Buscar

Teoria Geral da Administração - Ética Protestante

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem por objetivo apresentar os tipos de dominação que foram estudados por Max Weber. Ele define a dominação como oportunidade de encontrar uma pessoa determinada que esteja pronta a obedecer, pois a dominação se faz necessária para se manter em ordem a sociedade e tudo que gira em torno dela.
Segundo estudos apresentados por Weber, existem três tipos puros de dominação: legal, carismática e tradicional. A dominação legal baseia-se em estatutos que podem ser modificados e criados desde que o mesmo esteja pré-estabelecido. A dominação tradicional é aquela baseada na crença e nos poderes de senhores, onde um manda e o outro obedece e, diferentemente da dominação legal, ela não é baseada na formalidade. Já a dominação carismática é dada em virtude da devoção, e por pessoas que possuem caráter comunitário onde quem manda é o líder e o que obedece é o apóstolo. A dominação não é algo pré-determinado, pois não há como afirmar que quem prepondera hoje não será dominado amanhã. Baseada na obra de Max Weber é possível perceber que o autor faz uma análise entre a ética protestante e o espírito do capitalismo, ou seja, a relação que a religião tinha na vida secular, enfaticamente em aspectos econômicos. 
Veremos também a burocracia que é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. As origens da burocracia – como forma de organização humana – remontam à época da Antiguidade, quando o ser humano elaborou e registrou seus primeiros códigos de normatização das relações entre o Estado e as pessoas. 
Contudo, a burocracia – tal como existe hoje, teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento. Nesse sentido, salienta Max Weber que o moderno sistema de produção, eminentemente racional e capitalista, não se originou das mudanças tecnológicas nem das relações de propriedade, como afirmava Karl Marx, mas de um novo conjunto de normas sociais morais, às quais denominou "ética protestante": o trabalho duro e árduo, a poupança e o ascetismo que proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes, em vez de seu dispêndio e consumo em símbolos materiais e improdutivos de vaidade e prestígio. 
Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas inicialmente em países protestantes – como Inglaterra e Holanda – e não em países católicos. As semelhanças entre o protestantismo e o comportamento capitalista são impressionantes, porquanto essas três formas de racionalidade se apoiaram nas mudanças religiosas.
BIOGRAFIA
Max Weber viveu no período em que as primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha. Filho de uma família de classe média alta, com o pai advogado, Weber encontrou em sua casa uma atmosfera intelectualmente estimulante. Ainda era criança quando se mudaram para Berlim. Em 1882 foi para a Faculdade de Direito de Heidelberg. Um ano depois transferiu- se para Estrasburgo, onde prestou o serviço militar. Em 1884 reiniciou os estudos universitários, em Göttingen e Berlim, dedicando-se as áreas de economia, história, filosofia e direito. Trabalhou na Universidade de Berlim como livre-docente, ao mesmo tempo em que era assessor do governo. Cinco anos depois, escreveu sua tese de doutoramento sobre a história das companhias de comércio durante a Idade Média. A seguir escreveu a tese "A História das Instituições Agrárias". Casou-se, em 1893, com Marianne Schnitger e, no ano seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, transferindo-se, em 1896, para a de Heidelberg. Depois disso, passou por um período de perturbações nervosas que o levaram a deixar o trabalho. Só voltou à atividade em 1903, participando da direção de uma das mais destacadas publicações de ciências sociais da Alemanha. No ano seguinte publicou ensaios sobre a objetividade nas ciências sociais e a primeira parte de "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", que se tornaria sua obra mais conhecida e é de fato fundamental para a reflexão sociológica.
Em 1906 redigiu dois ensaios sobre a Rússia: "A Situação da Democracia Burguesa na Rússia" e "A Transição da Rússia para o Constitucionalismo de Fachada". No início da Primeira Guerra Mundial, Weber, no posto de capitão, foi encarregado de administrar nove hospitais em Heidelberg.
