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ANDRAGOGIA E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 4

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Prévia do material em texto

Andragogia 
e Educação 
Profissional
Lisiane Lucena Bezerra
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
LISIANE LUCENA BEZERRA
A AUTORA
Lisiane Lucena Bezerra
Olá! Meu nome é Lisiane Lucena Bezerra. Sou Licenciada em 
Ciências Agrarias, mestre em Fitotecnia e doutora em Agronomia/
Fitotecnia, com experiência técnico-profissional na área de licenciatura há 
mais de nove anos. Passei por empresas como a Universidade Estadual 
da Paraíba (UEPB). Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Andragogia: Síntese Histórica ...............................................................10
Andragogia: conceituação e origem ................................................................................. 10
Educação profissional .................................................................................................................. 14
Princípios da Andragogia e diferenças pedagógicas ..................19
Necessidade de saber ................................................................................................................. 19
Autoconceito do aprendiz ....................................................................................................... 21
Papel das experiências ...............................................................................................................22
Prontidão para aprender ............................................................................................................23
Orientação para aprender .........................................................................................................24
Motivação ..............................................................................................................................................25
Formação docente: uma análise .......................................................... 27
Formação docente e sua importância .............................................................................27
Lógicas para a formação .......................................................................................................... 30
Desafios da formação de docentes ...................................................................................32
Perfil de Alunos e o Pedagógico-Andragógico ............................. 36
Perfil de alunos na pedagogia .............................................................................................. 36
Perfil dos alunos que fazem parte da andragogia ................................................. 40
7
UNIDADE
01
Andragogia e Educação Profissional
8
INTRODUÇÃO
Você sabe o que é andragogia? Então, andragogia é a arte e a 
ciência de ajudar os adultos a aprenderem, e isso se contrasta com 
a pedagogia, que é a arte e a ciência de ensinar as crianças. As duas 
formas são completamente diferentes. Nos últimos anos, as relações 
entre o mercado de trabalho x educação x escolaridade vem sofrendo 
alterações e devido a isso o trabalhador precisa ter condições suficientes 
para desenvolver e se adequar às novas tecnologias, para que possam 
produzir mais e consequentemente aprimorar as técnicas e obter cada 
vez mais lucro. Dessa forma, cada vez mais os adultos estão buscando 
qualificação por meio de suas experiências adquiridas e em busca 
de soluções e melhorias no que faz. Sendo assim, os professores que 
ensinam aos adultos devem considerar toda a bagagem de experiências 
que eles já possuem e conhecer os princípios da andragogia. Ao longo 
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Vamos lá!
Andragogia e Educação Profissional
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade I. Nosso objetivo é auxiliar você 
no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Entender os conceitos de andragogia e compreender como surgiu 
a andragogia por meio da sua síntese histórica;
2. Identificar os princípios da andragogia e as diferenças pedagógicas;
3. Analisar a formação docente diante da andragogia;
4. Descrever o perfil dos alunos e o pedagógico-andrológico.
E então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Lembre-se sempre de acreditar na força dos seus sonhos, 
em todo o poder que existe em você e que você sempre pode ir além. Ao 
trabalho!
Andragogia e Educação Profissional
10
Andragogia: Síntese Histórica 
INTRODUÇÃO:
Ao término do estudo deste capítulo, você será capaz 
de entender a síntese histórica da andragogia. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão, uma vez que 
a educação de adultos é de suma importância. Motivado 
para desenvolver essa competência? Então, vamos lá!
Andragogia: conceituação e origem
O termo andragogia provém do grego andros = adulto + agogus = 
guiar, conduzir, educar (FILATRO, 2015).
Figura 1: Definição do termo andragogia
andros 
(adulto)
“arte e a 
ciência de ajudar 
os adultos a 
aprenderem”
agogus 
(guiar, 
conduzir 
e educar)
Fonte: Elaborada pela autora, 2021
Inicialmente, Knowles conceitua a andragogia como a “arte e a 
ciência de ajudar os adultos a aprender, em contraste com a pedagogia, 
que é a arte e a ciência de ensinar as crianças”; posteriormente, admitiu 
que “a andragogia é simplesmente outro modelo de princípios sobre a 
aprendizagem, que pode ser usado em paralelo com os princípios do 
modelo pedagógico” (KNOWLES, 1980, p. 43).
Andragogia e Educação Profissional
11
Figura 2: Adulta estudando e aprendendo
Fonte: Freepik. 2018. Autor: gpoinstudio
Para Vogt (2017, p. 40 apud CONNER, 2003):
Na maioria dos textos sobre educação, a andragogia é citada 
como um método de educação para adultos, porém não se 
restringe apenas a eles, uma vez que seu próprio idealizador 
entende que quatro dos cinco princípios andrológicos se 
aplicam igualmente a adultos e crianças, com a diferença 
que estas, por terem menos experiências e crenças pré-
estabelecidas do que aqueles, têm poucos elementos para 
estabelecerem relações.
No sentido de um caminho educacional, a andragogia significa 
o ensino para adultos que busca entender os alunos como um todo, 
considerando seu psicológico, biológico e o social, para de tal forma, 
facilitar para que aconteça a aprendizagem. 
Andragogia e Educação Profissional
12
EXPLICANDO MELHOR:
O adulto, devido a sua maturidade, passa a ser autônomo e 
comprometido com seu aprendizado, fazendo experiências 
para usar na vida práticao conhecimento. O adulto estuda 
porque busca oportunidade para solucionar os problemas 
da melhor forma, e devido a isso quer ter controle sobre o 
conteúdo a ser aprendido (RECHLINSKI & SCHWERTNER, 
2017).
A andragogia é uma ciência que tem como foco o indivíduo adulto e, 
nesse caso, o professor pré-determina o processo ensino-aprendizagem, 
e não mais o conduz. O professor passa a ser um agente facilitador, 
indicando o conteúdo a ser estudado; já a responsabilidade de estudar e 
como estudar (que seria a metodologia) passa a ser do aprendiz, ou seja, 
do aluno. 
IMPORTANTE:
No adulto, as experiências e os conhecimentos prévios têm 
total interferência no processo ensino-aprendizagem. Vale 
lembrar que essa interferência ocorre de maneira positiva, 
pois vai facilitar a aprendizagem.
Na primeira metade do século IX, foi criado o termo andragogia, 
mais precisamente em 1833. Esse termo foi utilizado pelo professor alemão 
chamado Alexander Kapp, para descrever sobre o ensino na educação de 
adultos. Por quase um século o termo ficou em desuso. Entretanto, só a 
partir de 1921 outro alemão chamado Eugene Rosenstock passou a utilizar 
o termo para argumentar sobre a educação do adulto. Após, a expressão 
passou a ser utilizada por Eduard Lindeman nos Estados Unidos. Em 1960, 
outros países passaram a referenciar a palavra andragogia no processo de 
educação de adultos, dentre eles França, Yugoslávia e Holanda. 
Andragogia e Educação Profissional
13
Embora tenha se passado quase dois séculos desde a origem do 
termo andragogia no ano de 1833, ele só ganhou popularidade como 
teoria a partir de 1970, em que Malcolm Knowles foi influenciado pelos 
pensamentos de Lindeman e publicou, nos Estados Unidos, várias obras 
sobre a aprendizagem do adulto. Uma das obras foi The Adult Learner – A 
Neglected Species (1973), em que introduz e define o termo andragogia 
como sendo a arte e ciência de orientar adultos a aprender.
