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1 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Tórax 2M2 – PADRÕES RADIOGRÁFICOS NO EXAME DO TÓRAX Sempre que você vê uma área de densidade aumentada dentro do pulmão, deve ser o resultado de um desses quatro padrões. Consolidação: Qualquer processo patológico que preencha os alvéolos com líquido, pus, sangue, células (incluindo células tumorais) ou outras substâncias resultando em opacidades mal definidas lobares, difusas ou multifocais. Densidade de contornos mal definidos, geralmente formando o broncograma aéreo, não reduz volume de pulmão – pq se inicia dentro dos alvéolos. Pneumonia – alvéolo cheio de pus. Intersticial: Envolvimento do tecido de sustentação do parênquima pulmonar resultando em opacidades reticulares finas ou grossas ou pequenos nódulos. Interstício – arcabouço que sustenta os alvéolos nos seus lugares, o que faz o pulmão tomar forma de pulmão. Impede o alvéolo de fechar, se não tem o interstício íntegro, o alvéolo se fecha/colaba. Nódulo ou massa: Qualquer lesão ocupando espaço, solitária ou múltipla. Nódulo é massa menor que 3 cm. Atelectasia: Colapso de uma parte do pulmão devido à diminuição da quantidade de ar nos alvéolos, resultando em perda de volume e aumento da densidade. Colapso quando há o fechamento/obstrução do brônquio. Padrões de consolidação pulmonar • Pneumonia restrita ao lobo é uma consolidação lobar – bordos mal definidos, não desvia o diafragma, tem broncogramas. Não reduz o volume do pulmão, está dentro do alvéolo. • Consolidação difusa: broncograma, contorno mal definido, formando sinal da silhueta – borra o contorno do hilo e do coração (diminui o contraste borrou o sinal da silhueta). • Multifocal: consolidações em vários locais. O tipo de doença muda conforme o padrão muda. Causas: hemorragia, edema pulmonar e ICC descompensada e pneumonia em organização. Padrões de densidades patológicas pulmonares: • Densidades nodulares finas – geralmente centrolobulares, imita as vezes TB miliar, sarcoidose. • Padrão reticular fino – pode ser sequela de ICC, o pulmão vai enchendo o espaço intersticial de líquido, esse exsudato vai aumentando e diminuindo e vai colabando os alvéolos – isso forma fibrose e cicatriz. Perde o contorno do diafragma. • Padrão reticular grosseiro – indica que é doença. Não tem broncograma, borra o contorno da pleura, está muito periférico. Pneumonias intersticiais. Padrões de densidades patológicas pulmonares • Atelectasia – as vezes parece um broncograma, mas no meio da opacidade não tem broncograma. Está desviando a traqueia e retraindo o hilo para cima. É uma atelectasia do lobo superior. Geralmente nessas imagens, o bordo da atelectasia faz um sinal de S – patognomônico da atelectasia. Atelectasia: 2 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA fechou o brônquio, o pulmão se fechou ali em cima. • Nódulo pulmonar solitário: quando tem menos de 4 mm é considerado benigno; mas se tem acima de 2cm, mesmo que redondos, tem que considerar com alta chance de malignidade. • Múltiplas massas: pode ser metástases Você deve perceber que nem sempre é possível dividir as anormalidades pulmonares em um desses quatro padrões, mas isso não deve ser um problema. Às vezes você se depara com uma anormalidade que parece uma massa, mas também pode ser uma consolidação. Basta fazer o diagnóstico diferencial de massas e consolidações. Nesse caso, informações de dados clínicos, filmes antigos ou filmes de acompanhamento e tomografia computadorizada geralmente resolvem o problema. Finalmente, em alguns casos, apenas a biópsia fornecerá um diagnóstico. CONSOLIDAÇÃO: CONSOLIDAÇÃO é o resultado da substituição do ar nos alvéolos por transudato, pus, sangue, células ou outras substâncias. A pneumonia é de longe a causa mais comum de consolidação. A doença geralmente começa dentro dos alvéolos e se espalha de um alvéolo para outro. Quando atinge uma fissura, a propagação para aí. Os principais achados no raio-x são: • Opacidade homogênea mal definida obscurecendo os vasos • Sinal de silhueta: perda da interface pulmão/tecido mole • Broncograma aéreo • Extensão para a pleura ou fissura, mas sem atravessá-la • Sem perda de volume Opacidades com limites mal definidos, formando broncograma aéreo. Não reduz volume pulmonar. Sinal da seta: broncograma. Pulmão direito embaixo – lobo inferior, segmento basal posterior. Sinal da silhueta – borra hilo, silhueta cardíaca. A coluna dorsal: em cima é mais denso e em baixo tem que ser menos denso – pq é muito mais pulmão passando. Nessa imagem em baixo na coluna dorsal está branco pq tem consolidação – perdeu o gradiente dorsal. Processo em cima está começando e embaixo o broncograma está totalmente formado e está completamente consolidado. Padrão em visco fosco. Consolidação alveolar. 