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Preparação do Licor Branco

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PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
PROF.: DANIEL SATURNINO
INTRODUÇÃO
Esta parte do curso é focada na:
• Hidratação da cal “virgem”
• Caustificação do licor verde
• Preparação do licor branco
• Clarificação
• Filtração
• Tratamento da lama de cal
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• O processo de obtenção do licor branco a partir 
do licor verde passa por três etapas principais:
• Mistura dos reagentes principais no reator de hidratação 
da cal “virgem” (slaker) e envio da mistura para os tanques 
de caustificação até atingir a conversão desejada
• Separação da lama de cal do licor branco formado 
através de clarificadores ou sistemas de filtro
• Lavagem e drenagem da lama de cal para posterior 
calcinação no forno de cal
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
HIDRATAÇÃO DE CAL 
“VIRGEM”
• O processo de hidratação da cal virgem consiste 
na reação exotérmica
𝐶𝑎𝑂 𝑠 + 𝐻2𝑂 → 𝐶𝑎 𝑂𝐻 2 + ∆
onde ocorre a formação de hidróxido e a liberação 
de 65 kJ/mol CaO de calor.
• Em paralelo a reação de caustificação começa a 
ocorrer
𝑁𝑎2𝐶𝑂3 + 𝐶𝑎 𝑂𝐻 2 𝑠 ↔ 2𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝐶𝑎𝐶𝑂3(𝑠)
• De acordo com medições na maior parte dos 
processos, a conversão desta reação atinge 70% 
ainda dentro do reator de hidratação de cal 
HIDRATAÇÃO DE CAL 
“VIRGEM”
• Ambas reações ocorrem dentro de um reator 
conhecido como “hidratador”/classificador
• O desenho de tal equipamento permite que ele 
não somente forneça tempo de residência para as 
reações ocorrerem, mas também atue como um 
separador de substâncias insolúveis ou “grits”
• “Grit” é primariamente composto de carbonato de 
cálcio com pequenas porções de óxidos de silício 
e alumínio
HIDRATAÇÃO DE CAL 
“VIRGEM”
HIDRATAÇÃO DE CAL 
“VIRGEM”
• Durante o processo de hidratação, o calor gerado 
na reação deve ser distribuído através de vigorosa 
agitação para evitar superaquecimento local
• Uma reação típica de hidratação dura cerca de 10 
a 30 minutos dependendo da qualidade da cal
• A cal não-reagida e outros produtos insolúveis 
formados por NPEs (grits) vão para o fundo do reator 
e são removidos por parafusos classificadores
• Vapores liberados do slaker são lavados e enviados 
de volta ao equipamento ou para os lavadores de 
cal
HIDRATAÇÃO DE CAL 
“VIRGEM”
• Problemas notados durante a hidratação:
• Agitação insuficiente do conteúdo do “slaker”
• Alta temperatura do licor verde (>95 C)
• Flutuações na vazão de licor verde
• Excesso de cal
• Qualidade da cal
• Espera-se um teor de carbonato residual na faixa de 2 a 3%
• Teores menores que 1% indica uma cal pouco reativa
• Teores residuais maiores que 4% dificultam a separação da lama
• Alto teor de impurezas
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• O processo de caustificação do licor verde possui 
dois objetivos principais
• Produzir licor branco em condições de temperatura e 
concentração apropriadas com mínimas quantidades de 
químicos não-reativos
• Preparar lama de cal seca e limpa para ser calcinada no 
forno de cal para reuso no processo à um gasto energético 
mínimo
• A quantidade de licor branco necessária depende 
da carga de álcali efetivo no cozimento
• Este valor está entre 3,5 e 4 m3 licor/adt o que leva 
a uma planta de caustificação que pode produzir 
de 8000 a 10000 m3 de licor branco por dia
