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1 Anatomia e Fisiologia Humana 2 CAPITULO 1- INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA Anatomia palavra de origem grega que quer dizer ―corte, fatia, secção‖. Consequentemente anatomia é a ciência que estuda o corpo por meio de cortes, a realização de cortes, que revela o que se encontra oculto, é responsável por dar nome a está ciência que exibe, demonstra, delimita, divide, organiza e denomina. A identificação das partes permite o entendimento do todo. A anatomia do ser humano é a base para formação em todas as áreas da saúde. Na vida diária, o conhecimento da anatomia deve ser constantemente aplicado no paciente e, portanto, a anatomia sempre está presente. A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos específicos. CAPITULO II- VARIAÇÕES ANATÔMICAS A variação anatômica é uma alteração da forma ou posição do órgão, porém, não causa prejuízo na função, a simples observação de um grupo humano pode-se observar se há diferenças morfológicas entre os elementos que compõem esse grupo e podem apresentar-se externamente ou em qualquer dos sistemas do organismo. Denominamos anomalia a alteração da forma ou posição do órgão, que causa prejuízo na função, sendo compatível com a vida. Quando o desvio padrão anatômico perturba a função, diz-se que se trata de uma anomalia e não de uma variação. A monstruosidade é uma anomalia acentuada de modo a deformar profundamente a conformação corporal do indivíduo, sendo, em geral incompatível com a vida. 1.1-Nomenclatura Anatômica 3 É o termo usado para a linguagem própria na anatomia, é o conjunto de termos empregados para nomear e descrever o indivíduo e suas partes. Vale ressaltar que a anatomia é uma ciência que requer nomes para muitas estruturas e processos do corpo, muitos termos dão informações sobre o formato, o tamanho, a localização, a função de uma estrutura ou sobre a semelhança entre duas estruturas. As terminologias podem dar também abreviações aos termos, podem ser usadas para sintetizar o termo, como: músculo (m), artérias (a), veias (v), nervos (n), ligamento (lig.), glândula (gl). 1.2-Posição anatômica 1.2.1-Posição Supina ou Decúbito Dorsal O corpo está deitado com a face voltada para cima. 1.2.3-Posição Prona ou Decúbito Ventral O corpo está deitado com a face voltada para baixo. 1.2.4-Decúbito Lateral O corpo está deitado de lado. 1.2.5-Posição De Litotomia O corpo está deitado com a face voltada para cima, com flexão de 90° de quadril e joelho, expondo o períneo. A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. O corpo está numa postura ereta (em pé, posição ortostática ou bípede) com os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente. A cabeça e pés também estão apontados para frente e o olhar para o horizonte. 4 1.2.6 – Posição Ginecológica Consiste em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas, afastadas. Essa posição é usada para exames dos órgãos genitais internos e externos, cirurgias, cateterização, partos, entre outros. 1.2.7-Posição De Trendelemburg – O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40°. 1.2.7.1- Posição de Trendelemburg Reverso O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada, mantendo as alças intestinais na parte inferior da cavidade abdominal. Reduzindo a pressão sanguínea cerebral, além do que, a posição é utilizada para cirurgias de abdome superior e cranianas. 1.2.7-Posição de Fowler Colocar o paciente em decúbito dorsal, elevar a cabeceira da cama até que o tronco do paciente atinja um ângulo de 45 graus em relação a cama. Usada em pacientes cardíacos e pulmonares para facilitar a respiração. 1.2.8-Posição de Sims 5 Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo, mantendo a cabeça apoiada no travesseiro. O corpo deve está inclinado ligeiramente inclinado para frente, com o braço esquerdo esticado para trás. Indicações para exames retais, clister e lavagem intestinal. 1.2.10 – Posição de Genu-peitoral Colocar o paciente ajoelhado, mantendo os joelhos afastados, com o peito apoiado sobre a cama e a cabeça lateralizada sobre os braços. Indicações para realizar exames do reto e vagina, sigmoidoscopia, em casos de flatulência, etc. 2-Planos Anatômicos As descrições anatômicas, tanto do corpo quanto dos órgãos, são baseadas em 3 principais planos de secção que passam através do corpo na posição anatômica. ● Plano Sagital: São todos os planos verticais com orientação paralela à sutura sagital do crânio. O plano sagital mediano ( ou plano mediano) divide o corpo em duas metades iguais, direita e esquerda. ● Plano Coronal: São todos os planos verticais com trajeto paralelo à sutura coronal do crânio. Este plano divide o corpo em duas metades diferentes, anterior e posterior. 6 ● Plano Transversal: São todos os planos que cortam o corpo horizontalmente. Divide o corpo em duas metade diferentes, superior e inferior. 3-Termos De Posição e Direção A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de delimitação e secção. Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e lateral conforme estejam, respectivamente, mais próximas ou mais distantes do plano mediano do corpo. Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próximas ou mais distante do plano anterior. Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superiores (ou cranial) para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros empregam-se, comumente, os termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da raiz do membro. Para o tubo digestivo empregam-se os termos oral e aboral, referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca. Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média. Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo este um conceitoabsoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, em quantos outros termos de posição e direção são relativos, pois baseiam –se na comparação da posição de uma estrutura em relação a posição de outra. 7 4-Eixos anatômicos Quando é observado o movimento do corpo humano, aplica-se o conhecimento de eixo. Os eixos são linhas imaginárias que atravessam os planos do corpo perpendicularmente para possibilitar movimentos. Lembrando que estes planos e eixos serão sempre aplicados nas partes do corpo humano que permitem graus de movimentos amplos (articulações diartroses) O corpo humano é dividido em três eixos imaginários. Eixo longitudinal: Estende-se de cima para baixo (ou vice e versa), perpendicular ao plano transversal. Esse eixo possibilita os movimentos de rotação lateral e rotação medial. Exemplo: Articulação dos ombros, cotovelos, etc. Eixo sagital: Estende-se em sentido anterior para posterior, perpendicular ao plano frontal. Esse eixo é também chamado de sagital. Possibilita os movimentos de abdução e adução, ex: articulação do ombro, do quadril, etc. Látero- Lateral. Estende-se de um lado ao outro, tanto da direita para esquerda quanto o inverso, perpendicular ao plano sagital. Esse eixo é conhecido como transversal ou horizontal. Esse eixo possibilita os movimentos de flexão e extensão VAMOS EXERCITAR! 8 1- Qual o conceito de anatomia e o que está identifica? 2- Como estão divididos os grupos da anatomia e como estes grupos funcionam? 3- O que significa variação anatômica de acordo com o assunto? 4- Qual a importância da nomenclatura anatômica. 5- Cite as posições anatômicas e seus conceitos. 6- Qual a importância dos planos anatômicos? 7- Quais os eixos anatômicos e dê exemplos. CAPITULO III - DIVISÃO DO CORPO HUMANO O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 1-Cabeça A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões crânio encefálicas são as causas mais frequentes de óbito nas vítimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e obstrução das vias aéreas. 2- Tronco: O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. 2.1.1. Pescoço: Contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém também vasos sanguíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa. 2.1.2. Tórax: Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos sanguíneos que chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As lesões do tórax são a segunda causa mais frequente de morte nas vítimas de trauma. 