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Resumo do livro HISTORIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMILIA

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UNIVERSIDADE PAULISTA
PSICOLOGIA
APS – Atividades Práticas Supervisionadas
146X-AÇÃO SOCIAL JUNTO Á CRIANÇA, AO ADOLESCENTE E Á TERCEIRA IDADE
ALUNA: 
RA: 
SÃO PAULO
2021
Resumo do livro:
História social da Criança e da Família
Prefácio 
Costuma-se dizer que a árvore impede a visão da floresta, mas o tempo maravilhoso da pesquisa é sempre aquele em que o historiador mal começa a imaginar a visão de conjunto, enquanto a bruma que encobre os horizontes longínquos ainda não se dissipou totalmente, enquanto ele ainda não tomou muita distância do detalhe dos documentos brutos, e estes ainda conservam todo o seu frescor. Seu maior mérito talvez seja menos defender uma tese do que comunicar aos leitores a alegria de sua descoberta, torná-los sensíveis como ele próprio o foi às cores e aos odores das coisas desconhecidas. Mas ele também tem a ambição de organizar todos esses detalhes concretos numa estrutura abstrata, e é sempre difícil para ele (felizmente!) desprender-se do emaranhado das impressões que o solicitaram em sua busca aventurosa, é sempre difícil conformá-las imediatamente à álgebra no entanto necessária de uma teoria. Anos depois, no momento da reedição, o tempo passou, levando consigo a emoção desse primeiro contato, mas trazendo pôr outro lado uma compensação: pode-se ver melhor a floresta. Hoje, após os debates contemporâneos sobre a criança, a família, a juventude, e após o uso que foi feito de meu livro, vejo melhor, ou seja, de uma forma mais nítida e mais simplificada, as teses que me foram inspiradas por um longo diálogo com as coisas. Procurarei resumi-las aqui, reduzindo-as a duas. HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA A primeira refere-se inicialmente à nossa velha sociedade tradicional Afirmei que essa sociedade via mal a criança, e pior ainda o adolescente. A duração da infância era reduzida a seu período mais frágil, enquanto o filhote do homem ainda não conseguia bastar-se; a criança então, mal adquiria algum desembaraço fisico, era logo misturada aos adultos, e partilhava de seus trabalhos e jogos. De criancinha pequena, ela se transformava imediatamente em homem jovem, sem passar pelas etapas da juventude, que talvez fossem praticadas antes da Idade Média e que se tornaram aspectos essenciais das sociedades evoluídas de hoje. A transmissão dos valores e dos conhecimentos, e de modo mais geral, a socialização da criança, não eram, portanto, nem asseguradas nem controladas pela família. A criança se afastava logo de seus pais, e pode-se dizer que durante séculos à educação foi garantida pela aprendizagem, graças a convivência da criança ou do jovem com os adultos. A criança aprendia as coisas que devia saber ajudando os adultos a fazê-las. A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade.
O Sentimento da Infância
As Idades da Vida
No primeiro capítulo, o autor mostra como a idade nem sempre foi tão, de certa forma, valorizada como hoje em dia, não se dava tanta importância em saber a idade de determinada pessoa e muito menos colocar datas nas produções antigas. Isso só irá mudar a partir do Séc. XVI, nas camadas mais instruídas da sociedade. O autor faz análises em obras de arte relativas àquela época, representando as famílias, geralmente apresentavam datas de nascimento das pessoas que estavam representadas nas artes e, sempre apresentavam apenas as datas de nascimento dos adultos, as crianças eram representadas, mas não tinham datas especificando-as. Vale ressaltar, que já havia o conhecimento, que para a época, era considerado cientifico acerca das idades da vida, do período que durava cada ciclo da vida. No entanto, recebiam várias denominações e consideravam-se diversos aspectos diferentes, variando 
de acordo com o escritor da época. Mas a forma mais representada, eram as idades em forma cíclica, do nascimento até a morte. 
No que diz respeito às crianças, no século XVII, a infância (enfant) foi designada àqueles que tinham ainda dependência, não havia outra distinção até que a criança fosse independente (p. 42), no entanto, a mesma denominação (enfant) seria utilizada aos que, mesmo que não fosse crianças ou adolescentes, estivessem em níveis mais baixos socialmente, como: um “pequeno” trabalhador. 