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• A reação de caustificação é limitada pelo equilíbrio 
da reação química
• Embora a conversão da reação no “slaker” já atinja 
70%, é importante levar esta conversão ao maior 
valor possível
• Contudo os restantes 10-15% de conversão precisam 
de mais tempo, uma vez que a cinética da reação 
é bem mais lenta nesta faixa
• O equilíbrio da reação ainda sofre influência da 
qualidade da cal que é adicionada ao processo
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• Essa redução da velocidade da reação explica-se 
pelo fato do CaCO3 encapsular partículas de cal 
que ainda não reagiram
• Como consequência os íons carbonato e hidroxila 
têm que difundir por uma camada cada vez maior 
de carbonato de cálcio
• Esse modelo chamado de redução de núcleo, 
consegue explicar em grande parte o porquê da 
redução na velocidade da reação de caustificação
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• O licor passa então por 
cerca de 3 tanques com 
agitação onde o licor 
reside por entre 30 e 60 
minutos e a conversão 
aumenta entre 10 e 15%
• Cada tanque de 
caustificação possui três 
câmaras montadas 
verticalmente com 
presença de agitação
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Dentre as variáveis de 
interesse que usa-se 
medir no licor branco 
tem-se:
• NaOH, expresso em g 
Na2O/L
• Na2S, expresso em g 
Na2O/L
• Na2CO3, expresso em g 
Na2O/L
• Sólidos suspensos totais, 
expresso em mg/L
• Temperatura, em °C
• Densidade, em kg/L
Composto Conc.
gNaOH/L
Conc.
gNa2O/L
Conc.
g/L
NaOH 95 73,6 95
Na2S 40 31,8 39
Na2CO3 23 17,8 30,5
Na2SO4 4 3,1 7,1
Na2S2O3 2 1,6 4
Na2SO3 0,5 0,4 0,8
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Outras unidades de interesse para caracterizar o licor 
branco incluem:
• Álcali ativo (AA) = [NaOH]+[Na2S]
• Álcali efetivo (EA) = [NaOH]+½[Na2S]
• Álcali total titulável (TTA) = [NaOH]+[Na2S]+[Na2CO3]
• Sulfidez (S) = [Na2S]/AA ou [Na2S]/TTA
• Causticidade = [NaOH] / ([NaOH]+[Na2CO3])
• Eficiência de caustificação (CE) = 
𝑁𝑎𝑂𝐻𝐿𝐵 −[𝑁𝑎𝑂𝐻𝐿𝑉]
( 𝑁𝑎2𝐶𝑂3𝐿𝐵 + 𝑁𝑎𝑂𝐻𝐿𝐵 − 𝑁𝑎𝑂𝐻𝐿𝑉 )
• Conversão do carbonato = 1-([Na2CO3]LB / [Na2CO3]LV)
• Todas estes parâmetros são dados em unidades de 
concentração equivalente g Na2O / L
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• A taxa cinética da reação de caustificação pode ser 
expressa por:
𝑑 𝑎𝑁𝑎𝑂ℎ
𝑑𝑡
= 𝑘𝑓 𝑎𝑁𝑎2𝐶𝑂3 𝑎𝐶𝑎 𝑂𝐻 2 − 𝑘𝑟 𝑎𝑁𝑎𝑂𝐻
2 𝑎𝐶𝑎𝐶𝑂3
onde as concentrações são expressas em termo da 
atividade “a” de cada composto
• Na condição de equilíbrio a concentração de NaOH 
torna-se constante, assim a derivada torna-se nula:
𝑘𝑓 𝑎𝑁𝑎2𝐶𝑂3 𝑎𝐶𝑎 𝑂𝐻 2 = 𝑘𝑟 𝑎𝑁𝑎𝑂𝐻
2 𝑎𝐶𝑎𝐶𝑂3
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• Lembrando que as atividades podem ser expressas 
como o produto do coeficiente de atividade (“f”)e 
a concentração (C); e a razão das constantes da 
equação direta e reversa no equilíbrio é a constante 
de equilíbrio pode-se reescrever:
𝐾𝑒𝑞 =
𝑘𝑓
𝑘𝑟
=
𝑎𝑁𝑎𝑂𝐻
2 𝑎𝐶𝑎𝐶𝑂3
𝑎𝑁𝑎2𝐶𝑂3 𝑎𝐶𝑎 𝑂𝐻 2
• Como os compostos de cálcio são insolúveis sua 
atividade é igual a 1, desta forma a equação acima 
pode ser simplificada
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
𝐾𝑒𝑞 =
𝑎𝑁𝑎𝑂𝐻
2
𝑎𝑁𝑎2𝐶𝑂3
=
𝑓𝑂𝐻−
2 𝑂𝐻− 2
𝑓(𝐶𝑂3=) 𝐶𝑂3
=
• Finalmente lembrando que na diluição infinita os 
coeficientes de atividade são iguais a 1 chega-se:
𝐾𝑒𝑞 =
𝑂𝐻− 2
𝐶𝑂3
=
• Assumindo que o cálcio seja o elemento limitante 
na reação de caustificação:
𝐾𝑒𝑞 =
𝑂𝐻− 2 𝐶𝑎++
𝐶𝑂3
= 𝐶𝑎++
=
𝐾𝐶𝑎 𝑂𝐻 2
𝐾𝐶𝑎𝐶𝑂3
