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Ecologia Geral e 
Urbana 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Introdução à Ecologia Urbana
• Introdução
• A ecologia urbana
• A Estrutura Ecológica Urbana (EEU)
• A paisagem na cidade
• Considerações Finais
O objetivo desta unidade é fazer uma introdução ao tema ecologia 
urbana. A ecologia urbana é o campo da ecologia que estuda a relação 
entre os habitantes de uma área urbana e as interações com o meio 
ambiente. É uma nova área de estudos ambientais que busca entender 
os sistemas naturais inseridos nas áreas urbanas. Os profissionais da 
ecologia urbana estudam árvores, rios, vida selvagem, áreas livres, 
dentro das áreas urbanas, no intuito de compreender até que ponto 
esses recursos são afetados pela poluição, urbanização, etc. Os estudos 
em ecologia urbana procuram colocar as cidades como parte de um 
ecossistema vivo
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta unidade, vamos fazer uma introdução ao tema ecologia urbana.
Fiquem atentos às atividades propostas e aos prazos de realização e de entrega 
das mesmas. Não deixem de participar de nosso Fórum de discussões.
Convite à leitura: leiam cada aula, façam anotações, se necessário pesquisem 
outros materiais além do que é fornecido.
Não acumulem dúvidas, participem, perguntem!
ORIENTAÇÕES
Introdução à Ecologia Urbana
UNIDADE Introdução à Ecologia Urbana
Contextualização
Nesta unidade, vamos fazer uma introdução ao tema ecologia urbana. A ecologia 
urbana é o campo da ecologia que estuda a relação entre os habitantes de uma 
área urbana e as interações com o meio ambiente. É uma nova área de estudos 
ambientais que busca entender os sistemas naturais inseridos nas áreas urbanas. 
Os profissionais da ecologia urbana estudam árvores, rios, vida selvagem, áreas 
livres, dentro das áreas urbanas, no intuito de compreender até que ponto esses 
recursos são afetados pela poluição, urbanização, etc. Os estudos em ecologia 
urbana procuram colocar as cidades como parte de um ecossistema vivo.
O meio ambiente foi alterado de forma significativa com a urbanização. 
Nascentes de água e reservas subterrâneas foram atingidas e até extinguidas por 
conta da ocupação humana descontrolada. Vemos nas grandes cidades altos 
índices de poluição ambiental gerados por décadas de descaso e agora estamos 
nos conscientizando de quanto fomos inconsequentes no uso do planeta.
Podemos e devemos reverter isso aplicando políticas que tenham o objetivo de 
conscientizar as pessoas introduzindo a cultura da sustentabilidade e da ecologia 
urbana em todas as faixas sociais, garantir uma melhor condição de vida para todos 
os cidadãos e dar oportunidade de educação para que saibam que a utilização de 
meios sustentáveis vai muito além de apenas agir ecologicamente de forma correta.
A ecologia urbana, com certeza, é o grande desafio deste século. Mais de 80% 
da população se concentram nas cidades. Cidades fazem parte de um ecossistema, 
são construções humanas localizadas sobre um território geográfico, geológico, 
com condições climáticas que interagem constantemente e condicionam a vida da 
população inserida nesse meio. A crise ambiental urbana se intensifica cada vez 
mais e devemos enfrentá-la dentro da concepção de que se faça a integração entre 
as cidades e seu meio ambiente natural.
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Introdução
Na ecologia urbana, devemos dar atenção especial a alguns aspectos, como 
água, lixo, transporte, ar e vegetação.
Quanto à questão da água, os principais aspectos são: fornecimento de 
água limpa e suficiente; construção de redes de esgoto; tratamento de efluentes 
domésticos e industriais; drenagem e disposição adequada das águas pluviais.
Em relação ao lixo, devemos implementar de uma vez por todas a reciclagem 
de resíduos, com a separação do lixo, colocando a atenção no volume de lixo 
que produzimos, e buscar a mudança da mentalidade baseada no desperdício, 
procurando reduzir os invólucros, desestimulando o uso de plásticos e obrigando 
empresas a assumirem parte da responsabilidade pela reciclagem. Outro ponto 
relevante e importante é quanto à destinação final do lixo, que deve ser direcionado 
para aterros sanitários ambientalmente administrados.
O transporte também é um ponto importante a ser considerado na ecologia 
urbana. O modelo implantado hoje, principalmente nas grandes cidades, transforma 
o trânsito num dos principais componentes da violência urbana, e a população 
acaba pagando um preço de um transporte poluente e ineficaz.