Enfim, durante os anos, as expressões para designar a infância ou, a fase da criança, fora m se alterando e sempre se misturando, não havia algo especificamente que distinguisse a criança, adolescente, jovem, adulto, era quase tudo a mesma coisa. No entanto, neste mesmo século, com Port-Royal, surgem alguma divisão entre as crianças nas escolas – petits, moyens e grands (pequenos, médios e grandes) (p. 44). 
A Descoberta da Infância
O autor é claro ao afirmar que até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representa-la (p. 50), ou seja, simplesmente era desconsiderada a existência de crianças através da arte, isso reflete o sentimento quanto à criança citado anteriormente, de que não passavam de diversões para os adultos e seres substituíveis, descartáveis, que não tinha importância de serem representadas pelas produções artísticas da época. No entanto, exceções à parte, algumas miniaturas datadas do século XI, relacionadas a histórias bíblicas, representam crianças, só que, na verdade, são apenas miniaturas de adultos, a única característica de criança é o tamanho, os demais traços todos são de um adulto. 
Já por volta do século XIII, surgiram alguns tipos de crianças um pouco mais próximos do sentimento moderno representação do anjo, com traços que o diferenciavam dos adultos (além do tamanho), e remetia a um jovem 
adolescente, não uma criança propriamente dita. O segundo tipo de criança está presente na representação do menino Jesus que, a partir do século XII começou a ser representado com os traços corporais e vestimentas de uma criança, no entanto, ao invés de se aplicar à todas as artes da época, esse tipo de representação do menino Jesus como uma criança que realmente era, ficou limitado a isso mesmo até o século XIV, as demais crianças eram representadas como de costume. 
O terceiro tipo de representação da criança surge no período da arte gótica (sec. XII-XIV), que é a criança despida, nua, sendo que, o menino Jesus apenas apareceria despido no final do século XIV.
Aos poucos, a iconografia que representava a criança foi deixando de se limitar 
apenas à imagem do menino Jesus, no entanto, continuava sendo representada somente no âmbito religioso. Porém, a partir disso é que surgem em artes dos séculos XV e XVI as representações de crianças em diversas pinturas, elas não estão sozinhas, mas agora já ocupam um espaço nas mais diversas ocasiões, sempre misturadas aos adultos.
O desprendimento da arte exclusiva para da ação religiosa por parte da família faz com que a criança agora seja representada sozinha nos quadros, isso já no século XVII (p. 60). 
Agora as famílias todas queriam ter uma representação de seus filhos em sua fase de criança ainda, nos faz refletir sobre a importância dada a estas, as famílias agora entendem que as crianças também têm uma alma imortal, não são seres descartáveis e que 
servem apenas para diversão. Apesar da valorização da criança ter se iniciado ainda no século XII, foi o século XV II um dos mais importantes na descoberta da primeira infância, caracterizando o corpo, os hábitos, a fala, enfim, tudo aquilo que nos faz reconhecer realmente uma criança, diferentemente dos tempos em que elas eram representadas como miniaturas de adultos, agora, elas têm características particulares.
O Traje das Crianças 
Além das obras de artes, outra análise que o autor faz acerca das crianças em 
épocas passadas, está relacionado ao traje. Até o século XIII, assim que a criança deixava os cueiros, eram vestidas como os outros homens e mulheres de mesma condição (p. 69). 
Como na análise anterior, o autor destaca que somente no século XVII, é que os trajesdas crianças são diferenciados dos adultos.
Um destaque que vale à pena fazer, é que após saírem dos cueiros, as crianças do sexo masculino usavam uma vestimenta em que ficavam parecendo pequenas mulheres, já e crianças do sexo feminino, continuavam a se vestir como as mulheres adultas. (p.71). 
A roupa tornava visíveis as etapas do crescimento que transformava a criança em homem (p.72), isso transformou-se numa espécie de rito, que toda criança deveria passar ou seguir rigorosamente. 
Em resumo, neste tópico, o autor vem mostrar como o sentimento de infância
vem se aflorando e se aplicando nas diversas ocasiões que envolvem a criança. Mesmo que para as meninas poucas coisas tenham mudado, para os meninos grandes avanços vêm sendo feitos.