Quando a guerra terminou, mudou-se para Viena, onde deu o curso "Uma Crítica Positiva da Concepção Materialista da História". Em 1919 pronunciou conferências em Munique, publicadas sob o título de "História Econômica Geral". No ano seguinte faleceu em consequência de uma pneumonia aguda.	Weber é considerado, junto com Karl Marx e Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia e dos estudos comparados sobre cultura e religião, disciplinas às quais deu um impulso decisivo. A sua abordagem diferia da de Marx, que utilizou o materialismo dialético como método para explicar a evolução histórica das relações de produção e das forças produtivas. Contrastava igualmente com as propostas de Durkheim, que considerava ser a religião a chave para entender as relações entre o indivíduo e a sociedade. Para Weber, o núcleo da análise social consistia na interdependência entre religião, economia e sociedade. No seu conhecido ensaio A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-1905), Weber expunha por que haviam surgido no âmbito ocidental, e só aí, fenômenos culturais que iriam assumir um significado e uma validade universal. O protestantismo e, especialmente, o calvinismo haviam estabelecido as bases do sucesso econômico, da racionalização da sociedade ocidental e, por último, do desenvolvimento do capitalismo. Tudo isso a partir de conceitos como a ética da renúncia ao instinto (ascese interior) e o desencanto ante o mundo. Weber também procurou uma ética econômica das religiões que, com exceção do Islã, seria baseada em raciocínios histórico-empíricos (Ensaios para uma Sociologia da Religião, 1920-1921). Nas suas obras publicadas postumamente, Economia e Sociedade (1922) e Ensaios sobre Economia (1922), Weber estabeleceu as bases metodológicas para a análise da economia e da sociedade. O autor defendia que a investigação sociológica só era possível devido a uma multiplicidade de casos individuais, a partir do delineamento de modelos empíricos de análise, revelando-se este método decisivo nos estudos de cultura comparada. A sua concepção de uma sociologia abrangente partia do conceito de conduta social, segundo o qual a Ciência devia explicar o fenômeno social a partir da investigação do comportamento subjetivo, que vincula o indivíduo a seus atos. A investigação, independentemente de qualquer premissa ética, seria baseada nos interesses e nos juízos subjetivos do ser humano. Weber foi professor em Berlim (1893), Friburgo (1894-1897), Heidelberg (1897-1903), Viena (1918) e Munique (1919-1920). Em 1891, foi um dos fundadores da Federação Pan-Germanista, adquirindo notoriedade em 1895 com o seu discurso de posse na Universidade de Friburgo, no qual se declarou a favor do imperialismo. Em 1896, afastou-se da Associação e fundou, juntamente com Friedrich Naumann, a União Social Liberal. Em 1918, foi um dos fundadores do Partido Democrático Alemão (DDP), exercendo notável influência na redação da Constituição de Weimar.
ÉTICA PROTESTANTE
As soluções encontradas por Weber para os intrincados problemas metodológicos que ocuparam a atenção dos cientistas sociais do começo do século XX permitiram-lhe lançar novas luzes sobre vários problemas sociais e históricos, e fazer contribuições extremamente importantes para as ciências sociais.
Weber foi conduzido à tese de que a explicação para o fato deveria ser encontrada na íntima vinculação do capitalismo com o protestantismo: o fato de os líderes do mundodos negócios e proprietários do capital, assim como os níveis mais altos de mão-de-obra qualificada, principalmente o pessoal técnica e comercialmente especializado das modernas empresas, serem preponderantemente protestantes. 
Weber chega à conclusão de que os protestantes, tanto como classe dirigente, quanto como classe dirigida, seja como maioria ou como minoria, sempre teriam demonstrado tendência específica para o racionalismo econômico. A razão desse fato deveria, portanto, ser buscada no caráter intrínseco e permanente de suas crenças religiosas e não apenas em suas temporárias situações externas na história e na política. 
