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ps ico .ge o A Psicanális�, � Gestal� � � Psicologi� Humanist� FREUD: FUNDAÇÃO DA PSICANÁLISE E NASCIMENTO DA PSICOLOGIA CLÍNICA A fundação da Psicanálise está intrinsecamente ligada à busca pela origem da histeria, ou seja: pessoas acometidas por problemas nos nervos, que a medicina convencional não conseguia resolver. Inicialmente, acreditava-se que poderia encontrar uma parte no cérebro responsável pelos sintomas histéricos. Sigmund Freud, o criador da Psicanálise, de inconsciente. Entretanto, antes de chegar a Freud, precisamos entender Jean-Martin Charcot, o Hospital de Salpêtrière, o método indutivo e o longo caminho percorrido pela Psicanálise, até sua formação como conhecemos atualmente. CHARCOT, LA SALPÊTRIÈRE E A HIPNOSE La Salpêtrière foi um hospital projetado em Paris, França, para alojar marginais, pobres, pessoas em situação de rua e qualquer um que pudesse atrapalhar a ordem da alta sociedade parisiense. Entretanto, pouco a pouco foi se tornando também o lar de qualquer um que padecesse de alguma doença mental, sendo aproximadamente três mil acometidos por esses transtornos e cinco mil o número total de internos. Construído no século XVII, atualmente é centro hospitalar universitário, que engloba a maioria das especialidades médicas. AFINAL, O QUE É A HISTERIA? Inicialmente, acreditava-se que a histeria era uma condição exclusiva de mulheres, Entretanto, ao descobrir-se que a histeria vinha do cérebro e não do útero feminino, uma nova gama de contribuições médicas pôde ser dada ao tratamento dessa tão controversa doença dos nervos. Para os conceitos da época, o termo englobava uma série de doenças e transtornos, tais como: epilepsia, paralisia de membros, fobias, distúrbios de linguagem, amnésia e afins. Basicamente, tudo que fugisse à saúde normal do ser humano e que não tivesse explicação médica/fisiológica acabava entrando no espectro da histeria. Principalmente, se a pessoa fosse uma mulher, claro. Isso causava uma grande indagação sobre qual a etiologia de tais doenças, pois não se encontravam em lugar corpóreo nenhum. Após estudar inúmeros casos de histeria, Charcot concluiu que a histeria era proveniente de um trauma. Não necessariamente lembrado em detalhes pela pessoa, pois poderia ter passado por um extenso período de latência, às vezes, remontando à infância. O médico passou a usar o recurso da hipnose, para tentar fazer com que, nesse estado indutivo, a pessoa lembrasse o que a teria afligido a ponto de ocasionar um sintoma em seu corpo. Podemos dizer que o diferencial de Jean-Martin Charcot foi olhar humanamente para seus pacientes, em vez de só observar ps ico .ge o fisiologicamente e ignorar o sofrimento de todos aqueles internados de Salpêtrière. SIGMUND FREUD Médico formado na Universidade de Viena em 1881, especializou-se em Psiquiatria e conseguiu uma bolsa de estudos em Paris, onde trabalhou e aprendeu com Charcot. Grande parte do advento da Psicanálise é devida à trajetória pessoal de Freud. Sua história de vida está indubitavelmente mesclada com os conceitos psicanalíticos. Se não fossem suas experiências, muito provavelmente sua reflexão teórica não seria tão precisa. E era necessário um olhar aguçado e crítico para enxergar as comprovações de suas teses até mesmo nas expressões humanas mais sutis. Terapeuta, mas ao mesmo tempo paciente: esse é o termo que define Sigmund Freud. Em Viena, Josef Breuer, médico e cientista, aliou-se a Freud e suas investigações, ainda sobre a etiologia da histeria. No tratamento da paciente Anna O., que era atendida por Breuer, ambos descobriram que os sintomas histéricos de sua doença tratavam de questões mal resolvidas e de repressões sofridas ao longo de sua vida. O caso de Anna O. Em tal caso, especificamente, a paciente possuía um conjunto de sintomas: ● Paralisia com contrações musculares ● Inibições ● Dificuldade de pensamento Entretanto, em seu estado de vigília, a paciente não conseguia se lembrar da origem desses sintomas. Já no estado hipnótico, porém, ela relatava a origem deles e o conteúdo reprimido era expressado; tudo começara com a doença e morte de seu pai. Durante o período da enfermidade dele, no qual ela era responsável por todos os cuidados, às vezes, pensamentos para que ele morresse vinham em sua mente, pois os cuidados eram um fardo difícil de sustentar. Esses pensamentos foram reprimidos e transformados em sintoma. O caso Emmy Von N. e a associação livre O caso Emmy é um interessante episódio na história da Psicanálise. A paciente se recusava a comer e beber nem que fosse água mineral, evocando dores gástricas. Sendo forçada a se alimentar, ela acaba rejeitando a hipnose. Tendo desistido de hipnotizá-la, Freud anunciou que daria 24 horas para que ela se convencesse de que suas dores decorriam apenas dos seus temores. Aparentemente, a estratégia funcionou. Um dia depois, Emmy voltou a se alimentar e a ingerir líquidos, e admite de modo ambíguo que Freud estava com a razão. Nas palavras de Emmy : “Acho que elas (as dores gástricas) provêm de minhas apreensões só porque o senhor o diz”. Emmy diz sim à interpretação freudiana, confirmando o seu valor de verdade (no sentido quase lógico), mas no seu assentimento é como se ela se colocasse à margem de si mesma. Em um segundo momento, Freud perguntado de quando datam os sintomas gástricos, Emmy respondeu que não sabia. Freud tentou ps ico .ge o novamente a estratégia da intimidação e deu até o dia seguinte para ela responder. Foi nesse momento que Emmy, em um tom ríspido, respondeu que ele não deveria ficar perguntando de onde provinha isso ou aquilo, mas sim que a deixasse falar ou contar o que tinha a dizer. Essa réplica de Emmy permitiu que Freud elaborasse a regra de ouro da psicanálise, ou seja: a associação livre. O analista, consequentemente, deve servir de quadro em branco para que o analisando possa pintar o setting como bem entender, falando sobre o que lhe vem à mente e sem o risco das repressões que ocorrem na vida em sociedade. As fases do desenvolvimento e a evolução da libido A formação