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2° TRIMESTRE 2023 O PODER DA BÊNÇÃO BÍBLICA É o maior presente que você pode dar para o seu casamento LIÇAO 1 LIÇÃO 2 l iç Ao 3 LIÇÃO 4 LIÇÃO 5 LIÇAO 6 LIÇÃO 7 O LIVRO DE SALMOS O CAMINHO DO ÍMPIO E DO JUSTO O MESSIAS JÁ VEIO O BOM PASTOR ESTÁ COMIGO PRESTANDO UM CULTO SANTO A DEUS O ANSEIO DA ALMA POR DEUS PERDOE-ME, SENHOR 3 8 12 16 20 25 30 35 40 45 50 55 60 CA SA PUBLICADO RA DAS A S S E M B LE IA S DE DEUS Presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultor Doutrinário e Teológico Elienai Cabral Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo SobraL Gerente de Comunicação Leandro Souza da SUva Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Comentarista Marcelo Oliveira Editora Telma Bueno Revisora Verônica Araujo Projeto Gráfico/Designer Suzane Barboza Capa Leonardo Engel Fotos shutterstock.com RIO DE JANEIRO - CPAD MATRIZ Av. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP21852-002 Rio de Janeiro - RJ CENTRAL DE ATENDIMENTO 0800-021-7373 Ligação gratuita Segunda a sexta: 8h às 18h. LivRARiA V írtual www.cpad.com.br Comunique-se com a editora da revista: teLma.bueno@cpad.com.br ENCORAJAMENTO, INSTRUÇÃO E CONSELHO Alcance uma Vida Cristã Feliz com os Ensinos dos Salmos Com a graça de Deus iniciare mos o segundo trimestre do ano. Estudaremos o maior Livro da BíbLia e um dos mais conhecidos: o livro de Salmos. Nosso propósito é mostrar que o livro de Salmos é uma coletânea de poesia hebraica inspirada pelo Espírito Santo. Veremos que essas poesias nos permitem potencializar a nossa devoção ao Altíssimo. O livro de Salm os é singular porque nele encontramos o ho mem falando com Deus a respeito das questões mais profundas da sua alma. Desejamos que, ao longo deste trimestre, a sua vida devocional seja edificada para a glória de Deus. Que Deus o abençoe. Até o próximo trimestre. Os editores. http://www.cpad.com.br mailto:teLma.bueno@cpad.com.br LIÇÃO 1 2 abr 2023 O LIVRO DE SALMOS ■ TEXTO PRINCIPAL "E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos." (Lc 24.44) RESUMO DA LIÇÃO O Livro dos Salmos nos ajuda em nossa vida com Deus. Ele nos permite potencializar a nossa devoção ao Altíssimo. LEITURA SEMANAL SEGUNDA - Lc 24.44 O Livro de Salm os na vida de Jesus TERÇA - 1 Co 14.26 O s Salm os na igreja do primeiro século QUARTA - Ef 5.19 O s Salm os com o elem ento do culto da Igreja Primitiva QUINTA - Sl 51.4 A intimidade do ser humano nos Salm os SEXTA - Sl 109.26 Um clam or por auxílio divino nos Salm os SÁBADO - Sl 33.6-8 O D eus Criador nos Salm os JOVENS 3 TEXTO BÍBLICO Lucas 24.44-49 44 E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda con- vosco: convinha que se cumprisse tudo que mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos. 45 Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. 46 E disse-lhes: Assim está escrito, e as sim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos. 47 E, em seu nome, se pregasse o arre pendimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. 48 E dessas coisas sois vós testemunhas. 49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. INTRODUÇÃO Ao Longo deste trimestre, estudare mos porções do Livro de SaLmos. Essa obra é uma das mais beLas expressões do Espírito Santo por meio de seus autores no Antigo Testamento. Nesta primeira Lição, abordaremos o Livro no tempo de Jesus e da Igreja do primeiro sécuLo, bem como seu títuLo, autoria e data; anaLisaremos a composição e o objetivo de SaLmos; e focaremos em aLguns temas importantes desse pre cioso Livro. Assim, o nosso propósito, ao Longo deste trimestre, é que a sua vida devocionaL seja potenciaLizada e edificada para a gLória de Deus. I - UM LIVRO QUE FALA AO CORAÇÃO 1. O Livro de Salmos e Jesus. Na Leitura bíbLica, o evangeLista apresenta o Livro dos SaLmos como Escritura que faLa da vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus (Lc 24.44). Não por acaso, eLe tinha Lugar na vida devocionaL de nosso Senhor. ALém de ocupar um Lugar no ministério de Jesus, juntamente com o Livro de Isaías, o Livro dos SaLmos é o mais citado peLo Senhor no Novo Tes tamento. Por isso, ao Longo da história da Igreja, o povo de Deus sempre Leu os SaLmos tendo em Jesus, o Cristo que se reveLa no Livro. 2 . 0 Livro de Salmos e a Igreja. Esse Livro sempre auxiLiou a vida devocionaL da Igreja de Cristo. Encontramos evi dências disso quando o apóstoLo PauLo menciona a forma de a Igreja Primitiva se reunir: “U quando vos ajuntais, cada um de vós tem saLmo" (1 Co 14.26); ou como ordem na EpístoLa pauLina: “en chei-vos do Espírito, faLando entre vós com saLmos" (Ef 5.19). Esses versícuLos rastreiam uma prática comum da igreja antiga. Os primeiros cristãos oravam, cantavam e sentiam os SaLmos. Não era um exercício de mera repetição, mas de profunda devoção em que as paLavras do saLtério passavam a ser as suas próprias orações; as poesias, suas próprias canções. 3. O título do livro. O títuLo do Livro de SaLmos remonta a ideia de devoção a Deus. Por isso, os hebreus o denominam de Tehilim, com o sen tido de “Louvores". O títuLo taL como 4 JOVENS conhecemos hoje deriva da paLavra Latina psalm us e da grega psalm ós, ambas traduzem a ideia de toque de um instrumento musical. Assim, com base na etimologia hebraica, latina e grega, bem como a tradição do uso do Livro de Salmos com Jesus e sua Igreja, podemos afirmar que eLe re monta uma coletânea de 150 poesias que edifica a vida espirituaL do povo de Deus. Judeus fiéis foram tocados por essa coletânea. Os Salmos também é denominado de SaLtério. Os primeiros cristãos tiveram seus corações aque cidos por essas beLas e espirituais poesias. Você, em pleno século XXI, pode ser edificado(a) espiritualmente pela beleza das canções de Salmos. 4. Autoria e data. Não há apenas um autor no Livro de Salmos. Esse livro sagrado foi escrito por várias mãos, guiadas e inspiradas pelo Espírito Santo (2 Tm 3.16,17). Nesse sentido, metade das poesias de Salmos é atribuída a Davi. Há Salmos atribuídos aos filhos de Corá (como o Salmo 42); há também os atribuídos a Asafe (como o Salmo 50); há Salmos atribuídos a Salomão, Hemã, Etã; e, finalmente, há Salmos com autoria desconhecida. Quanto à data de autoria, podemos dizer que a maioria dos Salmos foi es crita entre os séculos X a V a.C. Assim, há os que foram escritos no tempo de Moisés, outros após o reinado de Davi e outros, ainda, após o exílio dos judeus. Portanto, esse Livro abrange quase toda a história de Israel no Antigo Testamento. ^ PENSE! O que difere a poesia encontrada no Livro de Salmos das demais? Os primeiros cristãos tiveram seus corações aquecidos por essas belas e espirituais poesias. Você, em pleno século XXI, pode ser edificado(a) espiritualmente pela beleza das canções de Salmos. Q PONTO IMPORTANTE! Difere no fato de que as poesias do Livro de Salmos foram inspiradas pelo Espírito Santo. II - COMPOSIÇÃO E PROPÓSITO DE SALMOS 1. A divisão do Livro de Salmos. Já vimos que o Livro de SaLmos é uma coletânea de 150 poesias. Como livro poético, ele está na mesma categoria de livros como Jó, Provérbios, EcLesiastes e Cantares. Contudo, o Livro de Salmos é formado por uma coletâneade cinco outros livros. Vejamos: a) Livro I. O primeiro livro é formado peLos SaLmos 1-4 1. Essa coLeção é de autoria de Davi. O SaLmo 1 é uma introdução à primeira coLeção (Livro I) em que é descrita uma promessa para os que se entregam à PaLavra de Deus e um aLerta para quem escoLhe o conselho dos ímpios. b) Livro II. O segundo Livro é forma do peLos SaLmos 42-72 e é de autoria variada. Essa coLetânea traz orações pessoais e ações de graças. c) Livro III. O terceiro Livro é de SaLmos 73-89. A maioria desses SaLmos foi escrita por Asafe. É uma coLetânea que descreve a vida de Israel como uma nação. d) Livro IV. O quarto livro é uma coLeção dos SaLmos 90-106. Nesse JOVENS 5 O SaLtério cumpre uma função muito nobre na BíbLia: a de nos aproximar do Deus Pai Todo-Poderoso. livro, a fidelidade de Deus com Israel é cantada. e) Livro V. FinaLmente, o úLtimo Livro é formado peLos SaLmos 107-150. Uma coLetânea que traz a meditação na Pa lavra de Deus como referencial. NeLa, se destaca o maior SaLmo de todo o livro: o Salmo 119. 2. Classificação literária dos Sal mos. Os Salmos são um livro produzido para ser cantado, decLamado em voz aLta. Por isso, dizemos que eLe tem 150 composições e não capítulos. Nesse sentido, eLes são poemas e, portanto, o livro é classificado literariamente como poético. Assim, os estudiosos costu mam cLassificar os diversos SaLmos em categorias básicas, tais como: 1) SaLmos de Lamentação; 2) de sabedoria; 3) régios; 4) de Louvor; 5) de ação de graças; 6) proféticos; 7) penitenciais. Essas categorias nos auxiLiam na com preensão do livro. 