Malcolm Knowles passou a ser considerado por muitos como “pai 
da andragogia”, pois era uma das principais referências acerca da temática 
da andragogia e da aprendizagem do adulto (VOGT & ALVES, 2005).
IMPORTANTE:
Malcolm Shepherd Knowles era um educador americano 
de adultos, famoso pela adoção da teoria da andragogia 
- inicialmente um termo cunhado pelo professor alemão 
Alexander Kapp. Nasceu nos EUA em 24 de agosto de 1913 
e faleceu, também nos EUA, em 27 de novembro de 1997. 
Foi casado com Elisabet Fornell de 1935 a 1997.
Para Filatro (2015, p. 35 apud KNOWLES, 1998): 
O aprendiz adulto se caracteriza fundamentalmente pelo 
autodirecionamento decorrente de uma maturidade orgânica 
e psicológica. Ou seja, para ser adulto o indivíduo atingiu 
um estágio de maturação física (prontidão), que lhe confere 
a capacidade de reprodução, bem como um estágio de 
maturação psicológica, que lhe possibilita responsabilidades 
pela própria vida, no âmbito social, profissional e familiar. 
O adulto, cada vez mais acumula experiência, sendo esse um fator 
importante para o desenvolvimento da sua aprendizagem. É por isso que 
a educação de adultos parte do princípio de valorização da autonomia do 
aprendiz.
Andragogia e Educação Profissional
14
Educação profissional
A educação profissional e tecnológica (EPT) é uma modalidade 
educacional prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) com a finalidade precípua de preparar “para o exercício de 
profissões”, contribuindo para que o cidadão possa se inserir e atuar no 
mundo do trabalho e na vida em sociedade (EPT, 2019). 
Nos últimos anos, as relações entre o mercado de trabalho x 
educação x escolaridade vêm sofrendo alterações. Devido a isso, 
o trabalhador precisa ter condições suficientes para desenvolver e 
se adequar às novas tecnologias, para que possam produzir mais e 
consequentemente aprimorar as técnicas e obter cada vez mais lucro.
Para que isso aconteça, faz-se necessária a introdução de métodos 
mais racionais de trabalho e de vida em sociedade. E, nesse caso, as 
empresas, quando realizam a seleção de funcionários, estão exigindo a 
educação profissional, a qual faz parte das qualificações exigidas pela 
maioria das empresas. 
Figura 3: Estudantes adultos
Fonte: Freepik, 2020. Autor: pch.vector.
Andragogia e Educação Profissional
15
As empresas, por sua vez, procuram por profissionais que 
acrescentem conhecimentos à equipe de trabalho, para fazer com que a 
produção aconteça com qualidade, além do uso da tecnologia que estará 
disponível, o que ajudará na redução dos custos de produção, como 
também do tempo.
Com a competição no mercado de trabalho, cada vez mais busca-se 
profissionais qualificados e especializados, otimizando assim a produção 
nas áreas especificas de atuação. Essas exigências e a difusão da 
educação profissional tem incentivado a população trabalhadora a buscar 
a qualificação em cursos profissionais. Essa busca acontece porque a 
sociedade como um todo passou a ver o ensino como necessário para se 
ter uma produção mais eficiente e que gere lucros.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a 
leitura do artigo: “Andragogia na educação profissional” 
(RECHLINSKI & SCHWERTNER, 2017). Disponível em: 
https://bit.ly/3b61Gno. Acesso em: 01 mar. 2021.
Se observarmos as empresas, em sua seleção têm vários fatores que 
fazem parte dos critérios de seleção, dentre eles o nível de escolaridade, 
por exemplo, além da formação, seja em cursos técnicos, de graduação 
ou pós-graduação. Pede-se também a experiência de atuação na área 
específica da vaga. Isso acontece para selecionar os candidatos que 
tenham a capacidade de colaborar para o crescimento e desenvolvimento 
da empresa.
Essa seleção, que muitas vezes parece ser tão rigorosa, acontece 
para buscar profissionais que tenha iniciativas de agir, interagir, sempre 
buscar novas alternativas, aprender com seus erros, saber lidar com as 
diversas situações e que sejam comprometidos com seus princípios, 
buscando sempre o desenvolvimento pessoal e que consequentemente 
obtenham sucesso profissional. 
Andragogia e Educação Profissional
16
Necessitamos que nossos trabalhadores procurem de forma 
mais efetiva sua qualificação a fim de suprir a carência de 
profissionais capacitados para os mais diversificados campos 
de atuação. É necessário que se incentive a formação de 
profissionais técnicos de nível médio para recompor uma 
lacuna do mercado de trabalho, que dispõe de grande número 
de profissionais de nível superior e um grupo maior de mão de 
obra sem escolaridade e qualificação. É justamente em função 
dessa falta de mão de obra específica que os processos de 
seleção encontram dificuldades para a escolha de novos 
funcionários para compor os quadros funcionais. (RECHLINSKI 
& SCHWERTNER, 2017, p. 4)
Os professores, de forma geral, já vivem em constante mudança 
com relação à tecnologia. Nesse viés, os professores que atuam na 
área de educação profissional permanecem em constante processo de 
adequação, pois é preciso acompanhar o progresso da tecnologia que 
se tem disponível e ainda associar a novas práticas pedagógicas, em 
que elas devem ser direcionadas para o aluno que busca uma formação 
específica, um exemplo são os cursos de nível técnico.
Figura 4: O professor e a tecnologia
Fonte: Freepik, 2020. Autor: pch.vector
Andragogia e Educação Profissional
17
A escola é observada por parte dos alunos como uma ponte que 
os possibilitam avançar em sua vida, é uma oportunidade para que uma 
melhor vida socioeconômica que causem satisfação seja alcançada, 
distante do sofrimento causado pelo trabalho pesado que vem unido a 
um salário baixo. A qualidade de vida melhor é um dos anseios que fazem 
esses estudantes buscarem aprimorar seu grau de estudo participando 
do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Sendo assim, os métodos andrológicos podem ser utilizados a fim 
de estimular o aluno adulto à apropriaçãodo conhecimento, incorporando 
saberes a sua vida profissional, fazendo com que ele atue de forma 
satisfatória na sua área de formação.
Alteração da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, 
institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de 
nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional 
e tecnológica. 
Quadro 1: Alteração da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
Artigo Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008
Art. 39
A educação profissional e tecnológica, no cumprimento 
dos objetivos da educação nacional, integra-se aos 
diferentes níveis e modalidades de educação e às 
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.
Art. 41
O conhecimento adquirido na educação profissional e 
tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto 
de avaliação, reconhecimento e certificação para 
prosseguimento ou conclusão de estudos. 
Art. 42
As instituições de educação profissional e tecnológica, 
além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos 
especiais, abertos à comunidade, condicionada a 
matrícula à capacidade de aproveitamento e não 
necessariamente ao nível de escolaridade.
Fonte: Elaborado pela autora, 2021
Andragogia e Educação Profissional
18
ACESSE:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos assistir ao 
“Marcos históricos da Educação Profissional e Tecnológica” 
para você saber mais. Disponível em: https://bit.ly/31f8466. 
