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aula portuguÊs Instrumental

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Prévia do material em texto

1ºAula
Comunicação e linguagem
Prezados (as) alunos (as), 
Em nossa primeira Aula, iremos retomar uma reflexão acerca da 
comunicação e da linguagem, temas de grande relevância, com os quais 
certamente já teve contanto durante sua trajetória escolar, buscando 
reconhecer a importância de cada uma delas em nosso cotidiano, seja 
pessoal ou profissional. 
Para que sua aprendizagem seja satisfatória/excelente, sugerimos 
que leia sempre a página inicial de cada Aula, bem como seus objetivos 
para programar e organizar seus estudos. Lembre-se ainda de que a 
Linguagem é uma área na qual você precisará fazer da pesquisa uma 
companheira constante em sua caminhada.
Ah, você é o protagonista de sua aprendizagem! Portanto, 
contamos com a sua participação ativa!
Bons estudos!
objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
• refletir, analiticamente, sobre a linguagem como um fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, político 
e, sobretudo, ideológico;
• desenvolver e manter uma visão teórico-aplicada sobre algumas das principais teorias adotadas nas investigações e nos 
usos da linguística em textos conversacionais; 
• perceber a língua como o maior instrumento da prática social (níveis de linguagem) e como a forma mais elaborada das 
manifestações culturais e/ou abordagem intercultural.
8Português Instrumental
1 - Breve Reflexão sobre Comunicação. 
2 - Processo de Comunicação: um Panorama Teórico.
3 - Linguagem, Sociedade e Interação Humana.
Seções de estudo
2 - Processo de comunicação: um 
panorama teórico
1 – Breve reflexão sobre comunicação
Saber Mais
Nesta aula, trataremos sobre linguagem, língua e fala. Para saber mais 
sobre esses e outros elementos da comunicação, sugerimos que 
acesse bases confiáveis, tais como Scielo, Google Acadêmico, dentre 
outras e utilize termos como “teoria da comunicação”, “elementos da 
comunicação”, “linguagem, língua e fala” como palavras-chave para 
realização de suas pesquisas! 
Sua aprendizagem não tem fronteiras! Pesquise!
Durante os estudos desta Aula, sugerimos que deixe em local de fácil 
acesso um caderno ou utilize editores de textos (como o Word ou 
o Bloco de notas, por exemplo) para anotar observações, reflexões 
e conceitos-chave sobre os conteúdos aqui disponibilizados. Dentre 
suas anotações, é importante que faça mapas mentais ou esquemas 
que o ajudem a retomar os conteúdos em outros momentos. Com 
isso, conseguirá entender melhor o contexto geral sobre comunicação 
e linguagem. 
Bons estudos! 
Antes de iniciar o estudo efetivo de nossa aula, com 
vistas a ampliar nossos conhecimentos sobre comunicação e 
linguagem, é importante que reflita sobre a seguinte afirmação 
baseada nas ideias de Cagliari (1990).
Desde que nascemos, estamos imersos de 
alguma forma nos mundos da linguagem, da 
fala e da língua. Crescemos dentro da nossa 
família ouvindo - na maioria das vezes - nossos 
pais falarem conosco observando gestos e 
sinais, então as palavras, a linguagem, o nome 
das coisas existentes no mundo começam a 
ser importantes.
Reconhecendo esta imersão, perguntamos: mas 
como a comunicação, que envolve todos os elementos 
da comunicação citados por Cagliari (1990), vem fazendo 
parte da vida das sociedades ao longo da história? Qual a 
importância da comunicação em nossas vidas? Seguindo com 
a reflexão sobre a comunicação, em seus estudos de Mcluhan 
menciona que: 
A linguagem e o diálogo já tomaram a forma de 
interação entre todas as zonas do mundo. (...) 
O computador suprime o passado humano, 
convertendo-o por inteiro em presente. Faz 
com que seja natural e necessário um diálogo 
entre culturas, mas prescindindo por completo 
do discurso (...). A palavra individual, como 
depósito de informação e sentimento, já 
está cedendo à gesticulação macrocósmica 
(McLuhan, Fiore e Agel, apud MARTINS, 
1999, p.1).
Responder a estes questionamentos é algo que 
tentaremos durante o estudo de nossa disciplina (como um 
todo) e seguindo para nossa vida. Contudo, podemos iniciar 
uma reflexão, analisando a seguinte imagem: 
FOnTE: BLOg unirP. a evolução da comunicação. Disponível em: http://unirp.
blogspot.com.br/2010/09/evolucao-e-comunicacao_22.html. acesso em: 3 maio 
2014. 
Figura 1.1 A evolução da comunicação. 
McLuhan afirma que “os cidadãos do futuro terão muito 
menos necessidade que hoje de ter formação e pontos de vista 
semelhantes. Pelo contrário, serão recompensados por sua 
diversidade e originalidade” (1994, p. 294), ou seja, as tarefas 
a serem executadas não serão mecanizadas e repetitivas, mas 
passaram a ser com personalidade e criatividade. 
Parece que estamos com muitos questionamentos, não é? 
Mas tenhamos calma, pois, na seção a seguir, encontraremos 
reflexões que nos levarão às respostas.
Vergílio Ferreira (apud MARQUES, s/d, p.7), um célebre 
escritor português, ao realizar o discurso de agradecimento por 
receber o prêmio ‘Europália’, fez a seguinte afirmação: “uma 
língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os 
limites do nosso pensar e sentir”.
Note que nas palavras de Ferreira (s/d), percebe-se a 
importância dada à língua como instrumento de manifestação 
individual e social, bem como marca do reconhecimento 
de um povo. Isto porque, é com a língua e com a conquista 
das letras que nós, seres humanos, podemos significar nosso 
meio, representá-lo, assim como representar nossas emoções, 
sensações e nossos sentimentos.
Dubois (1973) corrobora com este pensamento ao 
entender que o revelar das letras foi uma importante descoberta 
feita pelo homem, somente podendo ser comparada, em 
importância, à descoberta do fogo. Ambas concederam a 
nós, mesmo que por caminhos diferentes, a possibilidade da 
sobrevivência, do conhecimento e da conquista da Terra.
Vale lembrar que, o homem começou a enviar suas 
tentativas comunicacionais (mensagens) por meio da linguagem 
não verbal, inicialmente nas rochas, utilizando instrumentos 
que pudessem riscar e deixar gravadas suas mensagens. Depois, 
surgiram os ideogramas (desenhos que representavam ideias) 
e, mais tarde, o alfabeto.
9
Você Sabia?
O primeiro alfabeto era bem reduzido... Ele era composto por 24 sinais 
consonantais que, apesar de não terem evoluído para um sistema 
totalmente alfabético, já marcavam de forma proficiente o início do 
sistema de escrita (BINDI, 2014).
Na próxima seção, convidamos você a continuar os estudos sobre 
linguagem. Contudo, vamos aprofundar nossa reflexão tratando sobre 
seu papel na sociedade e nas interações humanas!
3 - linguagem, sociedade e interação 
humana
Pretti (1987, p.12) também discorre sobre a importância 
da língua ao afirmar que: 
Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos 
cercam a vida do homem moderno, compondo 
mensagens de toda ordem [...] transmitidas 
pelos mais diferentes canais, como a televisão, 
o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o 
telégrafo, a internet, os cartazes de propaganda, 
os desenhos, a música e tantos outros. 
Em todos, a língua desempenha um papel 
preponderante, seja em sua forma oral, seja 
através de seu código substitutivo, escrito. E, 
através dela, o contato com o mundo que nos 
cerca é permanentemente atualizado.
Vemos, então, que a linguagem, constitutivamente, 
possibilita a comunicação, sendo, portanto, de vital importância 
para a convivência social humana. Apesar de ter toda essa 
força no campo da comunicação social, a linguagem também 
é relevante no campo do “individual”, pois ao fazer uso dela, o 
homem busca integrar-se com seus pares a partir das “leituras” 
que faz individual e coletivamente, assim como do mundo que 
o cerca ao expressar o “seu” pensamento. Como afirma Abreu 
(s/d, p.7):
O trabalho do futuro dependerá, pois, do 
relacionamento. Mesmo os profissionais 
liberais dependem dele. O médico ou o dentista 
de sucesso não é necessariamente aquele que 
entrou em primeiro lugar no vestibular e fez 
um curso tecnicamente perfeito. É aquele que 
é capaz de se relacionar de maneirapositiva 
com seus clientes, de conquistar sua confiança 
e amizade. 
Vale lembrar que o pensamento individual do homem 
ocorre em determinado meio social, portanto, para dizer de 
si, antes é preciso ir ao outro, porque nós somente somos 
seres individuais, porque temos o outro para auxiliar-nos 
na formação identitária do nosso “eu”. Em outras palavras, 
sempre que eu me expresso estou, de certa forma, revelando 
resquícios de outros.
Observe que até agora tratamos sobre a linguagem 
humana, levando em conta que ela tem materialidade, tanto 
na forma de palavras (faladas ou escritas), quanto na forma da 
realização não verbal (gestos, sinais, símbolos, charges, cartuns, 
entre outras formas de representação), a qual possibilita ao 
homem o poder comunicativo.
Outra questão a ser considerada é o fato de que a linguagem 
humana se destaca grandemente sob dois aspectos, a saber:
• O social: marcado pela língua, isto é, sistema de 
linguagem que compreende um sistema de fonemas (de 
formas/de frases) além do sistema semântico (o significado). 
• O individual: marcado pelo discurso que surge a partir 
do momento em que começamos a falar ou a escrever.
 Assim, ambos vão deixar com que o conjunto entre a 
linguagem e o discurso se harmonize como um todo coerente 
para que possam obter a comunicação. A comunicação busca, 
de forma linear, formal e objetiva, transmitir ao seu ouvinte 
uma mensagem significativa.
Segundo Gold (2010, p.3) existem estratégias que estão 
sendo utilizadas no mundo inteiro, a fim da informação ser 
transmitida de maneira mais objetiva. Dessa forma, para o 
andamento do trabalho e prezando a qualidade aos clientes, 
é de suma importância apresentar todos os procedimentos 
desenvolvidos no dia a dia com clareza e sem obter uma 
duplicidade de sentidos. Assim, a articulação desse trabalho 
possa ser mais bem aplicada, sem haver reformulações dos 
fatos e suas ações. 
