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PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS (PEIM) AULA 2: O que é PEIM? O PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS (PEIM) consiste na injeção de um produto químico dentro dos microvasos e telangiectasias. Breve revisão sobre a disfunção estética As telangiectasias ou “vasinhos” se formam na pele porque as vênulas recebem uma maior quantidade de sangue, e para acomodar este sangue extra se dilatam e ficam visíveis. As válvulas venosas ficam prejudicadas e o sangue volta permitindo a dilatação anormal da veia. Como surgem os microvasos? Divisão do sistema venoso: Sistema venoso superficial Sistema venoso profundo Alteração no funcionamento das válvulas Prejuízo no retorno venoso Dilação de vasos superficiais Por que os microvasos surgem? • Pré-disposição familiar; • Predominante no sexo feminino; • Terapia hormonal (estrógenos); • Posição ereta prolongada; • Exposição a fontes de calor; • Insuficiência venosa; • Traumas; • Sobrepeso; • Obesidade. Classificação de Francischelli • Tipo 1 (IVIPE): INSUFIÊNCIA VENOSA DE IMPORTANCIA PREDOMINATEMENTE ESTÉTICA Varizes pequenas telangiectasias (vasinhos), veias reticulares (microvasos); Fonte: http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_1.htm http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_1.htm Classificação de Francischelli • Tipo 2 (IVIFE): INSUFIENCIA VENOSA DE IMPORTANCIA FUNCIONAL E ESTÉTICA. São um problema de saúde (funcional) como um problema de aparência (estética); Fonte: http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_2.htm http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_2.htm Classificação de Francischelli • Tipo 3 (IVFA): INSUFICIENCIA VENOSA FUNCIONAL ASSINTOMATICA. São um problema de saúde (funcional) sem que o paciente tenha preocupações estética e que ainda não apresentam complicações; Fonte: http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_3.htm http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_3.htm Classificação de Francischelli • Tipo 4 (IVFS): INSUFICIÊNCIA VENOSA FUNCIONAL SINTOMÁTICA. A doença (funcional) está presente, sem que o paciente esteja preocupado com a aparência (estética) . São pacientes onde o problema está presente há longo tempo, sem tratamento, e que já apresentam complicações. Fonte: http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_4.htm http://www.angiologista.com/os_tipos_de_varizes_tipo_4.htm Veias reticulares • São maiores, e se apresentam como trajetos longos, azulados, e estão sob a pele, mas a ela intimamente relacionadas. • É muito frequente a associação de telangiectasias da face lateral da coxa, com estas veias reticulares que se estendem para a região lateral do joelho e atinge até a perna. • Apesar de ser um problema de saúde, uma doença, estas pequenas veias não causam riscos imediatos, sendo um problema que atinge mais a autoestima do paciente. PEIM: Indicação na Estética Consolidando a definição: MICROVARIZES: veias dilatadas de fino calibre (2 a 4 mm) e de localização subcutânea. MICROVASOS/TELANGIECTASIAS: capilares de fino calibre (1 mm), avermelhados ou arroxeados, e de localização dérmica. BRASÍLIA, 2015. Art. 1º - Definir que o procedimento estético injetável para microvasos com o uso, exclusivamente, da Glicose 50% e 75%, na quantidade máxima de 10 ml por sessão, poderá ser realizado por Biomédicos estetas habilitados. Art. 3º - Fica vedado ao Biomédico o procedimento de varizes que se enquadram no tipo II, III e IV de acordo com a Classificação de Francischelli, considerando, ainda, que é dever de todo profissional da saúde a integração multidisciplinar, em que se deve encaminhar o paciente para o médico. TIPO I Classificação das Telangiectasias Origem do termo: Tele: longe, Angio: vaso Ectasia: dilatação Portanto, dilatação do vaso distante (pele) Simples Arborizada Aracneiforme Pápulas Vantagens do PEIM • Baixo custo • Sessões realizadas em consultório • Retorno às atividades normais rapidamente Outras técnicas: • Luz Intensa Pulsada (LIP) • Laser Nd:YAG long pulse Contraindicações • Doença arterial periférica • Antecedente de trombose venosa profunda (TVP) • Diabetes descompensado • Alérgicos à anestésico (não usar anestésico) • Processo infeccioso • Doenças graves (insuficiência renal, hepática e cardíaca) • Patologia oncótica ativa e de sobreaviso • Gestação (período varicogênico por excelência) PEIM: Mecanismo de ação Agentes esclerosantes injetados na luz do vaso Lesão do endotélio Agregação plaquetária e reação fibrótica Oclusão e reabsorção do vaso Esclerosantes osmóticos • Solução hipertônica => célula endotelial desidrata => lesão => colaba vaso • Ação: de 