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Prova Eletronica Literatura Portuguesa II

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Pergunta 1 
3 / 3 pts 
A respeito das contribuições de Carolina Michaelis é 
correto afirmar que: 
 
Contribui de modo extraordinário para a pesquisa em temas linguísticos e 
literários dos períodos medieval e renascentista da cultura portuguesa, 
procurando sempre apresentar os fenómenos que analisa “como integrados no 
conjunto das línguas e literaturas neolatinas”. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Contribui com o movimento feminista ao fundar A Liga das Mulheres 
Portuguesas. 
 
 
Constitui-se como uma grande poetisa, sendo um dos principais nomes da 
literatura no final do século XX. 
 
 
Contribui com romances significativos no cenário do Realismo e Naturalismo. 
 
 
Pergunta 2 
3 / 3 pts 
O Realismo e o Naturalismo se expandem em 
Portugal em contraparte ao: 
 
Romantismo. 
 
 
Simbolismo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Decadentismo. 
 
 
Ultra-romantismo. 
 
 
Pergunta 3 
3 / 3 pts 
Leia o seguinte poema de Camilo Pessanha: 
 
Chorai arcadas 
Do violoncelo! 
 
Convulsionadas, 
Pontes aladas 
De pesadelo... 
 
De que esvoaçam, 
Brancos, os arcos... 
 
Por baixo passam, 
Se despedaçam, 
No rio, os barcos. 
 
Fundas, soluçam 
Caudais de choro... 
Que ruínas, (ouçam)! 
 
Se se debruçam, 
Que sorvedouro!... 
 
Trêmulos astros, 
Solidões lacustres... 
Lemes e mastros... 
E os alabastros 
Dos balaústres! 
 
Urnas quebradas! 
Blocos de gelo... 
 
Chorai arcadas, 
Despedaçadas, 
Do violoncelo. 
 
Quanto ao poema, assinale a alternativa correta: 
 
Pela escolha do vocabulário e o tom solene dos versos, o poema se revela 
alinhado ao Futurismo. 
 
 
Por dar ênfase ao choro e ao sofrimento amoroso, esse poema recupera 
elementos do Romantismo. 
 
 
No poema, há uma valorização de elementos sinestésicos, aproximando som, 
palavra e imagem, além disso, uma notável percepção da decadência e da ruína. 
 
 
O poema recupera elementos da lírica trovadoresca, como a redondilha maior, e 
por centrar-se na realidade da paisagem, está próximo da expressão Naturalista. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Pergunta 4 
3 / 3 pts 
Leia o seguinte trecho do romance O primo 
Basílio, de Eça de Queirós, 
 
“Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera 
tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma 
nova do amor que ia experimentar, sensações 
excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o 
segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! 
Porque o aparato impressionava-a mais que o 
sentimento; e a casa em si interessava-a, atraía-a mais 
que Basílio!” 
 
Assinale a alternativa que mostra quais outros 
motivos além do amor levam Luísa a cometer o 
adultério. 
 
Além do amor, Luísa era atraída pelo “cenário” que envolvia a situação, saboreia 
os elementos em sua imaginação, aguçam a sua atração a ideia de proibido e a 
transgressão relacionadas à casinha retirada. 
 
 
Além do amor, Luísa era atraída pelo dinheiro de Basílio, almejando apossar-se 
um dia de seus pertences. 
 
 
Além do amor, Luísa gostava da situação porque isso a tirava da monotonia de 
uma vida comum e a tornava diferente de outras mulheres. 
 
 
Além do amor, Luísa sentia-se atraída pelo mistério que envolvia a vida de 
Basílio, queria descobrir detalhes sórdidos de sua vida para usar contra ele em 
um momento oportuno. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
IncorretaPergunta 5 
0 / 3 pts 
Leia o trecho de Joana Matos Frias a respeito da 
poesia de Ruy Cinatti: 
 
O que está em causa é apenas a mais completa 
novidade e a contínua surpresa do mundo, facultadas 
pela visão em permanente estado de 
deslumbramento. 
(...) O aventureiro não é senão o nómada bem 
aventurado, porque é o nómada que se desvia das 
rotas habituais, graças à sua especial paixão pelos 
desvios do caminho traçado. (FRIAS, 2011, p. 190-
192) 
 
Assinale a alternativa em que os versos de 
Ruy Cinatti exemplificam a citação acima: 
 
A noite! Se fosse noite. . ./ Mas os meus passos soam e não param,/ Mesmo 
parados pelo pensamento,/ Pelo terror que não acaba e perverte os sentido. 
 
 
– Momento/ Que ao de leve anotava./ Serenamente explorava/ Apelos e 
miragens. 
 
 
Doçura luminosa de um olhar. Ameno/ Brincar de almas verticais em pleno/ Sol 
de alvorada que descerra as pálpebras. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Quem não me deu Amor não me deu nada./ Encontro-me parado.../ Olho em 
meu redor e vejo inacabado/ O meu mundo melhor. 
 
 
Pergunta 6 
3 / 3 pts 
Leia o trecho “Noite Fechada”, parte de Sentimento 
dum ocidental, de Cesário Verde: 
 
Noite Fechada 
 
 Toca-se às grades, nas cadeias. Som 
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! 
O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, 
Bem raramente encerra uma mulher de “dom”! 
 
 E eu desconfio, até, de um aneurisma 
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; 
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, 
Chora-me o coração que se enche e que se abisma. 
 