Na seção 3, você terá a oportunidade de refletir sobre 
a linguagem, a sociedade e a interação humana, a partir do 
estudo de trechos de um artigo! 
Você poderá notar que, além do pensamento dos autores, 
inserimos intervenções explicativas, reflexões e ponderações 
com o intento de contribuir para o exercício da habilidade 
crítica de reflexão e de organizar e direcionar o conhecimento 
construído, a fim de alcançarmos os objetivos propostos nesta 
disciplina. 
Atenção
O texto a seguir trata sobre uma questão importante para todos; 
especialmente para vocês que trabalharão constantemente com a 
língua da/na sociedade. Portanto, sugerimos que leiam com atenção e 
dediquem-se em entendê-lo! 
Lembre-se de que, em caso de dúvidas, comentários ou sugestões, 
você conta com o apoio de seus colegas de curso e de seu professor 
pelo ambiente virtual e nas aulas presenciais! 
O texto de Octavio Ianni (1999), descrito a seguir, 
intitulado “Língua e Sociedade” trata-se de uma introdução 
bem detalhada sobre as pesquisas que envolvem o tema da 
linguagem, desde o Renascimento até nossos dias. 
Nele, o autor discorre sobre a língua como produto social 
e, ao mesmo tempo, condição de sociabilidade de interação 
humana. De maneira crítica/reflexiva vamos refletir sobre os 
“mistérios” que envolvem a palavra e, por meio de fragmentos 
(pedaços) de textos narrativos, vamos entender o valor que ela 
tem nos indicando as “metamorfoses” da língua.
Ao trazer exemplos de textos renomados na história, 
Ianni (1999) faz-nos pensar, com maior sistematicidade, acerca 
10Português Instrumental
da linguagem no tempo atual, pontuando a importância, para 
o homem moderno, de ter acesso a textos que contemplem o 
romantismo, que trabalhem laboriosamente o sentido da língua.
Ademais, o autor reitera a importância da linguagem 
não verbal para a comunicação, apresenta a imagem como 
uma linguagem importante e circunscreve a língua como 
“concepção de mundo, como expressão de uma concepção 
do mundo” (IANNI, 1999).
Você se lembra da linguagem não verbal? Tente pensar em exemplos 
deste tipo de linguagem... Lembrou? Caso tenha dificuldade, 
sugerimos que pesquise sobre este tema no site de busca de sua 
preferência. Com os conhecimentos que está adquirindo, cada 
vez mais você se torna capaz de superar o senso comum sobre as 
informações disponibilizadas nos diferentes meios de comunicação 
e utilizá-las como fontes de pesquisa, sempre que considerar que se 
tratam de conhecimentos úteis!
Antes de iniciarmos efetivamente o texto, é importante 
salientar que, agora, no nível acadêmico, é fundamental que se 
envolvam na leitura de textos densos e que exijam reflexões 
mais profundas sobre os temas estudados. Eis aqui uma 
oportunidade!
Durante a leitura do artigo, procure anotar reflexões pessoais, dúvidas 
e comentários sobre os conhecimentos construídos. Com isso, 
ficará mais fácil e certamente você terá maior êxito na realização das 
atividades referentes a esta aula.
Saber Mais
Amplie seus conhecimentos sobre língua e sociedade! Para tanto, 
leia o artigo referenciado a seguir: SOARES, Magda de. Língua escrita, 
sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas. Disponível 
em: http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE0/RBDE0_03_MAGD 
A _BECKER_SOARES.pdf. Acesso em: 3 maio 2014. 
Língua e Sociedade
Octavio Ianni 
A história do mundo moderno tem sido 
também uma história de teorias e pesquisas 
sobre a linguagem. Desde o Renascimento 
passando por Port-Royal, a Enciclopédia, 
a Ilustração, o Romantismo e o “giro 
linguístico”, têm sido notáveis as realizações 
dos estudos sobre linguagem.
Os desenvolvimentos das literaturas nacionais 
e mundiais, os intercâmbios de línguas e 
culturas, os processos de aculturação e 
transculturação, o nascimento e a expansão 
da cultura de massa e da indústria cultural, a 
criação e a difusão de tecnologias eletrônicas, 
informáticas e cibernéticas, tudo isso tem 
propiciado o surgimento de disciplinas 
e teorias, tanto quanto de hipóteses e 
controvérsias, sobre os mais diversos aspectos 
da linguagem. São muitos os momentos da 
história dos tempos modernos envolvendo 
desafios ou conquistas fundamentais sobre 
as implicações da linguagem na organização, 
dinâmica, crise ou transformação da 
sociedade, em âmbito nacional, internacional 
ou mundial. Algumas expressões tornam-se 
emblemáticas e aparecem como momentos 
marcantes da dinâmica das sociedades e dos 
dilemas do pensamento. Estas são algumas: 
Novo Mundo, Ocidente, Oriente, África, 
Mercantilismo, Globalismo, Nacionalismo, 
Tribalismo, Trabalho Escravo, Trabalho 
Livre, Escravo e Senhor, Alienação e 
Revolução. E estas podem ser outras: 
Palavras, palavras, palavras. Penso, logo 
existo. Imperativo categórico. Quando as 
sombras da noite começam a cair é que 
levanta vôo o pássaro de Minerva. Tudo 
que é sólido desmancha no ar. 
Sobre as ponderações do autor, reiteramos que a 
linguagem é social, uma vez que, por meio dela interagimos 
com o mundo; disso, decorre a sua importância e a do seu 
ensino para as novas gerações, como ele mesmo afirma: 
No curso do século XX, outra vez acentuam-
se e generalizam-se as preocupações com a 
linguagem, envolvendo novos problemas; 
além dos anteriores, recolocados em novos 
termos. Em uma fórmula mais ou menos 
sacramentada, esse é o século em que se 
dá o “giro linguístico”, tal a importância e 
a influência dos problemas de linguagem, 
com os quais se defrontam a filosofia, a 
literatura e as ciências sociais. 
O autor ainda chama a atenção para as dimensões 
histórico-sociais e civilizatórias da sociedade: 
Quando se multiplicam as controvérsias, 
povoadas não só de interrogações, mas 
também de perspectivas inesperadas e 
inovadoras, muitos são levados a debruçar-
se sobre as implicações histórico-sociais e 
civilizatórias da linguagem. Trata-se de refletir 
sobre os segredos da língua e dialeto, signo, 
símbolo e emblema, metáfora e conceito, texto 
e contexto, mímesis, narrativa e metanarrativa, 
tradução e transculturação, língua nacional e 
língua global.Outra vez, recoloca-se o desafio 
de refletir sobre as condições e as possibilidades 
do contraponto linguagem e sociedade.
Nesse sentido, a língua é entendida como produto e 
condição da vida social: 
Em todas as configurações histórico-
sociais de vida, trabalho e cultura, a língua 
revela-se produto e condição das formas de 
sociabilidade e dos jogos das forças sociais. 
Tanto no nacionalismo e tribalismo, como 
no mercantilismo, colonialismo, imperialismo 
e globalismo, os signos e os significados, as 
figuras e as figurações da linguagem revelam-
se constitutivas da realidade, das condições 
e possibilidades socioculturais e político-
econômicas de indivíduos e coletividades. 
11
Para Refletir sobre o que é uma palavra, vejamos um trecho do poema 
Procura da poesia de Carlos Drummond de andrade: 
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te 
provocam.
Espera que cada um se realize e consuma
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio. (...) 
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito,
elas se refugiaram na noite, as palavras (ANDRADE, 
1973, p. 196-198).
E a língua que se constitui como patamar da 
história, o sistema de signos por meio do 
qual se pronunciam o presente, o passado e o 
futuro, a história e a geografia, as tradições e as 
premonições, os santos e os heróis, as façanhas 
e as derrotas, os monumentos e as ruínas. 
Note que o autor entende a cultura como o universo 
em que a língua se constitui ao passo em que a língua entra 
decisivamente na constituição da cultura. 
Ademais, cabe lembrar que o que distingue o ser humano 
é que ele pensa, mentaliza, fabula ou mitifica a sua atividade, 
real e imaginária, presente, passada e futura. A sua atividade 
social, em âmbito individual e coletivo, está sempre expressa 
em signos, símbolos e emblemas, compreendendo narrativas 
orais, escritas, pensadas e imaginadas. 
Portanto, o pensamento é ele também produto e condição 
da linguagem, assim como das outras formas culturais. 
Também se constitui no mesmo curso da práxis social, quando 
as atividades se objetivam, cristalizam, tensionam ou explodem 
em criações culturais. A língua é uma dessas explosões, sem a 
qual o mundo se revela carente de nome, conceito, inteligência, 
explicação, fantasia e mito. Isso nos leva a concluir que a 
linguagem possibilita a todos nós, indiscriminadamente, 
sermos seres históricos! 
Outra questão tratada pelo autor refere-se aos silêncios, 
sobre isso ele afirma que:
No mundo há muitos silêncios. [...] O silêncio 
da solidão, do medo, da dor, da raiva, da tristeza, 
da melancolia. Os silêncios que existem podem 
ser infinitos, como os silêncios extremos de 
quem está fechado em si mesmo e o silêncio 
do amor. [...] Sim, a própria palavra está 
em silêncio, antes de transfigurar-se em 
pensamento ou imaginação, sentimento 
ou ação, entendimento ou compreensão, 
utopia ou nostalgia. E como se estivesse 
erma de forma e movimento, som e sentido. 
Aguarda, em silêncio, o esclarecimento, a 
revelação, o deslumbramento.
Sobre a palavra, o autor ainda afirma que: 
O mistério da palavra, assim como da narrativa, 
esconde-se tanto no autor como no leitor, da 
mesma forma que no texto e no contexto. 