30min a 4 dias • Líquido viscoso • Não-alergênico • Armazenamento a temperatura ambiente Glicose hipertônica 50 e 75% Esclerosantes osmóticos A glicose é o agente esclerosante mais viscoso, chegando a ser extremamente lenta a sua injeção. A glicose hipertônica (glicose 75% - glicose com alta concentração de soluto) apresenta ação lenta de 30 minutos a 4 dias, sendo considerada mais suave e menos capaz de produzir grandes descamações quando comparada aos agentes esclerosantes do tipo detergentes (por serem fluidos e fáceis de injetar em alto fluxo, provocam maiores descamações). Glicose 50 e 75% A aplicação da glicose 75% pode provocar reações de dor, ardência local e cãibras, tais sintomas desaparecem rapidamente (menos de 5 minutos). Este líquido provoca uma alteração nas células da parede do vaso fazendo com que ele desapareça e seja reabsorvido. Quando o líquido continua na circulação e atinge os vasos maiores é diluído pelo sangue e perde a concentração e, portanto, o efeito. Minimizando os efeitos indesejáveis. Outros esclerosantes • OSMÓTICOS: Glicose hipertônica • DETERGENTES: Polidocanol, Etanolamina • IRRITANTES QUÍMICOS: Glicerina cromada Glicose 50% e Glicose 75% Mais seguro com relação a alergia, menor risco de hipercromia quando injetadas fora do microvasos. Opcional: lidocaína 1 mL (alivio da dor) bolsa de gelo no local da aplicação (alivio da dor) Materiais necessários • EPIs • Seringas (5, 3 ou 1ml) • Agulha 30 1/2G • Algodão/gaze • Álcool ou clorexidina • Micropore ou blood stop • Glicose 50 ou 75% para uso I.V Orientações para realização do PEIM • Avaliação ortostática e em decúbito; • Na anamnese buscar presença de contraindicações ao procedimento; • Tendência a hiperpigmentar, diabetes, alterações de coagulação, contraceptivo e/ou terapia hormonal; • Termo de consentimento; • Registro fotográfico. O antibiótico Minociclina produz hiperpigmentação pós escleroterapia por provável interferência na degradação de hemossiderina. Protocolo e intervalo entre sessões • Antissepsia com álcool 70% ou clorexidina; • Aplicação lenta (0,1 a 0,3mL/punção) – visual; • Compressão pontual (evitar equimose); • Micropore ou blood stop (remover após 2h); • Realizar sessões com intervalo de 21 a 28 dias; • 3 a 10 sessões (sempre reavaliar a resposta após as sessões). Orientações para reduzir a dor Para áreas como: pés, tornozelo e interno do joelho: • Trocar a agulha com frequência; • Interromper a injeção quando observar extravasamento; • Acrescentar lidocaína (pouco efeito e ↑ chance de alergia); • Anestésico tópico – não tem efeito; • ↓ temperatura: - local (vasoconstricção) 1,5 min. - do esclerosante (Crioescleroterapia: equipamento/cilindro - 40°C/gelo seco). Orientações gerais para o procedimento Local de realização Clínica Repouso Não há Tempo de procedimento 30 a 60 minutos Retorno para as atividades domésticas Imediato Retorno para as atividades profissionais Imediato Retorno para as atividades esportivas 1 dia Restrição de sol Sim Custo Baixo Orientações pós procedimento • NÃO FAZER EXERCÍCIO DE IMPACTO – após 1 dia • EXERCÍCIO LEVE – após 1 dia • NÃO TOMAR SOL – equimoses/roxos • SE APARECER EDEMA – meia de compressão • Injeçãode volumes excessivos de esclerosante; • Injeção fora do microvaso; • Pressão exagerada na punção → Pode levar a uma inflamação perivascular extensa, estimulando o processo de angiogênese (mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes) → Angiogênese pós escleroterapia. Falhas na técnica Complicações com a técnica • Hiperpigmentações; • Recidivas; • Telangiectasias secundárias; • Não desaparecimento; • Edema temporário; • Urticária; • Bolhas (compressão por faixas ou esparadrapo); • Necrose (úlcera); • Flebite (inflamação nas veias). Referências • BRASÍLIA, Conselho Federal de Biomedicina. NORMATIVA CFBM N° 003/2015, DE 05 DE NOVEMBRO DE 2015. • Belczak, Cleusa Ema Quilici; Godoy, José Maria Pereira de; Belczak Neto, João; Cunha, Andréia Gineste Pedro da; Belczak, Sergio Quilici. Variação da glicemia após sessão de escleroterapia realizada com 10 ml de glicose hipertônica a 75 por cento. J. vasc. Bras.;3(2):127- 130, jun. 2004. • Bertanha M, Sobreira ML, Pinheiro CEP Fo, et al. Polidocanol versus hypertonic glucose for sclerotherapy treatment of reticular veins of the lower limbs: study protocol for a randomized controlled trial. Trials. 2014;15(1):497. • Brandão, M L; Mustafá, A M M; Costa, J L. Glicose como causa e tratamento de necrose cutânea. J Vasc Bras., Out.-Dez.; 17(4):341- 347, 2018. • Yiannakopoulou E. Safety concerns for sclerotherapy of telangiectases, reticular and varicose veins. Pharmacology. 2016;98(1-2):62-9.
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