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Resenha Aprender Antropologia

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LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. 1 Ed. São Paulo: Brasiliense, 2005.
Laplantina aborda elementos do meio social usando a visão antropológica para explicar a alteridade e mostrar por diversas vezes as conseqüências causadas pelo estranhamento entre as culturas.
Sabe-se que esse choque com a alteridade não é novo, já vem de um enorme contexto histórico, no qual se pode citar, o período das grandes navegações e do imperialismo, que exerceu sobre muitas culturas uma abordagem de superioridade. Nesse contexto o autor cita, “O homem nunca parou de interrogar-se sobre si mesmo. Em todas as sociedades existiram homens que observavam homens”.
Na observação da multiplicidade das dimensões humanas a antropologia usa de diversos meios para chegar a um entendimento, usando fatores da biologia, história, linguística e psicologia. Dessa forma, pode-se estudar o homem inteiro, admitindo sua pluralidade no espaço.
Porém, existe uma rivalidade entre as ciências ditas naturais e humanas que causam uma polaridade entre os saberes a qual se pode lembrar o livro, A polêmica entre ciências e humanidades, quando o autor cita o seguinte trecho: 
Um dilema que continua a inquietar o pensamento científico e a filosofia da ciência diz respeito ás diversidades metodológico, teóricas e epistemológicas entre as ciências naturais e as ciências sociais [...]essa problemática se traduz em divergências e oposições,ou convergências e acomodações,entre a “ciência”,isto é, as ciências naturais, e as “humanidades”,ou seja, as ciências sociais e as artes. (IANNI, 2003, p.02)
Seguindo esse contexto, pode-se citar também o filme, O Elo perdido, dirigido por Régis Wargnier, primeiramente percebe-se o sentimento de superioridade de uma cultura sobre a outra, através da taxação dos cientistas sobre os pigmeus como selvagens e bichos de laboratório.
Nota-se, também a formação dos signos causados pelo estranhamento da alteridade, quando é atribuída a inquietação do gado a presença dos pigmeus.
Percebe-se a rivalidade entre as ciências naturais e humanas, sendo salientada quando em certo momento do filme eles analisavam o comportamento dos pigmeus simplesmente de forma objetiva e metodológica, com o passar do tempo um dos personagens (Jamie Dodd) começa a observá-los de forma subjetiva, levando-o a uma revolução do olhar, que se pode chamar de visão antropológica, o que causou uma terrível reação entre os cientistas, no entanto, serviu para reparar um grande erro que seria causado pela falta desse olhar diferenciado. Fazendo um paralelo com o livro de Laplantine pode-se frisar o seguinte discurso.
Disso discorre a necessidade, na formação antropológica, daquilo que não hesitarei em chamar de estranhamento, a perplexidade provocada pelo encontro das duas culturas que são para nós as mais distantes e cujo encontro vai levar a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. De fato, presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quanto a nossa.
Dessa forma pode-se ressaltar o que se chama de pesquisa de campo, uma fonte que leva o observador a se inserir no espaço de seu interesse e dessa forma ter um aprofundamento dos seus conhecimentos, que trás uma perspectiva de analise de um todo, que vai desde os comportamentos aos sentimentos indo além de textos metodológicos. 
O pesquisador compreende a partir desse momento que ele deve deixar seu gabinete de trabalho para ir compartilhar a intimidade dos que devem ser considerados não mais como informadores a serem questionados, e sim como hóspedes que o recorrem e mestre que os ensinam.
Seguindo esse raciocínio pode-se relacionar esta senda citada,ao momento que o personagem Jamie Dodd,leva os pigmeus para a floresta,e dessa forma observa-se uma liberdade dos seres estudados,pois deixam transparecer as suas crenças,musicas e sentimentos,dando ao pesquisador um conhecimento não parcelado,mas inteiro de sua pesquisa. 
Só pode ser considerado como antropológica uma abordagem integrativa que objetive levar em consideração as múltiplas dimensões do ser humano sociedade. Certamente, o acúmulo dos dados colhidos a partir de observações diretas, bem como o aperfeiçoamento das técnicas de investigação, conduzem necessariamente a uma especialização do saber [...] Uma das nossas vocação maiores de nossa abordagem consiste em não parcelar o homem mas, ao contrário em tentar relacionar campos de investigação freqüentemente separados.
Sendo assim, salienta-se a importância, da observação, do olhar diferenciado, afinal o homem vai além de uma carcaça, existem relações mais profundas, sentimentos, comportamentos que fazem do homem um ser que precise ser estudado, de formas também empíricas e subjetivas, trazidas através de um olhar antropológico. 
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