Pequena Contribuição à História dos Jogos e das Brincadeiras 
Com base nos relatos de Heroard, médico de Luís XIII. Ele registra todas as etapas do desenvolvimento de Luís XIII, o que nos dá uma base de como era o envolvimento da criança pelo menos neste caso no mundo dos jogos e brincadeiras existentes na época (século XVII). Ele relata todas as feitorias da criança, e também, que a partir de certo momento, frequentava os mesmos espaços de entretenimento dos adultos, como jogos e espetáculos, brincava com brinquedos específicos da infância. No entanto, a partir do 7º ano, seus costumes mudam, lhe é indicado que abandone os jogos e brinquedos de criança “Não deveis mais brincar com esses brinquedinhos [...], nem brincar de carreteiro: a gora sois um menino grande , não sois mais uma criança” (p. 87) ou seja, essa idade, apesar de para nós ser bem precoce para que uma criança deixe as
brincadeiras, naquela época era o limite estipulado para elas.
Por volta de 1600, a especialização das brincadeiras atingia apenas a primeira infância; depois dos três ou quatro anos, ela se atenuava e desaparecia. A partir dessa idade, a criança jogava os mesmos jogos e participava das mesmas brincadeiras dos adultos, quer entre crianças, quer misturadas aos adultos (p. 92).
O autor relata também a importância da participação das crianças em diversos momentos festivos, o papel que elas desempenhavam, mostrando assim que elas não eram mais segregadas, elas apareciam e em posição de destaque tanto nas festas onde estavam 
presentes os adultos, quantos nas festas destinadas às crianças e adolescentes (jovens). 
Ainda com relação aos jogos, onde as crianças participavam misturadas aos adultos, ao longo dos séculos XVII e XVIII [...] estabeleceu-se um compromisso que anunciava a atitude moderna com relação aos jogos [...] 
Esse compromisso nos interessa aqui porque é também um testemunho de um novo sentimento da infância: uma preocupação, antes desconhecida, de preservar sua moralidade e também de educa-la, proibindo-lhe os jogos então classificados como maus, e recomendando-lhe os jogos então reconhecidos como bons (p. 104). Muitos jogos até então comuns no entendimento 
de todos foram proibidos para as crianças e adolescentes, principalmente nas escolas e universidades, pois considerava-se que eram violentos, ou que não eram indicados par a o 
desenvolvimento moral dessa faixa etária na época. 
As regras foram evoluindo e sofrendo alterações no sentido de apresentar às
crianças algo que fosse benéfico, Fénelon escreve: “Os (jogos) de que elas (as crianças) gostam mais são aqueles em que o corpo está em movimento; elas ficam contentes quando 
podem movimentar-se” (p. 113) o que não é diferente dos dias atuais, todos sabemos o quanto criança gosta de estar em constante movimentação. Desta forma, os jogos foram substituídos pela ginástica e pelo treinamento militar. Essa evolução foi comandada pela preocupação com a moral, a saúde e o bem comum (p. 114).
Do Despudor à Inocência
 
O Pe. Dainville, historiador dos jesuítas e da pedagogia humanista, também constata: “O respeito devido às crianças era então (no século XVI) algo totalmente ignorado. Os adultos se permitiam tudo diante delas: linguagem grosseira, ações e situações escabrosas; elas ouviam e viam tudo” (p. 128). Os adultos acreditavam que a criança não tinha consciência suficiente para assimilar o despudor existente nessas atitudes sexuais, por isso, isto não traria nenhuma consequência a elas. (p. 132).
Em tempos atuais somos conscientes de que questões relacionadas a assuntos sexuais devem ser evitados na presença de crianças, no entanto, esse sentimento inexistia na sociedade antiga, fato este pode ser observado no diário escrito por Heroard (que fazia anotações em relação da vida de Luís XIII). Atitudes como: mostrar o pênis às visitas, a cuidadora (ama) da criança brincar com seu pênis e várias outras atitudes relacionadas que estão relatadas por Heroard e que hoje não são costumeiras de se ver e fazem alusão a atitudes imorais, naquela época causava divertimento tanto para a criança (Luís XVIII) quanto para os adultos, que achavam aquilo tudo normal. Como no que diz respeito aos jogos, aos 7 anos de idade, se faz necessário que abandone esses costumes e lhe seja ensinado modos e linguagem decentes (p. 127).