Suspensas no ar, vistas em si, a palavra e a 
narrativa resultam abstratas. Permitem muitos 
jogos de linguagens, podem ser colocadas em 
diferentes arranjos, desdobram-se em signos, 
ou ícones, índices e símbolos, como em um 
caleidoscópio sem fim. Há um momento, no 
entanto, em que se revelam vazias, ermas de 
som e sentido. Sejam quais forem as palavras, 
metáforas e conceitos, ou figuras e figurações, 
em narrativas literárias, científicas e filosóficas, 
o seu mistério sempre carece de alguma 
referência. Todas as narrativas, com as suas 
figuras e figurações, ressoam alguma forma 
de vivência, que pode ser presente, passada 
ou futura, individual ou coletiva, real ou 
imaginária. São sempre partes constitutivas do 
pensamento e da realidade, dos sentimentos 
e das fantasias. O mistério e o milagre da 
narrativa sempre levam consigo algo ou muito 
da experiência, próxima ou remota, real ou 
imaginária, própria ou vicária. No limite, é 
na experiência que se escondem algumas das 
possibilidades do pensamento e do sentimento, 
da compreensão e da explicação, da intuição e 
da fabulação, que se transfiguram, exorcizam, 
sublimam, clarificam ou enlouquecem em 
palavras e narrativas. 
Para sedimentar sua aprendizagem, sugerimos que procure refletir e 
anote suas intepretações sobre o poema!
Ao tratar sobre a palavra e seus desdobramentos, somos 
levados a reconhecer algumas metamorfoses da língua, 
lembrando que, como afirma o autor:
 
De quando em quando, na história e na 
lenda dos povos e civilizações, embaralham-
se as línguas e as linguagens, os signos, os 
símbolos e os emblemas, os conceitos e as 
metáforas. Confundem-se as estações, os dias 
e as noites, o futuro e o passado, a utopia e 
a nostalgia. Quando se abalam os quadros 
sociais e mentais de referência, embaralham-
se os territórios e as fronteiras, as nações e 
as nacionalidades, as línguas e as religiões, as 
culturas e as civilizações. 
Um exemplo histórico icônico deste embaralhamento é a 
famosa histórica bíblica da Torre de Babel, a qual representou 
um cenário no qual proliferam as linguagens de todos os tipos. 
Ainda segundo o autor: 
12Português Instrumental
Desde Babel constrói-se a imensa biblioteca 
que constitui o mundo do pensamento e 
da fantasia, da realidade e imaginação, da 
compreensão e explicação, da utopia, nostalgia 
e escatologia, como arte, ciência e filosofia.
Retomando a história da humanidade, vemos que 
desde meados do século XX, não podemos concluir esta 
reflexão sem tratar das linguagens eletrônicas, informáticas, 
internéticas, virtuais ou pós-modernas que atualmente 
multiplicam-se e predominam. 
Em poucas décadas, todas as formas de literalidade 
e oralidade, compreendendo a aula, o discurso do poder, a 
conversação, o entretenimento, a comunicação, a informação, 
a mídia, o livro, a revista, o jornal são desafiadas pela imagem, 
o videoclipe, o hipertexto, o cibertexto, a multimídia. Em 
pouco tempo, a palavra, enquanto signo da modernidade, é 
recoberta pela imagem, enquanto signo da pós-modernidade.
Podemos afirmar ainda que, em larga medida, as linguagens 
eletrônicas, informáticas e cibernéticas são linguagens técnicas, 
instrumentais, pragmáticas. Têm sido mobilizadas no âmbito 
de organizações públicas e privadas, nacionais, regionais e 
mundiais, de modo a propiciar a operação, expansão e gestão 
de empreendimentos econômicos, financeiros, militares, 
políticos, culturais, religiosos, museus e outros. 
Aqui é possível deduzir que este pode ser o cenário no 
qual se instala e difunde a crise da palavra. Juntamente com 
a transformação dos quadros sociais e mentais de referência, 
no âmbito da vasta ruptura histórica em curso no século 
XX, instala-se e generaliza-se a crise da palavra. Em poucas 
décadas, predominam a realidade virtual, o videoclipe, o 
hipertexto, o ciberespaço, a inteligência artificial, a estética 
eletrônica e outras realizações eletrônicas, informáticas e 
cibernéticas.
Nossa! Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, não acham? 
Adquirimos conhecimentos interessantes e essenciais para a nossa 
formação enquanto profissionais e pessoas. Para fundamentar e 
melhorar ainda mais a nossa aquisição de saberes, iremos, a seguir, dar 
sugestões de leituras, sites, filmes e vídeos que vocês podem acessar 
para otimizar as informações dadas nesta Aula.
a linguagem continua a participardecisivamente da constituição das 
coisas, gentes e ideias. Revela-se produto e condição das formas de 
sociabilidade e dos jogos das forças sociais, constituindo-se como 
componente essencial das configurações histórico-sociais de vida, 
trabalho e cultura.
Finalmente, sobre linguagem, sociedade e interação 
humana talvez se possa afirmar que as diversas disciplinas e 
teorias empenhadas em elucidar os segredos da linguagem 
buscam, em última instância, decifrar o mistério de Babel, 
como alegoria, mito, ilusão ou alucinação. Babel está sempre 
à espreita, em tudo o que se diz e escreve, pensa e imagina, 
compreende e explica, sonha e fantasia. Impregna mais ou 
menos profundamente as formas de sociabilidade e os jogos 
das forças sociais, ou seja, as configurações histórico-sociais 
de vida, trabalho e cultura. 
Segundo Junior (1984), essa linguagem é o sistema 
indispensável da criação e do significado no mundo. A 
visão de mundo está vinculada ao conhecimento que cada 
indivíduo possui para ampliar seus horizontes no período de 
sua vida. Essa linguagem nos possibilita uma autorreflexão 
sobre questões de vivência particular a todo o momento. A 
linguagem seria um olhar sobre o mundo refletido através das 
particularidades em que cada indivíduo pode perceber diante 
de qualquer fato da nossa vida.
Assim, temos a multiplicidade de narrativas sobre os 
mais diversos aspectos da linguagem, nas quais se empenham 
a linguística, a teoria literária, a filosofia da linguagem, a 
sociolinguística, a etnolinguística, a semiótica e a desconstrução. 
Em todos os casos está em causa o esclarecimento, a 
compreensão, a revelação ou o encantamento, talvez essenciais 
à existência e à imaginação de uns e outros, em todo o mundo.
retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da primeira aula. Esperamos 
que agora tenha ficado claro o entendimento frente 
ao processo de comunicação e à linguagem enquanto 
processo de interação humana. 
1 – Breve reflexão sobre comunicação. 
Na primeira seção da Aula 1 tivemos a oportunidade 
de iniciar nossas reflexões sobre a comunicação, cujos 
pensamentos nos prepararam para iniciar o estudo efetivo nas 
demais seções. 
2 – Processo de comunicação: um panorama teórico. 
Na segunda seção estudamos a língua, a qual podemos 
entender como um conjunto de signos que o ser humano 
utiliza para a comunicação. 
Vimos também a linguagem como a utilização da língua, 
a qual pode ser:
a) Linguagem falada.
b) Linguagem não verbal.
c) Linguagem escrita.
Finalmente, vimos que, para bem nos expressarmos na 
linguagem escrita, precisamos de:
a) conhecimento do assunto;
b) vocabulário;
c) domínio das regras gramaticais.
3 – Linguagem, sociedade e interação humana.
Na ultima seção, refletimos sobre as interações presentes 
entre a linguagem, a sociedade e a interação humana. Vimos, 
baseados nas ideias de Ianni (1999) que a língua é, efetivamente, 
um produto social e é condição de sociedade interativa. Para 
fechar, entendemos que as leituras que realizamos podem 
nos conduzir às reflexões profundas que nos permitem “ler 
o mundo” que nos cerca. A linguagem faz com que todo o 
processo seja revisto de forma coerente. 
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
Vale a pena
Vale a pena ler
13
BINDI, L. F. Escrita e alfabeto. Disponível em: http://
www.libreria.com.br/artigos.asp?id_artigo=550. Acesso em: 
3 maio 2014.
PARTES.COM. Teoria, signo e reflexão. Disponível em: 
http://www.partes.com.br/ed39/teoriasignosreflexaoed39.
htm. Acesso em: 3 maio 2014.
SEMIÓTICA BLOGSPOT. Como se definem os 
signos. Disponível em: http://semioticacom102.blogspot.
com/2008/10/como-se-definem-os-signos-2-signo.html. 
Acesso em: 3 maio 2014.
UNISUL. Linguagem. Disponível em: http://www3.
unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0102/05.htm. 
Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
Nell
A guerra do fogo
Vale a pena assistir
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A 
busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaborador). A coerência textual. Editora Contexto, 2001.
Minhas anotações
Lembre-se de que, em caso de dúvidas, acessem as ferramentas 
“Fórum” ou “Quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a) 
e ou com seus colegas!
Português instrumental
2º Aula
O ato de ler
Caro(a) aluno(a), 
Nesta aula trataremos sobre um assunto interessante 
para a maioria das sociedades: a leitura e os níveis de 
leitura. 
Você já parou para pensar sobre as diversas formas 
de leitura que temos a oportunidade de realizar? E de 
como é importante sabermos ler verdadeiramente?
Esses questionamentos serão apenas algumas das 
reflexões que faremos nesta aula. 
Lembre-se, você é o protagonista da sua 
aprendizagem, então, mãos à obra!
Boa aula!
objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de: 
• reconhecer a importância da leitura e do ato de ler, de compreender e de interpretar;
• identificar os níveis de leitura em textos.
15
1 - O ato de ler: o que ler?
2 - Níveis de leitura de um texto.
Seções de estudo
1 – O ato de ler: o que ler?
O que você entendeu acerca da declaração que o educador Paulo 
Freire fez?
A arte de ler
O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a 
presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está 
continuando a viagem por conta própria (Mário Quintana).
Inspirados em Mario Quintana, iniciemos efetivamente 
nossa segunda aula! Vamos em frente!
Como primeiro passo para tratarmos sobre a leitura, vamos 
refletir sobre a imagem da prática da leitura na sociedade atual:
Embora estejamos no século da informação 
por meio da imagem (uma imagem vale mais 
que mil palavras), é inegável a importância 
e a necessidade da leitura, pois desempenha 
funções informativa e recreativa, ao transmitir 
a História e a Cultura da humanidade. 
