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WBA0328_v1.0 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo Olá caro aluno, seja muito bem-vindo à disciplina de Planejamento e Controle de Manutenção. É com grande satisfação que preparamos o material para que você também possa se tornar um especialista nesta área, que é fundamental para o desenvolvimento de serviços, de mão de obra e industrial. Mas o que há de especial nesta disciplina? Este material foi elaborado para que você possa adquirir conhecimentos voltados para uma prática industrial. Por meio dos conceitos e aplicações apresentados, você terá capacidade de realizar a implantação e/ou melhoria dos sistemas de manutenção em qualquer empresa, seja de transformação, de prestação de serviços ou especificamente de manutenção industrial. Para o desenvolvimento do material, buscou-se uma literatura contextualizada de maneira que você possa compreender e aplicar no seu dia a dia como gestor com facilidade. As técnicas desenvolvidas neste material, além de uma bibliografia, tiveram como base a aplicação prática de vários anos de experiência, você vai notar que os exemplos tratados aqui relatam com precisão a realidade de muitas indústrias e que você, certamente, vai assimilar com facilidade. A linguagem utilizada nos textos é fácil e acessível a todos, os conteúdos abordados são: gestão de manutenção, organização, indicadores, confiabilidade e tipos de manutenção. Tudo que um gestor necessita para conduzir uma equipe qualificada e que possa trazer muitos resultados. 3 O conteúdo trabalhado nesta disciplina é organizado de maneira sequencial e você pode segui-lo para implementação de uma gestão de manutenção ou adequá-lo de maneira que possa implantar melhorias nos seus sistemas de manutenção. Bons estudos! INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Planejamento e controle de manutenção ______________________________________________________________ Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo 5 DIRETO AO PONTO Já dizia Edmundo Burke: “quem não conhece a sua própria história corre o risco de fazer tudo novamente”; e na manutenção industrial tal fato se repete em muitas empresas. Certamente você já deve ter se deparado, em algum mercado, shopping e até mesmo uma praça de lazer, com uma placa dizendo “desculpe o transtorno, estamos em manutenção”; este é um fato que pode ocorrer normalmente, contudo, ele pode ser analisado com a intenção de identificar o conceito que há por trás dessas situações, isso mostra a necessidade de aprendermos com os erros e conhecermos os processos aplicando melhorias constantes para evitar o retrabalho. Note que a manutenção industrial passou e passa por transformações constantes., as primeiras empresas fabricantes de tecidos, por exemplo, nos anos 1950, tiveram problemas com a entrega das suas encomendas e, em determinado momento, deixaram de atender um cliente que comprou certa quantidade de produtos; este, por sua vez, também atrasou o fornecimento ou disse aos clientes do varejo que estava em falta determinado produto. Tais fatos, ao longo do tempo, ganharam destaque e passaram a ser investigados com o objetivo de que não mais ocorressem. Certamente, o fabricante de tecidos contava com a lucratividade desta produção, o varejista mensurava valores com as vendas e assim sucessivamente. Com metas mais audaciosas de produção e o início da produção em série após a descoberta da máquina a vapor, a manutenção teve papel fundamental e os fabricantes de equipamentos chegaram a uma conclusão para melhoria dos processos produtivos: que as manutenções deixassem de ser apenas correções e passassem a ser planejadas com a utilização de 6 recursos e ferramentas de planejamento. Surge neste momento a manutenção preventiva. Na Figura 1, podemos ver a evolução dos processos de industrialização que compreende tanto a manutenção quanto a produção. Na primeira fase, vemos a chamada Indústria 1.0, em que a era da mecanização foi marcada pela criação da máquina a vapor. A Indústria 2.0 fica marcada pela descoberta e disseminação da energia elétrica, seguida pela Indústria 3.0, considerada a fase de automação. Por fim, tem-se a fase da indústria 4.0, que é, nestes dias atuais, considerada como a era dos sistemas cibernéticos. Figura 1 – Linha do tempo da evolução da produção e manutenção. A Revolução industrial separada em suas fases: Indústria 1.0, Indústria 2.0, Indústria 3.0 e Indústria 4.0. Fonte: elenabs/iStock.com. 7 A manutenção acompanha a produção em todos os aspectos, desde a qualificação da mão de obra para atuação nos equipamentos cada vez mais tecnológicos à utilização de tablets ou smartphones para verificação de parâmetros dos componentes de máquinas e equipamentos. Outro ponto que merece atenção é com relação aos tipos de manutenção utilizados atualmente. Muitas empresas utilizam o sistema de manutenção corretiva: neste conceito, a instituição, a empresa e até mesmo o gestor não têm preocupação direta com o planejamento de manutenção. A cultura adotada é de que, se o equipamento está em funcionamento, teoricamente, não há a necessidade de nenhum tipo de intervenção. Na cultura de manutenção corretiva, os equipamentos operam até falharem e, somente após a parada da produção, aciona- se o time de manutenção. Algumas características fazem parte desse tipo de atuação, entre elas podemos destacar a sensação dos manutentores de atuarem como “bombeiros”, ou seja, estão em constante alerta para reparar um defeito em máquina e, por várias vezes, não estão preparados, nem sequer têm peças e ferramentas para a execução do reparo. Em outro conceito, a manutenção preventiva adota padrões de planejamento com base no que o fabricante do componente recomenda, visto que nos manuais de máquinas há um plano básico para substituição dos componentes em função do tempo. Neste caso, os gestores têm a oportunidade de planejamento de equipe, peças e recursos necessários para execução do trabalho e manutenção do equipamento. Já a manutenção preditiva é aquela realizada com base no estudo apurado de cada componente. 