 A espaços, iluminam-se os andares, 
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos 
Alastram em lençol os seus reflexos brancos; 
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. 
 
 Duas igrejas, num saudoso largo, 
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: 
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, 
Assim que pela História eu me aventuro e alargo. 
 
 Na parte que abateu no terremoto, 
Muram-me as construções retas, iguais, crescidas; 
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas, 
E os sinos dum tanger monástico e devoto. 
 
 Mas, num recinto público e vulgar, 
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, 
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, 
Um épico doutrora ascende, num pilar! 
 
 E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, 
Nesta acumulação de corpos enfezados; 
Sombrios e espectrais recolhem os soldados; 
Inflama-se um palácio em face de um casebre. 
 
 Partem patrulhas de cavalaria 
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos: 
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, 
Derramam-se por toda a capital, que esfria. 
 
 Triste cidade! Eu temo que me avives 
Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes, 
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, 
Curvadas a sorrir às montras dos ourives. 
 
 E mais: as costureiras, as floristas 
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; 
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos 
E muitas delas são comparsas ou coristas. 
 
 E eu, de luneta de uma lente só, 
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: 
Entro na brasserie; às mesas de emigrados, 
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó. 
 
Assinale a alternativa que melhor explica os sentidos 
do poema acima: 
 
Cesário Verde é um poeta de difícil classificação, em “Noite Fechada” temos 
traços do Realismo, Decadentismo e Impressionismo pelos seguintes motivos: 
faz uma crítica ao Homem durante seu passeio pela cidade, analisa a sociedade 
decadente à sua volta, sendo tomado pela desolação, e capta a realidade por 
meio das impressões vividas. 
 
 
O poema revela uma tristeza inexplicável e uma descrença no amor, pois o eu 
lírico sente saudades do passado e de sua amada, que jaz morta, conforme lemos 
em “Eu temo que me avives/ Uma paixão defunta!” 
 
 
Cesário Verde, nesse poema, apresenta traços românticos ao louvar a beleza das 
costureiras e floristas, descrevendo detalhadamente seu pescoço longo e demais 
detalhes. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Em “Noite Fechada” temos uma manifestação alegórica da realidade, de modo 
que o que é descrito remete, na verdade, a outra situação, fazendo uma crítica 
aos estilos poéticos da época, que em nada agradavam Cesário Verde. 
 
 
Pergunta 7 
3 / 3 pts 
Leia esse trecho de “Ode Marítima”, de Álvaro de 
Campos (heterônimo de Fernando Pessoa): 
 
Fazei de mim qualquer coisa como se eu fosse 
Arrastado— ó prazer, ó beijada dor! — 
Arrastado à cauda de cavalos chicoteados por vós... 
Mas isto no mar, isto no ma-a-a-ar, isto no MA-A-A-
AR! 
Eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! EH-EH-EH-
EH-EH-EH! No MA-A-AA-AR! 
 
Yeh eh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-
eh-eh-eh-eh-eh! 
Grita tudo! tudo a gritar! ventos, vagas, barcos, 
Marés, gáveas, piratas, a minha alma, o sangue, e o ar, 
e o ar! 
Eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh-
eh! Tudo canta a gritar! 
 
FIFTEEN MEN ON THE DEAD MAN'S CHEST. 
YO-HO-HO AND A BOTTLE OF RUM! 
 
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-
eh-eh-eh-eh-eh-eh! 
Eh-lahô-lahô-laHO-O-O-ôô-lahá-á á — ààà! 
 
AHÓ-Ó-Ó Ó Ó Ó-Ó Ó Ó Ó Ó — yyy!... 
SCHOONER AHÓ-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó — yyyy!... 
 
Darby M'Graw-aw-aw-aw-aw-aw! 
DARBY M'GRAW-AW-AW-AW-AW-AW-AW! 
FETCH A-A-AFT THE RU-U-U-U-U-UM, DARBY! 
 
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh eh-eh-eh! 
EH-EH EH-EH-EH EH-EH EH-EH EH-EH-EH! 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH EH EH-EH! 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH! 
 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH! 
 
Parte-se em mim qualquer coisa. O vermelho 
anoiteceu. 
Senti demais para poder continuar a sentir. 
 
 
Sobre o poema, assinale a alternativa correta: 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como individualismo, 
egocentrismo e fuga da realidade. 
 
 
O trecho acima traz alguns elementos futuristas, tais como uso de 
onomatopeias, versos fragmentados que passam a ideia de movimento e 
dinamismo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como harmonia e beleza estética, 
simplicidade e equilíbrio das formas. 
 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como valorização do passado 
histórico, racionalismo, academicismo e idealismo. 
 
 
Pergunta 8 
3 / 3 pts 
Leia o seguinte poema de Ruy Belo 
 
Nós os vencidos do catolicismo 
que não sabemos já donde a luz mana 
haurimos o perdido misticismo 
nos acordes dos carmina burana 
 
Nós que perdemos na luta da fé 
não é que no mais fundo não creiamos 
mas não lutamos já firmes e a pé 
nem nada impomos do que duvidamos 
 
Já nenhum garizim nos chega agora 
depois de ouvir como a samaritana 
que em espírito e verdade é que se adora 
Deixem-me ouvir os carmina burana 
 
Nesta vida é que nós acreditamos 
e no homem que dizem que criaste 
se temos o que temos o jogamos 
“Meu deus meu deus porque me abandonaste?” 
 