Acesso em: 01 mar. 2021.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
o que é andragogia e a conceituado como “a arte e a 
ciência de ajudar os adultos a aprender”, ou seja, a arte que 
se trata do ensino para adultos. Isso justamente porque 
andragogia é diferente da pedagogia, que trata do ensino 
para crianças, pois essas ainda não têm uma experiência. É 
de suma importância entender esses conceitos, pois eles 
impactam na maneira de ensinar esses diferentes alunos e 
consequentemente no processo de ensino-aprendizagem. 
A andragogia foi definida por Malcolm Knowles, que é 
considerado o “pai da andragogia”. A educação profissional 
é uma modalidade educacional prevista na Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB) que tem por finalidade 
preparar “para o exercício de profissões”, contribuindo 
para que o cidadão possa se inserir e atuar no mundo do 
trabalho e na vida em sociedade. 
Andragogia e Educação Profissional
19
Princípios da Andragogia e diferenças 
pedagógicas
INTRODUÇÃO:
Ao término do estudo deste capítulo, você será capaz 
de entender os princípios da andragogia e as diferenças 
pedagógicas. Isso será fundamental para o exercício de sua 
profissão, uma vez que a educação de adultos é de suma 
importância. Determinado para ampliar seu conhecimento 
em mais uma competência? Então, vamos lá. 
Para se ter uma ideia do ensino para adultos, existem seis princípios 
básicos para facilitar o processo de ensino-aprendizagem de adultos, os 
quais podemos citar:
Figura 5: Princípios da andragogia
Necessidade de saber
Autoconceito do aprendiz
Papel das experiências
Prontidão para aprender
Orientação para aprendizagem
Motivação
Princípios da 
Andragogia
Fonte: Elaborada pela autora, 2021
Necessidade de saber
Esse primeiro princípio, trata-se da necessidade de saber, em que 
o adulto precisa saber por que deverá aprender algo antes de começar 
Andragogia e Educação Profissional
20
a aprender de fato. Assim, o adulto avalia quais benefícios vão trazer 
melhorias para seu desempenho profissional, para então investir seu 
tempo nos estudos.
Figura 6: Indagações feitas pelo adulto no princípio da necessidade de aprender
O porquê? Porque vou aprender isso?
Para quê? Para que vou aprender isso?
Como? Que ganho vou ter nesse processo?
Fonte: Elaborada pela autora, 2021
Quanto a isso, podemos comparar muito bem com as crianças. 
Enquanto as crianças estudam algo, que muitas vezes nem sabe por que 
estudar determinado assunto, o adulto necessita de uma referência do 
porquê ele está estudando determinado conteúdo, assim ele vai estudar 
sabendo a necessidade de determinado conhecimento para a sua vida.
Conforme Barros (2018, p. 4),
Há, pois, nessa abordagem teórico-pedagógica uma primeira 
questão relacionada com a forma como é entendida, 
num e noutro caso, a necessidade de saber ou conhecer, 
considerando-se que, enquanto no modelo pedagógico 
parte-se do pressuposto de que a criança necessita apenas 
de saber que tem de aprender o que o professor lhe ensina, 
no modelo andrológico parte-se do pressuposto de que o 
educando adulto tem necessidade de saber em que medida o 
conhecimento a adquirir lhe poderá ser útil. Ou seja, num caso 
o conhecimento é imposto e no outro caso o conhecimento é 
aceite depois de avaliado numa lógica de caráter instrumental. 
(BARROS, 2018, p. 4)
Os adultos precisam saber por que eles precisam aprender algo 
antes de aprendê-lo.
Andragogia e Educação Profissional
21
Autoconceito do aprendiz 
Diferentemente do ensino de crianças, o princípio autoconceito do 
aprendiz aborda que o adulto é responsável por suas próprias decisões 
e por sua vida, portanto o aprendizado depende dele mesmo. Isso ocorre 
porque à medida que uma pessoa atinge a maturidade, ela deixa de ser 
dependente, tornando-se uma pessoa autodirecionada. Nesse caso, o 
adulto passa a se ver como responsável por suas decisões como também 
por sua vida.
Figura 7: Indicadores do autoconceito do aprendiz
Adulto Autônomo Autodirigido
Fonte: Elaborada pela autora, 2021
Sendo assim, a autopercepção dos adultos tona-se altamente 
dependente de um movimento em busca da autodireção.
O professor, nesse caso, necessita ter essa ciência de que o ensino 
do adulto na verdade é responsabilidade que deve ser atribuída ao adulto, 
até porque o adulto tem aquela vertente: “cê ta falando com quem? Não 
sou criança!”. Então essa ideia de que o aprendiz é responsável pelo seu 
próprio conhecimento, deve estar muito claro na mente do professor.
Para Barros (2018, p. 4), sobre o autoconceito ou conceito de si, isto 
é, de quem aprende, ela diz o seguinte:
Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto de 
que a criança tem um papel de dependência em relação ao papel 
do professor, que decide o que deve ser aprendido, no modelo 
andrológico parte-se do pressuposto de que o educando adulto é 
um ser independente, pelo que o trabalho deve ser desenvolvido 
numa lógica auto diretiva, na qual o educador tem apenas de 
estimular e alimentar esse movimento de autonomia. Ou seja, num 
e noutro caso, há um entendimento pré-estabelecido da ideia de 
autoconceito, que a pedagogia nega à criança e a andragogia 
impõe ao adulto. (BARROS, 2018, p. 4)
Andragogia e Educação Profissional
22
Papel das experiências
O adulto já tem um certo nível de experiência de vida e o seu 
conhecimento e aprendizado são partes das suas experiências vividas. 
Assim, o adulto passa a ter uma fonte abundante de aprendizagem devido 
às experiências que foram adquiridas.
Figura 8: Indicadores do papel da experiência
Recurso
Modelos 
mentais
Experiência
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
As experiências prévias do aprendiz fornecem riqueza de recurso para 
a aprendizagem. Conforme cita Filatro (2015, p. 18),
Por essa razão, a ênfase da educação de adultos deve estar 
nas técnicas que partem da experiência dos aprendizes 
para realizar discussões em grupo, exercícios de simulação, 
atividades de resolução de problemas, estudos de caso e 
métodos de laboratório, em vez de técnicas meramente 
transmissivas. (FILATRO, 2015, p. 18)
EXEMPLO:
Podemos citar sobre uma pessoa que já trabalha há muitos anos em 
uma determinada empresa, com determinada função, e que resolve entrar 
em uma universidade,geralmente ela parte do seguinte pressuposto: eu 
já trabalho nessa área e quero me aperfeiçoar. 
Dessa forma, as experiências prévias do aprendiz (o aluno) fornecem 
bastante recurso para a aprendizagem, conforme cita Barros (2018, pp. 
4-5) comparando a andragogia com a pedagogia.
Considerando-se que enquanto no modelo pedagógico parte-
se do pressuposto de que a experiência da criança é de pouca 
utilidade – o que é valorizado é a experiência do professor, a 
quem cabe transmitir os seus conhecimentos através de um 
leque de métodos didáticos –, no modelo andrológico parte-
se do pressuposto de que a experiência do educando adulto 
Andragogia e Educação Profissional
23
pode ser um rico recurso para promover a aprendizagem, 
através de um conjunto de métodos ativos e experienciais. Ou 
seja, a experiência, reconhecida apenas ao adulto, funciona 
como um indicador para os procedimentos de diferenciação 
didática. (BARROS, 2018, pp. 4-5)
Prontidão para aprender
O adulto fica disposto a aprender quando a ocasião exige algum tipo 
de aprendizagem relacionada a situações do seu dia a dia, ou seja, quando 
o adulto se dedica em aprender o que irá ajudar a resolver seus problemas e 
também a exercer seus papéis sociais. Dessa forma, ele vai amadurecendo, 
sua prontidão para aprender vai sendo tornando orientada em busca do 
desenvolvimento das tarefas. (DESAFIOS DA EDUCAÇÃO, 2015)
Figura 9: Indicadores da prontidão para aprender
Experiência 
relacionada 
à vida
Tarefa de 
desenvolvimento
Prontidão para 
aprender
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Os adultos tipicamente se tornam prontos para aprender quando 
passam a ter a necessidade de lidar com determinada situação de vida 
ou realizar uma tarefa.