A questão colocada por Weber diz respeito aos fatores que teriam levado a transformar-se em vocação uma atividade que, anteriormente ao advento do capitalismo, era, na melhor das hipóteses, apenas tolerada. O conceito de vocação como valorização do cumprimento do dever dentro das profissões seculares. Esse conceito se tornou o dogma central de todos os ramos do protestantismo levando à submissão.
Weber volta-se para outras formas de protestantismo diversas do luteranismo, o calvinismo e outras seitas, cujo elemento básico era o profundo isolamento espiritual do indivíduo em relação a seu Deus, ó que, na prática, significava a racionalização do mundo e a eliminação do pensamento mágico como meio de salvação. Segundo o calvinismo, somente uma vida guiada pela reflexão contínua poderia obter vitória sobre o estado natural, e foi essa racionalização que deu à fé reformada uma tendência ascética. 
Ética Protestante e o Capitalismo
As soluções encontradas por Weber para os problemas que ocuparam a atenção dos cientistas sociais do começo do século XX permitiram-lhe fazer contribuições extremamente importantes para as ciências sociais. Particularmente relevantes nesse sentido foram seus estudos sobre a sociologia da religião, mais exatamente suas interpretações sobre as relações entre as idéias e atitudes religiosas, por um lado, e as atividades e organização econômica correspondentes, por outro. 
Esses estudos de Weber, embora incompletos, foram publicados nos três volumes de sua Sociologia da Religião. A linha mestra dessa obra é constituída pelo exame dos aspectos mais importantes da ordem social e econômica do mundo ocidental, nas várias etapas de seu desenvolvimento histórico. Esse problema já se tinha colocado para outros pensadores anteriores a Weber, dentre os quais Karl Marx (1818-1883), cuja obra, além de seu caráter teórico, constituía elemento fundamental para a luta econômica e política dos partidos operários; por ele mesmo criados. Por essas razões, a pergunta que os sociólogos alemães se faziam era se o materialismo histórico formulado por Marx era ou não o verdadeiro, ao transformar o fator econômico no elemento determinante de todas as estruturas sociais e culturais, inclusive a religião. Inúmeros trabalhos foram escritos para resolver o problema, substituindo-se o fator econômico como dominantes por outros fatores, tais como raça, clima, topografia, idéias filosóficas, poder político. Alguns autores, como Wilhelm Dilthey, Ernst Troeltsch (1865-1923) e Werner Sombart (1863-1941), já se tinham orientado no sentido de ressaltar a influência das idéias e das convicções éticas como fatores determinantes, e chegaram à conclusão de que o moderno capitalismo não poderia ter surgido sem uma mudança espiritual básica, como aquela que ocorreu nos fins da Idade Média. Contudo, somente com os trabalhos de Weber foi possível elaborar uma verdadeira teoria geral capaz de confrontar-se com a de Marx. 
A primeira idéia que ocorreu a Weber na elaboração dessa teoria foi a de que, para conhecer corretamente a causa ou causas do surgimento do capitalismo, era necessário fazer um estudo comparativo entre as várias sociedades do mundo ocidental (único lugar em que o capitalismo, como um tipo ideal, tinha surgido) e as outras civilizações, principalmente as do Oriente, onde nada de semelhante ao capitalismo ocidental tinha aparecido. Depois de exaustivas análises nesse sentido, Weber foi conduzido à tese de que a explicação para o fato deveria ser encontrada na íntima vinculação do capitalismo com o protestantismo: “Qualquer observação da estatística ocupacional de um país de composição religiosa mista traz à luz, com notável freqüência, um fenômeno que já tem provocado repetidas discussões na imprensa e literatura católicas e em congressos católicos na Alemanha: o fato de os líderes do mundo dos negócios e proprietários do capital, assim como os níveis mais altos de mão-de-obra qualificada, principalmente o pessoal técnica e comercialmente especializado das modernas empresas, serem preponderantemente protestantes”.