3. O propósito do Livro de S a l mos. É importante ressaltar que Salmos é um livro em que há vários temas interdependentes. Nesse aspecto, podemos dizer que o propósito maior do Livro de SaLmos é expressar o sen timento mais íntimo da aLma humana a Deus. Um dos aspectos mais beLos desse Livro santo é a imagem da aLma humana se incLinando ao Deus Todo- -Poderoso para confessar um pecado (SL 51.4), cLamar por auxíLio (SL 109.26), reconhecer a grandeza divina (SL 33.6 8). É a aLma do homem se dirigindo à presença do Deus Criador. Assim, o SaLtério cumpre uma função muito nobre na BíbLia: a de nos aproximar do Deus Pai Todo-Poderoso. @ PENSE! Qual o propósito da sua adoração ao Senhor? ® PONTO IMPORTANTE! Adoramos ao Senhor não para receber nada de sua parte, mas porque o amamos e queremos externar nosso amor mediante as canções. III - PRINCIPAIS TEMAS DE SALMOS 1. O Deus Criador e Sustentador. Uma das imagens mais poderosas do Livro de SaLmos é a apresentação de Deus como o Criador e sustentador de todas as coisas: “Do Senhor é a terra e a sua pLenitude, o mundo e aqueLes que neLe habitam. Porque eLe a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios” (SL 24.2). Aqui, Deus é apresentado como um ser distinto de sua Criação e, ao mesmo tempo, que sustenta e se reLaciona pessoaLmente com o que criou. Uma mensagem consoLadora dos SaLmos, quanto ao poder criador e sustentador de Deus, é que não estamos sozinhos neste mundo. Não pertencem os a um mundo que foi produzido pelo acaso. Ao contrário, vivemos em um mundo criado e sus tentado peLo Deus Pai Todo-Poderoso. Fomos criados por ELe, sustentados peLa sua destra e am ados por seu generoso e subLime amor. 6 JOVENS 2. A realeza do Messias. Muitos Salmos enfatizam o rei de Israel, isto é, sua entronização, justiça, retidão e reinado perene (Sl 72.1-7; 110.1;). É verdade que esses Salmos se referiam originalmente a Davi e seus sucesso res. Entretanto, algumas declarações a respeito do rei em Israel não se cumpriram, mas foram reveladas ao longo do ministério do Senhor Jesus (cf. Mt 22.43-45). Os primeiros cristãos também citaram textos dos Salmos régios para confirmar que o Senhor Jesus era o Messias prometido nos Salmos. Sim, o Livro de Salmos nos ajuda a adorar a Jesus como o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. 3. A vida de devoção a Deus. Esse livro remonta diversos aspectos da vida espiritual a partir de váriados temas devocionais: louvar a Deus, agradecê -lo, celebrá-lo, clamá-lo; confessar o pecado, confiar, esperar; enfim, muitos aspectos da vida espiritual apresentados no Saltério produzem um conjunto de prática devocional. Por isso, podemos dizer que o Livro de Salmos nos ajuda a orar melhor, a louvar ao Senhor de maneira mais piedosa, a cultuá-lo em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Sua linguagem nos ajuda a moldar nossos afetos e devoção a Deus e, sobretudo, as nossas ações na vida, isto é, exercitando o autoexame, a confissão, a retidão e a justiça diante de Deus. 0 PENSE! Qual a função prática do Livro dos Salmos? Q PONTO IMPORTANTE! Ajudar a vida de devoção do(a) jovem cristão(ã). â © CONCLUSÃO Nesta lição, estudamos o conceito, a estrutura, o propósito e alguns temas que perpassam o Livro de Salmos. Vimos que esse livro era usado por Jesus e a Igreja Primitiva. Aprendemos que ele é muito proveitoso para poten cializar a nossa vida devocional diante de Deus. Assim, o nosso objetivo é que, ao longo das 13 lições, possamos orar melhor, adorar de maneira mais piedosa e servir ao Senhor de forma mais amorosa. © HORA DA REVISÃO 1. QuaL reLação os primeiros cristãos tinham com os SaLmos? 2. O que o títuLo do Livro de SaLmos remonta? 3. Como o Livro de SaLmos é dividido? 4. O que podemos dizer a respeito do propósito do Livro de SaLmos? 5. QuaL é uma d as im agens mais poderosas do Livro dos SaLmos? w 0 CAMINHO E D O JU STO DO IMPIO TEXTO PRINCIPAL § p- LEITURA SEMANAL "Po is será com o árvore p lantada jun to a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria , e cu jas fo lhas não caem , e tudo quanto fizer p ro sp erará ." (SI 1.3) SEGUNDA - Pv 1.10 O jovem cristão não p ode consentir com os pecadores TERÇA - 2 Tm 2.22a Fugindo dos desejos da m ocidade QUARTA - 2 Pe 2.20 N ã o retrocedaRESUMO DA LIÇÃO \ ,’| O cam inho do ím pio representa instab ilidade e superfic ia lidade ; o do ju sto , raízes na Palavra de Deus que gera estab ilid ad e e p ro fund idade esp iritua l. QUINTA - 2 Tm 2.22b Vivendo as virtudes perenes de Deus SEXTA - Rm 12.2 A vontade de Deus SÁBADO - Mt 6.33 Vivendo a justiça de Deus 8 JOVENS T E X T O B ÍB L IC O Salmos 1.1-6 1 Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarne- cedores, 2 Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3 Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto IN T R O D U Ç Ã O Nesta lição, estudaremos o Salmo 1. Ele aborda dois estilos de vida que são encontrados na Palavra de Deus: o do ímpio e do justo. Nele, o salmista apresenta a verdadeira felicidade do justo, o caminho do ímpio e as bênçãos que percorrem a vida dos que fazem a vontade de Deus. I - A BEM-AVENTURANÇA DO JUSTO 1. Bem-aventurado. O Salmo 1 é uma introdução ao Livro I de todo o Livro dos Salmos. Sua posição no livro não está ali por acaso, pois é como se fosse uma porta de entrada aos preciosos ensina mentos e canções. Lembra muito o estilo de escrita do livro de Provérbios. Por isso, estudiosos o comparam à literatura de sabedoria judaica. Esse Salmo apresenta um contraste de dois estilos de vida: uma vida sob os valores dos ímpios; uma vida sob os valores da Lei do Senhor. Nesse sentido, só há uma forma de ser feliz e ela passa pelos valores perenes e atemporais da Lei do Senhor. A expressão “bem-aventurado", neste Salmo, tem o mesmo sentido da expressão que aparece no Sermão do Monte (Mt 5.1-12): felicidade. Com o na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará. 4 Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. 5 Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congrega ção dos justos.6 Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá. uso dessa expressão, o salmista traz a ideia de que o ser humano só pode ser verdadeiramente feliz por causa do favor precioso de Deus. 2.0 justo não “anda”, não se "detém”, nem se “assenta”. O versículo 1 apresenta três verbos: andar, deter e assentar; e três substantivos: ímpios, pecadores e escar- necedores. O versículo ainda apresenta claramente uma ideia de progressão: quem “anda” no conselho dos ímpios acaba se “detendo” no caminho dos pecadores e, finalmente, se “assenta" na roda dos escarnecedores. A lição é viva: quem ouve o conselho do ímpio, passa a estreitar os laços afetivos com os pecadores e, consequentemente, junto com os escarnecedores, passa a escarnecer do justo e de sua justiça. O Salmo afirma que esse estilo de vida promove dispersão, superficialidade, juízo divino e condenação eterna (Sl 14-6). Logo, a verdadeira felicidade não pode ser encontrada nessa forma de viver. 3 .0 prazer do justo em meditar na Lei do Senhor. Há verdadeira felicidade para quem desenvolve um estilo de vida que leve em conta os conselhos da Lei do Senhor e medita cotidianamente na instru ção divina (SI1.2). Com base na imagem da JOVENS 9 agricultura, árvore e águas (v.3), o Salmo afirma que o conselho divino promove um estilo de vida que traz segurança e firmeza (árvore plantada), crescimento e vida (corrente de águas), maturidade e frutificação (fruto no tempo devido). Aqui, há verdadeira felicidade na vida de quem pratica a justiça e o Deus Todo-Poderoso conhece o caminho do justo (v.6). II - O PERIGO DO CAMINHO DO ÍMPIO 1. Que conselho ouvir? Em primeiro lugar, como jovem, você deve reconhe cer as características que marcam o ciclo de sua vida (a juventude). Certamente, nessa fase da vida há conflitos interiores que o leva a indagar por muitas ques tões. Nesse momento, sentimentos e emoções tornam-se vulneráveis aos conselhos de amigos e colegas que o levam a viver em oposição à vontade direta de Deus para a sua vida (Pv 1.10). Nesse caso, estamos diante de um “con selho dos ímpios" (Sl 1,1). Aqui, chega a seguinte indagação: devo viver segundo os conselhos de amigos ou atender à orientação direta do Espírito Santo? O Salmo mostra que escolher o conse lho dos ímpios trará muita confusão, superficialidade e dispersão espiritual (Sl 14). Sim, é uma questão de escolha. 2. Deter-se no caminho dos pecado res, Deter-se no caminho dos pecadores não é apenas ouvir os seus conselhos, mas assumir uma posição permanente derivada deles. A opinião dos ímpios passa a ser a sua: o que pensam, passa a ser 0 seu pensamento: o que defen dem passa a ser a sua defesa. Então, as escolhas erradas e o comportamento pecaminoso passam a ser justificados de maneira racional. 3. Assentar-se na roda dos escarne- cedores. Aqui, está instalado o estágio de completa separação de Deus. A postura que o verbo “assentar" denota é o desprezo às coisas divinas, bem como a disposição em ridicularizar e criticar de maneira mórbida quem busca fazer a vontade do Pai e viver de maneira coerente com os seus caminhos. Nesse estágio, ojovem se “assentou” na roda dos escarnecedores (Sl 1.1). O apóstolo Pedro, em uma de suas cartas, faz uma descrição bem realista a respeito disso: “Porquanto se, depois de terem esca pado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior que o primeiro" (2 Pe 2.20). O Salmo encerra dizendo que o caminho dos ímpios será implodido (Sl 1,6), I I I -A VERDADEIRA FELICIDADE DO JUSTO 1. Realizando-se com a Palavra de Deus. Um dos ensinamentos mais impactantes do Salmo 1 é que a Palavra de Deus traz estabilidade e segurança. Por isso, maturidade e ânimo brotam do ensino da Palavra de Deus, Por meio dela, ojovem cristão está preparado para fugir “dos desejos da juventude" e, consequentemente, ter a disposi ção de seguir “a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, com um coração puro, invocam ao Senhor” (2 Tm 2.22b). Precisamos, porém, ressaLtar que só podemos ter prazer na Lei do Senhor, saindo dos desejos da mocidade para a prática das virtudes divinas, por causa de sua preciosa graça (Ef 2.8-10), jamais por causa de nossos esforços. Tudo isso traz verdadeira realização pessoal. 