Sendo assim, Barros (2018, p. 5) enfatiza que: 
Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto 
de que as crianças estão prontas para aprender aquilo que a 
sociedade define e que é traduzido em termos de objetivos 
internos à lógica escolar, no modelo andragógico parte-se 
do pressuposto de que os educandos adultos aprenderão 
aquilo que tiverem necessidade de saber. Ou seja, num caso 
pressupõe-se que há uma disposição indistinta para aprender 
e noutro caso, que há uma disposição para aprender que está 
condicionada pelo meio. (BARROS, 2018, p. 5)
Andragogia e Educação Profissional
24
EXEMPLO:
Podemos citar os alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) 
em que o aluno se predispõe a aprender, devido à situação que no seu 
dia a dia faz essa exigência, passando a ser uma real necessidade para 
estudar. 
Orientação para aprender
O adulto aprende bem mais quando os conceitos apresentados 
estão contextualizados, que tem alguma utilidade. Para um adulto, uma 
matéria, um conteúdo só faz mais sentido quando ele encontra alguma 
utilidade para aquilo. O adulto tem sua perspectiva temporal focalizada 
na aplicação imediata do conhecimento e, dessa forma, sua orientação 
para aprender está voltada para situações da vida real e do seu dia a dia.
Figura 10: Indicadores da orientação para aprender
Centrado no 
problema
Contextual
Prontidão para 
aprender
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Assim, a orientação de aprendizagem de adultos é centrada na vida, 
e a educação é um processo que desenvolve níveis de competências, 
as quais possam alcançar seu potencial complexo. Sendo assim, Barros 
(2018, p. 5) aborda o seguinte sobre o sentido e a orientação dos dados à 
aprendizagem:
Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto 
de que o sentido das aprendizagens só será compreendido 
a longo prazo, pelo que predomina uma lógica disciplinar 
e compartimentada a nível curricular que se centra nos 
conteúdos, no modelo andrológico parte-se do pressuposto 
de que o sentido das aprendizagens está no contributo a curto 
prazo que estas podem dar para a resolução de problemas e 
tarefas, bem como para o aperfeiçoamento de desempenhos 
práticos. Ou seja, num caso opera-se uma fragmentação com 
o contexto e no outro caso há uma instrumentalização em 
função do contexto. (BARROS, 2018, p. 5)
Andragogia e Educação Profissional
25
EXEMPLO:
Podemos citar quando os alunos indagam aos professores: 
“Professor, essa é a teoria. E na prática, como seria?”, para compreender 
como esse conceito vai ser útil no seu processo de aprendizagem, para 
fazer com que esse assunto tenha um sentido para ele e facilitar sua 
aprendizagem.
Motivação
O ensino de adulto tende a ser diferenciado porque o adulto possui 
fatores extrínsecos aos quais podemos citar como ser promovido, subir 
de cargo, ter aumento salarial. Isso desperta o interesse do indivíduo, 
porém são os fatores intrínsecos os mais importantes, tais como: vontade 
de conseguir maior satisfação no trabalho, aumentar a autoestima e ter 
melhor qualidade de vida. 
Figura 11: Indicadores da motivação para aprender
Valor intrínseco
Recompensa 
pessoal
Motivação para 
aprender
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Dessa forma, a motivação para a aprendizagem dos adultos é mais 
interna do que externa. Esses fatores são bem diferentes das crianças, 
pois elas possuem mais interesses compreendidos de fatores externos. 
Barros (2018, p. 5) enfatiza isso muito bem quando diz:
Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto 
de que a motivação das crianças resulta de estímulos 
externos, no modelo andragógico parte-se do pressuposto 
de que o principal fator de motivação do educando adulto 
é de ordem interna. Ou seja, a motivação num caso pode 
ser condicionada do exterior mais facilmente que no outro, 
supondo-se a criança como um ser aberto e o adulto como 
um ser fechado sobre si, a quem cabe automotivar-se para 
aprender. (BARROS, 2018, p. 5)
Andragogia e Educação Profissional
26
Diante dessa fundamentação, podemos considerar que os 
indivíduos são seres que aprendem e vão amadurecendo, por isso podem 
alterar sua aprendizagem para aquilo que se tem interesse em aprender.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que os princípios da andragogia são fundamentados em 
seis princípios, sendo eles: A necessidade de saber, em que 
o adulto precisa saber por que deverá aprender algo antes 
de começar a aprender de fato. O autoconceito do aprendiz, 
em que o adulto é responsável por suas próprias decisões 
e por sua vida, portanto o aprendizado depende dele 
mesmo. A experiência do aprendiz, em que as experiências 
prévias do aprendiz fornecem riqueza de recurso para a 
aprendizagem. A prontidão do aprendiz, em que o adulto 
fica disposta a aprender quando a ocasião exige algum tipo 
de aprendizagem relacionado a situações do seu dia a dia. 
A orientação para a aprendizagem, em que o adulto tem 
sua perspectiva temporal focalizada na aplicação imediata 
do conhecimento e, dessa forma, sua orientação para 
aprender está voltada para situações da vida real e do seu 
dia a dia. Por fim, a motivação, em que a motivação para a 
aprendizagem dos adultos é mais interna do que externa.
Andragogia e Educação Profissional
27
Formação docente: uma análise
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a formação docente. Isso será 
de extrema importância para o exercício de sua profissão. 
Motivado para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá!
Formação docente e sua importância
Durante a formação de um docente estão envolvidos conhecimentos 
de campos de saberes diversificados e que apresentam em si uma carga 
complexa de influências que vem acumulando no decorrer do tempo.
Portanto, procura-se em toda formação de docentes, de alguma 
forma, a implementação de dinâmicas para o preparo, a revitalização de 
conhecimentos aprofundados que são fundamentais para a realização 
da prática docente, como também a discussãopara intervir no sistema 
de educação de forma inovadora. Esses objetivos apesar de não serem 
excludentes, são de difícil conciliação, pois, devido aos interesses 
diversificados, os agentes e objetivos são inclusos nesse processo. 
A formação da docência tem por finalidade introduzir o aluno na 
prática pedagógica, que se refere ao seu cotidiano, com a necessidade 
de apresentar sua relação com a contextualidade, significando dizer que, 
ao considerar a realidade que existe tanto de forma local quanto global, 
assim como as particularidades e generalidades, resulta na produção de 
ação em que percebe-se que houve reflexão e transformação, assim, os 
sujeitos envolvidos ao realizar essas ações são transformados devido às 
consequências promovidas por elas.
Para que os estudantes dos cursos referentes às práticas educativas 
sejam inseridos satisfatoriamente, é preciso levar em consideração o que 
se refere à singularidade e às formas específicas contidas nos processos 
formativos. 
