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História de Freud

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História de Freud: do início até criar a Psicanálise
A história de Freud: Quem foi Sigmund Freud
Nascido na Áustria, em 1856, Sigmund Freud já tinha dois irmãos mais velhos, filhos do primeiro casamento do seu pai. Sua mãe, Amelie, tinha por volta de vinte anos de idade quando se casou com Jacob, uma mulher inexperiente, porém, doce com o pequeno Sigmund, este reinou durante alguns anos como o único filho homem do casal. Ele e a sua família moravam na Alemanha, mas pouco tempo depois precisaram mudar-se para Viena, onde a sua mãe teve mais três filhas e dois filhos, o que fez com que a família se mudasse de uma casa pequena para uma maior.
Freud escolheu o menor quarto, este ficava distante dos demais quartos da casa, com uma pequena janela, onde teria a tranquilidade para ficar sozinho. Seu pai, Jacob, percebendo que seu filho tinha talento para os estudos, providenciou uma pequena estante, uma mesa, duas cadeiras e um lampião, para que seu filho pudesse ler os poucos livros que possuía. O menino Freud foi crescendo e sentindo-se importante para a família, pois era o irmão mais velho e, com o nascimento do seu irmãozinho, ele, que havia escolhido o nome do irmão, sentia o peso da responsabilidade de opinar na família, se tornando um irmão cuidadoso e respeitoso como os demais.
A vida de Freud foi marcada pela curiosidade e persistência, Sigmund passou para uma boa escola, mesmo tendo um ano a menos que os demais alunos aprovados para a escola ginasial, onde conseguiu destaque por sua brilhante inteligência e versatilidade em aprender rápido outros idiomas, sendo considerado o primeiro aluno da classe. Em sua adolescência, Sigmund experienciou emoções diferentes em sua relação com o pai. Se decepcionou algumas vezes, uma delas quando o seu pai chegou em casa com cheiro forte de álcool e sujo de lama, ao ser questionado pelo filho e por sua esposa, Jacob contou que havia esbarrado em um homem estranho e que o mesmo o empurrou, jogando Jacob em uma lama, que, sem esboçar reação, voltou para casa.
O pai na história de Freud
Na história de Freud, ao ouvir o relato do pai, Sigmund ficou chateado, foi para o seu quarto e lá ficou questionando para si mesmo sobre o porquê do pai não ter reagido, se fosse com ele, revidaria prontamente ao empurrão. No entanto, a adolescência de Sigmund não foi só de frustrações, ele era um aluno exemplar e conseguiu concluir o ginásio com louvor, sendo premiado por seu pai com passagens para viajar pela primeira vez sozinho em sua cidade natal.
Com a graduação, era chegado o momento de decidir por seu destino profissional, na história de Freud, ele pediu ao seu pai que lhe ajudasse a decidir e, em uma breve conversa com Jacob, ele defendeu a sua vontade em fazer o curso de medicina, contando ao pai o quanto a medicina aguçava a sua curiosidade e o atraia nas questões investigativas em relação à ciência. Finalmente, com o apoio de Jacob, Sigmund foi matriculado na Universidade de Viena em 1873. Em seus primeiros dois anos na universidade, Sigmund não era conhecido.
Ao iniciar o curso, optou por biologia marinha, iniciando nas pesquisas de zoologia marinha do professor Claus, onde percorreu por algumas matérias, tendo experiências de frustrações e êxitos em suas escolhas acadêmicas. Primeiramente com o professor Claus, em sua pesquisa sobre a biologia marinha, depois com a de fisiologia, com o professor Bruck. Com este, conseguiu certo status como especialista em pesquisa, tendo sua primeira conquista acadêmica no grupo do professor Bruck, com a pesquisa sobre os elementos que compõem o sistema nervoso dos animais inferiores. Com essa pesquisa na história de Freud, Sigmund tem a permissão dos mestres da academia para a sua primeira publicação no Bulletin da instituição.
Instituto Químico de Ludwig
Voltando de um ano conturbado de suas férias, em que acabou no serviço militar, Sigmund retomou as suas pesquisas e se dedicou a estudar patologia, cirurgia e psiquiatria. Em 1881, se qualificou em medicina com excelência. Já formado, Freud continuou o seu trabalho no instituto de pesquisa de Bruck, após a sua saída do instituto, foi trabalhar no Instituto Químico de Ludwig, onde permaneceu por um ano. Quando Sigmund estava no início do namoro com Martha Bernays, trabalhou durante dois anos no Hospital Geral, onde foi nomeado aspirante. Na história de Freud, com esse emprego, em 1882, Freud fica noivo de Martha e, logo após o noivado, trabalha na Clínica Psiquiátrica.
Era um trabalho exaustivo, mas importante continuar com ele. Sigmund, também trabalhou no departamento de dermatologia e, por volta de 1884, conseguiu entrar para o Departamento de Doenças Nervosas, onde as condições de trabalho não eram muito boas devido à insalubridade do local, deixando Sigmund desapontado. Mesmo assim, continuou com o Dr. Franz Scholz, pois, este lhe dava liberdade para que pudesse pesquisar e transitar livremente nas enfermarias, fazendo com que obtivesse sucesso em seus diagnósticos durante as autópsias de seus ex-pacientes.
Nesse ínterim, Freud descobriu o uso da cocaína, seus benefícios e malefícios, fazendo com que ele aprendesse a forma adequada de uso. Poucos meses depois da sua descoberta do uso da cocaína, Sigmund aceita ir trabalhar numa cidade nos arredores de Viena, em um hospital de doenças mentais para pacientes da alta sociedade. Na história de Freud esse trabalho não durou muito, pois Freud precisou voltar para Viena, onde havia sido chamado para prestar o exame de titulação, para receber o título de Neuropatologista, assim como uma bolsa de estudos de pós-graduação em Paris, onde pôde ir e finalmente conhecer o famoso professor Charcot, este logo tornou-se seu amigo.
Charcot
De volta a Viena, Freud abriu seu próprio consultório, não deixando de lado os estudos sobre hipnose, tendo como inspiração o seu mestre francês, Jean-Martin Charcot, que muito contribuiu para que Sigmund Freud avançasse em suas técnicas neurológicas ligadas a psique humana.
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A infância e adolescência de Sigmund Freud foi simples, mas cheia de afetos, ele tinha uma boa estrutura familiar, com pai presente e mãe carinhosa, sendo fatores importantes na formação do seu caráter, ajudando-o em seu altruísmo, foco e determinação, cruciais para que o pai da psicanálise se tornasse um profissional de renome.
A pré-história da psicanálise e a sua influência no surgimento da teoria freudiana
Na história de Freud, nos séculos XVII e XVIII, havia um discurso filosófico sobre o que seria a loucura. Segundo alguns filósofos, como Descartes, a loucura era algo que ia além do racional, que o homem pode ficar louco, mas o pensamento não é atingido pela loucura, essa visão cartesiana faz com que no século XVIII obtenha-se um entendimento de que o homem louco se identifica com o animal, com a desrazão e o homem sadio com um ser racional. Em seus estudos sobre a loucura, Foucault fala que na busca sobre esses estudos, o homem produz a própria loucura e, segundo ele, essa seria uma produção do século XVIII, onde surgem instituições, práticas e saberes.
Assim, a loucura deixa de ser uma desrazão para tornar-se, historicamente, algo que foge do controle, fazendo com que a psiquiatria, tomada de poder, queira controlar o homem louco. Para o psiquiatra Moreau de Tours, a loucura é comparada ao sonho, para ele o homem louco sonha acordado. Ao falar isso, Moreau rompe com a relação entre o normal e o patológico, abrindo caminho para vários estudiosos.
Na história de Freud em posse de tais conhecimentos sobre o seria a loucura, o médico Franz Mesmer, em seus estudos sobre os seres vivos, descobre as influências magnéticas, mais tarde conhecida como uma técnica chamada mesmerismo, essa técnica consistia no uso do magnetismo, um ímã, em seus atendimentos com seus pacientes. Com a evolução dos seus estudos, Mesmer passa a substituir o imã por sua própria mão, alegando que dessa forma também alcançaria o efeito terapêutico desejado.
Freud e sua popularidade
Coma popularidade e êxito em algumas de suas terapias, seu consultório tem uma grande procura, então, como solução para atender esta demanda, ele resolve separar seus pacientes em grupos e colocá-los numa tina com água onde conseguiria uma maior fluidez percorrendo toda a tina, dando início a conhecida técnica do fluidismo, chamando a atenção da comunidade e causando estranheza em alguns, fazendo com que fosse acusado de charlatanismo,alegavam que não existia fluido nenhum e sim uma cura através da imaginação, tornando legítimo o sucesso da sugestão hipnótica usada por alguns médicos da época.
Com o abandono do mesmerismo, surge uma nova técnica, a hipnose, de James Braid, conhecida como braidismo. Essa técnica diminui os sintomas ou os elimina. Tal técnica chama a atenção do neurologista Charcot que busca se aprofundar nos estudos e na relação com a histeria, algo que pudesse ser encontrado na anatomia do homem por meio de investigações clínicas.
Ele relacionava algo no corpo do homem com as manifestações histéricas, chegando ao entendimento que tais manifestações vão além de investigações anatômicas e classifica como uma doença oriunda do sistema nervoso, fazendo-o buscar outras técnicas de intervenção clínica, chegando até os estudos da hipnose, este era o método que, naquele momento, conseguia mudanças significativas em relação ao sistema nervoso. Em 1885, quando Freud foi contemplado com uma bolsa para estudar em Paris, ele conhece Charcot que o apresenta aos seus estudos sobre histeria e hipnose, ganhando um aluno que logo se identifica com tais pesquisas. Pois, para eles, a histeria além de ser um conjunto de sintomas, acometia as mulheres e os homens.
