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Cereais e Leguminosas Prof. Dra. Nathália Rodrigues Doutora e Mestre em Tecnologia de Alimentos CEREAIS São grãos que provêm das gramíneas, cujas sementes dão em espigas. CEREAIS FOOD OUTLOOK OCTOBER 2014 arroz selvag em APROVEITAMENTO INDUSTRIAL DOS CEREAIS Cevada - maltose: utilizada na fabricação de cervejas. Farinhas para fabricação de massa, pães e outros produtos alimentícios Óleo de milho Amidos VALOR NUTRICIONAL Fontes de carboidratos- amido Grão integral x processo industrial Retirada de casca (fibrosa e indigesta -> fonte de fibras) Remoção de gérmen (rica em vitamina E e complexo B) Sobra -> AMIDO Proteínas – deficientes em lisina, treonina e triptofano Associação com leguminosas completa perfil protéico Proporção adequada: 3 partes de arroz para 1 parte feijão Glúten -> gliadina e glutenina, forma malha elástica importante durante panificação Vitaminas complexo B VALOR NUTRICIONAL Arroz ARROZ (Oryza sativa) Um dos cereais mais produzidos (2° lugar) e consumidos no mundo 250 mil espécies catalogadas Importância econômica Adaptado a solos alagados e não alagados ARROZ Cereal básico de diversas civilizações Arroz polido Arroz parbolizado Arroz instantâneo Arroz selvagem Arroz integral Arroz arbório Farinhas, bolos, biscoitos, mingau, doces, bebidas (saquê) LEGISLAÇÃO MAPA Instrução Normativa n°6, 16/02/2009→ Aprovar o Regulamento Técnico do Arroz, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, na forma dos Anexos à presente Instrução Normativa. Arroz polido Grão curto: comum “empapar” durante preparo -> arroz doce Grão médio: não “empapa” com frequência -> doces ou salgados Grão longo: preparo correto, proporção de água, não empapa ARROZ PROCESSAMENTO TÉRMICO Por que refogar: Proteção de capa de gordura em volta do grão retarda rompimento da película externa -> impede excesso de gelatinização Arroz para dieta branda: utiliza 3x mais água que necessário ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO Casca→ 20% do peso do grão. Cariopse→ 5-8% da massa do arroz integral Descascagem-- separa-se a casca da cariopse (arroz integral). CARIOPSE + CASCA= GRÃO Ptns e Lip 2 a 3% do arroz Amido 89 a 94% do arroz Tipos Branco/ Polido Integral Parboilizado • Sofre descascamento • Ausência da casca • Maior valor nutricional • Tempo de cocção • Retirada das demais camadas por atrito • Pericarpo, tegumento, aleurona e embrião • Melhoria de sabor, visual e textura • Casca- imersão em água em T> 58°C- descascamento e polimento • ↑ rendimento/ gelatinização total ou parcial • Incorpora nutrientes EMBRAPA, 2006 ᵞ-Orizanol (antioxidante) Descascador Arroz instantâneo Grão, após beneficiamento, é cozido e água evaporada -> leva a menor tempo de cocção Arroz selvagem Gramínea aquática, grão longo e escuro, sabor amendoado Alto valor nutritivo, alto teor de proteínas e vitaminas do complexo B Arroz integral Grão onde apenas casca é removida -> mantém farelo e maior teor nutritivo, vitaminas e fibras. Tempo de cocção maior pois farelo forma barreira para incorporação de água ARROZ Arroz Vermelho Arroz Parboilizado Arroz Basmati Arroz Tailandês Arroz Selvagem Arroz Japonês Arroz Agulha Arroz Integral A DIVERSIDADE DO ARROZ Arroz arbório Variedade italiana, grãos redondos e brancos. Típico de risoto por incorporar maior teor de água ARROZ SELVAGEM ARROZ ARBÓRIO ARROZ Macronutrientes Proteínas Teor variável (4,3 a 18,2%) Limitante no aa essencial LISINA Fonte de METIONINA Lipídeos Camada de aleurona, embrião e endosperma Maior [ ] no gérmen Arroz integral (↓ com polimento) Ácidos Graxos Palmítico Oléico Linoléico Óleo do farelo do arroz Complexo B e a-tocoferol (vitamina E); Maior [ ] nas camadas externas do grão: tiamina, riboflavina, niacina e a-tocoferol, **farelo; Polimento → ↓ [ ] Vitaminas Compostos Fenólicos Ácidos fenólicos→ ácidos ferúlico e cumárico; Pericarpo vermelho e preto→ antocianinas; Ácido caféico, gálico, e clorogênico; Pericarpo, sendo a maior parte removida durante o polimento (TIAN et al., 2004); (TIAN et al., 2004; ZHOU et al., 