8 Outro ponto que merece destaque na gestão da manutenção é a forma de coletar os dados, é imprescindível a criação de um documento para essa finalidade. Os dados coletados são inseridos em uma OS – ordem de serviço e, posteriormente, devem ser analisados, estratificados e plotados em gráficos de maneira que o gestor possa tomar a decisão com base em dados e fatos confiáveis. Referências bibliográficas ALMEIDA, P. S. de. Manutenção mecânica industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. KARDEC, A. et al. Manutenção função estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. 361 p. PARA SABER MAIS Um bom planejamento de manutenção leva em consideração os custos de máquina parada, de homem/hora, de peças de reposição, entre tantos outros, mas como fazer para destinar a quantidade de recursos ideal para a manutenção e fazer com que eles sejam utilizados de maneira eficiente entre todas as máquinas da planta fabril? Uma das maneiras é realizar uma classificação de máquinas por ordem de importância ou relevância no processo produtivo. A classificação de máquinas permite que o gestor possa empregar um percentual maior para o grupo de equipamentos que apresentam uma classificação “A”. Máquinas com essa classificação apresentam indicativos que asseguram segurança para operadores e colaboradores em geral, bem como possuem um maior impacto na produção, tanto na qualidade como na parada deoutras linhas. 9 A classificação “B” representa um grupo de máquinas que pode tanto trabalhar com conceito de corretiva quanto de preventiva, este é o grupo que possui maior número de máquinas. Por último, temos a classificação de máquinas “C”, que representa as máquinas de menor importância no processo, ou até mesmo aquelas máquinas que possuem substituição imediata por outro equipamento. A figura a seguir ilustra um fluxo para se classificar um equipamento em A, B ou C. Figura 2 – Classificação de máquinas Fonte: elaborada pelo autor. Referências bibliográficas SOEIRO, M. V. A. et al. Gestão da manutenção. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina TEORIA EM PRÁTICA Imagine que você foi contratado por uma empresa de médio porte que produz ventiladores pulmonares, equipamento essencial para pacientes internados em estado grave na UTI. O desafio proposto a você no momento da contratação foi o de gerenciar a manutenção industrial, pois a produção estará prestes a fazer um grande lote de ventiladores pulmonares nos próximos meses. A produção dessa fábrica é somente no horário comercial, ou seja, os operadores das máquinas e equipamentos para montagem trabalham 8 horas/dia. Destaco que você foi contratado para organizar a manutenção, que até então não possuía um gestor, e que as manutenções ocorrem, mas apenas reparam os equipamentos quando ocorre alguma falha. Diante deste desafio, você, como gestor de manutenção, tomaria quais atitudes para que a produção não fosse interrompida por paradas indesejadas para manutenção? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A gestão de manutenção é uma técnica fundamental no planejamento das atividades de manutenção. O planejamento, o controle, a mudança de cultura, os custos e a mão de obra Indicações de leitura 11 envolvida no processo são temas do livro Engenharia de manutenção. A autora Gabriela Fonseca tem uma abordagem simples e de fácil entendimento. O capítulo 1 do livro é relacionado a histórico, conceitos e o planejamento de manutenção. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. GREGÓRIO, G. P. Engenharia de manutenção. Porto Alegre: SAGAH, 2018. Capítulo 1, p. 13-94. Indicação 2 A manutenção corretiva pode ser minimizada, porém não deixará de existir em uma indústria. Por mais que os equipamentos possam ser mantidos ou renovados, uma simples operação incorreta pode ocasionar uma falha. Os índices de manutenção corretiva devem ser os menores possíveis, mas, mais do que baixar os indicadores de correção, é necessário atuar com uma cultura de manutenção preventiva e planejada. No artigo intitulado “Indicadores para gestão na manutenção corretiva”, vemos um estudo sobre os parâmetros estatísticos dos equipamentos que aguardam manutenção. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. CORDEIRO, J. C. A.; ASSUMPÇÃO, M. R. P. Indicadores para gestão na manutenção corretiva. Exacta – EP, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 173-182, 2016. 