Escolha alternativa que melhor explica a expressão 
“Vencidos do catolicismo” na obra de Ruy Belo: 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
A expressão “Vencidos do Catolicismo” é uma síntese d um processo de 
dissidência individual face à estrutura que representava na década de 60 o 
catolicismo português. O seu abandono da Opus Dei reflete seu pesar diante das 
incoerências que encontrava nas atitudes de muitos católicos de seu país, 
sobretudo os políticos de sua época. 
 
 
A expressão “Vencidos do Catolicismo” se refere a poetas que foram 
perseguidos pelo autoritarismo religioso. 
 
 
A expressão “Vencidos do Catolicismo” surge na poesia de Ruy Belo para 
designar um grupo de poetas ateus que tentaram se opor a um grupo de poetas 
cristãos, mas acabaram por perder espaço no cenário literário português. 
 
 
A expressão “Vencidos do Catolicismo” remete à impossibilidade de Ruy Belo em 
manter-se fiel aos preceitos da igreja católica, por mais que quisesse, achava 
muito difícil. 
 
 
Pergunta 9 
3 / 3 pts 
Assina as principais características presentes na 
linguagem do Simbolismo: 
 
subjetividade, musicalidade, imprecisão. 
 
 
objetividade, clareza e crítica social. 
 
 
dualidade, formalidade e musicalidade. 
 
 
expressividade, objetividade e clareza. 
 
 
subjetividade, formalidade e crítica social. 
 
 
Pergunta 10 
3 / 3 pts 
Assinale a alternativa que apresenta um dos 
elementos fundadores da revista Orpheu. 
 
Na Geração de Orpheu é inegável a presença do humanismo e do racionalismo 
renascentista. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
A poesia veiculada pela revista Orpheu é sobretudo de cunho social, visando 
uma mudança progressista em Portugal. 
 
 
A poesia veiculada pela revista Orpheu é irreverente, pois a revista propõe-se 
como “exílio”, diferente de tudo o que se fazia até então. 
 
 
Os poemas veiculados em Orpheu tinham cariz cientificista e davam vasão à 
expressão realista. 
 
Pontuação do teste: 27 de 30 
IncorretaPergunta 1 
0 / 3 pts 
Considere o seguinte trecho do romance A Sibila, 
romance de Agustina Bessa-Luís: 
 
Mas Quina amava o mundo, as suas manifestações de 
poder, de grandeza e superficiais ouropéis; 
amava, se não a multidão, os que venciam, o 
espalhafato e a exterioridade. Admirava todas as 
coisas bafejadas pelo êxito; invejava tudo quanto lhe 
parecia culminância de situações, de felicidade - 
moda, classe, saber. Isto condenou-a. Esse apego 
apaixonado ao momentâneo manteve-a sempre ao 
nível do efêmero. Criou asas, sem jamais poder voar. 
Havia nela uma admirável capacidade de entusiasmo 
que podia arrastá-la ao sobre-humano. Mas o 
instinto prático pesava-lhe como chumbo no coração, 
e ela subordinava aos interesses a chama que 
Prometeu furtou e cujo valor ela nunca 
compreendeu. 
 
A respeito do trecho, assinale a alternativa correta: 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
A contradição que caracteriza a personalidade de Quina equilibra-se em dois 
pontos, sendo eles: uma certa propensão para coisas ou poderes impalpáveis e o 
espírito pragmático, materialista e mundano, presente no seu gosto pelos bens 
materiais. 
 
 
O trecho revela a atitude da extroversão, que dá ênfase ao que as personagens 
fazem ou deixam de fazer. 
 
 
O trecho acima revela a importância que o romance dá às questões sociais, 
caracterizando a personagem Quina como um pilar da estética neorrealista. 
 
 
Essa obra é considerada pela crítica como um romance exemplar na construção 
da intriga, visto haver nele uma questão central, um problema nuclear a ser 
resolvido e a partir de onde se entrelacem os acontecimentos de que o romance 
trata. 
 
 
Pergunta 2 
3 / 3 pts 
Leia esse trecho de “Ode Marítima”, de Álvaro de 
Campos (heterônimo de Fernando Pessoa): 
 
Fazei de mim qualquer coisa como se eu fosse 
Arrastado — ó prazer, ó beijada dor! — 
Arrastado à cauda de cavalos chicoteados por vós... 
Mas isto no mar, isto no ma-a-a-ar, isto no MA-A-A-
AR! 
Eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! EH-EH-EH-
EH-EH-EH! No MA-A-AA-AR! 
 
Yeh eh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-
eh-eh-eh-eh-eh! 
Grita tudo! tudo a gritar! ventos, vagas, barcos, 
Marés, gáveas, piratas, a minha alma, o sangue, e o ar, 
e o ar! 
Eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh-
eh! Tudo canta a gritar! 
 
FIFTEEN MEN ON THE DEAD MAN'S CHEST. 
YO-HO-HO AND A BOTTLE OF RUM! 
 
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-
eh-eh-eh-eh-eh-eh! 
Eh-lahô-lahô-laHO-O-O-ôô-lahá-á á — ààà! 
 
AHÓ-Ó-Ó Ó Ó Ó-Ó Ó Ó Ó Ó — yyy!... 
SCHOONER AHÓ-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó — yyyy!... 
 
Darby M'Graw-aw-aw-aw-aw-aw! 
DARBY M'GRAW-AW-AW-AW-AW-AW-AW! 
FETCH A-A-AFT THE RU-U-U-U-U-UM, DARBY! 
 