3 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Opacidades em vidro fosco. As opacidades respeitam as cisuras pulmonares – o processo vai de alvéolo para alvéolo (através de poros). CONTEÚDO DA CONSOLIDAÇÃO: Edema pulmonar – Insuficiência cardíaca. PADRÃO DA CONSOLIDAÇÃO: Pneumonia pode aparecer de todo jeito – depende da clínica. TEMPO DE INSTALAÇÃO DA CONSOLIDAÇÃO: CONSOLIDAÇÃO LOBAR: Consolidação lobar: A consolidação lobar é o resultado da doença que começa na periferia e se espalha de um alvéolo para outro através dos poros de Kohn. Nas bordas da doença, alguns alvéolos estarão envolvidos, enquanto outros não, criando assim bordas mal definidas. À medida que a doença atinge uma fissura, isso resultará em um delineamento acentuado, pois a consolidação não cruzará uma fissura. À medida que os alvéolos que circundam os brônquios se tornam mais densos, os brônquios se tornam mais visíveis, resultando em um broncograma aéreo. Na consolidação não deve haver perda de volume ou apenas perda mínima, o que diferencia a consolidação de uma atelectasia. A expansão de um lobo consolidado não é tão comum e é observada em pneumonia por Klebsiella pneumoniae e às vezes em Streptococcus pneumoniae, TB e câncer de pulmão com pneumonia obstrutiva. Uma típica consolidação lobar: Achados: • Aumento da densidade com bordas mal definidas no pulmão esquerdo • A silhueta do coração ainda é visível, o que significa que a densidade está no lobo inferior • Broncograma aéreo (Seta vermelha) Provável pneumonia no segmento basal posterior do pulmão esquerdo. Opacidade está atrás do coração, determinando a perda do gradiente dorsal – tem que estar preto em baixo, está borrado. Broncograma na seta. Não tem borda bem definida e não reduz o volume do pulmão. Outra típica consolidação lobar 4 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Achados: • Aumento da densidade com bordas mal definidas no lobo superior do pulmão direito • Não há perda de volume e o hilo pulmonar segue na posição habitual • Broncograma aéreo Pulmão direito. Tem broncograma (Seta vermelha) – o processo começa no alvéolo, os brônquios estão desobstruídos, ar é menos denso fica preto no raio x; consolidação é muito densa, fica branca. Então fica branco envolta enquanto o brônquio que está desobstruído fica preto no meio. Tem que ter margem mal definida, não pode estar reduzindo volume do pulmão e desviando o mediastino. Pode ter áreas de consolidação com atelectasias e aí é diferente. Na radiografia de tórax há uma área mal definida de densidade aumentada no lobo superior direito sem perda de volume. O hilo direito está em posição normal. Observe o broncograma aéreo (seta vermelha). No cenário clínico adequado, é mais provável que seja uma pneumonia lobar ou segmentar. No entanto, se este paciente tivesse perda de peso ou sintomas de longa data, incluiríamos a lista de causas de consolidação crônica. Esta foi uma pneumonialobar aguda causada por Streptcoccus pneumoniae. Consolidação lobar pós-procedimento = HEMORRAGIA Achados: • Rx do lado esquerdo: nódulo pulmonar solitário no LSD • Após realização do procedimento: área de aumento mal definido da densidade pulmonar • Não há perda de volume e o hilo pulmonar segue na posição habitual • Broncograma aéreo • Concluímos que seja área de hemorragia pulmonar decorrente do procedimento Fios de histerorrafia. Nódulo pulmonar no lobo superior direito – local muito ruim, está muito perto do hilo e pode causar hemorragia. Entrou para fazer a biópsia e provocou a hemorragia (2ª imagem) – o sangue que saiu do vaso, caiu no interstício e foi preenchendo