A partir dessa afirmação, Weber coloca uma série de hipóteses referentes a fatores que poderiam explicar o fato. Analisando detidamente esses fatores, Weber elimina-os, um a um, mediante exemplos históricos, e chega à conclusão final de que os protestantes, tanto como classe dirigente, quanto como classe dirigida, seja como maioria ou como minoria, sempre teriam demonstrado tendência específica para o racionalismo econômico. A razão desse fato deveria, portanto, ser buscada no caráter intrínseco e permanente de suas crenças religiosas e não apenas em suas temporárias situações externas na história e na política. 
Uma vez indicado o papel que as crenças religiosas teriam exercido na gênese do espírito capitalista, Weber propõe-se a investigar quais os elementos dessas crenças que atuaram no sentido indicado e procura definir o que entende por "espírito do capitalismo". Este é entendido por Weber como constituído fundamentalmente por uma ética peculiar, que pode ser exemplificada muito nitidamente por trechos de discursos de Benjamin Franklin (1706 - 1790), um dos líderes da independência dos Estados Unidos. Benjamin Franklin, representante típico da mentalidade dos colonos americanos e do espírito pequeno-burguês, afirma em seus discursos que “ganhar dinheiro dentro da ordem econômica moderna é, enquanto isso for feito legalmente, o resultado e a expressão da virtude e da eficiência de uma vocação”. Segundo a interpretação dada por Weber a esse texto, Benjamin Franklin, expressa um utilitarismo, mas um utilitarismo com forte conteúdo ético, na medida em que o aumento de capital é considerado um fim em si mesmo e, sobretudo, um dever do indivíduo. O aspecto mais interessante desse utilitarismo residiria no fato de que a ética de obtenção de mais e mais dinheiro é combinada com o estrito afastamento de todo gozo espontâneo da vida. 
A questão seguinte colocada por Weber diz respeito aos fatores que teriam levado a transformar-se em vocação uma atividade que, anteriormente ao advento do capitalismo, era, na melhor das hipóteses, apenas tolerada. O conceito de vocação como valorização do cumprimento do dever dentro das profissões seculares Weber encontra expresso nos escritos de Martinho Lutero (1483-1546), a partir do qual esse conceito se tornou o dogma central de todos os ramos do protestantismo. Em Lutero, contudo, o conceito de vocação teria permanecido em sua forma tradicional, isto é, algo aceito como ordem divina à qual cada indivíduo deveria adaptar-se. Nesse caso, o resultado ético, segundo Weber, é inteiramente negativo, levando à submissão. O luteranismo, portanto, não poderia ter sido a razão explicativa do espírito do capitalismo. 
Com o objetivo de relacionar as idéias religiosas fundamentais do protestantismo com as máximas da vida econômica capitalista, Weber analisa alguns pontos fundamentais da ética calvinista, como a afirmação de que “o trabalho constitui, antes de qualquer coisa, a própria finalidade da vida”. Outra idéia no mesmo sentido estaria contida na máxima dos puritanos, segundo a qual “a vida profissional do homem é que lhe dá uma prova de seu estado de graça para sua consciência, que se expressa no zelo e no método, fazendo com que ele consiga cumprir sua vocação”. Por meio desses exemplos, Weber mostra que o ascetismo seculardo protestantismo “libertava psicologicamente a aquisição de bens da ética tradicional, rompendo os grilhões da ânsia de lucro, com o que não apenas a legalizou, como também a considerou como diretamente desejada por Deus”. Em síntese, a tese de Weber afirma que a consideração do trabalho (entendido como vocação constante e sistemática) como o mais alto instrumento de acesso e o mais seguro meio de preservação da redenção da fé e do homem, deve ter sido a mais poderosa alavanca da expressão dessa concepção de vida constituída pelo espírito do capitalismo. 
