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Puerpério: Períodos e Complicações

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Puerpério 
 
Intervalo entre o parto e a volta do corpo da mulher ao 
estado anterior à gestação 
Chamado também de sobreparto ou pós-parto 
Popularmente, o puerpério é também chamado de 
quarentena ou resguardo 
 
Períodos: 
Pós-parto imediato: 1° ao 10° dia 
Pós-parto tardio: 10° ao 45° dia 
Pós-parto remoto: após 45° dia 
 
Lóquios 
Perda vaginal constituída de secreções resultantes da 
produção de exsudatos e transudatos, misturados com 
elementos celulares escamados e sangue, que 
procedem da ferida placentária, do colo uterino e da 
vagina 
Média de 250ml no primeiro dia 
→ Tipos: 
- Lochia rubra: cor vermelha de volume variável até o 4º 
dia 
- Lochia fusca: cor acastanhada ou rósea de menor 
volume do 5° ao 10° dia 
- Lochia flava: menor volume de cor sero-sanguinolenta 
por volta do 10° dia 
- Lochia alva ou alba: fluxo seroso do 10° dia a 3 sem 
 
Odor semelhante a menstruação 
Odor fétido: infecção 
Lóquios abundante: restos placentários retidos ou 
lacerações genitais +250 ml 
Importante avaliar: cor, volume, consistência e odor das 
eliminações vaginais 
 
Infecção puerperal 
Infecção que se origina no aparelho genital, após parto 
recente; 
Morbidade febril puerperal é a temperatura de, no 
mínimo, 38ºC durante dois dias quaisquer, dos primeiros 
10 dias pós-parto, excluídas as 24 horas iniciais. 
 
→ Fatores de risco 
Amniorrexe (rompimento da bolsa antes do 
nascimento) e/ou trabalho de parto prolongados (deixa 
estruturas abertas) 
Manipulação vaginal excessiva (toques) 
Operação cesariana 
Más condições de assepsia 
Debilidade imunológica 
Desnutrição ou obesidade 
Traumas cirúrgicos 
Retenção de restos ovulares 
 
→ Grupos de risco 
Muito alto: Operação cesariana em mulheres com 
amniorrexe entre 6-12hs, com múltiplos exames vaginais 
em mulheres indigentes (sem passado obstétrico, não 
fez pré-natal...); 
Alto: Operação cesariana em mulheres com amniorrexe 
< 6hs; cesárea eletiva em mulheres indigentes; operação 
cesariana em mulheres com amniorrexe a qualquer 
tempo; 
Moderado: Operação cesariana eletiva em mulheres não 
indigentes; parto vaginal e amniorrexe prolongado ou 
com grande traumatismo; 
Baixo: Parto vaginal não-complicado. 
 
 
 
 
 
 
 
→ Porta de entrada 
Superfície uterina onde se assentou a placenta; (vasos 
abertos) 
Endométrio desnudo; (limpo, cheio e vasos abertos) 
Ferida do canal cérvico-vaginal e na vulva; (episiotomia, 
laceração de trajeto, corte de cesariana) 
Gerada a infecção local, a mesma pode se propagar, 
generalizando-se. 
 
 Períneo vulvovaginite e cervicite 
Decorrem de inevitáveis lesões provocadas pela 
passagem do feto (laceração de trajeto), além das 
epsiotomias; 
Caracterizada pelo aparecimento de dor, calor, rubor, 
edema, febre moderada e, as vezes, secreção purulenta. 
 
 Endometrite 
Infecção muito frequente, localizada no sítio de 
implantação placentária; 
Instala-se no 4° ou 5° dia pós-parto; 
Clinicamente, a infecção se inicia pelo aumento da 
temperatura, que atinge 38,5 ° a 39°C, os lóquios 
tornamse purulentos e com mau-cheiro; 
O exame pélvico demonstra útero amolecido e doloroso, 
engrandecido no abdome, colo pérvio a polpa digital, 
que, quando manipulado, deixa escoar secreção 
purulenta. 
 