Histeria e a sexualidade
Para Charcot, na história de Freud além de se preocupar com seus estudos, precisava convencer os outros estudiosos de que a histeria era algo diferente da loucura e que por isso precisava ser tratada em um hospital, não em asilos como faziam. Ele alegava que as pessoas histéricas precisavam dos cuidados de um neurologista e não de um psiquiatra. Charcot, também faz relação da histeria com traumas, dizendo que esses traumas fugiam da ordem física, tornando necessário que o paciente narrasse sobre a sua história pessoal, para que pudesse ser identificado o trauma. Assim, ele consegue comprovar uma ligação entre a histeria e a sexualidade.
Porém, Sigmund Freud, usa esses estudos e inicia a sua própria investigação acerca dos traumas e a relação destes com a sexualidade. Ele também começa a estudar os doentes histéricos e sugere que esses sejam tratados em hospitais, afastados das manifestações ansiosas dos seus familiares. Uma vez sendo tratados em hospitais, estariam de alguma forma controlados. Várias técnicas terapêuticas eram usadas por Freud, hidroterapia, ginástica e, por fim, a hipnose. Sigmund percebeu que a maioria das suas técnicas faziam com que os sintomas fossem eliminados, mas a causa permanecia.
Então, com a contribuição dos estudos de Joseph Breuer a respeito da hipnose sobre o aparelho psíquico, Freud emprega a hipnose como sugestão de entrada no inconsciente, pedindo para o doente que o ajudasse na identificação do que o traumatiza. Em 1892, com o avanço dos estudos sobre hipnose, em uma significativa influência de Breuer, Sigmund publica um de seus primeiros artigos sobre essa técnica hipnótica. Um dos casos bem-sucedido mais famoso de histeria foi o de uma das pacientes de Breuer, Anna O., que fica curada depois de dois anos de tratamento, servindo de inspiração para que Freud investigue com mais profundidade sobre esses estudos.
História de Freud e a sugestão hipnótica
Ao encontrar com Charcot, em um curso ministrado por ele em Paris, Freud lhe conta a novidade do sucesso de um dos casos de histeria do professor Breuer, mas Charcot não demonstra interesse nesse acontecimento e, ao voltar para Viena, Sigmund abre um consultório e se dedica aos atendimentos, assim, resolve aplicar a técnica de hipnose de Breuer em uma de suas pacientes. Para Freud essa técnica proporciona ao paciente uma descarga afetiva que estava originalmente ligada às experiências traumáticas, manifestadas e liberadas através da sugestão hipnótica, onde a paciente pode encontrar o caminho do seu próprio trauma, a essa descarga dava-se o nome de ab-reação.
Com o passar do tempo e dando prosseguimento aos seus atendimentos, Freud foi percebendo que nas falas dos seus pacientes, em suas narrativas sobre a sua vida pessoal, havia um desconforto quando os pacientes narravam algo íntimo ou quando era algo que se aproximava da sexualidade, fazendo com que seus pacientes em hipnose, tivessem um certo impedimento de continuar as suas narrativas, então, Freud identifica uma defesa comum a todos, a defesa psíquica. Tais fatos fizeram com que Freud abandonasse a hipnose e voltasse seus estudos e atendimentos sobre as defesas psíquicas.
Sigmund sugere aos seus pacientes que em suas narrativas tentassem acessar os fatos traumáticos, mas esses fatos quando levados para o nível do consciente, causavam vergonha e dor emocional, sendo um bloqueio em suas narrativas, para Freud isso seria uma manifestação das defesas psíquicas, pois o consciente não estava preparado para lidar com determinados traumas, sintomatizando-os deixando-os fora de acesso, sendo um mecanismo de defesa do Ego, que Freud vem a chamar de conversão, uma defesa pontual na histeria.
A descarga emocional do afeto
Referindo-se ao início da descoberta de Freud que fala sobre a defesa como um dos pilares da teoria psicanalítica, Luiz Alfredo Garcia-Roza escreve: “Freud só teve pleno acesso ao fenômeno da defesa quando abandonou a hipnose (…). Assim, o procedimento hipnótico era, sem que ele soubesse, o obstáculo maior ao fenômeno que seria transformado num dos pilares da teoria psicanalítica: a defesa.” (GARCIA-ROZA, 1988, p. 37).
Freud descobre a necessidade de modificar a sua forma de intervenção junto aos seus pacientes, pois percebe a recorrência de tais mecanismos nas falas de seus pacientes, como as defesas, as resistências e as conversões, tendo como ponto inicial para essa modificação interventiva, o momento da descarga emocional do afeto, buscando meios para que as pessoas pudessem trazer para o real, o consciente de forma mais elaborada, fornecendo para Freud condições para o aprimoramento em seus estudos de intervenção psicanalítica, dando início ao método psicanalítico.
O aparelho psíquico e o modelo topográfico de Freud
Para falarmos do modelo topográfico de Freud, precisamos entender o que seria o aparelho psíquico para este autor, pois foi por meio desses estudos que ele escreveu um dos livros mais famosos, A interpretação dos sonhos, de 1900. Para Sigmund, o aparelho psíquico precisava de tempo para se desenvolver e atingir um nível de amadurecimento. Sendo assim, quando nasce um bebê, este encontra-se em um estado de desamparo e tem uma concentração de esforços para lidar com os estímulos externos, o que para Freud seria a forma mais primitiva do aparelho psíquico.
Para a evolução do psiquismo, no recém-nascido, a contribuição externa da mãe, ou de um cuidador, é imprescindível para que ele atinja a experiência de satisfação, essa experiência irá desembocar no que depois será o desejo para esse sujeito. Para Freud, as ideias que antes estavam no inconsciente se encontravam em um estado de repressão, sendo mantidas por uma força chamada resistência. Durante o trabalho de análise, Freud percebe que o inconsciente pode estar dividido em dois tipos, o latente, que segundo ele é apenas descritivo, e o reprimido, que é dinamicamente inconsciente.
Freud, então, divide a primeira tópica em: inconsciente (Ics), pré-consciente (Pcs) e consciente (Cs), estes são estruturas próprias, com características particulares que formam o psiquismo. No inconsciente, estão as energias pulsionais que precisam se conectar a um afeto ou ideia para manifestarem-se no mundo exterior, Freud chamou isso de descarga libidinal. Podemos dizer que o inconsciente é constituído de lembrançasprimitivas e traços do mundo externo, nele são inscritas sensações e experiências da nossa infância, além de outras coisas.
A história de Freud e as energias livres
Além disso, as chamadas energias livres fazem parte do processo primário em que a energia irá transitar livremente o diferenciando do processo secundário, no qual o sujeito para de fantasiar para agir no mundo externo, portanto, há uma comunicação com sistema que constitui a próxima instância psíquica, o pré-consciente e com o consciente. Ademais, o recalque, servirá de selecionador ou filtro, entre o consciente e o inconsciente, fazendo com que haja uma seleção do que poderá aparecer no consciente de forma estruturada como a linguagem.
O modelo topográfico não foi descartado por Freud, pois ele o utilizou para ampliar seus estudos relacionados às instâncias psíquicas, propondo um modelo estrutural dividido em Eu, Isso e Supereu. O Isso (id) é uma instância psíquica que está ligada ao inconsciente, no qual os impulsos são caóticos e regidos pelo princípio do prazer, não há racionalidade, moralidade ou sociabilidade. Um exemplo são os recém-nascidos que são constituídos principalmente pelo Isso, nessa fase da vida humana o Eu ainda não está completamente constituído.
Freud fazia uma comparação e uma relação do Isso com o Eu, quando falava: É fácil ver que o ego é aquela parte do id que foi modificada pela influência direta do mundo externo, por intermédio do Pcpt.-Cs; em certo sentido, é uma extensão de superfície. Além disso, o ego procura aplicar a influência do mundo externo ao id e às tendências deste, e esforça-se por substituir o princípio de prazer, que reina irrestritamente no id, pelo princípio da realidade. Para o ego, a percepção desempenha o papel que no id cabe ao instinto.
O aparelho psíquico
O ego representa o que podemos chamar de razão e senso comum, em contraste com o id, que contém as paixões (…). (1923, p.37). O Eu está relacionado às percepções internas e externas, funcionando como um mediador. As percepções internas produzem sensações que surgem nos mais profundos processos do aparelho psíquico, como o sentimento de prazer e de desprazer. As percepções externas advêm dos sentimentos e experiências da infância, como a memória, a percepção, o pensamento, a linguagem, e outros.
São partes do consciente que buscam adaptarem-se ao mundo externo, essas percepções servem para estruturar a identidade do sujeito. Ele media e limita as exigências e impulsos primitivos do Isso e limita também as demandas e exigências externas do supereu. O supereu se desenvolve na infância, absorvendo as experiências e influências externas da cultura e da sociedade, começando com o meio familiar de cada indivíduo.
Tais influências contribuem para que osupereu se desenvolva, fazendo-o funcionar como um regulador da moral, influenciando o Eu e em batalha com o Id. Ele é o resultado de dois fatores: o biológico e o histórico, repressor de qualquer ato que possa afetar o aparelho psíquico, busca controlar o Id e se sobrepor ao Eu, este não atende às exigências do Isso que por sua vez é puro prazer. O Supereu também é uma instância que permite o cuidado, que promove o amparo e a proteção, não é só uma instância interditora, embora a sua representação moral do caráter, seja mais resistente e poderosa às sanções nos desvios morais.
Da hipnose até o entendimento de Freud sobre a técnica da associação livre
Para falarmos do método da associação livre, precisamos falar um pouco sobre as técnicas usadas anteriormente que contribuíram para o surgimento desta. Foi por volta do século XVIII que surgiu a hipnose, técnica usada pelos médicos nos atendimentos das mulheres com problemas psíquicos (as histéricas). Nesse sentido, a hipnose consistia em uma ordem dada ao paciente, na qual se exigia um foco nos comandos dados pelo médico e com baixa exigência da consciência periférica.