12 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. A manutenção industrial atualmente tem objetivos claros e definidos. Além de reparar o equipamento, a manutenção, aliada às estratégias da empresa, busca ser um departamento organizado com capacidade de minimizar os custos industriais, busca manter os equipamentos em funcionamento e com a qualidade assegurada para a produção. Para que isto ocorra, o departamento de manutenção utiliza técnicas de solução de problemas, apoia-se na engenharia para análise dos pontos de falhas e deficiências, além de utilizar ferramentas tecnológicas para atuação dos manutentores em máquinas e equipamentos. Diante desse cenário, analise as afirmativas a seguir: I. É função da manutenção elevar os níveis de eficiência dos equipamentos, aumentar sua vida útil e melhorar os custos industriais. II. Ao adquirir um novo equipamento, o gestor não necessita levar em consideração as questões de manutenção, pois, 13 como o equipamento é novo, não haverá necessidade de reparações, portanto os custos operacionais serão baixos. III. As manutenções corretivas comprometem significativamente a produção e podem causar prejuízos para a empresa que atua em mercados competitivos. Assinale a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) CORRETA(S): a. Apenas I. b. Apenas I e III. c. Apenas II e III. d. Apenas III. e. Todas as afirmativas. 2. Num setor de engenharia de uma indústria de cadeados da região, as atribuições do planejamento e controle da manutenção atendem a quatro funções fundamentais que devem ser bem definidas e compor o manual de gestão por meio dos seus padrões e procedimentos de trabalho. Você, como gestor, deve ter pleno conhecimento delas. Assinale a alternativa que apresenta as quatro funções do PCM. a. Conhecimento, padronização, treinamentos, auditorias. b. Checklist, roteiros de lubrificação, planos de inspeção e planos de limpeza. c. Segurança, impacto sobre a produção, disponibilidade e frequência de quebras. d. Inspeção, manutenção, troca de óleo e limpeza. e. Planejamento, programação, coordenação e controle. 14 GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: Somente as afirmativas I e III estão corretas; a afirmativa II menciona que os equipamentos novos não necessitam de atenção para confiabilidade, manutenção e custos o que é incorreto, pois necessita-se de atenção também em todos os sentidos para esses equipamentos. Questão 2 - Resposta E Resolução: Em todas as alternativas existem funções para um gestor, mas note que a função dos gestores frente à manutenção industrial está em planejar, programar, controlar e coordenar os processos para efetividade de manutenção. TEMA 2 Gestão de sistemas ______________________________________________________________ Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo 16 DIRETO AO PONTO Um processo gerenciado de maneira correta, certamente, tem rumos muito excelentes, a gestão de qualquer segmento se dá em função do conhecimento da situação. Neste intuito, o gestor de manutenção deve conhecer muito cada uma das ferramentas de custos, de qualidade e confiabilidade para conduzir o departamento de manutenção por caminhos de lucratividade e confiabilidade. Desta forma, o processo de gerenciamento de manutenção pode ser dividido em duas partes: a definição da estratégia de atuação e a implementação da estratégia no processo. A primeira parte, requer a definição dos objetivos de manutenção, que será derivada diretamente do plano de negócios; aqui, neste ponto, podemos destacar que o gerente da planta deve ser o exemplo e ter metas claras definidas para a planta industrial. Essa parte inicial do processo de gerenciamento de manutenção condiciona o sucesso desta em uma organização e determina a eficácia da implementação subsequente dos planos, cronogramas, controles e melhorias de manutenção. A eficácia mostra como um departamento ou uma função de manutenção atende a objetivos ou necessidades da empresa e é frequentemente discutido em termos da qualidade do serviço prestado visto da perspectiva do cliente. Isso nos permitirá chegar a uma posição em que poderemosminimizar os custos diretos e indiretos de manutenção, os custos associados às perdas de produção e, finalmente, à satisfação do cliente (no caso, a produção). No caso de manutenção, a eficácia pode representar a satisfação geral da empresa com a capacidade e condição de seus ativos 17 ou a redução do custo total da empresa, porque a capacidade de produção está disponível quando necessário. A eficácia concentra- se, então, na correção do processo e se ele produz o resultado desejado. A segunda parte do processo, a implementação da estratégia selecionada tem um nível de significância diferente. Nossa capacidade de lidar com o problema de implementação do gerenciamento de manutenção, por exemplo, capacidade de garantir níveis adequados de habilidades e confiabilidade, preparação adequada do trabalho, ferramentas adequadas e cumprimento do cronograma, qualidade dos serviços realizados, bem como utilização de ferramentas de qualidade, permitirá minimizar o custo direto da manutenção (mão de obra e outras necessárias – recursos). Nesta parte do processo, lidamos com a eficiência de nossa gestão de manutenção. Eficiência é agir ou produzir com o mínimo de desperdício, despesa ou esforço necessário. Um sistema de controle de manutenção eficaz melhora a confiabilidade do equipamento e auxilia na utilização otimizada dos recursos, um exemplo pode ser visto na Figura 1. O controle de manutenção refere-se ao conjunto de atividades, ferramentas e procedimentos utilizados para coordenar e alocar recursos de manutenção para atingir os objetivos do sistema de manutenção necessários para o seguinte: • Controle de trabalho. • Controle de qualidade e processo. • Controle de custos. • Um sistema eficaz de relatórios e feedback. 