 Anexite (Salpingite e Ovarite) 
Infecção e inflamação das trompas e ovários; 
As trompas apresentam-se endurecidas e tumefeitas, 
com precoce acolamento das fímbrias e obliteração 
tubária (retenção de exsudação); 
Pode evoluir para a absorção do exsudato ou formar o 
tumor inflamatório anexial progredindo para a 
cronicidade (peritonite e ovarite); 
Clinicamente, inicia-se com dor abdominal aguda e febre 
alta, o toque genital revela grande sensibilidade dos 
anexos. A palpação da tumoração anexial é notada. 
 
 
 
 
 Peritonite 
Acompanha muitas formas de infecção puerperal 
localizada: endometrite, salpingite, anexite. 
Clinicamente, surge dor intensa e defesa muscular no 
baixo ventre, febre alta, perturbação funcional dos 
intestinos, taquicardia e sinal de Blumberg positivo; 
O toque desperta intensa dor no fundo de saco vaginal. 
 
 Septicemia 
A Septicemia precede o choque: Caracterizada por 
calafrios, febre > 40°C, taquicardia e mal-estar geral; 
O útero pode, ou não, estar dolorido e nem aumentado 
de volume e o corrimento loquial é discreto ou ausente; 
Prenunciam o choque: calafrio, febre, sudorese, sede, 
taquicardia, obnubilação mental e hipotensão. 
 
→ Tratamento 
Depende do que causou 
Sutura das pequenas lacerações; 
Antibioticoterapia 
Drenagem de abcesso; 
Uso de anti-sépticos locais; 
Exploração cirúrgica; 
 
 Esquemas terapêuticos: 
Regime 1: a) clindamicina ou metronidazol associado a b) 
gentamicina ou amicacina 
Regime 2: a) + b) associado a ampicilina ou penicilina 
 
Gentamicina → 1,5 mh/kg/dose cada 8 horas – IV, IM- 7 
a 10 dias – Evitar desidratação e monitorar função renal, 
ototoxicidade 
Clindamicina → 600 a 900 mg cada 6 a 8 horas – IV- 7 a 
10 dias -- Precauções em caso de disfunção renal ou 
hepática 
Amicacina → 15 mg/kg/dia cada 8 a 12 horas – IV, IM- 7 
a 10 dias -- Monitorar função renal, ototoxicidade 
Metronidazol → 500 mg a 1g a cada 6 horas – IV- 7 a 10 
das – Reações colaterais de pouca intensidade 
Ampicilina → 500 mg a 1g cada 6 horas—IV- 7 a 10 
dias—Reações alérgicas raras 
 
Hemorragias do puerpério 
Perda sanguínea ≥500ml (PN) ou ≥ 1000ml (PC) após 
dequitação; 
Qualquer perda capaz de causar instabilidade 
hemodinâmica; 
3ª causa mais comum de morte materna durante o 
parto; 
Pode ser precoce (primeiras 24hs) ou tardia (após 24hs). 
Após a dequitação é administrada ocitocina no intuito 
de auxiliar na formação do Globo de Pinard e prevenir 
hemorragias; 
→ Monitorização por pelo menos uma hora 
Quando a placenta não descola espontaneamente até 
30 minutos após a liberação do concepto, é removida 
manualmente 
Quando a expulsão foi incompleta, removem - se os 
fragmentos remanescentes manualmente ou por 
curetagem; 
→ Como medir a perda sanguínea 
 Reconhecimento visual da HPP 
Absorvente úmido → 30 ml 
Gaze 10x10 saturada → 60 ml 
Cuba cheia → 500 ml 
Absorvente saturado → 100 ml 
Hemorragia na cama → 1000 ml 
Hemorragia repercutindo para o chão → 2000 ml 
Compressa umedecida a 50 % → 25 ml 
Compressa umedecida a 75 % → 50 ml 
Compressa umedecida a 100 % → 75 ml 
Compressa umedecida a 100 % pingando → 100 ml 
 