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• Embora esta equação 
seja usada para 
descrever o equilíbrio, 
deve-se lembrar que 
outras variáveis afetam 
a caustificação
• A concentração do íon 
hidróxido é afetada 
pela sulfidez do licor 
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• A presença de sulfetos nos licores verde e branco 
afetam negativamente a caustificação devido à 
hidrólise do sulfeto:
𝑁𝑎2𝑆 + 𝐻2𝑂 ↔ 𝑁𝑎𝐻𝑆 + 𝑁𝑎𝑂𝐻
• A formação extra de NaOH desloca o equilíbrio da 
reação de caustificação, reduzindo a conversão 
do CO3=
• Já para o caso do sulfato, a reação:
𝑁𝑎2𝐶𝑂3 + 𝐶𝑎𝑆𝑂4 ↔ 𝑁𝑎2𝑆𝑂4 + 𝐶𝑎𝐶𝑂3
tem uma constante de equilíbrio de [SO4=]/[CO3=] ≈ 
10000, o que implica que haveria um efeito na 
caustificação somente se [SO4=] ≈ 10000 x [CO3=]
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• Considerando 
que o calor de 
reação para a 
caustificação 
é ≈ 4kJ/mol, há 
uma fraca 
influência da 
temperatura 
no equilíbrio 
da reação 
CAUSTIFICAÇÃO DO LICOR 
VERDE
• Finalmente, a 
concentração relativa dos 
reagentes deve ser 
controlada para evitar 
problemas
•Quando a taxa molar da 
alimentação CaO/Na2CO3
excede cerca de 0,95 o 
equilíbrio da relação não 
desloca, mas há redução 
na taxa de decantação 
da lama de cal 
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Depois dos tanques de caustificação, o licor branco 
e a lama de cal precisam ser separados
• Esse processo pode ser feito por
• Clarificadores
• Filtração
• O processo de clarificação é similar ao feito no licor 
verde e consiste na decantação do material 
particulado por efeito da gravidade
• Contudo a remoção do licor branco pode ser feito 
em dois níveis: um topo onde o licor transborda para 
fora do clarificador e outro inferior próximo à região 
de entrada, em casos de necessidade de licor
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• O produto de fundo do clarificador apresenta uma 
concentração de sólidos muito maior que no licor 
verde variando de 30 a 40%
• A partir dali o produto rico em lama de cal é 
enviado a um tanque de mistura onde recebe licor 
branco da lavagem da lama e água de reposição
• É sempre vantajoso trabalhar com a máxima 
concentração de sólidos advindo do produto de 
fundo do clarificador para reduzir a demanda nos 
lavadores de cal
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Problemas enfrentados no clarificador são ligados 
à baixa taxa de decantação que depende:
• Tamanho da partícula
• Grau de aglomeração
• Forma da partícula
• Densidade da partícula
• Vários fatores que podem afetar estas variáveis, 
entre eles podemos citar:
• Overliming (excesso de cal)
• Baixa eficiência de redução
• Alto teor de “dregs”
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Uma forma de verificar a condição de decantação 
envolve o uso do cone de Imhoff
• Coloca-se a amostra num cilindro cônico graduado 
de 40 cm de altura que comporta um litro de 
amostra e marca-se o tempo de decantação da 
mistura
• Depois faz-se um gráfico da altura das partículas no 
cone com o tempo e tem-se uma ideia da 
condição de decantação
• Um curva deste tipo é mostrada a seguir
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• As curvas normalmente apresentam três regiões 
sendo uma de velocidade constante no início até 
a queda da taxa de decantação
• Depois segue-se uma região de transição onde a 
taxa de decantação diminui enquanto os sólidos 
se acumulam no fundo
• Finalmente atinge-se um ponto de compressão 
onde uma taxa de decantação quase nula está 