18 Figura 1 – Gestão de sistemas Fonte: elaborado pelo autor. Uma parte essencial do controle de manutenção é o sistema de ordens de serviço usado para planejar, executar e controlar o trabalho de manutenção além de fornecer os dados para a gestão da manutenção. O sistema de ordens de serviço consiste em documentos com dados necessários para o entendimento do fluxo bem definido da ordem de serviço. Referências bibliográficas GREGÓRIO, G. P. Engenharia de manutenção. Porto Alegre. SAGAH, 2018. 195 p. KARDEC, A. et al. Manutenção função estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. 361 p. VIANA, H. R. G. PCM – Planejamento e controle de manutenção. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007, 167 p. 19 PARA SABER MAIS A gestão de manutenção apresentada em quatro etapas básicas: 1. Estabeleça objetivos e padrões: o processo de controle começa com o planejamento, quando objetivos e padrões de desempenho a serem medidos são definidos. Os objetivos de desempenho devem representar os principais resultados (essenciais) que devem ser alcançados. 2. Meça o desempenho real: o objetivo é medir com precisão os resultados de desempenho (padrões que se esperam, custos, qualidade, atuação, treinamentos, etc.) e/ou esforços de desempenho (definidos pela gestão). A medição deve ser precisa o suficiente para identificar diferenças significativas entre o que é realmente obtido e o que foi originalmente planejado. Nas medições de desempenho de manutenção, os seguintes índices auxiliam na definição de metas e na avaliação se elas são cumpridas ou não: a. Índices de produção. b. Índices de manutenção. 3. Compare resultados com objetivos e padrões: às vezes, os gerentes fazem uma comparação histórica, usando o desempenho passado como base para avaliar o atual. Uma comparação relativa usa os resultados de desempenho de outras pessoas, unidades de trabalho ou organizações como benchmarks (ou referências) de avaliação. Nas comparações de manutenção, os padrões são estabelecidos cientificamente por meio de métodos como estudos de tempo e movimento. As rotinas de manutenção preventiva, por exemplo, são medidas em termos de tempo esperado 20 em todas as rotinas executadas, com base no horário de operação ou no intervalo de tempo. 4. Tome uma ação corretiva: a etapa final do processo de controle é executar qualquer ação necessária para corrigir problemas, discrepâncias ou fazer melhorias. O gerenciamento por exceção é a prática de dar atenção a situações que mostram a maior necessidade de ação. Economiza tempo, energia e outros recursos valiosos, concentrando a atenção em áreas críticas e de alta prioridade. Referências bibliográficas GREGÓRIO, G. P. Engenharia de manutenção. Porto Alegre. SAGAH, 2018. 195 p. TEORIA EM PRÁTICA Vamos imaginar que você está à frente de um departamento de manutenção e que nesta empresa a cultura ainda é de realizar a manutenção somente após a ocorrência da falha, ou seja, é corretiva. Diante dessa situação, você, alinhado aos objetivos da empresa, inicia um processo de mudança dessa cultura implantando a manutenção preventiva. Para auxiliar e conscientizar todos os manutentores, você decidiu utilizar uma ferramenta muito conhecida na gestão, o PDCA, que consiste em quatro etapas básicas: o planejamento, a execução, o monitoramento e a implantação das ações satisfatórias. Com a utilização dessa ferramenta, como você realizaria este ciclo, em que momento ou situação pode ser aplicado o ciclo PDCA? Quais resultados podem ser obtidos e, caso haja alguma dificuldade, o que pode ser feito para resolver? 21 Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A leitura deste artigo vai agregar muito conhecimento a você que deseja se destacar como um bom gestor de manutenção; nele, o tema abordado é a gestão de manutenção corretiva. Gerenciar um departamento de manutenção é uma tarefa um tanto quanto desafiadora, sobretudo gerir um departamento que atua somente com correção de falhas é um desafio maior ainda; note que o planejamento de manutenção auxilia o gestor e faz com que os dados sejam analisados com foco no futuro. Para tanto, analisar a manutenção corretiva (ou que já ocorreu) e que não temos mais possibilidade nenhuma de fazer de forma diferente, torna o trabalho diferenciado, pois há a possibilidade de entendimento dos pontos que levaram o equipamento a falhar. Esta leitura vai auxiliá-lo na adoção de critérios para atendimento da manutenção entre sua equipe. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. CORDEIRO, A. et al. Indicadores para gestão na manutenção corretiva. Exacta,São Paulo, v. 14, n. 2, p. 173-182, 2016. 10 p. Indicações de leitura 22 Indicação 2 O livro Gestão de custos industriais propõe uma linguagem muito acessível e explicativa. Na unidade 1, tema 2, “Classificação de custos e despesas”, você poderá aprofundar seus conhecimentos: o autor explica, neste capítulo, como as indústrias classificam seus custos e qual a forma de direcionar cada uma das atividades que demandam custos. Após fazer a leitura desse capítulo, você adquirirá conhecimentos que embasarão suas tomadas de decisão quando estiver atuando como gestor de um processo produtivo, seja na produção ou manutenção. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. ANTONI, G. Gestão de custos industriais. Porto Alegre: SAGAH, 2017. Cap. 2, p. 23-31. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 23 1. Assinale a alternativa que contempla a resposta correta acerca do conceitode manutenção: “É um conjunto de informações referentes a manutenção, pessoal, serviços, eventos, ocorrências”. a. Benchmark. b. Itens de controle. c. Confiabilidade. d. Banco de dados. e. Ordem de serviço. 