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh eh-eh-eh! 
EH-EH EH-EH-EH EH-EH EH-EH EH-EH-EH! 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH EH EH-EH! 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH! 
 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH! 
 
Parte-se em mim qualquer coisa. O vermelho 
anoiteceu. 
Senti demais para poder continuar a sentir. 
 
 
Sobre o poema, assinale a alternativa correta: 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como harmonia e beleza estética, 
simplicidade e equilíbrio das formas. 
 
 
O trecho acima traz alguns elementos futuristas, tais como uso de 
onomatopeias, versos fragmentados que passam a ideia de movimento e 
dinamismo. 
 
 
O trecho acima traz elementosfuturistas, tais como valorização do passado 
histórico, racionalismo, academicismo e idealismo. 
 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como individualismo, 
egocentrismo e fuga da realidade. 
 
 
Pergunta 3 
3 / 3 pts 
Leia o poema Cântico Negro, de José Régio 
 
Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos 
doces 
Estendendo-me os braços, e seguros 
De que seria bom que eu os ouvisse 
Quando me dizem: "vem por aqui!" 
Eu olho-os com olhos lassos, 
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) 
E cruzo os braços, 
E nunca vou por ali... 
 
A minha glória é esta: 
Criar desumanidades! 
Não acompanhar ninguém. 
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade 
Com que rasguei o ventre à minha mãe 
 
Não, não vou por aí! Só vou por onde 
Me levam meus próprios passos... 
Se ao que busco saber nenhum de vós responde 
Por que me repetis: "vem por aqui!"? 
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, 
Redemoinhar aos ventos, 
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, 
A ir por aí... 
 
Se vim ao mundo, foi 
Só para desflorar florestas virgens, 
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! 
O mais que faço não vale nada. 
 
Como, pois, sereis vós 
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem 
Para eu derrubar os meus obstáculos?... 
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, 
E vós amais o que é fácil! 
Eu amo o Longe e a Miragem, 
Amo os abismos, as torrentes, os desertos... 
 
Ide! Tendes estradas, 
Tendes jardins, tendes canteiros, 
Tendes pátria, tendes tetos, 
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... 
Eu tenho a minha Loucura ! 
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, 
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... 
 
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! 
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; 
Mas eu, que nunca principio nem acabo, 
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. 
 
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, 
Ninguém me peça definições! 
Ninguém me diga: "vem por aqui"! 
A minha vida é um vendaval que se soltou, 
É uma onda que se alevantou, 
É um átomo a mais que se animou... 
Não sei por onde vou, 
Não sei para onde vou 
Sei que não vou por aí! 
 
Sobre o poema é possível afirmar que: 
 
O poema apresenta um mundo calmo, simples e sem contradições, característica 
central da obra de José Régio. No poema, o eu lírico se sente parte integrante de 
uma totalidade, completamente em harmonia com os outros, Deus e o mundo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
No poema encontramos o eixo central da poesia de José Régio: o desejo de 
conexão com o passado, conforme vemos pela sua vontade de ganhar força 
alheia para ter também nas suas veias o sangue dos “avós”. 
 
 
Deus e o Diabo, o grotesco e o sublime estão em eterno movimento, indivíduo é 
extremamente importante para a poesia de José Régio e, no poema, é por meio 
dele que Deus se manifesta. Além disso, os outros buscam o sublime enquanto 
que o eu lírico buscasse outro caminho. O jogo entre luzes e sombras 
acompanha o contraste entre Deus e o Diabo. 
 
 
O poema expressa a tristeza do eu lírico que tenta acompanhar seus 
compatriotas, mas não consegue. O poema reflete o decadentismo de José 
Régio e a presença da tristeza e da desgraça representadas pela figura do Diabo. 
 
 
Pergunta 4 
3 / 3 pts 
O Realismo e o Naturalismo se expandem em 
Portugal em contraparte ao: 
 
Simbolismo. 
 
 
Romantismo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Ultra-romantismo. 
 
 
Decadentismo. 
 
 
Pergunta 5 
3 / 3 pts 
Leia o trecho abaixo 
 
Se entendermos um corpus de obras de imaginação, 
focalizando experiências e percepções do mundo 
colonial, imbuídas de um ponto de vista imperialista e 
colonialista, há que se reconhecer, com alguma 
estranheza, que em Portugal esta literatura constitui 
um aspecto marginal do imaginário literário. Se, por 
outro lado, pensarmos na literatura 
metropolitana, poucas referências encontramos à 
África. (...) África parecia assim um tema consignado 
aos “escritores coloniais”, que o tempo e as 
circunstâncias, após os anos 50, viriam a 
transformar em “ultramarinos”, a que se ligavam 
nomes sem contrapeso no mundo 
literário contemporâneo. (RIBEIRO, 2004, p.137). 
 
Com base no trecho lido, é possível afirmar que: 
 
A literatura colonial de língua portuguesa feita nos países africanos colonizados 
ficou conhecida como literatura imperialista. 
 
 
A literatura colonial de língua portuguesa feita nos países africanos colonizados 
manifestava o ponto de vista dos colonizados e seu desejo por liberdade. 
 
 
A literatura colonial de língua portuguesa feita nos países africanos colonizados 
ganhou destaque e respeito de Portugal e passou a ser ensinada nas escolas 
portuguesas, sobretudo em Lisboa. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
A literatura colonial de língua portuguesa feita nos países africanos colonizados 
ficou às margens do cânone, não sendo considerada como parte da literatura 
portuguesa. 
 
