Buscar

teorico (3)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ecologia Geral e 
Urbana
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos 
Ações antrópicas e mudanças globais
• Introdução
• Indicadores de qualidade ambiental
• Extinção e a ação humana
• As ações humanas têm causado extinções de várias formas
• Espécies e o resgate da extinção
• As toxinas e o ambiente
• Poluição atmosférica em escala global
• Finalizando a unidade
 · Discutir as ações antrópicas e as mudanças ambientais globais. 
Sabemos que os humanos têm um imenso impacto na Terra. Somos 
milhões e cada um de nós usa tanta energia e tantos recursos, que 
nossas atividades impactam em tudo na natureza. A humanidade 
controla a maior parte da superfície terrestre e cada vez mais também 
os oceanos. A maioria das áreas, principalmente em latitudes 
temperadas, próprias para plantio foi usada para plantações ou 
pastos permanentes. Também as florestas tropicais são derrubadas a 
taxas alarmantes. Muitas regiões subtropicais semiáridas se tornaram 
desertos, principalmente pela sobrepastagem e a retirada de madeira 
para diversos usos. Rios e lagos estão poluídos em diversas partes do 
mundo. Poluindo nossa atmosfera estão as indústrias, que liberam 
gases, e ainda temos a queima de combustíveis fósseis
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Prezados alunos e alunas,
Nesta unidade, vamos discutir as ações antrópicas e as mudanças ambientais 
globais.
Fiquem atentos às atividades propostas e aos prazos de realização e de entrega 
das mesmas. Não deixem de participar de nosso Fórum de discussões. 
Convite à leitura: leiam cada aula, façam anotações, se necessário pesquisem 
outros materiais além do que é fornecido. Não acumulem dúvidas, participem, 
perguntem! 
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Ações antrópicas e mudanças globais
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Contextualização
Nesta unidade, vamos discutir as ações antrópicas e as mudanças ambientais 
globais. Sabemos que os humanos têm um imenso impacto na Terra. Somos 
milhões e cada um de nós usa tanta energia e tantos recursos, que nossas atividades 
impactam em tudo na natureza. A humanidade controla a maior parte da superfície 
terrestre e cada vez mais também os oceanos. A maioria das áreas, principalmente 
em latitudes temperadas, próprias para plantio foi usada para plantações ou pastos 
permanentes. Também as florestas tropicais são derrubadas a taxas alarmantes. 
Muitas regiões subtropicais semiáridas se tornaram desertos, principalmente pela 
sobrepastagem e a retirada de madeira para diversos usos. Rios e lagos estão 
poluídos em diversas partes do mundo. Poluindo nossa atmosfera estão as indústrias, 
que liberam gases, e ainda temos a queima de combustíveis fósseis.
Estamos deteriorando nossa casa, e continuamos a corrida para explorar mais 
o que nos resta. Se não interrompermos esse processo, teremos um declínio da 
qualidade de vida para todos os habitantes da Terra, o que já tem acontecido para 
muitos. Compartilhamos esse planeta com os animais e plantas e dependemos deles 
para nosso sustento. Animais e plantas estão sentindo o impacto da intervenção 
humana há muito tempo. Eles têm sido expulsos de seus habitats conforme nos 
apossamos de terras e águas para nossa sobrevivência. Estamos envenenando os 
ambientes com nossos dejetos e muitas espécies têm desaparecido à destruição de 
seus habitats.
Esse processo de deterioração não precisa continuar. Podemos viver em um 
mundo limpo e sustentável, com nossa população em equilíbrio com a preservação 
de outras espécies e com os processos ecológicos indispensáveis para nossa 
sobrevivência. Temos legislação em muitos países conduzindo a um ar e água mais 
limpos, a um uso mais eficiente de energia e dos recursos materiais e a um resgate 
de espécies ameaçadas de extinção.
A ecologia como ciência tem muito a dizer e a fazer a respeito do desenvolvimento 
racional, desenvolvendo um sistema sustentável. Como a ecologia se apresenta 
a respeito das adaptações dos organismos, da dinâmica das populações e dos 
processos ocorridos nos ecossistemas nos leva a linhas de conduta simples para a 
vida em harmonia razoável com o mundo natural.