3- MÉTODOS DE ESTUDO 3.1-Inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou internos (endoscopia); 3.2-Palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares e as saliências ósseas, dentre outras coisas; 3.3-Percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir 9 sons audíveis, que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou sólidos); 3.4- Ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino); 3.5-Mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias; 3.6-Dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor visualização; 3.7-Métodos de estudo por imagem: inclui os raios-X, ecografia, ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada. 4-VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS A variação anatômica se deve a grande variabilidade genética de nossa espécie e podemos considerá-la como perfeitamente normal, desde que não afete o funcionamento do organismo. 4.1-Idade: É o tempo decorrido ou a duração da vida. Notáveis modificações anatômicas ocorrem nas fases da vida intra e extra-uterina do mamífero, bem como nos principais períodos em cada fase. 4.2-Sexo: É o caráter de masculinidade ou feminilidade. É possível reconhecer órgãos de um e de outro sexo, graças as características especiais, mesmo fora da esfera genital. 4.3-Raça: É a denominação a cada grupamento humano que possui caracteres físicos comuns, externa e internamente, pelos quais se distinguem dos demais. Conhecem-se, por exemplo, representantes da raça branca, negra e amarela e seus mestiços, ou seja, ―o produto do seu entrecruzamento‖. 4.4-Biótipo: Os biótipos constitucionais existem em cada grupo racial. São três tipos principais reconhecidos. Os principais tipos são: 4.a- Longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. Nessas pessoas o estômago geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente; 4.b- Brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as vísceras costumam estar dispostas mais horizontalmente; 4.c- Normolíneo: características intermediárias. 5- Planos de Delimitação O objetivo dos termos anatômicos é unificar e facilitar o entendimento da linguagem anatômica. Alguns planos de delimitação são sugeridos: ⮚ Anterior ou Ventral: Situado anteriormente ou em direção ao ventre; 10 ⮚ Posterior ou Dorsal: Situado posteriormente ou em direção ao dorso. ⮚ Superior ou Cranial: Situado superiormente ou em direção a cabeça; ⮚ Inferior ou Podálico: Situado inferiormente ou em direção a cauda. ⮚ Exemplo: Os grandes vasos localizam-se superiormente ao coração enquanto que o diafragma localiza-se inferiormente ao coração. ⮚ Lateral: Se afasta do plano mediano; ⮚ Medial: Se aproxima do plano mediano ⮚ Mediano: Que se situa na linha mediana, ex: a laringe, a traquéia, o ramo ascendente da aorta, o esôfago, etc. ⮚ Intermédio: Verticalmente está entre o medial e o lateral, ex: o músculo intermédio está entre um músculo medial e o outro lateral; 11 ⮚ Médio: Horizontalmente está entre o superior e o inferior, ex: as falanges, tanto das mãos quanto dos pés, estão dispostas uma superiormente (falange proximal), outra inferiormente (falange dista) e uma entre ambas (falange média) ⮚ Proximal: Situa-se próximo ao tronco; está mais próximo da cabeça, ex: a coxa está mais próxima (proximal) da cabeça em relação à perna que está distante (distal); ⮚ Distal: Que se situa longe do tronco; que está longe da cabeça, ex: a mão está mais distante (distal) da cabeça em relação ao braço (proximal) que está mais próximo. ⮚ Superficial: O que está próximo da superfície, ex: os músculos da camada superficial do dorso (músculo trapézio); ⮚ Profundo: Que se afasta da superfície, ex: os músculos da camada profunda do dorso (músculos levantadores das costelas, curto e longo) 12 VAMOS EXERCITAR! 1-Qual a divisão básica do corpo humano e sua composição? 2-Qual a divisão do tronco? 3-Cite os métodos de estudo e sua importância. 4-Quais os principais tipos morfológicos constitucionais? 5-Diferencie 3 termos de relação anatômica. CAPITULO IV- SISTEMA ESQUELÉTICO O sistema esquelético é compostopor ossos e cartilagens que estão perfeitamente arranjados na formação do nosso esqueleto. O esqueleto humano no adulto é formado por 206 ossos, que atuam na sustentação do organismo, proteção de órgãos vitais, garantia da movimentação, produção de células sanguíneas e armazenamento de alguns sais minerais, tais como cálcio e fósforo. Os ossos são formados por um tipo especial de tecido conjuntivo, o tecido ósseo, que possui uma matriz intracelular mineralizada. Esse tecido, apesar do que muitos pensam, é formado por células vivas: os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos. O primeiro grupo de células é responsável pela síntese da matriz óssea. Os osteoclastos atuam na reabsorção óssea. Já os osteócitos estão relacionados com a manutenção da matriz e reabsorção, quando estimulados pelo hormônio da paratireóide. Classificam-se os ossos de acordo com a sua forma em cinco tipos principais: longos, curtos, planos, irregulares e sesamoides 13 O esqueleto humano pode ser dividido em duas porções: axial e apendicular. No chamado esqueleto axial, temos o crânio, vértebras, costela e esterno. O crânio é a porção responsável por garantir, principalmente, a proteção do encéfalo. As vértebras formam a coluna vertebral e são compostas por 33 ossos. As costelas formam a caixa torácica e articula-se com as vértebras na porção posterior e com o esterno na porção anterior do corpo O esqueleto apendicular, por sua vez, é formado pelos membros e pela cintura escapular e pélvica. A cintura escapular, que é formada pela clavícula e escápula, une o tórax aos membros superiores, enquanto a cintura pélvica, que é formada pelo osso do quadril, liga-se ao sacro e aos membros inferiores. Os membros superiores são formados pelo úmero, que forma o braço, e a ulna e o rádio, que formam o antebraço. O punho e as mãos são formados, respectivamente, pelo carpo e metacarpos. Os dedos, por sua vez, são formados pelas falanges. Já os membros inferiores são formados pelo fêmur, que é o osso da coxa, e a tíbia e a fíbula que formam a perna. O joelho é composto pela patela e nos pés encontramos os ossos do tarso, metatarso e falanges. Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997. 1-ESQUELETO AXIAL 1.1-Caixa Craniana 14 Observações: Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso. 1.2- Ossos Da Face O crânio é uma caixa óssea ovóide que ocupa a parte superior e posterior da cabeça, formado por 8 ossos articulados. Destinada a abrigar a mais importante parte do sistema nervoso, o encéfalo. Frontal Occipital Esfenóide Etmóide Parietais Temporais A face, outra região da cabeça, é constituída por 14 ossos. Vômer Mandíbula Maxilar (2) Zigomático (2) Lacrimal (2) Palatino (2) Concha Nasal (2) Nasal (2) 15 1.3-Coluna vertebral A primeira região, com sete vértebras, forma o pescoço. Sua vértebra (atlas) articula-se até o crânio e permite seu movimento vertical, a segunda, áxis (= eixo), permite a movimentação lateral da cabeça. A região torácica possui 12 vértebras e prende as costelas, a lombar constitui de 5 vértebras, o mesmo número que a sacral e a coccígea possui 4vértebras.A coluna vertebral, que é o eixo central do nosso corpo, é formada por vértebras, ossos irregulares e dispostos em série. A coluna vertebral tem como principais funções: Possibilitar que a pessoa se mantenha em pé de forma ereta do ser humano, movimentação dos membros superiores e inferiores, junto às costelas promovem a proteção de órgãos, proteção da medula espinhal. A sua estrutura é constituída por 33 vértebras, a coluna se se subdivide em: coluna cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. 1.4-Caixa Torácica A caixa torácica protege vários órgãos (coração, pulmões, esôfago) e apresentam 12 pares de ossos alongados, as costelas. Os sete primeiros pares são chamados costelas ―verdadeiras‖ e estão ligados ao osso esterno por cartilagens. Os três pares de costelas seguintes têm sua cartilagem de união presa ao sétimo par e são denominadas costelas falsas. Os dois últimos pares são as costelas ―flutuantes‖, pois não se interligam ao esterno de maneira nenhuma. Essa ―armação‖ é movimentada pelos músculos intercostais e auxilia na respiração. O esterno localiza-se na parte anterior e central do tórax e tem forma de um punhal. Tem sua divisão em: manúbrio (a extremidade superior), corpo do esterno e apêndice xifóide (a extremidade inferior). A primeira região, com sete vértebras, forma o pescoço. Sua vértebra (atlas) articula-se até o crânio e permite seu movimento vertical, a segunda, áxis (= eixo), permite a movimentação lateral da cabeça. A região torácica possui 12 vértebras e prende as costelas, a lombar constitui de 5 vértebras , o mesmo número que a sacral e a coccígea possui 4vértebras. 