Andragogia e Educação Profissional
28
Além disso, precisa-se de outros tipos de mecanismo que 
proporcionem mediação, no que se refere ao processo de formação, com 
o objetivo de que a parte juntamente com o todo apresente interação. 
Com isso, há possibilidade de se conseguir uma formação que não 
haja esgotamento, e sim para que mostre àqueles que vãos se tornar 
professores um ponto de partida. 
Para Lemos (2008), a práxis pedagógica origina comprometimento 
no que se refere ao político-pedagógico, com embasamento na formação 
teórico-prática que apresente solidez além da demonstração de um 
currículo escolar, que tenha contemplação direcionada à unidade, à 
diversidade, à pluralidade, à compreensão da faixa etária, à coerência, ao 
provisório, à participação, à criticidade, à cientificidade, à dialogicidade e 
dialeticidade, à organização, à articulação e à significação. 
Figura 12: Contemplações necessárias a um currículo escolar
Contemplação direcionada unidade
Diversidade e pluralidade
Compreensão da faixa etária
Coerência e participação
Criticidade e cientificidade
Dialogicidade e dialeticidade
Currículo 
escolar
Organização, articulação e significação
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Andragogia e Educação Profissional
29
A teoria, juntamente com a prática, mostra-se como elementos 
de extrema importância, além de indissociáveis durante o processo na 
formação de docentes, é vivenciado dentro da escola pelos estudantes de 
licenciatura, significando dizer que, de acordo com a realidade educativa, 
esse momento representa a prática em que o conhecimento teórico será 
transposto em sala de aula.
Assim, a atuação da teoria e da prática promove possibilidades em 
que os conceitos serão construídos, indo além de apenas informações 
e dados, elas tendem a ter sua elaboração partindo do estabelecimento 
de conexões e relações na interatividade existente entre as experiências 
práticas, transposição de conhecimentos científicos, além da construção 
do conhecimento resultante, tanto da vivência com os alunos como das 
vivências do cotidiano. 
Com isso, fica clara a grande importância da conexão existente entre 
a teoria, que disponibiliza por meio do conhecimento de forma acadêmica 
uma visão com foco na epistemologia que não se encontra na escola, e 
a prática, que tem seu estabelecimento devido à influência da realidade 
encontrada na escola em seu cotidiano. 
Dessa forma, percebe-se que ocorre uma interligação entre 
ambas durante o tempo da licenciatura e que tem como resultado um 
profissional formado que apresenta mais preparo para exercer a docência, 
com maior capacidade para transpor seus conhecimentos, como também 
para interligar as realidades escolar e acadêmica, obtendo como resposta 
alunos que pensam, ou seja, que apresentam elevado grau de criticidade. 
De acordo com Silva (2000), são caracterizados quatro campos 
semânticos no que se refere à formação, são eles:
Andragogia e Educação Profissional
30
Figura 13: Campos semânticos presentes na formação
Educação
Ensino
Instrução
Formação
Campos semânticos 
para a formação
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
O campo da educação indica aumento de nível, que se trata de 
uma definição sem especificação e que indica quando a parte intelectual 
é desenvolvida como também o desenvolvimento moral ou físico.
Para Silva (2000), o campo do ensino é direcionado ao método 
pelo lado operacional, como também na figura institucional no que 
indica a atividade, de maneira que o ensino acontece em um quadro em 
instituição, com a definição clara dos métodos adotados e profissionais 
com boa qualificação. Assim, o ensinar está intrinsecamente ligado ao 
aprendizado, à explicação, à demonstração e ao mostrar. Já o campo 
da instrução está ligado à transmissão dos conteúdos. No intuito de 
desenvolver o intelecto, há um foco na transmissão das informações. 
No campo da formação, o indivíduo é transformado de forma integral, 
em que ocorre designação em mudança do indivíduo qualitativamente, 
em que de maneira simultânea ocorre em dimensões diferentes como 
cognitiva, social e psicológica.
Assim, a formação parte de três orientações que apresentam 
vários sentidos: a transmissão de conhecimentos, a modelagem da 
personalidade e a integração do conhecimento na prática. 
Lógicas para a formação
Para que ocorra a formação, existem três tipos de lógicas que podem 
ser consideradas e que relacionam conhecimento, situação e sujeito. 
Essas lógicas podem estar presentes em diversas situações e em níveis 
Andragogia e Educação Profissional
31
diferentes de ativação, são elas: a lógica epistêmica, a socioprofissional e 
a psicológica.
A lógica baseada na epistemologia está ligada aos métodos e 
aos conteúdos, é retratada com a lógica referente ao conhecimento. 
Significa a formação em algo, por exemplo em pedagogia. Ela apresenta 
a especificação que surge da relação que existe entre os problemas que 
fornecem o sentido para o conhecimento.
A socioeconômica parte do pressuposto que se adapta aos 
contextos relacionados à cultura e aos profissionais. Nessa lógica, ocorrem 
as definições primordiais para a formação de um profissional: baseia-se 
na “formação para” algo, objetivando uma adaptação aproximadamente 
ampla no que se refere à sociedade, direcionada à adaptabilidade ao 
posto que ocupa no trabalho. 
Por fim, vem a psicológica, nessa lógica o indivíduo evolui, 
ocorrendo mudanças no que diz respeito à qualidade. Essa mudança 
ocorre de forma individual e pensa-se na forma psíquica, superação e 
ruptura, e em crise. Nessa lógica, o indivíduo é levado a se questionar, a 
alterar as práticas utilizadas e sua forma de se relacionar com o mundo. 
Podemos observar que a profissão de docência e a identidade 
profissional edificada sempre se movimentam, em que se constrói e se 
transformam, partindo do início da graduação, momento em que ocorrem 
descobertas. Após isso ocorre a potabilidade pela profissão e, por fim, 
chega à realidade das escolas e seu cotidiano de forma prática, em que 
há existência de adaptações e transformações constantemente.
A construção da identidade profissional, partindo-se da profissão 
em seu sentido social, no que indica sua significação, devem ter 
constantes revisões das tradições. Além disso, as práticas consagradas 
de forma cultural são reafirmadas, por isso ocorrem suas permanências 
significativas. Essas práticas mostram resistências a inovações por 
alcançar os níveis máximos de saberes que são considerados válidos e 
necessários para a realidade. 
Andragogia e Educação Profissional
32
Essa construção envolve o confrontamento entre a teoria e a prática 
de novas teorias construídas, de analisar de forma sistemática as práticas 
baseadas nas teorias que já existem. São construídas também a partir de 
cada professor em seu significado, em seu papel de autor, como também 
ator. Partindo-se dos seus valores,é conferida a atividade em docência 
cotidianamente, da forma com que ele se situa no mundo, da história de 
sua vida, dos saberes acumulados por ele, das representações exercidas, 
do papel que o ser professor ocupa em sua vida, de seus anseios, da 
vivência das angústias. Isso pode fazer parte da relação construída com 
outros professores, tanto nas escolas como nos sindicatos e agrupamentos 
paralelos. 
Dessa forma, nota-se que a construção da identidade de um 
docente parte de pontos variados, como as experiências que ele vivenciou 
estudando outras disciplinas, tanto dentro da universidade quanto fora 
dela, como por meio da interação entre espaços, saberes adquiridos no 
decorrer de sua vida e lugares em que ele esteve presente.