2. Nas medições de desempenho de manutenção, os seguintes índices auxiliam na definição de metas e na avaliação se elas são cumpridas ou não. Assinale a alternativa que apresenta os índices de desempenho: a. Índices de manutenção e índices de produção. b. Índices de etiquetas colocadas versus etiquetas retiradas. c. Índices de formação dos profissionais que atuam na manutenção. d. Indicadores de limpeza de máquinas. e. Índices de falta ao trabalho dos manutentores. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Banco de dados refere-se aos dados coletados das ordens de serviços e execução de manutenções preventivas e preditivas. No banco de dados, deve haver 24 informações para identificação dos principais indicadores de manutenção. Questão 2 - Resposta A Resolução: Meça o desempenho real: o objetivo é medir com precisão os resultados de desempenho (padrões que se esperam, custos, qualidade, atuação, treinamentos, etc.) e/ou esforços de desempenho (definidos pela gestão). A medição deve ser precisa o suficiente para identificar diferenças significativas entre o que é realmente obtido e o que foi originalmente planejado. Nas medições de desempenho de manutenção, os seguintes índices auxiliam na definição de metas e na avaliação se elas são cumpridas ou não: a) Índices de produção. b) Índices de manutenção. TEMA 3 Manutenção Centrada na Confiabilidade ______________________________________________________________ Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo 26 DIRETO AO PONTO O que é MCC – Manutenção Centrada na Confiabilidade? O nome Manutenção Centrada em Confiabilidade apresenta um processo usado para desenvolver manutenção proativa para uma determinada indústria, (um ativo), mas a MCC também pode ser usada para formular dezenas de soluções que vão muito além de seu conceito inicial. Essas soluções podem oferecer um grande benefício para uma organização. No entanto, ao aplicar a MCC, muitas organizações se concentram apenas no desenvolvimento de um programa de manutenção, não tirando o máximo proveito dos poderosos princípios da MCC. Há muitos elementos que influenciam na implantação e utilização da MCC, entre eles podemos destacar: a manutenção utilizada para manter o equipamento, as peças em estoque (ou até mesmo a falta delas), os procedimentos operacionais, os programas de treinamento, entre outros. Vejamos a Figura 1: 27 Figura 1 – Elementos que influenciam no sistema de Manutenção Centrada na Confiabilidade Fonte: Lorem ipsum dolor sit amet. O gestor deve estar atento a cada um dos elementos que influenciam a implantação do sistema de MCC, pois a implantação incorreta ou deficiente se traduzirá em problemas. Ferramentas para confiabilidade O FMECA é composto por duas análises separadas: a Análise de Modo e Efeitos de Falha (FMEA) e a Análise de Criticidade (CA). O FMEA analisa diferentes modos de falha e seus efeitos no sistema, enquanto a CA classifica ou prioriza seu nível de importância com base na taxa de falha e na gravidade de seu efeito. O processo de classificação da CA pode ser realizado utilizando dados de falhas existentes ou por um procedimento subjetivo de classificação realizado por uma equipe de pessoas com um entendimento adequado e elevado do sistema. Todos os equipamentos possuem funções específicas a executar. O objetivo principal da manutenção é fazer com que determinado 28 equipamento funcione corretamente desempenhando sua função. A MCC, em seu primeiro passo, busca analisar e garantir que a funcionalidade do sistema (equipamento) seja definida. Por exemplo: bomba de vácuo, como o próprio nome diz, é o equipamento responsável pela produção de vácuo. O FMECA deve ser iniciado assim que as informações preliminares do projeto estiverem disponíveis. O FMECA é um documento ativo que não é apenas benéfico quando usado durante a fase de projeto, mas também durante o uso do equipamento. À medida que mais informações sobre o equipamento/sistema estão disponíveis, a análise deve ser atualizada para proporcionar maior benefício. Benefícios FMECA: destaca falhas específicas que requerem ação corretiva; auxilia no desenvolvimento de métodos de teste e técnicas de solução de problemas (5W2H, por exemplo); fornece uma base para análises qualitativas de confiabilidade, manutenção, segurança e logística; fornece estimativas das taxas de falhas críticas dos equipamentos; fornece uma classificação quantitativa dos modos de falha do sistema e/ou subsistema em relação à importância da missão; identifica peças e sistemas com maior probabilidade de falhar. Identificação do modo de falha: o modo de falha é a maneira pela qual uma falha é observada em um componente ou equipamento. Existem muitos modos em que um componente ou equipamento pode falhar. Os modos de falha dependem do componente, do equipamento, ambiente e histórico de falhas em equipamentos similares. Todos os modos prováveis de falha independentes para cada item devem ser identificados. O mecanismo de causa ou modo de falha é o processo físico ou químico que causa a falha de um item. É importante observar 29 que mais de uma causa de falha é possível para qualquer modo de falha. Todas as causas devem ser identificadas, incluindo as provocadas por humanos. PARA SABER MAIS Vamos conhecer o FMECA, ferramenta utilizada para confiabilidade. A seguir, temos uma tabela contendo os códigos para cada um dos fatores do sistema, a descrição do código dos tempos e a gravidade de cada um deles. A planilha deve ser alimentada com as informações dos códigos que apresentaram a criticidade para cada equipamento. Tabela 1 – Fatores FMECA TABELAS DE FATORES FMECA a. PRODUÇÃO Cód. Descrição Mínimo Máximo Gravidade 1 Tempo de parada da linha causada. 