O primeiro a despertar e se tornar contra essas atitudes foi Gerson, que estudou o comportamento sexual e alertando aos confessores da época, estes aconselhavam as crianças sobre as práticas sexuais e, além disso, Gerson buscava modificar os hábitos da educação e estabelecer um novo comportamento com relação às crianças (p. 132-133). 
A partir disso, atitudes mais restritivas começam a serem adotadas com relação à sexualidade da criança, claro, as coisas não mudaram do dia para a noite, demoraram-se anos para mudar essa consciência popular e liberada na época. 
“Mas no fim do século XVI uma mudança muito mais nítida teve lugar. [...] 
passaram a não tolerar mais que se desse ás crianças livros duvidosos. [...] É dessa época realmente que podemos datar o respeito pela infância.” (p. 135). Subsequente a isso, o autor também mostra dois pontos importante no que diz respeito à visão que tinham da criança: a noção de inocência e a fragilidade e debilidade infantil (p. 136 e 137). 
Duas noções que sempre foram ignoradas acerca da criança. 
Baseado no trecho em que o autor trás os seguintes relatos: Varet, em 1666, “a educação das crianças é uma das coisas mais importante do mundo” e de Jaqueline Pascal “É tão importante cuidar das crianças, que devemos preferir esta obrigação a todos as outras [...]” (p. 141). 
Podemos observar que a criança é posta num lugar de proteção, é necessário ter cuidado especial para elas, mudando assim aquela percepção de que as crianças seriam apenas brinquedos para os adultos e que a mortandade destas, não era motivo de luto, e um dos pontos cruciais para se chegar a esse pensamento sobre a criança, foi com as escolas.
Os Dois Sentimentos da Infância.
 
No decorrer deste capitulo, vem-se fazendo uma linha histórica em relação ao
desenvolvimento do sentimento de infância. 
Nas sociedades antigas, correspondente lá pela Idade Média, o sentimento de infância inexistia, o que isso quer dizer? Não se levava em consideração as particularidades da criança, a partir do momento que ela já tivesse condições de andar, falar, ter certa independência, ela já era misturada aos adultos. 
Tinha-se que a criança pequena poderia a qualquer momento “desaparecer”, e isso era tratado com normalidade, a taxa de mortalidade infantil na época era muito alta, claro, não quer dizer que não havia preocupação com essa mortandade, no entanto, se formos comparar com nossos dias atuais, era uma realidade bem diferente muito diferente. 
Caracteriza-se esse sentimento de infância em duas fases: primeira, é a da “paparicação”, que surge no seio da família, onde a criança é tratada fazendo suas vontades, praticamente tudo lhe é lício e permitido pelos pais, digamos que fazendo uma analogia com os dias atuais, seria aquela criança “mal educada”; a segunda, já no século XVII, que surge através dos educadores e moralistas da época:
Deixa -se de lado a “paparicação”, e dá lugar ao interesse psicológico e preocupaçãomoral em relação às crianças, advindo do meio exterior, dos eclesiásticos ou dos homens da lei (p. 162-163). 
 
A VIDA ESCOLÁSTICA
Jovens e Velhos Escolares da Idade Média 
“A segunda parte deste livro [ ...] é consagrada aos aspectos da história da educação que revelam o progresso do sentimento da infância na mentalidade comum: como a escola e o colégio que, na Idade Média, eram reservados a um pequeno número de clérigos e misturava diferent es idades dentro de um espírito de liberdade de costumes, se tornaram no início dos tempos modernos um meio de isolar cada vez mais as crianças durante um período de formação tanto moral como intelectual, [...] desse modo, separá-las da sociedade dos adultos (p. 165).
Anteriormente, o autor mostra que a fases das crianças já eram mais ou menos definidas, mesmo após muita argumentação. 
Este capitulo vem mostrar a não preocupação ou importância dada à idade das crianças, é perceptível isso ao analisar os registros escolares, e mais uma vez, pode-se observar a mistura das crianças com as pessoas de mais idade no mesmo ambiente. A preocupação com a idade só iria ser fundamental no século XIX. 
Como vimos durante esta obra, na Idade Média, a id eia de sentimento da infância era totalmente deturbada, e aqui na vida escolar iremos observar novamente isso quando o autor diz o seguinte “Assim que ingressava na escola, a criança entrava imediatamente no mundo dos adultos” (p.168). Ou seja, mesmo com o advento de escolas características da época as crianças ainda eram misturadas aos demais de outras faixas etárias.
