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Fontes de energia no mundo e no Brasil Apresentação No mundo e no Brasil existem diferentes matrizes energéticas, fontes renováveis e fontes fósseis usadas, atualmente, no sistema de produção de energia. Por isso, torna-se importante compreender como elas são captadas, produzidas, transformadas e distribuídas, tanto por uma proporção mundial como nacional. Também é importante observar os principais impactos de uso e exploração na natureza e na sociedade, de curto a longo prazo. Dessa forma, a descrição e a ilustração dos tipos de fontes de energia propõem mais uma compreensão do espaço e suas complexidades sociais, econômicas e ambientais do sistema no mundo em que se vive. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as alternativas de insumos e fontes do sistema energético mundial e aprenderá sobre os elementos de produção do sistema energético. Assim, você poderá conduzir debates acerca do assunto tratado, além de uma conscientização relativa à magnitude do sistema de produção de energia e suas consequências positivas e negativas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar as principais matrizes energéticas na atualidade.• Identificar as consequências econômicas e socioambientais dessas fontes energéticas.• Explicar o debate em torno da questão climática.• Desafio O debate da sociedade, principalmente por especialistas, cientistas, empresários, representantes governamentais e mídia, nas últimas décadas, acerca das fontes de energia oriundas dos elementos da natureza, definidos por combustíveis fósseis e renováveis, tornou-se recorrente, complexo, polêmico e até ideológico. O contexto social, econômico, político e ambiental remete a refletir que à medida que o sistema econômico capitalista aperfeiçoa-se, (re)transforma-se e interfere nos elementos da natureza, consequentemente, nas reações que ocorrem e impactam na vida dos seres humanos. Tendo em vista que a população mundial encontra-se próxima a 8 bilhões de pessoas, os seres humanos, em qualquer espaço que ocupem, sentirão algum tipo de efeito oriundo das modificações do clima ou relevo. Suponha que você é professor de uma turma de Ensino Médio e precisa trabalhar com os seus alunos sobre uma crise ambiental de disponibilidade de recursos oriundos das matrizes energéticas utilizadas atualmente. Para desenvolver a sua aula, você considera o conhecimento e a facilidade desses jovens com relação aos conteúdos digitais. Como você desenvolveria o seu plano de aula? Quais tipos de atividades poderiam ser propostos para serem realizados em sala de aula e em casa utilizando um ambiente digital? Infográfico A radiação solar que incide no planeta pode ser concentrada em estações com placas fotovoltaicas que proporcionam a geração de energia elétrica, gerada e armazenada, por meio dessa estrutura. Nesse contexto, no Brasil, os municípios afastados dos centros urbanos, localizados no interior das unidades federativas, podem ser beneficiados, pois o acesso das redes de transmissão de energia elétrica é mais custoso para o estabelecimento e a manutenção, possibilitando energia elétrica eficiente e barata, assim como a implicação das estações fotovoltaicas nas construções, de moradias a prédios, nos municípios urbanos, pode ser um investimento alternativo para obter eficiência e economia com energia elétrica. Neste Infográfico, você verá a estrutura de uma estação fotovoltaica em uma moradia, ou prédio, exemplificada no espaço urbano, porém podendo ser aplicada no espaço rural. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/dca6f650-4462-4a5e-ba48-3d253a037d56/593bf3fe-0616-4582-b011-01953518c854.jpg Conteúdo do livro Os tipos de fontes de energia à disposição da sociedade compreendem as mais diversas alternativas para os setores de transportes, indústria, produção e outros setores do sistema capitalista. Por isso, os profissionais precisam informar e expor uma compreensão das características energéticas e das suas consequências socioambientais no espaço geográfico e, concomitantemente, os possíveis impactos causados na composição atmosférica por meio das mudanças climáticas. No capítulo da obra Geografia Econômica, você compreenderá as matrizes energéticas disponíveis no mundo e aplicáveis no Brasil, tendo as competências necessárias para desenvolver um estudo crítico da temática energética aplicado ao ensino da geografia econômica. Boa leitura. GEOGRAFIA ECONÔMICA Ananda Muller Postay de Lima Fontes de energia no mundo e no Brasil Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar as principais matrizes energéticas na atualidade. Identificar as consequências econômicas e socioambientais dessas fontes energéticas. Explicar o debate em torno da questão climática. Introdução Diversas fontes de matrizes energéticas estão disponíveis no mundo. Essas fontes fazem parte do cotidiano da sociedade e impactam a vivência so- cial, econômica e ambiental. Desde o século XVII a exploração de energia de elementos fósseis vem sendo aperfeiçoada, principalmente depois da Revolução Industrial, no século XX, que aumentou o consumo de energia. Essas transformações acabaram causando muitos impactos ambientais. Com isso, começaram a ser debatidas as causas e as consequências da produção e do consumo das fontes energéticas. Nesse capítulo, você vai conhecer as principais matrizes energéticas — fósseis e renováveis — de geração de energia para combustíveis e eletricidade. Vai estudar as fontes energéticas no setor de energia e transportes no Brasil e no mundo, que acabam impactando a economia, o meio ambiente e toda a sociedade. Por fim, você vai ler sobre o debate relacionado à rentabilidade das matrizes energéticas para a sociedade e para a natureza. Matrizes energéticas A exploração de energia dos elementos fósseis ocorre desde o século XVII e desenvolveu-se no século XVIII com a Revolução Industrial. A cada século, a tecnologia era aprimorada, tornando a sociedade cada vez mais dependente e exploradora de mais fontes de energia fóssil. Esse ciclo de geração e explo- ração da energia pelo consumo foi se intensifi cando e ocasionou impactos na natureza, como todas as interações antrópicas praticadas no espaço. Esses impactos são denominados atualmente mudanças climáticas antropogênicas. Antropogênico é toda e qualquer ação/interação praticada pelo ser humano que altera, desequilibra ou transforma os componentes físicos do planeta Terra. O poder do capital, em todas as relações socioeconômicas, influencia a desigualdade entre os países economicamente dominadores e os dependen- tes. Aplica-se, então, a questão do sistema de produção energética, que está diretamente ligada ao domínio pelo capital. O desenvolvimento desigual é uma característica fundamental