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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM A imagem do corpo – As energias construtivas da psique (Paul Schilder) Nesta obra o autor, que é neurologista, faz uma análise de como se dá a formação da imagem corporal e associa alguns aspectos à psicanálise. No início do livro, Schilder traz a ideia de que o organismo deve ser incorporado ao psicológico, que vê a vida e a personalidade como uma unidade. Dessa forma, após observar pacientes com lesão cerebral que tinham dificuldade com esquerda e direita, concluiu que mecanismos do sistema nervoso central tem extrema importância para a construção da imagem espacial que temos de nós mesmos. O autor define imagem do corpo humano como “a representação que formamos mentalmente do nosso próprio corpo”, e o esquema corporal, seria a “imagem tridimensional que todo mundo tem de si mesmo”, pois para tal percebemos sensações com o corpo, vemos algumas partes do corpo, sentimos dor e calor/frio através do tato, recebemos sensações através dos músculos e nervos. Essa imagem pode ser chamada de “imagem corporal”. Apesar de o fato desta imagem vir dos sentidos, ela não é uma simples percepção ou representação e começa a se formar desde o nascimento. Dois fatores têm participação especial em sua formação: um é a dor e o outro é o controle motor dos membros. O córtex cerebral pode ser considerado como um tipo de armário, que guarda as sensações passadas, que podem surgir na consciência em forma de imagens e alí se formaria os “esquemas”. Esses esquemas modificam as impressões causadas por impulsos sensoriais aferentes causando sensação de posição ou localização relacionando com algo ocorrido anteriormente. Toda mudança ingressa na consciência levando em conta o que aconteceu anteriormente. A destruição dos esquemas causado por alguma lesão no córtex impossibilita o reconhecimento da sensação de posição ou localização de um ponto estimulado na área afetada do corpo. O autor relata que o esquema corporal do indivíduo está sempre em construção, diferenciação e integração e que o modelo postural de nós mesmos se relaciona com o modelo postural dos corpos dos outros sujeitos. Portanto, a experimentação que temos da nossa imagem corporal e a experiência dos corpos dos outros estão conectadas. Emoções, ações e percepções são inseparáveis da nossa imagem corporal, tanto que contribuem para a construção da mesma, assim como aspectos sociais, afetivos e neurofisiológicos nos auxiliam a definir a visão que temos do nosso corpo.
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