6
7
Introdução
Dificilmente conseguiremos controlar os problemas ambientais se a população 
humana continuar a aumentar. A Terra pode suportar muito mais indivíduos do que 
faz atualmente, mas certamente a qualidade de vida seria drasticamente reduzida e 
haveria pouca perspectiva para a sustentabilidade a longo prazo. A sustentabilidade 
não se manteria mesmo nas bases atuais, pois o reflorestamento não consegue 
acompanhar as demandas crescentes de madeira, papel e combustível. Com isso, 
grandes extensões de florestas são derrubadas todo ano. O mesmo ocorre com 
pesqueiros que hoje não produzem nem uma fração da produção original. E com 
grandes extensões de terras deterioradas e perdidas para a agricultura. Com o 
aumento da população, a pressão sobre o meio ambiente também aumenta.
Já sabemos que a Terra não pode sustentar o total de recursos de energia que 
somaria se todos consumissem nos níveis agora consumidos por cidadãos dos países 
desenvolvidos. Podemos aumentar a eficiência e diminuir o consumo de supérfluos 
sem impactar o conforto. A espécie humana poderia reduzir seu impacto ao meio 
consumindo alimentos mais baixos da cadeia alimentar, com redução do consumo 
de carne, investimentos em tecnologias mais eficientes para o consumo de energia 
e recursos e vivendo em um maior equilíbrio com o mundo físico.
Mesmo que seja inevitável que grande parte do mundo seja gerida pela 
humanidade, os ecossistemas deveriam ser mantidos o mais próximo possível 
de seus estados naturais. De forma geral, quanto menos alterarmos a natureza, 
mais viável será manter o ambiente em uma condição mais saudável. Podemos 
exemplificar citando as florestas tropicais, que são inadequadas para pastagens 
e agricultura, pois essas atividades prejudicam a recuperação dos nutrientes e 
deterioram esse tipo de solo. São áreas que, já se sabe, devem ser mantidas 
como reservas florestais ou áreas para a exploração sustentável de recursos 
próprios da floresta. Viver de acordo com as regras da natureza é sempre mais 
viável do que ir contra ela
7
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Indicadores de qualidade ambiental
Os seres humanos vêm alterando a qualidade ambiental há muito tempo. As 
espécies podem ser um indicativo de mudança ambiental de longo alcance. Durante 
as décadas de 1950 e 1960, populações de aves declinaram drasticamente nos 
Estados Unidos. Aves predadoras e caçadoras de peixes, como o falcão-pelegrino, 
a águia-americana, o gavião-pescador, entre outras. Algumas delas desapareceram 
totalmente de algumas áreas. As causas desse declínio foram rastreadas, chegando-
se à poluição de ambientes aquáticos com o uso de produtos de DDT, um pesticida 
usado amplamente. Os resíduos desse pesticida entraram nas cadeias alimentares 
aquáticas, concentrando-se nos tecidos gordurosos de animais e se acumulando a 
cada passo da cadeia alimentar. As doses ingeridas por aves predatórias alteraram 
a sua fisiologia e reprodução, afinando a cobertura da casca dos ovos, culminando 
com a morte dos embriões; isso fez com que o sucesso reprodutivo diminuísse e 
com isso suas populações.
A viabilidade das populações de aves foi, portanto, indicador sensível da 
saúde ambiental. O desaparecimento desses animais soou como um alarme. Os 
ambientalistas se mobilizaram e os Estados Unidos responderam banindo o DDT. 
As empresas químicas, desde então, vêm criando alternativas menos perniciosas 
para o meio ambiente. 
As aves estão voltando; isso é uma grande vitória, não só para a conservação da 
espécie, mas também para a qualidade do ambiente, porque as aves não poderiam 
ser salvas sem que o DDT, que afeta muitas espécies, fosse banido.
Extinção e a ação humana
A extinção é uma grande preocupação dos ambientalistas, porque linhagens 
evolutivaspodem desaparecer e nunca mais serem recuperadas. Os seres humanos 
já causaram a extinção de muitas espécies, mas para conseguirmos resolver esse 
problema vamos precisar entender quais as causas da extinção.
Conforme os ecossistemas mudam, espécies desaparecem e outras surgem 
ocupando seus lugares. Esse processo de substituição de espécies que acontece 
naturalmente numa taxa relativamente baixa é chamado de extinção de fundo e 
parece ser um processo natural dos ecossistemas.