presente quando o fluido preso entre as partículas 
começa a subir enquanto as partículas descem
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• A primeira parte destas curvas onde os aglomerados 
de lama de cal decantam podem ser descritos por 
um modelo semi-empírico de Michaels e Bolger:
𝑈𝑠 = 𝑈𝑜 1 − 𝛿𝑐
4,65
onde Uo é a velocidade de decantação de Stokes de 
um aglomerado, δ é o volume do agregado por massa 
de sólido seco e “c” é a concentração de sólidos
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Pela lei de Stokes
𝑈𝑜 =
𝑑𝑎
2 𝜌𝑎 − 𝜌𝑓 𝑔
18𝜇𝑓
e
𝜌𝑎 = 𝜌𝑓 +
𝜌𝑠 − 𝜌𝑓
𝛿𝜌𝑠
onde da = diâmetro médio do agregado, 
ρa = densidade de um agregado, ρf = densidade do 
fluido, ρs = densidade real do sólido, μf = viscosidade 
do fluido e g = gravidade
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Na faixa intermediária de decantação, os agregados 
não decantam livremente, mas colidem com outras 
partículas e a compactação começa a ocorrer
• Consequentemente a determinação da taxa de 
decantação é dependente da concentração 
• Após vários estudos, uma correlação empírica foi 
desenvolvida para descrever concentrações de 
sólidos baixas e intermediárias
• Esta correlação baseia-se nas mesmas variáveis 
utilizadas na lei de Stokes
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
𝑈𝑠 =
𝑑𝑎
2 𝜌𝑎 − 𝜌𝑓 𝑔𝜀
2𝑓 𝜀
18𝜇𝑓
onde ε = fração volumétrica do líquido
f(ε) = função empírica de ε
• A inclusão do termo ε considera os efeitos da 
interação das partículas e o fluxo ascendente do 
licor sendo deslocado
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• Outro fator que afeta a decantação da lama de 
cal é a temperatura
• Mudanças de temperatura afetam a densidade e 
a viscosidade do licor e da lama
• Baixas temperaturas aumentam a velocidade de 
decantação, mas resultam em alta turbidez do 
licor sobrenadante, devido à presença de finos
• O mesmo efeito é visto em casos onde os tempos 
de residência nos caustificadores são aumentados 
no “slaker” e nos tanques de caustificação
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• O processo de filtração do licor branco tem 
substituído a clarificação devido a três fatores:
• É um processo mais compacto
• Produz um licor com menos sólidos suspensos
• Produz lama de cal com maior teor de sólidos
• Há dois tipos principais de tecnologia de filtração
• Filtros tipo vela
• Filtros disco
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• No filtro vela, o licor a ser processado é enviado a 
um tanque onde ele passa através de um elemento 
filtrante montado em uma estrutura tubular 
enquanto a lama de cal permanece na superfície 
do filtro
• Após a torta de lama atingir uma espessura de 
cerca de 3 mm, o fluxo de licor é invertido por 1 a 2 
segundos para liberar a lama da superfície do filtro
• Um intervalo de 30 segundos é dado para os sólidos 
decantarem e uma nova sequência de filtração 
será iniciada
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
PREPARAÇÃO DE LICOR 
BRANCO
• O diâmetro deste aparato de filtragem varia de 
1,2 a 4 metros
• Os elementos do filtro possui cerca de 1,2 metros 
de comprimento, processando cerca de 7,5 litros 
por minuto de licor
• Uma unidade típica deste filtro pode processar 
cerca de 5 m3 por minuto
• O licor produzido pode alcançar teor de sólidos 
menor que 20 ppm
• Lama de cal com cerca de 30 a 35% sólidos é 
enviada para o tanque de armazenagem de lama
PREPARAÇÃO DE LICOR 
BRANCO
• Os filtros disco consistem de elementos em forma de 