A prática da leitura nos enreda desde o 
momento em que começamos a “entender” o 
mundo que nos envolve. Com a vontade de 
entender quem somos, buscamos na leitura (de 
textos escritos, orais e não-verbais) as respostas 
que almejamos, ou seja, a leitura nos abraça 
de forma a proporcionar um passeio pelo 
imaginário, pelo mundo mágico, pelas fantasias 
e pela realidade que nos cerca! 
A leitura crítica é aquela que permite ir além do 
“dito”, além do “exposto”; ler nas “entrelinhas” 
é uma forma de ler criticamente. Mas será 
que estamos preparados para fazer tal leitura 
(EDUCADORES DE SUCESSO, 2010).
Você Sabia?
“De maneira geral o leitor crítico irá conscientemente ou 
inconscientemente avaliar o original por diversos diferentes aspectos, 
como por exemplo:
• Coesão ou Continuidade: [...] refere à integração entre frases, 
parágrafos, capítulos, e tramas do livro, indicando se o autor consegue 
manter uma narrativa onde os elementos estão sempre conectados.
• Consistência: a consistência se refere à qualidade da obra de manter 
a mesma “voz” ou forma narrativa em sua totalidade, ou dentro de cada 
trama que eventualmente justifique “vozes” diferentes. 
• Coerência: a coerência se refere à capacidade do autor de criar uma 
realidade coerente para sua história, sem “surpresas” que pareçam não 
se encaixar na realidade apresentada. 
• Concisão: a concisão se refere à qualidade do texto de ser conciso, não 
apresentando “pontas soltas” ou divagações que não contribuem para 
a história como um todo.
• Clareza: a clareza indica se o texto é ou não facilmente lido.
• Cadência: a cadência, ou ritmo, do texto é resultante da velocidade de 
leitura sugerida pela fluidez e clareza do texto, e pela organização das 
tramas e capítulos” (UOL, 2014).
Nesse contexto, caro aluno, a leitura não pode ser encarada 
como simples decodificação de signos, ou seja, ela não é uma 
atividade mecânica que determina uma postura passiva diante 
do texto, mas pode e deve ir além. Para Paulo Freire (1985, 
p. 11-12): 
A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra, daí que a posteriorleitura desta não 
possa prescindir da continuidade da leitura 
daquele. Linguagem e realidade se prendem 
dinamicamente. A compreensão do texto a 
ser alcançada por sua leitura crítica implica 
na percepção das relações entre o texto e o 
contexto.
De acordo com Gold (2010, p. 6), o texto escrito deve ser 
percebido e articulado como um instrumento relacionado à 
função de estratégia, tanto na área de linguagem em geral, como 
no meio específico do texto empresarial. Podendo intervir 
mediante três dimensões: cultura, aspecto motivacional, e 
também, no econômico cada qual em seu meio de trabalho. 
E o que seria o contexto? Que tal pesquisar?
Veja bem, se você ainda não entendeu o que leu, não 
siga em frente com sua leitura, como sugestão, retorne à 
citação de Paulo Freire e tente entendê-la, só assim você estará 
exercitando a leitura responsável e crítica dentro do contexto 
em que estamos inseridos.
Uma compreensão crítica do ato de ler possibilita, além 
da “tradução” dos significados das palavras, o desvendamento 
daquilo que está “por trás” delas. Assim, podemos observar que 
o vocabulário para a transmissão da mensagem faz com que todo 
esse contexto possa ser compreendido pelo interlocutor. Observe 
alguns exemplos abaixo:
Exemplo 1:
Figura 2.1 Exemplo de compreensão crítica.
FOnTE: iPu – HiSTÓriaS E aTuLiDaDES. Charge seleção. Disponível em: http://
ipu-historia-atualidades.blogspot.com/2010/08/charge-eleicao-2010.html. 
acesso em: 12 set. 2010.
Perceba que na imagem acima, há o contexto que 
determina a compreensão e a interpretação do texto. Dessa 
forma, o menino da imagem solicita ajuda da mãe em relação 
aquilo que ele está vendo/ouvindo na televisão, pois não 
condiz com o discurso proferido pela sua mãe sobre a mentira, 
gerando, assim, uma incoerência sobre a definição de mentira 
para a criança, a qual fica extremamente confusa. 
16Português Instrumental
É importante que amplie continuamente seus conhecimentos. Para 
tanto, sugerimos a leitura do seguinte artigo: CAMPOS, G. P. C. O 
processo de leitura: da decodificação à interação. Disponível em: http://
www.faculdadeobjetivo.com.br/arquivos/OProcessoDeLeitura.pdf. 
Acesso em: 3 maio 2014.
A maneira de ser expressar pode ser articulada de forma 
mais simples, mas com uma complexidade em sua escrita. 
A linguagem se faz com um rebuscamento e leva ao leitor a 
compreensão, e assim, não deixa de ser apresentada a forma 
culta e coerente que deve ter um texto sobre essa criticidade 
que estamos relatando no decorrer de nossa aula. 
Por exemplo:
A média de produção do último ano fiscal foi maior 
do que a do ano anterior. Foram instaladas novas máquinas 
hidráulicas para a estamparia, automáticas e de alta velocidade 
aumentando o número de peças, e foi introduzida nova 
metodologia, a fim de gerar economia com tempo e mão de 
obra. (Gold, 2010, p.20).
Percebe-se que a escrita viabiliza uma clareza nas 
informações, e não deixando de apresentar um vocabulário mais 
elaborado na transmissão da mensagem. Com isso, a informação/
ideia principal vai sobressair dentre as demais apresentadas para a 
articulação do comunicado aos seus interlocutores. 
Para melhor compreensão, vejamos como é organizada 
a letra da música “Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho:
Vocês que fazem parte dessa massa
que passa nos projetos do futuro
é duro tanto ter que caminhar
e dar muito mais que receber.
E ter que demonstrar sua coragem
à margem do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem
já sente a ferrugem te comer.
Eh!... ô... ô... vida de gado
 Povo marcado eh!... povo feliz! 
Lá fora faz um tempo confortável
a vigilância cuida do normal
os automóveis ouvem a notícia
os homens a publicam no jornal
e correm através da madrugada
a única velhice que chegou
demoram-se na beira da estrada
e passam a contar o que sobrou.
O povo foge da ignorância
apesar de viver tão perto dela
e sonham com melhores tempos idos
contemplam essa vida numa cela
esperam nova possibilidade
de verem esse mundo se acabar
a Arca de Noé, o dirigível
não voam nem se pode flutuar.
Não voam nem se pode flutuar...
Percebeu como essa letra nos conduz à reflexão? Notou 
como as palavras representam muito mais do que “parecem” 
representar? 
Observe as palavras que Zé Ramalho selecionou para 
compor a letra. Veja que as palavras não foram aleatoriamente 
dispostas; cada uma tem uma intenção, está no texto com 
finalidade determinada. Assim:
A coerência diz respeito à conexão entre as ideias 
apresentadas no texto. Sem ela, as frases ficam perdidas e sem 
lógica. Evidentemente, esta característica não é apenas do 
texto moderno, mas de toda e qualquer comunicação escrita 
ao longo dos tempos. A língua escrita exige um rigor e uma 
disciplina de expressão muito maiores do que a língua falada, 
obrigando o emissor a expressar-se com harmonia tanto na 
relação de sentido entre as palavras quanto no encadeamento 
de ideias dentro do texto (Gold, 2010, p.10).
A decodificação da palavra escrita é uma necessidade 
óbvia, porém constitui apenas a primeira etapa do processo 
da leitura criativa. A decodificação permite a intelecção, ou 
seja, a percepção do assunto, permite entender o significado 
do que foi lido. Assim, a linguagem escrita em detrimento ao 
ato de ler e compreender o enunciado, nos leva a uma reflexão 
e entendimento com significado. Além de se apresentar essa 
comunicação de várias maneiras, sendo uma escrita mais 
objetiva, simples, e levando em conta as normas gramaticais.
Em seguida faz-se a interpretação, que é a continuidade da 
leitura do mundo, realizada pelo leitor. A interpretação, muitas 
vezes, extrapola a letra do texto, pois se baseia nas relações 
entre texto e contexto. 
Na letra da música que acabou de ler, viu que a sua 
interpretação foi além da letra do texto, não é mesmo? 
Sendo assim, interpretar é um ato que requer dedicação 
e seriedade por parte do leitor. Cumprida as etapas anteriores, 
está o leitor apto para empreender a aplicação do conteúdo 
da leitura, de acordo com o objetivo a que se propôs. É 
muito interessante determinarmos objetivos quando vamos 
processar nossas leituras, ou seja: vamos ler para quê? E com 
que finalidade?
Que tal, agora, apreendermos como fazer uma leitura 
mais elaborada? 
A técnica de sublinhar, conforme muitos autores destacam, 
é de grande utilidade para a intelecção e interpretação do texto, 
facilitando o trabalho de resumir, esquematizar ou fichar. Pode-
se até afirmar que sem compreensão e interpretação do texto, 
torna-se impossível empregar com eficiência as técnicas de 
resumo, esquema e fichamento.
A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje 
e não deve restringir-se às finalidades de estudo. É preciso ler 
para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos 
e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual. Na 
opinião de Ezequiel T. Silva (1983, p. 46): 
Optar pela leitura é, então, sair da rotina, 
é querer participar do mundo criado pela 
imaginação de determinado escritor. Ler é 
basicamente, abrir-se para novos horizontes, 
é ter possibilidade de experenciar outras 
alternativas de existência, é concretizar um 
projeto consciente, fundamentando na vontade 
individual. 
Segundo a mesma vertente de pensamento exposta por 
Silva (1983), a linguista Sgarbi (2009) nos lembra que: 
17
E então, pronto para exercitar nossa Língua Portuguesa por meio da 
leitura? Espero que sim! Então, vamos em frente, pois temos mais uma 
seção nesta aula, a qual trata sobre as distintas formas em que um texto 
pode ser lido. 
Lemos, não só a linguagem verbal (fala e 
escrita), como, também a linguagem não verbal. 