 
Pergunta 6 
3 / 3 pts 
Leia o seguinte poema de Ana Hatherly 
 
A máscara da palavra 
revela-esconde 
o rosto vago 
de um sentido mundo 
 
Paraíso acidental 
metódico exercício 
a máscara da palavra 
colou-se ao rosto: 
agora é 
o nosso mais vital artifício 
 
Com a máscara da palavra 
reinventamos 
o som da voz amada 
que nos inunda 
com seu luar de espuma 
 
O poema acima revela: 
 
a temática voltada para a própria atividade poética. 
 
 
a utilização de rimas ricas e versos metrificados. 
 
 
a concepção de escrita enquanto fingimento. 
 
 
a recusa da inspiração sobre o trabalho artístico. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Pergunta 7 
3 / 3 pts 
A respeito do periódico A Mulher (Porto, 1879) 
é correto afirmar: 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
É uma publicação dirigida por homens e que tem as mulheres como público alvo. 
O periódico enfatiza a incapacidade da mulher de tomar conta de si e traz 
apenas informações levianas sobre moda e culinária. 
 
 
O periódico faz parte de um grupo de formadores de opinião que desejava 
propagar os ideais monarquistas entre as mulheres da burguesia. 
 
 
É mais uma de muitas publicações que visavam reforçar a educação burguesa, 
complementando o que as moças dessa classe social deveriam saber para serem 
boas esposas. 
 
 
É a primeira publicação administrada e dirigida por uma mulher. O periódico 
enfatiza o único objeto de que se compromete ocupar: a mulher. Denuncia a 
educação burguesa das mulheres. 
 
 
Pergunta 8 
3 / 3 pts 
Leia o fragmento abaixo 
 
À mulher, pois, ou seja, pobre operaria que mal ganha 
para o pão de cada dia, ou opulenta dama avergada 
ao peso dos seus deveres sociais; ás mães que têm 
filhos a entrar na luta pela existência e que ansiados 
esperam o conselho, que os guie para a felicidade e 
para o bem, dos lábios que lhes ensinaram as 
primeiras palavras e lhes deram os primeiros beijos; 
como às raparigas que, mal iniciadas nos seus 
deveres, têm de arcar com um futuro de que nem 
chegam a compreender as responsabilidades; a todas, 
repetimos, corre o dever de se deterem, ao menos um 
instante, a pensar no remédio a dar a tanto mal e a 
tanta iniquidade. 
Por isso é às mulheres, e principalmente às mulheres 
do meu país — que tão insuficientemente são 
educadas para serem as companheiras e as mães do 
homem moderno — que me dirijo. 
 
O fragmento acima trata-se de um trecho de: 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
"Antemanhã", de Maria Fernanda Teles de Castro de Quadros Ferro. 
 
 
“Às Mulheres Portuguesas”, de Ana de Castro Osório. 
 
 
"Livro de Sóror Saudade", de Florbela Espanca. 
 
 
"Quatro Novelas", de Ana de Castro Osório. 
 
 
Pergunta 9 
3 / 3 pts 
Leia o trecho de Memorial do convento, de José 
Saramago, 
 
Já vai andando a récua dos homens de Arganil,acompanham-nos até fora da via as infelizes, que vão 
clamando, qual em cabelo, Ó doce e amado esposo, e 
outra protestando, Ó filho, a quem eu tinha só para 
refrigério e doce amparo desta cansada já velhice 
minha, não se acabavam as lamentações, tanto que os 
montes de mais perto respondiam, quase movidos de 
alta piedade (…) 
 
Em muitas passagens do trecho transcrito, o narrador 
cita trechos de outro livro importante da literatura 
portuguesa. Assinale a alternativa que contém o título 
do livro citado: 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Húmus. 
 
 
Amor de Perdição. 
 
 
Os Maias. 
 
 
Os Lusíadas. 
 
 
Pergunta 10 
3 / 3 pts 
Leia o trecho “Noite Fechada”, parte de Sentimento 
dum ocidental, de Cesário Verde: 
 
Noite Fechada 
 
 Toca-se às grades, nas cadeias. Som 
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! 
O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, 
Bem raramente encerra uma mulher de “dom”! 
 
 E eu desconfio, até, de um aneurisma 
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; 
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, 
Chora-me o coração que se enche e que se abisma. 
 
 A espaços, iluminam-se os andares, 
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos 
Alastram em lençol os seus reflexos brancos; 
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. 
 
 Duas igrejas, num saudoso largo, 
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: 
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, 
Assim que pela História eu me aventuro e alargo. 
 
 Na parte que abateu no terremoto, 
Muram-me as construções retas, iguais, crescidas; 
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas, 
E os sinos dum tanger monástico e devoto. 
 
 Mas, num recinto público e vulgar, 
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, 
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, 
Um épico doutrora ascende, num pilar! 
 
 E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, 
Nesta acumulação de corpos enfezados; 
Sombrios e espectrais recolhem os soldados; 
Inflama-se um palácio em face de um casebre. 
 
 Partem patrulhas de cavalaria 
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos: 
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, 
Derramam-se por toda a capital, que esfria. 
 
 Triste cidade! Eu temo que me avives 
Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes, 
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, 
Curvadas a sorrir às montras dos ourives. 
 
 E mais: as costureiras, as floristas 
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; 
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos 
E muitas delas são comparsas ou coristas. 
 
 E eu, de luneta de uma lente só, 
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: 
Entro na brasserie; às mesas de emigrados, 
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó. 
 