disco montados em um eixo central pressurizado 
que gira em velocidade controlada
• Uma parte do disco passa num compartimento 
onde o licor é absorvido e, por força do vácuo 
aplicado, mantém a lama de cal presa em sua 
superfície
• O licor filtrado é enviado ao tanque para ser 
armazenado e a lama de cal é lavada e depois 
removida da superfície do filtro por um raspador
PREPARAÇÃO DE LICOR 
BRANCO
PREPARAÇÃO DE LICOR 
BRANCO
• O licor filtrado deste equipamento apresenta, em 
média um teor de sólidos menor que 30 ppm
• A lama de cal pode chegar a uma concentração 
de 75% de sólidos
• A vazão média para estes filtros operando em 
regime permanente está em 40 L/min/m2
• Uma pré-camada de cal é utilizada nos filtros e 
precisa ser trocada a cada 8 - 24 horas
PREPARAÇÃO DE LICOR 
BRANCO
• Valores medidos nas fábricas indicam que a 
resistência à filtração aumenta com a diferença de 
pressão aplicada em tais filtros
• Assim este sistema obedece a lei de Darcy, que 
correlaciona a vazão, a espessura da torta formada 
e a área da seção transversal do filtro:
𝑄 =
𝐾𝐴∆𝑃
𝜇𝑓𝛿
onde K é a permeabilidade da torta, ΔP é a queda 
de pressão através da torta e μf é a viscosidade do 
licor 
PREPARAÇÃO DO LICOR 
BRANCO
• A equação de Darcy contudo precisa de uma 
expressão para definir a permeabilidade da torta na 
superfície do filtro
• Esta informação é dada pela equação de Kozeny-
Carman resultando na seguinte taxa de filtração
𝑄 =
𝐴𝑤∆𝑃
𝛿𝜇𝑓
𝜀3
𝑘𝑆𝑣
2(1 − 𝜀)2
onde Aw é a área molhada do filtro, ε é a porosidade 
da torta, Sv área específica da superfície da partícula 
e k é uma constante empírica (≈ 5)
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• Depois de separada do licor branco a lama de cal 
precisa ser lavada e desidratada antes de entrar no 
forno de cal
• Isto é feito para remover o máximo de soda presente 
na lama e reduzir o consumo energético no forno
• O lavador de cal pode ser um clarificador ou algum 
modelo de filtro pressurizado
• O lavador é alimentado com uma mistura que pode 
conter: lama vinda dos filtros/clarificadores, filtrado 
do lavador decal recirculado, efluente do lavador 
de gases do forno de cal e água de reposição
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• Devido à menor viscosidade da alimentação, uma 
melhor separação pode ser alcançada no lavador 
de lama, com um produto de fundo indo de 50% 
(clarificador) até 80% (filtro com alto desempenho)
• O material sobrenadante ou filtrado vai para os 
tanques de armazenamento de licor branco fraco
• A corrente de lama é enviada para um tanque e 
mantida com concentração entre 40 -45% sólidos
• A lama então é enviada para um filtro tambor a 
vácuo para reduzir o teor de água
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• Usualmente a lama de cal é removida do filtro com 
75 a 85% sólidos e um teor de soda residual de 0,1 a 
0,3% Na2O por kg de lama seca
• Um desenho típico para o filtro de desidratação 
tem uma capacidade de 6 a 7,5 toneladas/dia/m2 
• Balanços de massa para especificar condições 
operacionais favoráveis estão disponíveis na 
literatura
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• Green e Hough mostram um balanço para uma 
fábrica de 1000 toneladas de polpa por dia
• O produto de fundo de um clarificador de licor 
branco conteria cerca de 102000 kg de químicos 
reaproveitáveis por dia
• Esta corrente de lama e licor precisa ser recuperada 
através do uso de um lavador de cal 