E finalmente devemos considerar as áreas verdes, florestas urbanas ou 
periféricas, jardins, parques, arborização de rua como itens indispensáveis para 
um ambiente urbano mais sadio. Preservar o verde na área urbana não significa 
mantê-lo intocável, mas sim usá-lo de uma forma organizada e compatível. O verde 
no espaço urbano é muito vulnerável e quando não é utilizado corretamente com 
um uso regulado e disciplinado pela população, deixa-o exposto a uma ocupação 
irregular. A existência de um sistema integrado de parques, corredores verdes, áreas 
livres de impermeabilização, e bacias para áreas pluviais são condições importantes 
para prevenção de inundação. A arborização nas cidades também exerce uma 
função importante para a diminuição do calor, da poluição sonora e do ar.
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UNIDADE Introdução à Ecologia Urbana
A ecologia urbana
Uma das maiores preocupações consideradas no ambiente urbano é em relação 
ao seu crescimento. As taxas de crescimento populacional aumentam em uma 
velocidade alarmante. No Brasil, o índice de urbanização ultrapassou 75% no ano 
de 1990, com mais de 112 milhões de habitantes vivendo nas cidades.
Muitos fatores, como a migração e a industrialização, provocam o inchamento 
das cidades, principalmente em áreas periféricas, que na maioria das vezes não 
têm a infraestrutura urbana adequada. Ao chegarem às cidades, os emigrantes 
acentuam o aumento de ambientes degradados, vivem em situações precárias e 
acabam em espaços ilegais, como favelas ou em áreas de proteção ambiental e de 
mananciais; ocupam também espaços públicos, como viadutos, praças, etc.
A falta de investimento nas cidades implica diretamente os desequilíbrios do 
ambiente, levando à destruição os ecossistemas urbanos, com o agravamento de 
problemas ecológicos, como: a destruição das áreas de mananciais; a questão do 
lixo; as condições de moradia; poluições; etc.
O crescimento das cidades envolve os processos de urbanização e industrialização, 
a cultura, o surgimento de novas tecnologias, que são expressões claras de maneiras 
de apropriação e de acumulação do capital.
Podemos afirmar que a crise ambiental resulta do não conhecimento das leis da 
física e da entropia, levando a um crescimento e a uma produção sem fim. Assim, 
são as condições sociais e econômicas que inviabilizam uma cidade sustentável e 
não o crescimento da expansão urbana no sentido absoluto; a necessidade ilimitada 
da expansão dos lucros é que tornou o ambiente urbano refém da economia.
O conceito urbano, por sua vez, extrapola as questões territoriais e espaciais 
próprias do ambiente construído das cidades, envolvendo, além do meio 
físico, as formas e as articulações dos tecidos social e espacial (TSIOMIS apud 
YAMAWAKI et al, 2013). No espaço urbano, estão inseridos os elementos 
naturais e antrópicos.
Historicamente, a aproximação da ecologia e do urbano aconteceu sob dois 
aspectos, quando o meio ambiente começou a fazer parte da literatura destinada 
aos fenômenos urbanos e quando as cidades passaram a ser incluídas nos estudos 
teóricos ambientais. A consolidação definitiva do estudo da ecologia urbana se deu 
a partir do momento em que houve o estudo da aplicação dos princípios ecológicos 
no processo de planejamento das cidades. 
Esse conceito foi aplicado de forma pioneira em 1916 com um artigo publicado 
por Robert Ezra Park, mas foi apenas após meio século que essa associação voltou 
a ser estudada no sentidode se elaborar projetos urbanos. Em 1969, Ian McHarg 
publicou a obra Design with nature, em que analisa a cidade inserida no seu 
entorno natural, no sentido de buscar uma visão ecossistêmica de planejamento 
(YAMAWAKI et al, 2013).
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A partir de 1970, foram apresentados no livro Ecology, de Howard Odum, um 
clássico na área, vários conceitos da ecologia que passaram a ser utilizados nos 
estudos urbanos. O quadro a seguir reúne alguns desses conceitos aplicados no 
meio urbano:
Tabela 1
Conceito Aplicação no Ambiente Urbano
Ambiente de entrada e saída
A relação da cidade com o meio natural pode ser parcialmente 
compreendida pela avaliação dos elementos que entram e saem 
do ecossistema – fluxos de energia, de alimentos, de informação 
e geração de resíduos.