Assinale a alternativa que melhor explica os sentidos 
do poema acima: 
 
Cesário Verde é um poeta de difícil classificação, em “Noite Fechada” temos 
traços do Realismo, Decadentismo e Impressionismo pelos seguintes motivos: 
faz uma crítica ao Homem durante seu passeio pela cidade, analisa a sociedade 
decadente à sua volta, sendo tomado pela desolação, e capta a realidade por 
meio das impressões vividas. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Em “Noite Fechada” temos uma manifestação alegórica da realidade, de modo 
que o que é descrito remete, na verdade, a outra situação, fazendo uma crítica 
aos estilos poéticos da época, que em nada agradavam Cesário Verde. 
 
 
Cesário Verde, nesse poema, apresenta traços românticos ao louvar a beleza das 
costureiras e floristas, descrevendo detalhadamente seu pescoço longo e demais 
detalhes. 
 
 
O poema revela uma tristeza inexplicável e uma descrença no amor, pois o eu 
lírico sente saudades do passado e de sua amada, que jaz morta, conforme lemos 
em “Eu temo que me avives/ Uma paixão defunta!” 
 
Pontuação do teste: 27 de 30 
Pergunta 1 
3 / 3 pts 
Leia o seguinte texto de Almada Negreiros: 
 
“Eu tenho 22 anos fortes de saúde e de inteligência. 
Eu sou o resultado consciente da 
minha própria experiência […]. A experiência d’aquele 
que 
assistindo ao desenrolar sensacional 
da própria personalidade deduz a apoteose do 
homem 
completo. 
[…] e creio-me, como português, com o direito de 
exigir uma pátria que me mereça. […] 
Resolvei em pátria portuguesa o genial optimismo das 
vossas juventudes. 
Dispensai os velhos que vos aconselham para vosso 
bem e atirai-vos independentes pra 
sublime brutalidade da vida. Criai a 
vossa experiência e sereis os maiores. 
[…] 
Portugal é um país de fracos. Portugal é 
um país decadente: 
1 – porque a indiferença absorveu o patriotismo. 
[...] 
É preciso criar o espirito de aventura contra o 
sentimentalismo literário dos passadistas. 
[…] 
É preciso ter a consciência exata da Atualidade. 
[…] 
Finalmente: é preciso criar 
a patria portugueza do seculo XX.” 
(NEGREIROS, José de Almada, “Ultimatum futurista 
às gerações portuguezas do Seculo XX” 1917). 
 
Assinale a opção que caracteriza as principais críticas 
produzidas por Almada Negreiros ao Portugal da sua 
época, no contexto do movimento futurista europeu. 
 
Portugal era um país decadente porque não tinha consciência da sua própria 
existência e valorizava demais o otimismo da juventude. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Portugal estava voltado ao passado, sem consciência da atualidade, absorto em 
indiferença e sua literatura reproduzia o sentimentalismo romântico, sem 
grandes novidades. 
 
 
Portugal estava fraco porque não dava mais valor aos antepassados e sua 
história. 
 
 
Portugal estava fraco e decadente por dar muita atenção à atualidade e ao 
futuro. 
 
 
Pergunta 2 
3 / 3 pts 
Leia esse trecho de “Ode Marítima”, de Álvaro de 
Campos (heterônimo de Fernando Pessoa): 
 
Fazei de mim qualquer coisa como se eu fosse 
Arrastado — ó prazer, ó beijada dor! — 
Arrastado à cauda de cavalos chicoteados por vós... 
Mas isto no mar, isto no ma-a-a-ar, isto no MA-A-A-
AR! 
Eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! EH-EH-EH-
EH-EH-EH! No MA-A-AA-AR! 
 
Yeh eh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-
eh-eh-eh-eh-eh! 
Grita tudo! tudo a gritar! ventos, vagas, barcos, 
Marés, gáveas, piratas, a minha alma, o sangue, e o ar, 
e o ar! 
Eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh! Yeh-eh-eh-eh-eh-
eh! Tudo canta a gritar! 
 
FIFTEEN MEN ON THE DEAD MAN'S CHEST. 
YO-HO-HO AND A BOTTLE OF RUM! 
 
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh! Eh-
eh-eh-eh-eh-eh-eh! 
Eh-lahô-lahô-laHO-O-O-ôô-lahá-á á — ààà! 
 
AHÓ-Ó-Ó Ó Ó Ó-Ó Ó Ó Ó Ó — yyy!... 
SCHOONER AHÓ-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó-Ó — yyyy!... 
 
Darby M'Graw-aw-aw-aw-aw-aw! 
DARBY M'GRAW-AW-AW-AW-AW-AW-AW! 
FETCH A-A-AFT THE RU-U-U-U-U-UM, DARBY! 
 
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh eh-eh-eh! 
EH-EH EH-EH-EH EH-EH EH-EH EH-EH-EH! 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH EH EH-EH! 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH! 
 
EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH-EH! 
 
Parte-se em mim qualquer coisa. O vermelho 
anoiteceu. 
Senti demais para poder continuar a sentir. 
 
 
Sobre o poema, assinale a alternativa correta: 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como valorização do passado 
histórico, racionalismo, academicismo e idealismo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como harmonia e beleza estética, 
simplicidade e equilíbrio das formas. 
 
 
O trecho acima traz alguns elementos futuristas, tais como uso de 
onomatopeias, versos fragmentados que passam a ideia de movimento e 
dinamismo. 
 