Quando olhamos para uma pintura, uma 
escultura ou quando observamos as reações do 
nosso corpo ou, ainda, quando assistimos a um 
filme, também, estamos fazendo leituras. 
2 - Níveis de leitura de um texto
Para iniciar, reiteramos a importância de reforçar a ideia 
da importância do ato de ler e entender quais conhecimentos 
e objetivos devemos deterpara nos tornarmos bons leitores.
Vamos começar?
Começamos, então, a perceber que um dos grandes desafios 
a ser enfrentado pela escola e pela sociedade é o de fazer com 
que os alunos aprendam a ler, e, a ler reflexivamente. Segundo 
Geraldi (2006), a leitura é um processo de interlocução entre 
leitor/autor mediado pelo texto, nisso vemos a importância do 
contato do aluno com o texto e obras literários para que ele 
possa atribuir significado ao texto, e a partir disso conseguir 
relacioná-lo a outros textos, ou a realidade ou pensamento.
Assim, a leitura passa a ser fundamental para o domínio 
das múltiplas estruturas contidas nos textos, as quais são 
responsáveis pelo sentido. Nesse contexto, o pouco hábito 
da leitura reflete-se na escrita e, consequentemente, na fala, 
restringindo ao vocabulário. 
Dessa forma, o conhecimento prévio necessário à 
compreensão do texto também fica restrito, pois, segundo 
Ângela Kleiman (1995, p.13):
O leitor utiliza na leitura o conhecimento que 
ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo 
de sua vida. É mediante a interação de diversos 
níveis de conhecimento como o conhecimento 
linguístico, o textual, o conhecimento de 
mundo, que o leitor consegue construir o 
sentido do texto.
É importante fazer uma distinção entre ler e aprender a 
ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos verbais ou 
não verbais, por meio da busca da compreensão, enquanto a 
aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, que 
se enriquece com novas habilidades, na medida em que se 
manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por 
isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano 
da vida escolar. Essa leitura, na verdade, seriam os métodos, 
referentes à determinada área a que se observa. O profissional 
(mediador) vai ter a responsabilidade de mediar e extrair de uma 
determinada leitura sua finalidade, contendo, nesse processo, 
objetivos claros e definidos.
Saber Mais
“À leitura como processo, sempre caberá estudo e aprofundamento, 
pois envolve leitor e texto e a interação entre esses dois. A investigação 
dos fatores que contribuem para a compreensão textual requer especial 
atenção, uma vez que interfere em todas as áreas do conhecimento, sendo 
objeto de estudo interdisciplinar” (LER E COMPREENDER TEXTOS, 2014).
Sgarbi (2009, p.89) afirma que “para capacitar os alunos 
[...] para o encontro com o texto; constatando-o, cotejando-o 
e transformando-o, há que se criar condições concretas para 
que esses alunos leiam de maneira significativa”.
Acompanhem, também, o pensamento da autora citada a 
seguir. Kleiman (1999, p. 16) exemplifica: 
[...] Os professores que lembramos e admiramos 
e que tiveram alguma influência nas nossas 
vidas são aqueles que demonstraram gostar 
de suas matérias e conseguiram transmitir esse 
entusiasmo pelo saber.
Outro autor ratifica este pensamento ao mencionar que: 
Em outras palavras, o professor é aquele 
que precisa ser leitor e que apresenta as 
diferentes possibilidades de leitura: livros, 
poemas, notícias, receitas, paisagens, imagens, 
partituras, sons, gestos, corpos em movimento, 
mapas, gráficos, símbolos, o mundo enfim: 
“(...) Ou o texto dá um sentido ao mundo, 
ou ele não tem sentido nenhum” (LAJOLO, 
1994, p. 14).
Contudo, é importante ficar atento para o fato de que 
o aluno também precisa fazer a sua parte! Esse profissional 
deve estar próximo ao aluno no processo de aprendizagem, 
sanando dúvidas, fazendo observações e análises, mostrando 
o caminho a ser seguido, mas permitindo que o aluno caminhe 
sozinho na busca por novos horizontes que somente a leitura 
pessoal pode revelar. Diante da palavra, do contato com os 
textos que os alunos podem compreender a funcionalidade 
das palavras e o uso da gramática, por isso é tão importante que 
o aluno descubra o mundo da leitura. Deve ser o orientador, 
aquele que mostra o caminho a ser seguido, ele fornece as 
ferramentas para que o leitor desvende o texto e extraia dele 
o máximo possível. Precisa demonstrar ao aluno segurança, 
estímulo e um caminho longo a ser seguido, porém prazeroso 
e com uma ótima recompensa.
Assim, a leitura importa quando o leitor transforma a 
linguagem escrita em linguagem oral e quando o leitor consegue 
captar e dar sentido ao conteúdo da mensagem, analisando o 
valor dela no contexto social. Por isso, a importância da leitura 
reside, principalmente, no ato de ensinar a ler. Para Reina e 
Durigan (2003, p. 21),
[...] ensinar leitura não é responsabilidade 
exclusiva do professor de língua, mas sim 
de todos aqueles que usam esse código, 
seja para a interação, para a transmissão de 
conhecimentos, para a atuação sobre o outro, 
seja para o relacionamento com o mundo 
sensível.
Outro aspecto importante no trabalho com a leitura é a 
interdisciplinaridade vinculada à intertextualidade, pois todas 
as disciplinas, sejam das áreas das ciências exatas, agrárias, 
18Português Instrumental
humanas ou qualquer outra são discursivas, requerem 
desempenho de linguagem, e a leitura e a escrita são o fim e o 
meio de todo trabalho escolar. 
A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição 
de disciplinas e, ao, mesmo tempo, levar o aluno a pensar, a 
ser um aluno crítico, a buscar em vários meios o que possa 
ajudá-lo a compreender melhor seu universo de leitura e de 
vida. A leitura é compreensão, produção e interação com o 
meio. O aluno deve ser ativo na sociedade, capaz de expressar 
pensamentos e incorporar significações no processo social 
em que vive.
Se um “texto remete a outros textos e estes apontam 
para outros no futuro” (KLEIMAN, 1999, p. 62), a 
interdisciplinaridade permite que os contextos dos programas 
de diversas disciplinas sejam introduzidos em decorrência da 
leitura de um texto lido em sala de aula.
Entendeu o que é interdisciplinaridade e intertextualidade? 
Se tem dúvidas, leia o parágrafo anterior novamente.
Entretanto, a questão do ensino da leitura é ampla e pode 
situar-se na própria conceituação do que é leitura, na forma 
como é avaliada pelos professores; no papel que ocupa na 
sociedade; nos meios que são oferecidos para que ela ocorra, 
na metodologia que o professor adota para ensiná-la e na 
maneira como o aluno a compreende e valoriza.
Cansados? Espero que não! Sei que vocês ainda 
têm energia para aprender muito mais! A partir de agora, 
estudaremos o ato da leitura (conhecimentos prévios, 
objetivos e hipóteses). 
Mas, do que precisamos para realizar uma boa leitura?
O ato de ler aciona uma série de ações no pensamento do 
leitor, por meio das quais ele pode extrair novas informações 
ou remetê-las às informações anteriores. 
Na interação com essas informações, aqui denominadas 
de conhecimento prévio, o leitor pode mantê-las, modificá-
las ou desenvolvê-las durante a assimilação do conteúdo, pois 
“[...] quando um leitor é incapaz de chegar à compreensão 
através de um nível de informação, ele ativa outros tipos de 
conhecimentos para compensar as falhas momentâneas” 
(KLEIMAN, 1999, p. 17).
Assim, ao ler um texto qualquer, o leitor escolhe aspectos 
relevantes, ignora outros irrelevantes ou desinteressantes, 
dando atenção aos aspectos que interessam, ou seja, àqueles 
sem os quais seria impossível compreender o texto. Por isso,
[...] a ativação do conhecimento prévio 
é essencial à compreensão, pois é o 
conhecimento que o leitor tem sobre o assunto 
que lhe permite fazer as inferências necessárias 
para relacionar diferentes partes discretas 
do texto num todo coerente (KLEIMAN, 
1999, p. 25).
Essas inferências são hipóteses que o leitor levanta, 
antecipando informações com base nas pistas que vai 
percebendo durante a leitura. Portanto, quando chega à 
escola, o aluno já é um leitor do mundo, pois desde muito 
novo começa a observar, antecipar, interpretar e interagir, 
dando significado a seres, objetos e situações que o rodeiam:
O conhecimento linguístico, o conhecimento 
textual, o conhecimento do mundo devem ser 
ativados durantea leitura para poder chegar 
ao momento da compreensão, momento este 
que passa desapercebido, em que as partes 
discretas se juntam para fazer um significado 
(KLEIMAN, 1999, p. 26).
Você e eu fazemos a leitura de tudo que nos cerca! Essa 
aprendizagem natural da leitura deve ser considerada pelo 
professor e incorporada às suas estratégias de ensino com o 
fim de melhorar a qualidade desse processo contínuo, iniciado 
no momento em que o aluno é capaz de captar e atribuir 
significado às coisas do mundo. 
Assim, a ação de ler o mundo é enriquecida na medida 
em que o educando enfrenta progressivamente numerosos e 
variados textos, pois:
A forma do texto determina, até certo ponto, 
os objetivos de leitura: há um grande número 
de textos, como romances, contos, fábulas 
(...) notícias de jornal, artigos científicos (...): 
parece claro que o objetivo geral ao ler o jornal 
é diferente daquele quando lemos um artigo 
científico (KLEIMAN, 1999, p. 33).
Note que o trabalho de leitura na escola tem por objetivos 
levar o leitor à analise e à compreensão das ideais dos autores e 
a buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. 
E é isto que esperamos que faça a partir deste momento que 
está aprendendo mais sobre a maravilhosa habilidade da leitura.
Para saborear um pouco este mundo da leitura, eis que 
cito um trecho de um texto/poema de Martha Medeiros, em 
que a autora expõe seu imenso prazer em ler:
Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. 
Gosto de interromper a leitura num trecho 
especialmente bonito e encostá-lo contra o 
peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. 
