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Andragogia e Educação Profissional Lisiane Lucena Bezerra Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autor LISIANE LUCENA BEZERRA A AUTORA Lisiane Lucena Bezerra Olá! Meu nome é Lisiane Lucena Bezerra. Sou Licenciada em Ciências Agrarias, mestre em Fitotecnia e doutora em Agronomia/ Fitotecnia, com experiência técnico-profissional na área de licenciatura há mais de nove anos. Passei por empresas como a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Andragogia: Síntese Histórica ...............................................................10 Andragogia: conceituação e origem ................................................................................. 10 Educação profissional .................................................................................................................. 14 Princípios da Andragogia e diferenças pedagógicas ..................19 Necessidade de saber ................................................................................................................. 19 Autoconceito do aprendiz ....................................................................................................... 21 Papel das experiências ...............................................................................................................22 Prontidão para aprender ............................................................................................................23 Orientação para aprender .........................................................................................................24 Motivação ..............................................................................................................................................25 Formação docente: uma análise .......................................................... 27 Formação docente e sua importância .............................................................................27 Lógicas para a formação .......................................................................................................... 30 Desafios da formação de docentes ...................................................................................32 Perfil de Alunos e o Pedagógico-Andragógico ............................. 36 Perfil de alunos na pedagogia .............................................................................................. 36 Perfil dos alunos que fazem parte da andragogia ................................................. 40 7 UNIDADE 01 Andragogia e Educação Profissional 8 INTRODUÇÃO Você sabe o que é andragogia? Então, andragogia é a arte e a ciência de ajudar os adultos a aprenderem, e isso se contrasta com a pedagogia, que é a arte e a ciência de ensinar as crianças. As duas formas são completamente diferentes. Nos últimos anos, as relações entre o mercado de trabalho x educação x escolaridade vem sofrendo alterações e devido a isso o trabalhador precisa ter condições suficientes para desenvolver e se adequar às novas tecnologias, para que possam produzir mais e consequentemente aprimorar as técnicas e obter cada vez mais lucro. Dessa forma, cada vez mais os adultos estão buscando qualificação por meio de suas experiências adquiridas e em busca de soluções e melhorias no que faz. Sendo assim, os professores que ensinam aos adultos devem considerar toda a bagagem de experiências que eles já possuem e conhecer os princípios da andragogia. Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Vamos lá! Andragogia e Educação Profissional 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade I. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Entender os conceitos de andragogia e compreender como surgiu a andragogia por meio da sua síntese histórica; 2. Identificar os princípios da andragogia e as diferenças pedagógicas; 3. Analisar a formação docente diante da andragogia; 4. Descrever o perfil dos alunos e o pedagógico-andrológico. E então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Lembre-se sempre de acreditar na força dos seus sonhos, em todo o poder que existe em você e que você sempre pode ir além. Ao trabalho! Andragogia e Educação Profissional 10 Andragogia: Síntese Histórica INTRODUÇÃO: Ao término do estudo deste capítulo, você será capaz de entender a síntese histórica da andragogia. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão, uma vez que a educação de adultos é de suma importância. Motivado para desenvolver essa competência? Então, vamos lá! Andragogia: conceituação e origem O termo andragogia provém do grego andros = adulto + agogus = guiar, conduzir, educar (FILATRO, 2015). Figura 1: Definição do termo andragogia andros (adulto) “arte e a ciência de ajudar os adultos a aprenderem” agogus (guiar, conduzir e educar) Fonte: Elaborada pela autora, 2021 Inicialmente, Knowles conceitua a andragogia como a “arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender, em contraste com a pedagogia, que é a arte e a ciência de ensinar as crianças”; posteriormente, admitiu que “a andragogia é simplesmente outro modelo de princípios sobre a aprendizagem, que pode ser usado em paralelo com os princípios do modelo pedagógico” (KNOWLES, 1980, p. 43). Andragogia e Educação Profissional 11 Figura 2: Adulta estudando e aprendendo Fonte: Freepik. 2018. Autor: gpoinstudio Para Vogt (2017, p. 40 apud CONNER, 2003): Na maioria dos textos sobre educação, a andragogia é citada como um método de educação para adultos, porém não se restringe apenas a eles, uma vez que seu próprio idealizador entende que quatro dos cinco princípios andrológicos se aplicam igualmente a adultos e crianças, com a diferença que estas, por terem menos experiências e crenças pré- estabelecidas do que aqueles, têm poucos elementos para estabelecerem relações. No sentido de um caminho educacional, a andragogia significa o ensino para adultos que busca entender os alunos como um todo, considerando seu psicológico, biológico e o social, para de tal forma, facilitar para que aconteça a aprendizagem. Andragogia e Educação Profissional 12 EXPLICANDO MELHOR: O adulto, devido a sua maturidade, passa a ser autônomo e comprometido com seu aprendizado, fazendo experiências para usar na vida práticao conhecimento. O adulto estuda porque busca oportunidade para solucionar os problemas da melhor forma, e devido a isso quer ter controle sobre o conteúdo a ser aprendido (RECHLINSKI & SCHWERTNER, 2017). A andragogia é uma ciência que tem como foco o indivíduo adulto e, nesse caso, o professor pré-determina o processo ensino-aprendizagem, e não mais o conduz. O professor passa a ser um agente facilitador, indicando o conteúdo a ser estudado; já a responsabilidade de estudar e como estudar (que seria a metodologia) passa a ser do aprendiz, ou seja, do aluno. IMPORTANTE: No adulto, as experiências e os conhecimentos prévios têm total interferência no processo ensino-aprendizagem. Vale lembrar que essa interferência ocorre de maneira positiva, pois vai facilitar a aprendizagem. Na primeira metade do século IX, foi criado o termo andragogia, mais precisamente em 1833. Esse termo foi utilizado pelo professor alemão chamado Alexander Kapp, para descrever sobre o ensino na educação de adultos. Por quase um século o termo ficou em desuso. Entretanto, só a partir de 1921 outro alemão chamado Eugene Rosenstock passou a utilizar o termo para argumentar sobre a educação do adulto. Após, a