 
O trecho acima traz elementos futuristas, tais como individualismo, 
egocentrismo e fuga da realidade. 
 
 
Pergunta 3 
3 / 3 pts 
A Poesia Experimental portuguesa dialoga 
diretamente com qual corrente literária brasileira? 
 
Regionalismo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Concretismo. 
 
 
Modernismo. 
 
 
Tropicalismo.Pergunta 4 
3 / 3 pts 
Leia o poema Cântico Negro, de José Régio 
 
Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos 
doces 
Estendendo-me os braços, e seguros 
De que seria bom que eu os ouvisse 
Quando me dizem: "vem por aqui!" 
Eu olho-os com olhos lassos, 
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) 
E cruzo os braços, 
E nunca vou por ali... 
 
A minha glória é esta: 
Criar desumanidades! 
Não acompanhar ninguém. 
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade 
Com que rasguei o ventre à minha mãe 
 
Não, não vou por aí! Só vou por onde 
Me levam meus próprios passos... 
Se ao que busco saber nenhum de vós responde 
Por que me repetis: "vem por aqui!"? 
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, 
Redemoinhar aos ventos, 
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, 
A ir por aí... 
 
Se vim ao mundo, foi 
Só para desflorar florestas virgens, 
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! 
O mais que faço não vale nada. 
 
Como, pois, sereis vós 
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem 
Para eu derrubar os meus obstáculos?... 
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, 
E vós amais o que é fácil! 
Eu amo o Longe e a Miragem, 
Amo os abismos, as torrentes, os desertos... 
 
Ide! Tendes estradas, 
Tendes jardins, tendes canteiros, 
Tendes pátria, tendes tetos, 
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... 
Eu tenho a minha Loucura ! 
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, 
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... 
 
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! 
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; 
Mas eu, que nunca principio nem acabo, 
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. 
 
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, 
Ninguém me peça definições! 
Ninguém me diga: "vem por aqui"! 
A minha vida é um vendaval que se soltou, 
É uma onda que se alevantou, 
É um átomo a mais que se animou... 
Não sei por onde vou, 
Não sei para onde vou 
Sei que não vou por aí! 
 
Sobre o poema é possível afirmar que: 
 
O poema apresenta um mundo calmo, simples e sem contradições, característica 
central da obra de José Régio. No poema, o eu lírico se sente parte integrante de 
uma totalidade, completamente em harmonia com os outros, Deus e o mundo. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
No poema encontramos o eixo central da poesia de José Régio: o desejo de 
conexão com o passado, conforme vemos pela sua vontade de ganhar força 
alheia para ter também nas suas veias o sangue dos “avós”. 
 
 
Deus e o Diabo, o grotesco e o sublime estão em eterno movimento, indivíduo é 
extremamente importante para a poesia de José Régio e, no poema, é por meio 
dele que Deus se manifesta. Além disso, os outros buscam o sublime enquanto 
que o eu lírico buscasse outro caminho. O jogo entre luzes e sombras 
acompanha o contraste entre Deus e o Diabo. 
 
 
O poema expressa a tristeza do eu lírico que tenta acompanhar seus 
compatriotas, mas não consegue. O poema reflete o decadentismo de José 
Régio e a presença da tristeza e da desgraça representadas pela figura do Diabo. 
 
 
Pergunta 5 
3 / 3 pts 
Leia o seguinte poema de Ana Hatherly 
 
A máscara da palavra 
revela-esconde 
o rosto vago 
de um sentido mundo 
 
Paraíso acidental 
metódico exercício 
a máscara da palavra 
colou-se ao rosto: 
agora é 
o nosso mais vital artifício 
 
Com a máscara da palavra 
reinventamos 
o som da voz amada 
que nos inunda 
com seu luar de espuma 
 
O poema acima revela: 
 
a recusa da inspiração sobre o trabalho artístico. 
 
 
a temática voltada para a própria atividade poética. 
 
 
a concepção de escrita enquanto fingimento. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
a utilização de rimas ricas e versos metrificados. 
 
 
IncorretaPergunta 6 
0 / 3 pts 
Leia o trecho de Ensaio sobre a cegueira, de José 
Saramago, que retrata as experiências das 
personagens em um país atingido por uma epidemia. 
 
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é 
você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, 
há quatro dias que não comemos, E como sabe que 
são quatro dias, E um cálculo, Está sozinha, Estou 
com o meu marido e uns companheiros, Quantos são, 
Ao todo, sete, Se estão a pensar em ficar conosco, 
tirem daí o sentido, já somos muitos, Só estamos de 
passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde 
que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não 
serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, 
Houve um incêndio e nesse momento percebemos 
que os soldados que nos vigiavam tinham 
desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados 
devem ter sido dos últimos a cegar, toda a gente está 
cega, Toda a gente, a cidade toda, o país, 
 
(SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: 
Cia. das Letras, 1995.) 
 
No diálogo, a violação de determinadas regras de 
pontuação: 
 
Caracteriza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Prejudica a verossimilhança do romance. 
 
 
Provoca uma leitura equivocada do sentido das frases. 
 
 
Mostra uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a 
produção do gênero narrativo. 
 
 
Pergunta 7 
3 / 3 pts 
Assina as principais características presentes na 
linguagem do Simbolismo: 
 
subjetividade, formalidade e crítica social. 
 
 
dualidade, formalidade e musicalidade. 
 
 
expressividade, objetividade e clareza. 
 
 
objetividade, clareza e crítica social. 
 
 
subjetividade, musicalidade, imprecisão. 
 