Depois reabro e continuo a viagem. […] Gosto 
do barulho das paginas sendo folheadas. Gosto 
das marcas de velhice que o livro vai ganhando: 
[…] a lombada descascando, o volume ficando 
meio ondulado com o manuseio. Tem gente 
que diz que uma casa sem cortinas é uma casa 
nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros 
(Martha Medeiros). 
Dessa forma, cremos que a caminhada para o aprendizado 
da leitura acontece lendo e, da mesma forma, aprendemos a 
escrever escrevendo; vendo outras pessoas lerem e escreverem, 
tentando e errando, sempre nos guiando pela busca do 
significado mediante hipóteses ou pela necessidade de produzir 
algo que tenha sentido. 
Fique antenado! Na internet você pode encontrar inúmeros sites sobre 
o tema em estudo. Sugiro que realize buscas utilizando termos com 
palavras-chave e procure ler alguns artigos referentes ao conteúdo e 
procure fazer uma análise crítica das informações encontradas no site!
 De acordo com com Kleiman (1999, p. 36), “vários 
autores consideram que a leitura é, em grande medida, um 
19
jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente engajado no 
processo, elabora hipóteses e as testa, à medida que vai lendo”.
Assim, para elaborar hipóteses, o leitor precisa ter acesso 
ao texto cuja leitura foi transformada em objetivo, ou seja, ele 
deve prever o tema do texto com base nas pistas dadas; então, 
para ter acesso ao texto, é preciso ter acesso ao seu código e à 
mensagem escrita.
Enfim, é preciso que professor e alunos entendam que ler 
não é um ato mecânico de decodificação: é o estabelecimento 
de relações dentro de contextos, de vivências de mundo; não 
são frases ou palavras soltas que levam o leitor a entender que 
isso seja o ato de ler. 
Vale salientar que, para que esse quadro mude, é preciso 
que professor e aluno estejam verdadeiramente envolvidos. 
Nesse sentido, pensamos que o processo ensino-aprendizagem 
da leitura na sala de aula situa-se dentro de dois objetivos 
fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento 
dos estudos e aquisição de cultura geral.
E, então, está percebendo como a leitura é interessante, 
importante e indispensável em nossas vidas?
retomando a aula
E então? Entendeu bem as questões iniciais relacionadas a 
leitura e sua importância? Em caso de resposta afirmativa: 
Parabéns! Mas, há muitos outros conhecimentos a serem 
agregados sobre o tema. Para tanto, sugerimos que consulte 
as obras, periódicos e sites indicados ao final desta aula. 
1 – O ato de ler: o que ler? 
Na primeira seção, vimos que para que possamos efetuar 
uma leitura significativa, faz-se necessário construir sentido 
através dos conhecimentos prévios que você possui sobre o 
assunto e a interação com o suporte de leitura. 
Assim, para de fato obter informações corretas sobre o 
texto lido e consequentemente construir um suporte de sentido 
para a compreensão e a interpretação deste texto, é preciso, 
ainda, lançar mão dos conhecimentos culturais adquiridos ao 
longo da vida, tais como as crenças, as opiniões ou atitudes. 
A motivação ou objetivos diferentes atuarão na construção 
da representação sobre o evento ou o enunciado presente no 
texto, o que faz com que, ao ler um mesmo texto, diferentes 
leitores construam significados diferenciados, produzindo 
diferentes tipos de inferências.
Finalmente, na seção inicial, tivemos a oportunidade de 
começar a perceber como a leitura é importante em nossas 
vidas, além de reconhecer que é interessante sabermos “ler” 
as diversas situações às quais somos expostos e o quanto é 
importante, também, sabermos interpretar devidamente os 
diferentes textos. 
2 – Níveis de leitura de um texto.
Na seção 2, estudamos os níveis de leitura de um texto, 
os quais trazem a seguinte questão á tona: fazer uma leitura e 
aprender a fazer uma leitura. Tais ações são distintas, pois no 
ato de ler, estabelece-se uma comunicação com textos verbais e 
não verbais via compreensão holística. 
No entanto, a aprendizagem da leitura compõe uma 
ação permanente, que se enriquece com novas habilidades, 
na medida em que se manejam adequadamente textos cada 
vez mais complexos. 
Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe 
ao primeiro ano da vida escolar, mas, sim, e ,sobretudo, na 
caminhada do leitor. Somos nós que estabelecemos o nível de 
leitura que iremos ter, uma vez que a dedicação deve ser séria 
e permanente no processo de compreensão e interpretação 
textual. 
Nas palavras de Paulo Freire: “A leitura de mundo 
precede a leitura da palavra”. 
Existem inúmeros cursos sobre os conteúdos tratados nas Seções 
desta aula, inclusive gratuitos, que podem ser encontrados e realizados 
pela internet. Assim, é importante que realize pesquisas em sites de 
busca, utilizando o termo ‘‘Curso’’ junto à palavra que representa a 
conceituação do termo estudado, como por exemplo: “curso leitura”. 
Aproveite a oportunidade para aprofundar e/ou ampliar ainda mais 
seus conhecimentos!
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três 
artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 
1989.
GERALDI, João Wanderley (Org.) O texto na sala de 
aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2001.
KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva 
psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986. (Série Fundamentos)
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro 
da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2ª ed. São 
Paulo: Ática, 1991.
CAMPOS, G. P. C. O processo de leitura: da decodificação 
à interação. Disponível em: http://www.faculdadeobjetivo.
com.br/arquivos/OProcessoDeLeitura.pdf. Acesso em: 3 
maio 2014. 
EDUCADORES DE SUCESSO. Homepage. 
Disponível em: http://educadoresdesucesso.blogspot.
com/. Acesso em 14 set. 2010.
IPU – HISTÓRIAS E ATULIDADES. Charge seleção. 
Disponível em: http://ipu-historia-atualidades.blogspot.
com/2010/08/charge-eleicao-2010.html. Acesso em: 12 
set. 2010.
LER E COMPREENDER TEXTOS. A leitura e os 
diferentes níveis de interpretação. Disponível em: http://www.
lerecompreendertextos.com.br/2012/09/a-leitura-e-os-
diferentes-niveis-de.html. Acesso em: 3 maio 2014.
UOL. O que é leitura crítica? Disponível em: http://
linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-
ortografia/37/artigo265053-1.asp. Acesso em: 3 maio 2014. 
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20Português Instrumental
O Clube de Leitura de Jane Austen
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3ºAula
Linguagem, língua e fala
Caro(a) aluno(a), 
Estamos iniciando a nossa terceira aula e nela trataremos 
sobre a tríade que constituí a comunicação: Linguagem, Língua e 
fala. Em outras palavras, quando se fala em linguagem, estamos 
nos referindo, diretamente, à capacidade humana formada por 
leis combinatórias e signos linguísticos materializados pela 
mensagem.
Assim, de modo a tornar efetiva a linguagem verbalizada, 
esta se condiciona a dois fatores: à língua e à fala. A língua é 
fator resultante da organização de palavras, segundo regras 
específicas e utilizadas por uma coletividade. E a fala cabe à 
concretização da língua que cada indivíduo, de uma dada 
comunidade, irá proferir.
Iniciemos, então, nossa aula! Que tal!? Disposto a começar?
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando 
as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho! 
Boa aula!
objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de: 
• compreender a amplitude do conceito e da aplicação da linguagem, da língua e da fala;
• entender e reconhecer a importância dos níveis de linguagem em diversos contextos de uso.
22Português Instrumental
1 - Linguagem, língua e fala.
2 - Níveis de linguagem. 
Seções de estudo
1 - Linguagem, língua e fala
Somos educados a partir da teoria que o homem é um animal racional, 
isto é, pensa, sente, julga as coisas, possui uma inteligência e, por isso, 
temos dois mundos distintos: o mundo dos homens e dos animais.
Eis uma tríade cuja materialização vincula-
se a todo e qualquer processo comunicativo. 
Embora os concebemos como elementos 
utilizados para designar a mesma realidade, 
em se tratando do ponto de vista linguístico, 
os mesmos não devem ser confundidos, 
talvez até como termos sinônimos (MUNDO 
EDUCAÇÃO, 2014).
Arquitetamos na consciência, uma espécie de “biblioteca” 
onde assentamos tudo o que é ouvido e entendido. 
Guardamos ideias, significados, expressões e com essa “base 
de dados” nos anunciamos verbalmente, seja pela fala ou pela 
escrita. Note que seria como se escolhêssemos, pegando na 
prateleira da biblioteca, palavra por palavra, criando estruturas 
de entendimento para a comunicação. 
Isso é quase parecido com uma receita de bolo: você + é 
+ muito + legal, resultando naquilo que queremos dizer pelo 
que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
Vamos pensar um pouquinho mais?
Para Refletir
Vamos refletir sobre algumas importantes questões:
Por que falamos?
Por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas 
primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem?
Por que o homem, diferente dos outros animais, fala?
Por que somente nós temos essa faculdade e, até onde se sabe, já 
impressa em nossa consciência?
Poucas pessoas, cremos, tenham parado para ponderar 
ou interrogar sobre estas questões. Pesquisas e trabalhos 
realizados nesse sentido procuram, ainda, respostas precisas 
para a pergunta “por que o homem fala”. 
Segundo Bottéro (1997), o homem, na Mesopotâmia 
antiga, berço da civilização, percebeu a necessidade de 
comunicar-se e começou a criar possibilidade de entendimento 
entre si e os outros. Usou sinais e mensagens, expostas na aba 
de vasos.
Seguindo o raciocínio de Bottéro (1997), a questão é 
que se tratava apenas de uma escrita de coisas: os significados 
diretos destes caracteres não eram as palavras de uma língua 
mas, em primeiro lugar e de modo imediato, as realidades 
expressas por estas palavras. 
Assim, levando-se em conta tais informações, podemos 
inferir que em um determinado momento da humanidade, o 
homem teve a necessidade de comunicar-se de algum modo, 
assim como em um determinado momento, passou a falar. 
É interessante pensar nestas questões porque refletimos e 
nos perguntamos a partir de quê ou do quê, o homem descobriu 
que possuía, além das existentes, a faculdade da linguagem. 