Podemos chamar de extinção maciça quando há morte de grande número de 
espécies devido a catástrofes naturais, como furações, vulcões, terremotos, e que 
ocorrem esporadicamente.
E temos a extinção antrópica, que é a extinção causada por seres humanos. É 
semelhante à extinção maciça em número de espécies afetadas e nas dimensões 
globais que atingem. A diferença entre a extinção maciça e a antrópica está no fato 
de que, teoricamente, a antrópica está sob nosso controle.
8
9
A extinção de fundo é confirmada principalmente por registros fósseis, que 
mostram o surgimento e o desaparecimento de espécies através do período 
geológico. O tempo de vida de espécies varia de acordo com o táxon ao qual 
pertencem, mas normalmente se situam dentro de um intervalo entre 1 a 10 
milhões de anos. De acordo com as estimativas, temos entre 1 a 10 milhões de 
espécies que habitam a Terra. Com essa quantidade, teríamos uma taxa de extinção 
de fundo de cerca de até uma espécie extinta por ano.
Na outra extremidade do espectro, temos a extinção maciça. As chamadas 
catástrofes naturais podem causar o desaparecimento de muitas espécies de ordem 
local ou global, dependendo da severidade e da extensão geográfica da catástrofe. 
Entre as catástrofes locais, podemos incluir uma seca prolongada, furações, 
erupções vulcânicas, etc. Já extinções globais podem ser causadas por cometas 
ou asteroides, impactos já evidenciados nos registros fósseis e hoje é a teoria mais 
aceita para a extinção dos dinossauros.
E a extinção antrópica? Muitas extinções têm acontecido e muitos grupos, 
principalmente os animais de grande porte caçados para alimentos e outros fins, 
estão com sua taxa de extinção acima da extinção de fundo. No entanto, se a 
espécie humana é um desastre para a biodiversidade, esse impacto mais forte 
aparecerá no futuro. O mais importante é evitar esse desastre, e examinar as causas 
da extinção nos fará aptos a ver por que isso ocorre.
As Ações Humanas têm Causado Extinções 
de Várias Formas
As populações se extinguem quando as mortes são maiores que os nascimentos por 
um longo período. A extinção é resultado de diversos mecanismos que determinam 
esse processo de nascimento e morte numa dada população. A extinção ocorre, 
então, em decorrência de uma falha de adaptação de uma população, que pode ser 
por conta de mudanças ocorrerem de forma muito rápida ou por uma incapacidade 
da população em responder a essas mudanças.
Pesquisas a respeito das causas do declínio de uma população para espécies 
ameaçadas concluíram que as principais causas foram: redução e modificação no 
habitat (67%), tamanho pequeno de população, introdução de espécies exóticas e 
sobre-exploração (RICKLEFS, 2003).
9
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Redução de habitat
A redução de habitat e a diminuição do habitat em pequenos remanescentes se 
torna uma grande ameaça a espécies de vida selvagem. Podemos citar um exemplo 
bem conhecido, que é a Mata Atlântica, que foi reduzida a uma porção bem pequena 
da extensão original. Essa redução ameaça aves e mamíferos endêmicos, como o 
mico-leão-dourado, que virou um símbolo de espécie ameaçada de extinção.
Figura 1. Mata Atlântica em 1500 e 2005
Hoje, grandes esforços estão sendo feitos para preservar a mata atlântica 
remanescente, mas, infelizmente, para muitas espécies, já é tarde demais.
Com o passar do tempo, mudanças no clima fazem com que os grandes biomas 
mudem de posição e, consequentemente, os habitats dentro de cada bioma se 
desloquem. A fragmentação de habitat representa uma grande ameaça na 
capacidade dos organismos se deslocarem com a mudança do clima. O efeito da 
fragmentação de habitats pode ser agravado com a mudança do clima causada pelo 
aquecimento global. Em relação às mudanças antrópicas na temperatura, estima-se 
que esta poderá aumentar nos próximos 50 anos entre 2º e 6º C. Muito provável 
que essa alteração cause a extinção de muitas espécies, principalmente das plantas 
mais sensíveis à variação da temperatura, que serão impedidas de se deslocarem 
por conta da fragmentação dos habitats.
10
11
Populações de tamanho reduzido
Toda população passa por períodos em que as taxas de nascimentos e mortes 
variam; isso é conhecido como variação estocástica ou randômica. 