Reciclagem de nutrientes Resíduos urbanos devem ser vistos como fontes de recursos a serem reaproveitados.
Relação entre diversidade e resiliência
Cidades com maior variedade de sistemas (ex. infraestrutura 
bem diversificada e constituída) terão maior sucesso em se 
reestruturar diante dos distúrbios.
Capacidade de suporte
Sistemas urbanos afetam o ambiente natural circundante – a 
capacidade do meio de produzir recursos e assimilar desperdícios 
se altera, afetando a qualidade de vida nas cidades.
Metabolismo urbano
Os requerimentos metabólicos de uma cidade podem ser 
definidos como todos os materiais, as energias e as comodidades 
necessários para sustentar em sua dinâmica seus habitantes.
Fonte: DIAS (2002) apud YAMAWAKI ET AL (2013).
Podemos visualizar diversos pontos diferentes entre um ecossistema urbano 
e um ecossistema natural. Odum (1983) definiu a cidade como um sistema 
incompleto ou heterotrófico, dependente de grandes áreas externas para conseguir 
energia, alimentos, água e outros materiais. Diferenciada principalmente pelo seu 
metabolismo mais intenso, pela grande necessidade de insumos e pela maior e mais 
prejudicial produção de resíduos. No quadro a seguir vamos apresentar uma análise 
comparativa entre o ambiente natural e o urbano elaborado por Dias (2002) apud 
Yamawaki et al (2013):
Tabela 2
Elemento 
de Análise Ecossistema Natural Ecossistema Urbano
Energia
Ilimitada de energia: luz solar.
Não há acúmulo nem excesso de energia.
Nas cadeias alimentares, cerca de dez calorias 
de um organismo são necessárias para 
produzir uma caloria de outro (10:1).
Sustentado por fontes finitas de energia como 
os combustíveis fósseis.
O elevado consumo de combustíveis fósseis 
libera excesso de calor para a biosfera, 
provocando alterações na temperatura.
Nas cadeias alimentares, são necessárias 100 
calorias de combustível fóssil para produzir dez 
calorias de alimentos que geram uma caloria 
no homem (100:1).
Evolução
A evolução biológica adapta os organismos e 
o seu sistema de suporte aos processos que 
sustentam a vida.
A evolução cultural subordina os organismos e 
os sistemas de suporte da Terra aos processos 
que sustentam a tecnologia.
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UNIDADE Introdução à Ecologia Urbana
Elemento 
de Análise Ecossistema Natural Ecossistema Urbano
População
As dimensões populacionais são mantidas 
dentro dos limites estabelecidos pelos 
processos naturais, como oferta de alimentos, 
abrigo, relações de competição, entre outros.
As dimensões populacionais crescem tão 
rapidamente quanto podem aumentar a 
disponibilidade de alimento e abrigo, embora a 
carência desses elementos não seja limitadora 
ao crescimento; a seleção natural perde a força 
frente ao uso de medicamentos e eliminação 
de inimigos naturais.
Comunidade
Apresenta diversidade de espécies que vivem 
nos limites dos recursos naturais do local.
Tende a apresentar uma dispersão regular no 
ecossistema.
Tende a excluir a maioria das espécies e é 
sustentado por recursos provenientes do meio 
produtor circundante.
Tende à concentração em locais próximos a 
grandes corpos d’água que apresentam rede 
de serviços e oferta de trabalho.
Interação
As comunidades organizam-se em torno 
das interações e processos biológicos, 
os organismos interagem com grande 
variedade de outros organismos.
As comunidades são organizadas em torno 
de interações de funções e processos 
tecnológicos.
Equilíbrio
São governados por processos naturais de 
controle e equilíbrio, disponibilidade de luz, 
alimentos, água, oxigênio, habitat e a presença 
ou ausência de inimigos naturais e doenças.
São governados por um conjunto de 
competições de origem antrópica, cultural, 
ideológica, religiosa, econômica e legal; 
costuma desconsiderar os requerimentos 
necessários para a sustentação da vida que não 
seja humana.
Podemos considerar a cidade como um ecossistema em desequilíbrio dinâmico, 
que com a contínua ação humana vai se distanciando do ambiente natural. Mas 
podemos considerar o processo de urbanização como um experimento ecológico, 
onde novos conceitos são introduzidos em uma área determinada, de onde muitos 
outros ambientes naturais foram subtraídos.
A cidade é um local de consumo e que se encontra normalmente longe dos 
centros produtores vitais para seu sustento. Os excessos de consumo de energia, o 
acúmulo de resíduos e os poluentes fazem das cidades um sistema em desequilíbrio.
