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Traumatologia Forense - Parte I

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Gustavo Moreno 19
Aula 07: Traumatologia Forense - Parte I
Pode ser chamada também de Lesionologia forense
Leonardo Da Vinci (1452-1519): 
“Todas as lesões deixam a dor na memória, com exceção da maior lesão, que é a morte, que mata a memória juntamente com a vida”.
Ambroise Paré (1617): 
“The Method of Curing Wounds made by Gunshot” – “O método de cura de ferimentos de arma de fogo”.
Paracelso (1536):
“Wound man” – “O homem ferido” – descreve lesões corporais por flechas, facas, armas de fogo (AF).
Conceito:
Estudo das lesões dos estados patológicos imediatos ou tardios, produzidos por violências sobre o corpo humano nos seus aspectos de diagnóstico, de prognóstico e de suas implicações legais e socioeconômicas. (Genival Veloso de França - 2001).
 Classificação de Lorenzo Borri:
-Energia de ordem mecânica
-Energia de ordem física
-Energia de ordem físico-química
-Energia de ordem bioquímica
-Energia de ordem química
-Energia de ordem biodinâmica
-Energia de ordem mista
Energia de ordem mecânica:
Conceito:
-São energias vulnerantes que agem sobre um corpo pelo dinamismo, modificando seu estado de repouso ou movimento e produzem dano (lesões corporais) e também podem causar a morte.
-Metade são culposas (como acidentes de trânsito), metade são dolosas – com intencionalidade de causar lesão a outrem. Ou por suicídio.
Cinemática do trauma:
Saber onde olhar e como identificar as lesões é tão importante como saber tratá-las.
Por exemplo, em um acidente de trânsito, pode-se reconhecer se é lateral, frontal, a transferência de energia em colisões entre veículos, entre outros…
A identificação das lesões requer o conhecimento dos mecanismos da lesão e de lesões potenciais.
A história do incidente traumático permite predizer 90% das lesões sem colocar a mão no paciente – há uma previsibilidade, porque é uma ação física.
Obs: ideal o legista ir no local do crime!!
Leis da energia e do movimento:
1ª Lei de Newton: um corpo em repouso permanece em repouso e um corpo em movimento permanece em movimento, a não ser que nele atue alguma outra força externa.
Energia cinética: (movimento)
Função do peso de um objeto e da velocidade
EC = m/2 x V2
F = m. g (força = massa. gravidade)
Autolesão:
Objetivos:
Indenização e seguros;
Aposentadoria;
Prorrogação de licença médica
Permanência em estado de mendicância 
Dispensa de serviço militar;
Prova acusatória falsa.
Tipos:
Abortamento ou autoaborto;
Lesão de hesitação ou suicida;
Flagelação, jejum, queimadura ou crucificação;
Penitências, mortificações, entre outros...
Estudo das lesões: 
Critérios analíticos quanto à quantidade, gravidade e sede da lesão:
–Considerar: etiologia, tipologia, morfologia, dinâmica lesional, perturbação funcional (como a dor)
–Efeitos imediatos: lesões e morte (dinâmica lesional / perturbações funcionais)
–Efeitos mediatos: lesão ou morte (Inflamação, Infecção, Amputação, Cicatriz, Neoplasia, Doença metatraumática, Doença crônica).
Lesão corporal:
Etiologia: (Br)
-Acidental (trânsito, colisões)
-Criminosa
-Suicida
-Judicial (pena de morte)
Tipos de lesão:
-Abalroamento → na colisão o paciente vai de encontro ao vidro dianteiro e sobre um traumatismo na face
-Quedas
-Lesão de chicote → o pescoço realiza flexão e hiperextensão, levando a uma fratura cervical e lesão medular
-Atropelamento → dinâmica do choque: (pula por cima do carro ou é jogado para frente)
-Dinâmica do choque:
	Trajetória cinemática
	Velocidade média de impacto
	Frequência relativa
	Projeção frontal
	20 km/hr
	34.4%
	Capotagem sobre o capuz
	30 km/hr
	42.2%
	Queda sobre o para-lama
	40 km/hr
	13.3%
	Volta sobre o teto
	60 km/hr
	5.4%
	Salto mortal
	60 km/hr
	1.7%
Agentes Mecânicos:
Tipos ⇒ externos e internos;
1. Internos:
Rotura de vísceras
Difícil diagnóstico
Possui 3 teorias de causa – ação da força sobre as vísceras ocas e maciças
I. Teoria da pressão hidrostática: (lei de Pascal)
–A força é exercida em todas as direções e vence no lugar de menos resistência.
–Vísceras ocas cheias, bexiga, crânio e cérebro.
II. Teoria da hipercurvatura:
–As roturas dependem da curvatura dos órgãos
–Atua no sentido anteroposterior, na face convexa do órgão → a rotura será transversal
–Se a força atuar no sentido lateral da face convexa → a rotura será longitudinal nas vísceras maciças → Fígado.
–Fígado → possui hipercurvatura (faces)
III. Teoria da modificação da forma:
–Um órgão arredondado  comprimido modifica a forma, diminui o eixo no sentido do ponto de compressão.
–Os meridianos são desviados ampliam-se os círculos paralelos.
–A rotura será na direção da ação traumática dos meridianos
–Útero gravídico, bexiga
Considerar os estados das vísceras:
I. Condição fisiológica ⇒ útero gravídico, bexiga repleta, estômago e intestino delgado
II. Condição patológica ⇒ esplenomegalia, hepatomegalia, tumores
III. Condição anatômica ⇒ anomalias, inversões viscerais e malformações congênitas
2. Externos:
Diferentes tipos
Mais comuns
Edema, hematoma, ferramentas, entre outros…
Ferimentos fundamentais / puros (3 tipos):
I. Perfurante/ pontiagudo ou cilíndrico cônico → por um ponto, secção puntiforme, ferida puntiforme ou punctória
II. Cortante ou laminar → linha, secção linear, ferida linear (feridas incisas)
III. Cordudentes → por uma superfície, objeto rombo ou provido de aresta (secção plana / feridas contusas
Ferimentos mistos:
Mais comuns
Mistura dos 3 → classificada de acordo com os instrumentos e feitos lesionais
–Instrumento pérfuro-cortante – pontiagudo e laminar
–Instrumento pérfuro-contusas/contundentes - pontiagudo cônico (FAF - ferimento por arma de fogo)
–Instrumento corto-contundente – laminar e com aresta; (secção linear, ferida corto-confusa)
Obs: politrauma (todos os 3)
Obs: + perfeito → boca (dentes) ⇒ parte do corpo + importante; instrumento que faz tudo
 