expressão passou a ser utilizada por Eduard Lindeman nos Estados Unidos. Em 1960, outros países passaram a referenciar a palavra andragogia no processo de educação de adultos, dentre eles França, Yugoslávia e Holanda. Andragogia e Educação Profissional 13 Embora tenha se passado quase dois séculos desde a origem do termo andragogia no ano de 1833, ele só ganhou popularidade como teoria a partir de 1970, em que Malcolm Knowles foi influenciado pelos pensamentos de Lindeman e publicou, nos Estados Unidos, várias obras sobre a aprendizagem do adulto. Uma das obras foi The Adult Learner – A Neglected Species (1973), em que introduz e define o termo andragogia como sendo a arte e ciência de orientar adultos a aprender. Malcolm Knowles passou a ser considerado por muitos como “pai da andragogia”, pois era uma das principais referências acerca da temática da andragogia e da aprendizagem do adulto (VOGT & ALVES, 2005). IMPORTANTE: Malcolm Shepherd Knowles era um educador americano de adultos, famoso pela adoção da teoria da andragogia - inicialmente um termo cunhado pelo professor alemão Alexander Kapp. Nasceu nos EUA em 24 de agosto de 1913 e faleceu, também nos EUA, em 27 de novembro de 1997. Foi casado com Elisabet Fornell de 1935 a 1997. Para Filatro (2015, p. 35 apud KNOWLES, 1998): O aprendiz adulto se caracteriza fundamentalmente pelo autodirecionamento decorrente de uma maturidade orgânica e psicológica. Ou seja, para ser adulto o indivíduo atingiu um estágio de maturação física (prontidão), que lhe confere a capacidade de reprodução, bem como um estágio de maturação psicológica, que lhe possibilita responsabilidades pela própria vida, no âmbito social, profissional e familiar. O adulto, cada vez mais acumula experiência, sendo esse um fator importante para o desenvolvimento da sua aprendizagem. É por isso que a educação de adultos parte do princípio de valorização da autonomia do aprendiz. Andragogia e Educação Profissional 14 Educação profissional A educação profissional e tecnológica (EPT) é uma modalidade educacional prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) com a finalidade precípua de preparar “para o exercício de profissões”, contribuindo para que o cidadão possa se inserir e atuar no mundo do trabalho e na vida em sociedade (EPT, 2019). Nos últimos anos, as relações entre o mercado de trabalho x educação x escolaridade vêm sofrendo alterações. Devido a isso, o trabalhador precisa ter condições suficientes para desenvolver e se adequar às novas tecnologias, para que possam produzir mais e consequentemente aprimorar as técnicas e obter cada vez mais lucro. Para que isso aconteça, faz-se necessária a introdução de métodos mais racionais de trabalho e de vida em sociedade. E, nesse caso, as empresas, quando realizam a seleção de funcionários, estão exigindo a educação profissional, a qual faz parte das qualificações exigidas pela maioria das empresas. Figura 3: Estudantes adultos Fonte: Freepik, 2020. Autor: pch.vector. Andragogia e Educação Profissional 15 As empresas, por sua vez, procuram por profissionais que acrescentem conhecimentos à equipe de trabalho, para fazer com que a produção aconteça com qualidade, além do uso da tecnologia que estará disponível, o que ajudará na redução dos custos de produção, como também do tempo. Com a competição no mercado de trabalho, cada vez mais busca-se profissionais qualificados e especializados, otimizando assim a produção nas áreas especificas de atuação. Essas exigências e a difusão da educação profissional tem incentivado a população trabalhadora a buscar a qualificação em cursos profissionais. Essa busca acontece porque a sociedade como um todo passou a ver o ensino como necessário para se ter uma produção mais eficiente e que gere lucros. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura do artigo: “Andragogia na educação profissional” (RECHLINSKI & SCHWERTNER, 2017). Disponível em: https://bit.ly/3b61Gno. Acesso em: 01 mar. 2021. Se observarmos as empresas, em sua seleção têm vários fatores que fazem parte dos critérios de seleção, dentre eles o nível de escolaridade, por exemplo, além da formação, seja em cursos técnicos, de graduação ou pós-graduação. Pede-se também a experiência de atuação na área específica da vaga. Isso acontece para selecionar os candidatos que tenham a capacidade de colaborar para o crescimento e desenvolvimento da empresa. Essa seleção, que muitas vezes parece ser tão rigorosa, acontece para buscar profissionais que tenha iniciativas de agir, interagir, sempre buscar novas alternativas, aprender com seus erros, saber lidar com as diversas situações e que sejam comprometidos com seus princípios, buscando sempre o desenvolvimento pessoal e que consequentemente obtenham sucesso profissional. Andragogia e Educação Profissional 16 Necessitamos que nossos trabalhadores procurem de forma mais efetiva sua qualificação a fim de suprir a carência de profissionais capacitados para os mais diversificados campos de atuação. É necessário que se incentive a formação de profissionais técnicos de nível médio para recompor uma lacuna do mercado de trabalho, que dispõe de grande número de profissionais de nível superior e um grupo maior de mão de obra sem escolaridade e qualificação. É justamente em função dessa falta de mão de obra específica que os processos de seleção encontram dificuldades para a escolha de novos funcionários para compor os quadros funcionais. (RECHLINSKI & SCHWERTNER, 2017, p. 4) Os professores, de forma geral, já vivem em constante mudança com relação à tecnologia. Nesse viés, os professores que atuam na área de educação profissional permanecem em constante processo de adequação, pois é preciso acompanhar o progresso da tecnologia que se tem disponível e ainda associar a novas práticas pedagógicas, em que elas devem ser direcionadas para o aluno que busca uma formação específica, um exemplo são os cursos de nível técnico. Figura 4: O professor e a tecnologia Fonte: Freepik, 2020. Autor: pch.vector Andragogia e Educação Profissional 17 A escola é observada por parte dos alunos como uma ponte que os possibilitam avançar em sua vida, é uma oportunidade para que uma melhor vida socioeconômica que causem satisfação seja alcançada, distante do sofrimento causado pelo trabalho pesado que vem unido a um salário baixo. A qualidade de vida melhor é um dos anseios que fazem esses estudantes buscarem aprimorar seu grau de estudo participando do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Sendo assim, os métodos andrológicos podem ser utilizados a fim de estimular o aluno adulto à apropriaçãodo conhecimento, incorporando saberes a sua vida profissional, fazendo com que ele atue de forma satisfatória na sua área de formação. Alteração da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica. Quadro 1: Alteração da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Artigo Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008 Art. 39 A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Art. 41 O conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos. Art. 42 As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. Fonte: Elaborado pela autora, 2021 Andragogia e Educação Profissional 18 ACESSE: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos assistir ao “Marcos históricos da Educação Profissional e Tecnológica” para você saber mais. Disponível em: https://bit.ly/31f8466. Acesso em: 01 mar. 2021. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o que é andragogia e a conceituado como “a arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender”, ou seja, a arte que se trata do ensino para adultos. Isso justamente porque andragogia é diferente da pedagogia, que trata do ensino para crianças, pois essas ainda não têm uma experiência. É de suma importância entender esses conceitos, pois eles impactam na maneira de ensinar esses diferentes alunos e consequentemente no processo de ensino-aprendizagem. A andragogia foi definida por Malcolm Knowles, que é considerado o “pai da andragogia”. A educação profissional é uma modalidade educacional prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que tem por finalidade preparar “para o exercício de profissões”, contribuindo para que o cidadão possa se inserir e atuar no mundo do trabalho e na vida em sociedade. Andragogia e Educação Profissional 19 Princípios da Andragogia e diferenças pedagógicas INTRODUÇÃO: Ao término do estudo deste capítulo, você será capaz de entender os princípios da andragogia e as diferenças pedagógicas. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão, uma vez que a educação de adultos é de suma importância. Determinado para ampliar seu conhecimento em mais uma competência? Então, vamos lá. Para se ter uma ideia do ensino para adultos, existem seis princípios básicos para facilitar o processo de ensino-aprendizagem de adultos, os quais podemos citar: Figura 5: Princípios da andragogia Necessidade de saber Autoconceito do aprendiz Papel das experiências Prontidão para aprender Orientação para aprendizagem Motivação Princípios da Andragogia Fonte: Elaborada pela autora, 2021 Necessidade de saber Esse primeiro princípio, trata-se da necessidade de saber, em que o adulto precisa saber por que deverá aprender algo antes de começar Andragogia e Educação Profissional 20 a aprender de fato. Assim, o adulto avalia quais benefícios vão trazer melhorias para seu desempenho profissional, para então investir seu tempo nos estudos. Figura 6: Indagações feitas pelo adulto no princípio da necessidade de aprender O porquê? Porque vou aprender isso? Para quê? Para que vou aprender isso? Como? Que ganho vou ter nesse processo? Fonte: Elaborada pela autora, 2021 Quanto a isso, podemos comparar muito bem com as crianças. Enquanto as crianças estudam algo, que muitas vezes nem sabe por que estudar determinado assunto, o adulto necessita de uma referência do porquê ele está estudando determinado conteúdo, assim ele vai estudar sabendo a necessidade de determinado conhecimento para a sua vida. Conforme Barros (2018, p. 4), Há, pois, nessa abordagem teórico-pedagógica uma primeira questão relacionada com a forma como é entendida, num e noutro caso, a necessidade de saber ou conhecer, considerando-se que, enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto de que a criança necessita apenas de saber que tem de aprender o que o professor lhe ensina, no modelo andrológico parte-se do pressuposto de que o educando adulto tem necessidade de saber em que medida o conhecimento a adquirir lhe poderá ser útil. Ou seja, num caso o conhecimento é imposto e no outro caso o conhecimento é aceite depois de avaliado numa lógica de caráter instrumental. (BARROS, 2018, p. 4) Os adultos precisam saber por que eles precisam aprender algo antes de aprendê-lo. Andragogia e Educação Profissional 21 Autoconceito do aprendiz Diferentemente do ensino de crianças, o princípio autoconceito do aprendiz aborda que o adulto é responsável por suas próprias decisões e por sua vida, portanto o aprendizado depende dele mesmo. Isso ocorre porque à medida que uma pessoa atinge a maturidade, ela deixa de ser dependente, tornando-se uma pessoa autodirecionada. Nesse caso, o adulto passa a se ver como responsável por suas decisões como também por sua vida. Figura 7: Indicadores do autoconceito do aprendiz Adulto Autônomo Autodirigido Fonte: Elaborada pela autora, 2021 Sendo assim, a autopercepção dos adultos tona-se altamente dependente de um movimento em busca da autodireção. O professor, nesse caso, necessita ter essa ciência de que o ensino do adulto na verdade é responsabilidade que deve ser atribuída ao adulto, até porque o adulto tem aquela vertente: “cê ta falando com quem? Não sou criança!”. Então essa ideia de que o aprendiz é responsável pelo seu próprio conhecimento, deve estar muito claro na mente do professor. Para Barros (2018, p. 4), sobre o autoconceito ou conceito de si, isto é, de quem aprende, ela diz o seguinte: Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto de que a criança tem um papel de dependência em relação ao papel do professor, que decide o que deve ser aprendido, no modelo andrológico parte-se do pressuposto de que o educando adulto é um ser independente, pelo que o trabalho deve ser desenvolvido numa lógica auto diretiva, na qual o educador tem apenas de estimular e alimentar esse movimento de autonomia. Ou seja, num e noutro caso, há um entendimento pré-estabelecido da ideia de autoconceito, que a pedagogia nega à criança e a andragogia impõe ao adulto. (BARROS, 2018, p. 4) Andragogia e Educação Profissional 22 Papel das experiências O adulto já tem um certo nível de experiência de vida e o seu conhecimento e aprendizado são partes das suas experiências vividas. Assim, o adulto passa a ter uma fonte abundante de aprendizagem devido às experiências que foram adquiridas. Figura 8: Indicadores do papel da experiência Recurso Modelos mentais Experiência Fonte: Elaborada pela autora, 2021. As experiências prévias do aprendiz fornecem riqueza de recurso para a aprendizagem. Conforme cita Filatro (2015, p. 18), Por essa razão, a ênfase da educação de adultos deve estar nas técnicas que partem da experiência dos aprendizes para realizar discussões em grupo, exercícios de simulação, atividades de resolução de problemas, estudos de caso e métodos de laboratório, em vez de técnicas meramente transmissivas. (FILATRO, 2015, p. 18) EXEMPLO: Podemos citar sobre uma pessoa que já trabalha há muitos anos em uma determinada empresa, com determinada função, e que resolve entrar em uma universidade,geralmente ela parte do seguinte pressuposto: eu já trabalho nessa área e quero me aperfeiçoar. Dessa forma, as experiências prévias do aprendiz (o aluno) fornecem bastante recurso para a aprendizagem, conforme cita Barros (2018, pp. 4-5) comparando a andragogia com a pedagogia. Considerando-se que enquanto no modelo pedagógico parte- se do pressuposto de que a experiência da criança é de pouca utilidade – o que é valorizado é a experiência do professor, a quem cabe transmitir os seus conhecimentos através de um leque de métodos didáticos –, no modelo andrológico parte- se do pressuposto de que a experiência do educando adulto Andragogia e Educação Profissional 23 pode ser um rico recurso para promover a aprendizagem, através de um conjunto de métodos ativos e experienciais. Ou seja, a experiência, reconhecida apenas ao adulto, funciona como um indicador para os procedimentos de diferenciação didática. (BARROS, 2018, pp. 4-5) Prontidão para aprender O adulto fica disposto a aprender quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionada a situações do seu dia a dia, ou seja, quando o adulto se dedica em aprender o que irá ajudar a resolver seus problemas e também a exercer seus papéis sociais. Dessa forma, ele vai amadurecendo, sua prontidão para aprender vai sendo tornando