clássica das fases do desenvolvimento psicossexual (oral, anal, fálica, latência e genital) causou revolta na comunidade científica, que se mostrou inflexível e incapaz de associar que as pulsões humanas existem desde a mais tenra infância. Freud usava uma analogia do mito de Édipo-Rei, para explicar a relação forçada de renúncia da criança ao seu objeto de desejo, os pais. Com essa ocorrência, a criança passa a deixar tal lado pulsional em segundo plano e a pertencer aos parâmetros da ordem social. A publicação, em 1913, de Totem e Tabu mostrou que o conceito de horror ao incesto influencia o inconsciente do indivíduo por toda sua vida. Podemos considerar, assim, a adequação ao parâmetro social como um forte exemplo de repressão que acaba por marcar o psíquico do indivíduo até mesmo décadas depois, quando este já é adulto. A Antropologia também trata de seus estudos em relação à moral sexual, o tabu e o desejo pelo amor dos progenitores. Freud analisa diversas sociedades e como a lei moral do horror ao incesto está presente em todas as civilizações, mesmo que a barreira nem sempre inclua o triângulo sujeito-mãe-pai, podendo ser transferida para sujeito-primo e afins. Em sequência, Freud diz que até mesmo algumas sociedades mais instintivas, que nunca conheceram os valores morais do Ocidente, fazem jus à sua teoria. As duas Tópicas Freudianas Tópica é um termo derivado do grego topos (lugar). Freud utilizou o termo para definir o aparelho psíquico em duas etapas essenciais de sua elaboração teórica. ps ico .ge o Primeira Tópica Na primeira concepção tópica, chamada de primeira tópica freudiana (1900-1920), Freud distingui o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Inconsciente é constituído por conteúdos recalcados aos quais foi recusado o acesso aos sistemas pré-consciente e consciente. É indissoluvelmente uma noção tópica e dinâmica que brotou da experiência do tratamento. Este mostrou que certos conteúdos só setornam acessíveis à consciência depois de superadas certas resistências. O que Freud percebeu é que a vida psíquica estava cheia de pensamentos eficientes, embora inconscientes, e que era destes que emanava os sintomas. Pré-Consciente Em A Interpretação dos Sonhos), Freud nomeia de pré-consciente o sistema que está entre o inconsciente e a consciência, separado pela censura que procura barrar aos conteúdos inconscientes o caminho para o pré-consciente. A função do pré-consciente é evitar que preocupações perturbadoras cheguem à consciência. Consciente é um dado da experiência individual que se oferece à intuição imediata. A consciência fornece para a psicanálise não mais do que uma versão lacunar dos nossos processos psíquicos, pois são na maioria inconscientes Segunda Tópica Já na segunda tópica (1920-1939), Freud fez intervir três instâncias ou três lugares: id (isso), ego (eu) e superego (supereu). ID (Isso) equivalente ao sistema inconsciente na primeira tópica. A principal diferença é que na segunda tópica, o ego e suas operações defensivas são inconscientes, sendo o id o que abrange os conteúdos precedentes abrangidos pelo inconsciente, mas não o conjunto do psiquismo inconsciente. Superego (Supereu) põe em evidência uma instância que se separou do ego e parece dominá-lo. É uma parte do ego que se opõe a ele e o julga de maneira crítica. Essa noção aparece na segunda tópica como uma instância que encarna uma lei e proíbe a sua transgressão. Ego (Eu) representa o polo defensivo da personalidade no conflito neurótico; ele expõe mecanismos de defesa motivados pela percepção de afetos desagradáveis (sinais de angústia). Do ponto de vista da economia da libido, o ego surge como um fator de ligação dos processos psíquicos. o ego aparece de duas maneiras diferentes: como aparelho que surge do contato do id com a realidade externa e como produto de identificações na formação, no âmago da pessoa, como objeto de amor investido pelo id. ps ico .ge o 1. Um dos marcos na história da Psicologia foi o caso da paciente atendida por Sigmund Freud, Emmy Von N. Esta paciente se recusava a comer ou até mesmo beber água e possuía grande resistência ao tratamento que Freud propunha a ela, sempre indagando com questões e, com isso, deixando-a irritada. Em determinado momento do tratamento, Emmy diz a Freud grosseiramente que a deixe falar apenas o que tem a dizer. Tal fato mudou para sempre a história da Psicologia e da Psicanálise, pois originou o método de tratamento conhecido como: r:Associação livre 2. Leia o texto a seguir e preencha as lacunas. Depois, assinale a alternativa que representa as palavras e ordens corretas. Nascido em Viena em 1856 _______________ se formou em Medicina na universidade de sua cidade natal e especializou-se em Psiquiatria. Por dificuldades financeiras, não pôde se dedicar exclusivamente a vida de pesquisador, tendo, então, começado a clinicar pessoas que sofriam de problemas nervosos. Obteve, ao final de sua residência médica, uma bolsa de estudos para Paris, onde trabalhou no _____________________ juntamente a seu mentor, _____________. Após a temporada na capital francesa, ________________ retornou à capital austríaca e passou a clinicar através do/da ___________________, juntamente a _______________. R:Sigmund Freud – Hospital da Salpêtrière – Jean Charcot – Sigmund Freud – Método hipnótico – Josef Breuer módulo 2 CARL GUSTAV JUNG (1875-1961) foi um psiquiatra e terapeuta suíço, inicialmente conhecido como o mais promissor discípulo de Freud e a quem o Pai da Psicanálise desejava deixar seu legado em mãos. Em 1907, Jung visitou Sigmund Freud em Viena e a aliança entre os dois começam com uma viagem aos Estados Unidos em 1909 para levar a Psicanálise às Américas e para fundar a Associação Psicanalítica Internacional, da qual Jung foi presidente. Entretanto, após diversos anos de parceria, a colaboração de ambos começou a romper por divergências extremas quanto ao caráter da libido: Freud ligava a libido à sexualidade humana. ≠ Jung enxergava na libido a energia corpórea como um todo. A ruptura definitiva entre os dois ocorreu em 1912, quando Jung