Populações muito pequenas, como as isoladas em fragmentos de habitats, podem 
ser extintas se passarem por um período muito ruim. Esse fenômeno, denominado 
de extinção estocástica, muito embora seja um fenômeno muito improvável, 
aumenta sua possibilidade com a fragmentação de habitats. É, no entanto, uma 
ameaça real, principalmente para os grandes predadores, que normalmente têm 
densidades baixas e necessitam de grandes áreas como habitats.
Em uma pequena população, a redução da variação genética é outro fator que 
aumenta a probabilidade de extinção, ou seja, uma população reduzida possui uma 
menor reserva genética de espécie comparada a uma população maior. Quando 
uma população passa por um gargalo populacional e perde variação genética, ela 
poderá diminuir a capacidade de responder às mudanças no ambiente.
Não podemos generalizar sobre os problemas que levam a um gargalo 
populacional, porque encontramos várias espécies que chegaram a ser reduzidas 
até quase a extinção, perdendo muito da sua variabilidade genética, mas se 
recuperaram muito bem quando foram protegidas.
Introdução das espécies exóticas
A redução de habitat poderá causar a extinção de espécies por apagar do 
mapa lugares próprios para a sobrevivência de plantas e animais. Animais da 
floresta desaparecem quando a floresta é derrubada. Mesmo que habitats próprios 
permaneçam, as condições dentro do habitat podem mudar, levando uma população 
a seguir em direção à extinção. Normalmente, a diminuição da qualidade de 
um habitat está relacionada com a introdução de predadores, competidores ou 
patógenos. Nos últimos 200 anos, espécies exóticas chegaram a diversas regiões 
do planeta acidentalmente, por exemplo, em porões de navios, ou deliberadamente 
para cultivos, ornamentação, caça, ou agentes de controle biológico.
As áreas que são mais afetadas pela introdução de espécies exóticas são as ilhas 
isoladas. Organismos que evoluíram na ausência de novos predadores, competidores 
patógenos, não são adaptados para lidar com eles. Vamos dar um exemplo: uma 
serpente arborícola marrom (Boiga irregulares), que foi introduzida na Ásia, comeu 
a maioria das aves endêmicas da Ilha de Guam, levando-as à extinção (Fig. 2).
11
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Figura 2: Serpente arborícola marrom (Boiga irregulares).
Fonte: iStock/Getty Images
As áreas continentais também sofrem com a introdução de espécies exóticas, 
que muitas vezes escapam dos controles naturais dos predadores, parasitas e 
herbívoros que manteriam as populações controladas nas abrangências nativas. A 
pimenta brasileira (Shinus terebinthifolius) introduzida no sul da flórida encontrou 
o clima ideal e agora cobre imensas áreas e expulsa a vegetação nativa. Insetos 
introduzidos também têm tido sucesso; abelhas europeias foram introduzidas em 
todo mundo para polinizar as plantações e elas têm sido benéficas para a agricultura, 
mas também expulsam as nativas em muitas áreas. No entanto, nos últimos anos, 
sua população tem declinado por conta de um ácaro parasita também introduzido.
Figura 3: Abelhas europeias introduzidas em todo o mundo.
Fonte: iStock/Getty Images
Os ecossistemas aquáticos são particularmente suscetíveis a espéciesalienígenas. No lago Flathead (fig 4), em Montana, o camarão-gambá (Mysis 
relicta) foi introduzido no intuito de aumentar os suprimentos alimentares do 
salmão e de outros peixes de pesca, mas o efeito foi contrário. O camarão 
comeu tanto o zooplâncton, que a produtividade do lago diminuiu, e com isso as 
populações de salmão acabaram diminuindo.
12
13
Figura 4. Lago Flathead, em Montana, onde o camarão-gambá (Mysis relicta) foi introduzido.
Fonte: iStock/Getty Images
A ação humana e a exploração de recursos
Na história recente, ocorreram muitas perdas de espécies. As espécies que eram 
originalmente abundantes, que foram eleitas como comida para os humanos, foram 
perseguidas até o ultimo indivíduo ser morto. As armas e outras ferramentas, como 
as redes de arrasto, transformaram os seres humanos em caçadores tão eficientes, 
que espécies foram caçadas até sua extinção total.