Essa técnica, foi bastante estudada e explorada pelo médico James Braid, naquela época este utilizava a hipnose em suas pacientes no tratamento e na eliminação de sintomas, deixando-as expostas a qualquer tipo de influência comportamental, quando estavam em estado normal. Além disso, a histeria – por muito tempo não foi bem-vinda no meio médico – surge nesse mesmo século e pela dificuldade de se explicar o quadro da paciente, também era vista como um acometimento unicamente feminino. Em Paris, o neurologista Charcot, queria provar que a histeria era do campo da fisiologia e não do psiquismo.
No século XIX, Charcot consegue classificar a histeria como uma doença de perturbações fisiológicas do sistema nervoso, tendo como principal intervenção clínica a hipnose. Em 1885, Freud conhece Charcot em Paris, onde assistindo às suas aulas se transforma em um entusiasta do modelo de intervenção das pessoas histéricas, chamada pelo próprio Freud de doença do sofrimento mental, e que não somente acometeria as mulheres, mas também os homens.
Breuer
Em Viena, na mesma universidade em que Freud estudava, um médico chamado Breuer teve a primeira experiência com uma de suas pacientes que sofria de histeria, esse caso conhecido como Ana O., com o qual o próprio Freud teve a oportunidade de acompanhar. Com este caso, Freud percebeu que, ao acordar do estado hipnótico, não havia trabalho que pudesse dar continuidade já que com o paciente acordado, este não se lembraria de nada e com os afetos reprimidos pelo paciente não se conseguiria eliminar os sintomas. Sobre o uso da técnica hipnótica e o investimento analitico, Freud diz: Precisamos continuar gratos à antiga técnica hipnótica, pois ela nos apresentou alguns processos psíquicos específicos da análise de forma isolada e esquemática.
Só assim conseguimos ter coragem de criar nós mesmos situações complicadas no tratamento analítico e mantê-las transparentes. (1914, p. 152) Com isso, Freud abandonou a intervenção mecânica, conhecida como hipnose, pois acreditava que a hipnose por si só, não abria uma narrativa para o próprio sujeito. Dessa forma, Freud inicia o seu trabalho de intervenção utilizando o método catártico, no qual o paciente pudesse reconstruir a cena do trauma, rememorando o evento traumático.
Assim, isso possibilitaria a descarga desse afeto e a eliminação do sintoma, a esse evento de descarga emocional no qual o paciente se libertava do afeto através de suas lembranças traumáticas, deu-se o nome de ab-reação. Desse modo, Freud deu continuidade aos estudos sobre as técnicas e métodos de intervenções para curar as doenças dos seus pacientes. Ele lembrou de um experimento que presenciou em Nancy, quando o médico Bernheim mostrou que algumas pessoas em estado hipnótico poderiam vivenciar experiências diversas, perdendo apenas a memória das coisas vividas durante o estado hipnótico, sendo possível lhes despertar daquelas lembranças também no estado normal.
A hipnose e a história de Freud
Essas pessoas quando despertavam da hipnose, eram questionadas sobre suas lembranças e elas afirmavam não lembrar de nada, mas quando o médico lhes assegurava que elas lembravam e insistia em suas lembranças, elas conseguiam. Essas lembranças reforçaram algo que Freud já tinha em mente, sobre a hipnose e a catarse. Sem descartar a sua experiência com a catarse, Freud fala aos seus pacientes que ao pressionar-lhes com a mão à testa deles, se lembrariam de algo que os ajudaria na conexão com o trauma.
Para Freud essa técnica não seria algo definitivo, embora o tivesse ajudado a confirmar que as lembranças esquecidas de seus pacientes não estavam perdidas, mas permaneciam recalcadas no inconsciente por uma força consciente. Na história de Freud, ele amadurece a ideia de escuta dos seus pacientes e abandona a técnica da pressão na testa, iniciando uma nova técnica, na qual encorajava os seus pacientes a dizer tudo que viesse à mente. Em relação ao cuidado no atendimento analítico e à resistência do paciente, Freud fala que: Precisamos dar tempo ao paciente, para que ele se aprofunde na sua resistência que até então lhe era desconhecida, paraperlaborá-la, superá-la, na medida em que ele, a ela resistindo, continua o trabalho de acordo com a regra analítica fundamental (…).
Essa perlaboração das resistências na prática pode se tornar difícil para o analisando e uma prova de paciência para o médico (…) (1914, p. 161) Mais tarde esse método viria a se chamar de associação livre, este depende da fala do paciente, do que ele traz como contexto de suas vivências, da sua infância, cultura, referências externas e internas oriundas do seio familiar e de seus traumas. Para Freud, nesse método de observação da narrativa de seus pacientes, não poderia haver questões morais envolvidas em suas falas, isto é, poder falar sem medo do julgamento por parte do analista.
Conclusão: história de Freud e da Psicanálise
Na história de Freud, a arte de interpretar, segundo o Método psicanalítico freudiano (1904[1905]), se deu através de estudos oriundos do processo catártico, com a contribuição dos estudos de Breuer sobre a histeria em 1895. Freud iniciou seus atendimentos com pacientes histéricos, usando o método catártico, que tinha como objetivo o afastamento dos sintomas, fazendo com que o paciente falasse (em estado hipnótico), até alcançar psiquicamente o ponto em que se deu o sintoma. Conforme as lembranças iam chegando ao consciente, o mesmo comunicava ao médico os seus traumas através de uma narrativa que era obtida em estado hipnótico.
Freud observou detalhes em seus atendimentos que foram importantes para a psicanálise. Conforme o paciente narrava as suas lembranças, Freud foi percebendo que os sintomas enfraqueciam, mostrando-se aparentemente superados por seus pacientes conforme voltavam ao seu consultório. Mas o médico também percebeu que esse método não favorecia a todos os neuróticos, pois em alguns a hipnose não emplacou. Como também é sabido, Freud tinha algumas restrições quanto à própria hipnose, fazendo com que mais tarde ele a abandonasse.
Na tentativa de entender o processo psíquico, mas dessa vez, sem a hipnose, Freud iniciou seus atendimentos pedindo para que seus pacientes lhes contassem tudo que viesse à mente, o que eles tivessem vontade de falar. Foi observando as narrativas de seus pacientes, que ele percebeu que alguns contavam histórias não muito recentes, outras contavam histórias recentes, ou fatos e, uma boa parte lhes contava de suas lembranças de infância.
O material psíquico
O mais importante na história de Freud, de todas essas observações era o que tinham em comum quanto ao material psíquico que aparecia nessas narrativas, onde Freud pôde observar que existia uma amnésia entre as narrativas, um esquecimento e, quando essa lacuna conseguia ser preenchida com o motivo real, a análise seguia de forma melhor até na cura. Mas ele também observou que enquanto essa lacuna não era preenchida, havia um certo desconforto quando acontecia de seus analisandos iniciarem suas falas a respeito de tais esquecimentos, fazendo com que Freud percebesse que havia uma força psíquica que fazia com que o recalque aparecesse, causando uma resistência.
Essa resistência foi usada por Freud como um dos fundamentos da sua teoria, fazendo com que ele ajudasse os seus analisandos com tais lembranças, devolvendo para eles, indagações, usando as suas próprias palavras. Quando o paciente nos comunica que jamais havia pensado em tal coisa, podemos ter com isso, uma versão dessa manifestação, como se ele quisesse nos comunicar que “sim”, acertamos o inconsciente. Isso acontece depois que o psicanalista inicia seu trabalho a partir da comunicação da construção.
E após as sessões seguintes que, através da associação livre, combinada ao conteúdo das construções, saberemos de qual forma o analisando reagirá, se negativamente ou se positivamente. Essas reações, só serão compreendidas com o curso do tratamento, em que o psicanalista saberá fazer as devidas correções às suas interpretações. Existe uma parte nessa construção que é feita pelo analista e comunicada ao paciente, que sob efeito dessa comunicação, irá construir uma nova parte e, sobre posse desse novo material, com alternância ou não, irá dar continuidade ao trabalho.
O bom uso da técnica da associação livre
Para o bom uso da técnica da associação livre, o terapeuta precisa treinar a sua escuta, o que para a psicanálise é conhecida como atenção flutuante, essa escuta em análise funciona como um tradutor, um decifrador, no qual o analista devolve para o analisando as suas próprias palavras, produzindo um efeito com menos resistência.
Essa técnica tem como objetivo promover ao paciente, o conhecimento a respeito das emoções recalcadas existentes e inconscientes, assim como um conhecimento mais íntimo da sua pessoa acerca dos seus sintomas e recalques.
Resumo de Psicanálise: sexualidade, transtornos e instâncias da mente
Um resumo de psicanálise
Esta abordagem é relevante porque as percepções e sensações de mundo e isso engloba também, por óbvio, o conhecimento adquirido, são únicas e, portanto, a visão de um iniciante na psicanálise pode ser tão distinta da abordagem de um psicanalista veterano, como as próprias observações entre os próprios novatos podem ser diversas. Partimos do princípio que esta abordagem, embora possa ser um ponto de partida para diversas opiniões, deve ser produzida através das impressões do autor deste material e assim, seja possível a exposição das ideias e entendimentos a partir das observações do mesmo.
Buscaremos neste trabalho demonstrar a grande contribuição da psicanálise, enquanto constructo teórico e prático na vida de milhões de pessoas através dos anos e sua importância até os dias atuais na cura de pacientes, a partir de sua abordagem do inconsciente e dos aspectos sexuais dos anos iniciais das pessoas, passando também pela organização psíquica e suas afecções psicogênicas. 
Abordaremos o nosso entendimento a respeito das fases iniciais da psicanálise, as criações, teses e desafios de Freud e na segunda parte, a compreensão a respeito das abordagens psicanalíticas em si; a clínica e suas formas de atuação, numa visão mais prática da psicanálise, mais voltada para o que acontece no setting analítico, mas sem nunca deixar de fora a história da psicanálise em si.