do modo de produção capitalista, que se manifesta de uma maneira particularmente aguda quando ele se torna dominante ao nível internacional. No seio da economia mundial, as diferenças econômicas ‘nacionais’ são ligadas por relações de subordinação-dominação. As leis que asseguram a reprodução ampliada do capital em escala mundial asseguram ao mesmo tempo uma forma determinada de dominação-subordinação das diferentes formações sociais, a reprodução do sistema das posições correspondentes a essas relações de dominação- -subordinação, os ritmos desiguais de desenvolvimento que resultam dessas posições e as condições de troca que delas resultam (SILVA, 1981, p. 26). Neste âmbito, não são consideradas as condições físicas características de exploração de recursos energéticos fósseis ou sustentáveis. O sistema econômico capitalista e suas relações de dominação do poder econômico entre os países é julgado pelo poder histórico consolidado de capital estratégico e geopolítico.Isso porque há países com extensos potenciais de recursos energéticos, como petróleo, já conhecidos que são intensamente explorados por outros países dominadores. Configura-se a relação que a constituição histórica do capital faz sobre as nações e as relações estratégicas dominadoras que são realizadas, comparando-se ao período de exploração e dominação das colônias e impérios. Fontes de energia no mundo e no Brasil2 Conforme Martin (1992), o setor energético é composto por fontes primárias e secundárias de formação, pois é gerado naturalmente pelas forças físicas da natureza, assim como pela força de outros elementos químicos geradores de calor que resultam em matrizes energéticas. Fontes de energia primária são as que vem da natureza, como o movimento das águas, a lenha, o petróleo e o gás natural. Fontes de energia secundária são modifi- cadas pelo ser humano, como a energia elétrica, gerada, por exemplo, pelo movimento das águas (fonte primária), e transportada para o local onde será consumida (transmissão de energia) (CZAPSKI, 2008a). A relação entre desperdício e conservação de energia é pertinente para compreender a produção e a distribuição das fontes energéticas no Brasil e no mundo. O desperdício está vinculado à perda de energia durante a transmissão de energia elétrica entre a usina, a fonte geradora e os usuários, como moradias, prédios, iluminação pública e demais construções das cidades recebedoras de energia elétrica. Já a conservação de energia, “[…] consiste num conjunto de procedimentos e técnicas para reduzir o desperdício e promove o uso mais eficiente de energia em todas as atividades realizadas pelos seres humanos”, segundo Czapski (2008a, p. 5). Dessa forma, as reflexões evidenciam o grau de importância que se estabe- lece aos agentes sociais, administradores públicos. Na maioria das situações, esses agentes sociais se isentam da responsabilidade e do dever de efetivar planejamentos, análises e avaliações nas tomadas de decisão para escolher a melhor tecnologia geradora de energia elétrica. A escolha deveria levar em conta como distribuir energia à população de forma não prejudicial ao meio ambiente, nem vulnerável a fenômenos que inviabilizem sua distribuição, além de ser economicamente viável aos consumidores. Além disso, deveriam ser criadas políticas educacionais para conscientizar a conservação de energia, tanto pelos usuários civis quanto pelos administradores políticos. A seguir vão ser discutidas as tecnologias de geração de energia existentes. 3Fontes de energia no mundo e no Brasil Fontes de energia fóssil Compreendem elementos formados na litosfera, por meio de acumulação, deposição, compressão e aprisionamento de compostos orgânicos abundantes em carbono, animais e vegetais. Isso acontece no decorrer de milhões de anos, formando substâncias geradoras de calor. Podem ser encontradas nos subsolos rochosos, em continentes e solos oceânicos. O petróleo e seus derivados, carvão mineral e gás natural são as principais fontes de energia no mundo e também as maiores causadoras do aquecimento global. São fontes com reservas de recursos finitos, altamente poluentes e prejudiciais para o equilíbrio climático do planeta. Isso porque sua queima injeta novamente na atmosfera elementos químicos, como o carbono, formado há milhões de anos, que alteram e desequilibram os elementos regulatórios para o funcionamento do ecossistema global. Veja na Figura 1 a representação dessa fonte de energia. Figura 1. Exploração de combustíveis fósseis. Fonte: Nicholson (2014). Em 2016, as fontes de energia fóssil eram utilizadas em 86% do consumo global de energia, incluindo carvão mineral (27,1%), petróleo e derivados (31,9%), gás natural (22,1%) e nuclear (4,9%) para os setores de transportes, elétrica, indústria e comércio e no consumo domiciliar. Já 75,5% da geração de energia elétrica no mundo é oriunda das fontes fósseis: carvão mineral (38,3%), petróleo e derivados (3,7%), gás natural (23,1%) e nuclear (10,4%). Fontes de energia no mundo e no Brasil4 No Brasil, em 2016, os combustíveis de origem fóssil compunham 56,5% do consumo energético e, em 2017, 19,7% da geração de eletricidade. Além disso, atualmente, 70% dos investimentos no setor de energia estão voltados para as fontes fósseis (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE, [2017]). Petróleo Petróleo “[…] é uma mistura de hidrocarbonetos que tem origem na decom- posição de matéria orgânica, principalmente o plâncton (plantas e animais microscópicos em suspensão nas águas), causada pela ação de bactérias em meios com baixo teor de oxigênio” (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – CCEE, 2019, documento on-line). É a principal fonte de energia no mundo, encontrada em bacias sedimentares de continentes e oceanos: 64% são destinados para o setor de transportes, 8% para a indústria e 4,4% para a eletricidade. É o elemento base para a geração de gasolina, querosene, diesel e outros inúmeros produtos (AGÊNCIA NA- CIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS – ANP, 2015; INTERNATIONAL ENERGY AGENCY – IEA, 2015). O Brasil possui a 15º maior reserva comprovada de petróleo, com 95% no mar, o pré-sal, e é o 13º maior produtor de petróleo no mundo. O petróleo passa por etapas no decorrer da sua exploração: refino, transporte e produção (MARTIN, 1992). Carvão mineral O carvão mineral também é formado por um composto complexo de substâncias orgânicas fossilizadas de carbono que alteram sua qualidade em consequência da quantidade de conteúdo carbonífero e da localização da extração na super- fície terrestre. Quanto mais profundo na rocha, maior a qualidade da matriz energética (CCEE, 2019). O carvão mineral tem a maior oferta e é o mais poluente. Apresenta 11,5% explorados para o consumo de energia no mundo e 46% das emissões globais de poluentes. No Brasil, é utilizado em usinas termoelétricas, sendo extraído em reservas localizadas nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (IEA, 2015; EPE, [2017]). É uma fonte de exploração que, apesar de utilizada, provavelmente se tornará obsoleta. 