A extinção provocada pela sobrecaça e sobrepesca não é recente. Quando os 
seres humanos colonizam as regiões, a fauna sofre de alguma maneira. Tartarugas, 
moluscos e crustáceos da região do mediterrâneo que eram fáceis de serem 
apanhados foram dizimados pelos seres humanos originais. Depois, na mesma 
região, onde hoje é a Itália, as populações foram obrigadas a substituir a fauna já 
dizimada por lebres, perdizes, mamíferos e aves.
Importante!
A superexploração de espécies comestíveis tem forçado as pessoas a trocá-las por outras. 
Remanescentes de itens alimentares em sítios arqueológicos do Paleolítico em Israel 
e na Itália documentam uma substituição de presas facilmente capturadas, tais como 
jabutis e mariscos, por presas que exigem uma maior habilidade para serem caçadas. A 
substituição ocorreu à medida que os tipos de presa originais foram deplecionados pela 
sobre-exploração. Dos dados em M. C. Steiner, N. D. Munro, T. A. Surovell, E. Tchernov e 
O. Bar-Yosef, Science, apud RICKLEFS, 2003.
Você Sabia?
13
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Espécies e o Resgate da Extinção
Muitas espécies foram quase extintas, mas com uma intervenção humana esse 
quadro foi revertido. Tais esforços de conservação de algumas espécies podem 
custar muito dinheiro e normalmente são direcionados para as espécies que 
conseguem conquistar a população.
Nas últimas décadas, muitos esforços têm sido realizados para salvar espécies 
da extinção. Uma nova conscientização por parte da população vem sendo 
desenvolvida para que devamos dar algo ao meio ambiente e não só tirar.
Esforços para salvar espécies da extinção podem incluir a reabilitação do habitat 
e a reprodução em cativeiro. Tais programas chamam a atenção para outros 
problemas de conservação, resultando na preservação de habitats cujo valor 
excede em muito aquele de uma espécie específica pelo qual foi originalmente 
reservado para resgatar.
As Ameaças das Atividades Humanas aos 
Processos Ecológicos Locais
Quase todas as atividades humanas apresentam alguma consequência ao meio 
ambiente. Pesca, caça, exploração de madeira, pastagem e demais itens são 
interação típicas consumidor-recurso. Em sua maioria, os sistemas ecológicos 
atingem estados estacionários, pois à medida que os recursos se tornam escassos, a 
eficiência da exploração cai. A população que consome começa a decair também, 
ou precisa buscar recursos alternativos, até que volte o equilíbrio.
Esse raciocínio também é aplicado em sistemas econômicos, em que as interações 
consumidor-recurso também entram em equilíbrio. À medida que um recurso se 
torna escasso, o seu preço aumenta, com isso a demanda cai, e as pessoas ou não 
utilizam aquele recurso ou buscam alternativas mais baratas. No entanto, com a 
capacidade dos seres humanos em explorar sistemas naturais ter atingido níveis 
desproporcionais, os recursos renováveis acabam ficando escassos, chegando a 
ficarem muito próximos do esgotamento, e tornando-se incapazes até mesmo de 
suportar uma exploração mesmo que pequena. Nossas habilidades em explorar 
recursos aumentaram muito mais rapidamente do que a natureza possa suportar.
Para que possamos minimizar esses problemas, devemos limitar a exploração 
das populações de recursos às produtividades máximas sustentáveis, considerando 
usos também sustentáveis alternativos. Soluções também têm um preço, pois o 
planejamento para o uso sustentável reduz os retornos no curto prazo. Aumentar a 
intensidade da agricultura acarreta um aumento de energia, trabalho e fertilizantes 
químicos, e cada um desses itens geram seus próprios problemas. O sustento de 
populações maiores tem também seus custos humanos.
14
15
O sustento de grandes populações acarreta também um custo aos seres humanos. 
As populações que residem nas regiões onde a terra já está empobrecida precisam 
importar alimentos de outras regiões e, para tanto, devem ganhar dinheiro de outra 
forma e passam a ser uma carga para outros segmentos da população. Enquanto 
o crescimento da população humana local não for associado à capacidade dos 
recursos locais em sustentar tal população, os desequilíbrios entre consumidores e 
recursos tendem a piorar.
As Toxinas e o Ambiente
Toxinas são venenos que podem matar animais e plantas. Existem toxinas 
que ocorrem normalmente no ambiente, no entanto as atividades humanas têm 
aumentado esse acúmulo no ambiente. Podemos dividir as substâncias tóxicas em 
classes, são elas: ácidos; metais pesados; compostos orgânicos; e a radiação.