orientada em busca do desenvolvimento das tarefas. (DESAFIOS DA EDUCAÇÃO, 2015) Figura 9: Indicadores da prontidão para aprender Experiência relacionada à vida Tarefa de desenvolvimento Prontidão para aprender Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Os adultos tipicamente se tornam prontos para aprender quando passam a ter a necessidade de lidar com determinada situação de vida ou realizar uma tarefa. Sendo assim, Barros (2018, p. 5) enfatiza que: Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto de que as crianças estão prontas para aprender aquilo que a sociedade define e que é traduzido em termos de objetivos internos à lógica escolar, no modelo andragógico parte-se do pressuposto de que os educandos adultos aprenderão aquilo que tiverem necessidade de saber. Ou seja, num caso pressupõe-se que há uma disposição indistinta para aprender e noutro caso, que há uma disposição para aprender que está condicionada pelo meio. (BARROS, 2018, p. 5) Andragogia e Educação Profissional 24 EXEMPLO: Podemos citar os alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) em que o aluno se predispõe a aprender, devido à situação que no seu dia a dia faz essa exigência, passando a ser uma real necessidade para estudar. Orientação para aprender O adulto aprende bem mais quando os conceitos apresentados estão contextualizados, que tem alguma utilidade. Para um adulto, uma matéria, um conteúdo só faz mais sentido quando ele encontra alguma utilidade para aquilo. O adulto tem sua perspectiva temporal focalizada na aplicação imediata do conhecimento e, dessa forma, sua orientação para aprender está voltada para situações da vida real e do seu dia a dia. Figura 10: Indicadores da orientação para aprender Centrado no problema Contextual Prontidão para aprender Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Assim, a orientação de aprendizagem de adultos é centrada na vida, e a educação é um processo que desenvolve níveis de competências, as quais possam alcançar seu potencial complexo. Sendo assim, Barros (2018, p. 5) aborda o seguinte sobre o sentido e a orientação dos dados à aprendizagem: Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto de que o sentido das aprendizagens só será compreendido a longo prazo, pelo que predomina uma lógica disciplinar e compartimentada a nível curricular que se centra nos conteúdos, no modelo andrológico parte-se do pressuposto de que o sentido das aprendizagens está no contributo a curto prazo que estas podem dar para a resolução de problemas e tarefas, bem como para o aperfeiçoamento de desempenhos práticos. Ou seja, num caso opera-se uma fragmentação com o contexto e no outro caso há uma instrumentalização em função do contexto. (BARROS, 2018, p. 5) Andragogia e Educação Profissional 25 EXEMPLO: Podemos citar quando os alunos indagam aos professores: “Professor, essa é a teoria. E na prática, como seria?”, para compreender como esse conceito vai ser útil no seu processo de aprendizagem, para fazer com que esse assunto tenha um sentido para ele e facilitar sua aprendizagem. Motivação O ensino de adulto tende a ser diferenciado porque o adulto possui fatores extrínsecos aos quais podemos citar como ser promovido, subir de cargo, ter aumento salarial. Isso desperta o interesse do indivíduo, porém são os fatores intrínsecos os mais importantes, tais como: vontade de conseguir maior satisfação no trabalho, aumentar a autoestima e ter melhor qualidade de vida. Figura 11: Indicadores da motivação para aprender Valor intrínseco Recompensa pessoal Motivação para aprender Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Dessa forma, a motivação para a aprendizagem dos adultos é mais interna do que externa. Esses fatores são bem diferentes das crianças, pois elas possuem mais interesses compreendidos de fatores externos. Barros (2018, p. 5) enfatiza isso muito bem quando diz: Enquanto no modelo pedagógico parte-se do pressuposto de que a motivação das crianças resulta de estímulos externos, no modelo andragógico parte-se do pressuposto de que o principal fator de motivação do educando adulto é de ordem interna. Ou seja, a motivação num caso pode ser condicionada do exterior mais facilmente que no outro, supondo-se a criança como um ser aberto e o adulto como um ser fechado sobre si, a quem cabe automotivar-se para aprender. (BARROS, 2018, p. 5) Andragogia e Educação Profissional 26 Diante dessa fundamentação, podemos considerar que os indivíduos são seres que aprendem e vão amadurecendo, por isso podem alterar sua aprendizagem para aquilo que se tem interesse em aprender. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os princípios da andragogia são fundamentados em seis princípios, sendo eles: A necessidade de saber, em que o adulto precisa saber por que deverá aprender algo antes de começar a aprender de fato. O autoconceito do aprendiz, em que o adulto é responsável por suas próprias decisões e por sua vida, portanto o aprendizado depende dele mesmo. A experiência do aprendiz, em que as experiências prévias do aprendiz fornecem riqueza de recurso para a aprendizagem. A prontidão do aprendiz, em que o adulto fica disposta a aprender quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado a situações do seu dia a dia. A orientação para a aprendizagem, em que o adulto tem sua perspectiva temporal focalizada na aplicação imediata do conhecimento e, dessa forma, sua orientação para aprender está voltada para situações da vida real e do seu dia a dia. Por fim, a motivação, em que a motivação para a aprendizagem dos adultos é mais interna do que externa. Andragogia e Educação Profissional 27 Formação docente: uma análise INTRODUÇÃO: Ao finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de entender como funciona a formação docente. Isso será de extrema importância para o exercício de sua profissão. Motivado para desenvolver esta competência? Então, vamos lá! Formação docente e sua importância Durante a formação de um docente estão envolvidos conhecimentos de campos de saberes diversificados e que apresentam em si uma carga complexa de influências que vem acumulando no decorrer do tempo. Portanto, procura-se em toda formação de docentes, de alguma forma, a implementação de dinâmicas para o preparo, a revitalização de conhecimentos aprofundados que são fundamentais para a realização da prática docente, como também a discussãopara intervir no sistema de educação de forma inovadora. Esses objetivos apesar de não serem excludentes, são de difícil conciliação, pois, devido aos interesses diversificados, os agentes e objetivos são inclusos nesse processo. A formação da docência tem por finalidade introduzir o aluno na prática pedagógica, que se refere ao seu cotidiano, com a necessidade de apresentar sua relação com a contextualidade, significando dizer que, ao considerar a realidade que existe tanto de forma local quanto global, assim como as particularidades e generalidades, resulta na produção de ação em que percebe-se que houve reflexão e transformação, assim, os sujeitos envolvidos ao realizar essas ações são transformados devido às consequências promovidas por elas. Para que os estudantes dos cursos referentes às práticas educativas sejam inseridos satisfatoriamente, é preciso levar em consideração o que se refere à singularidade e às formas específicas contidas nos processos formativos. Andragogia e Educação Profissional 28 Além disso, precisa-se de outros tipos de mecanismo