5Fontes de energia no mundo e no Brasil Gás natural Gás natural “[…] é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, originados da decomposição de matéria orgânica fossilizada ao longo dos milhões de anos” (CCEE, 2019, documento on-line). Encontra-se o gás natural próximo das reservas de petróleo, entre as rochas da litosfera sobre os continentes e solos oceânicos. É muito utilizado nas indústrias como fonte de energia. Em 2013, o gás natural apresentava 22% de consumo para geração de ele- tricidade no mundo e, em 2014, 13% para a geração de eletricidade no Brasil (EPE, 2012; EPE, [2017]; IEA, 2015; ROSA, 2006). Dentre os mais explorados, é o menos poluente, pois libera metade do CO2 quando comparado ao carvão para produzir a mesma quantidade de energia. O fraturamento hidráulico é uma outra forma de se extrair o gás natural. Fontes de energia renováveis As energias oriundas de fontes renováveis são aquelas caracterizadas pela captação da força dos elementos da natureza, como a radiação solar, os ventos, a água, a biomassa. Veja um exemplo na Figura 2. A tecnologia para captação e transformação energética com essa matriz começou a ser utilizada na metade fi nal do século XX, mas na década de 1970 começou a ser difundida pelos países, como o Brasil, que iniciou as obras da hidrelétrica de Itaipu (fonte hídrica). Apesar de ser utilizada há séculos com o mesmo propósito, mas por outras formas e instrumentos tecnológicos limitados pelo tempo histórico, agora pode ser aplicada para larga escala. Em 2016, essas fontes correspondiam a 14% da demanda energética mundial (hídrica, biomassa, solar, eólica e geotérmica) e 43,5% no Brasil (hídrica, biomassa, solar e eólica), sendo que 65,2% da geração de energia elétrica provém de fontes renováveis (EPE, [2017]). Fontes de energia no mundo e no Brasil6 Figura 2. Fontes renováveis de energia.Fonte: Produtor (2019, documento on-line). Hídrica O Brasil é o segundo maior gerador de energia hidrelétrica no mundo, fi cando apenas atrás da China. A fonte hídrica de energia tem a água como elemento desencadeante de energia elétrica. Em usinas hidrelétricas, a água dos corpos hídricos, geralmente rios, é captada e utilizada na movimentação de turbinas que transformam a força da água em energia elétrica. Esse procedimento tecnológico é um meio de evitar o uso de combustíveis fósseis para a geração de energia elétrica, como, no passado, foi utilizada a energia termelétrica do carvão mineral no Brasil. As hidrelétricas têm capaci- dade de gerar energia elétrica em maior quantidade e de forma mais eficiente nos países que possuem características físicas com vários e potentes corpos hídricos como o Brasil. Solar A radiação solar tem capacidade de gerar eletricidade por usinas fotovoltaicas e usinas de energia solar concentrada. A fotovoltaica é aplicável em grandes extensões, como usinas de energia solar, e em pequenos espaços, como mo- radias rurais e urbanas, terraço de prédios e equipamentos instalados na rua. A maior usina solar do Brasil fica em Tubarão no estado de Santa Ca- tarina. Espera-se a condução de leilões públicos nos próximos anos para a 7Fontes de energia no mundo e no Brasil construção de usinas. A energia elétrica oriunda da radiação solar captada por instrumentos fotovoltaicos impacta positivamente nos gastos com energia elétrica, ocasionando economia. Tendo em vista a geração eficiente e produtiva da energia solar fotovoltaica, desde 2012 o Brasil utiliza incentivos fiscais e políticas públicas de autogeração de energia elétrica para a população e os empresários que usam esse meio energético. Essas ações foram autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica e pelo Conselho Nacional de Po- lítica Fazendária, conforme o Relatório de Revolução Energética de 2016 (GREENPEACE BRASIL, 2016). Eólica A energia eólica é criada pela força dos ventos (energia cinética), que movi- menta aerogeradores desenvolvidos para produzir energia elétrica pela força constante da circulação dos ventos. Esse meio de geração de energia é um dos mais rudimentares, utilizado antes do carvão mineral e das fontes fósseis. Atualmente, os parques eólicos são empregados para captação dos ventos pelas usinas de produção de energia elétrica sobrepostas em localidades com características físicas propícias a condições atmosféricas com circulação intensa de ar. De todas as energias renováveis é a que mais aumentou nas últimas décadas no mundo. Em 2004, eram gerados 48GW ao ano e, em 2014, 370GW ao ano (REN21, 2015). O país com maior capacidade instalada é a China e, em seguida, Estados Unidos e Alemanha. O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking mundial de geração de energia eólica: em 2014, gerou 2% da produção energética do País, e a tendência para as próximas décadas é de investimentos na construção de parques eólicos para aumento da produção energética renovável em território nacional (EPE, [2017]). Biomassa É a energia gerada por meio de matéria orgânica, animal e principalmente vegetal, como madeira, cana-de-açúcar, soja, sebo bovino, lenha, carvão vegetal e demais insumos. A criação de energia é realizada pela queima dessas plantas e seus materiais resultantes. Geralmente, aplica-se para o fornecimento de combustível no setor de transportes, para uso na agricultura e alguns componentes domésticos. O biogás compreende o suporte energético de biomassa. É oriundo da de- composição da matéria orgânica, extraído principalmente de aterros sanitários Fontes de energia no mundo e no Brasil8 e utilizado para o próprio funcionamento dos aterros, para energia elétrica e para combustível dos veículos de transporte, além de levar energia elétrica para pequenas comunidades próximas. Esse tipo de energia é constituído por 8,4% da geração de eletricidade no Brasil. A indústria depende de 39% para o consumo energético, e os trans- portes dependem de 17,5%, sendo os biocombustíveis representantes desse consumo (EPE, [2017]). Outras fontes A seguir são apresentadas outras fontes de energia. Oceânica A fonte oceânica ainda não é muito explorada, mas acredita-se que tenha muito potencial para a geração de energia. Os principais meios são a energia das marés e a energia das ondas. Embora não haja emissão de CO2, nem de resíduos sólidos na atmosfera, pode haver alteração no clima marítimo da região. Além disso, atualmente, o custo é muito alto. Geotérmica É adquirida por meio do calor da terra. Origina-se da atividade vulcânica do planeta, como vapores e gêiseres da litosfera. Dessa forma, é uma fonte de energia restrita apenas às regiões com atividades vulcânicas ativas. Hidrogênio É uma matriz energética que possui elementos de fontes renováveis e de fontes fósseis e restringe-se pela técnica aplicada para sua geração. É um método ainda recente e pouco aplicado mundialmente. Seu processo consiste em: […] reações eletroquímicas entre gás natural, etanol ou metanol e o oxigênio do ar, ele gera energia em células combustíveis. Nessas células, o único resíduo é a água, mas não se deve esquecer que o processo de produção de hidrogênio gera CO2. As células combustíveis ainda estão em desenvolvimento, promo- vendo ser mais baratas e eficientes (CZAPSKI, 2008a, p. 8). 