Ácidos
Vamos falar das fontes provocadas pelas ações antrópicas e temos dois tipos 
principais. O primeiro tipo ocorre nas áreas de mineração de carvão, onde 
compostos são convertidos em ácido sulfúrico nos cursos de água que drenam 
as áreas de minas. Em alguns casos, a água se torna muito ácida, o que acaba 
esterilizando o ambiente aquático.
O segundo tipo e o mais conhecido são as chuvas ácidas. Combustíveis fósseis 
são restos de plantas e animais que continham nitrogênio e enxofre nas suas 
proteínas e moléculas orgânicas. Quando carvão e óleo são queimados, além 
de produzir dióxido de carbono e vapor de água, liberam dióxido de enxofre e 
óxidos nitrosos na atmosfera. Esses gases se dissolvem nas gotas de chuva, são 
convertidos em ácidos e causam a precipitação ácida. O Ph da chuva pode cair em 
até 1.000 vezes em relação à acidez da chuva natural, principalmente nas áreas 
altamente industrializadas. A chuva ácida nos rios e lagos pode causar a interrupção 
do crescimento ou até matar peixes e outros organismos. Nos solos aumenta a taxa 
de lixiviamento dos nutrientes do solo e precipita compostos fosforosos, o que os 
torna indisponíveis para assimilação das raízes.
Para que seja solucionado o problema da chuva ácida, são necessárias medidas 
tecnológicas e econômicas. Entre essas medidas, estão: filtrar os gases dos afluentes 
de usinas de energia e dos automóveis, encontrar alternativas para queima de 
energia, entre outras.
15
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Metais pesados
Muitos metais pesados, como o mercúrio, o arsênico, o chumbo, o cobre, o níquel, 
o zinco, etc., são introduzidos no ambiente de diversas formas, como refugo da 
mineração e da fundição de minerais, produtos de rejeito de processos manufaturados 
e da queima de combustíveis com chumbo. Os efeitos dos metais pesados variam, 
mas incluem a interferência de funções neurológicas nos vertebrados.
Compostos orgânicos
Muitos compostos orgânicos são produzidos em laboratórios e utilizados como 
pesticidas nas plantações. Entre os pesticidas orgânicos, temos os organomercúrios, 
hidrocarbonetos clorados, compostos organofosforados, inseticidas carbonados 
e a herbicida triazina. Todos esses compostos têm uma função importante na 
agricultura e no controle de pestes, mas podem se acumular em outras partes 
do meio ambiente, afetando produção de plantas, os animais e até mesmo seres 
humanos. Hoje, pesticidas mais modernos e sistemas de filtragem para os efluentes 
têm sido desenvolvidos para minimizar os efeitos nocivos desses produtos.
Poluição Atmosféricaem Escala Global
Com a circulação da atmosfera e dos oceanos, algumas poluições acabam tendo 
uma consequência global e os efeitos se apresentam muito além das fontes das 
quais foram originadas. A pior dessas alterações no ambiente é a destruição da 
camada de ozônio na nossa atmosfera superior e o aumento de dióxido de carbono 
e outros gases de “estufa”.
Destruição da camada de ozônio
O ozônio (O3) é uma forma molecular de oxigênio altamente reativa como 
oxidante, capaz de oxidar quimicamente moléculas orgânicas e obstruir seu 
funcionamento adequado. Consequentemente, o ozônio é toxico para a vida animal 
e vegetal, mesmo em pequenas concentrações. Próximo à superfície da Terra, o 
ozônio é produzido pela oxidação do oxigênio molecular (O2) na presença de óxido 
nitroso (NO2) e luz do sol. Como o NO2 é um produto da combustão da gasolina, 
o ozônio pode ser produzido em altos níveis nas descargas de exaustão que poluem 
as cidades, particularmente onde há forte luz do sol (RICKLEFS, 2003).