alvéolos. Percebe-se broncograma, opacidade alveolar que poderia ser pneumonia. Esse pct não tem febre, tem hemoptise – é TB? A hemorragia resolve sozinha. Neste caso havia um nódulo solitário no lobo superior direito e uma biópsia foi realizada. A consolidação lobar é decorrente de hemorragia como complicação do procedimento. A hemorragia é vista em: Contusão pulmonar; Infarto pulmonar; Distúrbios hemorrágicos: leucemia, terapia anticoagulante, coagulação intravascular diseminada; Vasculite: LES, Goodpasture, Wegener... Consolidação lobar por Tromboembolismo Pulmonar (TEP): Achados: • Rx em PA: área de opacidade triangular com base pleural no segmento basal lateral direito com consequente velamento do seio costofrênico • Não há perda de volume • Broncograma aéreo Infarto do pulmão se dá através das artérias pulmonares que levam o sangue venoso para ser oxigenado – um embolo/coagulo dentro das artérias pulmonares que circula e acaba parando em algum lugar do pulmão. Eventualmente conseguimos distinguir a consolidação do TEP de outras consolidações – ela faz uma pirâmide com o ápice voltado para o hilo. A ponta da pirâmide sempre o hilo e a base na pleura, pq os vasos saem do hilo – se esse local infartou e o vaso saiu do hilo, o local do infarto só pode estar direcionado para o hilo, pq o tronco veio de lá. Consolidação lobar segmento basal inferior do pulmão direito. Gradiente dorsal está comprometido tb – está branco embaixo. As características radiográficas do tromboembolismo pulmonar agudo são insensíveis e inespecíficas. Os achados radiográficos mais comuns no estudo de TEP pelo raio-x de tórax foram atelectasia e opacidade pulmonar irregular. Na maioria dos casos de embolia pulmonar, a radiografia de tórax é normal. Este 5 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA paciente teve embolia pulmonar, que foi vista em uma TC de Tórax. A consolidação periférica é observada na região dos êmbolos e pode ser atribuída à hemorragia na área infartada. Consolidação lobar por Sequestro Pulmonar: Achados: • Rx em PA: área de opacidade ovalada com base pleural retrocardíaca no segmento basal medial esquerdo • TC de Tórax: corte axial pós-contraste no nível da base pulmonar mostra a artéria que irriga a área de sequestro (seta azul) Má formação. Um pedacinho do pulmão não é irrigado pelas artérias pulmonares – é irrigado pela aorta. Esse pedaço de pulmão acaba colabando pq não tem brônquio funcional e acaba infectando – pct faz pneumonia de repetição nessa área de sequestro pulmonar. Seta azul – pulmão colabado. É uma anomalia congênita rara. Uma parte não funcional do pulmão carece de comunicação com a árvore brônquica e recebe suprimento de sangue arterial da circulação sistêmica. Os pacientes apresentam infecção recorrente quando as bactérias migram pelos poros de Kohn. Observe a artéria que alimenta a área de sequestro se ramificando da aorta (seta azul). Consolidação lobar: diagnósticos diferenciais 1 - Pneumonia lobar - em paciente com tosse e febre. 2 - Hemorragia pulmonar - em um paciente com hemoptose. 3 - Pneumonia criptogênica em organização (COP ou BOOP) - múltiplas consolidações crônicas. Consolidação não reduz o volume do pulmão, tem as margens mal definidas, tem broncograma aéreo. 4- Infarto - consolidação periférica em paciente com falta de ar aguda com baixo nível de oxigênio e alto D-dímero. 5- Edema cardiogênico pulmonar - enchimento dos alvéolos com transudato em paciente com insuficiência cardíaca congestiva. Isso seria mais óbvio se você visse a imagem inteira. 6- Sarcoidose - à primeira vista parece consolidação, mas na verdade é doença pulmonar intersticial nodular, tão disseminada que parece consolidação. Sem história clínica do pct, é pneumonia. CONSOLIDAÇÃO DIFUSA: Consolidação difusa: A causa mais comum de consolidação difusa é o edema pulmonar devido à insuficiência cardíaca. Isso também é chamado de edema cardiogênico, para diferenciá-lo das várias causas de edema não cardiogênico. O aumento do tamanho do coração é geralmente o que distingue entre cardiogênico e não cardiogênico. Procure outros sinais de insuficiência cardíaca, como redistribuição do fluxo sanguíneo pulmonar, linhas B de Kerley e líquido pleural. No