9Fontes de energia no mundo e no Brasil Energia nuclear O urânio enriquecido é um elemento químico radioativo utilizado para a gera- ção de energia. Todo o processo de manuseio em usinas nucleares é complexo, altamente perigoso e letal para a vida dos seres vivos. Por isso, torna-se caro, já que necessita de processos rigorosos de segurança. É uma fonte de energia geralmente aplicada em países com limitações físicas de geração energética, mas os riscos a que são expostos são demasiadamente expressivos. Há exemplos de acidentes nucleares que conduziram alguns países a esti- pular medidas para deixar de utilizar a energia nuclear no decorrer de alguns anos e implementar outras fontes energéticas. Tendo em vista os riscos e, principalmente, as consequências dos acidentes nucleares nos países. Apesar de não se incluir como uma fonte de energia fóssil, os elementos nucleares têm um tempo de vida muito extenso e seu descarte é complexo. Consequências econômicas e socioambientais das fontes energéticas A técnica é a condição que o ser humano encontrou para desenvolver suas atividades exploratórias e sobreviver. Em relação à exploração e ao uso das fontes de energia, a técnica foi a maneira de conquistar o domínio, a efi ciência e o avanço das práticas que utilizam elementos da natureza para o progresso da sociedade. Antes da Revolução Industrial, a energia mecânica era o principal meio de realizar atividades que necessitavam de energia, tanto para a agricultura quanto para o transporte. Utilizava-se, então o carvão mineral, explorado a partir do século XVII, como principal matriz energética. A Revolução Industrial fez a técnica evoluir, e passou-se a utilizar o petróleo, explorado a partir do século XIX, como a nova fonte principal do sistema econômico e, posteriormente, a energia elétrica. Todas as descobertas e aplicações dos combustíveis fósseis e das demais fontes energéticas constituem-se como bens do aperfeiçoamento das técnicas do ser humano, que utiliza objetos e desenvolve ações sobre o espaço geográfico, transformando a natureza e a própria sociedade. O progresso científico e a inovação tecnológica são fatores que se apresentam no contexto das fontes de energia. Sejam fósseis sejam renováveis, elas são os objetos criados ou aperfeiçoados por meio do espaço-tempo pela técnica, pela ciência e pela informação. Fontes de energia no mundo e no Brasil10 Conforme (MARTIN, 1992), a dominação do petróleo no mercado ener- gético mundial ocorreu em virtude das sucessivas transformações estruturais de exploração e investimento dos principais paísesprodutores da matriz energética petroleira. Proporcionou-se, então, um produto mais acessível e barato para consumo mundial e não mais local ou nacional. A necessidade de aumento do consumo de energia mundial após a Re- volução Industrial, principalmente durante e após os períodos das grandes guerras mundiais, desencadeou profunda demanda por produção de energia, transformando os sistemas econômicos dos países. Consequentemente, houve impacto no domínio do sistema capitalista. Os acontecimentos históricos, portanto, estão diretamente relacionados à evolução da exploração de fontes energéticas consumidas e comercializadas pelo sistema econômico mundial. O autor afirma: De local, e depois nacional, a economia da energia tornou-se mundial. Através de seus investimentos e de suas tecnologias, as grandes firmas da indústria petrolífera e da construção elétrica criaram mercados mundiais articulados entre si. Os preços que são formados sobre o petróleo bruto influenciaram todos os outros e, através deles, as escolhas energéticas nacionais (MARTIN, 1992, p. 128). Diante da conjuntura histórica e socioeconômica sobre a temática energé- tica, destacam-se elementos e efeitos socioambientais oriundos de conflitos e degradações ambientais que interferiram e ainda interferem na sociedade. A Guerra do Golfo é um dos principais exemplos de conflitos geopolíticos do final do século XX causados pela exploração das reservas de petróleo entre os países ocidentais — Estados Unidos — e o Oriente Médio. São conflitos que, atualmente, caracterizam-se pelos mesmos interesses e ambições de exploração e dominação da matriz energética fóssil. Como exemplos temos as discussões entre Venezuela e Estados Unidos, que refletem diretamente na sociedade do país inferior economicamente, além de crises mais antigas entre os países do Oriente Médio, que possuem inúmeros campos de reservas de petróleo. Em relação ao aquecimento global, a poluição atmosférica vem sendo a cada década um problema para a sociedade. Originada principalmente de uma variedade de elementos e reações químicas que alteram os componentes climáticos da atmosfera, acaba causando prejuízos para a saúde e o bem-estar dos seres vivos, para a biodiversidade. Além disso, a poluição atmosférica resulta em reações econômicas, já que sua concentração de poluentes no ar manifesta-se geralmente nas regiões urbanas, impedindo, em certos casos 11Fontes de energia no mundo e no Brasil extremos, o fluxo de veículos terrestres, causando fechamento de escolas, órgãos públicos e comércios. Conforme (CZAPSKI, 2008b, p. 10), um dos impactos ambientais oriundos da poluição do ar é a chuva ácida, que “[…] resulta da reação química do dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx), lançados no ar por fábricas e veículos que usam combustíveis fósseis e carvão vegetal. Em contato com a água da chuva, eles produzem ácidos”. O impacto para a sociedade é o surgimento de doenças, principalmente pulmonares. Os elementos químicos que geram esse fenômeno são lançados no ar e incidem sobre os espaços habitados pelos seres humanos. Assim, o sistema respiratório desenvolve patologias respiratórias. Além disso, diversas regiões do planeta sofreram com a desertificação, que é “[…] a degradação ambiental e socioambiental, particularmente nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores e vetores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas” (BRASIL, 2019, documento