que proporcionem mediação, no que se refere ao processo de formação, com o objetivo de que a parte juntamente com o todo apresente interação. Com isso, há possibilidade de se conseguir uma formação que não haja esgotamento, e sim para que mostre àqueles que vãos se tornar professores um ponto de partida. Para Lemos (2008), a práxis pedagógica origina comprometimento no que se refere ao político-pedagógico, com embasamento na formação teórico-prática que apresente solidez além da demonstração de um currículo escolar, que tenha contemplação direcionada à unidade, à diversidade, à pluralidade, à compreensão da faixa etária, à coerência, ao provisório, à participação, à criticidade, à cientificidade, à dialogicidade e dialeticidade, à organização, à articulação e à significação. Figura 12: Contemplações necessárias a um currículo escolar Contemplação direcionada unidade Diversidade e pluralidade Compreensão da faixa etária Coerência e participação Criticidade e cientificidade Dialogicidade e dialeticidade Currículo escolar Organização, articulação e significação Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Andragogia e Educação Profissional 29 A teoria, juntamente com a prática, mostra-se como elementos de extrema importância, além de indissociáveis durante o processo na formação de docentes, é vivenciado dentro da escola pelos estudantes de licenciatura, significando dizer que, de acordo com a realidade educativa, esse momento representa a prática em que o conhecimento teórico será transposto em sala de aula. Assim, a atuação da teoria e da prática promove possibilidades em que os conceitos serão construídos, indo além de apenas informações e dados, elas tendem a ter sua elaboração partindo do estabelecimento de conexões e relações na interatividade existente entre as experiências práticas, transposição de conhecimentos científicos, além da construção do conhecimento resultante, tanto da vivência com os alunos como das vivências do cotidiano. Com isso, fica clara a grande importância da conexão existente entre a teoria, que disponibiliza por meio do conhecimento de forma acadêmica uma visão com foco na epistemologia que não se encontra na escola, e a prática, que tem seu estabelecimento devido à influência da realidade encontrada na escola em seu cotidiano. Dessa forma, percebe-se que ocorre uma interligação entre ambas durante o tempo da licenciatura e que tem como resultado um profissional formado que apresenta mais preparo para exercer a docência, com maior capacidade para transpor seus conhecimentos, como também para interligar as realidades escolar e acadêmica, obtendo como resposta alunos que pensam, ou seja, que apresentam elevado grau de criticidade. De acordo com Silva (2000), são caracterizados quatro campos semânticos no que se refere à formação, são eles: Andragogia e Educação Profissional 30 Figura 13: Campos semânticos presentes na formação Educação Ensino Instrução Formação Campos semânticos para a formação Fonte: Elaborada pela autora, 2021. O campo da educação indica aumento de nível, que se trata de uma definição sem especificação e que indica quando a parte intelectual é desenvolvida como também o desenvolvimento moral ou físico. Para Silva (2000), o campo do ensino é direcionado ao método pelo lado operacional, como também na figura institucional no que indica a atividade, de maneira que o ensino acontece em um quadro em instituição, com a definição clara dos métodos adotados e profissionais com boa qualificação. Assim, o ensinar está intrinsecamente ligado ao aprendizado, à explicação, à demonstração e ao mostrar. Já o campo da instrução está ligado à transmissão dos conteúdos. No intuito de desenvolver o intelecto, há um foco na transmissão das informações. No campo da formação, o indivíduo é transformado de forma integral, em que ocorre designação em mudança do indivíduo qualitativamente, em que de maneira simultânea ocorre em dimensões diferentes como cognitiva, social e psicológica. Assim, a formação parte de três orientações que apresentam vários sentidos: a transmissão de conhecimentos, a modelagem da personalidade e a integração do conhecimento na prática. Lógicas para a formação Para que ocorra a formação, existem três tipos de lógicas que podem ser consideradas e que relacionam conhecimento, situação e sujeito. Essas lógicas podem estar presentes em diversas situações e em níveis Andragogia e Educação Profissional 31 diferentes de ativação, são elas: a lógica epistêmica, a socioprofissional e a psicológica. A lógica baseada na epistemologia está ligada aos métodos e aos conteúdos, é retratada com a lógica referente ao conhecimento. Significa a formação em algo, por exemplo em pedagogia. Ela apresenta a especificação que surge da relação que existe entre os problemas que fornecem o sentido para o conhecimento. A socioeconômica parte do pressuposto que se adapta aos contextos relacionados à cultura e aos profissionais. Nessa lógica, ocorrem as definições primordiais para a formação de um profissional: baseia-se na “formação para” algo, objetivando uma adaptação aproximadamente ampla no que se refere à sociedade, direcionada à adaptabilidade ao posto que ocupa no trabalho. Por fim, vem a psicológica, nessa lógica o indivíduo evolui, ocorrendo mudanças no que diz respeito à qualidade. Essa mudança ocorre de forma individual e pensa-se na forma psíquica, superação e ruptura, e em crise. Nessa lógica, o indivíduo é levado a se questionar, a alterar as práticas utilizadas e sua forma de se relacionar com o mundo. Podemos observar que a profissão de docência e a identidade profissional edificada sempre se movimentam, em que se constrói e se transformam, partindo do início da graduação, momento em que ocorrem descobertas. Após isso ocorre a potabilidade pela profissão e, por fim, chega à realidade das escolas e seu cotidiano de forma prática, em que há existência de adaptações e transformações constantemente. A construção da identidade profissional, partindo-se da profissão em seu sentido social, no que indica sua significação, devem ter constantes revisões das tradições. Além disso, as práticas consagradas de forma cultural são reafirmadas, por isso ocorrem suas permanências significativas. Essas práticas mostram resistências a inovações por alcançar os níveis máximos de saberes que são considerados válidos e necessários para a realidade. Andragogia e Educação Profissional 32 Essa construção envolve o confrontamento entre a teoria e a prática de novas teorias construídas, de analisar de forma sistemática as práticas baseadas nas teorias que já existem. São construídas também a partir de cada professor em seu significado, em seu papel de autor, como também ator. Partindo-se dos seus valores,é conferida a atividade em docência cotidianamente, da forma com que ele se situa no mundo, da história de sua vida, dos saberes acumulados por ele, das representações exercidas, do papel que o ser professor ocupa em sua vida, de seus anseios, da vivência das angústias. Isso pode fazer parte da relação construída com outros professores, tanto nas escolas como nos sindicatos e agrupamentos paralelos. Dessa forma, nota-se que a construção da identidade de um docente parte de pontos variados, como as experiências que ele vivenciou estudando outras disciplinas, tanto dentro da universidade quanto fora dela, como por meio da interação entre espaços, saberes adquiridos no decorrer de sua vida e lugares em que