publicou seus livros Psicologia do Inconsciente e Transformações e Símbolos da Libido. Com essa dissidência, Jung criou sua própria abordagem: a Psicologia Analítica. Para Jung, uma concepção plena da personalidade humana fornece respostas para três séries de questões: Questão estrutural ps ico .ge o Quais os constituintes que compõem a estrutura da personalidade e de que modos esses componentes interagem uns com os outros? Questão dinâmica Quais as fontes de energia que ativam a personalidade e de que modo essa energia se distribui pelos diversos componentes? Questão desenvolvimentista Como se origina a personalidade e que mudanças nela ocorrem ao longo da existência do indivíduo? Personalidade e sua estrutura na Psicologia Analítica A psique De acordo com Jung, a Psicologia é um conhecimento da psique. A psique é a personalidade como um todo; e, como um todo, é composta de sistemas e níveis interatuantes. São eles: a consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. Consciência A consciência aparece cedo na vida e cresce diariamente por força da aplicação das quatro funções mentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Fora essas quatro funções, existem as atitudes que orientam a mente consciente em relação ao mundo externo ou interno: atitude extrovertida e atitude introvertida. Existe também o processo por meio do qual o indivíduo busca conhecer tão completamente quanto possível a si mesmo. Jung denomina esse processo de individuação. Quando falamos em individualização, é importante destacar o ego. EGO É denominado de ego a organização da mente consciente composta de percepções conscientes, recordações, pensamentos e sentimentos. O ego é seletivo e filtra as experiências que temos: a maioria não se torna consciente. O ego fornece identidade de continuidade em vista de seleção e de eliminação do material psíquico. Nesse sentido, a individuação e o ego estão intimamente interligados. Fora isso, pelo caráter seletivo do ego, lembranças e percepções que provoquem angústia estão sujeitas a não se tornar conscientes. Inconsciente pessoal Nada do que foi experimentado desaparece da psique; fica armazenado no que Jung denominou de inconsciente pessoal. Um nível da psique contíguo ao ego. Nesse receptáculo, ficam todas as atividades ou conteúdos que não se harmonizam com a individuação ou função consciente. Os conteúdos do inconsciente pessoal têm fácil acesso à consciência, quando surge tal necessidade. Sobre o inconsciente pessoal, é importante entender sobre complexos. complexos: a reunião dos conteúdos para formar um aglomerado ou constelação. Ele chegou à primeira comprovação da existência dos complexos com o teste de associação das palavras. Eles formam quase uma personalidade separada na personalidade ps ico .ge o total; são autônomos e possuem uma força propulsora própria. Certos complexos podem ser compreendidos em um jargão atual como manias. A maioria dos complexos tem a ver de modo acentuado com a condição neurótica do paciente. Jung considerava que os complexos têm origem nas experiências traumáticas da primeira infância. Inconsciente coletivo Desde 1860, a Psicologia científica havia surgido como disciplina independente da Filosofia e da Fisiologia e os estudos sobre o inconsciente, em Psicologia, já haviam sido iniciados por Freud na década de 1890. A consciência e o inconsciente eram tidos como originados da experiência. Por outro lado, Jung, rompendo com os determinismos relativos à mente demonstrou que a evolução e a hereditariedade dão linhas de ação para a psique. Nesse sentido, a descoberta do inconsciente coletivo foi um marco decisivo para a história da Psicologia. Para Jung, a psique deve ser pensada dentro do processo evolutivo: a mente do homem é prefigurada pela evolução da espécie. Por isso, nos últimos 40 anos, Jung se dedicou ao estudo dos arquétipos,Existem tantos arquétipos quanto situações típicas na vida. Uma repetição infinita gravou essas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas de conteúdos, mas somente como formas sem conteúdo. Alguns arquétipos têm enorme importância na formação de nossa personalidade e de nosso comportamento, são eles: persona, sombra, anima e animus, e o self. Os arquétipos são universais; todos herdamos as imagens arquetípicas básicas. Persona Refere-se ao que é esperado socialmente do indivíduo e como este deseja ser visto pelo outro. É a máscara social utilizada em público para impor uma imagem agradável de nós mesmos, somos obrigados a adotá-las nas diferentes esferas da vida, seja na vida profissional ou até mesmo familiar, representando diferentes papéis. O resultado de uma persona inflada é a sobreposição de uma vida pautada no parecer em vez de ser. Sombra É o arquétipo que se desenvolve em oposição à persona. Nós o escondemos em relação aos outros, mas também a nós mesmos. É também tudo que se encontra no inconsciente, manifestando-se, muitas vezes, de forma instintiva e emocional, no qual atribuímos ao outro nossos defeitos como mecanismo de defesa para, assim, não encarar as falhas que residem em nossa sombra. Anima/Animus Para Jung, temos uma minoria de características do sexo oposto que habita nosso psiquismo, mesmo que seja na forma de um ideal ao qual desejamos. Ou seja: em toda mulher há a imagem de um homem ideal e em todo homem há a imagem de uma mulher ideal. Tais arquétipos vão se reproduzindo ao longo da vida em diferentes objetos e, muitas vezes, podem ser fonte de decepção, tendo em vista ps ico .ge o que são meras projeções e não necessariamente a realidade concreta. Self É o principal arquétipo descrito pelo teórico; é o símbolo da ordem. Segundo Jung, o self é a soma de tudo que somos agora, de tudo que já fomos e de tudo que poderemos ser. É o ponto de nossa personalidade da direção da autorrealização e da totalidade. Ao sermos honestos conosco e ao propor a mudar nossas realidades, o ego pode encontrar a força interior necessária para se unir ao self e consequentemente atingir a consciência plena de tudo aquilo que estava nas sombras. Dinâmica da personalidade Na abordagem