Outro ponto vem do estágio curricular supervisionado, o qual surge 
com o intuito de formar o indivíduo, como uma alternativa e um lugar em 
que o estudante de docência poderá realizar a edificação e reflexão ao 
construir e fortalecer a identidade dele como profissional da educação. 
Nessa etapa, a identidade de professor além de gerada, é construída e 
referida, retorna-se para o desenvolvimento a partir da vivência de alguma 
ação, crítica e reflexão, por isso, de forma gradativa e sistemática, deve-se 
planejar para alcançar o objetivo proposto. 
Destaca-se com isso que o estágio supervisionado é de extrema 
importância para se construir e formar fundamentos, como também para 
a criação de bases concretas para exercer a profissão em docência, pois 
esse é o ponto de partida em que o contato inicial com a profissão ocorre 
e assim o sujeito se consolida em sua função de professor.
Desafios da formação de docentes
Mesmo após muitos anos desde que a LDB foi implantada no Brasil, 
ainda apresenta grandes desafios para a superação, um exemplo a ser 
citado são a atuação de professores sem que se tenha a formação que 
Andragogia e Educação Profissional
33
é exigida. Também pode-se observar em diversos quadros educacionais 
professores aptos a dar aulas no Ensino Médio atuando na Educação 
Infantil, enquanto outros atuam no Ensino Fundamental praticando a 
docência nos anos finais, como no Ensino Médio, sem apresentar a 
formação para atuar naquele nível de ensino.
Na atualidade, os professores têm como desafio a apresentação de 
forma renovada, tanto métodos quanto metodologias para ensinar que 
causem provocação e que motivem os alunos a uma aprendizagem eficaz. 
Com isso, torna-se desafiador a educação de crianças, jovens e adultos, 
para que o desenvolvimento, tanto humano quanto cultural, tecnológico 
e científico, seja garantido e que, por conseguinte, não haja concretização 
dessa educação apenas introduzindo métodos novos de ensino.
Essa educação desafiadora necessita do envolvimento de forma 
coletiva, relacionada ao pensamento e à definição da educação e o papel 
que ela exerce no intuito de potencializá-la para que haja enfrentamento 
desses desafios que diariamente surgem. 
A atuação de professores em uma sociedade que constantemente 
está passando por diversas alterações de forma acelerada, apresenta 
proposta para uma reflexão sobre o processo em que o conhecimento do 
professor é construído como uma dimensão considerada básica. Sobre 
essa construção, durante o tempo de graduação se faz necessária a 
observação de vários pontos, como:
 • A consideração de vários aspectos que circundam o papel que a 
universidade exerce.
 • As políticas dirigidas à educação.
 • No ensino superior, precisa-se observar os investimentos 
direcionados para as licenciaturas.
 • Os modelos adotados e os processos da pesquisa que são 
realizadas na universidade, como também fora dela, entre outros 
pontos.
Na atualidade, é perceptível a pouca importância dada à atividade 
de docência, e a pesquisa distanciada mostra de forma clara a falta de 
conhecimento sobre a profissão do docente e seu papel, como também 
Andragogia e Educação Profissional
34
da sua função como professor. Essa falta de compromisso que existe 
em relação à docência pode resultar em reflexos sobre a organização, 
que envolve os planos de aula, como também os planos de curso, 
principalmente para os cursos de licenciatura, que mantêm os conteúdos 
ministrados e seus objetivos bem definidos, e os métodos utilizados 
apresentam-se em desconexão com a realidade escolar. 
A formação em docência vem no decorrer de sua história, 
sendo marcada por mudanças sucessivas e descontinuadas, além de 
falhas constantes em propostas apresentadas relacionadas à político-
pedagogia, principalmente direcionadas aos aspectos teóricos, como 
também metodológicos. Durante muito tempo, o trabalho docente era 
visto com a crença de que a formação do educador era considerada 
apenas para que o conhecimento fosse apenas transmitido, de forma 
lógica e com organização, apresentando o domínio sobre o conteúdo 
repassado, habilidades essas que por meio da prática docente em si elas 
seriam obtidas. 
Na contemporaneidade, tem-se a necessidade de emancipação 
na educação como proposta para um bem público, fazendo-se oposta 
à submissão da educação aos interesses vindos do mercado, assumindo 
dessa forma uma responsabilidade baseada na epistemologia, ocorrendo o 
trabalho da reflexão como também da autorreflexão do tempo decorrente 
para que haja uma formação do docente. Essa formação avança além 
das cansativas discussões didáticas e de técnicas que desconsideram as 
subjetividades existentes no sujeito.
Para que ocorra o desenvolvimento da capacidade de um 
professor, é fundamental a observação de dois momentos, são eles:
 • Um está baseado na formalidade da habilitação, que tem restrição 
no tempo de formação em licenciatura.
 • E o outro refere-se ao processo de formação, que tem por objetivo 
ser permanente, atualizando-se sempre a prática utilizada em aula. 
De acordo com Freire (1967), é necessário que haja na universidade 
uma educação que apresente possibilidades ao homem de discutir 
corajosamente sua problemática e da forma a ser inserido nessa 
problemática, segundo o autor:
Andragogia e Educação Profissional
35
[...] Educação que o colocasse em diálogo constante com o 
outro. Que o predispusesse a constantes revisões. À análise 
crítica de seus “achados”. A uma certa rebeldia, no sentido mais 
humano da expressão. Que o identificasse com métodos e 
processos científicos. (FREIRE, 1967, p. 90)
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Então acesso o 
seguinte artigo: “Análise de um modelo para a formação de 
professores e suas aplicações” (CHAMON & SALES, 2012). 
Disponível em: https://bit.ly/3qa1esp. Acesso em: 01 mar. 
2021.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre a formação de docentes em seu contexto mais 
amplo, de forma geral, o que é necessário no decorrer do 
curso de licenciatura para que o docente tenha em sua 
formação uma carga de conhecimento suficiente e eficaz 
para que ele exerça esse trabalho tão importante em nossa 
sociedade. Pudemos observar também alguns desafios 
enfrentados desde a formação até a prática da docência em 
si, em que enfrentam situações e obstáculos desafiadores 
para essa profissão, tendo a necessidade de sempre estar 
se atualizando e renovando seus métodos de ensinamento.
Andragogia e Educação Profissional
36
Perfil de Alunos e o Pedagógico-Andragógico 
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de 
entender como são apresentados os perfis dos alunos 
inseridos tanto na pedagogia quanto na andragogia. Isso 
será de fundamental importância para o exercício de 
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá. Avante!
Perfil de alunos na pedagogia
Primeiramente, podemos analisar a educação infantil de forma 
histórica, emque é percebido que por muitos séculos ficava sob a 
responsabilidade familiar a educação das crianças, em que a mãe trazia 
para si todo esse desafio pelo fato de ela se dedicar exclusivamente aos 
deveres do lar. 
Já na atualidade, os alunos da Educação Infantil devem ter 
experiências que promovam auxílio para o desenvolvimento de sua 
capacidade de atenção, cognição, raciocínio e memória, que apresentem 
em suas expressões o bem-estar em meio à pluralidade oferecida pelo 
ambiente. Para obter esses resultados, o profissional de pedagogia 
apresenta estratégias, atitudes e favorecimento à melhor aceitação, 
para que a criança se desenvolva no ambiente escolar por meio de seu 
comportamento.