10 JOVENS 2. Meditando na Bíblia para a vida. O prazer na Lei do Senhor passa por refletir e meditar na Palavra de Deus. Quando estudamos, memorizamos e aplicamos a Bíblia em nossa rotina, encontramos caminhos seguros, e não movediços; cura para alma, e não doenças emo cionais; restauração, e não prostração espiritual. A água da Palavra de Deus faz florescer as bênçãos do Senhor em toda a nossa vida (Sl 1.3). Há uma promessa clara neste SaLmo: se abandonarmos os conselhos e valores dos ímpios, e passarmos a ter prazer na Lei de Deus, meditando nela com toda a devoção, Deus prosperará o nosso futuro. Uma juventude regida sob os valores da Pa lavra de Deus é umajuventude segura, amadurecida e abençoada, pois sabe que a vontade divina é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). 3. Os valores perenes e atemporais de Deus. A Bíblia nos ensina valores que permearão toda a vida de um(a) jovem cristão(ã). Ajustiça é um valor divino que faz toda a diferença em sua vida tanto agora como no futuro. Você é chamado a buscar o Reino de Deus e a sua justiça, isto é, a retidão, e as demais coisas lhe serão acrescentadas (Mt 6.33). Viver de maneira justa nesta vida implica a prática do amor, outro valor perene e atemporal. Não existejustiça sem amor, pois no final de tudo, o que sobrará é o amor (1 Co 13,13). Para exercer justiça e amar neste mundo, é preciso ter fé, pois sem ela não podemos agradar a Deus (Hb 11,6). Portanto, dentre muitas virtudes, a Palavra de Deus nos convida a exercitar a virtude da justiça, do amor e da fé. É um convite para viver sob os conselhos de Deus e de sua poderosa Palavra; encontrando, assim, a verdadeira felicidade em Deus. ©CONCLUSÃO O Salmo 1 nos ensina que há apenas dois caminhos: o do ímpio e 0 dojusto. 0 caminho do ímpio resulta em valores que trazem confusão, dispersão e superficialidade. 0 caminho dojusto traz segurança, maturidade e bênçãos de Deus, A verdadeira felicidade do jovem cristão deve ser encontrada nos valores que brotam da Palavra de Deus. Mediante a preciosa graça do Senhor, podemos desfrutar de seus valores eternos e, portanto, experimentar a verdadeira felicidade. © HORA DA REVISÃO 1, Como o Salmo 1 pode ser visto? 2. O que significa a expressão “bem- -aventurado”? 3. O que o estilo de vida ímpio pro move? 4. A verdadeira fe lic id a d e é para quem? 5, Cite os três valores perenes citados na lição. O MESSIAS JÁ VEIO TEXTO PRINCIPAL "Recitare i o decreto : O Senhor me d isse : Tu és meu F ilho ; eu hoje te gere i. Pede-m e, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua p o ssessão ." (SI 2 .7 ,8) RESUMO DA LIÇÃO Q uem se subm ete ao reinado e ao senhorio de C risto Je su s tem sua vida com p letam ente o rdenada por E le . LEITURA SEMANAL SEGUNDA - At 4 25,26 A p ersegu ição contra o ungido de D eus TERÇA - Mt 10.40; Jo 13.20 Q u em receb e o Filho recebe o Pai QUARTA - Rm 1.5 A expectativa para que as nações o b ed eçam à fé QUINTA - Rm 2.14-16 A reta justiça divina SEXTA - Dn 2.21 D eu s é quem institui e destitui reis SÁBADO - Hb 12.2 O Rei Je su s é a nossa referência 12 JOVENS T E X T O Salmos 2.1-9 1 Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs? 2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungi do, dizendo: 3 Rompamos as suas ataduras e sacu damos de nós as suas cordas. 4 Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. B ÍB L IC O 5 Então, lhes falarána sua ira e no seu furor os confundirá. 6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. 7 Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei. 8 Pede-me, e eu te darei as nações por heran ça e os confins da terra por tua possessão. 9 Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. IN T R O D U Ç Ã O A história é marcada por impérios que tentaram dominar o mundo. Até hoje há líderes que possuem a utopia de dominá-lo. O Salmo 2 mostra que há um rei em que seu reinado nunca terá fim. Veremos como as nações insistem em rebelar-se contra esse rei, como este pedirá contas dos homens e, finalmente, como que o rei messiânico apela para que os reis se rendam ao seu senhorio, I - A R E B E L IÃ O C O N T R A O U N GIDO D E D E U S 1. A importância do Salmo 2.0 Salmo 2 está na categoria dos salmos régios ou messiânicos. Segundos estudiosos, é possível que os salmos régios se refiram a Davi ou algum rei em Israel. O ponto importante é que esses salmos são uma descrição do rei messiânico. Não por aca so, o Novo Testamento aplica o Salmo 2 à pessoa de Jesus tanto na perspectiva do ministério terreno quanto na perspectiva futura daquELe que implantará o seu glorioso reino na terra. Em Mateus 3.17, a expressão “este é o meu filho amado" tem a ver com Salmo 2,7; Atos 4.25-28, o evangelista cita os versículos de Salmo 2.1,2 e aplica a perseguição registrada no Salmo a Jesus. Em Hebreus 1.5 e 5.5, você verá paralelos bem claros das passagens do salmo. Por isso, o Salmo 2 é muito importante para nós os cristãos, 2 . A rebelião das nações. O Salmo está estruturado em quatro blocos de três versículos cada: w.1-3; w.4-6; w.7-9; vv.10-12.0 primeiro bloco diz respeito à rebelião dos gentios contra a autoridade de Deus. O versícuLo primeiro inicia com uma pergunta retórica: "Por que se amon- tinam as nações [.:.]” (v.i). Essa pergunta, na verdade, revela a presunção dos reis das nações ao se voltar contra o Senhor. Eles se preparam, planejam estratégias acreditando que terão êxito em seu pro pósito. O probLema é que eles se levantam contra o Ungido do Senhor, na verdade, levantam-se contra o próprio Senhor (v.2). Eles acham mesmo que terão autonomia para romper o domínio divino, bem como seus planos (v.3). Os primeiros cristãos aplicaram essa passagem na perseguição que eles sofreram (At 425,26). No contexto do Novo Testamento, o Senhor Jesus é o Ungido, o Cristo de Deus, acima de todo principado, poder, potestade e domínio (Ef 2.20,21). JOVENS 13 3. Rebelião contra Deus é tolice. Há uma lição muito preciosa nesses primei ros versículos. Se uma pessoa não servir ao Senhor Jesus e praticar o seu ensino, servirá a outro segundo a sua filosofia (Mt 6.24). Não tem como escapar. Liberdade longe de Deus é uma completa ilusão. Infelizmente, quando alguém se rebela contra o Altíssimo, deixando de seguir seus valores, tal pessoa passa a seguir uma série de falsidades e ilusões. Ora, os valores de Deus são eternos, bons e verdadeiros. O que leva um(a) jovem a deixar de desfrutar do bem espiritual que tem impacto positivo e construtivo na vida terrena para abraçar um estilo tolo e desordenado, que só trará prejuízos? Perder a juventude na rebelião contra Deus nunca foi uma boa ideia. II - O UNGIDO PEDIRÁ CONTAS 1. Como Deus contempla a rebelião dos homens? No versículo 4, temos uma resposta de Deus num tom de desprezo e escárnio, típicas expressões da natureza humana. É muito comum essa linguagem na Bíblia, denominada em Teologia de antropopatismo, ou seja, atribuição das paixões humanas a Deus (cf. Gn 6.6; Zc 8.2). Essa figura de linguagem nos ajuda a compreender as verdades eternas da Bíblia de acordo com a nossa capacidade. Então, Deus está olhando para a rebelião humana, zombando dela porque Ele mesmo falará aos homens no derramamento de sua ira (v. 5). Os homens não podem fazer nada contra a soberania divina. Deus ungiu o seu rei sobre o monte Sião, isto é, o monte de sua santidade, onde está o Santo Templo (v.6). Não por acaso, o Novo Testamento apresenta a passagem que revela essa mesma relação entre Jesus e o Pai: “Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou" (Mt 10.40; cf. Jo 13.20). 2. O Ungido do Senhor regerá o mundo todo. 0 versículo 7 remonta um oráculo divino, ou profecia, em que é dito ao ungido do Senhor: “Tu és o meu filho; eu hoje te gerei" (v.7). Essa expres são tem a ver com um herdeiro da casa de Davi para sempre (2 Sm 713,14). No Novo Testamento, o autor aos Hebreus desenvolve a messianidade de Jesus a partir dessa mesma expressão (1.5). Nesse caso, Deus dará por herança as nações ao rei (v.8) e o ungido destruirá com “vara de ferro” os rebeldes e seu reinado será de justiça (v.g). 3. Todos prestarão contas. Deus “ri" das artimanhas dos homens aqui da Terra porque todo poder vem d Ele. Os homens que arrogam para si orgulho e soberba e, ao mesmo tempo, buscam a rebelião con tra o Altíssimo, estão fadados ao fracasso. Da mesma forma que eles foram dotados de poder, podem perdê-lo a qualquer momento (Dn 2.21), Por isso, precisamos andar em humildade e mansidão como Jesus ensinou (Mt 11.29). A soberba e a arrogância humanas só levam ao caminho de perdição. A Palavra de Deus mostra com clareza que, seja quem for, um dia todos estaremos diante do Juiz para prestar contas de todas as nossas ações (Rm 2.6,7). E tudo será feito de acordo com a reta justiça divina (Rm 2.14-16). III - UM CHAMADO À RENDIÇÃO EÀ SUBMISSÃO 1. Um chamado aos reis da Terra. O último bloco do Salmo, ou estrofe, traz um chamado à rendição completa: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos 14 JOVENS instruir, juizes da terra" (Sl 2.10). É uma oportunidade dada às nações para reverter seus caminhos tortuosos. Esse chamado Lembra muito o convite de sabedoria que Lemos no Livro de Provérbios (9.10). Ade mais, o chamado também é para servira Deus com temor e tremor (v.ll). Por isso, a BíbLia diz que o temor do Senhor é o princípio do saber (Pv 1.7 - NAA). 