É necessário, contudo, salientar que Weber, em nenhum momento considera o espírito do capitalismo como pura conseqüência da Reforma protestante. O sentido que norteia sua análise é antes uma proposta de investigarem que medida as influências religiosas participaram da moldagem qualitativa do espírito do capitalismo. Percorrendo o caminho inverso, Weber propõe-se também a compreender melhor o sentido do protestantismo, mediante o estudo dos aspectos fundamentais do sistema econômica capitalista. Tendo em vista a grande confusão existente no campo das influências entre as bases materiais, as formas de organização social e política e os conteúdos espirituais da Reforma, Weber salientou que essas influências só poderiam ser confirmadas por meio de exaustivas investigações dos pontos em que realmente teriam ocorrido correlações entre o movimento religioso e a ética vocacional. Com isso “se poderá avaliar” - diz o próprio Weber – em que medida os fenômenos culturais contemporâneos se originam historicamente em motivos religiosos e em que medida podem ser relacionados com eles.
A Teoria da Burocracia
O criador
Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, Foi professor das Universidades de Friburgo e de Heidelberg e ficou famoso pela teoria das estruturas de autoridade. Com a tradução de alguns de seus livros para a língua inglesa, por Talcott Parsons, tomou corpo nos Estados Unidos a Teoria da Burocracia em Administração. Sua obra é realmente muito vasta. Seu principal livro, para o propósito deste estudo, é "A Ética Protestante e o Espírito de Capitalismo", São Paulo, Livrada Pioneira Editora, 1967. 
O termo Burocracia foi usado, pela primeira vez, por Max Weber para descrever uma cultura e estrutura de empresa rigidamente fixada. A Teoria da Burocracia nasceu da necessidade de definição rigorosa das hierarquias, das regras e regulamentos e das linhas de autoridade como forma de garantir a sobrevivência a longo prazo. Embora tivesse sido aplicada com relativo sucesso em numerosas organizações no início do séc. XX e continue a ser utilizada atualmente em diversas organizações, a burocracia caiu em desuso devido à impessoalidade que lhe está associada, à rigidez estrutural que depende (impedindo a inovação e a criatividade) e à morosidade que provoca nos processos.
Weber Construiu um modelo ideal, no qual as organizações são caracterizadas por cargos formalmente bem definidos, ordem hierárquica com linhas de autoridade e responsabilidades bem delimitadas.
 
Segundo Weber, a burocracia tem os seguintes princípios fundamentais:
Formalização: existem regras definidas e protegidas da alteração arbitrária ao serem formalizadas por escrito.
Divisão do trabalho: cada elemento do grupo tem uma função específica, de forma a evitar conflitos na atribuição de competências.
Hierarquia: o sistema está organizado em pirâmide, sendo as funções subalternas controladas pelas funções de chefia, de forma a permitir a coesão do funcionamento do sistema.
Impessoalidade: as pessoas, enquanto elementos da organização, limitam- se a cumprir as suas tarefas, podendo sempre ser substituídas por outras o sistema, como está formalizado, funcionará tanto com uma pessoa como com outra.
Competência técnica e Meritocracia: a escolha dos funcionários e cargos depende exclusivamente do seu mérito e capacidades - havendo necessidade da existência de formas de avaliação objetivas.
Separação entre propriedade e administração: os burocratas limitam- se a administrar os meios de produção não os possuem.
Profissionalização dos funcionários.
Completa previsibilidade do funcionamento: todos os funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização a fim de que esta atinja a máxima eficiência possível.
Disfunções da Burocracia:
Internalização das regras: Elas passam a de "meios para os fins", ou seja, às regras são dadas mais importância do que às metas.
Excesso de Formalismo e papelatório: Torna os processos mais lentos.
Resistências às Mudanças.
Despersonalização: Os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam.
Categorização como base no processo decisorial: O que tem um cargo maior, toma decisões, independentemente do que conhece sobre o assunto.
Superconformidade as Rotinas: Traz muita dificuldade de inovação e crescimento.
Exibição de poderes de autoridade e pouca comunicação dentro da empresa.
Dificuldade com os clientes: o funcionário está voltado para o interior da organização, torna difícil realizar as necessidades dos clientes tendo que seguir as normas internas.
A Burocracia não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana.