on-line). Dessa forma, regiões que inicialmente apresentavam clima árido e semiárido sofreram intensas alterações nas suas variabilidades climáticas regionais, associadas a outros fatores prejudiciais, como desma- tamento e uso inadequado do solo. Esse processo pode ser desencadeado pelas partículas emitidas das ações antrópicas de geração de energia do setor elétrico, industrial e de transportes. Os fatores enunciados e problematizados representam alguns dos com- plexos problemas socioambientais que impactam intensamente a sociedade e o ecossistema no mundo e no Brasil com desastres ambientais. Como exem- plos, há deslizamentos de encostas nas cidades urbanas; estiagens intensas e recorrentes, que impactam no abastecimento de água da população e da agricultura; falta de alimentos; enchentes, que provocam doenças e deixam milhares de desabrigados. Esses fatores não só aumentam e aprofundam crises que já existiam, mas também desencadeiam novas problemáticas no espaço geográfico. Impactos diretos das fontes energéticas Todas as atividades geradoras de energia, elétrica ou combustíveis, irão impac- tar no ecossistema do planeta. Algumas infl uenciam de forma mais intensiva e deteriorante, como as fontes energéticas fósseis, e outras, de forma mais sutil, como as fontes renováveis. A seguir, apresenta-se brevemente os principais impactos diretos das fontes de energias analisadas nesse capítulo. Fontes de energia no mundo e no Brasil12 Petróleo e gás natural O petróleo bruto desencadeia efeitos catastrófi cos no meio ambiente quando ocorrem vazamentos ou explosões nas suas fontes de captação ou no transporte. Geralmente, os acidentes que se espalham por grandes extensões ocorrem em alto mar, prejudicando ecossistemas marinhos e toda a cadeia alimentar animal, impactando também a vida humana. Quando ocorrem acidentes dessas fontes ou conflitos nos principais países produtores e exportadores, os valores atribuídos à comercialização sofrem alterações negativas que impactam na economia mundial. A queima do pe- tróleo e do gás natural atua diretamente na poluição atmosférica. O petróleo e seus derivados são mais poluentes do que as aplicabilidades do gás natural. As duas fontes energéticas encontram-se reunidas, pois são as mais aplicadas ao setor de transportes, que aumentou a emissão de CO2 no setor de energia. Comparando-se aos demais tipos de emissões, índices e percentuais, o setor de transportes foi o que mais emitiu poluentes, de 13,5% para 30,8% (SISTEMA DE ESTIMATIVAS DE EMISSÕES E REMOÇÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA – SEEG, c2019). Carvão mineral O carvão mineral é um imponente e degradante componente poluidor do ar atmosférico, impactando na qualidade do ar e causando doenças para os seres humanos. Também está relacionado a acidentes nas minas de exploração, tanto nas subterrâneas quanto nas minas a céu aberto. Sua exploração malconduzida pode levar ao desmoronamento das passagens ou cavernas artifi ciais, atingindo a vida humana e a fauna, destruindo o ecossistema próximo às áreas exploradas. Hídrica A geração de energia elétrica pela água manifesta consequências modifi cadoras nos elementos da natureza conforme a localização em que é implicada, como o tamanho da usina hidrelétrica construída. Utilizam-se os efeitos oriundos das grandes usinas hidrelétricas. A construção de barragens altera o curso dos rios e causa alagamentos, “[…] fazendo submergir mata ciliares e fl orestas com toda sua biodiversidade, áreas agrícolas, sítios arqueológicos — se houver — e, às vezes, deslocando cidades inteiras”. Além disso: 13Fontes de energia no mundo e no Brasil Após a formação do reservatório, a decomposição da vegetação submersa pode provocar a eutrofização das águas (aumento de nutrientes e redução de oxigênio), que gera a emissão de (CO2) e metano (CH4) na atmosfera, dois gases estufa. E há a tendência ao assoreamento (depósito de sedimentos) de rios represados. Depois, a transmissão de energia gera perdas dessa energia, como em todos os casos de produção muito distante do local de consumo (CZAPSKI, 2008b, p. 9). Solar A energia da radiação solar é uma das mais sustentáveis e menos impactantes comparada às demais fontes renováveis. Segundo Czapski (2008a), o silício, elemento químico utilizado nas células fotovoltaicas é atribuído como o po- luente relacionado à geração desse tipo de energia. Eólica Para implementação da energia eólica, são necessários o planejamento intensoe a análise da localização para execução de parques eólicos. Isso porque os impactos socioambientais podem ser prejudiciais para a saúde e o bem- -estar das populações nos arredores e dos ecossistemas e habitats. Conforme (CZAPSKI, 2008a, p. 8), ocorrem os possíveis efeitos: “Impacto visual, já que a instalação de muitas torres para a geração desse tipo de energia altera a paisagem; o impacto sonoro, devido ao ruído constante das hélices dos geradores; e o impacto para as aves, que podem se chocar com as pás dessas hélices em movimento”. Biomassa Apesar de emitir CO2, o replantio proporcional às emissões torna-se um meio de atenuar os impactos para o equilíbrio energético. Já o biogás pode acabar criando outros elementos químicos prejudiciais ao meio ambiente. O debate acerca das mudanças climáticas Na década de 1970, a Organização das Nações Unidas (ONU) abriu debates sobre as causas, os impactos e as consequências resultantes do estilo de pro- dução e consumo das fontes energéticas utilizadas até aquele período, que eram, em sua maioria, derivados dos combustíveis fósseis. A partir daquele Fontes de energia no mundo e no Brasil14 momento, medidas inéditas começaram a ser debatidas, elaboradas e aplicadas. Além disso, passou-se a divulgar informações orientando a população para a conscientização socioambiental. Nas últimas décadas do século XX, a ONU incorporou o tema da crise climática para seus órgãos e instituições como um meio de proporcionar os primeiros debates. Isso ocorreu com a exposição de pesquisas, opiniões, ques- tionamentos e compreensões sobre o assunto, que atualmente está consolidado em encontros internacionais. Como resgate histórico, destaca-se a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Programa para Meio Ambiente da ONU (PNUMA) e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) como meios instru- mentais e legais atuantes entre as nações signatárias que objetivam reunir conhecimento, conduzir pesquisas e divulgar informações para as nações de que existem evidências e fatos comprovantes das mudanças climáticas. Por- tanto, é importante reunir informações sobre os elementos desencadeadores dos impactos, compreendendo as consequências dos hipotéticos impactos extremos. É, sobretudo, necessário considerar as medidas e ações possíveis