Esse panorama tornou o estudo dos fatores ambientais dentro do ambiente 
urbano uma necessidade, em função do possível esgotamento dos recursos naturais, 
do desequilíbrio dos ecossistemas e principalmente com a rapidez e intensidade que 
esses processos acontecem no ambiente urbano atual. As cidades são, sem sombra 
de dúvida, uma ameaça aos recursos ambientais.
Efetivamente, a aplicação dos conceitos ecológicos ao meio urbano se iniciou na 
década de 1990. Diversos países já incluíram em seus municípios planos diretores 
que buscam regulamentar os sistemas naturais e urbanos sob a perspectiva 
ecológica. Podemos citar o exemplo de Portugal, que criou a Estrutura Ecológica 
Urbana (EEU) com esse objetivo.
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A EEU visa criar um continuum naturale integrado ao espaço construído, 
buscando assegurar maior diversidade biológica e proteção aos sistemas 
fundamentais que contribuem para o equilíbrio das cidades. A estrutura 
consiste em um sistema formado por diferentes biótopos e por corredores 
que estabelecem ligações entre eles. Esses espaços podem ser naturais 
ou criados intencionalmente pelo ser humano e têm o objetivo de dar 
suporte à vida silvestre (MAGALHÃES, 2001, apud YAMAWAKI et al, 2013).
O conceito de corredor, chamado de corredor de biodiversidade ou ecológico, 
foi desenvolvido tendo como principal objetivo o meio natural, mas vem sendo 
aplicado também nos meios rurais e urbanos. Os corredores são áreas de 
vegetação que têm a função de atuar na conectividade entre os habitats, para 
facilitar a circulação de espécies no ambiente. A presença de árvores ou um rio na 
paisagem urbana podem servir como corredores e são ferramentas importantes 
no planejamento urbano. A arborização pode ser planejada com a intenção de 
contribuir para a biodiversidade em ambientes construídos. Para que isso aconteça, 
são importantes as avaliações da flora existente, permitindo diagnóstico da área e 
um plano de arborização viária específico para cada município.
Figura 1 - Corredores Verdes Urbanos
Fonte: iStock / Getty Images
Os corredores verdes não necessariamente precisam de um formato linear e 
ininterrupto. A conectividade entre áreas verdes isoladas no ambiente urbano 
pode ser através de trampolins, que são estruturas que consistem em seguimentos 
descontínuos de vegetação e funcionam no sentido de reduzir as distâncias entre 
fragmentos maiores de vegetação.
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UNIDADE Introdução à Ecologia Urbana
A Estrutura Ecológica Urbana (EEU)
A implementação da EEU, mesmo onde não haja condição para o estabele-
cimento de continuidade física dos elementos naturais, é muito importante para a 
cidade e para manter a variedade de vegetais e animais que existem no ambiente 
urbano, como a população de avifauna que vive nas cidades.
Um dos objetivos específicos daimplantação da EEU é o de criar, em um espaço 
predominantemente impermeável, uma interface entre o subsolo e a atmosfera, 
onde as trocas de água, de produtos gasosos e de nutrientes possam ter lugar 
(MAGALHÃES, 2001, apud YAMAWAKI et al, 2013). Isso mostra outro aspecto 
da importância do emprego dos princípios ecológicos na gestão urbana, pois muitos 
elementos são fundamentais no manejo de questões relacionadas à infraestrutura, 
como o controle da poluição de ar, solo e água nas cidades.
A EEU apresenta também outro papel fundamental, que é a educação ambiental 
da comunidade. O contato com a natureza e a sensibilização em relação às questões 
ambientais na sua cidade estimula uma cultura de preservação, e a EEU passa a 
desempenhar também um papel social.
Propostas que unem os componentes ecológicos e as questões sociais ajudam a 
fortificar os resultados nas questões ambientais urbanas. A gestão e a manutenção 
do componente natural nos ambientes urbanos envolvem os princípios que são 
valorizados pela classe política, pelos executores, pelos planejadores e por todos 
os cidadãos.
A conscientização da questão da ecologia urbana necessita que aspectos sociais 
sejam associados aos biológicos, envolvendo a interdisciplinaridade, para que se 
desenvolvam projetos e soluções adequadas ao desafio do planejamento e gestão 
das áreas urbanas.