2. Se curvando ao Filho. Aquele que se arrepende da rebelião contra Deus e o seu ungido, deve se submeter ao Altíssimo e ao seu Filho: “Beijai 0 Filho" (v.12). É uma homenagem de submissão ao senhorio do Filho. Quem assim pro ceder será poupado da ira vindoura. Por isso, é feLiz e realizado quem se refugia e confia no Filho (v.12). Assim, o Salmo encerra exatamente com o convite de cultivar a confiança no ungido do Senhor. O Novo Testamento nos orienta a olhar “para Jesus, autor e consumador da fé" (Hb 12.2). 3. Jesus é Rei e Senhor? De maneira geral, o Salmo nos ajuda a refletira res peito da completa rendição e submissão a Jesus. No mundo de hoje, submeter-se e render-se a Jesus não é um desafio fácil. Isso significa fazer dEle o Rei do nosso coração. Aqui, é que acontece a verdadeira batalha: quando Jesus deve ser o Rei do nosso pensamento, do nosso sentimento e da nossa vontade (2 Co 10.5). Quando nosso Senhor se torna Rei do nosso mundo interior, o mundo exterior é completamente or denado. Entretanto, quando Ele não é Rei da nossa vida interior, a exterior fica completamente desordenada. Por isso, o Salmo nos ajuda a refletir a respeito de não lutarmos mais contra o reinado de Jesus em nós. Deixemo-Lo reinar! Então seremos verdadeiramente livres. ©CONCLUSÃO 0 Salmo 2 tem uma ligação muito profunda com 0 reinado messiânico do Senhor Jesus, Ao longo dos séculos, os cristãos sempre leram esse Salmo com vista ao reino messiânico do Se nhor Jesus. Haverá um tempo, em que 0 reino do Senhor será plenamente estabelecido neste mundo. Todavia, ele pode ser experimentado agora por meio do reinado de Cristo em nossos corações. É tempo de deixar Jesus reinar dentro de nós. © HORA DA REVISÃO 1. Em qual categoria podemos clas sificar o Salmo 2? 2. O que a expressão“Por que se amontinam as nações" (v.i) revela? 3. O que é antropopatismo? 4. O que a Palavra de Deus mostra? 5. O que o Salmo nos ajuda a refletir? O BOM PASTOR ESTÁ COMIGO TEXTO PRINCIPAL "O S E N H O R é o m eu pastor; nada m e fa ltará . A inda que eu andasse pe lo va le da som bra da m orte, não tem eria mal algum , porque tu estás com igo (SI 23.1,4) RESUMO DA LIÇÃO O Senhor D eus supre todas as necessid ad es. E le é o nosso pasto r e, po r isso, tudo p reenche . LEITURA SEMANAL SEGUNDA - Jo 10.27 A s ovelhas conhecem a voz do pastor TERÇA - 2 Co 4-16 D e u s renova o interior QUARTA-Ef 4.23,24 R evestidos de um novo hom em em justiça QUIN TA-Et 6.1-11 Q u an d o o ju sto é honrado SEXTA - Lc 18.8 Perseverando no Senhor SÁBADO - Jo 10.11 O bom Pastor 16 JOVENS TEXTO tsitsuou Salmos 23.1-4 1 O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. 2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia- -me mansamente a águas tranquilas. 3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. 4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. IN T R O D U Ç Ã O Nesta lição, estudaremos o Salmo 23. Veremos que a palavra-chave dele é confiança. Deus aparece nesse salmo como o pastor e o anfitrião do salmista. I - PA N O R A M A DO S A LM O 23 1. Confiança em Deus. De autoria de Davi, 0 Salm o 23 é um dos mais queridos e declam ados salm os na vida da Igreja. A expressão "o Senhor é o meu pastor e nada me faltará” está nos lábios da maioria dos cristãos. Essa expressão traz consigo exatamente o tema que domina todo o Salmo: a confiança em Deus. Por isso, muitos cristãos que passam por momentos de estresse, ansiedade, angústia e depressão encontram, no Salmo 23, consolo e descanso para a alma. Todo leitor atento percebe um ambiente de oásis que brota das letras do Salmo. Toda alm a cansada pode encontrar descanso nessa porção da Palavra de Deus. Assim, veremos que o Salmo 23 traz duas imagens: a do pastor (vv.1-4) e a do anfitrião (vv.5,6). 2, A estrutura do Salmo 23: a ima gem do pastor. A imagem do pastor no Salmo revela as atividades de um pastor com suas ovelhas no campo: ele as alimenta e as satisfaz; guia e orienta; recupera quando m achuca das; as protege diante do perigo; não as deixa sozinhas; cuida, dando-lhes conforto (vv.1-4). No Novo Testamento, encontramos nosso Senhor dizer que suas ovelhas conhecem a sua voz, pois Ele é o Bom Pastor (Jo 10.27). As carac terísticas do Bom Pastor, mencionadas por Jesus, são as mesmas encontradas no Salmo 23 (Sl 23.1-4; cf. Jo 10,9,11,14). O nível profundo de relacionamento faz com que a ovelha reconheça 0 seu pastor (Jo 10.16). 3. A estrutura do Salmo 23: a ima gem do anfitrião. A imagem do anfitrião revela a característica provedora de Deus (vv.5,6). No contexto do S a l mo, Deus é apresentado como o que oferece um banquete aos seus filhos diante dos que se tornaram adversários e trabalharam para prejudicá-los. O compositor sabia bem dessa realidade, pois ninguém como ele a experimentou por meio de muitas conspirações no reinado de Israel (cf. 2 Sm 2.1-32; 3.1-39. 13.1-39). Assim, como bom anfitrião, o Senhor foi bondoso, misericordioso com o seu servo. II - A P L E N A C O N F IA N Ç A EM D E U S 1. O Senhor como pastor (v.i). No Antigo Testamento, Deus é visto como JOVENS 17 o Pastor do seu povo (Gn 49.24), Neste Salmo, à luz da experiência de Davi em apascentar as ovelhas, o salmista recobra essa imagem de Deus como o seu pastor, dizendo que Ele o basta em tudo. Deus é o supremo pastor do seu povo e, por ser assim, de nada sentiremos falta do que necessitamos (cf. Fp 4.13). Ele nos supre, guarda e sara as feridas de nossas almas. Diante do contexto atual, quem tem sido o seu bom pastor? A quem você tem se di rigido para buscar auxílio? Você pode afirmar que, como bom pastor, Deus o(a) preenche por completo? 2. 0 Senhor que trata a alma (vv.2,3). Esses dois versículos mostram como Deus preenche 0 interior do ser humano. “Deitar em verdes pastos" e “guiar às águas tranquilas” remontam a ídeia de quietude da alma. Por isso, no versículo 3, o salmista diz: “Refrigera a minha alma”. Assim, tratada e descansada, essa alma receberá instruções para andar em retidão e justiça. Esse tratamento interior é tão necessário que o apóstolo Paulo fala disso em suas cartas, dizendo que o nosso homem interior deve se renovar dia em dia diante dos desafios exteriores (2 Co 4.16: Ef 4.23,24). Assim, cada vez mais que nos relacionamos com Cristo, temos a nossa vida interior renovada e, por isso, podemos teste- munhá-lo em quaisquer áreas da vida. 3 . 0 Senhor está conosco. Ser tra tado pelo Senhor, ser tomado pela sua mão e descansar nEle não quer dizer que não passaremos por situações de perigo. Não significa que não atra vessaremos momentos de dolorosos. Entretanto, o salmista tem uma visão realista da vida, sabe que o dia mal pode chegar a qualquer momento, mas também sabe que o pastor não o deixará em falta: “Tu estás comigo” (v.4). Que declaração de confiança! O pastor está na jornada da alma do salmista. Por isso, ele sabe que, ainda que esse momento inseguro lhe cause Lamentos, ele será consolado pelo pastor (v.4). Nosso Senhor disse que no mundo teríamos aflições, mas não deixaríamos de ter paz (Jo 16.33: cf. 14 27). Quem já experimentou o refrigério do Senhor em momentos difíceis sabe o quanto Ele é bom e cuida de nós. Precisando desse refrigério, permita que a letra, a beleza e a realidade espiritual desse Salmo inunde a sua alma e, como ovelha do bom Pastor, encontre refúgio debaixo do seu cajado. II! - A PLENA PROVISÃO DE DEUS 1. A impotência dos adversários diante da provisão de Deus (v.5). Saindo da imagem do campo para a de uma casa, a expressão “preparas uma mesa” traz a ideia de o anfitrião convidar o justo para uma refeição. Nela, os inimigos do justo estarão presentes. Estudiosos dizem que aqui aparece uma imagem da demonstração pública que um rei oriental fazia para honrar alguém na presença de todos. Nesse sentido, os inimigos estariam presentes diante da honraria do rei. Isso lembra um pouco o episódio de Mardoqueu em que Hamã, o inimigo dele, teve de honrá-lo (Et 6.1-11). Então, o salmo mostra Deus honrando o salmista, ungíndo-o com óleo - segundo os estudiosos, um óleo perfumoso que representava hospitalidade e favor - e transbordando o cálice, que simboliza a grande generosidade do Anfitrião. Lembre-se de que Deus já tratou assim 18 JOVENS conosco. Muitos pecadores, com vidas destruídas, já foram completamente restaurados por Deus e servidos por Ele com graça, abundância de bênçãos espirituais e materiais sem medidas. Po demos afirmar que milhares de pessoas que outrora foram vítimas de palavras de morte, hoje contemplam uma realidade de bênçãos inimagináveis. 2. Bondade e misericórdia do Se nhor (v.6). Aqui, como consequência de todo bem que o Senhor fez com o salmista, ele chega à conclusão de que a sua vida será conduzida debaixo da bondade e misericórdia de Deus. A cada dia, experimentamos a bondade e a misericórdia do Senhor. Como o salmista tinha a convicção de que bon dade e misericórdia seriam realidade por todos os dias da vida dele, essa realidade também é a nossa até a volta do Senhor Jesus (Mt 28.20; Lc 6.38). 