0 6 min 0 2 Tempo de parada da linha causada. > 6 min 1 hora 1 3 Tempo de parada da linha causada. > 1 hora 2 horas 2 4 Tempo de parada da linha causada. > 2 horas 3 b. QUALIDADE Cód. Descrição Gravidade 1 Nenhum defeito da qualidade de produto. 0 2 Retrabalho/pouca geração de refugo/nenhum impacto no cliente. 1 3 Média geração de refugo/algum impacto no cliente. 2 4 Alta geração de refugo/alto impacto no cliente. 3 c. SEGURANÇA Cód. Descrição Gravidade 1 Nenhum risco na segurança. 0 2 Risco de acidente sem afastamento. 1 3 Risco de acidente com afastamento. 2 4 Risco à vida. 3 30 d. PROPAGAÇÃO Cód. Descrição Mínimo Máximo Gravidade 1 Tempo para recuperação de componentes. 0 6 min 0 2 Tempo para recuperação de componentes. > 6 min 1 hora 1 3 Tempo para recuperação de componentes. > 1 hora 2 horas 2 4 Tempo para recuperação de componentes. > 2 horas 3 e. FREQUÊNCIA Cód. Descrição Quebras/ano Gravidade 1 Número de quebras por ano. < 1 0 2 Número de quebras por ano. 1 a 3 1 3 Número de quebras por ano. 4 a 6 2 4 Número de quebras por ano. > 6 3 Fonte: elaborada pelo autor. Referências bibliográficas ALMEIDA, P. S. de. Manutenção mecânica industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. TEORIA EM PRÁTICA Imagine que você foi aprovado em um concurso da Prefeitura de São Paulo para uma vaga de gestor de manutenção. Ao assumir a vaga, você foi direcionado para trabalhar na gestão da manutenção de um hospital de campanha e será responsável pela casa de máquinas deste hospital: geradores, compressores, transformadores, equipamentos que não podem falhar, pois muitos pacientes dependem desses sistemas para continuarem seu tratamento no hospital. 31 O seu desafio será realizar um FMECA para esses equipamentos, para isso, utilize a planilha a seguir como exemplo: Tabela 2 – Planilha exemplo FMECA Fonte: elaborada pelo autor. Para conhecer a resolução comentada propostapelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Neste artigo, o objetivo é avaliar a coerência da estratégia de manutenção aplicada a uma sopradora de garrafas PET, equipamento que alimenta uma linha de produção de refrigerantes. No trabalho, é possível entender quais os benefícios Indicações de leitura 32 da implantação do sistema de Manutenção Centrada na Confiabilidade para a planta industrial. Veja como o autor aborda o tema realizando um estudo de caso. Você, certamente, poderá utilizar muitas das técnicas abordadas pelo autor em sua empresa ou em seu próximo desafio. Para realizar a leitura, acesse a internet utilizando seu buscador e busque pelo título da obra. DIEDRICH, A.; SELLITTO, M. Manutenção Centrada em Confiabilidade: estudo de caso na indústria de bebidas. Produção em Foco, Joinville, v. 4, p. 133-155, 25 jun. 2014. Indicação 2 No livro Engenharia de manutenção, os autores propõem uma explicação sobre o tema Manutenção Centrada na Confiabilidade, com linguagem bem simples e de uma forma didática. Os autores apresentam um breve histórico, os benefícios e as formas para aplicação, além de abordarem os modos de falhas. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. GREGÓRIO, G. F. P. et al. Engenharia de manutenção. Porto Alegre: SAGAH, 2018. Cap. 1, p. 67-77. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 33 Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Os sistemas de manutenção visam manter máquinas e equipamentos em operação, desenvolvendo as funções para as quais foram projetadas. Sabemos que a falha pode ocorrer com uma frequência menor em equipamentos que possuem um plano de manutenção e com maior incidência em equipamentos que não são mantidos . O gráfico a seguir apresenta a taxa de falhas dos equipamentos de uma indústria ao longo do tempo. Figura 2 – Taxa de falhas dos equipamentos de uma indústria ao longo do tempo Fonte: elaborada pelo autor. Sobre o gráfico, assinale a alternativa que apresenta a resposta correta: 34 a. 7% dos equipamentos não falham. b. 14% dos equipamentos têm falhas médias. c. 68% dos equipamentos apresentam falhas iniciais e estabilizam com as manutenções planejadas. d. A utilização da manutenção corretiva baixa em até 68% das falhas em máquinas e equipamentos. e. 7% representa equipamentos com manutenção preditiva, 14% preventivas, e 68% MCC. 2. Para a implantação da MCC, etapas básicas devem ser seguidas, entre elas, a preparação, análise, seleção de tarefas, comparação das tarefas por equipes, revisão destas comparações e os registros. Assinale a alternativa que contempla a etapa em que é necessária a montagem de uma equipe com gama adequada de qualificação e experiência para as atividades. a. Preparação. b. Análise. c. Seleção de tarefas. d. Comparação de tarefas. e. Registros. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: Note que o gráfico apresenta taxas de falhas de acordo com a característica de cada curva, entre eles, 68% dos equipamentos apresentam falhas no início da operação, e que, posteriormente a isso, tendem a 35 permanecer estáveis, com quebras esporádicas; 14% dos equipamentos apresentam índice de falhas alto no início e permanecem constantemente até o fim da vida útil; já 7% dos equipamentos apresentam poucas falhas no início da operação, mas que aumentam significativamente ao longo da operação. Questão 2 - Resposta B Resolução: Uma vez que os sistemas foram selecionados e os preparativos concluídos, a análise pode começar. A experiência nesse processo é importante para uma tomada de decisão eficaz. Essa experiência pode existir no utilitário ou pode ser comprada de prestadores de serviços especializados nessa área. A primeira etapa é, portanto, a montagem de uma equipe com uma gama adequada de qualificações e experiência para a tarefa. A análise envolve os seguintes estágios. • Identificação de funções do sistema. • Análise de falhas funcionais do sistema. • Identificação do equipamento. • Coleta de dados de confiabilidade e desempenho. • Identificação dos modos de falha. • Identificação de efeitos de falha. • Determinação da criticidade de componentes. TEMA 4 Compreensão e organização dos tipos de manutenção ______________________________________________________________ Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo 37 DIRETO AO PONTO Veremos como a organização e o planejamento das manutenções podem contribuir para uma melhora na eficiência operacional. Em primeiro lugar, o departamento de manutenção deve ter uma visão e missão muito claras, disponíveis e acessíveis, e todas as suas ações devem contribuir para o sucesso da instituição. Cada decisão que a empresa toma determina o sucesso do planejamento. Dividimos em seis os princípios de organização e planejamentos fundamentais para o departamento de manutenção, conforme apresenta a Figura 1. Figura 1 – Princípios de organização para manutenção Fonte: elaborada pelo autor (2020). 38 A política de gestão de manutenção é vista como uma das partes básicas e integrais da função de gerenciamento de manutenção. A função de gerenciamento de manutenção consiste em planejar, organizar, implementar e controlar as atividades de manutenção. A gestão organiza, fornece recursos (pessoal, capital, ativos, material e software, entre outros), leva à realização de tarefas e ao cumprimento de metas. Depois que os planos são criados, a tarefa da gerência é garantir que eles sejam executados de maneira eficaz e eficiente. Tendo uma missão, estratégia e objetivos claros, facilitados por uma cultura corporativa, a organização inicia o processo de implementação, estabelecendo uma relação de trabalho entre todos os departamentos industriais, em especial a produção e a segurança. O cronograma de manutenção Normalmente, nos departamentos de manutenção que possuem colaboradores com mais de uma especialidade, o planejamento deve ocorrer de forma que todos possam ser alocados em atividades preventivas. O cronograma de atividades de manutenção pode ser diário, semanal, mensal e até mesmo anual, e deve conter atividades de prevenção como checklist, inspeções diárias, rotas de lubrificação, limpezas, entre outras atividades. Figura 2 – Cronograma de atividades planejadas para equipamentos Fonte: elaborada pelo autor (2020). 39 Os gestores devem ter o conhecimento necessário para realizar o planejamento das atividades, que não devem ser tão minuciosas a ponto de gerar lentidão, porém não podem ser tão genéricas a ponto de deixar de lado intervenções importantes. Os planos devem ser claros e dar ao manutentor a capacidade de realização facilitada da atividade. Na Figura 3, é apresentado um exemplo de plano de lubrificação. Figura 3 – Plano de lubrificação Fonte: elaborada pelo autor (2020). Referências bibliográficas ALMEIDA, P. S. de. Manutenção mecânica industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. GREGÓRIO, G. P. Engenharia de manutenção. Porto Alegre. SAGAH, 2018. 195 p. PARA SABER MAIS A manutenção preditiva consiste em detectar uma falha mesmo antes de ela ocorrer. Esse pode ser um conceito um tanto quanto difícil de entender, pois, quando detectamos alguma anomalia em um componente, certamente ele já está em falha, e, quando há uma falha, necessitamos corrigir, e isso é um conceito de manutenção corretiva. No entanto, o que a manutenção preditiva 40 buscaé permitir o acompanhamento de uma determinada condição. O conceito de manutenção preditiva consiste em analisar a evolução de uma falha. Tomemos como exemplo um rolamento em um eixo. Com um equipamento específico para análise de vibração, o manutentor faz a coleta de dados em intervalos predeterminados, verificando o movimento que gera oscilações neste eixo. Até certo ponto, a vibração é considerada normal em equipamentos operando em condições dinâmicas, mas, com o passar do tempo e a utilização da máquina, o rolamento começa a se desgastar, aumentando a amplitude do movimento vibratório, ultrapassando um limite tolerável para que o equipamento ainda continue a realizar sua função. O rolamento citado no exemplo ainda está em funcionamento, mas os movimentos vibratórios estão aumentando a cada medição, isso determina que o rolamento pode falhar em um determinado tempo, fazendo com que o equipamento pare de produzir. Ao identificar que um componente apresenta sinais de falhas, a manutenção deve entrar em ação, a qual inicia com o gestor solicitando a programação da parada de máquina. Na sequência, é realizada a requisição do componente a ser substituído e o levantamento da mão de obra necessária para a realização do trabalho. No momento programado, a intervenção é realizada, concluindo-se, assim, o ciclo de manutenção preditiva. A termografia é outra técnica de manutenção preditiva muito utilizada que pode ser usada para monitorar as condições das máquinas, estruturas e dos sistemas da planta industrial. Ela usa instrumentação projetada para monitorar a emissão de energia infravermelha (isto é, temperatura de superfície) com o objetivo de determinar a condição operacional. Ao detectar anomalias 41 térmicas (ou seja, áreas mais quentes ou mais frias do que deveriam), um técnico experiente pode localizar e definir uma infinidade de problemas incipientes na planta, possibilitando a atuação no equipamento ou componente antes de a falha ocorrer. A Figura 4 apresenta o exemplo de um equipamento termovisor analisando painéis elétricos. Figura 4 – Equipamento termovisor analisando painéis elétricos Fonte: undefined undefined/iStock.com. Referências bibliográficas GREGÓRIO, G. P. Engenharia de manutenção. Porto Alegre. SAGAH, 2018. 