16 2- Esqueletos Apendicular 2.1- Membros Superiores 2.2-Membros Inferiores 2.1-MEMBROS SUPERIORES O membro superior é formado pelo braço, pelo antebraço e pelas mãos. Clavícula e Escápula Braço e Antebraço O úmero é o osso do braço e articulam-se, na extremidade superior e, na extremidade superior, ao cíngulo do membro superior e, na inferior, os dois ossos paralelos do antebraço: o rádio e a ulna. O rádio liga-se, em sua parte inferior, a região o carpo, que constitui o punho. Ossos da Mão A região do carpo é o primeiro grupo de ossos curtos que forma a mão, sendo composta por 8 ossos. O metacarpo, segundo grupo de ossos longos, dispostos como a armação de um leque aberto e designados simplesmente com os seguintes nomes: primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ossos metacarpos. Falanges A clavícula é um osso alongado que pode ser sentido apalpando-se o ombro, próximo ao pescoço. Já a escápula é um osso grande, irregular e triangular que, apoiado a clavícula, se articula com o úmero. Podemos sentir a escápula no dorso. 17 As falanges compõem o terceiro grupo de ossos da mão, apêndices dotados de movimentos, formados por três ossos longos: falange proximal, falange média e falange distal, com exceção o dedo polegar que possui apenas a falange proximal e distal. MEMBROS INFERIORES Os membros inferiores são ligados ao tronco por meio do cíngulo do membro inferior. Ossos do Quadril Articulando-se os ossos do quadril com o sacro, obtém-se um cinturão ósseo denominado pelve, base de sustentação das vísceras abdominais. A pelve feminina, por causa de sua função durante a gravidez e o parto, é mais larga que a masculina, apesar 18 da mesma estrutura óssea. Os ossos do quadril compõem-se de três peças ósseas: o ílio, o osso ísquio e o púbis, que, em conjunto com o osso sacro, formam a pelve óssea. Fêmur Outro osso a articular- se com o quadril é o fêmur- o mais longo dos ossos do nosso organismo. O fêmur é o osso da coxa. A extremidade superior, que se articula com o quadril, possui uma cabeça esférica denominada cabeça do fêmur e possibilita um alto grau de mobilidade. Sua extremidade inferior articula-se com a tíbia e a patela, formando o joelho. A patela é um osso triangular, plano e arredondado. Fíbula e Tíbia A perna compõe-se de dois ossos longos, dispostos paralelamente: a tíbia, localizada na região medial da perna, e a fíbula, menor em comprimento do que a tíbia, localizada na região lateral da perna e o fino dos ossos longos do esqueleto. 19 Ossos do Pé Como nas mãos, possuímostrês grupos de ossos formando os pés: tarso, metatarso e falanges. O pé articula-se com a perna por meio do tarso, formado por sete ossos: calcâneo (osso do calcanhar), tálus (tornozelo), navicular (que ocupa a parte interna do pé), cubóide (dorso do pé) lateral intermédio e medial cuneiformes. O metatarso é constituído por cinco ossos longos, os metatarsais, que se articula com o cubóide, e os cuneiformes, em sua extremidade proximal. Na extremidade distal, encaixam-se as falanges proximais dos dedos. Cada dedo é composto, como nas mãos, de três falanges: a proximal, a média e a distal, com exceção, novamente, do hálux, que possui apenas a falange proximal e a distal. OSSOS Classificação e constituição dos ossos No corpo humano existem 206 ossos. O formato e o tamanho diferenciam e classificam os ossos em quatro tipos: ossos longos, cujo comprimento supera a largura, ossos curtos, nos quais o comprimento e a largura são aproximadamente iguais, ossos planos, de aspectos laminar e ligeiramente recurvados, além dos ossos irregulares, os quais apresentam projeções, denominadas acidentes ósseos. Os ossos são constituídos de uma parte mineral e outra orgânica, que lhes conferem suas características gerais, permitindo que sejam ao mesmo tempo, resistentes e duro. 20 Os ossos são classificados de acordo com seu formato. ● Os ossos longos são tubulares (por exemplo, o úmero no braço) ● Os ossos curtos são cubóides e encontrados apenas no tornozelo (tarso) e no punho (carpo). ● Os ossos planos geralmente têm funções protetoras (por exemplo, aqueles que formam o crânio protegem o encéfalo). ● Os ossos irregulares (por exemplo, na face tem vários formatos, além de longos, curtos ou planos). ● Os ossos sesamóides (por exemplo, a patela) se desenvolvem em alguns tendões e são encontrados nos lugares onde os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros, eles protegem os tendões do desgaste excessivo. ARTICULAÇÕES A maioria dos ossos em nosso corpo articula-se, formando as articulações ou juntas (união), que podem ou não permitir movimentos. A cartilagem existente em suas extremidades auxilia e facilita esses movimentos. De acordo com o tipo de tecido encontrado entre os que se articulam as articulações ou junturas podem ser de três tipos: as sinoviais (ou diartroses), que permitem amplos movimentos, como as articulações das mãos, dos ombros e dos joelhos, as cartilaginosas( ou anfiartroses), cuja mobilidade é limitada, om articulações das vértebras e costelas, e as fibrosas ( ou sinartrose), que não possuem mobilidade, como ossos do crânio. 21 VAMOS EXERCITAR! EXEERCÍCIO 1-Quais as funções do Sistema Esquelético? 2- Como está dividido o esqueleto humano? Descreva a divisão. 3- Quais os ossos do crânio e da face? 4- O que é fontanela? 5- Como está subdividida a coluna vertebral? 6-Quais os ossos que compõem a caixa torácica? 7-Como está subdividido os membros superiores. E quais os ossos que compõem? 8- Quais os ossos das mãos? 9- Como estão subdivididos os membros inferiores. E quais os ossos que compõem? 10-Quais os ossos do Quadril? 11- Quais os ossos dos pés? 12-Qual a classificação dos ossos? Exemplifique. 13-Quais os tipos de articulações. Cite exemplos? CAPITULO V- SISTEMA MUSCULAR O sistema esquelético é responsável pela sustentação do nosso corpo, porém se não houvesse a ação dos mais de seiscentos e cinquenta músculos e das articulações, de nada adiantaria a sustentação, simplesmente desabaríamos. A coordenação desses dois sistemas- esquelético e muscular- é o que nos possibilita realizar movimentos necessários. Um músculo contraindo-se, enquanto outro, simultaneamente, relaxa, provoca o movimento muscular. Esse antagonismo muscular também é coordenado pela ação do sistema nervoso. Enquanto vivemos, os músculos nunca se relaxam totalmente, permanecendo em estado de tensão parcial, sempre prontos a retornar à ação. A essa tensão chamamos tônus muscular. Tipos De Tecidos Musculares O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: estriado esquelético, liso e estriado cardíaco. Músculo estriado esquelético ou Voluntário É inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. Músculo liso ou involuntário O músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo. Músculo Cardíaco 22 Este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo. 1-Musculatura Esquelética O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. 23 A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 micra (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta. No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina disposta regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamado músculos estriados. Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio. Musculatura Lisa A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: têm, na verdade, um amanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária, além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo. Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados no retículo sarcoplasmático 24 são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima quefosforila a miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na contração muscular. Musculatura Cardíaca O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular. As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura cardíaca. Característica do Tecido Muscular O Tecido Muscular possui quatro características principais que são importantes na compreensão de suas funções: ✔ Excitabilidade – capacidade do tecido muscular de receber e responder a estímulos; ✔ Contratilidade - capacidade de encurta-se e espessar; ✔ Extensibilidade – capacidade do tecido de distender-se; ✔ Elasticidade – capacidade do tecido de voltar a sua forma após uma contração ou extensão. TIPOS DE MÚSCULOS 25 VAMOS EXERCITAR! 