por meio de acordos e protocolos para que os efeitos futuros não ocorram e não desequilibrem o planeta. Tratados internacionais são acordos assinados entre países que visam resolver problemas. Nesses acordos, estão especificadas as obrigações e as condutas que devem ser seguidas pelas partes. As responsabilidades são as mesmas, mas as ações são específicas para cada país, a fim de respeitar as diferentes culturas e capacidades. Os protocolos de Kyoto e Montreal e a Agenda 21 são exemplos desses tratados (CZAPSKI, 2008c). O debate referente às mudanças climáticas na sociedade se ramifica de acordo com os grupos e agentes sociais da sociedade. A mídia mundial expõe os diferentes posicionamentos e opiniões da sociedade. A cada década, o assunto torna-se mais recorrente e, às vezes, conforme algum fato latente, estampa as manchetes dos principais veículos de comunicação mundial. Muitos estudos vêm sendo conduzidos para relacionar o sistema de explo- ração de recursos e geração das matrizes energéticas fósseis com as mudanças climáticas antropogênicas. No entanto, alguns agentes sociais ainda contestam 15Fontes de energia no mundo e no Brasil essa problemática. Isso ocorre geralmente por motivos políticos e econômicos, já que poderão sofrer efeitos negativos financeiros pelas mudanças de con- sumo, hábito e atuações do sistema socioeconômico capitalista caso ocorra o que os ambientalistas sugerem: o fim da dependência das fontes energéticas originadas dos combustíveis fósseis. Ao analisar os agentes sociais e seus posicionamentos políticos, científicos, ideológicos, econômicos e sociais, contata-se que os debates e discussões são polêmicos, pois, dentro de cada um desses grupos, existem concepções e definições diferentes. Consequentemente, irrompem-se conflitos, pois suas atividades e técnicas movem o sistema econômico mundial capitalista e de- sencadeiam alterações climáticas no planeta. A crise climática ambiental surgiu na sociedade de forma mais evidente e complexa no final do século XX. A concentração em excesso de dióxido de carbono (CO2), principal elemento químico poluidor, além dos gases metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), hidrofluorcarbo- nos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs) intensificaram o processo natural de aquecimento do planeta, denominado aquecimento global, provocador das mudanças climáticas antropogênicas (CZAPSKI, 2008c). A emissão dos gases poluentes pelo setor energético ocorre por usinas ter- melétricas, queima de combustíveis, sistemas de transportes e setor industrial. Vale ressaltar que, além do setor energético, outro fator atua também para esse contexto: o desmatamento causado pelas queimadas. Portanto, as atividades socioeconômicas praticadas pela sociedade exigem diversos recursos naturais para seu sustento. As principais fontes de energia utilizadas são as fósseis — petróleo, gás natural e carvão mineral —, que quando extraídos, processados e queimados são emitidos na atmosfera e desencadeiam a poluição do ecossistema global. Esse panorama só foi constatado com intensas pesquisas científicas con- duzidas por diversas instituições, com pesquisadores que buscavam por evi- dências que confirmassem os indícios presentes nos fenômenos climáticos extremos. Eram necessários estudos que mostrassem as mudanças climáticas antropogênicas não mais como hipóteses, mas como fatos evidentes e atuantes em todo o planeta Terra. Uma realidade que não estaria limitada a um fator de escala restrita, mas representaria o sistema climático global. Entretanto, as evidências das mudanças climáticas nem sempre foram aceitas. Embora o efeito estufa seja um processo natural do planeta, o grande questionamento crítico por parte de especialistas e pesquisadores é a sua aceleração, que vem ocorrendo desde a Revolução Industrial e, atualmente, é um fenômeno extremamente expressivo. Fontes de energia no mundo e no Brasil16 A projeção para o comportamento dos elementos da natureza prevê vários cenários, desenvolvidos por pesquisas internacionais. Todos esses cenários possuem um fator em comum: se os sistemas de produção de energia, de bens de consumo, de alimentação, de construção civil e de outros produtos exploratórios do ecossistema permanecerem os mesmos, os recursos do planeta e o equilíbrio climático entrarão em colapso, e impactos extremos ocorrerão para toda a biodiversidade global, inclusive para a sociedade. Além disso, outros elementos desencadeiam as mudanças climáticas, como as queimadas, que atuam também na intensificação do efeito estufa. O es- tudo das mudanças climáticas abrange a influência natural de modificação do planeta. No entanto, as evidentes e agravantes interações antrópicas que impactam a biosfera devem ser compreendidas. Os dois agentes citados, político e econômico, são os principais influen- ciadores capazes de liderar ações e medidas para transformar o modo de consumo mundial do espaço geográfico. O fato justifica-se pelas origens que fundamentam o sistema capitalista, que influencia diretamente o sistema po- lítico das grandes nações (as mais poluidoras) e o sistema econômico mundial com as grandes multinacionais (principais exploradoras e dependentes dos combustíveis fósseis). Os agentes sociais que refutam as mudanças climáticas antropogênicas defendem o contrário do que se busca conquistar com consumo e hábito sustentáveis. Articulam manobras políticas e econômicas para explorar mais campos de reservas de petróleo ainda não utilizados, além de abrirem linhas de investimento milionárias para sondar novos campos não descobertos. O mercado internacional do petróleo é um elementoeconômico que in- fluencia diretamente as operações monetárias das moedas mundiais, como o dólar. Qualquer acontecimento que cause um desequilíbrio na produção ou na distribuição gera repercussão negativa no mercado monetário e nas economias das nações. Dessa forma, um argumento que defensores das energias renováveis também alegam é que os combustíveis fósseis, além de ocasionarem efeitos negativos e degradantes na natureza, também são controladores da economia, deixando os países vulneráveis e dependentes economicamente de conflitos geopolíticos, de condições exploradoras do capital especulativo e dominados por companhias de monopólio internacional da exploração petroleira. Segundo especialistas que defendem as fontes renováveis, a transformação da economia ocorrerá com o fim da exploração dos combustíveis fósseis. Com a energia renovável, o produto interno bruto (PIB) poderia aumentar. A principal premissa que a comunidade científica alega e argumenta com os representantes políticos das nações é o efeito estufa intensificado pela ação 17Fontes de energia no mundo e no Brasil antrópica como um fato latente e