195 p. KARDEC, A. et al. Manutenção função estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. 361 p. 42 TEORIA EM PRÁTICA Vamos pensar que você foi contratado por uma empresa de confecção. Ao assumir o cargo, você recebeu uma missão para organizar os procedimentos de trabalho dos manutentores e operadores. Nesta empresa, a cultura de manutenção é a prevenção, diante disso, capacitar os operadores será seu maior desafio, visto que eles conhecem todos os procedimentos de trabalhos e são experientes na produção de roupas. Porém, uma grande pandemia surgiu e esta empresa que fabrica roupas passou a fabricar máscaras de proteção (tecido). Seu desafio, que já era grande, passa a ser maior, pois, apesar de os operadores conhecerem os procedimentos e os manutentores atuarem preventivamente nas máquinas, é necessário capacitá-los a realizar outras tarefas, de formas diferentes das quais estavam habituados. Pensando nas ferramentas de gestão e organização dos processos, como você atuará para introduzir procedimentos não muito complexos, mas que devem ser organizados de maneira eficiente na produção das máscaras? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 43 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A manutenção preditiva é uma excelente oportunidade para empresas que já possuem um conceito de prevenção bem aplicado. Em sua Biblioteca Virtual, no parceiro EBSCOhost, você encontra um livro que pode ser lido na íntegra sobre o conceito de manutenção preditiva. Nele você pode até ler todos os capítulos, mas foque no primeiro capítulo que fala sobre a implantação e organização da cultura de manutenções preditivas. O texto está em inglês, mas com uma linguagem bem acessível. Busque pelo título An introduction to preditive maintenance. No capítulo 1, o autor mostra os impactos da implantação deste sistema, bem como a forma de aproveitar ao máximo este conceito em conjunto com outras técnicas de manutenção. Um dos pontos importantes do capítulo 1 é que o autor aborda a implantação da manutenção preditiva tanto para pequenas como grandes indústrias, veja no final do capítulo. Mobley, R. K. An Introduction to Predictive Maintenance. 2nd ed. Amsterdam : Butterworth-Heinemann. 2002. Indicação 2 Certamente, você deseja se tornar um profissional de sucesso e, para isso, deve expandir seus conhecimentos. O livro Administração da produção e operações possui diversos conteúdos importantes e que devem ser conhecidos para que, junto com a manutenção, esses departamentos possam atuar em função do Indicações de leitura 44 benefício da empresa. O conteúdo a ser acessado especificamente está no capítulo 18 e tem o título “Filosofia de controle just in time”. Neste conteúdo, é possível assimilar mais informações sobre práticas de prevenção de falhas. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cengage Learning, 2012. Cap. 18, p. 512-518. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Quanto às funções do departamento de manutenção, avalie as afirmações a seguir: I. Gerenciar a manutenção de todos os ativos da planta industrial. II. Maximizar a perda de tempo produtivo devido à falha de equipamentos, minimizar a disponibilidade de máquinas, 45 equipamentos e instalações atuando com manutenções planejadas. III. Garantir prontidão de equipe para reparação caso ocorram falhas imprevistas. Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta sobre as afirmações: a. Apenas a I está correta. b. Apenas a II está correta. c. Apenas I e II estão corretas. d. Apenas I e III estão corretas. e. Todas as afirmações estão corretas. 2. Leia o trecho sobre a manutenção preditiva: A manutenção preditiva é constituída de ___________ que detectam o início de um mecanismo de ___________, permitindo, assim, que as causas sejam __________ antes de qualquer sinal de deterioração significativa no estado físico do componente. Assinale a alternativa contendo os termos que preenchem corretamente as lacunas. a. Correções; prevenção; identificadas. b. Medições; degradação; eliminadas. c. Fenômenos; produção; corrigidas. d. Manutentores; engenharia; planejadas. e. Gestores; produção; planejadas. 46 GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Das três afirmativas apresentadas, a II está incorreta. O objetivo da manutenção é maximizar o tempo para produção. Questão 2 - Resposta B Resolução: A manutenção preditiva é constituída de medições que detectam o início de um mecanismo de degradação, permitindo, assim, que as causas sejam eliminadas ou controladas antes de qualquer sinal de deterioração significativa no estado físico do componente. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto TEMA 3 Direto ao ponto TEMA 4 Direto ao ponto Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: BotãoTEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5:
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