1-Qual a função do Sistema Muscular? 2-Quais os tipos de tecidos musculares? 3-Cite o nome de 10 músculos? 4-Quais as características do tecido muscular? 5-O que é miofibrilas? CAPITULO VI - SISTEMA CARDIOVASCULAR A distribuição dos nutrientes e do oxigênio, obtidos mediante processos de digestão e de respiração, é feita por uma rede composta por mais de 100.000 Km de vasos sanguíneos, em que circulam, continuamente, cerca de 5 L de sangue. O sangue é impulsionado para todo o corpo pelo coração, que atua como uma bomba. Componentes do Sistema Cardiovascular Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e linfa. CORAÇÃO Uma bomba dupla, auto ajustável, de sucção e pressão, cujas porções trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todas as partes do coração. O lado direito do coração recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo através da veia cava inferior e veia cava superior e bombeia-o, através do tronco pulmonar para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e bombeia-o para a Aorta, a fim de que seja distribuído para o corpo. O coração bate de 60 até 100 vezes por minuto, isso dá cerca de 100 mil batidas por dia. Ele é uma bomba que movimenta 400 litros de sangue por hora. Tem dois movimentos: sístole e diástole. A sístole ocorre quando o coração se contrai, distribuindo o sangue pelo corpo, durante a diástole ele relaxa. Seu peso é cerca de 300 gramas e ele é dividido em quatro partes: dois átrios, que recebem o sangue das veias, e dois ventrículos, que têm função de impulsionar o sangue para dentro das artérias ÁTRIO E VENTRÍCULO O miocárdio é o músculo que forma o coração, um órgão cônico e oco, constituído por Quatro cavidades. As cavidades superiores são átrios ( direito e esquerdo) e as inferiores são os ventrículos( direito e esquerdo).Entre o átrio direito e o ventrículo direito, a valva é a atrioventricular direita ( tricúspide), e do lado esquerdo, comunicando átrio e o 26 ventrículo, a valava atrioventricular esquerda( mitral ou bicúspide).No átrio esquerdo do coração, chegam as veias pulmonares, provenientes dos pulmões, e no átrio direito, chegam as veias por meio da pele, pois são mais superficiais do que as artérias. Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar O sangue venoso sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar que leva aos pulmões onde se dá a hematose. Já com o sangue arterial volta ao coração transportado pelas veias pulmonares que se abrem na aurícula esquerda. 27 Grande Circulação ou Circulação Sistêmica O sangue arterial sai do ventrículo esquerdo transportado pela artéria aorta que leva ás células. Nas células, passa o sangue venoso, voltando ao coração transportado pelas veias cavas que se abrem na aurícula direita, As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por minuto, em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a diástole. ARTÉRIAS São os vasos sanguíneos que levam o sangue do coração para os diferentes órgãos do nosso corpo. As suas paredes elásticas e resistentes. VEIAS As veias levam ao coração sangue vindo do corpo. As suas paredes são mais finas que as das artérias. CAPILARES Os capilares levam sangue aos tecidos, para fornecer oxigênio as células. Eles ligam as artérias às veias. 28 VEIAS DOS MEMBROS SUPERIORES VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES 29 ALGUNS DISTÚRBIOS CARDÍACOS 30 Sopro no coração É uma alteração no fluxo do sangue dentro do coração provocada por problemas em uma ou mais válvulas cardíacas ou por lesões nas paredes das câmaras. Na maioria das vezes, não existem sequelas. No entanto, quando o sopro é muito forte, decorrente de lesões nas paredes das câmaras, ele certamente precisará ser tratado, pois um volume considerável de sangue sem oxigênio irá se misturar com o sangue que já foi oxigenado. Algumas pessoas já nascem com válvulas anormais. Outras vão apresentar esse tipo de alteração por causa de males como a febre reumática, a insuficiência cardíaca e o infarto, que podem modificar as válvulas. Sintomas: Sopros são caracterizados por ruídos anormais, percebidos quando o médico ausculta o peito e ouve um som semelhante ao de um fole. O problema pode ser diagnosticado de maneira mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo sanguíneo dentro do coração. Tratamento: Como existem várias causas possíveis, o médico precisa ver o que está provocando o problema antes de iniciar o tratamento — que vai desde simples medicamentos até intervenções cirúrgicas para conserto ou substituição das válvulas, que poderão ser de material biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas. Prevenção: Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de evitar que ele se agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema, realizando exames de check-up. Infarto do miocárdio É a morte de uma área do músculo cardíaco, cujas células ficaram sem receber sangue com oxigênio e nutrientes. A interrupção do fluxo de sangue para o coração pode acontecer de várias maneiras. A gordura vai se acumulando nas paredes das coronárias (artérias que irrigam o próprio coração). Com o tempo, formam-se placas, impedindo que o sangue flua livremente. Então, basta um espasmo — provocado pelo estresse — para que a passagem da circulação se feche. Também pode ocorrer da placa crescer tanto que obstrui o caminho sanguíneo completamente, ou seja, pode acontecer por entupimento - quando as placas de gordura entopem completamente a artéria, o sangue não passa. Dessa forma, as células no trecho que deixou de ser banhado pela circulação acabam morrendo. A interrupção da passagem do sangue nas artérias coronárias também pode 31 ocorrer devido contração de uma artéria parcialmente obstruída ou à formação de coágulos (trombose). Sintomas: O principal sinal é a dor muito forte no peito, que pode se irradiar pelo braço esquerdo e pela região do estômago. Prevenção: Evite o cigarro, o estresse, os alimentos ricos em colesterol e o sedentarismo, que são os principais fatores de risco. Também não deixe de controlar a pressão arterial. Tratamento: Em primeiro lugar, deve-se correr contra orelógio, procurando um atendimento imediato — a área do músculo morta cresce feito uma bola de neve com o passar do tempo. Se ficar grande demais, o coração não terá a menor chance de se recuperar. Conforme a situação, os médicos podem optar pela angioplastia, em que um cateter é introduzido no braço e levado até a coronária entupida. Ali, ele infla para eliminar o obstáculo gorduroso. Outra saída é a cirurgia: os médicos constroem um desvio da área infartada — a ponte — com um pedaço da veia safena da perna ou da artéria radial ou das artérias mamárias. Revascularização do miocárdio: durante a cirurgia um vaso sanguíneo, que pode ser a veia safena (da perda), a artéria radial (do braço) e/ou as artérias mamárias (direita ou esquerda) são implantadas no coração, formando uma ponte para normalizar o fluxo sanguíneo. O número de pontes pode variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do paciente. 32 HIPERTENSÃO O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracteriza-se por uma pressão sistólica superior a 14 cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos sanguíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência. Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende que a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, alguns deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, exercendo ação recíproca e sinérgica. Veja na tabela a seguir o ―peso‖ de cada um 33 desses ingredientes: Como fatores genéticos, podemos citar: alta concentração de cálcio na membrana das células (defeito primário): aumenta a contração da musculatura lisa das artérias, fazendo-as se fecharem, o que diminui a passagem de sangue, resultando na hipertensão essencial ou primária (fator genético; aumento da concentração de sódio nas paredes das artérias, fazendo-as se fecharem cada vez mais (fator genético); Além dos fatores incontroláveis, descritos anteriormente, obesidade, excesso de sal, álcool, fumo, vida sedentária, estresse e taxas elevadas de colesterol (LDL) são fatores que favorecem a elevação da pressão arterial. O uso de anticoncepcionais orais (pílulas anticoncepcionais) também é um fator que predispõe mais as mulheres à hipertensão. O cigarro e níveis elevados de colesterol (LDL) também estão entre os elementos de risco: cerca de 70% do colesterol existente no homem é produzido pelo próprio organismo, no fígado. O restante provém da alimentação, dos produtos de origem animal. Por isso, o distúrbio pode ter origem externa, resultante principalmente de dietas erradas e vida sedentária, ou interna, de causa genética. A consequência direta é a aterosclerose, que dificulta ou, às vezes, impede o fluxo sanguíneo na região. O uso abusivo de descongestionantes nasais e medicamento em spray para asma também aumentam as chances de hipertensão. Pessoas diabéticas têm tendência a desenvolver hipertensão e outras doenças que atingem o coração. Prevenção: ● Dieta hipossódica (com pouco sal) e hipocalórica (sem excesso de calorias); ● Redução de peso; ● Prática de exercícios físicos aeróbicos (de baixa intensidade e longa duração) ou isotônicos (com grande movimentação dos membros). Sedentários devem procurar um cardiologista antes de iniciar qualquer tipo de exercício; ● Dieta balanceada rica em vegetais e frutas frescas e pobre em gorduras saturadas e colesterol; ● Medir periodicamente (a cada seis meses) a pressão arterial e tratar o diabetes (quando for ocaso); ● Eliminar ou reduzir o fumo e, nos casos de mulheres hipertensas, eliminar o uso de contraceptivos orais (são uma bomba para o coração quando associados ao cigarro); ● Reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas; ● Consultar o médico regularmente VAMOS EXERCITAR 1- Faça um resumo sobre o coração. 2- Como é a divisão do coração? 3- Explique a pequena e a grande circulação. 4- Conceitue veias, artérias e capilares. 5- Cite 3 artérias e 3 veias. 34 6- 6-Quais os componentes do sistema circulatório? 7- Explique como ocorre o infarto agudo do miocárdio? 8- O que é hipertensão? Quais as prevenções? CAPITULO VII - SISTEMA LINFÁTICO Você, por certo, já observou em algum paciente a saída de um líquido aquoso drenado de uma lesão - aquela famosa ―aguinha‖ que sai do machucado. Esta ―aguinha‖ é o que chamamos de linfa, principal elemento na formação da crosta ou ―casca‖ protetora das feridas, cuja função é auxiliar a cicatrização. Mas o que é a linfa e de onde vem? Quais são suas demais funções? Para responder a essas perguntas lembre-se do que aprendeu sobre circulação sanguínea, pois o papel da linfa é, de certo modo, complementar ao do sangue venoso, pois também drena as impurezas do corpo através da circulação. Recorde-se de que o sangue arterial, ao sair do ventrículo esquerdo pela artéria aorta, empreende uma fabulosa jornada por todo o corpo penetrando em artérias de calibres cada vez menores até chegar às arteríolas e iniciar seu retorno pelas vênulas. É nessa passagem das arteríolas para as vênulas que uma fração aquosa, denominada plasma, escapa dos vasos e circunda as células, fornecendo-lhes substâncias trazidas pelo sangue, ao mesmo tempo em que recolhe os resíduos do metabolismo celular. Quando fora dos vasos capilares, esse líquido permanece nos espaços entre as células (espaço intercelular ou espaço intersticial), ali ficando estagnado. Você imagina o que aconteceria se não houvesse a drenagem desse líquido? Saiba que todo ele é drenado por capilares linfáticos de calibre microscópico; ao atravessar suas paredes, o líquido intercelular passa a chamar-se linfa. 35 Agora, você pode deduzir o que acontece, já que o processo é semelhante ao da circulação sanguínea. A linfa percorre a rede de vasos linfáticos, que se ampliam cada vez mais. Para realizar esse movimento ela não depende do coração, pois o mesmo ocorre por meio de compressões resultantes de movimentos incidentais, isto é, movimentos efetuados com outra finalidade, como as pulsações das artérias vizinhas, os movimentos respiratórios e as contrações musculares, principalmente durante a locomoção. Assim, a linfa percorre lentamente o corpo em vasos gradualmente mais calibrosos até desembocar na confluência das veias subclávia e jugular, retornando então à circulação sanguínea. Provavelmente, você pode estar pensando que o sistema linfático serve apenas para conduzir a linfa, o que não é verdade. Ao longo de todo o trajeto existem formações denominadas linfonodos ou nodos linfáticos, de tamanhos variados; responsáveis pela filtragem da linfa, dela retiram as partículas estranhas e, concomitantemente, destroem as bactérias. Portanto, os linfonodos exercem importante papel, retendo microrganismos ou células mortas, impedindo, assim, que um processo infeccioso no organismo se dissemine ou provoque perturbações em outros pontos. Entretanto, por vezes, o processo infeccioso é tão intenso que provoca acentuada proliferação das células dos linfonodos. Tal fato faz com que a filtragem da linfa ocorra de forma mais restrita em vista do grande número de células presentes, que acabam por reduzir sua passagem, resultando no chamado enfartamento ganglionar ou, como comumente chamado, íngua. A compreensão do funcionamento do sistema linfático propicia ao profissional de saúde conteúdos relevantes para a prevenção de doenças e de edemas - com suas consequências. CAPITULO VIII - SISTEMA RESPIRATÓRIO Respirar é uma das funções básicas da vida, pois, ao inspirarmos, conduzimoso oxigênio presente no ar atmosférico, por meio de uma série de condutos, até os nossos pulmões. O oxigênio é, então, transportado pelo sangue para todas as células do nosso organismo, e em uma sequência de reações bioquímicas, é utilizado para oxidar a glicose, resultando em água, gás carbônico e energia. Parte do gás carbônico é transportado pelo sangue de volta aos pulmões, para ser eliminado na expiração, e a 36 energia liberada da oxidação é utilizada pelas células para que estas desempenhem suas funções. O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. FOSSAS NASAIS São duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. FARINGE 37 É um conduto comum ao sistema respiratório e ao sistema digestório, que permite a passagem do alimento para o esôfago e do ar para laringe. Na faringe possuímos as tonsilas, cuja função é aprisionar e destruir microrganismos que, por acaso, penetrem do ar ou com alimentos. Elas devem ser extraídas cirurgicamente apenas quando causam problemas, pois são úteis para evitar infecções. LARINGE É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo - de- adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de ―lingueta‖ de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar. 38 GLOTE No início da laringe temos a epiglote que protege quando deglutimos os alimentos, fechando-a. Por isso, quando engolimos não conseguimos respirar ao mesmo tempo. CORDAS VOCAIS São as responsáveis pela emissão de sons nos seres humanos. Essas estruturas, localizadas na laringe, vibram em virtude da pressão do ar vinda do pulmão, o que gera a produção de sons, que são modificados de acordo com a articulação feita pela boca e amplificados graças à chamada caixa de ressonância, que é formada pela laringe, faringe, boca e nariz. No momento da fonação, as pregas vocais ficam próximas umas das outras TRAQUÉIA É um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco- ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/laringe.htm 39 BRÔNQUIO BRONQUÍOLO Cada brônquio penetra em um pulmão e lá se ramifica mais, formando canais mais finos, os bronquíolos. Os bronquíolos terminam em pequenos sacos, os alvéolos pulmonares. PULMÕES São estruturas esponjosas, geralmente róseas, e localizam –se sobre o músculo diafragma, ocupando a maior parte da caixa torácica. O pulmão esquerdo é subdividido em lobos (ou partes), enquanto o direito possui três lobos. 40 FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO VENTILAÇÃO PULMONAR A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela concentração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna (em relação á externa), forçando o ar entrar nos pulmões. Vamos exercitar! 1-Quais as funções do sistema respiratório? 1- Quem compõe o sistema respiratório? 2- Como se dá o processo de respiração? CAPITULO IX - SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso 41 nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamados de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. 42 Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximoda coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC). Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina - invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema. 43 DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO: O Sistema Nervoso Central O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos. 44 No SNC, existem as chamadas substâncias cinzentas e brancas. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente. Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre a meninge aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor. Medula Espinhal Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do 45 cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro. Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e a massa branca, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo). Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem a medula podem matar ou danificar as células teoricamente, se o dano for confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas 46 nos tecidos que recebem e mandam sinais aos neurônios ―residentes‖ no nível da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 forem lesados, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o controle sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para ―cima e para baixo‖ através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura. Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem rompimento de pequenos vasos sanguíneos, impedindo a entrega de oxigênio e nutrientes para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células lesadas extravasam componentes citoplasmáticos e tóxicos, que afetam células vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico iniciam um quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie de cicatriz, que impedimos axônios lesados de crescerem e reconectarem. O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à paralisia e atrofia dos músculos. O Sistema Nervoso Periférico O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos. As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntiva chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa. 47 Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolongamentos de neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos). Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais e por neurônios motores. Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal denominam-se raquidianos. Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos. Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se como músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que formam as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo comas regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma: 48 ● Oito pares de nervos cervicais; ● Doze pares de nervos dorsais; ● Cinco pares de nervos lombares; ● Seis pares de nervos sagrados ou sacrais. O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso periférico. Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda subdividir- se em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa. 49 As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Jáas ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral. O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes: ● Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23pares. ● Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões. ● Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com que o sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano. O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos. Sistema Nervoso Autônomo Simpático O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como 50 as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras. Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula supra- renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica. 51 VAMOS EXERCITAR! 1-O que é neurônio. E como está dividido? 2-Qual a divisão do sistema nervoso? 3- Como está dividido o encéfalo? 4- Quais as meninges do SNC? 5- Como estão distribuídos os 31 pares de nervos raquidianos? 6- Com está composto o sistema nervoso autônomo? CAPITULO X - SITEMA DIGESTIVO Para desenvolver-se e manter suas atividades vitais, o organismo humano necessita de energia, obtida a partir da metabolização de alimentos. Essa energia é gasta até mesmo quando o organismo está em repouso, consumida pelos movimentos de contração do músculo cardíaco e pelos músculos respiratórios, mantendo, também nossa temperatura estável, além de muitas outras funções essenciais para nossa vida. Um alimento, ao ser introduzido em nossa boca, é submetido a uma série de processos mecânicos, como a mastigação, a deglutição e os movimentos peristálticos, e químicos, como a salivação, a quimificação e a quilificação. Tais processos transformarão o alimento em substâncias possíveis de serem assimiladas pelo nosso organismo, nutrindo-o. As substâncias pelo organismo intervêm nos números processos químicos que se desenvolvem no nível celular. Somente uma parte da energia é liberada é aproveitada, ao passo que as outras se dissipam com o calor a oxidação das substâncias alimentícias é a fonte de energia metabólica. O sistema digestório é constituído pelo tubo digestivo, formando em disposição contínua da boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Suas funções são digestão dos alimentos, absorção dos nutrientes e excreção dos resíduos. As principais glândulas que se ligam a esse sistema são as salivares, o fígado e o pâncreas. 52 O TRÂNSITO ALIMENTAR BOCA Na boca são mastigados - cortados, rasgados e moídos - pelos dentes, estrutura calcárias esbranquiçadas, duras e resistentes, implantados nos alvéolos dentários e recobertas pela gengiva. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas. Características dos dentes Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cementose para a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. R E G I Õ E S Coroa Colo Raiz Esmalte Polpa do dente Dentina Canal da raiz Cemento Osso alveolar Forame apical 53 As Glândulas Salivares A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimula as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual. Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. LÍNGUA A língua, órgão muscular recoberto pelas papilas gustativas, responsáveis pela sensação de sabor, também participa da mastigação, ajudando a misturar os alimentos á saliva para umedecê-los e lubrificá-los. A saliva é produzida por três pares de glândulas salivares: as parótidas, as submandibulares e as sublinguais. Após a mastigação, os alimentos são convertidos em uma massa pastosa denominada bolo alimentar, que a língua empurra para faringe iniciando o processo de deglutição. FARINGE E ESÔFAGO 54 A faringe é um conduto mucoso-muscular que serve ao sistema digestório e ao respiratório, comunicando-se com aboca e as cavidades nasais, permitindo a passagem de o bolo alimentar por um lado, do ar para a respiração. Depois de passar pela faringe, o bolo alimentar chega ao esôfago, um tubo formado por músculo esquelético e músculo liso, o qual por contrações rítmicas, os movimentos peristálticos, empurram o bolo alimentar em direção ao estômago. ESTÔMAGO É uma região dilatada do tubo digestório, com um formato semelhante á letra J, que atua mecânica e quimicamente sobre o bolo alimentar. Sua parte inicial liga-se ao esôfago denomina-sezona cardíaca, enquanto a outra extremidade é o piloro, um anel muscular que controla a passagem para o intestinodelgado. O alimento permanece no estômago de uma a cinco horas, dependendo de sua natureza. Alimentos gordurosos e mal mastigados tendem a permanecer mais tempos no estômago, dando-nos a sensação de estômago pesado. INTESTINO DELGADO e INTESTINO GROSSO O intestino é um tubo musculomembranoso cilíndrico subdividido em duas partes: intestino delgado e grosso. O intestino inteiro tem cerca de nove metros de comprimento, dos quais sete metros, aproximadamente, correspondem ao intestino delgado. Pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). Fundo Corpo Cárdia 55 O intestino grosso alcança até 7 cm de diâmetro tem aproximadamente 1,5 m de comprimento. O ceco é a primeira parte do intestino grosso e possui, bem no limite com o intestino delgado, uma expansão denominada apêndice. A parte média do intestino grosso é denominada colo e, em decorrência das variações de sua direção, subdivide-se em colo ascendente, transverso, descendente e sigmóide. É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. RETO É a parte do intestino grosso, e mede de 12 a 14 cm. Nessa região são armazenadas as fezes, até sua eliminação pelo canal anal, porção terminal do intestino grosso. -GLÂNDULAS ANEXAS 1.1-PÂNCREAS Uma glândula anexa do sistema digestório, com seu formato alongado, o pâncreas produz suco pancreático, que contém enzimas responsáveis pela digestão de proteínas, carboidratos e gorduras. Além de participar na digestão, o pâncreas desempenha várias funções, como produção de insulina, que ajuda a regular a taxa de glicose no sangue. 