analítica, a personalidade (tratado por Jung como psique) é como um sistema unitário em si mesmo, relativamente fechado, com uma energia mais ou menos autocomandada, distinta de qualquer outro sistema de energia. A psique abrange todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos, tanto os conscientes como os inconscientes, o que possibilita a adaptação do sujeito ao ambiente social e físico. Consiste em vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros de forma dinâmica. Enquanto afetado por energias externas e internas, o sistema psíquico se mantém em estado de mudança contínua e nunca pode atingir um estado perfeito de equilíbrio; apenas lhe é dado uma estabilidade relativa. Quanto aos estímulos recebidos, o que importa são os resultados que podem provocar. Energia psíquica A energia graças a qual se efetiva o trabalho da personalidade é chamada de energia psíquica. Jung também a denominou de libido, mas não reduz a libido à energia sexual. São as experiências consumidas pelo indivíduo que se transformam em energia psíquica. Jung considerava impossível estabelecer uma equivalência precisa entre energia física e energia psíquica, mas acreditava em uma espécie de ação recíproca entre esses dois sistemas. Valores psíquicos O valor é uma medida da quantidade de energia consagrada a um elemento psíquico particular, ou seja, são avaliações de quantidade energética (energia psíquica). Como exemplo, podemos citar a beleza e o poder, enquanto elementos psíquicos. Determinada pessoa pode atribuir alto (ou baixo) valor em relação a esses elementos, sendo possível comparar nossos valores psíquicos com os outros. Importante destacar que, como elemento na dinâmica da personalidade, envolve tanto aspectos conscientes quanto inconscientes. A psicodinâmica diz respeito ao estudo da distribuição da energia pelas estruturas da psique e à transferência da energia de uma estrutura para outra. Em termos junguianos, a psicodinâmica vale-se de dois princípios extraídos da Física: o princípio de equivalência e o princípio de entropia. Princípio de equivalência De acordo com o princípio de equivalência, não há perda de energia na psique. Segundo a primeira lei da termodinâmica, ou lei da conservação de energia, Jung afirma que se ps ico .ge o uma quantidade de energia desaparecer de um determinado elemento psíquico, igual quantidade de energia aparecerá em outro elemento psíquico. Princípio de entropia De acordo com Jung, o princípio de equivalência descreve o intercâmbio de energia no interior de um sistema, mas não explica a direção em que a energia flui. Na Física, a direção para qual a energia flui é explicada pela segunda lei da termodinâmica, ou princípio de entropia. Em termos da psique, a distribuição da energia visa a obtenção de equilíbrio em todas as estruturas (JUNG, 2002, p.58-59). Desenvolvimento da personalidade Tendo como alicerce a sua vasta experiência clínica, Jung apresentou conceitos básicos referentes ao desenvolvimento da personalidade. Vejamos um pouco sobre isso: Individuação No início da vida, o indivíduo começa em um estado de totalidade indiferenciada. O desenvolvimento o conduz a uma personalidade diferenciada, unificada e equilibrada, embora essas metas raramente sejam atingidas por completo. De qualquer modo, a meta é sempre atingir maior individuação que se diferencie dos outros e se diferencie dentro de si mesmo, indo de uma estrutura mais simples em direção a uma estrutura cada vez mais complexa. Plenamente individualizado, o ego passa a captar de modo mais tênue e mais profundo o significado dos fenômenos objetivos. Transcendência e integração A integração da personalidade é um dos temas dominantes na Psicologia junguiana. A integração é a individuação de todos os aspectos da personalidade. Porém, não pode ser pensada sem levarmos em consideração a função transcendente. Esta é dotada da capacidade de unir todas as tendências contrárias da personalidade e de trabalhar para que se atinja a meta da totalidade. Sendo assim, a função transcendente é um instrumento da realização da unidade ou arquétipo do self. Ela é a produção e desdobramento da totalidade potencial original. KAREN HORNEY (1885-1952) foi uma psicanalista prussiana que questionou diversas das perspectivas tradicionais freudianas. Inicialmente, Horney e suas ideias se alinhavam à perspectiva psicanalista ortodoxa; Segundo Karen, a Psicanálise deveria ir além das fases do desenvolvimento e considerar as influências culturais na formação da personalidade. Em sua teoria, o ser humano não é orientado apenas pelo princípio do prazer, mas também por dois outros princípios: a segurança e a satisfação. Para ela, as neuroses resultam das tentativas de nos encontrar em meio à sociedade. E a soma de todas as primeiras experiências do ser humano faz emergir sua personalidade. No início da vida, portanto, todos temos potencial, mas precisamos de um ambiente adequado para desenvolvê-los. A base primária do desenvolvimento pode ser saudável ou neurótica, depende da influência cultural e ambiental. ps ico .ge o Sendo assim, caso não se tenha tal ambiente de potencialidades, as influências adversas e externas podem admitir neuroses. Duas das mais primitivas dessas influências são a inabilidade e a má vontade dos pais de oferecer amor às crianças, por causa de suas próprias neuroses. Um ambiente com pais autoritários, negligentes, desenvolvem um sentimento de hostilidade básica. A repressão de seus sentimentos, levando em consideração uma insegurança que se manifesta ao longo da vida. Uma psicanálise feminista Outro aspecto importante de sua carreira, é que por vezes ela é incluída como parte de um movimento neopsicanalítico, que questiona a importância que Freud atribui aopênis e discorda sobre as diferenças entre o sexo biológico da forma como Sigmund propôs. A partir de uma perspectiva da Psicologia feminista, a autora enfatiza que as diferenças entre homens e mulheres são culturais e não meramente biológicas. Na contramão do enaltecimento fálico, Horney afirma que os homens, com a incapacidade de engravidar e dar à