Resumo de Psicanálise: Como essa história começou
Sigmund Freud, médico austríaco, é tido mundialmente como o pai da psicanálise. A psicanálise iniciou-se no fim do século XIX. A psicanálise é considerada um campo teórico, onde os fundamentos iniciais permeiam a investigação de fatores sociais de determinado indivíduo, de forma que esta investigação se dá através do buscar conteúdos ocultos na mente deste paciente.
Para Freud, o imergir neste submundo do paciente, se daria através de uma busca no inconsciente dele e no que ele recalcou, no intento de esquivar-se do sofrimento que aquela situação lhe trazia naquele momento. Segundo preconizou Freud, a psicanálise consiste em deixar que o paciente fale sobre seus sintomas, e isso mesmo o levará a sua cura. Afirma desta maneira que, além da consciência, todos possuem um aspecto mental fundamental chamado inconsciente, onde estão nossos maiores desejos ocultos e que não devem ser postos para a sociedade e que também, não podemos satisfazê-los.
“A voz do intelecto pode ser baixa, mas não descansa até ser ouvida” (FREUD,1927, p.297).
Assim, como uma possibilidade prático-teórica de abordagem e ajuda ao paciente, a psicanálise divide-se em sua ocupação quanto a investigação dos fatos e sintomas através da associação livre; em uma abordagem desta associação livre, rompendo com as resistências, transferências e desejos do paciente e também, os métodos de trabalho através da sistematização dos dados obtidos.
O termo ” Psicanálise”
“Sobre a escolha do termo psicanálise, nada melhor do que dar a palavra àquele que forjou o termo ao mesmo tempo que identificava a sua descoberta: “Chamamos psicanálise ao trabalho pelo qual levamos à consciência do doente o psíquico recalcado nele. Por que ‘análise’, que significa fracionamento, decomposição, e sugere uma analogiacom o trabalho efetuado pelo químico com as substâncias que encontra na natureza e que leva para o laboratório?
Porque, num ponto importante, essa analogia é, efetivamente, bem fundada. Os sintomas e as manifestações patológicas do paciente são, como todas as suas atividades psíquicas, de natureza altamente compósita; os elementos dessa composição são em última análise motivos, moções pulsionais. Mas o doente nada sabe, ou sabe muito pouco, desses motivos elementares”. (LAPLANCHE e PONTALIS, 1991, p. 384-386).
O início da trajetória de Sigmund Freud
Freud, formado em medicina pela Universidade de Viena e com especialização em psiquiatria, enfrentou uma série de barreiras e desafios no desenvolvimento do que ele mesmo viria a chamar futuramente de psicanálise. Talvez o primeiro dos seus desafios tenha sido justamente a sua formação, pois sentia que o tratamento convencional através da medicina, geralmente medicamentoso, poderia ser muito limitado para tratar as afecções da mente.
Assim, Freud passa a, sutilmente, porém de maneira constante, a aprimorar sua ideia de que não bastariam, apenas, tratamentos relacionados à medicina da época, para tratar dos problemas mentais das pessoas. Freud, então, começa a estagiar com o neurologista Jean-Martin Charcot, entre os anos de 1885 e 1886, a fim de aprender mais sobre a técnica de hipnose implementada pelo médico francês e que aparentemente apresentava um relativo sucesso.
Desta forma, Freud ao retornar para Viena, implementa as técnicas de hipnose em seus pacientes de distúrbios nervosos. Após diversas observações de casos, em seus pacientes e aplicação da hipnose, Freud percebe que pode controlar o aparecimento e desaparecimento de sintomas. Entretanto, Freud estava em busca de algo muito maior de que ter algum controle sobre o que os seus pacientes apresentavam; ele estava muito mais interessado em como aqueles processos se davam dentro da mente dos pacientes, o que ele queria mesmo saber era como aquele paciente chegou àquele estado psicológico e nem tanto em relação aos sintomas apresentados posteriormente ao que foi construído na mente.
A vida de Freud em um resumo de psicanálise
A virada de chave na vida de Freud foi quando ele se juntou ao médico Josef Breuer. Acompanhar Breuer possibilitou a Freud, entender e posteriormente aperfeiçoar, o que viria a ser chamado por ele de associação livre. Pode se dizer que a semente da associação livre nasceu com Breuer, ainda sem essa nomenclatura, obviamente, que seria dada por Freud. Digamos que Breuer percebeu sim que o falar fazia com que seus pacientes se livrassem de fantasias e alucinações, porém o foco era ainda muito nos sintomas e Freud traria uma nova abordagem, que seria o entender como aquilo se dava e sem foco na hipnose.
Porém, antes da associação livre como conhecemos hoje, Freud passou por uma breve etapa junto a Breuer, onde num misto de hipnose e associação livre, ambos trabalhavam numa técnica chamada método catártico, que consistia em relembrar cenas passadas e assim possibilitar o desaparecimento dos sintomas. A associação livre não consiste em rememorar cenas e sim, acima de tudo, permitir que o paciente fale, sem interrupções vazias e também sem julgamentos, para que assim, o próprio encontre sua cura e seu bem estar. Enfim, Freud foca na conversa normal, dando protagonismo ao paciente em relação ao psicanalista.
“A linguagem também reconhece essa diferença nas consequências psíquicas e físicas e, de modo bastante característico, designa como “agravo” precisamente o sofrimento suportado em silêncio. — A reação do lesado ao trauma só tem efeito inteiramente “catártico” quando é adequada, como a vingança. Mas o ser humano encontra na linguagem um sucedâneo para a ação, com o auxílio do qual o afeto pode ser “ab-reagido” quase do mesmo modo. Em outros casos, a própria fala é o reflexo adequado, como queixa e como enunciação de um segredo que atormenta (confissão!). Quando não ocorre semelhante reação por atos, palavras e, em casos mais leves, pelo choro, a lembrança do episódio conserva, a princípio, o realce afetivo”. (FREUD e BREUER, 2016, p.20)
Segunda parte da obra de Freud
Pode-se dizer que o batismo da psicanálise se deu em 1896, quando Freud cunha o termo PSICANÁLISE. A tentativa era decompor a fala do paciente, de forma que na junção daqueles fragmentos pudesse ser extraído o conteúdo que realmente importava, o conteúdo que Freud tratava como conteúdo latente da psique daquele indivíduo que lhe falava. Freud acreditava que os conteúdos sexuais e os posteriores recalques malfeitos, eram a pedra fundamental das afecções psicológicas de seus pacientes e isso custaria caro a ele, inclusive a destruição de algumas amizades importantes e o consequentemente afastamento de outros pensadores.
O isolamento ou a tentativa dele por parte de outros nomes importantes da época, não fizeram com que Freud desistisse de suas convicções e abordagens. Além do fato de perder pessoas importantes, mas manter suas certezas intactas, Freud foi além e não somente enfrentou as resistências dos antigos companheiros, como principalmente foi muito contestado por toda a sociedade da época.
O próprio Freud não se absteve de afirmar, que ele estava abrindo a terceira ferida narcísica na humanidade; na sequência: “o homem não é o centro do universo” – COPÉRNICO; a teoria da evolução – DARWIN; e a afirmação de Freud, que o homem não tem controle racional sobre tudo e a instância do inconsciente é muito mais forte e mais profunda do que apenas a “pontinha do iceberg” que seria o consciente e suas tomadas de decisões.
A arte de investigar
Ao passo que suas ideias avançam, Freud dedica cada vez mais tempo de sua existência a entender o funcionamento da mente humana e seus constructos. Freud era um homem muito à frente do seu tempo, ele não estava preso limitadamente aos sintomas em si; Freud era um curioso por natureza e conseguiu transmitir essa curiosidade de forma brilhante para sua obra.
A psicanálise nada mais é do que a arte de investigar, de querer saber, entender, como funciona a psique humana. A curiosidade é apenas, porém, a chama, o start, pois após este iniciar, este interesse em saber, existe uma obra gigantesca, fantástica e eternamente inacabada, simplesmente pelo fato de a mente humana não poder ser analisada de maneira universal, tampouco cabal.
Desta feita, tão fundamental quanto a abordagem dos fatores históricos da psicanálise e dos fatores que levaram a Freud criar sua própria linha de pensamento e atuação, é também entender como se dá a clínica psicanalítica em si e a sua abordagem nas até aqui conhecidas afecções psicológicas do ser humano. A psicanálise é um constructo em eterna formação, porém já conta com uma robusta e consolidada forma de atuação, preconizada por Freud e seguida por todos os profissionais, amantes da obra e da técnica de Freud, empenhados assim em mantê-la intacta e fazer com que ela seja seguida na sua maior completude possível.
Um resumo de psicanálise: aparelhos psíquico
Quando faz uma abordagem totalmente nova, sobre um novo tema para aquela época, o inconsciente, Freud revoluciona tudo o que sabia até então sobre a psicologia da humanidade. Sempre foi muito mais fácil para o homem entender, ou convencer-se de que ele tinha o controle sobre tudo e isso se dava obviamente através da consciência das coisas e dos fatos. A partir do momento em que Freud lança a sua “ferida narcísica” do inconsciente, ele cria uma ruptura não só na comunidade médica, mas em toda a humanidade, a tirando da zona de conforto conceitual de séculos, quiçá milênios.
Freud, não só afirma para o mundo que k, uma parte submersa e incontrolável, que não reconhece presente nem passado, tampouco se importava com as consequências de seus atos, como preconiza organizar a mente humana e esta organização não contempla apenas o consciente como se imaginava, mas também dois outros componentes: o pré-consciente e o inconsciente.
Assim, Freud divide a mente humana em (na sua primeira tópica):
Consciente:é o aqui, o agora, a consciência do mundo externo e interno do indivíduo.