56 1.2-FÍGADO O fígado outra glândula anexa do sistema digestório, é a glândula de maior volume do corpo chegando a pesar, em um indivíduo adulto, cerca de 1,5 Kg. Bastante vascularizado fígado localiza-se logo abaixo do diafragma e tem, em sua parte inferior, a vesícula biliar, uma pequena bolsa que armazena e concentra a bile. A bile, um líquido verde- amarelado continuamente produzido pelo fígado, cujos componentes mais importantes são os sais biliares, neutraliza a acidez do quimo do duodeno. Depois de agir, grande parte dos sais biliares é reabsorvida pelo intestino, regressando ao fígado e estimulando a secreção de mais bile. FUNÇÕES DO FÍGADO ● Produção de bile. ● Neutralizar a maior parte das substâncias tóxicas que nosso corpo produz ou ingere. ● Armazenar glicogênio e transformá-lo em glicose. 57 VAMOS EXERCITAR 1- Quem constitui o S.Digestório? 2- Quais as funções do S.Digestório? 3- Quais as glândulas salivares? 4- Como está dividido o I.Delgado e I.Grosso? 5- Quais as glândulas anexas? 6- Quais as funções do fígado e do pâncreas? CAPITULO XI – SISTEMA URINÁRIO Os resíduos do metabolismo são eliminados pelo sistema excretor, pois, se permanecerem, irão nos intoxicar. A excreção de substâncias residuais ocorre no mesmo ritmo com que se formam oi ingressam no organismo. Além dos resíduos metabólicos, algumas substâncias que se encontram em excesso e que podem causar algum desequilíbrio na saúde, tais como água e sais minerais, são eliminados por meio de excreção. Para o bom funcionamento do organismo, quantidade total de água deve ser mantida constante. Esse controle é efetuado graças a existência de mecanismos adequados, que mantêm o equilíbrio entre a água que ingressa e a que é eliminada. A ingestão de água é regulada pela sede, e o controle da eliminação é exercido pelas vias renais. Por meio de excreção, podemos eliminar tanto substâncias sólidas (fezes), como gasosas (gás carbônico) e líquidas (urina). O aparelho urinário é responsável pela produção e excreção da urina. O sistema urinário é formado pelos órgãos urinários (rins, ureteres, bexiga e uretra). 58 RINS Possuímos dois rins, que lembram a forma de feijão, situam-se na parte posterior do abdome, um de cada lado da coluna vertebral, logo abaixo do músculo diafragma. Além de filtrar o sangue, eliminando substâncias derivadas do metabolismo celular, regulam a quantidade de água e sais minerais, mantendo a pressão a pressão osmótica, e controlam a concentração d uréia e outros elementos no organismo. Internamente, os rins possuem estruturas microscópicas denominadas néfrons (temos aproximadamente 2 milhões em cada rim). Os néfrons são os responsáveis pela depuração do plasma sanguíneo. URETERES Os ureteres (um em cada rim) realizam movimentos peristálticos e conduza urina dos rins para a bexiga. O peristaltismo dos ureteres permite que a entrada da urina na bexiga deixe de ser contínua, de forma que a urina se dirija a bexiga em que intervalos de 3 a 6 minutos. 59 BEXIGA URINÁRIA É um bolsa de mucosa e músculo liso em que a urina é armazenada até o momento da micção (ato de urinar). A capacidade de acomodação da bexiga é de 250 ml, porém chega a 400-500 ml, quando começa a pressão. URETRA A uretra possuí dois esfíncteres, um na região do colo da bexiga, de músculo liso, involuntário, e outro mais distante de músculo esquelético, involuntário. O relaxamento deste esfíncter permite que a urina seja excretada pela uretra, o último segmento das vias urinárias. Nas mulheres, a uretra mede cerca de 4 cm, abre-se para o exterior no vestíbulo, entre o clitóris e o óstio da vagina. Já nos homens, é uma via comum para eliminação da urina e do líquido seminal, mede cerca de 20 cm, ingressa no pênis e abre- se na glande para o exterior. VAMOS EXERCITAR 1- Qual a função do S.Urinário? 2- Quais os componentes do S.Urinário? 3- Quais as funções dos rins? 60 4- Diferencie a uretra masculina da uretra feminina. CAPITULO XII - SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O sistema reprodutor feminino é formado pela vulva, vagina, útero e ovários. As glândulas mamárias também são consideradas partes do sistema genital feminino. Os órgãos genitais femininos são incumbidos de produção dos óvulos, e depois da fecundação destes pelos espermatozoides, oferecem condições para o desenvolvimento até o nascimento do novo ser. Os órgãos genitais femininos consistem de um grupo de órgãos externos e órgãos internos. Os órgãos Internos estão no interior da pelve e consistem em ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Os órgãos externos são superficiais ao diafragma urogenital e acham – se abaixo do arco púbico. Compreendem o monte do púbis, os lábios maiores e menores do pudendo, o clitóris, o bulbo do vestíbulo e as glândulas vestibulares maiores. Estas estruturas formam a vulva ou pudendo feminino. OVÁRIO Estão localizados na parte inferior do abdome, um de cada lado. Os ovários produzem óvulos e secretam hormônios estrógenos e progesterona. O estrogênio é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (crescimento da mama, alargamento dos quadris, aparecimento de pêlos pubianos). 61 TUBAS UTERINAS É um tubo par que se implanta de cada lado no respectivo ângulo latero-superior do útero esse tubo é irregular quanto ao calibre, apresentando aproximadamente 10 cm de comprimento. A tuba uterina divide-se em 4 regiões, que no sentido médio-lateral são: Parte Uterina, Istmo, Ampola e Infundíbulo. ÚTERO É útero é um órgão muscular e elástico, situado entre o intestino grosso e a bexiga, tem formato de pêra e o tamanho aproximado de um punho adulto fechado. Durante a gravidez ele chega a distender-se mais de mil vezes, retornando o seu tamanho inicial algum tempo depois do parto. A regiãoinferior (colo do útero) comunica-se com a vagina. Por ocasião do parto, o colo do útero dilata-se em movimentos rítmicos, permitindo a passagem da criança. VAGINA É um canal muscular, elástico, que liga o útero ao exterior do corpo e está localizada entre a uretra e o reto. Ela serve de canal para eliminação do fluxo menstrual e, ao longo do processo normal do parto, é o canal pelo qual passa a criança. Durante a relação sexual, é o órgão em que o pênis penetra. VULVA É a abertura vertical da parte inferior da pelve e apresenta duas dobras de pelo, denominadas lábios maiores e menores. Além disso, apresenta uma região extremamente sensível e erétil, o clitóris. Os lábios maiores encontram-se em volta da abertura vaginal sob os pelos (monte do púbis). Os lábios menores também são dobras externas a região vaginal, que vestem e protegem a região anterior da vagina e possuem glândulas mucosas e sebáceas. 62 VAMOS EXERCITAR 1- Qual a composição do sistema reprodutor feminino? 2- Quais os órgãos internos e externos do sistema reprodutor feminino? 3- Qual a função do ovário? 4- Qual a função da vagina? 