evidente, consensual entre pesquisadores e especialistas da ciência envolvida com o tema. O desafio que será enfrentado no decorrer do século XXI é de que os acordos, protocolos e convenções elaborados para atuação das nações em tentar impedir o avanço das mudanças climáticas seja realmente cumprido, e suas medidas, efetivadas. Conforme Martin (1992, p. 128): A degradação do meio ambiente local, regional e planetário exige uma utiliza- ção racional, limpa e segura de todos os recursos energéticos. O fundamento dessa racionalidade não deve ser o preço, que é acarretado pelas condições a curto prazo pelo mercado. Deveria ser o que implica o desenvolvimento das novas técnicas de utilização e de produção da energia, capazes de satisfazer o crescimento das necessidades a longo prazo, respeitando os equilíbrios ambientais. Ideias inovadoras são proporcionadas pela avaliação e pelo planejamento de ações associadas a políticas públicas aplicáveis para cada localidade conforme as condições ambientais, sociais e econômicas. Essas ideias podem recuperar ou atenuar conflitos associados aos impactos do desequilíbrio climático. Dessa forma, constata-se que as fontes de energias disponíveis atualmente são exploradas pela sociedade de formas diferenciadas e também desequi- libradas. A tecnologia à disposição proporciona e garante meios eficazes e eficientes de explorar recursos energéticos ambientais de forma consciente e segura para toda a sociedade. Entretanto, existem barreiras comerciais, políticas e sociais que dificultam a implementação e a propagação de meios alternativos ao que já está consolidado na conjuntura socioeconômica de geração energética mundial. De acordo com os estudos apresentados e os fenômenos observados nas últimas décadas, estão ocorrendo mudanças ambientais extremas, originadas das ações dos seres humanos. Observa-se que os debates, associados a acordos e medidas internacionais, conduziram os setores do mercado de fontes de energia a repensarem o meio de obter e gerar energia. Isso ocasionou divergências que estão associadas a embates econômicos, principalmente entre países ricos e pobres, multinacionais e grandes indústrias. Porém, de acordo com os encontros internacionais em conferências realizadas pela ONU, espera-se que, à medida que a tecnologia evolua, novas técnicas surjam. Além disso, conta-se com a mudança de hábitos e atitudes, objetivando um equilíbrio ambiental e economicamente correto entre todas as nações e os setores socioeconômicos. Fontes de energia no mundo e no Brasil18 O acordo de Paris, na 21º conferência do clima, além de ser um documento que objetiva medidas, ações e metas para limitar o aumento da temperatura e as mudanças climáticas, é uma forma de diminuir as desigualdades sociais e promover os direitos humanos. AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP (BRA- SIL). Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás natural e biocombustíveis: 2015. Rio de Janeiro: ANP, 2015. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. FAQs – gestão territorial – desertificação. Dispo- nível em: https://www.mma.gov.br/perguntasfrequentes.html?catid=19. Acesso em: 02 dez. 2019. CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – CCEE. Fontes. 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Fontes de energia no mundo e no Brasil20 Dica do professor As causas e os efeitos oriundos das mudanças climáticas relacionam-se diretamente ao atual sistema mundial de produção energética. O ciclo de geração e exploração da energia foi aumentando, gerando, assim, impactos na natureza e, inclusive, levando à intensificação do fenômeno natural de efeito estufa do planeta. Nesta Dica do Professor, você irá aprender sobre as mudanças climáticas de origem antropogênica, os tipos de elementos que provocam desequilíbrio energético da atmosfera, da hidrosfera, da criosfera, da litosfera e da biosfera, ocasionando diversos impactos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6c21f35302129626d7d1044449adbd74 Exercícios 1) O aquecimento global é um termo comumente utilizado na mídia para se referir ao fenômeno de alteração climática oriunda das ações antrópicas. O elemento responsável que degrada a natureza origina-se de materiais utilizados na geração de energia para combustíveis e eletricidade. Tendo em vista o contexto, escolha a alternativa referente ao Brasil, ao cenário industrial e energético fabricado no país e aos impactos ocasionados na natureza e na sociedade. A) A fonte de energia eólica é um recurso fóssil que é considerado como altamente poluente, sendo pouco utilizado no Brasil, pois a sua implementação é cara. Entretanto, é um recurso energético com alta rentabilidade para a indústria. B) A fonte de energia solar é um recurso renovável com implementação muito cara, altamente poluente e aplicável apenas em prédios altos para captação da radiação solar. C) A fonte de energia hídrica é o recurso renovável mais implementado, com impactos ambientais não tão degradantes para a natureza, utilizando a força dos rios para gerar energia elétrica em usinas hidrelétrica. D) A fonte de energia nuclear é a principal matriz energética do país, pois é a mais barata e menos poluente. As centrais nucleares de geração e distribuição de energia elétrica encontram-se no estado do Rio de Janeiro. E) A fonte de energia derivada do petróleo é o recurso energético aplicado no setor da indústria e no setor de transportes. É amplamente utilizado, pois o país contém extensas reservas de petróleo, tornando-se uma matriz energética barata e também fonte renovável que não polui a atmosfera. 2) A radiação solar é uma matriz energética renovável aplicável no Brasil, garantida para expandir e o governo brasileiro concedeu incentivos fiscais. Considerando-se esses elementos, escolha a alternativa que se aplica para a energia solar no Brasil: A) Após a criação de linhas de crédito para incentivos fiscais, foram construídas usinas solares em todas as regiões do Brasil, esperando-se que em alguns anos a energia solar seja a principal matriz energética do país. A implementação de energia solar pode ser realizada nas cidades rurais e urbanas do Brasil. Instalando-se painéis fotovoltaicos nos telhados e terraços de construções grandes, prédios e B) moradias domiciliares. C) A energia solar captada em painéis fotovoltaicos apresenta insuficiência energética para abastecer grandes construções e sua tecnologia ainda não é tão avançada para se tornar rentável para o consumidor. D) As usinas solares e os painéis fotovoltaicos podem ser apenas instalados nas áreas rurais de municípios com grandes extensões territoriais, pois necessitam de amplos espaços sem construções para a sua implementação. E) A radiação solar não é bem distribuída pela extensão territorial do país. Portanto, o investimento em energia solar só deve ser realizado e implementado em estados próximos da região tropical, extremo norte do Brasil. 