3. Habitando na Casa do Senhor (v.6). Portanto, o saLmista esperava habitar na Casa do Senhor por longos dias. ou “por dias sem fim” ou “todos os dias da minha vida” ou “para todo sempre”. Aqui a ideia é de servir a Deus por toda a vida. Nesse contexto, não há como olhar para trás depois de conhecer e experimentar o Senhor como pastor e anfitrião de nossas vidas. Como cristãos, anelamos por estar com Cristo para todo o sempre (1 Ts 417). Por isso, devem os perseverar para nos acharmosfiéis na ocasião de sua vinda (Lc 18.8; 2 Tm 4.8). Nesse caso, a melhor forma de fazer assim é estar em comunhão com outros jovens e demais irmãos na igreja local, exercer a vocação como gratidão ao que Deus fez em sua vida e manter-se fiel a Ele em toda reverência e santidade. ©CONCLUSÃO Temos um pastor que cuida de nós. Temos um anfitrião que nos agracia com um rico banquete espiritual. 0 dia a dia de nossas vidas nos impõe desa fios bem complexos. Por isso, devemos estar seguros no Pastor que não nos falta, no anfitrião que é generoso para conosco. Temos muitas razões para, numa ocasião de sombra e penumbra, declarar: “Tu estás comigo”. Sim, Deus está com você. Ele sempre esteve. Que 0 Espírito Santo seja percebido em cada metro quadrado em que habitarmos! © HORA DA REVISÃO 1. Quais as duas imagens presentes no SaLmo 23? 2, Quais versículos mostram como Deus preenche o interior do ser humano? 3. Segundo a lição, qual a visão realista que o salmista tem da vida? 4. Que ideia a expressão “preparas uma mesa" traz? 5. Segundo a lição, qual é a ideia pre sente nas expressões “habitar na Casa do Senhor ‘por dias sem fim' ou ‘todos os dias da minha vida'?" PRESTANDO UM CULTO SANTO A DEUS TEXTO PRINCIPAL "Levan ta i, ó portas, as vossas cab eças ; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da G ló r ia ." (SI 24.7) RESUMO DA LIÇÃO A nossa v id a d e ve e sta r p le n a m e n te em co e rên c ia com os va lo res do D eu s que trib u tam o s , reve ren c iam o s e ad o ram o s. LEITURA SEMANAL SEGUNDA - 2 Sm 6.12-15 A Arca de Deus conduzida para Jerusalém TERÇA - Mt 1.23 Je su s Cristo é o Emanuel QUARTA - Ap 20.2-7 O Senhor implantará o seu reino eterno QUINTA - Mt 22.37-39 Amando a Deus e ao próximo SEXTA-Hb 10.19,20 O novo e vivo caminho SÁBADO - Jo 4.23 Adorando a Deus em espirito e em verdade 20 JOVENS 1 Do SENHOR é a terra e a sua pleni tude, o mundo e aqueles que nele habitam, 2 Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios. 3 Quem subirá ao monte do SENHOR ou quem estará no seu lugar santo? 4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosa mente. 5 Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação. INTRODUÇÃO A presente lição é um estudo a res peito do Salmo 24. Veremos o contexto em que este Salmo foi produzido, sua estrutura e como ele mostra duas rea lidades no contexto de um culto: Deus como objeto de adoração: adoradores que tributam adoração a Ele. Nesse sentido, perceberemos que o Salmo 24 tem muito a nos auxiliar na prática do culto a Deus em nossas igrejas locais. I - O DEUS TODO-PODEROSO É O OBJETO DE NOSSA ADO RAÇÃO 1 . 0 contexto do Salmo 24. Acerca do Salmo 24, a maioria dos estudiosos o remonta ao contexto da chegada da Arca da Aliança à tenda preparada no Monte Sião, no período do reinado de Davi (2 Sm 6.1-15). É verdade também que o Salmo tem sido classificado na categoria dos messiânicos devido à ênfase dos versículos 7-10. Entretanto, o nosso estudo se dará na perspectiva de considerar o salmo adequado para Esta é a geração daqueles que bus cam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá) 7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças: levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. 8 Quem é este Rei da Glória? O SE NHOR forte e poderoso, o SENHOR po deroso na guerra. 9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças: levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. 10 Quem é este Rei da Glória? O SE NHOR dos Exércitos: ele é o Rei da Glória. (Selá) uma ocasião litúrgica, e o quanto ele nos ajuda a cultuar a Deus de maneira verdadeira. Por isso, o classificamos na categoria de salmos litúrgicos. Seu apelo litúrgico nos auxilia na prática do culto moderno. Assim, podemos estabelecer a seguinte estrutura do Salmo 24:1) A verdadeira natureza da adoração (vv.1-6): 2) A coroação do Rei (vv.7-10). Na primeira estrutura, a natureza da verdadeira adoração, po demos subdividi-la em duas partes: a) o objeto da adoração, o Deus Criador (vv.1,2); b) a vida de quem adora (v.3-6). Neste primeiro tópico, abordaremos os versículos 1,2 e os versículos 7-10, pois dizem respeito ao objeto de devoção e adoração do crente. 2. Deus é soberano (vv.1,2). O pri meiro versículo atesta que o mundo e tudo o que nele habita pertencem ao Senhor (v.i), Foi Deus mesmo que fundou a terra sobre os mares e a estabeleceu sobre os rios (v.2). Esse Deus é o objeto de adoração na Tenda de Israel (2 Sm 6.12-15). Como estabe- JO VENS 21 Nosso Senhor é o Rei da Glória, o Emanuel, isto é, o Deus conosco, o Deus que se tornou barro (Mt 1.23). leceu o mundo e tudo o que nele há, Deus formou a nossa vida, nos forjou segundo a sua vontade. Nós somos criação direta do Deus Todo-Poderoso. É a Ele que devemos louvar e adorar. É a Ele que devem os prestar culto. Deus é soberano na vida do seu povo. Não somos onipotentes, onipresentes nem oniscientes; mas Deus é. Somos limitados, mas Ele é ilimitado e infinito. 3. A coroação do Rei (vv. 7-10). É possível contextualizar esses versí culos a um chamado ao povo diante das portas da tenda que se tornou Templo (v.7). O pastor George Wood, em sua obra sobre Salmos, diz que nos versículos 3-6 o adorador está fora do Templo, mas nos versículos 7-10 ele está dentro da área do Templo. É o Senhor, forte, poderoso e Rei da Glória entrando no Templo (vv. 8-10). Com o cristãos, também aplicam os os versículos 7-10 à messianidade de Jesus Cristo (Jo 1.14). Nosso Senhor é o Rei da Glória, o Emanuel, isto é, o Deus conosco, o Deus que se tornou barro (Mt 1.23). Embora tenha sido hu milhado com uma morte de cruz, Deus o exaltou soberanamente, dando-lhe um nome que é sobre todo o nome para que todo joelho se dobre diante dEle e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor. Assim, o Salmo 24 nos ajuda a adorar o Deus Filho, Jesus Cristo. Eis o elemento cristocêntrico do culto cristão. NeLe, experimentamos um pouco do reino eterno de nosso Senhor quando um dia será implantado neste mundo por Ele mesmo e de uma vez por todas (Ap 20.2-7). © PENSE! Deus criou soberanamente o mundo e tudo 0 que nele habita. © PONTO IMPORTANTE! 0 Senhor Jesus Cristo é 0 Rei da Glória, 0 nosso Senhor. II - COMO SE APRESENTAR DIANTE DE DEUS EM SANTO CULTO 1. Pureza de coração (v. 3,4). O versículo 3 se inicia com a seguinte pergunta: “Quem subirá ao Monte do SENHOR?" Em outras palavras, quem pode entrar no templo e receber a bênção do SENHOR (v.5)? O versículo 4 responde: “o limpo de mãos, puro de coração, que não tem vaidade e nem pratica o engano”. Todas essas características são esperadas do jovem adorador que entra no Templo para cultuar a Deus. É um tipo de vida em que o adorador renuncia o próprio ego para entronizar a Deus em seu coração (Mt 22.37-39). É um estilo de vida que tem consequências práticas para fora da área do Templo. 2. Bênçãos e justiça de Deus (w. 5,6). Os versículos 5 e 6 trazem uma promes sa, O adorador, que age de acordo com os versículos 3 e 4. receberá bênçãos de Deus e sua justiça para salvação. Nesse sentido, esses adoradores são os que buscam a face de Deus. Sim, o adorador 22 JOVENS é chamado para se apresentar diante do Altíssimo para adorá-lo, buscá-lo e exaltá-lo (Rm 12.1). 3. É tempo de “subir ao monte do Senhor”. O Salmo 24 nos chama a subir ao “monte do Senhor". O Novo Testa mento aprofunda a compreensão do Templo de Deus. Hoje, o Espírito Santo nos impulsiona a glorificar a Cristo (Jo 16.14). O escritor aos Hebreus diz que “tendo, pois irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que eLe nos consagrou" (Hb 10.19,20). Em Cristo, podemos adorar a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.24). Nesse sentido, o jovem que “sobe ao monte do Senhor” vive integralmenteum estilo de vida de um verdadeiro adorador. ® PENSE! Quem pode “subir ao monte do Senhor’? ® PONTO IMPORTANTE! Quem é limpo mãos e de coração, sem vaidade e engano. III - O CULTO: A EXPRESSÃO VISÍVEL DO DIVINO NATERRA 1. O culto a Deus. Basicamente o culto a Deus é o momento em que tributamos, reverenciamos e adoramos a Deus numa igreja local. Embora os cristãos entendam, teológica e doutrina- riamente, que a adoração não mais está restrita à área geográfica (Jo 4.24). desde os primórdios nos reunimos num local visível para cultuar a Deus e cumprir as duas ordenanças de nosso Senhor: ao batismo e a Ceia do Senhor. Nesse momento, entendemos que Deus se encontra conosco em culto, pois o lou- Em Cristo, podemos adorar a Deus em espírito e em verdade. Nesse sentido, quem “sobe ao monte do Senhor" vive integraLmente o estilo de vida de um verdadeiro adorador. vamos, intercedemos, esperamos que Ele fale conosco por meio da exposição da Palavra de Deus e experimentamos o compartiLhamento dos dons espirituais para a nossa edificação (1 Co 12.4-11). Logo, o culto cristão é um momento de grande devoção espiritual de maneira congregacional. 