ele esteve presente. Outro ponto vem do estágio curricular supervisionado, o qual surge com o intuito de formar o indivíduo, como uma alternativa e um lugar em que o estudante de docência poderá realizar a edificação e reflexão ao construir e fortalecer a identidade dele como profissional da educação. Nessa etapa, a identidade de professor além de gerada, é construída e referida, retorna-se para o desenvolvimento a partir da vivência de alguma ação, crítica e reflexão, por isso, de forma gradativa e sistemática, deve-se planejar para alcançar o objetivo proposto. Destaca-se com isso que o estágio supervisionado é de extrema importância para se construir e formar fundamentos, como também para a criação de bases concretas para exercer a profissão em docência, pois esse é o ponto de partida em que o contato inicial com a profissão ocorre e assim o sujeito se consolida em sua função de professor. Desafios da formação de docentes Mesmo após muitos anos desde que a LDB foi implantada no Brasil, ainda apresenta grandes desafios para a superação, um exemplo a ser citado são a atuação de professores sem que se tenha a formação que Andragogia e Educação Profissional 33 é exigida. Também pode-se observar em diversos quadros educacionais professores aptos a dar aulas no Ensino Médio atuando na Educação Infantil, enquanto outros atuam no Ensino Fundamental praticando a docência nos anos finais, como no Ensino Médio, sem apresentar a formação para atuar naquele nível de ensino. Na atualidade, os professores têm como desafio a apresentação de forma renovada, tanto métodos quanto metodologias para ensinar que causem provocação e que motivem os alunos a uma aprendizagem eficaz. Com isso, torna-se desafiador a educação de crianças, jovens e adultos, para que o desenvolvimento, tanto humano quanto cultural, tecnológico e científico, seja garantido e que, por conseguinte, não haja concretização dessa educação apenas introduzindo métodos novos de ensino. Essa educação desafiadora necessita do envolvimento de forma coletiva, relacionada ao pensamento e à definição da educação e o papel que ela exerce no intuito de potencializá-la para que haja enfrentamento desses desafios que diariamente surgem. A atuação de professores em uma sociedade que constantemente está passando por diversas alterações de forma acelerada, apresenta proposta para uma reflexão sobre o processo em que o conhecimento do professor é construído como uma dimensão considerada básica. Sobre essa construção, durante o tempo de graduação se faz necessária a observação de vários pontos, como: • A consideração de vários aspectos que circundam o papel que a universidade exerce. • As políticas dirigidas à educação. • No ensino superior, precisa-se observar os investimentos direcionados para as licenciaturas. • Os modelos adotados e os processos da pesquisa que são realizadas na universidade, como também fora dela, entre outros pontos. Na atualidade, é perceptível a pouca importância dada à atividade de docência, e a pesquisa distanciada mostra de forma clara a falta de conhecimento sobre a profissão do docente e seu papel, como também Andragogia e Educação Profissional 34 da sua função como professor. Essa falta de compromisso que existe em relação à docência pode resultar em reflexos sobre a organização, que envolve os planos de aula, como também os planos de curso, principalmente para os cursos de licenciatura, que mantêm os conteúdos ministrados e seus objetivos bem definidos, e os métodos utilizados apresentam-se em desconexão com a realidade escolar. A formação em docência vem no decorrer de sua história, sendo marcada por mudanças sucessivas e descontinuadas, além de falhas constantes em propostas apresentadas relacionadas à político- pedagogia, principalmente direcionadas aos aspectos teóricos, como também metodológicos. Durante muito tempo, o trabalho docente era visto com a crença de que a formação do educador era considerada apenas para que o conhecimento fosse apenas transmitido, de forma lógica e com organização, apresentando o domínio sobre o conteúdo repassado, habilidades essas que por meio da prática docente em si elas seriam obtidas. Na contemporaneidade, tem-se a necessidade de emancipação na educação como proposta para um bem público, fazendo-se oposta à submissão da educação aos interesses vindos do mercado, assumindo dessa forma uma responsabilidade baseada na epistemologia, ocorrendo o trabalho da reflexão como também da autorreflexão do tempo decorrente para que haja uma formação do docente. Essa formação avança além das cansativas discussões didáticas e de técnicas que desconsideram as subjetividades existentes no sujeito. Para que ocorra o desenvolvimento da capacidade de um professor, é fundamental a observação de dois momentos, são eles: • Um está baseado na formalidade da habilitação, que tem restrição no tempo de formação em licenciatura. • E o outro refere-se ao processo de formação, que tem por objetivo ser permanente, atualizando-se sempre a prática utilizada em aula. De acordo com Freire (1967), é necessário que haja na universidade uma educação que apresente possibilidades ao homem de discutir corajosamente sua problemática e da forma a ser inserido nessa problemática, segundo o autor: Andragogia e Educação Profissional 35 [...] Educação que o colocasse em diálogo constante com o outro. Que o predispusesse a constantes revisões. À análise crítica de seus “achados”. A uma certa rebeldia, no sentido mais humano da expressão. Que o identificasse com métodos e processos científicos. (FREIRE, 1967, p. 90) SAIBA MAIS: Você quer se aprofundar mais nesse tema? Então acesso o seguinte artigo: “Análise de um modelo para a formação de professores e suas aplicações” (CHAMON & SALES, 2012). Disponível em: https://bit.ly/3qa1esp. Acesso em: 01 mar. 2021. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre a formação de docentes em seu contexto mais amplo, de forma geral, o que é necessário no decorrer do curso de licenciatura para que o docente tenha em sua formação uma carga de conhecimento suficiente e eficaz para que ele exerça esse trabalho tão importante em nossa sociedade. Pudemos observar também alguns desafios enfrentados desde a formação até a prática da docência em si, em que enfrentam situações e obstáculos desafiadores para essa profissão, tendo a necessidade de sempre estar se atualizando e renovando seus métodos de ensinamento. Andragogia e Educação Profissional 36 Perfil de Alunos e o Pedagógico-Andragógico INTRODUÇÃO: Ao finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de entender como são apresentados os perfis dos alunos inseridos tanto na pedagogia quanto na andragogia. Isso será de fundamental importância para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Perfil de alunos na pedagogia Primeiramente, podemos analisar a educação infantil de forma histórica, emque é percebido que por muitos séculos ficava sob a responsabilidade familiar a educação das crianças, em que a mãe trazia para si todo esse desafio pelo fato de ela se dedicar exclusivamente aos deveres do lar. Já na atualidade, os alunos da Educação Infantil devem ter experiências que promovam auxílio para o desenvolvimento de sua capacidade de atenção, cognição, raciocínio e memória, que apresentem em suas expressões o bem-estar em meio à pluralidade oferecida pelo ambiente. Para obter esses resultados, o profissional de pedagogia apresenta estratégias, atitudes e