3) O petróleo é um recurso da natureza caracterizado como um elemento prejudicial para o ecossistema, e é uma fonte de energia que há muito tempo é explorada no Brasil, mais amplamente a partir da década de 1950. Escolha a alternativa correta para a relação entre o petróleo e os seus derivados na economia do Brasil: A) Petróleo e derivados compreendem recursos energéticos mais utilizados nos setores de transportes e indústria. A sua exploração e o mercado monetário atuam diretamente na economia e impactam no preço de produtos e serviços. B) A gasolina, o diesel e o querosene, apesar de derivarem do petróleo bruto, não dependem das relações, especulações e crises do mercado nacional e internacional do petróleo para definição dos seus preços. C) As reservas de petróleo localizadas no Brasil, em alguns anos, vão parar de ser exploradas para a troca da matriz energética passar a ser integralmente renovável. D) Acidentes ocorridos em locais de extração do petróleo, nas plataformas de exploração instaladas em alto mar, nunca prejudicaram o meio ambiente e nunca houve perda de vidas humanas. E) O petróleo extraído das reservas de pré-sal do Brasil não modificou nem impactou a economia brasileira quando se falou a respeito da sua descoberta. Planícies costeiras são ambientes que contêm elementos da natureza de transição entre o mar e o continente, altamente sensíveis e vulneráveis a impactos ambientais. Quais são os elementos característicos das fontes de energia fóssil e nuclear possivelmente mais 4) prejudiciais para os ecossistemas da natureza e impactantes para a saúde da população dos municípios localizados na costa do litoral brasileiro? A) Utilizado como matriz para a usina nuclear, a queima do carvão mineral impacta diretamente na poluição do ar dos municípios costeiros, desencadeando chuva ácida altamente prejudicial para a população, moradias, areias das praias e vegetação litorânea. B) Resultante da energia fóssil, a biomassa é um potente combustível extraído no Brasil em plataformas de extração localizadas em alto mar. Quando ocorrem acidentes nessas plataformas, as substâncias da biomassa contaminam a água e o solo das áreas costeiras, gerando mortes de animais e causando danos à biodiversidade. C) A força dos ventos é utilizada em conjunto com o urânio para o funcionamento de usinas nucleares. Apesar de parte da energia ser eólica, as turbinas das hélices prejudicam a fauna e a flora do ecossistema costeiro e, somado à fonte radioativa, se ocorrer vazamento de substâncias, ocorrerá contaminação, destruição e extinção da fauna. D) Petróleo e derivados são extraídos e geralmente processados em plataformas de extração localizadas em alto mar. As substâncias radioativas, como o urânio, são empregadas nas usinas nucleares. Caso ocorram acidentes nas suas estruturas, essas matrizes energéticas tornam-se altamente prejudiciais, entrando em contato com relevo, água, fauna, flora e seres humanos. E) O etanol e o petróleo bruto são as fontes de energia fóssil que, se vazarem de suas fontes de extração, de condicionamento ou de deslocamento, e, entrarem em contato com os ecossistemas costeiros, animais, vegetação e seres humanos podem sofrer severos efeitos colaterais e até morrer. 5) Hipoteticamente, você é um administrador público de um município que necessita diminuir os gastos relacionados com energia elétrica nos prédios de instituições governamentais. Escolha a alternativa mais eficaz para retenção de gastos e eficiência energética sustentável: A) A instalação de painéis fotovoltaicos em todas as residências do município é uma alternativa eficiente, pois assegura a geração e a transmissão de energia por uma cooperativa de usuários, garantindo um investimento que a longo prazo resultará em ganho financeiro para toda a população e não apenas para a administração pública. B) Recolher as verbas do município e investir na instalação de uma pequena usina solar que não emitirá poluentes será um grande investimento nos próximos anos, tornando o município autossuficiente em geração de energia elétrica. C) Recolher as verbas do município e investirna instalação de um parque eólico que gere energia elétrica apenas para abastecimento dos prédios públicos trará maior eficiência energética sustentável e retenção dos gastos para o município. D) A instalação de painéis fotovoltaicos no prédio mais alto do município garantirá a eficiência energética e a diminuição dos gastos com energia elétrica, pois a radiação solar é uma forma sustentável e barata de fonte de energia. E) A instalação de painéis fotovoltaicos em terraços ou telhados das edificações com instituições governamentais, associada a políticas internas de conduta para os funcionários mudarem os hábitos, torna-se um investimento a longo prazo com energia renovável e consumo consciente, e pode ser garantia de resultados satisfatórios na diminuição dos gastos públicos com energia. Na prática Os impactos socioambientais ocorrem tanto para as fontes de energias fósseis como também para as renováveis. O melhor modo de analisar e avaliar um espaço que não apresente tantos impactos ambientais e vulnerabilidades sociais, como também que não atenue os problemas existentes, é conduzindo estudos e planejamentos aprofundados. Na Prática, você vai aprender sobre as mudanças na paisagem e, consequentemente, no espaço geográfico, a partir da implementação da usina hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/fc78fdc4-8a50-4a30-84c1-dc8d406c55fe/98dd4f22-bd15-48f2-8f9a-ab3b04a25414.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Energias renováveis Veja, neste vídeo explicativo do IBGE, os tipos de energias renováveis e o objetivo número sete dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que trata das energias renováveis. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Energia e sociedade Veja, neste artigo, a relação dos seres humanos com a necessidade de consumo de energia para a sua evolução como sociedade desenvolvida. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A dependência do petróleo é uma ferida aberta das sociedades modernas Leia, nesta notícia, a opinião crítica de um especialista em fontes de energia sobre a dependência do petróleo pela sociedade moderna. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/Qi5EQ_n0DNo http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142014000300003&script=sci_arttext https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2019/09/a-dependencia-do-petroleo-e-uma-ferida-aberta-das-sociedades-modernas-ck0r0uuln0arz01tgp5qu4tma.html
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