luz, tentam, como forma de compensação, se voltar para avanços em trabalhos externos. Na obra Gender and Envy (Gênero e Inveja), da autora Nancy Burke, Horney fala sobre a obviedade do enaltecimento fálico que ocorre no meio psicanalítico, dizendo que isso se deve à sua criação ter sido feita por um homem. Pois, mesmo que Sigmund Freud fosse um gênio, ele ainda assim continuava sendo homem; e seu trabalho foi perpetuado, na época, majoritariamente por outros homens, detentores da erudição. ALFRED ADLER Alfred Adler (1870-1937), psicanalista austríaco, fez parte do primeiro círculo psicanalítico da história, tendo sido convidado pelo próprio Freud para fazer parte, mesmo sendo 14 anos mais jovem do que o Pai da Psicanálise. Tais reuniões começaram em 1902 e serviram posteriormente para delinear todas as diversas sociedades psicanalíticas que surgiriam ao redor do mundo. Alfred Adler. No entanto, em 1911, o teórico deixou a Sociedade Psicanalítica Vienense por divergências sobre concepções teóricas; Adler não aceitava a importância do papel do recalque e da libido no funcionamento psíquico. Sua ruptura com Freud não ocorreu de maneira amigável, sobretudo, por Adler acrescentar novas ideias ao meio psicanalítico e criar sua própria teoria, chamada Psicologia Individual. Tal separação foi a primeira cisão importante do movimento psicanalítico; fundou um grupo chamado Sociedade para a Pesquisa Psicanalítica Livre. Sua teoria conciliava a influência do ambiente social com o consciente. Um dos pilares de sua pesquisa era sobre autoestima e como esta se desenvolve perante o mundo. Para ele, sentir-se inferior é uma experiência humana universal, pois relaciona-se com a infância. Segundo o autor, crianças sempre se sentem inferiores por estarem rodeadas de pessoas mais fortes e que obtêm poder sobre elas. Esse ps ico .ge o sentimento pode acompanhar o sujeito pelo resto da vida. Como estudo de caso, Adler utilizou a história de Theodore Roosevelt, que era um jovem acanhado e doente até a adolescência e que, depois, passando por intensas transformações, chegou a ser o presidente mais jovem dos Estados Unidos, em 1901. O self criativo e a psicoterapia Adler desenvolve o conceito de poder criativo do self. O teórico austríaco propôs que, apesar da hereditariedade e da experiência, o ser humano faz sua própria personalidade lapidando o material bruto que lhe foi dado biologicamente e ambientalmente, em um processo de criação de si. Tal criação ocorre dentro e fora do setting terapêutico, onde o terapeuta deve conduzir o paciente a perceber seu estilo de vida e a orientá-lo e reeducá-lo para uma melhor situação na vida real, sem conflitar dolorosamente qualquer aspecto inconsciente. Por fim, um aspecto revolucionário do método de Adler é que a relação entre terapeuta e paciente passou a ser igualitária, face a face e empática. Esse fator influenciou uma série de teóricos, como por exemplo Karen Horney, Abraham Maslow, Carl Rogers e muitos outros. 1. Carl Gustav Jung (1875-1961), renomado psicoterapeuta suíço, inicialmente era visto como o maior discípulo freudiano e o psicanalista que carregaria seu legado. Os dois tiveram uma parceria de pesquisas que durou anos e resultou em diversos trabalhos imprescindíveis para a história da Psicanálise. Entretanto, Jung não concordava com um dos principais conceitos freudianos, o que causou uma ruptura nessa aliança. Esse conceito era o/a: R: Libido 2. Karen Horney (1885-1952) foi uma psicanalista prussiana que questionou diversos conceitos de Sigmund Freud (1856-1939). Uma de suas principais colaborações foi a respeito do papel da mulher na Psicanálise. A partir de seus conhecimentos sobre Horney, analise as afirmações a seguir e depois marque a alternativa correta: I. Horney acreditava na inferioridade da mulher marcada no real devido à ausência de pênis, fato que exemplifica a histeria como um fenômeno feminino. II. Horney questionava a importância que Freud dava ao pênis no desenvolvimento psíquico, criando uma teoria feminista que ia na contramão do enaltecimento fálico. III. Horney afirmava a obviedade do enaltecimento fálico na psicanálise, tendo em vista que toda a criação da teoria foi feita por homens. IV. Horney afirmava que as mulheres engravidavam como forma de compensação fálica na sociedade, mostrando que o corpo biológico feminino também era fonte de poderio. V. Horney afirmava que os homens, com a incapacidade de engravidar e dar à luz, tentam como forma de compensação se voltar para avanços externos. I, II e IV. ps ico .ge o módulo 3 IMAGENS GESTÁLTICAS Vaso de Rubin O Vaso de Rubin é um dos mais conhecidos exemplos de Gestalt. Nele, pode-se ver tanto uma taça quanto dois rostos de perfil se encarando. Elefante da Gestalt Nesta ilustração, é possível ver o elefante formado por cabeças humanas. Gestaltismo O conceito de Gestalt surgiu como uma reação Associacionismo. Para compreender melhor, entretanto, é importante que antes saibamos o significado do termo. A famosa frase que define os gestálticos é: O todo é mais que a soma das partes. O correspondente mais próximo em nossa língua seria forma ou configuração. Essa teoria defende que as experiências devem ser consideradas mais em sua totalidade do que em acontecimentos separados. Gestalt-Terapia Utiliza as artes como recurso terapêutico. ≠ Gestalt Utilizado em diversas áreas, como as artes visuais. Surgida na sociedade alemã e tendo Fritz Perls como principal teórico, a Gestalt-terapia tem como foco o aqui e agora, sobrepondo-se a abordagens que focavam no passado e destacando a responsabilidade de si mesmo na atual experiência individual. É um modo de psicoterapia que não se concentra na doença, mas em gerar mais saúde mental a partir das potencialidades que todo indivíduo possui. Tem grande diálogo com teorias humanistas, que exploram as potências individuais como o meio de atingir a autorrealização. Além disso, a abordagem foca no conceito de percepção como chave para a compreensão da atual experiência individual. insight: o indivíduo obtém uma reestruturação súbita em seu campo perceptual e, a