2. A im portância da Liturgia. De maneira geral, podemos conceituar liturgia como a forma que um culto a Deus é conduzido. Nesse caso, de acordo com a sua história, a igreja local pensa nos cânticos, na linguagem a ser usada, nos gestos e toda forma audível e visivel que contribuirão para o bom andamento do culto, Naturalmente, a liturgia traz uma ideia de ordem. Ela deve ser espontânea no sentido do que o apóstolo Paulo ensinou: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação" (1 Co 14.26). Assim, podemos dizer que a liturgia das igrejas, no geral, tem os seguintes elementos: oração inicial, cânticos congregacionais, mo mento de intercessão, leitura oficial das Escrituras, ofertório, pregação da Palavra, apeLo, oração final e bênção apostólica. Essa ordem pode variar de acordo com a região de nosso país e a liderança da igreja. JOVENS 23 á Não podemos estar presente de corpo, mas ausente de mente. O culto não acontece por causa da liturgia, mas por causa dos adoradores. 3. Como devo me preparar para o culto? De acordo com o Salmo 24, nosso culto e sua liturgia devem nos levar a adorar a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.26). Aqui, espírito e verdade têm a ver exatamente com a disposição de estar inteiro no ato de adoração, sabendo o que se está fazendo ali (Rm 12.1). Não podemos estar presentes de corpo, mas ausentes de mente. O culto não acontece por causa da liturgia, mas por causa dos adoradores. Nesse sentido, toda a nossa memória, atenção, imaginação, pensamento e linguagem devem estar voltados para o que estamos fazendo: prestando santo culto a Deus. No mo mento do culto, estamos subindo ao "monte do Senhor". Por isso, devemos ser participantes ativos do período cúl- tico. Entoar os cânticos, suplicar a Deus na oração congregacional, receber a Palavra de Deus com toda reverência e quebrantamento (Sl 51.17). Um culto pode mudar a trajetória de uma vida. ® PENSE! 0 que é um culto a Deus? © CONCLUSÃO 0 Salmo 24 mostrou que Deus é 0 objeto de nossa adoração e que nós vivemos para adorá-lo. Nesse sentido, temos um compromisso ético com Deus e com nós mesmos que expressa a nossa vida de culto a Deus. O momento em que passamos em comunhão, adorando ao Senhor em espírito e em verdade, pode alterar por completo a trajetória de nossa vida. Portanto, cultuar a Deus com os nossos irmãos se toma 0 melhor ato do mundo. © HORA DA REVISÃO 1. Qual contexto do Salmo 24 podemos remontar? 2. O que o primeiro versículo atesta? 3. Segundo o Salm o 24, quais cara c te rística s são e sp e ra d a s d e um adorador? 4. Como podemos conceituar o culto a Deus, de acordo com a Lição? 5. Conforme a lição, cite pelos menos três elem entos da liturgia bíblica. @ PONTO IMPORTANTE! Um momento de tributo, reverência e adoração a Deus. O AN SEIO DA ALMA POR D EU S TEXTO PRINCIPAL "C o m o o cervo bram a pelas co rren tes das águas, assim susp ira a m inha alm a por ti, ó D e u s!" (SI 42.1) RESUMO DA LIÇÃO A nossa alm a susp ira por D eus; sua p resença traz sen tido à nossa v ida . N ão podem os v iver sequer um dia sem o Senhor. LEITURA SEMANAL SEGUNDA - Hb 11.1-3 Homens que dependeram de Deus TERÇA - Js 3 -14-17 A natureza nos ensina lições de Deus QUARTA - l Co 13.13 A esperança é uma virtude QUINTA - SI 43 4,5 Deus é a nossa alegria e auxílio SEXTA -1 J 0 4 4 "Maior é o que está em vós" SÁBADO - Lm 3.21 Cultivando lembranças que edificam JOVENS 25 Salmos 42.1-11 1 Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! 2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apre sentarei ante a face de Deus? 3 As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, por quanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? 4 Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. 5 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Es pera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença. 6 Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto, lembro-me INTRODUÇÃO 0 estudo do Salmo 42 traz lições preciosas para a vida espiritual. Nele, veremos que passar pela juventude desejando a presença de Deus é uma bênção. Isso não significa que as dores da alma não serão sentidas, mas que, uma vez na presença de Deus, a nossa alma é preenchida e estaremos prontos para vencer os desafios que a vida nos impõe. Aprenderemos, portanto, que a nossa profundidade devocional de terminará a qualidade do nosso futuro. 1 - A ALMA QUE SUSPIRA POR DEUS 1. Introdução ao Salmo 42.0 Salmo 42 introduz o Livro II de Salmos. Ele forma uma unidade com o Salmo 43. BÍBLICO de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, e desde o pequeno monte. 7 Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim. 8 Contudo, o SENHOR mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida. 9 Direi a Deus, a minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando angustiado por causa da opressão do inimigo? 10 Como com ferida mortal em meus ossos, me afrontam os meus adver sários, quando todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus? 11 Porque estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus. Trata-se de uma canção escrita pelos filhos de Corá, uma família de levitas. Esses levitas que sabiam bem a respeito da importância da adoração no Templo, Por isso, a canção dos Salmos 42 e 43 expressa o desejo do levita em retor nar ao Templo para a adorar a Deus. O cantor lamenta as circunstâncias da vida que o impedem de participar do culto no Templo. Nesta lição, priorizaremos a exposição do Salmo 42. 2. A alma anseia por Deus. 0 cantor usa a imagem da corça que anseia pelas águas a fim de mostrar o quanto ele anseia pela presença de Deus (SI42.1). Em seu comentário bíblico, Matthew Henry escreve: “Comparecer diante de Deus é, ao mesmo tempo, 0 desejo dos justos e o terror dos hipócritas”. Essa 26 JOVENS citação capta exatamente o desejo do justo em estar diante da face de Deus por intermédio do culto público, mas quando isso não acontece, por causa de uma circunstância impeditiva, sua alma chora e se abate, O justo sente prazer em estar diante de Deus. Nesse sentido, o início do Salmo 42 revela a privação do cantor em cultuar a Deus no Tem plo e sua preocupação em encontraruma fonte que alivie a sua sede (v.2). Essa imagem revela que não há alívio para a alma do jovem sem a presença de Deus. 3. A capacidade da memória, uma faculdade da alma. Longe da presença de Deus, simbolizada pela presença no Templo, memórias e sentimentos passados do salmista o Lembram dos tempos áureos da adoração pública (Sl 42.3,4). Entretanto, essas lembranças aprofundam o desânimo de sua alma ao ponto de ele indagá-la: “Por que se perturba dentro de mim?" (SL 42.5a). Note que as lembranças têm a capacidade de aprofundar uma dor ou a consequência de uma experiência negativa: mas, ao mesmo tempo, elas têm a capacidade de renovar a esperança (Sl 42.5b). Isso dependerá da capacidade que você tem de lembrar das dores e das experiências negativas e aprender com elas, bem como a capacidade de recordar das experiências edificantes, dos milagres extraordinários da providência divina em sua vida para motivar as suas ações hoje. Não por acaso, o apóstolo Paulo nos convida a cultivar a memória, com a verdade, a honestidade, a justiça, a pureza, a am abilidade e todas as virtudes possíveis (Fp 4.8 cf. Lm 3.21), É preciso que você selecione bem o que entra em sua memória, pois o que 0 início do Salmo 42 revela a privação do cantor em cultuara Deus no Templo e sua preocupação em encontrar uma fonte que alivie a sua sede (v.2). Essa imagem revela que não há alívio para a alma do jovem sem a presença de Deus. você lembra hoje o motivará para tomar decisões espirituais, morais e sociais amanhã (Sl 42.5). © PENSE! Por quem a sua alma suspira? © PONTO IMPORTANTE! A alma do jovem cristão suspira por Deus. II - A ALMA QUE SE EN CO N TRA ABATIDA 1. Não é pecado a alma estar aba tida. O versículo 6 diz assim: “Ó Deus, dentro de mim, a minha alm a está abatida”. Muitos servos do Senhor, ao longo da história, tiveram momentos de angústias na caminhada cristã. Há uma galeria de heróis da fé que comprova isso (Hb 11). O versículo 6 deste salmo revela que uma experiência negativa pode introduzir em nossa alma um estado de angústia. Por exemplo, a não aprovação no vestibular pode fazer isso com a sua alma: o término de um namoro pode trazer esse sentimento de abatimento que paralisa a sua vida espiritual; experiências que trazem um sentimento de fracasso têm um potencial de aprisionar você por dentro. JOVENS 27 Diferentemente do tempo dos fiLhos de Corá, você tem a presença de Jesus e a pienitude do Espírito Santo com você. Por isso, uma Lição que o Salm o q 2 ensina é que nada em nossa vida pode tirar o foco da piedade. Sua vida espirituai dará a direção para o futuro que você colherá. 2. A natureza traz lições de Deus. A expressão “portanto" traduz uma m udança de atenção do salm ista. Nesse versículo 6, duas expressões se destacam, “terra de Jordão" e “Hermon", além do desconhecido monte Mizar. O salmista se encontra nessa região, provavelmente ao norte do mar da Galileia. Embora ele esteja longe de Jerusalém, ele está num local que, historicamente, sem pre revelou as grandezas de Deus (Js 3.14-17; Sl 133). A partir dessa imagem, o saudoso pastor norteamericano, George Wood, escreveu: “encontramo-nos na 'terra do Jordão', o ponto mais baixo da terra. Desse lugar tão baixo, devemos nos lembrar do ponto mais alto, o Hermon (v.6). Dias melhores virão; a vida é feita de altos e baixos". Assim, a natureza nos traz lições belíssimas de que ela não é fruto de um caos, de uma desordem. Há um Criador que a sustenta e a di rige. Se Ele faz isso com os minerais, os vegetais, os animais, por que seria diferente com os seres humanos? 