favorecimento à melhor aceitação, para que a criança se desenvolva no ambiente escolar por meio de seu comportamento. A primeira infância que ocorre entre as idades de 0 a 6 anos é uma fase em que as crianças passam a ter percepção do mundo, tendo a curiosidade nata despertada e em que aflora o sentimento investigativo, sempre fazendo questionamentos e intencionando saber o porquê de cada coisa. Dessa forma, a própria identidade da criança é construída, tendo como base sua forma de explorar o meio em que ela vive, por meio das relações que ocorrem de forma interpessoal, também pelos valores a ela Andragogia e Educação Profissional 37 ensinados, fazendo com que ela obtenha diversos conhecimentos e, por fim, em uma das formas mais eficientes em que as crianças adquirem e se relacionam com outras crianças que é pelas brincadeiras. Figura 14: Aula para a Educação Infantil Fonte: Pixabay, 2015. Autor: klimkin É imprescindível destacar que o resultado obtido pelo processo de aprendizagem são habilidades estabelecidas que serão fundamentais para a criança na vivência de etapas que ainda estão por vir. Existem diferentes fases em que a criança irá passar no decorrer de seu desenvolvimento. Para que as crianças possam adquirir seus conhecimentos nas fases iniciais da educação, faz-se necessárias práticas adequadas para alcançar os objetivos propostos, CARVALHO et al. (2015, p. 26) destacam que: [...] é relevante a formação apropriada para profissionais que atuam no ensino infantil, dado que é por meio dele que se pode proporcionar uma educação de qualidade, por ser a base da construção cognitiva e intelectual dos conhecimentos da criança. Com isso, o professor não pode acomodar-se e após ter concluído seu curso de graduação, formação inicial, deve inovar constantemente suas práticas pedagógicas, ampliando seus conhecimentos para que os mesmos não fiquem ultrapassados. (CARVALHO et al., 2015, p. 26) Andragogia e Educação Profissional 38 Para a educação inicial das crianças, destaca-se como forma de aprendizado para elas as brincadeiras, é por meio delas que ocorre o desenvolvimento da aprendizagem, tornando-se fundamental sua utilização na escola, nesse período, onde o educador mostra mais criatividade ao ensinar. Para que essa aprendizagem por meio de brincadeiras ocorra, faz- se necessária a seleção de atividades com significância, as brincadeiras devem apresentar tanto sentido quanto objetivo. Nesse momento as crianças conseguem diferenciar as brincadeiras lúdicas, que são utilizadas pelos professores na aprendizagem, das brincadeiras que não exercem papel educativo. Dessa forma, o planejamento do professor visa a apresentação clara aos alunos de que os objetivos das brincadeiras estão sendo desenvolvidos na aula. A singularidade das crianças, que são as diferenças entre elas devido à maneira distinta com que cada uma aprende, deve ser considerada. Assim, o currículo deve ser elaborado envolvendo questões como o tempo, a rotina, o espaço e os materiais disponíveis. Todas essas etapas pedagógicas contribuem na qualidade da aprendizagem, pois com isso quando a criança se tornar adulta trará consigo resultados referentes à formação, tanto social como na criticidade, que apresentará capacidade de distinção e participação sobre as transformações sociais, a partir de um ensino adequado a ela desde sua infância, pois foi introduzida na sociedade por meio de sua transformação social e cognitiva, resultado da prática pedagógica utilizada no ensino enquanto criança. No que se refere aos saberes pedagógicos, para Rocha (2001) o objeto do campo que envolve a pedagogia apresenta como definição: [...] A centralidade de uma ciência pedagógica se põe como forma de captar o caráter dinâmico das práticas educativas, como práticas sociais que são e como possibilidade de dar conta de sua dimensão praxiológica [...] o ato pedagógico em determinada situação. No caso da educação infantil, este objeto define-se pelo contexto das relações educacionais- pedagógicas e não pela análise de cada um dos fatores Andragogia e Educação Profissional 39 determinantes da educação da criança, de forma isolada. (ROCHA, 2001, p. 29) Um exemplo a ser citado refere-se aos processos gerais ligados à criança em seu desenvolvimento, que suprem o interesse pela psicologia, enquanto a pedagogia se interessa pela educação que a criança tem em uma creche no contexto que envolve o seu desenvolvimento, e é a partir desse conhecimento obtido pela psicologia que ocorre a intervenção da pedagogia (ROCHA, 2001). Com isso, na atualidade, surgem novos desafios que são mostrados por meio das mídias, como os projetos e programas direcionados à educação no decorrer da infância na contemporaneidade, o direcionamento de olhares sobre o processo que envolve a formação das crianças e junto a isso a formação de docentes capazes que é de fundamental importância para que elas sejam atendidas. A Educação Infantil, por fazer parte do sistema educacional, deve apresentar padrões que tenham qualidade e a partir daí permear suas funções, tendo a bagagem de cultura que a criança traz levada em consideração, como também, até que ela consiga sua autonomia, deve- se considerar seus conhecimentos variados. Já no que se refere às avaliações, devem ser feitas por meio dos registros do desenvolvimento e acompanhamento, sem colocar a reprovação ou reter a criança com objetivo. Nesse contexto, as instituições educativas devem estar presentes como um ambiente que educa e não apenas resumir-se a um lugar onde as crianças ficam apenas para brincar, se alimentar e dormir enquanto seus pais estão trabalhando, destacando-se que esse tipo de educação direcionada às crianças tem abrangência sobre os cuidados, como também sobre a educação delas. Não há dúvidas de que a educação infantil é indispensável e importantíssima para a construção básica de um ser humano, a partir do respeito que deve existir sobre cada aluno e suas especificações, somente assim a excelência na educação infantil será alcançada. Outro ponto a ser considerado é que o acesso de todas as crianças, sem distinção de classe Andragogia e Educação Profissional 40 social, garante esse tipo de educação, refletindo de forma positiva a fase adulta das crianças. Perfil dos alunos que fazem parte da andragogia No Brasil, a alfabetização de jovens e adultos foi criada pelo educador Paulo Freire no final da década de 1950, para Freire & Carneiro (2015): [...] O método freireano estimulava a compreensão do registro escrito a partir do conhecimento do aluno e da conscientização da população sobre a realidade brasileira de maneira dialógica. Considerava que a educação, para ser transformadora e emancipadora, necessitava considerar e respeitar as pessoas, suas culturas e modo de vida. (FREIRE & CARNEIRO, 2015, p. 4) Os alunos que fazem parte da educação de jovens e adultos, ou EJA, são em grande parte trabalhadores que fazem parte do proletariado, as donas de casa, juntamente com os desempregados e idosos que não tiveram a oportunidade de estudar anteriormente, como também portadores de deficiência. Esses alunos apresentam enraizadas as suas diferenças em relação à etnia, às religiões, às suas crenças como também às culturais. Elesjá trazem uma carga de conhecimento construída ao longo de sua vida. A educação de jovens e adultos no Brasil abrange uma parcela populacional que não teve a oportunidade de acesso ao direito básico, garantido pela constituição, que