partir disso, pode compreender melhor e, consequentemente, mudar o que não se encontra em ressonância com o resto de sua vida. É a apreensão verdadeira de uma coisa, livre dos conteúdos que podem deturpar as percepções do ser sobre as coisas em sua volta e sobre si mesmo. ps ico .ge o A percepção e a boa forma Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais eram os processos psicológicos envolvidos na percepção. Ou, como cada sujeito tem uma forma diferente de perceber a realidade. Isso fez com que houvesse um embate com o movimento comportamentalista, pois para a Gestalt existe um processo entre o estímulo e a resposta do indivíduo. Esse processo é a própria percepção, que se mostra única para cada ser humano. É importante, portanto, saber o que o sujeito percebe e como o percebe. Outro fator importante do movimento gestáltico é a concepção de pregnância das formas (ou lei da boa forma). Tal aspecto diz que sempre enxergamos a composição visual geral das coisas antes de nos aprofundarmos nos detalhes. O ser humano, em sua busca por autorrealização, esse é um dos motivos que nos mantém em uma incessante busca por nós mesmos. Usando como analogia um exemplo de obras de arte, quando observamos inicialmente um quadro, não vemos linhas, pontos ou pinceladas isoladas, mas um conjunto completo. E é disso que se trata a experiência gestáltica. o contexto que mesclou a Filosofia gestáltica com a Psicologia. As origens filosóficas o Associacionismo pretendia encontrar “elementos constituintes”. Uma conduta, por exemplo,pode ser considerada como composta por elementos existentes em si mesmos que se associam, formando os conjuntos aditivos que caracterizam a experiência. O confronto com esse modo de pensar teve início com o filósofo Locke, mas em 1890, com Ehrenfels, com um trabalho sobre a qualidade das formas (Gestaltqualitäten), ganhou uma nova configuração. Com esse trabalho, Ehrenfels pretendia mostrar que existem características da experiência que não podem ser explicadas pelas propriedades das sensações consideradas como elementos constituintes. O que Ehrenfels procura mostrar é que tanto o ponto de vista fisiológico quanto o ponto de vista psicológico não podem ser explicados pela associação dos elementos constituintes. Exemplo: Uma melodia pode ser transposta para outro tom e tocada por outro instrumento e continua sendo a mesma melodia mesmo tendo todos os seus elementos alterados. A adição de unidades isoladas não explica isso. A conclusão a partir de Ehrenfels é que as melodias são formas. Isso serviu de base para os estudos de Wertheimer, Köhler e Ko�ka. Estava nascendo a Psicologia da forma, ou Gestalt. A questão de Köhler e Ko�ka, em termos de estrutura, é que existem no mundo físico “todos” cujas propriedades não ocorrem por adição, por soma de suas partes. Para eles, existem diferentes formas de subordinação parte/todo. Entretanto, é importante mencionar que o gestaltismo não pretende de modo algum que toda realidade seja gestáltica. ps ico .ge o Mas qual a diferença da Gestalt, enquanto estrutura, e a ideia de estrutura para o pensamento estruturalista? considera a estrutura ou a forma não como parte da realidade empírica, mas como modelo construído em relação a ela. No caso do gestaltismo, a estrutura é uma característica da própria realidade. Uma outra possibilidade de estruturalismo afirma que para o estruturalismo a estrutura é um modelo como um sistema de diferenças que pode ser transposto de fenômeno para fenômeno. Os exemplos da Gestalt como estrutura são retirados da realidade física: Em um condutor de carga elétrica homogêneo, se exercemos uma modificação em uma das partes haverá uma alteração na totalidade dos pontos de distribuição. Assim é a base da terapia da Gestalt: se modificarmos um ponto específico, podemos, a partir desse, mudar o todo. Na perspectiva de Köhler, se o mundo físico apresenta características gestálticas, não há por que não as encontrar nos fenômenos fisiológicos. O autor, ao recusar o método introspectivo em Psicologia, mantém um contato com o comportamentismo, mas a sua Teoria da Forma apresenta aspectos muito específicos. Para ele, a constituição do objeto parte da modalidade perceptiva “construída”. Em outras palavras, a Psicologia da Gestalt procura dar conta da “estrutura do campo”. A organização do conjunto perceptivo é o dado primário para Köhler. A essa interpendência funcional das sensações, ele nomeará de Togetherness (união) dos estímulos. Nessas configurações globais, o problema central será o sentido (Sinn) inerente à experiência perceptiva. O que caracteriza a Gestalt é a “consideração imanente” do campo perceptivo como a determinação de uma estrutura que atua na percepção. Para a Gestalt, o campo sensorial não é um mosaico de estímulos, mas organizado desde o início, originalmente estruturado. O que Köhler considera como imanente são as formações perceptivas, tais como ocorrem na experiência concreta, por isso, não importa a decomposição analítica em “dados”. Quanto à constituição do objeto, a Gestalt, por sua irredutibilidade à localização, tratará de conjuntos e subconjuntos a partir da ideia de figura e fundo. Apoiado na fenomenologia e se distanciando dela, Köhler propõe uma homologia entre as organizações do mundo perceptivo e os processos nervosos que o subentendem. Ao pensar os aspectos fisiológicos, Köhler abandona o mecanicismo, e procura pensar a autorregulação dinâmica própria de um “fisicalismo autêntico”. Logo, a proposta da Gestalt obedece a suposição de um paralelismo psicofísico. Para Köhler, o caminho da Psicologia tem como rumo esses aspectos: o abandono do modelo mecânico – e o direcionamento para uma física desapegada de todas as instâncias mecanicistas. Mas existem críticas a Köhler, pelo fato de se referir sempre a articulações extremamente simples do campo perceptivo. KURT LEWIN ps ico .ge o Kurt Lewin (1890-1947), psicólogo e professor alemão, originou sua Teoria de Campo, talvez o método mais importante de seu legado. Lewin abandona os limiares de percepção e os aspectos psicofisiológicos da Gestalt para