A primeira infância que ocorre entre as idades de 0 a 6 anos é uma 
fase em que as crianças passam a ter percepção do mundo, tendo a 
curiosidade nata despertada e em que aflora o sentimento investigativo, 
sempre fazendo questionamentos e intencionando saber o porquê de 
cada coisa. 
Dessa forma, a própria identidade da criança é construída, tendo 
como base sua forma de explorar o meio em que ela vive, por meio das 
relações que ocorrem de forma interpessoal, também pelos valores a ela 
Andragogia e Educação Profissional
37
ensinados, fazendo com que ela obtenha diversos conhecimentos e, por 
fim, em uma das formas mais eficientes em que as crianças adquirem e se 
relacionam com outras crianças que é pelas brincadeiras.
Figura 14: Aula para a Educação Infantil
Fonte: Pixabay, 2015. Autor: klimkin
É imprescindível destacar que o resultado obtido pelo processo de 
aprendizagem são habilidades estabelecidas que serão fundamentais para 
a criança na vivência de etapas que ainda estão por vir. Existem diferentes 
fases em que a criança irá passar no decorrer de seu desenvolvimento.
Para que as crianças possam adquirir seus conhecimentos nas fases 
iniciais da educação, faz-se necessárias práticas adequadas para alcançar 
os objetivos propostos, CARVALHO et al. (2015, p. 26) destacam que:
[...] é relevante a formação apropriada para profissionais que 
atuam no ensino infantil, dado que é por meio dele que se 
pode proporcionar uma educação de qualidade, por ser a 
base da construção cognitiva e intelectual dos conhecimentos 
da criança. Com isso, o professor não pode acomodar-se e 
após ter concluído seu curso de graduação, formação inicial, 
deve inovar constantemente suas práticas pedagógicas, 
ampliando seus conhecimentos para que os mesmos não 
fiquem ultrapassados. (CARVALHO et al., 2015, p. 26) 
Andragogia e Educação Profissional
38
Para a educação inicial das crianças, destaca-se como forma de 
aprendizado para elas as brincadeiras, é por meio delas que ocorre 
o desenvolvimento da aprendizagem, tornando-se fundamental sua 
utilização na escola, nesse período, onde o educador mostra mais 
criatividade ao ensinar.
Para que essa aprendizagem por meio de brincadeiras ocorra, faz-
se necessária a seleção de atividades com significância, as brincadeiras 
devem apresentar tanto sentido quanto objetivo. Nesse momento 
as crianças conseguem diferenciar as brincadeiras lúdicas, que são 
utilizadas pelos professores na aprendizagem, das brincadeiras que não 
exercem papel educativo. Dessa forma, o planejamento do professor visa 
a apresentação clara aos alunos de que os objetivos das brincadeiras 
estão sendo desenvolvidos na aula. 
A singularidade das crianças, que são as diferenças entre elas devido 
à maneira distinta com que cada uma aprende, deve ser considerada. 
Assim, o currículo deve ser elaborado envolvendo questões como o 
tempo, a rotina, o espaço e os materiais disponíveis.
Todas essas etapas pedagógicas contribuem na qualidade 
da aprendizagem, pois com isso quando a criança se tornar adulta 
trará consigo resultados referentes à formação, tanto social como na 
criticidade, que apresentará capacidade de distinção e participação sobre 
as transformações sociais, a partir de um ensino adequado a ela desde sua 
infância, pois foi introduzida na sociedade por meio de sua transformação 
social e cognitiva, resultado da prática pedagógica utilizada no ensino 
enquanto criança.
No que se refere aos saberes pedagógicos, para Rocha (2001) o 
objeto do campo que envolve a pedagogia apresenta como definição:
[...] A centralidade de uma ciência pedagógica se põe como 
forma de captar o caráter dinâmico das práticas educativas, 
como práticas sociais que são e como possibilidade de dar 
conta de sua dimensão praxiológica [...] o ato pedagógico 
em determinada situação. No caso da educação infantil, este 
objeto define-se pelo contexto das relações educacionais-
pedagógicas e não pela análise de cada um dos fatores 
Andragogia e Educação Profissional
39
determinantes da educação da criança, de forma isolada. 
(ROCHA, 2001, p. 29)
Um exemplo a ser citado refere-se aos processos gerais ligados à 
criança em seu desenvolvimento, que suprem o interesse pela psicologia, 
enquanto a pedagogia se interessa pela educação que a criança tem em 
uma creche no contexto que envolve o seu desenvolvimento, e é a partir 
desse conhecimento obtido pela psicologia que ocorre a intervenção da 
pedagogia (ROCHA, 2001).
Com isso, na atualidade, surgem novos desafios que são mostrados 
por meio das mídias, como os projetos e programas direcionados 
à educação no decorrer da infância na contemporaneidade, o 
direcionamento de olhares sobre o processo que envolve a formação 
das crianças e junto a isso a formação de docentes capazes que é de 
fundamental importância para que elas sejam atendidas.
A Educação Infantil, por fazer parte do sistema educacional, deve 
apresentar padrões que tenham qualidade e a partir daí permear suas 
funções, tendo a bagagem de cultura que a criança traz levada em 
consideração, como também, até que ela consiga sua autonomia, deve-
se considerar seus conhecimentos variados. Já no que se refere às 
avaliações, devem ser feitas por meio dos registros do desenvolvimento 
e acompanhamento, sem colocar a reprovação ou reter a criança com 
objetivo. 
Nesse contexto, as instituições educativas devem estar presentes 
como um ambiente que educa e não apenas resumir-se a um lugar onde 
as crianças ficam apenas para brincar, se alimentar e dormir enquanto 
seus pais estão trabalhando, destacando-se que esse tipo de educação 
direcionada às crianças tem abrangência sobre os cuidados, como 
também sobre a educação delas. 
Não há dúvidas de que a educação infantil é indispensável e 
importantíssima para a construção básica de um ser humano, a partir do 
respeito que deve existir sobre cada aluno e suas especificações, somente 
assim a excelência na educação infantil será alcançada. Outro ponto a ser 
considerado é que o acesso de todas as crianças, sem distinção de classe 
Andragogia e Educação Profissional
40
social, garante esse tipo de educação, refletindo de forma positiva a fase 
adulta das crianças.
Perfil dos alunos que fazem parte da 
andragogia
No Brasil, a alfabetização de jovens e adultos foi criada pelo 
educador Paulo Freire no final da década de 1950, para Freire & Carneiro 
(2015): 
[...] O método freireano estimulava a compreensão do registro 
escrito a partir do conhecimento do aluno e da conscientização 
da população sobre a realidade brasileira de maneira dialógica. 
Considerava que a educação, para ser transformadora e 
emancipadora, necessitava considerar e respeitar as pessoas, 
suas culturas e modo de vida. (FREIRE & CARNEIRO, 2015, p. 4)
Os alunos que fazem parte da educação de jovens e adultos, ou 
EJA, são em grande parte trabalhadores que fazem parte do proletariado, 
as donas de casa, juntamente com os desempregados e idosos que 
não tiveram a oportunidade de estudar anteriormente, como também 
portadores de deficiência. Esses alunos apresentam enraizadas as suas 
diferenças em relação à etnia, às religiões, às suas crenças como também 
às culturais. Elesjá trazem uma carga de conhecimento construída ao 
longo de sua vida.