2004; MORIMITSU et al., 2002) Maior atividade antioxidante nos grãos integrais DERIVADOS DO ARROZ BENEFICIAMENTO Gera produtos derivados do arroz Centenas de outros produtos Casca Farelo Óleo Grãos Quebrados Grãos Inteiros DERIVADOS DO ARROZ Farinha Óleo • 20% do farelo e 0,8% no grão • Ácidos oleico, linoleico, palmítico Farelo • Ração animal • Suplementos de fibras alimentares • Alta durabilidade Casca • Abrasivo/ combustível • Alto teor de Si • Rápida digestão • Indicada para alimentos com fins especiais • Tecnologicamente não é desejável • Produtos light Trigo TRIGO Grão Consumido cozido Farelo, gérmen ou óleo do gérmen Farinha de trigo Integral: moagem do grão inteiro de trigo Branca: moagem de grãos sem farelo e sem gérmen Trigo sarraceno Consumido como grãos cozidos, não é apropriado para pães, pois não tem glúten TRIGO Triguilho Grão integral, pré-cozido, seco e moído Hidratação TRIGO Sêmola Moagem incompleta Partes nobres Massa fresca e seca Semolina Intermediário entre a Sêmola e as farinhas AVEIA Rica em fibras (beta-glucanas) Associadas à redução do colesterol Vitaminas do complexo B e vitamina E Cálcio, ferro, proteínas Formas de apresentação: Flocos e flocos finos, farelo Bolos, biscoitos, mingau, adicionada à frutas e vitaminas, tortas salgadas e doces AVEIA (Avena sp.) Cereal da família das gramíneas Nutricionalmente superior Está em evidência pelo alto poder de sua fibra solúvel (β- glucana) APLICAÇÕES Grãos para consumo Cosméticos e indústria química Consumo animal Adubação Antioxidante e estabilizante- Prod. Lácteos Cascas Fermentação de furfural/ refino EMBRAPA TRIGO, 2012 Fibra Solúvel e a ↓ de colesterol, risco de DCV e glicemia Teor e qualidade proteica Ácidos graxos insaturados Funcionamento intestinal Estímulo à funções imunológicas Aveia como um alimento funcional Branca (Avena sativa L.) Preta (Avena strigosa) Alimentação animal e humana + exigente em fertilidade do solo Não apresenta qualidade industrial Escura, menor tamanho, menor rendimento EMBRAPA Agropecuária Oeste, 2000 PRODUTOS DA AVEIA Farinha Farelo • Obtido da casca dos grãos • Rico em fibras sol e insol Flocos • Grãos inteiros e prensados • Versão completa • Finos ou grossos • Moagem da parte interna • Descarta as Fibras e mantém CH e ptns CENTEIO Rica em vitaminas do complexo B Ferro, manganês, zinco, cobre e potássio Contém glúten em quantidade menor que o trigo, sendo necessário adicionar quantidades extras para panificação PRODUTOS DO CENTEIO Farinha Flocos • Moagem do grão com casca Cevada Rica em cálcio, fósforo e potássio Utilizada para manufatura de pão antes da domesticação do trigo Utilizada no preparo de cerveja CEVADA Quinoa Amaranto Spelt Milheto Kamut CEREAIS ALTERNATIVOS SPELT AMARANTO QUINOA MILHETO KAMUT CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS Glúten Proteína presente no trigo, centeio, cevada, aveia Composta de glutenina e gliadina Forma complexo elástico quando mistura com a água Essencial para preparo de pães Amido Polissacarídeo , composto por moléculas de glicose Presente na forma de grânulos Cor branca, insolúvel em água, sem sabor AMIDO Gelatinização Dextrinização Retrogradação CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS Grânulos de amido: Insolúveis Absorção reversível Incham e retornamao tamanho original Aquecimento + Água Inchaço, Perda da Cristalinidade, Lixiviação da Amilose GELATINIZAÇÃO Quando exposto ao aquecimento, na PRESENÇA de água, grânulo de amido vai aumentando de volume GELATINIZAÇÃO DEXTRINIZAÇÃO Hidrólise do amido a partir de aquecimento prolongado Rompimento gradativo das membranas que envolvem o grão, liberando dextrina Dextrina -> semi-solúvel Dextrinização AUMENTA digestibilidade, muito usada em fórmulas infantis LEGUMINOSAS DEFINIÇÃO “Grãos contidos em vagens, ricos em tecido fibroso” Valor nutricional 23% PTNs 50% Amido 2-5% Celulose 7-12 mg Fe Vits B MULATINHO ROXINHO BRANCO JALO ROSINHA VERDE RAJADINHO CANÁRIO PREPARAÇÕES FEIJÃO PREPARAÇÕES Preto Feijoada, sopa Roxinho Salada, sopa, acompanhamento Fradinho Acarajé, abará, acompanhamento Mulatinho