3. É preciso ter esperança. Na fé cristã, o problema não é estar aba tido, pois isso é esperado em nossa caminhada (2 Co 4.8,9). O problema é perder a esperança (cf. 1 Co 13.13). Esta é uma virtude intrínseca à nossa fé, pois esperamos o Senhor Jesus voltar-se contra todo tipo de incredulidade. Portanto, podemos dizer assim para a nossa alma: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei” (Sl 42.11). ® PENSE! Passaremos por momentos difíceis na Terra. 0 PONTO IMPORTANTE! Precisamos olhar para o alto. pois de lá vem a nossa esperança. III - COMO FORTALECER A ES PERANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS 1. Não esteja sozinho. Diferentemen te do tempo dos filhos de Corá, você tem a presença de Jesus e a plenitude do Espirito Santo com você (Hb 13.5; Jo 14.16). Por isso, uma lição que o Salmo 42 ensina é que nada em nossa vida pode tirar o foco da fé. Sua vida espi ritual dará a direção para o futuro que você colherá. Por isso, vá ao altar do Senhor, louve-o, pois Ele é a sua alegria (Sl 43.4); anseie e priorize a presença de Deus, pois Ele é o teu auxílio (Sl 43-5: cf. Js 1.8). Observe a importância dos cultos públicos, das reuniões de estudos bíblicos, da vocação ministerial e da devoção pessoal. Disso depende o sentido da sua vida cristã, 2. Equilíbrio espiritual e social. Há muitos desafios na vida de m ui tos jovens, Há jovens que trabalham e estudam. Há os que assumiram o sustento da casa, pois um dos pais foi recolhido por Deus. Outros ainda estão iniciando a carreira nas forças armadas, ou lutando para se sustentar numa universidade pública ou privada. 28 JOVENS Enfim, os desafios são complexos. Dependendo de como reagimos a esses desafios sociais, podemos entrar num ciclo de ansiedade tendo como consequência a depressão. Por isso, uma preciosa lição que o Salmo nos ensina é que na proporção que a sua vida espiritual for profunda, você superará os desafios reais da vida, podendo prevenir a rota da ansieda de e da depressão. Por isso, se você está vivendo uma situação complexa, pare, se acalme e reflita: 1) ore e leia a Palavra de Deus: 2) estude e trabalhe com dedicação: 3) espere em Deus. Assim, esse momento complexo pas sará, você aprenderá com ele e sairá mais maduro do que quando entrou (cf. Rm 5.3-5). 3. Traga à memória o que dá es perança. Outra lição preciosa que podemos extrair do Salmo 42 é a ca pacidade de trazer boas lembranças para o tempo presente desafiador. Tenha em mente que o que Deus permitiu você passar ontem é porque isso o ajudará hoje (Lm 3.21). Por isso, Ele nos deu a faculdade da memória. Entre recordações e lembranças, nos sa alma é alimentada por tudo o que Deus fez de bom. Não seja escravo das lembranças que trazem sofrimento e dor, mas cultive aquelas que trazem esperança, ânimo e coragem (Js 1.13). 0 PENSE! É possível fortalecera esperança em tempos difíceis. 0 PONTO IMPORTANTE! Em tempos difíceis é preciso não estar sozinho, ter equilíbrio e cultivar bons pensamentos. 0 CONCLUSÃO Nesta lição, vimos que a nossa alma é dependente de Deus. Não há nada em que você possa colocar a sua confiança para preencher 0 lugar do Senhor. Per cebemos também que a alma sente a ausência de Deus diante de uma tributa ção e angústia, embora Ele esteja perto. Podemos usar recursos espirituais para reagir ao sentimento paralisante, Assim, somos convidados a não estar sozinhos, a andar em equilíbrio espiritual e social, bem como, a cultivar lembranças que nos motivam a viver a vontade de Deus. © HORA DA REVISÃO 1. O que a canção dos Salmos 42 e 43 expressam? 2. Por que o cantor usa a im agem da corça? 3. O que o versículo 6 do Salmo 42 revela? 4, Por que a esperança é uma virtude intrínseca à nossa fé? 5. Cite três atitudes que fortalecem a nossa esperança. PERDOE-ME, SENHOR TEXTO PRINCIPAL "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias." (SI 51.1) RESUMO DA LIÇÃO Para viver um processo de restauração espiritual é preciso reconhecer a benignidade e a misericórdia de Deus, bem como confessar o pecado praticado e abandoná-lo. LEITURA SEMANAL SEGUNDA - SI 136.1 A benignidade do Senhor TERÇA - Lm 3 22,23 As misericórdias do Senhor QUARTA - SI 513-5 Confessando o pecado QUINTA- Rm 3.9-12 Todos estão debaixo do pecado SEXTA - Tg 1.14,15 A prática do pecado SÁBADO - Jo 16.8 0 Espírito Santo apela para a consciência 30 JOVENS Ü B ÉSe Salmos 51.1-17 1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. 2 Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. 3 Porque eu conheço as minhas trans gressões, e o meu pecado está sempre diante de mim, 4 Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. 5 Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. 6 Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria, 7 Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. 8 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. 9 Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquídades. 10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espirito reto. 11 Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espirito Santo. 12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário. 13 Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão. 14 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça, 15 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. 16 Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos, 17 Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. INTRODUÇÃO O Salmo 51 está na categoria dos Salm os penitenciais. Esses Salm os trazem a ideia de confissão e busca pelo perdão de Deus. Outros Salmos podem ser classificados nessa c a tegoria: 6, 37,142, dentre outros. De acordo com essa categoria, o Salmo 51 remonta o contexto em que o rei Davi foi confrontado pelo profeta Natã por ocasião do seu adultério com Ba- te-Seba e o consequente assassinato do esposo dela, Urias (cf. 2 Sm 12.1-14), ordenado e planejado pelo rei. Por isso, o Salmo 51 está estruturado da seguinte forma: 1) Reconhecimento da natureza misericordiosa de Deus (vv.1,2); 2) Confissão de pecados (vv.3- 5); 3) Busca por restauração (vv.6,13); 4) Adoração verdadeira (vv. 14-17); 5) O bem a Sião (vv.18,19). Assim, nesta lição, estudaremos sobre a natureza misericordiosa de Deus, a necessi dade de confessar o pecado para ser restaurado, a disposição de viver o processo de restauração e, finalmente, viver a adoração pública de maneira restaurada. I - M ISER IC Ó R D IA E C O N F IS SÃO (vv.1-5) 1. Um clam or por misericórdia. Nos dois primeiros versículos, chama a atenção as expressões “tem miseri córdia" e “benignidade"; “apaga minhas transgressões" e “tua misericórdia"; JOVENS 31 Todo pecado ê contra Deus somente. Embora Davi tivesse adulterado com Bate-Seba e ordenado a execução de Urias, foi “contra ti, contra ti somente pequei". Davi havia violado vários mandamentos do Decátogo (cf. Êx 20.13-17). “Lava-me” e “purifica-me". O salmista tem uma cLara noção de que Deus é benigno e misericordioso. A benigni- dade do Senhor dura para sempre (SL 136.1), e suas misericórdias não têm fim (Lm 3.22,23). Por isso, só Deus pode "lavar” e “purificar” a alma do salmista. Assim, o rei Davi tem plena certeza de que se dirigir diretamente a Deus é a melhor decisão. Ele é benigno e misericordioso. Só Ele pode lavar e purificar sua aLma. 2. Confessando o pecado. O sal mista se dirige a Deus de maneira humilde, confessando e especificando o seu pecado (vv.3,4). Este estava tão patente diante dele que a expressão “em pecado me concebeu a minha mãe" (v.5) revela que o salmista re conhece a inclinação humana para o pecado desde o início da existência hum ana. Dois pontos estão bem claros nos versículos 3-5:1) o pecado específico praticado (vv.3,4) e 2) a consciência da inclinação humana ao pecado desde o início da existência (v.5; cf. Rm 3.9-12). 3. Deus é quem remove o pecado. Contra a prática do pecado só há um antídoto: voltar-se ao Deus misericor dioso, por intermédio de Jesus Cristo, e confessar o pecado (vv.1-5; cf. 1 Jo 1.8-10). Todo pecado é contra Deus somente. Embora Davi tivesse adul terado com Bate-Seba e ordenado a execução de Urias, foi “contra ti, contra ti somente pequei". Davi havia violado vários mandamentos do Decálogo (cf. Êx 20.13-17) e, por isso, seu pecado era exclusivam ente contra Deus. Logo, quem peca contra Deus só pode ser lavado, bem como ter purificado o co ração, por Ele mesmo por intermédio do Senhor Jesus (1 Jo 2.1,2). Assim, o caminho para a restauração do jovem cristão, de maneira humilde, é se dirigir ao Deus misericordioso, confessando especificamente o pecado praticado, tendo a consciência de que somente Deus pode remover a mancha deletéria do pecado por meio do Senhor Jesus. © PENSE! Deus é benigno e misericordioso. © PONTO IMPORTANTE! Por isso, devemos confessar os nossos pecados a Deus e buscar orientação pastoral. II - BUSCANDO A RESTAURA ÇÃO (vv, 6-13) 1. Purificando a vida interior. A prática do pecado nasce de dentro do ser humano (Tg 1.14,15). Isso devido à corrupção total da natureza humana como consequência do advento do pecado (Gn 3.1-19; cf. Rm 3.20). Nes se sentido, contemplamos o pedido do salmista: “purifica-me", “lava-m e”, “apaga”, “cria em mim [...] um coração puro" (Sl 51.6-11). O saLmista sabia que 32 JOVENS Deus aprecia a verdade de nossa vida interior, pois diante dEle tudo está patente (v.6). Som ente Deus pode criar um coração puro, não mais sujo pelo pecado (v.io); um espírito reto, não uma vida torta (v.io). A nossa vida interior precisa ser purificada para que a presença do Espírito Santo seja uma realidade e, assim, tenhamos de volta a alegria da salvação e um espírito voluntário nas coisas de Deus (v.12). 