A educação de jovens e adultos no Brasil abrange uma parcela 
populacional que não teve a oportunidade de acesso ao direito básico, 
garantido pela constituição, que deve frequentar a escola durante o 
tempo previsto pela LDB/1996, que corresponde às idades de 4 a 17 
anos. Segundo o Censo do IBGE 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística), esse público engloba cerca de 70 milhões de pessoas, com 
idade maior que 15 anos, e que não tem o Ensino Fundamental concluído 
(SUDÁRIO & ALVES, 2016).
Parte desses alunos são pessoas que trabalham durante o dia, que 
frequentemente chegam tarde na aula, apresentam aparência de cansaço 
e sono, intencionam muitas vezes a saída antecipada ao horário normal e 
Andragogia e Educação Profissional
41
com alto índice de ausências em aula. Para as suas concepções, esses 
alunos entendem que não têm capacidade para o acompanhamento das 
atividades oferecidas pelo programa de ensino ou que esse programa 
não retrata a realidade no que se refere ao cotidiano em que ele está 
inserido, por isso são muitos os motivos para que ocorra a evasão dessas 
pessoas.
Figura 15: Perfil de estudantes que fazem parte da educação andragógica
Fonte: Pixabay, 2017. Autor: ernestoslva
O retorno desses jovens e adultos para a sala de aula retratam 
que eles buscam por novos conhecimentos, além de ter o intuito de 
adquirir novas habilidades que os proporcionem a interação ativa em 
meio à sociedade em que vivem. Para isso deve ser observado de forma 
minuciosa que esses alunos já trazem uma história formada no decorrer 
de sua vida a partir de suas experiências de vida. 
Uma das marcas que ganham destaque nesse campo são as 
incontáveis experiências já vividas por esses alunos na escola, mesmo 
que por um tempo curto, relatam vivências escolares. De acordo com 
Tamarozzi & Costa (2008), em muitos casos:
[...] eles estudaram quando crianças durante alguns meses 
(ou mesmo alguns anos), e tiveram que abandonar a escola 
por diferentes motivos: porque era longe, porque tinha 
que trabalhar ou porque os pais não deixavam que eles 
estudassem. (TAMAROZZI & COSTA, 2008, p. 22)
Andragogia e Educação Profissional
42
Outro ponto relevante é o desafio que esses alunos apresentam 
de terem que conciliar o estudo e o trabalho, devido à necessidade 
financeira existente em seu meio familiar que exige o suprimento da parte 
dele, mesmo destacando-se que para esse público os estudos fornecem 
expectativas melhores e diferenciadas. 
Outra questão bastante evidente é que a sociedade precisa 
compreender que os alunos que estão inclusos no EJA vivenciam 
diariamente problemas referentes à vergonha, às críticas, ao preconceito, 
em meio a muitas outras questões que pesam em sua iniciativa de seguir 
os estudos, e que essas questões fazem parte tanto de seu cotidiano 
na comunidade quanto em seu meio familiar, fazendo com que esses 
problemas se tornem um peso a mais sobre seu estímulo em evoluir 
academicamente.
De acordo com Santos, Azevedo e Santos (2015), as decisões 
tomadas pelos jovens e adultos em retornar para a escola se dá por 
propiciar uma promoção em seu desenvolvimento não só pessoal como 
educacional, com isso: 
[...] Trata-se de uma decisão que envolve as famílias, os 
patrões, as condições de acesso e as distâncias entre a casa 
e a escola, as possibilidades de custear os estudos e, muitas 
vezes, trata-se de um processo contínuo de idas e vindas, de 
ingressos e desistências. Ir à escola, para um jovem ou adulto, 
é, antes de tudo, um desafio, um projeto de vida. (SANTOS, 
AZEVEDO & SANTOS, 2015, p. 6)
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre este assunto, recomendamos a 
leitura do artigo: “Reflexões sobre a educação de jovens 
e adultos: contradições e possibilidades” (FREIRE & 
CARNEIRO, 2015). Disponível em: https://bit.ly/3uBMDJQ. 
Acesso em (19/02/2020).
O EJA intenciona de forma primordial uma reparação que vem de 
muito tempo causada por uma dívida social. Dessa forma, os indivíduos 
Andragogia e Educação Profissional
43
podem encontrar para suas vidas um tipo de ressignificação, fazendo com 
que eles passem a refletir sobre os conhecimentos já adquiridos, tendo 
a oportunidade de ampliá-los para que suas necessidades pessoais 
possam ser atendidas por meio da educação oferecida pela educação de 
jovens e adultos.
De acordo com Sudário & Alves (2016), pode-se proporcionar uma 
prática de ensino organizada e voltada para suprir os sujeitos em sua 
diversidade a partir do ensino democratizado. Nesse contexto, tanto os 
professores quanto a comunidade escolar tendem a ter compreensão 
e conhecimento das necessidades e dificuldades apresentadas pelos 
alunos.
Essa reflexão a respeito do perfil do aluno EJA poderá proporcionar 
a organização da prática do ensino voltado para a diversidade dos sujeitos 
e a democratização do ensino, onde professores e comunidade escolar 
passarão a conhecer e compreender as dificuldades e necessidades dos 
alunos. Fonte: Editora Realize (SUDÁRIO; ALVES, 2016).
Para os autores, propostas de projetos podem ser mostradas para 
que esses jovens estudantes possam se qualificar.
Figura 16: Projetos de estímulo aos estudantes do EJA 
Projetos que podem 
proporcionar estímulo.
Plantões para 
sanar dúvidas.
Cursos 
profissionalizantes.
Palestras de 
conscientização.
Cursos de 
fundamentação.
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Sudário e Alves (2016).
Nessa perspectiva, com a apresentação desses projetos, a 
participação efetiva desses jovens e adultos na sala de aula pode 
ser estimulado, o que resulta em maior participação nas atividades 
educacionais propostas e reduz a evasão escolar. Por meio de estímulos, 
mesmo diante da complexidade que permeia a vida desses estudantes, 
que muitas vezes optam pela desistência devido ao trabalho, eles terão 
um motivo norteador para a persistência em continuar a estudar e 
aprimorar novos conhecimentos. 
Andragogia e Educação Profissional
44
Sobre os professores envolvidos com a educação de jovens e 
adultos, é claro que eles apresentam um papel de extrema importância 
ao participar desse processo em que as pessoas reingressam nas turmas 
do EJA em busca de melhorar o grau de estudos. O professor deve, como 
objetivo, trabalhar com essas turmas de modo que apresentem a esses 
alunos a capacidade para identificação do potencial de cada um em sua 
individualidade. Esses professores devem ter um perfil que se torne um 
modelo para os alunos seguirem, podendo assim facilitar e garantir o 
sucesso sobre a aprendizagem de cada aluno adulto.
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
a leitura do artigo: “Educação Infantil: Desafios e perspectivas” 
(CARVALHO, ARAÚJO, PINHEIRO; DIAS, 2015). Disponível 
em: https://bit.ly/3sALwIA. Acesso em: 01 mar. 2021.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre o perfil dos alunos e as formas de aprendizagem 
adequadas para eles, tanto no âmbito pedagógico, que 
retrata a educação nos anos iniciais da educação até 
o Ensino Médio; como na andragogia, onde podemos 
observar perfis dos alunos que estão inclusos na educação 
de jovens e adultos, suas características, pretensões e as 
formas como eles podem ser estimulados e, com isso, não 
se evadirem da escola, abonando os estudos.
Andragogia e Educação Profissional
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pedagogia, ou O diálogo como essência da mediação sociopedagógica. 
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Lisiane Lucena Bezerra

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