5- Esquematize o sistema reprodutor feminino? Cite a função. CAPITULO XIII-SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Os espermatozoides (células reprodutoras) e testosterona (hormônio sexual masculino) são produzidos por ação dos testículos, as duas glândulas sexuais que se alojam no escroto. A testosterona aparece em abundância na puberdade e provoca o crescimento dos órgãos sexuais, o fortalecimento de ossos e músculos, o alargamento das cordas vocais, provoca o engrossamento da voz e o surgimento dos pelos no corpo. São três as principais funções do sistema reprodutor masculino: ● Produção e transporte do gameta masculino. ● Produção do hormônio responsável pelos caracteres sexuais masculinos: a testosterona. ● Secreção de fluídos para formar o esperma (ou sêmen). TESTÍSCULOS E EPIDÍDIMO Os testículos e epidídimo ficam abrigados no escroto, localizado fora da cavidade abdominal, pois a temperatura vital ótima dos espermatozoides é inferior a temperatura corporal. Ambos os testículos são compostos por milhares de ductos seminíferos que, por sua vez, são formados pelas células de Sertoli e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozoides. Cada epidídimo localiza-se trás e acima de cada testículo e é formado por longos túbulos enovelados entre si mesmos. De cada epidídimo parte um ducto deferente, que penetra no abdome, conduzindo os espermatozoides, e desemboca no ducto ejaculatório, no qual recebe secreções da vesícula seminal e da próstata. O escroto é uma bolsa de 63 pele áspera e escura, coberta de pêlos. Internamente, subdivide-se em dois compartimentos, cada um contendo e protegendo um testículo. CANAIS DEFERENTES Estruturas (dois tubos) altamente musculares, constituída por fibras musculares lisas, que partem dos testículos, envolvem a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório. Possuem a função de transportar os espermatozoides em direção à uretra, além de serem responsáveis pela reabsorção daqueles que não foram expelidos. VESÍCULAS SEMINAIS São glândulas responsáveis pela produção de um fluido que será liberado no ducto ejaculatório. Junto com o líquido prostático e espermatozoides, esse fluido entrará na composição do sêmen. O fluido alcalino e viscoso das vesículas seminais contém principalmente frutose, além de prostaglandinas e proteínas de coagulação (que são diferentes das encontradas no sangue). A natureza alcalina desse líquido ajuda a neutralizar a acidez da uretra masculina e da vagina, evitando, assim, a neutralização dos espermatozoides. PRÓSTATAS A Próstata possui o formato de uma noz e também se situa na cavidade abdominal, suas secreções aparentam um líquido leitoso, que contém espermina, com odor característico. Ao conjunto das células sexuais, mais as secreções da vesícula seminal e 64 da próstata, cuja função é nutrir e proteger os espermatozoides, denominado sêmen ou esperma. PÊNIS O pênis é considerado o principal órgão do sistema reprodutor masculino. O órgão cilíndrico é formado por dois tipos de tecidos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, que envolve e protege a uretra. Na extremidade do pênis encontra-se a glande, onde é possível visualizar a abertura da uretra. URETRA É um canal localizado no interior do pênis e que conduz tanto os espermatozoides como na urina, no entanto, nunca os dois saem ao mesmo tempo, por causa da existência de anel muscular que atua como uma válvula, impedindo a saída de um deles enquanto o outro utiliza esse caminho. VAMOS EXERCITAR 1-Qual a composição do Sistema reprodutor masculino? 2-Quais as funções do sistema reprodutor masculino? 65 4- Esquematize o sistema reprodutor masculino? E cite suas funções. CAPITULO XIV- SISTEMA TEGUMENTAR 1-ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA TEGUMENTAR • A Pele e suas Camadas • Anexos da Pele (Unhas, Pelos e Glândulas) • A Pele e seu Receptores Sensoriais • 2- A PELE E SUAS CAMADAS ● EPIDERME ● DERME ● HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) A epiderme, por sua vez, é constituída por cinco camadas, sendo que a quinta, a camada córnea rica em queratina, só existe nas palmas das mãos e plantas dos pés. A camada mais interna, situada logo acima da derme, é a responsável pelo surgimento das células epiteliais, sendo por isso chamada de germinativa ou basal. Conforme as células vão surgindo na camada basal, as demais vão amadurecendo e sendo empurradas para camadas superiores pelas células mais jovens. Sofrem um processo de queratinização que as torna mais resistentes e impermeáveis, até se depositarem na camada superior da epiderme, quando, então, já estão mortas e são eliminadas por descamação. Nesta camada também se localiza a melanina, responsável pela coloração da pele, que apresenta maior concentração nas pessoas da raça negra. A epiderme é responsável pela impermeabilidade da pele, o que dificulta a evaporação da água pela superfície corporal. A derme, localizada logo abaixo da epiderme, é um tipo de tecido conjuntivo que também possui fibras elásticas. Nesta camada, que é bem vascularizada, encontram-se as terminações nervosas, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos. Nela se desenvolvem as defesas contra agentes nocivos que tenham vencido a primeira barreira, ou seja, a epiderme. Em sua atividade profissional, você perceberá que é na derme que se realizam a maioria dos testes cutâneos e administração de vacinas - como a BCG, por exemplo. 66 A derme mantém a pele sob constante tensão elástica e forma a impressão digital pela projeção das papilas dérmicas para a epiderme, com formato de cristas separadas por sulcos. O tecido celular subcutâneo ou hipoderme encontra-se logo abaixo da derme. É um tecido conjuntivo gorduroso (tecido adiposo), representando importante reserva calórica para o organismo, além de funcionar em algumas partes do corpo como um coxim (almofada) - denominado panículo adiposo -, evitando traumas. É nele que encontramos, em pessoas obesas, os ―detestados‖ excessos de gordura. No entanto, o panículo adiposo proporciona proteção contra o frio. Distribui-se por toda a superfície do corpo e varia de acordo com a idade, sexo, estado nutricional e taxa de hormônios. Por ser mais vascularizada que a derme essa camada da pele é capaz de absorver com maior rapidez as substâncias nela injetadas – motivo pelo qual recebe a administração de certas medicações, como a insulina para pacientes diabéticos, por exemplo. Os anexos da pele Se a pele tem importância para a saúde das pessoas, seus anexos não podem ser esquecidos: os pêlos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e unhas. Aparentemente, pode parecer que os pêlos são superficiais,mas se você depilar a sobrancelha, por exemplo, verificará que eles têm uma inserção profunda, pois se situam em invaginações (saliências) na epiderme. Os pêlos são constituídos por células queratinizadas produzidas por folículos pilosos, localizados na derme ou hipoderme, onde se abrem as glândulas sebáceas. Têm por função proteger áreas de orifícios e olhos, possuindo rica inervação que lhes confere, ainda, o papel de aparelho sensorial cutâneo. A cor dos pêlos, tamanho e disposição variam de acordo com a raça e a região do corpo. Estão presentes em quase toda a superfície da pele, exceto em algumas regiões bem delimitadas. As glândulas sebáceas situam-se na derme e, como já dito, formam-se junto aos pêlos, podendo existir várias para cada folículo piloso. Em certas regiões, como lábio, glande e pequenos lábios da vagina, os ductos das glândulas sebáceas abrem-se diretamente na pele. São responsáveis pela secreção de gorduras que lubrificam e protegem a superfície da pele e estão presentes em todo o corpo, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés. 67 As glândulas sudoríparas são encontradas em toda a pele, exceto em certas regiões, como a glande. Secretam o suor – solução extremamente diluída, que contém pouquíssima proteína -, além de sódio, potássio, cloreto, amônia e ácido úrico. Nas palmas das mãos e plantas dos pés se abrem diretamente na superfície cutânea, sendo mais numerosas nessas áreas. Ao atingir a superfície da pele o suor se evapora, baixando a temperatura corporal. Dessa forma, exercem importante papel no controle da temperatura corporal – motivo pelo qual suamos mais no calor e menos no frio. A presença de catabólitos no suor sugere que as glândulas sudoríparas também têm função excretora. Quando desembocam nos folículos pilosos são chamadas de glândulas sudoríparas apócrinas e localizam-se apenas nas regiões axilares, perianal e pubiana. Podem ser estimuladas pela tensão emocional e sua secreção é ligeiramente viscosa e sem cheiro, mas adquire odor desagradável e característico pela ação de bactérias na pele. As unhas recobrem a última falange dos dedos e são formadas por queratina dura e fixadas sobre a epiderme nos denominados leitos ungueais. Crescem apenas longitudinalmente, não para os lados. Protegem as pontas dos dedos, evitando traumatismos e possuem em seu contorno uma espécie de selo chamado cutícula, que impede a entrada de agentes infecciosos, como bactérias. Para o profissional de saúde, a pele deve ser objeto de atenção especial, pois sua coloração, textura e aparência podem ser indicativas de alterações no organismo. Por outro lado, os cuidados básicos de higiene e hidratação são essenciais para a manutenção da saúde em geral.