Assim, o grau de burocratização de uma determinada empresa depende do menor ou maior seguimento desses princípios, que são formulados para melhor atender as necessidades de organização de um sistema social organizado.
Vantagens:
1 - Previsibilidade do funcionamento; 
2 - Univocidade de interpretação; 
3 - Padronização de rotinas e procedimentos; 
4 - Redução de conflitos; 
5 - Subordinação natural aos mais antigos; 
6 - Confiabilidade nas regras do negócio; 
7 - Hierarquia formalizada; 
8 - Precisão na definição de cargos e operações 
 
Desvantagens:
Para Weber, a burocracia é uma organização cujas conseqüências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização. 
1 - Internacionalização das regras e exagero apego aos regulamentos; 
2 - Excesso de formalismo e de papelório; 
3 - Resistência a mudanças; 
4 - Despersonalização do relacionamento; 
5 - Categorização como base do processo decisorial; 
6 - Superconformidade às rotinas e procedimentos; 
7 - Exibição de sinais de autoridade; 
8 - Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. 
 
TIPOS DE DOMINAÇÃO
Weber diferencia a política em duas, uma geral a outra restrita. Na geral a política é entendida como qualquer tipo de liderança sem qualquer ação. A restrita a política tem uma associação específica, liderança de estado, que utiliza força física dentro de um território determinado. A partir desse conceito de estado, entraremos ao conceito de autoridade. Para existência do estado é preciso de um conjunto de pessoas que obedeça a autoridade. 
A dominação pode ser classificada de acordo com os diversos motivos de submissão. Pode depender do interesse e considerações com vantagens e inconveniências, um mero afeto pessoal para com ou costume de um comportamento, por parte de quem está em submissão. 
A dominação tem suas bases jurídicas, na qual, justifica a sua legitimidade. A base da crença de legitimidade da dominação é divida em três, que podem se entrelaçar, dominância legal, dominância tradicional, dominância carismática. 
Dominação Legal	
Também chamada de racional-legal. Esse tipo de dominação encontra-se no sistema burocrático ou organizacional. Aquela cuja legitimidade se baseia em normas legais racionalmente definidas. Seu ideal é que qualquer direito pode ser criado e modificado mediante um estatuto sancionado corretamente quanto à forma. 
A autoridade deriva de um sistema de normas racionais e escritas, que definem com precisão as relações de mando e subordinação, distribuindo as atividades a serem executadas de forma sistemática, tendo em vista os fins visados.
Obedece-se não à pessoa em virtude de seu próprio direito, mas a regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer.Dirigidos por administradores profissionais que são especialistas e fazem uso do conhecimento especializado para o funcionamento eficiente.
O dever de obediência está graduado numa hierarquia de cargos, com subordinação dos inferiores aos superiores, e dispõe de um direito de queixa regulamentado. 
Dominação Tradicional 
Baseia-se no tradicionalismo, na rotina de todos os dias como uma inviolável norma de conduta em virtude de sua dignidade própria, porque tal comportamento já faz parte dos costumes, está enraizada na cultura. 
E com isso, fica impossível criar um novo direito diante das normas e da tradição. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. 
Quem ordena é o senhor e quem obedece são os súditos, as regras são determinadas pela tradição, é regida pela honra e a boa vontade do senhor, que é considerado justo, e há uma prevalência dos princípios de equidade material em detrimento dos formais na atividade administrativa. E todo o comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais.
Dominação Carismática
É aquela que tem por origem o carisma. Em que a legitimidade se funda no carisma do líder e nas qualidades excepcionais que lhe são atribuídas, e em que a administração se compõe de pessoas indicadas por ele mesmo, de sua confiança.
É um poder sem base racional. É instável, arbitrária e adquire facilmente características revolucionárias, chocando-se facilmente com o conceito de organização, que não pode ser concedida em herança. 
A sua influência só é possível devido qualidades pessoais, tais como mágicas, revelações, heroísmo e poder intelectual, com depósito de confiança em alguém que é visto como um herói, santo, salvador ou exemplo de vida.
CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados sobre a teoria de Weber feita através de estudos comparando sociedades do mundo ocidental e de outras civilizações principalmente do mundo oriental, para saber ao certo como surgiu o capitalismo. Conclui- se que segundo a tese de Weber o capitalismo está intimamente vinculado ao protestantismo.
Apesar de Weber não considerar o espírito capitalista como única consequência da reforma protestante, sua proposta de análise tinha como objetivo investigar o quanto as influências religiosas tiveram participação na moldagem do espírito do capitalismo e compreender melhor o sentido do protestantismo dentro do estudo dos aspectos do sistema econômico capitalista.
Weber descreve a burocracia como forma racional de organização da humanidade, que teve origem em meio às mudanças religiosas. A teoria da burocracia, segundo ele, foi criada a partir da necessidade de definições das hierarquias, da necessidade de se ter regras e das linhas de autoridade para garantir a sobrevivência no decorrer dos anos.
Os princípios fundamentais da burocracia de acordo com Weber são: formalização, divisão do trabalho, hierarquia, impessoalidade, meritocracia e separação entre propriedade e administração. E as disfunções são: internalização das regras, excesso de Formalismo e papelatório, despersonalização, categorização como base no processo decisorial, superconformidade, dificuldade com os clientes, exibição de poderes de autoridade e pouca comunicação dentro da empresa. Em meio as vantagens e desvantagens dentro de uma empresa, os seguimentos desses princípios tem maior ou menor grau dependendo da burocratização.
A dominação entre outros é definida como submissão e se faz necessária para que se mantenha a ordem na sociedade. É dividida em três partes entrelaçadas, dominância legal (Também chamada de racional-legal), dominância tradicional (Baseia-se no tradicionalismo, na rotina de todos os dias) e dominância carismática (É aquela que tem por origem o carisma). 
GLOSSÁRIO
Advento - Instituição, início.
Arbitrária - Que depende só da vontade: escolha arbitrária, que depende do capricho de alguém.
Árduo – Difícil, penoso.
Ascética - Prática da abstenção de prazeres e até do conforto material, adotada com o fim de alcançar a perfeição moral e espiritual.
Coesão - Harmonia, concordância.
Colonos - Aquele que faz parte de uma colônia.
Desuso – O que não está mais em uso.
Devoção - Sentimento religioso, dedicação ao culto de Deus.
Dialético - Aquele que argumenta com habilidade e método.
Dispêndio - Gasto, consumo; despesa: dispêndio de dinheiro.
Empíricos - Que se apóia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria.
Estatuída - Estabelecer como preceito ou norma; deliberar, determinar, decretar, resolver.
Grilhões - Laço, prisão.
Hierarquias - Ordem e subordinação dos poderes, categorias, patentes.
Intrincados - Enredado, emaranhado, obscuro, confuso.
Intrínseco - Que existe por si mesmo, fora de qualquer convenção.
Islã - Religião e civilização dos muçulmanos.
Livre- docente – Quem ministra ensinamentos.
Meritocracia - Sistema (educacional ou administrativo) em que os mais dotados ou aptos são escolhidos e promovidos conforme seus progressos e consecuções.
Morosidade - Tardança em fazer as coisas, demora, lentidão; vagar.
Papelório - Grande quantidade de papéis e documentos.
Patriarcalismo - influência social dos patriarcas.
Postumamente – Depois da morte.
Premissa - Lógica Cada uma das duas proposições de um silogismo (a maior e a menor), das quais se tira a conclusão.
Prepondera - Prevalecer, ter mais influência, maior importância.
Salientar - Tornar bem visível ou distinto, deixar notável.
Sancionado - Confirmar, aprovar, ratificar.
Secular - Que vive no século, no mundo; que não fez votos religiosos, leigo, próprio do século, que não cabe à igreja: interesses seculares.
Subalternas - Subordinado, dependente de outro.
Topografia - Descrição de um lugar, de seus acidentes.

Outros materiais