Acompanhamento, feijoada, feijão tropeiro, tutu Branco salada, em cozidos Jalo Sopa, salada Rosinha Acompanhamento Verde Acompanhamento, baião-de-dois TIPOS Valor Nutricional 5% Ptns 14% Ch 9% Fibras Feijão Américas Diversificação Preto; Carioca Tutu Feijão Tropeiro TIPOS Valor Nutricional 5% Ptns 14% Ch 8% Fibras Feijão de Corda ou Fradinho América do Sul Acarajé, Abará Abará Acarajé TIPOS Feijão azuki: mais arredondado, cor avermelhada Valor Nutricional 6% Ptns 17% Ch 8% Fibras Lentilha (“lente”) Verde Vermelha Amarela TIPOS Valor Nutricional 6% Ptns 17% Ch 8% Fibras Grão de bico Origem Himalaia Evilha de galinha, de bengala Aproveitamento integral TIPOS Valor Nutricional 20% Ptns 60% Ch 12% Fibras Soja + 2500 variedades Produtos TIPOS Valor Nutricional 16% Ptns 10% Ch 8% Fibras SOJA GRÃO Remolho Trituração Cocção Coar Resíduo Secagem ÓLEO Coalho TOFU Proteína Texturizada FARINHA Ervilha Origem Mediterrânea Seca ou Verde Variedades (torta/ debulhar) TIPOS Valor Nutricional 8% Ptns 14% Ch 10% Fibras TIPOS Fava Feijão-fava Ásia e África Verde OU Seca Hortaliça Valor Nutricional 8% Ptns 20% Ch 6% Fibras TIPOS Feijão Branco Sopas/ pratos vegetarianos Valor Nutricional 10% Ptn 27% Ch 7% Fibra TIPOS Amendoim Brasil, Bolívia, Paraguai > teor Gordura e Amido Valor Nutricional 27% Ptns 44% Lip 20% Ch 8% Fibra Ács Oleico e Linoleico TIPOS Tremoço Sem valor agrícola Petisco/ conserva Aminoácidos neurotóxicos e alcalóides Lupanina Remolho 12 h/ cozimento Alto custo/ Sódio Valor Nutricional 16% Ptns 2% Lip 8% Ch 5% Fibra PREPARAÇÕES Leguminosas Preparações Ervilha Saladas, recheio de torta, omelete, sopa-creme, acompanhamento de carnes e peixes Lentilha Sopas, cozida, salada, acompanhamento de arroz Grão de bico Refogado, purê, massa de croquete, salada, cozido, sopa, torrado, hummus, doces Fava Cozida, saladas, com arroz Amendoim Pé de moleque, paçoca, frango xadrez, torrado (doce e salgado), coberto de chocolate, pasta ou manteiga de amendoim TÉCNICA DE PREPARO Cocção- maciez; digestibilidade; sabor Calor seco ou úmido AMENDOIM Ebulição simples- 2 a 3 h Pressão 2 a 3: 1 Fitatos- inibe absorção de minerais Inibidores de proteases (tripsina) Lectinas (glicoproteínas) -> ação aglutinadora Oligossacarídeos: rafinose, estaquiose TÉCNICA DE PREPARO FATORES ANTINUTRICIONAIS REMOLHO Remolho de 02 minutos, Fervura de 2 minutos- 100ºC Água quente 1 h T amb- 10 a 14 h COCÇÃO Atenção!!!!!!!!!!!!! O fator de cocção deve ser de no mínimo 3. Fator de cocção acima de 5 representa um aumento na quantidade de caldo e uma diluição dos nutrientes da preparação. INDICADORES Fator de Correção (FC) – peso de feijão sujo (PB) / peso do feijão após limpar sem lavar (PL) . Índice de reidratação (IR) – peso do feijão escorrido após o remolho / PL Índice de absorção (IA) – peso do feijão cozido sem o caldo / PL Fator de cocção (FCC) – peso do feijão cozido com caldo / PL PER CAPITA: feijão cru para adultos – 25 a 45g EXERCÍCIOS 1- Para cocção de 50 Kg de feijão limpo, o fator de cocção é igual a 2,5 e a porção do alimento pronto é 200 g. Qual o peso do alimento pronto e número de porções a serem servidas aos clientes? EXERCÍCIOS 2- Calcule o volume de água absorvido durante o remolho, por 5,0 kg de uma leguminosa, sendo que a mesma apresenta índice de reidratação de 1,5 e índice de absorção de 3,0. Após o processo de remolho, a massa aferida foi de 7,5 kg: EXERCÍCIOS 3- 1 kg de feijão foi submetido ao processo de seleção e limpeza. Em seguida, foi pesado e obteve-se 920 g. Essa massa foi submetida a remolho, e em seguida, a água foi desprezada e pesou-se novamente a massa de feijão, obtendo-se 1,2 kg. Este feijão foi levado à cocção, e depois de pronto seu rendimento foi de 2,5 kg, sendo que 1,8 kg constituiu apenas a massa de feijão cozido sem caldo. Com base nessas informações, calcule o Fator de correção, o índice de reidratação, índice de absorção e fator de cocção: EXERCÍCIOS 4- Se para o exemplo anterior, 10 pessoas consumirem este feijão, qual é a porção? Qual é o per capita?
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