deve frequentar a escola durante o tempo previsto pela LDB/1996, que corresponde às idades de 4 a 17 anos. Segundo o Censo do IBGE 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esse público engloba cerca de 70 milhões de pessoas, com idade maior que 15 anos, e que não tem o Ensino Fundamental concluído (SUDÁRIO & ALVES, 2016). Parte desses alunos são pessoas que trabalham durante o dia, que frequentemente chegam tarde na aula, apresentam aparência de cansaço e sono, intencionam muitas vezes a saída antecipada ao horário normal e Andragogia e Educação Profissional 41 com alto índice de ausências em aula. Para as suas concepções, esses alunos entendem que não têm capacidade para o acompanhamento das atividades oferecidas pelo programa de ensino ou que esse programa não retrata a realidade no que se refere ao cotidiano em que ele está inserido, por isso são muitos os motivos para que ocorra a evasão dessas pessoas. Figura 15: Perfil de estudantes que fazem parte da educação andragógica Fonte: Pixabay, 2017. Autor: ernestoslva O retorno desses jovens e adultos para a sala de aula retratam que eles buscam por novos conhecimentos, além de ter o intuito de adquirir novas habilidades que os proporcionem a interação ativa em meio à sociedade em que vivem. Para isso deve ser observado de forma minuciosa que esses alunos já trazem uma história formada no decorrer de sua vida a partir de suas experiências de vida. Uma das marcas que ganham destaque nesse campo são as incontáveis experiências já vividas por esses alunos na escola, mesmo que por um tempo curto, relatam vivências escolares. De acordo com Tamarozzi & Costa (2008), em muitos casos: [...] eles estudaram quando crianças durante alguns meses (ou mesmo alguns anos), e tiveram que abandonar a escola por diferentes motivos: porque era longe, porque tinha que trabalhar ou porque os pais não deixavam que eles estudassem. (TAMAROZZI & COSTA, 2008, p. 22) Andragogia e Educação Profissional 42 Outro ponto relevante é o desafio que esses alunos apresentam de terem que conciliar o estudo e o trabalho, devido à necessidade financeira existente em seu meio familiar que exige o suprimento da parte dele, mesmo destacando-se que para esse público os estudos fornecem expectativas melhores e diferenciadas. Outra questão bastante evidente é que a sociedade precisa compreender que os alunos que estão inclusos no EJA vivenciam diariamente problemas referentes à vergonha, às críticas, ao preconceito, em meio a muitas outras questões que pesam em sua iniciativa de seguir os estudos, e que essas questões fazem parte tanto de seu cotidiano na comunidade quanto em seu meio familiar, fazendo com que esses problemas se tornem um peso a mais sobre seu estímulo em evoluir academicamente. De acordo com Santos, Azevedo e Santos (2015), as decisões tomadas pelos jovens e adultos em retornar para a escola se dá por propiciar uma promoção em seu desenvolvimento não só pessoal como educacional, com isso: [...] Trata-se de uma decisão que envolve as famílias, os patrões, as condições de acesso e as distâncias entre a casa e a escola, as possibilidades de custear os estudos e, muitas vezes, trata-se de um processo contínuo de idas e vindas, de ingressos e desistências. Ir à escola, para um jovem ou adulto, é, antes de tudo, um desafio, um projeto de vida. (SANTOS, AZEVEDO & SANTOS, 2015, p. 6) SAIBA MAIS: Para saber mais sobre este assunto, recomendamos a leitura do artigo: “Reflexões sobre a educação de jovens e adultos: contradições e possibilidades” (FREIRE & CARNEIRO, 2015). Disponível em: https://bit.ly/3uBMDJQ. Acesso em (19/02/2020). O EJA intenciona de forma primordial uma reparação que vem de muito tempo causada por uma dívida social. Dessa forma, os indivíduos Andragogia e Educação Profissional 43 podem encontrar para suas vidas um tipo de ressignificação, fazendo com que eles passem a refletir sobre os conhecimentos já adquiridos, tendo a oportunidade de ampliá-los para que suas necessidades pessoais possam ser atendidas por meio da educação oferecida pela educação de jovens e adultos. De acordo com Sudário & Alves (2016), pode-se proporcionar uma prática de ensino organizada e voltada para suprir os sujeitos em sua diversidade a partir do ensino democratizado. Nesse contexto, tanto os professores quanto a comunidade escolar tendem a ter compreensão e conhecimento das necessidades e dificuldades apresentadas pelos alunos. Essa reflexão a respeito do perfil do aluno EJA poderá proporcionar a organização da prática do ensino voltado para a diversidade dos sujeitos e a democratização do ensino, onde professores e comunidade escolar passarão a conhecer e compreender as dificuldades e necessidades dos alunos. Fonte: Editora Realize (SUDÁRIO; ALVES, 2016). Para os autores, propostas de projetos podem ser mostradas para que esses jovens estudantes possam se qualificar. Figura 16: Projetos de estímulo aos estudantes do EJA Projetos que podem proporcionar estímulo. Plantões para sanar dúvidas. Cursos profissionalizantes. Palestras de conscientização. Cursos de fundamentação. Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Sudário e Alves (2016). Nessa perspectiva, com a apresentação desses projetos, a participação efetiva desses jovens e adultos na sala de aula pode ser estimulado, o que resulta em maior participação nas atividades educacionais propostas e reduz a evasão escolar. Por meio de estímulos, mesmo diante da complexidade que permeia a vida desses estudantes, que muitas vezes optam pela desistência devido ao trabalho, eles terão um motivo norteador para a persistência em continuar a estudar e aprimorar novos conhecimentos. Andragogia e Educação Profissional 44 Sobre os professores envolvidos com a educação de jovens e adultos, é claro que eles apresentam um papel de extrema importância ao participar desse processo em que as pessoas reingressam nas turmas do EJA em busca de melhorar o grau de estudos. O professor deve, como objetivo, trabalhar com essas turmas de modo que apresentem a esses alunos a capacidade para identificação do potencial de cada um em sua individualidade. Esses professores devem ter um perfil que se torne um modelo para os alunos seguirem, podendo assim facilitar e garantir o sucesso sobre a aprendizagem de cada aluno adulto. SAIBA MAIS: Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos a leitura do artigo: “Educação Infantil: Desafios e perspectivas” (CARVALHO, ARAÚJO, PINHEIRO; DIAS, 2015). Disponível em: https://bit.ly/3sALwIA. Acesso em: 01 mar. 2021. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre o perfil dos alunos e as formas de aprendizagem adequadas para eles, tanto no âmbito pedagógico, que retrata a educação nos anos iniciais da educação até o Ensino Médio; como na andragogia, onde podemos observar perfis dos alunos que estão inclusos na educação de jovens e adultos, suas características, pretensões e as formas como eles podem ser estimulados e, com isso, não se evadirem da escola, abonando os estudos. Andragogia e Educação Profissional 45 REFERÊNCIAS BARROS, R. Revisitando Knowles e Freire: Andragogia versus pedagogia, ou O diálogo como essência da mediação sociopedagógica. Educação e Pesquisa, 44. 2018.Disponível em: https://bit.ly/3eafhfB. Acesso em: 01 mar. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Disponível em: https://bit.ly/3bQanBt. Acessoem: 01 mar. 2021. CARVALHO, D. 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