Pré-consciente: composto tanto pelo consciente, como pelo inconsciente; não é o aqui e o agora, mas permite ser acessado pelo consciente.
Inconsciente: Conteúdos reprimidos, impulsivos e incontroláveis por si só e que não acessam diretamente o consciente e o pré-consciente.
O resumo de psicanálise e a estrutura psíquica
Freud, inquieto como de costume, propõe uma nova estrutura psíquica para além da sua primeira tópica. Surge, assim, a segunda tópica da psicanálise, segundo Freud; desta vez, a estrutura da mente humana não está mais dividida entre inconsciente, pré-consciente e consciente; a abordagem feita pelo psicanalista agora se dá, em:
ID: Instância mais profunda, a maior de todas e a que não se importa com a moral ou consequências, está sempre em busca de prazer.
EGO: É quem regula as necessidades de atender as demandas do ID e a rigidez do superego, o ego trabalha sempre a fim de evitar o sofrimento psíquico.
Superego: É o regulador moral da estruturação mental humana. Baseado em aprendizados e exigências culturais e sociais do meio.
Fases do desenvolvimento psicossexual
Freud defendia que as afecções psicogênicas eram advindas de conflitos psíquicos na história infantil sexual do sujeito. Desta forma, Freud preconiza que os conflitos na vida adulta eram decorrentes de experiências traumáticas, de cunho sexual na vida infantil e assim, geravam os sintomas atuais. Com a fundação do termo libido, para designar a energia dos desejos sexuais, Freud gera mais uma batalha com a sociedade da época, que via o sexo apenas como meio de reprodução.
Freud postula, assim, fases do desenvolvimento sexual desde o nascimento; são elas:
Fase oral: 0-2 anos, zona erotizada é a boca.
Fase anal: 2-4 anos, zona erotizada é o ânus.
Fase fálica: 4-6 anos, zona erotizada é o órgão genital.
Fase de latência: 6-11 anos, interesse em outras áreas (sociocultural).
Fase genital: > 11 anos, zona erotizada encontra-se externa ao corpo.
A organização psíquica: resumo de psicanálise
Dentre tantas outras, uma das principais virtudes de Freud era defender suas teorias e isso pode ser observado no tocante a sua defesa de uma, até então suposta, organização psíquica da mente humana. Focado na subjetividade humana individual (tese vinda de sua vivência clínica e suas inesgotáveis pesquisas), Freud preconizava que havia uma maneira de funcionar na mente humana, não universal, mas estruturada e que proporcionava assim a cada indivíduo condutas pessoais e até mesmo formas de sofrimentos diferentes.
Assim, Freud dividia a organização psíquica humana em três tipos de mecanismos básicos diferentes: Neuroses: É a base de estudos e aprofundamento principal da psicanálise freudiana. É tão ligado à história inicial da psicanálise, pelo simples fato de ser a base formadora da mesma; as neuroses para Freud eram justamente o que ele imaginava e preconizava, o fato das mazelas e sintomas das afecções humanas atuais serem baseados na dicotomia desejo x defesa, na infância.
“Freud mostrava-se incrédulo e descontente com os métodos pretensamente científicos empregados pelos neuropsiquiatras contemporâneos e resolveu empregar o método do hipnotismo com as suas pacientes histéricas, partindo do princípio de que a neurose provinha de traumas sexuais que teriam realmente acontecido na infância por sedução de homens mais velhos, mais precisamente os próprios pais”. (ZIMERMAN, 1999, p.22).
Freud destacava constantemente em sua obra, 3 tipos de neuroses:
Fobia: Reações de medo, muitas das vezes incompreensíveis, causadas por algumas situações como objetos, lugares. Nem sempre requer contato, pode apresentar-se após, apenas, lembranças de situações fóbicas (para quem sofre).
Obsessão-compulsão: Acreditasse que a repetição de atos e ritos possa ter algum controle sobre o mundo exterior. Algumas pessoas inclusive acreditam que algo ruim pode acontecer-lhes, se não agirem de determinada maneira e assim repetem aquela situação incessantemente.
Histeria: Podendo ser de conversão (sintomas convertidos no corpo) ou dissociativa (atitudes desconexas e sem sentido, que podem gerar efeitos como ataques epiléticos, por exemplo).
Já nas Psicoses, o Ego fragmentado sob o domínio do ID gera grande angústia e comprometimento funcional e social.
Os três tipos de psicoses, propriamente ditas, são:
Esquizofrenia: Realidade alternativa criada pelo ID, observam-se alucinações.
Paranoia: Distorções na interpretação da realidade.
Melancolia: Objeto externo é incorporado e a tristeza vem da perda ou da possibilidade de perda.
O método psicanalítico da associação livre e o resumo de psicanálise
O método psicanalítico contemporâneo, desde que Freud decidiu adotá-lo, é a associação livre. Com este método, os conteúdos do inconsciente são trazidos à consciência e assim, são eliminados os sintomas e resistências nos dias atuais. A associação livre consiste em um deixar o paciente falar o que lhe vier à mente, com o mínimo possível de interrupções e livre de julgamentos ou conceitos e convenções que o analista julgue certas ou erradas.
Como já vimos em organização psíquica, para Freud e por conseguinte para a Psicanálise, a afecção mental humana mais observada e porque não dizer, objeto da Psicanálise, é a neurose. Os choques em âmbito psíquico observados, entre consciente e inconsciente, no neurótico, sempre instigaram Freud e o levaram à busca e ao aprimoramento em relação a este tema. Algumas intercorrências, por assim dizer, são esperadas em meio às sessões de psicanálise e uma delas é a transferência.
A transferência, podendo ser negativa ou positiva, primordialmente significa a maneira de o psicanalista adentrar nos constructos da mente do paciente e assim auxiliá-lo, muitas das vezes através de questionamentos e instigações, nem sempre agradáveis ao próprio paciente; porém, é um ponto focal da psicanálise, no sentido da obtenção do objetivo maior que é eliminar a doença inicial.
Uma forma terapêutica sobre o resumo de psicanálise
A Psicanálise é uma forma terapêutica de avaliar e tratar a relação causa – efeito dos problemas e sintomas relatados pelo paciente. A causa, neste sentido, é o material recalcado e as consequências (efeitos), são os sintomas na vida atual dele.
Outro fator marcante no tratamento psicanalítico são as entrevistas, que permitem ao analista conhecer melhor o analisando e suas demandas, podendo, a partir de um momento a ser elaborado, definir se a sua situação se trata por exemplo, de neurose, psicose ou algum tipo de perversão. É através da entrevista também, que o paciente pode questionar seu sintoma ou o próprio discurso. 
Por parte do analista, ocorrendo uma excelente entrevista, por parte do paciente a permissão, através da transferência, para que haja uma parceria neste caminhar psicanalítico, estabelece-se o vínculo, o contrato analítico e assim, juntos, e vencendo as resistências vindouras, a análise transcorre para o fortalecimento do ego, para que ele controle e sobreviva saudavelmente aos impulsos e desejos imediatos e inconsequentes do ID e as sanções e rigores do superego.
Conclusão: um resumo de psicanálise
Por óbvio, este texto e tampouco este autor, objetivavam através do presente trabalho acadêmico, compreender ou dominar toda a Psicanálise; seria enorme presunção. As vivências, através das oportunidades apresentadas e captadas, são certamente a melhor forma de expressar aquilo que se deseja.
Este autor viu, inicialmente, na Psicanálise, uma oportunidade de adquirir mais conhecimento pessoal e também, porque não, saber mais sobre a vida de alguém que revolucionou a vida humana, não só no século passado, mas dentro desta humilde opinião, revolucionou a humanidade pelo tempo que ainda estivermos por aqui. Porém, o que me estava reservado era muito maior do que isso, era muito maior do que conhecer a biografia de alguém notável.
A Psicanálise foi para mim, e é, uma imersão, uma entrada por um caminho, na verdade, somente de ida, porque não se sabe como sevolta e voltando, é impossível que se volte da mesma forma que se entrou por este caminho. Verdadeiramente, a Psicanálise, respeitando todas as outras correntes, ciências e teorias, é maior, é mais profunda, é pedir que alguém compreenda o incompreensível e aí está a magia, mas também está o desafio. O que é o inconsciente? Alguém teria esta resposta tão provocativa e tão complexa? Quando recalcamos? Quando internalizamos nossos medos e dores? Em que momento estivemos sozinhos e guardamos no nosso mais profundo interior, nossas mazelas; apesar de possivelmente estivéssemos, naquele momento de recalcar, cercados por pessoas que nos amavam?
Outros questionamentos sobre o resumo de psicanálise
Sim, a Psicanálise pode nos trazer infindáveis questionamentos e tudo bem. Não precisamos aqui, nesta abordagem maravilhosa e porque não, misteriosa, questionarmos e principalmente, nos questionarmos. A presunção, o suposto saber não cabe aqui, o que cabe é a busca incessante por conhecimento, por sede de saber e de ajudar, de ser um suporte e um arrimo para quem nos procura.
Fundamental sabermos sobre o resumo de psicanálise que o presente trabalho nos traz, sobre as afecções mentais, sobre os sintomas, sobre a forma de trabalhar na clínica, sobre transferência, recalque, setting analítico, conhecer as obras fantásticas e atemporais não só de Freud, mas como de Jung, Lacan e tantos outros. Procurarmos formas de aprimorar os conhecimentos, sempre nos aplicando e buscando esses conhecimentos, através de formações e leitura, muita leitura. Mas, principalmente, para além de todo conteúdo teórico, precisamos ter a convicção de que a psicanálise se faz com o coração.