 Caracterização do sangramento 
1º estágio 
2º estágio 
3º estágio 
 
Avaliação constante dos DV (derivações venosas) 
Quantificar perda sanguínea 
Identificar e classificar 
o Hemorragia estágio 1 
Perda sanguínea ≥ 500 ml (PN) ≥ 1000 ml (PC) após o parto 
Ou FC ≥ 110 bpm 
Ou PA ≤ 85/45 mmHg 
Ou SpO2 < 95 % 
Ou sangramento aumentado no período de 
recuperação 
 
Mobilize: 
- Obstetra 
- Enfermeiro Anestesista 
- Ativar protocolo de hemorragia 
 
Aja: 
- Abrir Kit de hemorragia se disponível 
- 02 acessos: Jelco 16 ou 18 
- Hemograma, Coagulograma, Tipagem sanguínea 
- 02 em NAF 10-15 L/min 
- Massagem uterina 
- Ocitocina 20 UI (4 amp) + SF 0,9% 500ml em BIC 125ml/h 
(manter ou iniciar) *obrigatória 
- Metilergotamina IM por até 5 doses /// Misoprostol 800 
mcg Via Retal 
- Sonda de Foley 
- Manter paciente sempre aquecido 
- Reserva de 2 CH (concentrado de hemácias) 
- Ácido Tranexâmico (coagulador sanguíneo) 
 
Identifique a causa – 4T: 
- Tônus (quadro de atonia uterina, ausência de tônus 
uterino, não formação do globo de Pinard) 
- Trauma (laceração,podendo levar ao rompimento de 
vaso importante) 
- Tecido (se está lesionado) 
- Trombina (problema de coagulação) 
 
 
 
Manobra de Hamilton 
 
Sonda de foley – esvaziamento vesical 
Monitorar diurese 
Manter massagem no útero por cerca e 20 min se 
necessário 
 
Manobra de Johnson 
 
Reposicionamento manual uterino 
Retirar do útero por via vaginal 
Estimula o útero por via externa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Hemorragia Estágio II 
Sangramento contínuo 
ou 
Instabilidade dos sinais vitais 
Ou 
Perda 1000 a 1500ml de sangue 
 
Mobilize: 
2° Obstetra 
2° Enfermeira 
contato com banco de sangue 
 
Ativar código vermelho – risco de PCR 
Aja: 
Transfundir 2 Unidades de CH (do tipo O negativo) até 
que chegue o concentrado tipo sanguíneo da paciente 
Considerar descongelamento de PFC 
Solicitar Coagulograma 
Manter paciente aquecida 
 
Pense: 
Preparar-se para realização de procedimentos 
baseados na etiologia Balão, suturas, traje anti choque 
Avaliar necessidade de equipe complementar 
 
Balões intrauterinos 
 
 
Permanência por 24h 
Administrar. Uterotônico (ocitocina/misoprostol) + 
analgesia + ATB (CEFAZOLINA) 
Esvaziamento vesical 
Antissepsia 
Introdução cateter intrauterino 
inflar balão com fluido até sangramento cessar (250-500 
ml de SF morno) 
Introduzir tampão vaginal 
Fixar sonda face interna da perna paciente 
 
Sutura de B-Lynch 
 
Traje antichoque 
 
Aplica contrapressão circunferencial 
Reverte o choque derivando o sangue a órgãos vitais por 
aumento de sobrecarga 
Diminui a perda sanguínea 
o Estágio III 
 
Perda >1500ml sangue 
ou 
>2 CH transfundidos 
ou 
Dados vitais instáveis 
ou 
Suspeita CIVD (coagulação intravascular disseminada) 
 
Mobilizar: 
Cirurgião 
Banco de sangue 
 
Aja: 
Anunciar DV e perda sanguínea 
Manter paciente aquecida 
Monitorização invasiva 
Aminas vasoativas 
Transfusão Maciça 
Revisão laboratorial 
gasometria arterial, lactato, hemograma, 
coagulograma, função hepática 
 
Pense: 
Preparar-se para realização de procedimentos 
baseados na etiologia 
(Balão, B-Lynch, histerecto mia, damage control) 
Histerectomia associada

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