Ao acompanharmos o crescimento de uma criança, cada 
vez mais notamos como a necessidade de falar é presente na 
vida humana... Ademais, percebemos o quanto o ato de falar 
faz de nós mais parte do mundo, não é mesmo?
É importante saber que algumas pesquisas na área da 
linguagem humana mostram que, no caso da criança, a primeira 
palavra murmurada já representa sua admissão no universo 
da linguagem e o abandono do estado da natureza ( estado 
primeiro/ primitivo).
Assim, pode-se dizer que é a linguagem que autoriza a 
tomada de consciência do indivíduo como entidade distinta. 
Considerando que fazemos uso da linguagem, da língua que 
nos é ensinada e, consequentemente, falamos. Só não sabemos, 
por que, justamente pela fala, que comunicamo-nos uns com 
os outros.
 Outro assunto que intriga o pensamento e os mistérios 
da vida, ou melhor, reflete sobre a existência da comunicação 
falada entre os homens é: Por que falar, viver em sociedade 
com seres falantes, é quase uma necessidade de sobrevivência? 
Já pensou sobre isto?
Idealizemos a seguinte situação: se eu, você, todos nós, 
ficássemos sem trocar uma palavra sequer com qualquer 
pessoa que fosse durante toda a vida! 
Possivelmente morreríamos de angústia...de solidão...não 
é verdade?
Claro que, se nunca tivéssemos tido contato com a fala, 
com o som emitido pelos falantes ao falarem, com a língua , 
essa realidade -de falar -não existiria...
Mas, pensemos mais um pouquinho!
Aguentaríamos ficar um dia inteiro que fosse sem falar? 
Sem falar nada, categoricamente nada? Não aguentaríamos. 
Não é mesmo? 
Mas, o fato é que falamos!
Para alguns teóricos que tratam sobre os estudos da 
linguagem, a língua se constitui nos primeiros indícios de 
identificação da humanidade no homem. 
A partir do uso da língua, é que foi possível ao homem sair 
de seu estado primário natural e chegar ao estado mais avançado, 
ou seja, ao estado cultural (oriundo da organização social).
Inúmeros estudos feitos por pesquisadores preocupados 
em descobrir o porquê de o homem ter esta necessidade do uso 
da linguagem e o porquê da fala, vêm nos mostrar que isso é, 
definitivamente, uma faculdade humana. Algo que somente o 
homem tem como característica e que o difere dos outros animais.
Vejamos:
Saussure (2002, p. 17), no Curso de Linguística Geral, vai 
definir a língua como objeto de estudo e diferenciar a língua da 
fala. Para Saussure: 
A língua é o produto social da faculdade da 
linguagem e um conjunto de convenções 
necessárias, adotadas pelo corpo social, para 
permitir o exercício dessa faculdade nos 
indivíduos. Trata-se de um tesouro depositado 
pela prática da fala em todos os indivíduos 
pertencentes à mesma comunidade, um sistema 
gramatical que existe virtualmente em cada 
cérebro ou, mais exatamente, nos cérebros dum 
conjunto de indivíduos, pois a língua não está 
23
Saber Mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre as diferenças entre a 
linguagem comum e a linguagem científica formal, própria dos textos 
acadêmicos/universitários, sugerimos que leia o artigo: MORTIMER, 
E. F.; CHAGAS, A. N.; ALVARENGA, V. T. Linguagem científica versus 
linguagem comum nas respostas escritas de vestibulandos. Disponível 
em: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol3/n1/v3_n1_a1.htm. Acesso 
em: 3 maio 2014.
2 - Níveis de linguagem 
completa em ninguém, e só na massa ela existe. 
A fala, ao contrário da língua, para Saussure (2002, p. 22) é 
algo puramente individual. “São as combinações pelas quais o 
falante realiza o código da língua no propósito de exprimir seu 
pensamento pessoa [...]”. É a maneira individual e particular que 
cada ser faz do uso da língua predominante em uma sociedade.
Curiosidade
O estudo nos ajuda a entende e a respeitar a existência dos sotaques 
regionais, as gírias e a forma que cada indivíduo tem de usar a língua. 
A linguística, partindo desse conceito de língua e fala, não 
pode, então, considerar que alguns “falam corretamente” e 
outros “falam erradamente”. 
O conceito de certo e errado deixa de existir, por ser a 
língua, a mesmapara todos os indivíduos de uma sociedade e 
algo já impresso na mente (conceitos e imagens acústicas) de 
todos os seres de um determinado tempo e espaço. Do ponto 
de vista científico, tudo o que consideramos “erro” ao “falar 
errado” é, na verdade, algum fenômeno ou acontecimento que 
pode e deve ser analisado por estudos linguísticos. 
Sossegados até aqui? Ok, então vamos em frente, pois a próxima seção 
traz uma discussão acerca da adequação da linguagem em uso efetivo.
Como podemos perceber, a linguagem tem regras, 
princípios que precisam ser obedecidos. Geralmente, achamos 
que estas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. 
Para a grande maioria das pessoas, expressar-se perfeitamente 
em língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, 
concordância verbal, acentuação etc. 
Há, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que 
o gramatical, que é o de inconformidade da linguagem ao 
contexto.
Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem 
mais informal do que nas provas da faculdade ou em uma 
entrevista para emprego. Ao conversar com os avós, não 
convém usar algumas gírias, pois eles poderiam ter dificuldades 
em nos compreender. 
Em um trabalho/atividade que vamos elaborar no 
curso superior, precisamos empregar um vocabulário mais 
formal. Estes fatos nos levam a concluir que existem níveis de 
linguagem, pois, optamos, conforme o contexto, pelo uso do 
padrão informal da linguagem ou pelo uso formal da linguagem.
Por exemplo, podemos observar sobre o viés empresarial:
Ao escrever a clientes, responder a solicitações, 
passar informações sobre diversos assuntos, 
subsidiar informações para a tomada de 
decisões, o texto deve apresentar frases 
curtas com um vocabulário simples e formal. 
Nem o vocabulário sofisticado nem as frases 
longas e rebuscadas contribuem para um 
rápido entendimento da mensagem, levando 
o leitor a um desperdício de tempo, quando 
não a uma desmotivação progressiva que 
acarretará, inconscientemente, a rejeição da 
mensagem. Não devemos nos esquecer que 
a mudança cultural imposta na linguagem das 
correspondências reflete também um estilo da 
vida moderna, em que a informação valorizada 
é aquela de mais fácil digestão — haja vista a 
grande influencia dos meios de comunicação 
em massa (FIRMINO, 2014, s/p).
Além disso, devemos observar que esse leitor, por mais 
inteligente que possa aparentar, necessita de uma atenção para 
decodificar as palavras, reconhecer seus sentidos e identificar 
quais são as ideias existentes no texto. Assim, torna-se evidente 
que, quanto menor o esforço para decodificar o texto, mais o 
leitor aprenderá sobre a mensagem.
Veja o esquema abaixo e perceba como os níveis da 
linguagem se organizam:
Linguagem Formal, 
culta ou padrão
l i n g u a g e m 
coloquial ou 
popular
l i n g u a g e m 
profissional ou 
técnica
Linguagem artística 
ou literária
Faz uso das normas 
gramaticais
Utiliza Gírias, 
Regionalismos etc.
Técnica ou 
científica.
É uma linguagem 
Literária ou poética.
Vejamos, então, alguns níveis de linguagem:
a) Nível formal, culto ou padrão: trata-se de uma 
linguagem mais formal, que segue os princípios da gramática 
normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos jornais e 
nos livros em geral. Observe esse trecho de jornal:
A polêmica não é nova, nem deve extinguir-se 
tão cedo. Afinal qual a legitimidade e o limite 
do uso de recursos públicos para salvaguardar 
a integridade do sistema financeiro? (...) 
(Folha de São Paulo, 14 de março de 1996, 
Editorial). 
b) Nível coloquial, popular: é a linguagem empregada 
no cotidiano. Geralmente é informal, incorpora gírias e 
expressões populares e não obedece às regras da gramática 
normativa. 
Veja os exemplos abaixo:
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Prá que então ficar 
esquentando muito? Me parece que as coisas no fim sempre 
dão certo”.
Estou preocupado (norma culta).
Tô preocupado (língua popular). 
Tô grilado (gíria, limite da língua popular).
c) Nível profissional ou técnico: é a linguagem que 
alguns profissionais, como advogados, economistas, médicos, 
dentistas etc. utilizam no exercício de suas atividades. 
d) Nível artístico ou literário: é a utilização da 
24Português Instrumental
retomando a aula
Retomar conhecimentos é fundamental para sedimentar 
o processo de aprendizagem. Assim, convidamos você a 
relembrar os estudos realizados na aula 3!
linguagem com finalidade expressiva pelos artistas da palavra 
( poetas e romancistas, por exemplo) alguns gramáticos já 
incluem este item na linguagem culta ou padrão. 
Assim, dominar uma língua não significa apenas 
conhecer normas gramaticais, mas, sobretudo, empregar 
adequadamente esta língua em várias situações do 
cotidiano, tais como na faculdade, no trabalho, com os 
amigos, em um exame de seleção, no trabalho etc.
Também é importante assegurar algumas características 
mediante as normas gramaticais e mais alguns níveis 
de linguagens em outras profissões, como: marketing, 
administração, contabilidade. Segundo Firmino (2014):
Concisão significa expressar o máximo de 
informações sem repetições e excesso de 
ideias. Assim, para cumprir esse objetivo, 
é preciso determinar com precisão as 
informações realmente relevantes, bem como 
avaliar o significado das palavras e expressões 
utilizadas, sendo conciso, mas que contem 
uma ideia significativa.
A objetividade refere-se a toda a ideia apresentada que, 
direta ou indiretamente, levam a informação a ser transmitida. 
Entretanto, é importante que se apresente os pontos principais 
com precisão..
Outro ponto fundamental é clareza, que objetiva a 
organização das ideias a fim de transmiti-las com êxito ao seu 
interlocutor. Característica que pode-se dizer ser a mais difícil de 
executar, por exigir do emissor uma elaboração com que possa 
pensar em como essa mensagem chegará ao seu leitor, e se as 
palavras elaboradas estão sendo compreendidas com sucesso. 