Atualmente, a ecologia urbana está consolidada como linha de estudo científico, 
agregando as várias áreas do conhecimento com procedimentos metodológicos e 
modelos provenientes das ciências sociais e biofísicas. O estudo da fauna e da flora 
que ocupam os ambientes construídos pelo homem sob o tema da biodiversidade é 
um assunto de relevância nas análises que buscam estimar o grau de complexidade 
existente nos ecossistemas urbanos e a qualidade ambiental desses espaços. 
(YAMAWAKI et al, 2013).
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A paisagem na cidade
Podemos definir paisagem como tudo aquilo que se vê. O ambiente urbano é 
composto por casas, prédios, ruas, lojas, igrejas, indústrias, árvores, pontes, rios, 
etc. A malha urbana da cidade pode ser configurada de várias formas e muitas vezes 
hipertrofiada e sem condições de atender condições mínimas de infraestrutura, a 
paisagem é quem revela o desequilíbrio em diferentes ambientes.
Santos, apud Barbosa, 2009, explica que paisagem é tudo aquilo que se vê. 
Porém, ela existe em função do processo histórico diferenciado, embora coexistindo 
com o instante atual. A paisagem, portanto, não é espaço, mas apenas o momento; 
é uma parte, mas não a totalidade.
A paisagem não é apenas física, inclui também elementos culturais. O homem, 
com sua forma de produção, vem alterando significativamente a paisagem, 
tornando-a cada vez mais artificial.
Figura 2 - Curitiba (PR) considerada uma cidade com planejamento ecológico
Fonte: iStock / Getty Images
Considerações Finais
O ambiente construído pelo homem com conforto e tecnologia não constitui um 
ecossistema equilibrado e sustentável. O desenvolvimento das cidades, sem dúvida, 
apresenta condições essenciais ao nosso bem estar, como acesso à educação, à 
saúde, ao trabalho e lazer, mas observamos que a qualidade de vida nesse modelo 
que criamos diminui significativamente quando nos afastamos do ambiente natural.
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UNIDADE Introdução à Ecologia Urbana
Por isso, áreas com vegetação contribuem de inúmeras maneiras para o 
ambiente urbano, trazendo benefícios que incluem desde a qualidade do ar, clima 
e manutenção da biodiversidade até questões relativas à saúde física e mental 
do ser humano. A arborização e demais formações vegetais são fundamentais, 
tanto no ambiente natural como no construído. As copas das árvores atenuam 
a velocidade com que a água da chuva chega ao solo, permitindo a infiltração 
gradual no terreno, prevenindo as erosões. As matas ciliares conservam as 
encostas dos rios, funcionam como habitats para um grande número de espécies, 
diminuem a temperatura através do sombreamento e tiram impurezas dos rios 
através da filtração pelas raízes. Melhoram a qualidade da água e os custos do 
tratamento diminuem.
A espécie humana tem sido capaz de resolver muitos problemas, das mais 
diversas ordens e magnitudes; no entanto, neste momento, o maior desafio 
é seguir em direção à sustentabilidade, o que exige um rompimento com os 
paradigmas atuais de desenvolvimento utilizados até agora. Construir um 
ambiente equilibrado e saudável será possível no momento em que o ser humano 
aproximar-se da natureza.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
TV NBR. Curitiba é referência nas áreas de transporte urbano, turismo e ecologia urbana
https://youtu.be/fGae8Guyh_E
MARATONA DE ATUALIDADES. Meio ambiente (parte 3) – Lixo urbano
Videoaula com o Prof. Guilherme Lemos. Duração: 13 minutos e 06 segundos. Acesso em: 05 nov. 2015. 
Disponível em: https://youtu.be/Fb4T2vhThXY
ARQPB. João Pessoa – planejamento urbano e meio ambiente. 
Entrevista com o arquiteto Marcos Suassuna em 14 de abril de 2011, Duração: 10 minutos e 49 segundos. 
Acesso em: 05 nov. 2015.
Disponível em: https://youtu.be/nDVzq39q3H4
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https://youtu.be/fGae8Guyh_E
https://youtu.be/Fb4T2vhThXY
https://youtu.be/nDVzq39q3H4
UNIDADE Introdução à Ecologia Urbana
Referências
YAMAWAKI, Y.; SALVI, L. T. Introdução à gestão do meio urbano. Curitiba: 
Intersaberes, 2013.
BARBOSA, V. L.; NASCIMENTO, A. F. Paisagem, ecologia urbana e planejamento 
ambiental. In: Geografia (Londrina), v. 18, nº 2, 2009.
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