Lei de Filhos e Langer:
1º Lei: Lei da semelhança
-As feridas deixadas pelos instrumentos perfurantes são semelhantes às produzidas por instrumentos de dois gumes 
-Punhal (dois gumes – não tem dorso)
-Obs: gumes → lado da faca que corta / afiada
2º Lei: Lei do paralelismo
-Na mesma região, o maior eixo das feridas estará orientado no mesmo sentido das fibras musculares subjacentes.
-As linhas de força da pele respeitam as linhas de fibras musculares. Quando há vários ferimentos, a tendência das feridas é de seguirem as fibras musculares.
 
3º Lei: Lei da elasticidade
Nas regiões onde há cruzamento de muitas fibras, a ferida toma a forma de quadrilátero, triângulo ou seta, resultante do equilíbrio dessas forças. (posição resultante)
Linhas de clivagem da pele: (linhas de força)
-Respeitar as linhas de força da pele.
-Trajeto das linhas de força é transversal à direção das fibras musculares.
-Nas linhas de força há menor tensão da ferida.
-"Esteticamente melhor”.
-As cicatrizes seguem as linhas de força pela menor tensão.
Estudos das Lesões Puntiformes ou Punctóricas:
-Instrumentos perfurantes (puro) causam feridas puntiformes.
-Instrumentos perfurantes:
–Pequeno calibre (clássicos): alfinete, agulha, espinho, prego, verruma (usado para quebrar o gelo), estilete, ponteira poteaduda.
–Médio calibre: picador de gelo, flecha roliça e vergalhão com ponta
–Características da lesão: 
*Feridas punctórias / puntiforme:                                                    (agulha)
Profundidade variável
As fibras dos tecidos são afastadas 
Geralmente tem pouco sangramento (Exceto em coleta de sangue)
-Obs: A lesão por projétil de arma de fogo é do tipo perfuro contundente!!
Estudo das Lesões Cortantes:
-Superfície cortante sobre o plano por uma linha
-Ferida incisa (“perfeita”)
-Exemplo: bisturi
-Instrumentos Típicos: navalha, lâmina de bisturi e faca afiada.
-Instrumentos Atípicos: folha de papel, linha com pó de vidro, capim navalha, vidro, cerâmica quebrada.
-Características das lesões:
*Seccionam os tecidos
*Poucos profundas
*Profundidade inicial maior e termina menor
*Cauda de escoriação
*Bordas regulares - boa coaptação
*Sangrante pelas vertentes - promove a secção de vasos
-Arma branca
-A partir dascaracterísticas é possivel determinar o sentido da agressão e se o agressor é destro ou canhoto.
(Tem começo, meio e fim)
 + profunda a entrada e + rasa a saída

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