Assim, em virtude dos fatos e teorias mencionados acima, a conclusão que se chega, é de que não basta todo o conhecimento teórico, se não houver este verdadeiro mergulho na própria questão humana do psicanalista, para que ele se sinta apto e seguro para mergulhar nas necessidades do paciente. Por fim, este autor deixa-lhes uma pergunta: O que é a psicanálise, senão um mergulho no completo desconhecido, chamado Inconsciente?
Psicanálise Freudiana: 50 principais conceitos resumidos
A psicanálise freudiana é uma grande responsável por muito do que se sabe atualmente sobre o funcionamento da psique humana. Foi a partir das descobertas de Sigmund Freud que a psicanálise se transformou para abrigar uma abordagem de extrema relevância. Isso influenciou a psicologia e várias áreas do saber humano.
Por esse motivo, para qualquer pessoa que possui interesse em conhecer a psicanálise, os conceitos freudianos devem ser os primeiros da lista. Isso porque, de certa forma, são eles que fundamentam todos os estudos posteriores sobre o assunto, servindo até hoje como referência. Muitas vezes, mesmo para manifestar divergência, autores da psicanálise e da psicologia adotam a perspectiva freudiana como ponto de partida.
Dito isto, continue a leitura e confira principais conceitos resumidos da psicanálise, com base na obra de Sigmund Freud.
Assim sendo, as sessões de psicanálise duram em média 45 a 50 minutos e costumam ser bastante dinâmicas, exigindo a participação ativa do paciente (também chamado de “analisando”). Contudo, as frequências das sessões, sejam elas diárias, semanais, quinzenais ou mensais, por exemplo, são definidas pelo psicanalista em conjunto com o analisando.
Com esses preceitos, a psicanálise freudiana é construída justamente para atender as diferentes necessidades de cada sujeito. Por isso, a abordagem é tão prestigiada entre profissionais e pacientes que se beneficiam com esse tipo de tratamento.
Principais conceitos da Psicanálise Freudiana
A partir daqui, listaremos cerca de 50 dos principais conceitos para entender a psicanálise freudiana.
Conceitos relativos aos métodos utilizados por Freud
Sugestão hipnótica: usado na fase inicial de Freud; o analista coloca o paciente em estado hipnótico e sugestiona para que o paciente se recorde e supere dores psíquicas. Esta técnica foi posteriormente abandonada por Freud.
Método catártico: uma variação da sugestão hipnótica, busca suscitar emoções e pressionar a testa do paciente (entre os olhos) para que ele se recorde e supere dores psíquicas. Esta técnica também foi abandonada por Freud.
Associação livre: é o método definitivo da Psicanálise e da fase de maturidade de Freud. O paciente não é mais hipnotizado, mas sim fala espontaneamente tudo o que vem à cabeça, para que o psicanalista o ajude a criar correlações entre ideias que possam alcançar as causas inconscientes.
Conceitos da Primeira tópica ou Modelo topográfico
Nesta fase inicial dos estudos, Freud considerou a mente humana como dividida nas seguintes instâncias:
Consciente: Na psicanálise, o campo consciente da mente é considerado a parte ciente do cérebro. Responde pelo lado racional, pela nossa mente atenta, por aquilo que estamos pensando agora, por aquilo que sabemos sobre nós mesmos (quando alguém nos pergunta “quem é você?) e pela nossa interação com a realidade externa.
Pré-consciente: Este é o lar de tudo o que podemos lembrar ou recuperar de nossa memória. São informações em que não estamos pensando agora, mas que sobre elas não houve repressão ou recalque. Então, são informações que podem ser recuperadas. Por exemplo, se perguntarmos a você o significado de “indigestão”, esta informação não estava no seu consciente no exato momento antes de fazermos a pergunta. Estava no pré-consciente, foi trazida ao consciente após nossa pergunta.
Inconsciente: é a maior parte de nossa mente, a parte submersa do nosso iceberg mental. No inconsciente, reside um repositório no nível mais profundo, capaz de impulsionar o comportamento, percepções, desejos. A ideia de inconsciente é a ideia mais importante dentro da psicanálise, segundo os autores Laplanche e Pontalis (“Vocabulário de Psicanálise”).
Conceitos da Segunda tópica ou Modelo estrutural
Mais tarde, Freud postulou um novo modelo da mente que coexistiu com suas ideias originais sobre consciência e inconsciência. Estamos nos referindo aos três elementos do aparelho psíquico, cujos nomes são conhecidos como: Ego, Id e Superego.
Ego: é parte consciente e parte inconsciente. Na parte consciente, estariam nossas ideias sobre nós mesmos, as coisas que estamos pensando agora, as atividades que estamos realizando neste momento em relação ao mundo. No lado inconsciente, estariam os mecanismos de defesa do ego, que são ferramentas que buscam evitar que o ego tenha lembranças e ideias dolorosas a respeito de si. O ego será mediador entre o id (oferecendo um pouco de prazer) e o superego (oferecendo obediência às regras morais), instâncias que veremos a seguir.
Id: o id é todo inconsciente e é a origem das pulsões; é a fonte dos impulsos que visam apenas suprir a necessidade de prazer. Para o id, não há certo ou errado, não há presente ou futuro, não há noção de espaço e não há uma linguagem verbal clara que nosso consciente possa capturar. É a dimensão da mente mais inconsciente e “selvagem”.
Superego: o superego julga as ações impulsivas e pode causar sentimentos de reflexão e angústia sobre determinadas situações. Além disso, o superego é visto como a porção da mente em que residem os valores morais e os princípios sociais de conduta que impulsionam o indivíduo a se comportar de maneira socialmente aceita. Com isso, o indivíduo recebe as “benesses” da convivência social, como a divisão social do trabalho.
Conceitos relativos às estruturas psíquicas
Segundo Freud, as estruturas psíquicas são formas macro de pensarmos o mecanismo principal que dirige a vida psíquica de um sujeito. São três estruturas, cujos conceitos veremos a seguir. Conforme o indivíduo tenha uma tendência maior a uma delas, costuma-se dizer que é neurótico, psicótico ou perverso.
Neurose: é a estrutura principal do ponto de vista da psicanálise; os principais psicanalistas concordam que são as neuroses aquilo que a psicanálise melhor consegue tratar. O sujeito neurótico tem uma tendência de pensar e se comportar de modoque é possível ele conseguir “olhar de fora” e perceber o seu problema, ou pelo menos desconfiar do problema, ainda que não seja fácil superá-lo. Por isso, a terapia psicanalítica consegue ajudá-lo, pois há brechas para uma autocrítica e um autoconhecimento. Um exemplo são os transtornos obsessivos. Todos somos, em alguma medida, neuróticos: o que varia é o grau de incômodo que nossas neuroses geram nos outros e, principalmente, em nós mesmos. Freud diferenciava dois grandes grupos de neuroses: as neuroses atuais e as psiconeuroses.
Psicose: diferentemente do neurótico, o sujeito psicótico não desconfia que seu transtorno é de fato um transtorno. Acredita ser a própria realidade. Então, a psicose imerge o sujeito em uma chamada realidade paralela, com elementos de delírios, paranoias, alucinações e outras alterações mais severas da percepção. Sem um lugar para se “olhar de fora”, há quem questione se o método psicanalítico seria eficaz ao tratar o quadro psicótico. Claro que há tratamentos medicamentosos ou terapêuticos que atuam na psicose. Por sinal, em contrapartida, há psicanalistas que consideram a capacidade de a psicanálise contribuir com uma melhora deste quadro clínico. A teoria costuma identificar a esquizofrenia e a paranoia como formas da psicose.
Perversão: na acepção inicial em psicanálise, perversão é qualquer manifestação de sexualidade que não seja a relação de coito “pênis-vagina”. Mesmo relações heterossexuais podem ter dimensões de perversão. São exemplos de perversão as chamadas parafilias, tais como: voyeuriusmo, exibicionismo, sado-masoquismo, fetichismo, frotteurismo, entre outras. Freud afirmava que “a predisposição às perversões era a predisposição original e universal da sexualidade humana”. O fato de que o sadismo e o masoquismo (duas das principais parafilias) tenham orientações voltadas à agressividade provavelmente é a causa para o conceito de perversão ter sido cada vez mais relacionado à ideia de crueldade, embora não exista este teor de agressividade na grande maioria das parafilias.
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Conceitos relativos ao funcionamento psíquico
São muitos os conceitos relacionados aos mecanismos psíquicos que aparecem na psicanálise freudiana. Vamos listar mais alguns abaixo, inserindo junto um link para você ler mais a respeito:
Representação: há vários sentidos que Freud usou, mas o essencial é a representação como um elemento consciente que substitui um elemento inconsciente que fora recalcado. Ex.: um sintoma psíquico pode ser o representante de um trauma.
Recalque, recalcamento ou repressão: há diferenças de sentido nesses termos, a depender de quem os aborde. Mas, de uma forma geral, entende-se como o processo em que uma experiência dolorosa à psique do sujeito é arremessada para o inconsciente e lá reste “esquecida”, evitando que a psique reviva aquele fato.
Sintomas: na verdade, complementando o que falamos sobre recalque, a psique não exclui totalmente a experiência negativa. Ela é recalcada no inconsciente, mas retorna e repete-se na forma de sintoma mental ou até mesmo físico. Neste sentido, fala-se também em um retorno do recalcado. Por exemplo, um sintoma de ansiedade poderá ser o efeito de uma causa inconsciente recalcada. Cabe à terapia psicanalítica buscar identificar (ao menos em parte) esta causa.
Racionalização: é um dos principais mecanismos de defesa do ego, em que nossa mente busca uma justificativa aparentemente lógica para continuar sendo o que é. Por exemplo, quando o paciente diz que “todas as pessoas são infelizes” como forma de se explicar por não tomar uma atitude contra a dor psíquica que lhe representa sua infelicidade.