Uma Instituição Nova: O Colégio
 
No século XIII, os colégios eram asilos para estudantes pobres, a partir do século XV, passou a oferecer ensino o que antes não fazia estabelecendo a disciplina e enquadramento da juventude. 
A partir disso, a instituição escolar foi evoluindo e , foi evoluindo também o sentimento de infância, e foram sendo separados de acordo com a idade de aprendizado (ou nível de aprendizagem): os pequenos da gramatica; os alunos de lógica e física e os alunos de artes. 
Essa divisão interna não se aplicava à sociedade externa, ou seja, fora da instituição, a criança continuava sendo misturada aos adultos. 
Esta era a situação ao longo do século XIV (p.170). 
Nos séculos XV e XVI, com a abertura do colégio para as demais camadas além da dos clérigos, o colégio tornou-se uma instituição essencial na sociedade, comportava alunos de 8 a 15 anos e todos eram submetidos às regras internas do colégio.
No início, as escolas não abrangiam o todo da sociedade, principalmente na Idade Média, ela era destinada aos clérigos, e todos misturados “novos e velhos”. 
 
DA FAMILIA MEDIEVAL À FAMILIA MODERNA 
Na família medieval, era comum que as crianças fossem enviadas às casas de outras famílias, onde trabalhavam nos serviços domésticos e no que mais lhe fosse atribuído. Anacronicamente falando, para os tempos modernos, isso seria inaceitável, no entanto, na Idade Média, isso era chamado de aprendizagem, onde as crianças iriam aprender as boas maneiras (p. 226). 
O tempo que ficavam servido a um mestre, variava entre 7 e 9 anos, ou seja, até seus 14/18 anos de idade. Logo, a aprendizagem, era a forma de educação adotada na época.
A escola era destinada apenas aos clérigos. Para isso, existiam os Tratados de Civilidade, que não eram exatamente um livro escolar, mas serviam a tal finalidade (p. 247).
Já na pós-Idade Média, a educação cada vez mais vem sendo transmitida através da escola, esta, passando a ser um instrumento de preparação e passagem da criança para a vida adulta (p. 231).(Pode-se fazer uma analogia no sentido de que desde dos tempos antigos, a escola é um espaço de preparação para vida adulto, hoje em dia a escola também tem esse papel, daí a importância de termos crianças e adolescente conscientes de seus direitos e deveres dentro de uma sociedade). 
O autor exprime em dois trechos do texto, a aproximação da criança com a família através do advento das escolas. “A substituição da aprendizagem pela escola exprime também uma aproximação da família e das crianças, do sentimento da família e do sentimento da infância, outrora separados. 
A família concentrou-se em torno da criança”; “o clima sentimental era agora totalmente diferente, mais próximo do nosso, como se a família moderna tivesse nascido ao mesmo tempo que a escola” (p. 232).
Agora as crianças não são mais separadas voluntariamente de sua família, não são mais enviadas para aprender com um mestre, com uma outra família, agora têm a possibilidade de ir para a escola e volt ar para casa.
Uma nota que vale a pena ressaltar, é no que diz respeito às meninas, estas só será difundida no início do século XIX. É claro que os colégios não passaram sem críticas, principalmente por parte daqueles que permaneciam fiéis ao
tipo de educação por meio da aprendizagem, pois diziam que as escolas isolavam as crianças, impedindo-as de aprender também no meio social. (p. 242). 
Além da escola, diversos outros contextos sociais vêm se moldando em torno da família, um sentimento novo de afetividade entre pais e filhos (p. 235). 
As famílias da época eram extremamente abertas, tanto que a casa não possuía divisões para as intimidades, tudo ocorria no salão, refeições, brincadeiras, reuniões, conversas, isso era a sociabilidades. 
No entanto, o sentimento de família vem se modificando e passa a exigir uma intimidade maior, uma convivência menos exposta e mais centrada no interior da casa. (p. 238)
BIBLIOGRAFIA:
Ariès, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2ª ed. Rio de Janeiro: ZAHAR EDITORES, 1981. 
https://pedagogiaaopedaletra.com/resenha-do-livro-de-philippe-aries-historia-social-da-infancia-e-da-familia/

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