buscar na Física as bases metodológicas de sua Psicologia. Para o autor, o indivíduo e seu entorno não devem ser vistos como instâncias a parte, pois ambos interagem e consequentemente se modificam no espaço que habitam. Uma de suas principais contribuições é o conceito de espaço vital, ao qual define como “a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento”. A Psicologia de Lewin trabalha com a efemeridade, pois a vida é sempre considerada dinamicamente e o campo não deve ser tido como uma realidade física estática, mas sim fenomênica. Nas palavras do próprio Lewin: o campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, em determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais como qualquer ambiente físico. Ou seja, o campo é uma realidade fenomênica, não necessariamente física. a realidade fenomênica é a maneira particular como se interpreta determinada situação e, também, componentes emocionais ligados às próprias situações já vividas. O campo psicológico é representado pelas linhas de força, o que atrai a percepção e lhe dá significado. As situações, muitas vezes, tendem a ser interpretadas pelos seus aspectos fenomenológicos e não pelo o que ocorre de fato. As experiências, a todo o momento, podem ganhar novos significados se sobrepostas a fatos anteriores. E o comportamento, para sua real compreensão, deve ser visto em sua totalidade, não por fragmentos incompletos. 1. (FGV - 2018 - AL-RO) A Gestalt é um campo teórico que ofereceu inestimáveis contribuições ao estudo da percepção e da inteligência. Segundo os autores clássicos, a solução de impasses ocorre por meio da reestruturação perceptiva. Sendo assim, ocorre um fenômeno no qual a apreensão global da situação-problema é seguida pelo ajuste dos fatores relevantes em relação ao todo. Esse fenômeno é chamado de: R:Insight - é o nome que se dá a quando o indivíduo passa a possuir uma apreensão verdadeira de uma coisa, livre dos conteúdos e das crenças que podem deturpar a percepção das coisas à sua volta. 2. A partir de seus conhecimentos sobre estímulo e percepção na teoria da Gestalt, assinale a alternativa correta em relação à importância da percepção do estímulo para a compreensão do comportamento humano. R: Para a Gestalt, existe um processo entre o estímulo e a resposta do indivíduo. Esse processo se mostra único para cada indivíduo, não ocorrendo de forma universal. A percepção é o ponto de partida dessa teoria. Isso faz com que exista um embate entre gestaltistas e comportamentalistas, pois para a Gestalt existe um processo no meio do estímulo e da resposta do indivíduo. ps ico .ge o Módulo 4 A PSICOLOGIA HUMANISTA Tal perspectiva filosófico-psicológica surge como uma resposta ao domínio que se tinha na Psicologia entre o Comportamentalismo e a Psicanálise, consideradas teorias rivais e que repercutiam a lógica estadunidense e a europeia, respectivamente. CARL ROGERS Foi em 11 de dezembro de 1940 que Carl Rogers (1902-1987) deu sua famosa conferência e expôs pontos que trilhavam um caminho para além da lógica psicólogo (senhor do suposto saber) e paciente. Sua proposta terapêutica dava mais ênfase na situação atual do indivíduo e defendia a tendência à autorrealização que toda vida humana tem. A terapia deixava de ser um lugar de tratar doençase tornava-se um lugar de autocompreensão para os indivíduos perceberem os vastos recursos que possuem dentro de si para modificação de seus comportamentos e atitudes. Sua forma de terapia foi se desenvolvendo cada vez mais ao longo das décadas, até ser nomeada como Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Nessa psicoterapia, por exemplo, o indivíduo que frequenta não é chamado de “paciente” (assim como em outras) mas sim de “cliente”; pois, entende-se que ele está passando por um aconselhamento não diretivo para explorar suas potencialidades. Para que a modificação dos autoconceitos ocorra, deve haver três condições para que se crie um clima facilitador de crescimento pessoal: O primeiro elemento Pode ser chamado de autenticidade, sinceridade ou congruência. Quanto mais o terapeuta for ele mesmo na relação com o outro e puder remover as barreiras da lógica profissional, mais isso significa que ele está vivendo a essência daquele momento. O terapeuta se faz transparente para o cliente. E, do mesmo modo, o que o cliente vive pode se tornar consciente e ser vivido na relação terapeuta-cliente, e assim comunicado se for de seu desejo. Aceitação incondicional “Isto ocorre quando o terapeuta tem uma atitude ‘positiva e aceitadora’ em relação ao que quer que o cliente seja naquele momento. Quando a postura terapêutica se demonstra dessa forma, a possibilidade de ocorrer uma mudança positiva é maior. Nesse aspecto, é importante que o cliente expresse qualquer sentimento que esteja sentindo. O terapeuta deve ter uma consideração integral e não condicional pelo cliente” Compreensão empática “Para que isto ocorra é necessário que o terapeuta tenha uma escuta sensível e ativa ao que chega até a ele. Quando está em sua melhor forma, o terapeuta pode entrar tão profundamente no mundo interno do paciente que se torna capaz de esclarecer não só o significado daquilo que o cliente está consciente como também do que se encontra abaixo do nível de consciência”. Uma das questões mais interessantes na proposta de Rogers é que ela parece poder ser ps ico .ge o aplicada a relações humanas cotidianas – e não necessariamente terapêuticas – desde a relação entre as pessoas que convivem muito tempo em um mesmo espaço. É nesse sentido que encontramos a Aprendizagem Centrada no Aluno ou, Tendência Pedagógica chamada Liberal Renovadora Não Diretiva. Claramente inspirada no pensamento de Rogers, será a base para a Escola Nova, que influenciará tanto o ensino no Brasil a partir dos anos 1930. Mas por que Rogers teria essa influência em tantas áreas, além da Psicologia? Essa aprendizagem pessoal, longe de ser apresentada como receita, mostra a base que sustenta toda sua teoria. Rogers (1997, p. 19-25) afirma: “Na minha relação com as pessoas, descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu fosse alguma coisa que não sou. Descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo, aceitando-me; e assim posso ser eu mesmo. Atribuo um enorme valor ao fato de poder permitir compreender uma outra pessoa. Verifiquei ser enriquecedor abrir canais dos quais os outros possam comunicar os seus sentimentos, seus mundos perceptivos particulares. É sempre altamente enriquecedor aceitar outra pessoa. Quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo procurando, a todo custo, remediar as coisas. E conclui: “Não posso fazer mais nada do que tentar viver segundo minha própria interpretação da presente significação de minha existência, e tentar dar aos outros a permissão e a liberdade de desenvolverem a sua própria liberdade interior para que possam atingir uma interpretação significativa de sua própria existência.” ABRAHAMMASLOW (1908-1970) conhecido como o Pai da Psicologia humanista foi, sobretudo, um estudioso e observador aficionado pelo comportamento humano. Filho de pais imigrantes judeus, Maslow nasceu no Brooklyn e sofreu discriminação durante diversos momentos de sua vida. Isso o fez, talvez como uma força motriz, tentar entender o ser humano e devotar-se aos livros e às bibliotecas. Inicialmente, estudava Direito, mas posteriormente assumiu sua paixão pela Psicologia, até obter seu Ph.D. em 1934 e começar a lecionar em 1937. Seus artigos não encontravam ressonância para publicação na maior parte das revistas técnicas de Psicologia. Entretanto, foi no final da década de 1950 que Maslow decidiu fundar sua própria revista de Psicologia humanista. Afinal, o que seria o Humanismo? Indo na contramão dos saberes psicanalíticos (que coloca a satisfação das pulsões como aspecto central da teoria) e dos comportamentalistas (que procuram satisfazer as necessidades fisiológicas do ser humano), o Humanismo trata de descobrir os propósitos do indivíduo na busca de sua autorrealização. Em suma, a filosofia humanista se expressa através da fidelidade consigo mesmo, para ps ico .ge o descobrir quem realmente somos e para, a partir disso, trabalhar nossa psique. Para melhor compreensão de como seria a autorrealização humana por essa perspectiva, é necessário observar a esquematização criada por Maslow, conhecida como Pirâmide de Maslow ou Hierarquia de necessidades de Maslow: O Existencialismo é um Humanismo Um dos aspectos mais importantes do Humanismo é a aliança dessa teoria à Filosofia Existencialista. Terapeuticamente, fez-se a junção das duas linhas teóricas e criou-se a Terapia Existencial-Humanista. Tal fato pode ser ilustrado pelo célebre livro do autor Jean-Paul Sartre, que, em 1946, publicou a obra O Existencialismo é um Humanismo. Tais teorias se complementam em um viés psicoterápico devido à forma como enxergam o ser humano, sempre digno de se autorrealizar por meio de suas possibilidades de liberdade. A clássica frase de Sartre: “O ser humano está condenado a ser livre”, dimensiona os aspectos que tal liberdade (sempre atrelada a uma responsabilidade de si) trazem ao indivíduo, que se depara com a angústia de ser livre perante as possibilidades que o permeiam. Para Sartre, o homem é o que se faz por si próprio, ou seja: o homem nada mais é do que seus atos. O homem primeiro existe e se projeta conscientemente no futuro. Consequentemente, outro conceito chave para tal abordagem é que “a existência precede a essência”, portanto, quem molda a essência de nossas vidas somos nós, fato que se atrela ao conceito de caminhar sempre para a autorrealização defendida pelo Humanismo. É necessário ir um pouco mais fundo nessa afirmação de Sartre e perceber seu impacto frente ao pensamento comumente aceito acerca da existência humana. Assim, para o existencial-humanismo, ao afirmar que a existência precede a essência, temos uma responsabilidade por nós mesmos e pelo outro, tendo em vista que o outro também se afeta de acordo com o que fazemos de nós. Sartre diz que sua doutrina não é desesperadora ou pessimista, mas pelo contrário: devemos enxergar o destino em nossas próprias mãos como possibilidades e projetos. Além de que, isso nos traz uma exaltação do ser humano tal como no Humanismo, em que somos livres para criar um projeto de ser-no-mundo e nos reinventar todos os dias. No existencial-humanismo, há também três noções fundamentais: as de responsabilidade, escolha e angústia. Esses aspectos se relacionam entre si e são indissociáveis Consequentemente, qualquer ato, por menor que seja, é uma renúncia. A responsabilidade mediante as ações humanas – ao fazer jus à lógica sartreana –, independe de um Deus ou ps ico .ge o de uma força superior. E, a respeito de tais escolhas, temos a inclusão de um valor moral particular de cada um. Por fim, as ações de um ser humano repercutem em todos e não só a ele isoladamente. Como seres sociais, tudo que fazemos é norteado por uma conduta que mescla as escolhas, as angústias e as responsabilidades da humanidade. O ser humano se compromete com o que quer ser e também com o que quer que seja o seu meio. 1. (FGV - 2013 - SEDUC-SP) Em O existencialismo é um humanismo, Jean Paul Sartre afirmou: “O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”,mostrando que a liberdade: R: É uma condenação que lança o homem no desamparo de não poder escapar da solidão e da responsabilidade por seus atos. 2. A seguir, há uma pirâmide das necessidades humanas, criada por Abraham Maslow, sem os respectivos estágios atribuídos pelo autor. Analise as lacunas e assinale a alternativa com os respectivos números e ordenamento corretos. V – Fisiologia - IV – Segurança - III – Social II – Estima - I – Realizações pessoais No decorrer desses módulos, as conclusões que pudemos chegar são a de encerramento de uma rede de significações que já foram tecidas no percurso de um trabalho. Aristóteles diz que quando algo nos espanta, causa perplexidade, começamos a pensar. Sim, e não há como não ficar perplexo frente ao que cada um desses teóricos e clínicos, aqui estudados de forma introdutória, traz de inesgotável.
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