Narcisismo: em certa medida, o ego precisa se autoafirmar, pois assim haverá autoestima e diferenciação em relação ao mundo exterior. É um processo necessário. Entretanto, o ego exacerbado (exagerado) cria barreiras ao convívio social, ao aprendizado e ao reconhecimento de demandas psíquicas. Isso acaba aprisionando o sujeito, assim como Narciso (no mito grego que originou o termo) acaba se afogando, ao apaixonar-se por seu próprio reflexo nas águas de um rio.
Ambivalência: é a mistura de sentimentos opostos, em especial: amor e ódio. Para Freud, todos temos a necessidade de estabelecer vínculos afetivos, mas também tempos impulsos instintivos de agressividade. Assim, é de certa forma natural à psique humana amar e odiar. Quando um familiar querido falece, muitas vezes nos culpamos por termos, em algum momento, lhe desejado um mal: este seria um exemplo de que a ambivalência vive em nós.
Chistes e atos falhos: são formas de “erro” que são cometidas ao se fazer humor, ao se trocarem palavras etc. que, “sem querer”, revelam aspectos do inconsciente e padrões de comportamento do sujeito. Além dos chistes e dos atos falhos, outras formas com que um elemento do inconsciente se manifesta é por meio dos sintomas e dos sonhos.
Fases do desenvolvimento psicossexual: Freud elaborou uma teoria da sexualidade, que é também uma teoria do desenvolvimento psíquico. Por isso, essas fases são chamadas por vezes de psicossexuais. São elas: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase genital.
Conceitos relacionados aos atos falhos
Freud considerava que os atos falhos são equívocos linguísticos, físicos ou provocados por esquecimento. Nas palavras de Freud, esses erros são “acertos” do ponto de vista do inconsciente. É um “sem querer querendo” que pode revelar o que inconscientemente desejaríamos fazer. São quatro tipos de atos falhos, segundo Freud:
Lapsos Linguístico ou de Língua: são atos falhos de fala, de escrita ou de leitura, como quando trocamos uma palavra por outra.
Lapsos de Esquecimento: quando nos esquecemos de nomes de pessoas, de palavras em outra língua, de intenções, de lembranças de infância; além disso, incluem-se também os esquecimentos que causam perdas ou danos.
Lapsos de Ação: atitudes vistas como atrapalhadas ou acidentais, mas que podem ter uma razão inconsciente, como quando sem querer nos machumos ou quebramos alguma coisa.
Lapsos por Erros: ideias conceituais e lembranças que juramos ser verdadeiras, mas que são (na verdade) distorções lógicas ou de memória.
Conceitos relativos aos mecanismos repressivos
Os conceitos a seguir relacionam-se a aspectos que dizem respeito às relações interpessoais e familiares.
Sublimação: o ego cede ao superego em parte, ao aceitar converter a energia pulsional do id em algo socialmente útil, como trabalho ou arte. A satisfação pelo resultado profissional, financeiro ou artístico é uma contrapartida de satisfação que o ego entrega ao id.
Complexo de Édipo: o menino apega-se à mãe e rivaliza com o pai. O complexo de Édipo é bem resolvido quando criança/adolescente torna-se mais autônomo. Isso significa destinar seu afeto a outros objetos diferentes da mãe (brinquedos, heróis, paqueras etc.) e a introjetar a impossibilidade de continuar seu antagonismo com o pai.
Psicanálise social: A obra O Mal-Estar na Civilização (também traduzida como O Mal-Estar na Cultura) é um marco de como o superego e o Édipo agem em âmbito social, reduzindo a agressividade primitiva do Id em benefício da vida em sociedade.
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Conceitos da relação entre analista e analisando
Início do tratamento em psicanálise: Freud denominava também de entrevistas preliminares ou tratamento de ensaio. É o primeiro (ou primeiros) contato(s) entre analista e analisando, de modo que seja possível estabelecer um vínculo terapêutico, compreender a demanda de cura trazida pelo analisando e compartilhar com ele o funcionamento do método psicanalítico.
Setting analítico (ou setting terapêutico): é o meio de interação entre analista e analisando pelo qual se desenvolve a terapia. Pode ser um meio físico, como um consultório com poltronas, divã etc. Pode ser um meio virtual, no caso de atendimento online.
Atenção flutuante: na associação livre, o psicanalista deve abster-se de ideias fixas ou temas pré-definidos,bem como deve atenuar seus próprios preconceitos, para oferecer uma escuta atenta e propondo suas análises, enquanto o analisando livre-associa.
Ego fortalecido: Costuma-se dizer que o narcisista tem (no fundo) um ego fragilizado. Afinal, busca se impor para evitar confrontar-se e crescer psiquicamente. Atualmente, reconhece-se como principal tarefa da terapia psicanalítica o fortalecimento do ego, para que o sujeito consiga lidar com as questões psíquicas e com a realidade externa. Este fortalecimento não é nem o esfacelamento egoico (falta de autoestima etc.), nem o narcisismo, mas sim o ego encontrar seu lugar, lidar com as demandas internas/externas, compreender e gerenciar os seus desejos, ressignificar sua trajetória e permitir a convivência com os “egos” de outras pessoas.
Transferência: Para Freud, a relação transferencial é basicamente uma forma de amor transferencial entre analista e analisando. Isso é importante, dentre outros fatores, por estabelecer a confiança necessária para o analisando livre-associar. Para a psicanálise, há um momento do desenvolvimento da terapia em que o analisando passa a replicar seus processos psíquicos em direção ao analista. Por exemplo, o analisando pode começar a usar a mesma lógica de ação e fala que usaria contra seu pai (ou mãe) em relação ao psicanalista. É possível que a transferência tenha um aspecto positivo, pois este afeto dirigido ao analista permite a análise avançar, isto é, permite que se reflita sobre as causas deste comportamento.
Contratransferência: é a transferência do analista em direção ao paciente, ou seja, é a resposta do analista à transferência do paciente. Costuma-se qualificar como favorável a contratransferência que seja uma reação emocional, controlada, consciente e adequada do terapeuta ao paciente. Por outro lado, é negativa a contranstranferência em que o psicanalista tente impor sua visão ideológica ao analisando, rompendo o aspecto da neutralidade que se espera do analista. Ou o analista mostre uma irritação exagerada contra algo que o analisando disse, como uma pergunta pessoal feita pelo analisando, ou um questionamento sobre a terapia que o analisando faça.
Resistência: enquanto a transferência bem manejada pode mover a terapia adiante (trazendo novas elaborações), as resistências são quaisquer barreiras que dificultem o avanço terapêutico e impeçam o fortalecimento do ego. Por exemplo, pode ser uma resistência aquela explicação racional que o paciente oferece para culpabilizar outras pessoas por eventos em relação aos quais este paciente seria (co-)responsável. Quando manifestos em terapia, os mecanismos de defesa são exemplos de resistências.
Conceitos relativos aos períodos da Psicanálise
Pegamos emprestadas do psicanalista David Zimerman as definições abaixo. Para Zimerman, há três períodos da Psicanálise. Podemos pensar em termos de cronologia e também como macro-tendências ou macro-grupos de escolas. Assim, por exemplo, um psicanalista de hoje pode dizer-se de orientação ortodoxa.
Psicanálise Ortodoxa: análise dos conteúdos recalcados e os desejos reprimidos; diz-se também que um psicanalista é ortodoxo quando sua técnica é muito rígida e evita a expansão conceitual para outras áreas da psicologia e das humanidades.
Psicanálise Clássica: foi ampliando novas formas de atendimento para além dos pacientes neuróticos mais severos; neuroses mais brandas e até mesmo a clínica da psicose e da perversão podem ser abordados, bem como aspectos relacionados à personalidade.
Psicanálise Contemporânea: priorizam-se os vínculos entre o par analítico (relação paciente – analista). O rigor teórico e técnico acaba cedendo às demandas específicas do par analítico. O foco é no setting analítico (transferência, contratrasferência, e resistências) e na forma como o analisando define sua personalidade, seus problemas, suas demandas e suas ideias sobre a vida.
Conceitos das escolas de psicanálise
Escolas são tendências ou correntes de pensamento que marcam diferenciações significativas dentro de um campo de saber. Assim também ocorreu com a Psicanálise. A depender de quem faça esta classificação, uma linha de pensamento considerada distinguível em uma escola específica pode não ser tão importante ou tão diferente para tal destaque. Então, pessoas diferentes criarão listas diferentes. Vamos seguir abaixo as sete escolas de psicanálise propostas por David Zimerman.
Escola Freudiana: segundo Zimerman, esta escola teve Sigmund Freud, Sandor Ferenczi, Anna Freud e Wilhelm Reich como precursores mais alinhados. São temas centrais o inconsciente (motor central das ações humanas), as pulsões de vida e de morte, o desenvolvimento da sexualidade infantil, o Édipo, os mecanismos de defesa e as resistências.
Escola Kleiniana: nome de sua precursora, Melanie Klein. Também chamada de Escola das Relações Objetais. Klein baseou-se em Freud, mas propôs significativas diferenças. Seu foco é nas relações humanas, nas relações de afeto e na psicanálise infantil. Nesta teoria, os estudos fundamentam-se no comportamento do indivíduo desde o nascimento, acompanhando toda a infância e seu desenvolvimento social.
Escola da Psicologia do Ego: Margareth Mahler, Heinz Hartmann e Otto Kernberg são alguns dos principais nomes. Concebem que o ego desenvolve-se a partir do id conforme o bebê vai fixando a diferença do seu corpo-mente em contraposição com mundo exterior. A atenção do bebê vai, então, se voltando para o seu “eu” (o seu ego). Consideram a divisão freudiana da segunda tópica: id, ego e superego. Funções psíquicas como afeto, memória, conhecimento e pensamento passam a ter um foco maior para a psicanálise. Esta escola aproxima a psicanálise de outros saberes da psicologia, filosofia, educação, sociologia e educação.
