrólise ocorre por volta de 60 a 90 dias. O ácido poligaláctico é usado em cirurgias gastrintestinais, urológicas e ginecológicas, é absorvido por volta de 60 dias. Já o fio polidioxanona possui absorção lenta, com manutenção da força tênsil por um longo período, sendo utilizado nas suturas de fechamento de parede abdominal, tendões e cápsulas articulares. Os fios inabsorvíveis são resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. Os fios de seda podem ser obtidos a partir do casulo do bicho da seda e apresentam facilidade de manuseio, resistência à tração e segurança na fixação do nó. Eles mantêm sua resistência tênsil máxima por um ano e, após esse perío- do, sofrem um processo de biodegradação, sendo fagocitados após dois anos10• Os fios inabsorvíveis de algodão são de origem vegetal, compostos por fibras isoladas, penteadas, alinhadas e torcidas no sentido de formar um fio. Além desses, existem o fio de poliamida, que sofre uma taxa de biodegradação de 20% ao ano, podendo ser absorvido em 5 anos; e o poliéster, que é utilizado em estruturas que requerem grande resistência à tração, sendo usado em cirur- gias ortopédicas e cardíacas. O fio de polipropileno é um dos mais inertes, com mínima reação tecidual alta resistência à tração; utilizado em cirurgias cardiovasculares, pode ser implantado mesmo na vigência de infecção cirúrgica. . O fio de aço inoxidável, com baixo teor de carbono, é considerado o mais Inerte. Apresenta excelente resistência, flexibilidade e tamanho uniforme, sen- do utilizado em suturas do osso esterno, nas cirurgias cardiopulmonares10• A sutura mecânica com utilização de grampeadores aproxima eficiente- mente as bordas da ferida de maneira segura e rápida, e com resposta inflama- tória mínima3. , 218 l 11lrn111aHOll1 Oll r Cn11l1 0 CinJrÇJ iCO n I l0r;rJfJr;r8ÇéYJ A utilização de fitas adesivas é um m~todo simples ~ara aproXÍmação feridas superificiais sem tensão. A fita mais empregada e a de poliuretan croporoso, combinado com o ade~ivo de poliaquilacrato (Micropore•). : : adesiva pode ser empregada na retirada precoce da sutura, na aproxima _ h d · - d d 3 çaode bordas em deiscências ou f ec amentos e mserçao e renos . o adesivo tópico é produzido a base de cianocrilato (Dermabond•), eficte _ te para O reparo de feridas pequenas, principalmente em crianças. É largame 0 _ te empregada no fechamento da pele das "incisões em picos" decorrentes :e cirurgias videolaparoscópicas. Tem aplicação rápida, desconforto mínimo, não demanda retirada de pontos, produz efeito estético3 e não é necessário fazer curativos. ELETROCIRURGIA O bisturi elétrico (Figura 11.1) é um equipamento que transforma a cor- rente elétrica comum de baixa frequência, em torno de 60 Hz, em corrente elétrica de alta frequência ou radiofrequência (RF), acima de 100.000 Hz, de modo a obter os efeitos desejáveis sem os danos que a corrente elétrica co- mum normalmente causa ao paciente, como excitação farádica nos nervos ou migração de íons no organismo". A corrente elétrica de RF passa pelos tecidos e percorre partes do corpo humano causando efeitos de dissecação, corte e coagulação. Figura 11 · 1 · Unidade de eletroclrurgla (bisturi elétrico - monopolar e bipolar) . Fonte: 1111ngein cedidt\ pelo Hospital Israelita Albert Einstein (I-IIAE).
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