O ozônio é produzido na atmosfera superior, mas lá tem o efeito benéfico de 
blindar a superfície da Terra contra a radiação ultravioleta. No entanto, certas 
substâncias, como os átomos de cloro, causam a quebra do ozônio. As atividades 
humanas têm aumentado os níveis de cloro na atmosfera superior através da 
liberação de clorofluorcarbonos (CFCs) na atmosfera. A indústria usa essa substância 
16
17
como propelentes em latas de aerossóis e como refrigerantes em condicionadores 
de ar e demais sistemas de refrigeração. Em ambos os hemisférios já vêm sendo 
observados, nas altas latitudes, os chamados “buracos de ozônio”, que aparecem 
quando o ozônio diminui em até 50% naquele ponto.
A diminuição da camada de ozônio resulta na elevação da radiação ultravioleta 
na superfície da Terra, aumentando a incidência de câncer de pele e danificando 
dispositivos fotossintéticos das plantas. A redução da camada de ozônio é um 
perigo real e já foram observados buracos nessa camada em torno da Antártida. A 
comunidade internacional, percebendo a gravidade da situação, decidiu, através da 
Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (1985) e do Protocolo 
de Montreal (1987), eliminar o uso de todos os CFCs até o final do século XX, e até 
1997 na comunidade europeia. A intenção é reverter o dano já instalado e permitir 
que o ozônio atmosférico retorne aos seus níveis de equilíbrio dentro de um século.
Efeito estufa
O dióxido de carbono (CO2) ocorre de forma natural na atmosfera. Sem ele, 
a Terra seria um lugar extremamente frio e a luz do sol absorvida pela superfície 
da Terra seria perdida rapidamente. O CO2 funciona como um cobertor isolante 
que deixa a luz do sol passar e segura o calor de forma equilibrada. Podemos 
visualizar esse processo pensando no vidro das estufas, que funcionam com o 
mesmo princípio, deixando o calor entrar e retendo o calor no local.
Até 1850, a concentração de CO2 na atmosfera era em torno de 280ppm. Nos 
últimos 150 anos, houve um aumento considerável na queima de madeira, carvão, 
óleo e gás para a produção de energia para as atividades humanas. Mais da metade 
desse aumento ocorreu durante os últimos 30 anos e parece que isso continua a 
crescer. Essa alteração na química da atmosfera gerou o receio do aquecimento 
do clima da Terra. Os estudos indicam que o aumento da temperatura da Terra no 
próximo século deve ser em média de 2º C e 6º C.
Os seres humanos adicionam CO2 na atmosfera com a queima de combustíveis 
fósseis, com o desmatamento e a queima das florestas. Com isso, aumentamos o 
fluxo de carbono para a atmosfera na ordem de 6%.
Muitos problemas potenciais serão sentidos com o aumento da temperatura, 
incluindo a inundação das comunidades costeiras com a elevação do nível do mar, 
consequência do derretimento das calotas de gelo polar.
17
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Finalizando a Unidade
Como estamos observando, a população humana está consumindo os recursos 
naturais mais rapidamente do que estes podem ser regenerados pelo planeta, ao 
mesmo tempo em que libera os rejeitos, deteriorando a qualidade do ambiente na 
maior parte das regiões da Terra. Acredito que todos nós pretendemos viver num 
mundo melhor para nós e para as futuras gerações. Para tanto, devemos estabelecer 
uma relação sustentável com o planeta. Entre outras medidas para atingirmos esse 
equilíbrio, devem estar o desenvolvimento de fontes de energia sustentáveis, restaurar 
habitats deteriorados, dar um destino adequado aos rejeitos e investir principalmente 
no estudo do meio, para que novas possibilidades sejam descobertas.
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Mudanças Climáticas
INPEvideoseduc. Duração: 8 minutos e 50 segundos. Acesso em: 14 out. 2015.
https://www.youtube.com/watch?v=ssvFqYSlMho
Professor da USP fala sobre farsa do aquecimento global no Jô
Duração: 18 minutos e 41 segundos. Acesso em: 14 out. 2015.
https://www.youtube.com/watch?v=3_GPLlJv6x0
Aquecimento global e consequências
Duração: 7 minutos e 56 segundos. Acesso em: 14 out. 2015.
https://www.youtube.com/watch?v=mz6t9PVX0io
19
https://www.youtube.com/watch?v=ssvFqYSlMho
https://www.youtube.com/watch?v=3_GPLlJv6x0
https://www.youtube.com/watch?v=mz6t9PVX0io
UNIDADE Ações antrópicas e mudanças globais
Referências
D Ricklefs, R.E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 
S.A., 2003. 5ª ed.
20

Outros materiais