Escola da Psicologia do Self: Heinz Kohut propõe que introspecção e empatia são instrumentos essenciais da psicanálise. Propõe a tese das “falhas dos self-objetos primitivos”. Nesta teoria, o psicanalista tem uma função de suprimir falhas empáticas parentais da trajetória do analisando, redimindo uma condição de identificação do indivíduo com seu pai e sua mãe.
Escola Francesa: o principal nome é Jacques Lacan. Esta escola reconhece a importância da linguagem como forma constitutiva do sujeito (e não apenas forma de comunicação do pensamento) e de suas relações sociais. Ao criar os sentidos para as palavras, o sujeito também se cria. Então, o universo simbólico é, de certa forma, o próprio universo a se considerar na análise. Implicar o sujeito em sua fala torna-se uma tarefa central do analista, como ao dizer para seu analisando: “Você me disse que sofre de depressão, mas o que significa para você viver com depressão?”. Em seus Seminários, Lacan propôs vários novos conceitos, várias formas de (re)ver os conceitos freudianos, criando uma psicanálise inovadora, focada na materialidade do simbólico e das representações.
Escola Winnicottiana: para o psicanalista e pediatra Donald Winnicott, a elaboração que o bebê faz de sua mente-corpo a partir principalmente da relação com a figura materna é fundamental para moldar sua psique, por toda a sua vida. Winnicott concebeu como central o papel da mãe suficientemente boa: nem superprotetora, nem negligente na criação do bebê. A mãe suficientemente boa realiza tarefas de holding (segurar o bebê), handling (manusear o bebê) e apresentação de objetos (apresentar brinquedos, outras pessoas e o mundo). Assim, o bebê poderá desenvolver-se pelos processos de integração (sentir-se inteiro em suas partes corpo-mente), personalização (saber distinguir-se das outras pessoas e do mundo) e realização (praticar ações sobre o mundo e testar relações como a de causa-efeito).
Escola de Bion: Wilfred Bion teve como um de seus focos o fenômeno da identificação projetiva, que pode ser realista (quando estrutura a formação da criança) ou pode ser excessiva (quando adquire caráter patológico). No contexto da terapia, a identificação projetiva pode ocorrer sem que o cliente a perceba, cabendo ao psicanalista interpretartais emoções, no sentido de nomear aquelas vivências e padrões que, antes, eram confusas ao paciente. Outro conceito importante para a psicanálise bioniana é o de mentalidade grupal, que busca refletir sobre a natureza inconsciente nos comportamentos de grupo.
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Conceitos da interpretação dos sonhos
Outra teoria importante da psicanálise freudiana é a interpretação dos sonhos. De modo geral, Freud argumentava que analisar os sonhos de uma pessoa poderia ajudar a conseguir informações valiosas sobre a mente inconsciente.
Dessa forma, foi no ano de 1900 que Freud publicou o livro “A Interpretação dos Sonhos”. Na obra, ele delineou sua hipótese da teoria dos sonhos para interpretar os sonhos de seus pacientes.
Contudo, no livro “ a interpretação dos sonhos” Freud reparou uma distinção entre o sonho real (conteúdo manifesto) e o oculto por trás do sonho (conteúdo latente). Estes também são conceitos importantes para a psicanálise freudiana.
A inovação da psicanálise freudiana
Durante as sessões realizadas em seu consultório, Freud focou em traduzir os sonhos e desejos proibidos dos pacientes, porém de uma forma não ameaçadora.
Em suma, vale lembrar que as ideias em seu livro sobre os sonhos foram revolucionárias. Antes de Freud, os sonhos eram considerados divagações insignificantes e insensíveis da mente em repouso. Dessa forma, com sua teoria o seu livro, Freud despertou um novo nível de interesse em diversas áreas que continua até hoje.
Outro aspecto inovador foi pensar o ser humano como dividido e na existência de uma mente inconsciente, que rege grande parte de nossa vida psíquica e acaba afetando nossos atos e relacionamentos no mundo. Freud atribui um novo valor ao que antes era visto como erro, e isso passa a ser incorporado como material da análise e elementos potencialmente reveladores do inconsciente: sintomas, sonhos, chistes, atos falhos etc.
Psicanálise de Freud e as Artes
O impacto da psicanálise freudiana não se deu somente no campo da psicologia, mas também na cultura, na arte, nos filmes, entre outras áreas.
Além disso, vale destacar que os conceitos freudianos na psicanálise deixaram sua marca na literatura. Assim sendo, inspiraram obras de ficção que incorporam aspectos da psicanálise e de sua teoria.
Entretanto, o impacto da psicanálise no cinema talvez seja ainda mais saliente do que seu efeito na arte e na literatura. A título de exemplos:
Cinema: o cinema surgiu praticamente na mesma época da psicanálise. Diversos filmes foram inspirados e influenciados pelo campo da psicanálise. De forma mais direta, podemos falar de filmes de cineastas como Buñuel, David Lynch e Hitchcock. De forma indireta, praticamente todos os filmes podem ser analisados pela ótica da psicanálise.
Artes visuais: movimentos artísticos do modernismo europeu e brasileiro (como o dadaísmo, o surrealismo e a arte bruta) são inspirações diretas da psicanálise freudiana.
Considerações finais sobre conceitos de psicanálise freudiana
Não há dúvidas de que Sigmund Freud é o fundador e a figura mais famosa da psicanálise, e também um dos pensadores mais influentes do século XX. No entanto, para entender seu legado e como se deu a sua passagem por esse campo, é importante começar com um olhar sobre sua biografia.
É ao aprendermos mais sobre a história de Freud e os tempos em que ele viveu que desfrutamos de uma compreensão mais profunda dos conceitos da psicanálise freudiana.
Além as descobertas de Freud na psicanálise, suas teorias foram fundamentais para o avanço da psicologia, das ciências humanas e para diversos diagnósticos psiquiátricos. Inúmeras outras escolas e abordagens da psicologia, da psicanálise, da sociologia, da pedagogia, das artes, da linguística, do direito etc. têm como pontos de partida as reflexões da psicanálise freudiana.
As concepções freudianas contribuíram para trazer ainda mais informações sobre a psique humana e seu funcionamento.
 
Atenção flutuante: significado em Freud e psicanálise
Na construção da atenção flutuante criada por Freud, é a melhor e a ideal para a prática da terapia analítica. Podemos notar as dificuldades apresentadas em terapias nos relatos dos clientes, está a resistência, os medos que os assombram. A atenção flutuante se destaca pela neutralidade do analista, porém deve estar atento a tudo que o analisando relatar.
Entendendo a atenção flutuante
Atento não é priorizar nada, mas sim a somatória analisada do todo e suas variações apresentada durante o quadro analítico onde tudo que se fala e escuta é mais do que importante, é a busca do desconhecido.
A importância do tema é uma das mais relevantes, “atenção flutuante”, que vigora até os dias atuais que se apresenta à psicanálise seu desenvolvimento em um setting terapêutico que auxilia cada vez mais na saúde do cliente em busca da cura, no esforço de desencadear a libertação ao qual se encontra recalcado e esta é o principal papel da psicanálise na saúde humana desde sua criação que tem demostrado durante a sua descoberta resultados que nem mesmo no início era reconhecido.
O trabalho foi construído em três tópicos que envolve conteúdos fundamentais da análise terapêutica, que abordam entre si assuntos construtivos levando o leitor ao entendimento sobre as etapas apresentadas em setting terapêutico.
O termo a escuta, a associação e o objeto
Os termos segundo Sigmund Freud foram elaborados para designar as regras técnicas ao qual o analista deve ouvir (a escuta) do analisando sem privilegiar nenhum elemento de sua fala, sem levantar ou relacionar o dito consigo, isto tudo apenas flutua livre, navega na escuta sem jamais relacionar os fatos do analisando em algo que já ocorreu no passado do analista. Neste caso o cuidado é muito importante, é captar a verbalização da associação livre e seus correlatos que o levará à alma do desconhecido do tormento.
Desta forma o método psicanalítico freudiano como superação dos métodos anteriores – o catártico e o hipnótico – “tornar o inconsciente acessível ao consciente” que ocorreria através da superação das resistências ao recalcado, da deformação ao deformado, tornando acessível a consciência, sem utilizar a hipnose, o que era inconsciente na vida anímica vindo a ser nomeado tal procedimento como a era da interpretação, que virá a ser chamado associação livre. (Freud, 2017/1904(1905) p.56)”
Freud, durante seus estudos buscou conhecimento e desenvolveu a arte da interpretação, com mérito de captação involuntário dos pensamentos recalcados. Os objetos de interpretação são ocorrências do “analisando” como seus sonhos, que permite conhecimento do inconsciente, seus atos involuntários e não planejados, ou seja, sintomáticos, seus equívocos da vida cotidiana ao falar, agir e assemelhados.
A atenção flutuante e o analista
Observando todo o conjunto de informações e mais o conhecimento do analista pode-se construir o material inconsciente e como entenderás as ocorrências do analisando quando falham além da experiência sobre as resistências típicas mais importantes durante o tratamento.
As mudanças de métodos não modificam o tratamento, que se mantém através do acesso do inconsciente do discurso manifesto do analisando. A partir do método psicanalítico cujo objeto é o inconsciente onde o objetivo é o seu acesso, que venha ser nomeado de regras técnicas criado por Freud.
As técnicas em psicanálise criadas e analisadas por Freud, apresentam caracterização como intervenção de processo de análise (associação livre, manejo transferencial) levando ao inconsciente, portanto as técnicas estão subordinadas ao método psicanalítico, não podendo ser entendida isoladamente que não venha dar resultado divergente do passo a passo de linha Freudiana, mas sim, podendo utilizar meios para chegar no conteúdo e não modificar, alterar ou descaracterizar o objeto.
O que é Atenção Flutuante
A atenção flutuante é uma técnica que soma ao método psicanalítico que de um lado o analista em que surge uma disponibilidade psíquica para que a escuta

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