• Este equipamento concentraria a mistura, gerando 
como produto de fundo uma corrente de 45% de 
sólidos, ou seja, 15500 kg/dia
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• Depois do lavador, esta corrente então é filtrada 
para gerar lama com 75% sólidos (750 kg/dia), o 
que implica em redução significativa (99%) do teor 
de químicos indo ao forno
• Uma avaliação do balanço de águas nesta área 
também é de grande importância
• O cálculo anterior indica que o produto de fundo 
do clarificador de licor branco iria conter cerca de 
583500 kg de água por dia
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• Juntando esta água com a água proveniente do 
lavador de gases do forno de cal podem chegar a 
599000 kg de água por dia
• No filtro de lama, 70% desta água (416000 kg/dia) é 
removida e enviada para outras áreas (tanque de 
dissolução, lavador de cal, etc.)
• Esta redução implica em economia de energia no 
forno que pode chegar a 957000kJ/tonelada de 
polpa
TRATAMENTO DA LAMA 
DE CAL
• As principais impurezas que são monitoradas na 
lama são: sódio, enxofre, magnésio, silício, ferro e 
alumínio
• Sódio pode reduzir o ponto de fusão da cal e levar 
à formação de anéis no forno de cal
• Enxofre pode ser convertido à TRS e SO2 no forno 
de cal, aumentando as emissões do forno
• Magnésio pode inibir a hidratação da cal e causar 
problemas na decantação e filtração da lama
• Ferro e alumínio são mais solúveis no licor branco 
que no licor verde e podem chegar ao digestor e 
evaporadores formando depósitos 
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO
• O sistema de controle na área de caustificação 
ainda segue rotinas manuais na maioria das plantas
• Operadores seguem o comportamento do processo 
através de análises laboratoriais
• Análises como álcali total, ativo e efetivo através de 
titulação são feitas periodicamente
• Contudo devido ao longo tempo entre a 
alimentação de cal e a saída no último tanque de 
caustificação podem levar a um excesso de carga 
de cal no sistema
• Para tentar evitar este problema, a automação de 
parte do processo tem proposto alternativas para 
lidar com o problema
• Medições de condutividade feito por sensores de quatro 
eletrodos com compensação para deposição e 
contaminantes pode ser utilizado
• O principal feedback neste sistema é a condutividade 
diferencial medida no primeiro e terceiro caustificadores 
corrigida para TTA
• Concentrações em excesso podem ser corrigidas mais 
rapidamente sem necessidade de análises
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO
• Controle de processo por titulador automático
• Amostras do licor verde processado, do “slaker” e 
do primeiro e terceiro tanques de caustificação 
são coletadas
• As amostras são analisadas para álcalis totais, 
efetivos, ativos, teores de NaOH, Na2S, Na2CO3, 
sulfidez e eficiência de caustificação
• Caso haja excesso de cal o sistema reajusta a 
dosagem no “slaker”
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO
• O controle por diferença de temperatura é outra 
técnica também utilizada
• O processo compara a diferença de temperatura 
do licor verde processado chegando com o licor já 
presente no “slaker”
• O aumento da temperatura é correlacionado com 
a extensão da reação de hidratação da cal no 
“slaker” e assim sua dosagem pode ser controlada 
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO
INSTRUMENTAÇÃO E 
CONTROLE 
NA CAUSTIFICAÇÃO

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