2. Restituindo a alegria e o júbilo. Com a vida interior purificada, o sal- mista espera ouvir júbilos e alegrias (v.8) no lugar de tristeza e angústia pelo pecado praticado. Sim, o salmista sabia que o pecado apaga a alegria de viver. O processo de restauração do pecador perpassa pela confissão, humilhação diante de Deus e, finalmen te, o fato de tornar a sentir a presença do Espírito Santo. Neste Salmo, uma das verdades mais contundentes é a de que o pecado tira a presença de Deus do salmista (cf. Ef 4.30), Sem esta presença não há alegria nem júbilo, mas sobra tristeza, angústia, frustração e consciência pesada. 3. A restauração começa pela re novação interior. Precisamos lembrar de que a obra de restauração de uma vida que caiu no pecado é de Deus e não meramente uma decisão humana. Ele pode dar um coração puro e um espírito reto (Sl 51.10). Outrossim, o Espírito Santo sempre apelará para nossa consciência a fim de que não fiquemos imersos na prática do peca do, pois é Ele quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). E, finalmente, há uma vida plena no Espírito, de alegria e júbilo para servir a Deus em sua obra e na vida. Entre- A nossa vida interior precisa ser purificada para que a presença do Espírito Santo seja uma realidade e, assim, tenhamos de volta a alegria da salvação e um espírito voluntário nas coisas de Deus (v.12). tanto, tudo começa pela purificação do coração e o estabelecimento de um espírito reto; tudo com eça pela renovação interior do jovem cristão. 0 PENSE! A restauração começa pela vida interior. © PONTO IMPORTANTE! Coração purificado e espírito reto são requisitos para a renovação interior do jovem cristão. III - PRONTOS PARA ADORAR (vv. 14-17) 1. O desejo de participar da ado ração pública. Le m b re-se de que os Salmos são canções para adorar,principalmente, no Templo. 0 salmista tem o desejo, aqui, de louvar a justiça divina (Sl 51.14). Por isso, o pedido de livrá-lo dos “crimes de sangue", certa mente, uma alusão ao assassinato de Urias (v.14). Assim, uma vez perdoado, o salmista estaria pronto para adorar publicamente no Templo do Senhor de acordo com a justiça divina (v.15). A adoração pública, congregacional, JOVENS 33 tem a ver com o real estado interior da vida do salmista. 2. Quebrantamento e contrição. Os ve rsículo s 16 e 17 aprofundam mais ainda a questão do estado in terior para a adoração pública. Note as expressões “espírito quebrantado" e “coração quebrantado e contrito". Essas expressões não substituíram o sistema de sacrifício levítico, pois ele é retomado no versículo 19. A ideia é a de que não podemos nos apresentar para adoração pública de maneira mecânica, superficial. Nesse sentido, o salmista entende que todo o seu ser deve estar presente no ato de adoração, isto é, espírito, alma e corpo (cf, 1 Ts 5.23). Espírito e coração quebrantados e contritos são a prova de que a vida inteira do adorador está ali diante de Deus. 3. Fazendo o bem para outros. A nossa experiência de restauração nos permite “ensinar aos transgressores os teus caminhos" (Sl 51.13). É isso o que Deus quer fazer conosco. Que os nossos gestos exteriores reflitam a nossa vida interior, pois se o nosso coração for puro e nosso espírito for reto, consequentemente, nossas ações serão puras e retas (cf. Mc 7.18-22). Com o advento do sacrifício de Jesus Cristo, nós, almas restauradas, corpos posicionados, somos o sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1). @ PENSE! Deus não despreza um espírito e coração quebrantados. ©CONCLUSÃO Todos nós estamos vulneráveis ao pecado, Por isso, a Palavra de Deus nos ensina a vigiar e a cuidar de nossa vida espiritual, Entretanto, quando acontece um "acidente de percurso" na vida do jovem cristão, é importante que ele não deixe de perceber que Deus é mise ricórdia. que é necessário confessar especificamente 0 pecado praticado, primeiramente a Deus, em seguida, ao pastor da igreja e, finalmente, viver 0 processo de restauração espiritual. O Espírito Santo nunca deixará de apelar às consciências dos que temem a Deus. É tempo de humilhar-se! É tempo de confessar! É tempo de ser restaurado(a) por Deus! © HORA DA REVISÃO 1. Qual noção o salmista tem a respeito de Deus? 2. Q ual o único antídoto contra a prática do pecado? 3. Quem é que pode criar um coração puro? 4. Segundo a Lição, a adoração pública, congregacional tem a ver com o quê? 5. O que a nossa experiência de res tauração nos permite? © PONTO IMPORTANTE! A adoração pública deve refletira nossa vida privada. ALCANÇANDO UM CORAÇÃO SÁBIO T E X T O P R IN C IP A L P L E IT U R A S E M A N A L SEGUNDA-Is 6.1 "Ensina-no s a contar os nossos A glória de Deus dias, de tal m aneira que a lcancem os coração sáb io ." TERÇA - Is 6.5 A nossa finitude e fragilidade (SI 90.12) QUARTA - Tg 4-13-17 Uma vida humilde QUINTA-Hb 4-13 Nossa vida está patenteR E S U M O D A L IÇ Ã O diante de Deus Contem plar a eternidade de Deus e constatar a nossa finitude e fragilidade é um bom início para alcançar um coração sábio. SEXTA - Jo 16.8-10,13 Sensíveis ao Espírito Santo SÁBADO - 1 Tm 4 2 É preciso estar conscientes diante de Deus JOVENS 35 TEXTO BÍBLICO Salmos 90.1-17 1 SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. 2 Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mun do, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus, 3 Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Volvei, filhos dos homens. 4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigilia da noite. 5 Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; 6 De madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca. 7 Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados. 8 Diante de ti puseste as nossas iniqui- dades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto. 9 Pois todos os nossos dias vão passan do na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro. INTRODUÇÃO Nesta lição, vamos estudar a res peito de ter um coração sábio. Veremos que tudo começa em Deus. É preciso reconhecera sua eternidade e sobe rania. Depois, passaremos a considerar a nossa finitude e fragilidade. Então, estaremos prontos para reconhecer os nossos pecados para abraçar a graça de Deus e viver uma vida abundante. Que, ao final desta lição, possamos fazer a mesma oração do salmista: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio" (Sl 90.12). 10 A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos. 11 Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? 12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos co ração sábio. 13 Volta-te para nós, SENHOR; até quando? E aplaca-te para com os teus servos. 14 Sacia-nos de madrugada com a tua benignídade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias. 15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. 16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória, sobre seus filhos. 17 E seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos. I - A ETERNIDADE DE D EU S E A MORTALIDADE DO SER HUMANO 1 . 0 Salmo 90. Esse Salmo introduz o quarto livro dentro dos Salmos. Ele é uma oração de Moisés. Nele, há um contexto de uma grave situação que não está especificada no Salmo, mas pode ser percebida nele (vv.13,15). O contexto de gravidade pode ser remon tado à peregrinação do povo de Israel no deserto, rumo à Terra Prometida (Nm 14). Para compreender melhor o propósito do Salmo, podemos dividi-lo da seguinte maneira: 1) Eternidade de Deus (vv.1,2); 2) Mortalidade do ser 36 JOVENS humano (vv.3-6); 3) Reconhecimento de que o salmista está sob a ira de Deus (vv.7-12); 4) Súplica por graça e esperança (vv.13-17). 2. A eternidade de Deus (w.1,2). No contexto de sofrimento, o salmista olha para a eternidade de Deus: "de eternidade em eternidade, tu és Deus" (v.2). Por isso, Ele é o refúgio do salmista e de seu povo (v.i). Como é precioso perceber isso no Salmo 90! O salmista nos ensina a, diante de uma realidade sofrida, parar e olhar para a eternidade de Deus. Enquanto tudo no plano terreno é passível de alteração e degeneração, no plano ce lestial tudo permanece intacto, glorioso e poderoso, conforme a visão do profeta Isaías, semelhante a Moisés no Salmo: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono: e o seu séquito enchia o templo” (Is 6.1). 3. A mortalidade do ser humano (w. 3-6). O Salmo também nos ensina que quem contempla a eternidade e a bele za celestial passa por uma constatação inequívoca: oLhando para dentro de si, contempla a sua finitude e fragilidade. Isso aconteceu também com o profeta Isaías (6.5), Nessa porção de versículos, destaca-se as expressões: “mil anos i.,,1 como o dia ontem” ou “como a vigília da noite" (v. 4). Em outras palavras, diante da eternidade de Deus, a vida do ser humano é curta e passageira. O Novo Testamento nos ensina essa mesma verdade: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece" (Tg 414), 4. Pensando na finitude para alcan çar um coração sábio. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento trazem a ideia de que sejamos humildes e não orgulhosos (cf. Tg 4-13-17)- Viver de ma neira humilde e não orgulhosa passa pela capacidade de ter consciência do quanto somos finitos, É
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