Um exemplo do que estamos dizendo são as famosas 
brincadeiras verbais, muitas delas usadas como apelo de 
marketing, do tipo:
Cachorro faz mal à moça!
Na verdade, é um sanduiche cachorro-quente.
Pedro e Paulo vão se separar.
Eles não são casados entre si. Cada um vai separar-se de 
sua respectiva mulher
Assim, concluímos que a coerência é a conexão entre 
as palavras e as ideias a serem apresentadas, sendo necessária 
para que tenha uma lógica em seu contexto, seja qual for 
sua área ou público. Nesse sentido, nossa língua escrita tem 
uma disciplina maior do que a língua falada, e a relação de 
sentido se faz extremamente fundamental para a sua lógica e 
articulação das ideias ao seu receptor. 
Imagino que você tenha relembrado os conhecimentos que acabamos 
de estudar! Contudo, caso tenha alguma dúvida, é importante que 
releia a aula e escreva-a no quadro de avisos que terei muito prazer 
em saná-la. Ah, não se esqueça de realizar as atividades propostas 
para a Aula 3!
1 - Linguagem, língua e fala.
Na primeira seção vimos que a linguagem é todo sistema 
de sinais convencionais que nos permite realizar atos de 
comunicação. Pode ser verbal (aquela cujos sinais são as 
palavras) e não verbal (aquela que utiliza outros sinais que 
não as palavras. Os sinais empregados pelos surdos-mudos, o 
conjunto dos sinais de trânsito, mímica, etc., constituem tipos 
de linguagem não verbal). 
Ademais, reconhecemos que a língua é um tipo de 
linguagem; é a única modalidade de linguagem baseada em 
palavras. O alemão e o português, por exemplo, são línguas 
diferentes. No entanto, a língua é a linguagem verbal utilizada 
por um grupo de indivíduos que constitui uma comunidade.
Finalmente, reconhecemos que a fala é a realização 
concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num 
determinado momento. É um ato individual que cada membro 
pode efetuar com o uso da linguagem.
2 - Níveis de linguagem. 
Já na segunda seção pudemos construir, dentre outros, 
conhecimentossobre a importância de utilizar, para cada 
contexto e/ou situação comunicativa, uma linguagem adequada, 
uma vez que os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da 
fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. A 
linguagem se estabelece além de somente normas gramaticais. 
O emissor e o receptor devem estar em concordância para que 
haja entendimento. 
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutores). 
A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaboradores). A coerência textual. São Paulo: Contexto, 
2001.
BLOG SEMIÓTICA. Como se definem os signos. Disponível 
em: http://semioticacom102.blogspot.com/2008/10/como-
se-definem-os-signos-2-signo.html. Acesso em: 3 maio 2014.
MORTIMER, E. F.; CHAGAS, A. N.; ALVARENGA, 
V. T. Linguagem científica versus linguagem comum nas respostas escritas 
de vestibulandos. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/public/
ensino/vol3/n1/v3_n1_a1.htm. Acesso em: 3 maio 2014.
MUNDO EDUCAÇÃO. Linguagem, língua e fala. Disponível 
em: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/
linguagem-lingua-fala.htm. Disponível em: 3 maio 2014. 
PARTES. Teoria, signos e reflexão. Disponível em: http://
www.partes.com.br/ed39/teoriasignosreflexaoed39.htm. 
Acesso em: 3 maio 2014. 
UNISUL. Linguagem. Disponível em: http://www3.unisul.
br/paginas/ensino/pos/linguagem/0102/05.htm. Acesso em: 
3 maio 2014. 
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4ºAula
Modalidades oral e escrita
Caro(a) aluno(a), 
Estamos iniciando a nossa quarta aula e nela 
trataremos sobre um tema muito interessante, as 
modalidades da língua oral e escrita. Podemos dizer que 
as modalidades não são somente um instrumento para 
efetivar a nossa comunicação, mas, sim, uma forma de 
mostrar socialmente aquilo que estamos pensando. Ou 
seja, a fala e a escrita são sistemas comunicativos que 
expressam a língua nas mais diferentes práticas sociais.
É inserido nesse contexto que iniciamos a nossa 
aula!
Que tal!? Disposto a começar?
Comecemos, então, analisando os objetivos e 
verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo 
desta aula. 
Bom trabalho!
Boa aula!
objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de: 
• compreender a amplitude da linguagem falada em suas mais variadas situações;
• entender e perceber como e quando ocorre a linguagem não verbal em contextos diversos;
• identificar e compreender a linguagem escrita e suas engrenagens linguísticas.
26Português Instrumental
1 - Introdução. 
2 - Linguagem falada.
3 - Linguagem não verbal.
4 - Linguagem escrita.
Seções de estudo
1 – introdução
2 - Linguagem falada
Vamos iniciar refletindo sobre a seguinte afirmação:
Português é fácil de aprender porque é uma 
língua que se escreve exatamente como se fala.
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di 
aprender, purqui é uma língua qui a genti 
iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu 
inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti 
discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. 
Im purtuguêis não. É só prestátenção. U 
alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? 
Num bate nada cum nada. Até nu espanhol 
qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui 
bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem 
soubé falá sabi iscrevê.
O comentário é do humorista Jô Soares, para a 
revista Veja. Ele brinca com a diferença entre 
o português falado e escrito. Na verdade, em 
todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e 
escrevem de outro. A fala e a escrita são duas 
modalidades diferentes da língua e é com esse 
fato que o Jô brincou (UOL, 2014). 
Esta afirmação que acabamos de ler foram ditas pelo apresentador Jô 
Soares. Com elas, convidamos você a iniciar os estudos da quarta aula! 
Vamos em frente!
[...] por trás de cada texto está o sistema da 
linguagem. A esse sistema correspondem no 
texto tudo o que é repetido e reproduzido e 
tudo que pode ser repetido e reproduzido, 
tudo o que pode ser dado fora de tal texto 
(o dado). Concomitantemente, porém, cada 
texto (como enunciado) é algo individual, 
único e singular, e nisso reside todo o seu 
sentido (a sua intenção em prol da qual ele foi 
criado). É aquilo que nele tem relação com a 
verdade, com a bondade, com a beleza, com 
a história (BAKHTIN, s/d).
O trabalho de Bakhtin é considerado influente na área de teoria 
literária, crítica literária, sociolinguística, análise do discurso e semiótica. 
Este pensador, “na verdade um filósofo da linguagem e sua linguística 
é considerada uma ‘trans-linguística’ porque ela ultrapassa a visão de 
língua como sistema. Isso porque, para Bakhtin, não se pode entender 
a língua isoladamente, mas qualquer análise linguística deve incluir 
fatores extralinguísticos como contexto de fala, a relação do falante 
com o ouvinte, momento histórico etc.” (EDITORA CONTEXTO, 2014). 
A citação de Bakhtin deixa clara a importância da 
linguagem na produção de um texto, uma vez que as 
características individuais de cada autor se fazem presentes 
na trama textual. Dessa forma, a língua portuguesa é rica e 
poderíamos nos equivocar nas mais diversas nomenclaturas e 
classificações. Há vários autores que denominam e dividem a 
linguagem de muitas formas e todos têm suas razões de fazê-lo. 
Optamos pelo esquema que segue, por crermos que ele 
resume de maneira bastante clara as diversas linguagens, as 
quais são utilizadas para dividir, em seções, esta quarta aula!
a) linguagem falada;
b) linguagem não-verbal;
c) linguagem escrita.
Vamos recordar? Vejamos cada uma delas?
Vamos ver o que o teórico Almeida (2000, p. 29-43), em 
seu livro S.O.S. Redação e Expressão nos apresenta:
Saber Mais
Vocês podem saber mais sobre a linguagem falada acessando o site: 
RECANTO DA LETRAS. Artigos. Disponível em: http://recantodasletras.
uol.com.br/artigos/431248. Acesso em: 3 maio 2014.
A linguagem falada, também conhecida como coloquial, 
é a maneira mais comum de nos expressarmos em nosso dia 
a dia. Ela é, via de regra, informal, logo sem muita correção 
gramatical. Assim como afirma Gold (2010, p.13):
As situações linguísticas são muito complexas. Em um 
panorama sucinto das duas principais variações, temos:
• As variações de uso regional, que se verificam na 
entonação, no vocabulário e em algumas estruturações sintáticas, 
caracterizando uma comunidade linguística em determinado 
espaço geográfico. Este tipo é denominado dialeto; 
• As variações decorrentes de ajustes em função da 
situação contextual e do destinatário. Como consequência, 
podemos separar várias modalidades e níveis de língua: escrita, 
falada, do jurídico, dos economistas, dos internautas etc. a estas 
variações dá-se o nome de registros (GOLD, 2010).
Dessa maneira, é relevante atentar-se que essas variações 
sobre dialetos e registros vão variar e ser usadas conforme a 
distinção social, origem do indivíduo, escolaridade, dentre 
outros fatores. Assim, temos uma brevia construção de uma 
imagem que está ligada sobre a utilização dos termos citados. 
Observamos um exemplo sobre a variante existente entre a 
língua falada e língua escrita, segundo Gold (2010, p.14):
Língua falada Língua escrita
Vulgar
Não existe preocupação com a norma 
gramatical, é usada por indivíduos não 
letrados, sem nenhuma alfabetização. 
Vulgar
Usada por pessoas sem escolaridade.
Coloquial despreocupada
Língua usada em conversação corrente, 
podendo ter gírias, ou expressões 
familiares e um cuidado gramatical mínimo. 
Despreocupada 
usada por pessoas escolarizadas, mas não 
exige uma importância gramatical/verbal 
com tanta rigidez, como a escrita de um 
bilhete.
Coloquial culta 
Existe uma preocupação gramatical, 
utilizada em palestras, aulas e reuniões.
Formal 
Exige seguir as normas gramaticais 
corretamente, sendo usada em 
correspondências empresariais, 
apresentações e livros. 
Formal
imita em todo o processo a escrita, e por 
isso soa

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