 
Pergunta 8 
3 / 3 pts 
Leia o poema abaixo de Alberto Caeiro, heterônimo 
de Fernando Pessoa. 
 
Sou um guardador de rebanhos. 
O rebanho é os meus pensamentos 
E os meus pensamentos são todos sensações. 
Penso com os olhos e com os ouvidos 
E com as mãos e os pés 
E com o nariz e a boca. 
 
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la 
E comer um fruto é saber-lhe o sentido. 
 
Por isso quando num dia de calor 
Me sinto triste de gozá-lo tanto, 
E me deito ao comprido na erva, 
E fecho os olhos quentes, 
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, 
Sei a verdade e sou feliz. 
 
 
(In. Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. 
Lisboa: Ática, 1946, p. 39) 
 
Sobre o poema acima é correto afirmar que: 
 
Os versos “Penso com os olhos e com os ouvidos” e “comer um fruto é saber-lhe 
o sentido” revelam um crítica ao sensacionismo, mostrando a inclinação de 
Caeiro ao racionalismo e sua busca pela verdade por meio da lógica e 
racionalidade cartesianas. 
 
 
Os versos “E os meus pensamentos são todos sensações” e “pensar uma flor é 
vê-la e cheirá-la” ilustram o sensacionismo de Caeiro. A realidade se expressa 
como aquilo que está a sua volta e a verdade é o conhecimento extraído do 
contato com as coisas, sem elucubrações racionais sobre elas. 
 
 
O poema mostra que a verdade, para Caeiro, é uma relação complexa entre o 
ele, a natureza e o universo, uma relação que deve ser sobretudo pensada ao 
invés de sentida. 
 
 
Os versos “sou um guardador de rebanhos” e “o rebanho é meus pensamentos” 
mostra o cunho devocional e religioso da obra de Caeiro, seu sensacionismo 
explica-se pela vontade crescente de encontrar Deus. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
Pergunta 9 
3 / 3 pts 
Assinale a alternativa que apresenta um dos 
elementos fundadores da revista Orpheu. 
 
A poesia veiculada pela revista Orpheu é sobretudo de cunho social, visando 
uma mudança progressista em Portugal. 
 
 
A poesia veiculada pela revista Orpheu é irreverente, pois a revista propõe-se 
como “exílio”, diferente de tudo o que se fazia até então. 
 
 
Na Geração de Orpheu é inegável a presença do humanismo e do racionalismo 
renascentista. 
 
 
Os poemas veiculados em Orpheu tinham cariz cientificista e davam vasão à 
expressão realista. 
 
 
Nenhuma das alternativas.Pergunta 10 
3 / 3 pts 
Leia o trecho “Noite Fechada”, parte de Sentimento 
dum ocidental, de Cesário Verde: 
 
Noite Fechada 
 
 Toca-se às grades, nas cadeias. Som 
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! 
O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, 
Bem raramente encerra uma mulher de “dom”! 
 
 E eu desconfio, até, de um aneurisma 
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; 
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, 
Chora-me o coração que se enche e que se abisma. 
 
 A espaços, iluminam-se os andares, 
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos 
Alastram em lençol os seus reflexos brancos; 
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. 
 
 Duas igrejas, num saudoso largo, 
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: 
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, 
Assim que pela História eu me aventuro e alargo. 
 
 Na parte que abateu no terremoto, 
Muram-me as construções retas, iguais, crescidas; 
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas, 
E os sinos dum tanger monástico e devoto. 
 
 Mas, num recinto público e vulgar, 
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, 
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, 
Um épico doutrora ascende, num pilar! 
 
 E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, 
Nesta acumulação de corpos enfezados; 
Sombrios e espectrais recolhem os soldados; 
Inflama-se um palácio em face de um casebre. 
 
 Partem patrulhas de cavalaria 
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos: 
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, 
Derramam-se por toda a capital, que esfria. 
 
 Triste cidade! Eu temo que me avives 
Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes, 
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, 
Curvadas a sorrir às montras dos ourives. 
 
 E mais: as costureiras, as floristas 
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; 
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos 
E muitas delas são comparsas ou coristas. 
 
 E eu, de luneta de uma lente só, 
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: 
Entro na brasserie; às mesas de emigrados, 
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó. 
 
Assinale a alternativa que melhor explica os sentidos 
do poema acima: 
 
Cesário Verde, nesse poema, apresenta traços românticos ao louvar a beleza das 
costureiras e floristas, descrevendo detalhadamente seu pescoço longo e demais 
detalhes. 
 
 
Cesário Verde é um poeta de difícil classificação, em “Noite Fechada” temos 
traços do Realismo, Decadentismo e Impressionismo pelos seguintes motivos: 
faz uma crítica ao Homem durante seu passeio pela cidade, analisa a sociedade 
decadente à sua volta, sendo tomado pela desolação, e capta a realidade por 
meio das impressões vividas. 
 
 
Nenhuma das alternativas. 
 
 
O poema revela uma tristeza inexplicável e uma descrença no amor, pois o eu 
lírico sente saudades do passado e de sua amada, que jaz morta, conforme lemos 
em “Eu temo que me avives/ Uma paixão defunta!” 
 
 
Em “Noite Fechada” temos uma manifestação alegórica da realidade, de modo 
que o que é descrito remete, na verdade, a outra situação, fazendo uma crítica 
aos estilos poéticos da época, que em nada agradavam Cesário Verde. 
 
Pontuação do teste: 27 de 30

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