entanto, alguns pacientes com infarto agudo do miocárdio ainda podem ter um coração de tamanho normal, enquanto outros pacientes com coração grande devido a uma doença cardíaca crônica podem ter edema pulmonar não cardíaco devido a uma infecção pulmonar sobreposta, SARA, quase afogamento etc. Insuficiência cardíaca congestiva: 6 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Achados: • Aumento da área cardíaca • Consolidação perihilar bilateral com broncogramas aéreos e bordas mal definidas • Estrias intersticiais sutis (linhas B de Kerley) • Engurgitamento dos pedículos vasculares / turgor vascular perihilar Todos esses achados indicam que estamos lidando com edema pulmonar devido à insuficiência cardíaca. É de extrema importância examinar os filmes antigos para ver se há alguma mudança. Pct senil que muitas vezes já infartou, ou tem doença de chagas ou é hipertenso crônico. Há borramento da silhueta. Hilo pouco engurgitado pq aparece um abaulamento. Turgor. É difícil para a artéria pulmonar mandar o sangue para o pulmão, mas é mais difícil as veias pulmonares voltarem com o sangue para o coração – o ventrículo esquerdo já está muito dilatado e cheio de sangue e por isso não consegue mandar todo sangue embora e esvaziar para encher novamente é mais difícil. O sangue vai acumulando dentro do alvéolo e espaço intersticial. As vezes infecta e faz uma pneumonia em cima do edema. Além da consolidação, as linhas de B de kerley – líquido acumulando no espaço intersticial. Edema pulmonar e um coração que está insuficiente. Verde: hilo engurgitados. Azul: VE dilatado. Broncopneumonia difusa bilateral: Achados: • Consolidação difusa bilateral com bordas mal definidas • Broncograma aéreo • Área cardíaca está aumentada Este paciente chegou com febre e tosse, logo pensamos em uma broncopneumonia difusa. Ao contrário da pneumonia lobar, que começa nos alvéolos, a broncopneumonia começa nas vias aéreas como bronquite aguda. Levará a densidades multifocais mal definidas. Quando progride pode produzir consolidação difusa. A doença não atravessa as fissuras, mas geralmente começa em vários segmentos. A broncopneumonia pode ser causada por muitos microrganismos, nesse caso é uma pneumonia por Legionella. Se o pct não chega com tosse e febre, como diferencia? Consolidação pulmonar, broncograma aéreo, não reduziu o volume. Pct chegou com clínica (tosse e febre), é pus dentro do alvéolo, não é edema. Área cardíaca aumentada. Mas esse msm pct também poderia ter edema pulmonar. Se está cheio de pus dentro dos alvéolos, diminuiu a área de troca – o coração tem que fazer mais força para mandar sangue para dentro do pulmão pq ele não está conseguindo trocar, está hipoxemico, taquicardico e provavelmente séptico – pode fazer edema em cima da pneumonia. Carcinoma bronquioalveolar Achados: • Consolidação difusa bilateralcom broncogramas aéreos e bordas mal definidas • Velamento total do pulmão esquerdo • Derrame pleural à direita (e provavelmente bilateral) • Indefinição da silhueta cardíaca devido a densidade da consolidação Broncograma em azul. As células do câncer estão passando de saco alveolar a saco alveolar. Está migrando, não está invadindo brônquio, ainda tem exsudato pq é um tumor que provoca necrose pulmonar, derrame pleural. Pulmão esquerdo todo velado. Consolidações e infiltrados em todo pulmão direito. Outra coisa que pode desenvolver junto com o câncer: pneumonia – exsudato pode contaminar. A radiografia de tórax mostra consolidação difusa com velamento do pulmão esquerdo e formação de 7 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA broncograma aéreo. Este paciente era portador de doença crônica com consolidação progressiva. A doença começou como uma consolidação persistente no pulmão esquerdo e finalmente se espalhou para o pulmão direito. Diagnóstico final: carcinoma broncoalveolar. Pneumonia – consolidação, borda mal definida. Dos dois lados. Esse caso é um linfoma não hodking e o diagnóstico só veio na biópsia pq nem na tomo deu para diferenciar. Consolidação ou massa? Com base apenas no raio-x, não há certeza de qual padrão estamos observando. A imagem de TC não é muito útil na diferenciação. Existem áreas hipodensas, que podem ser massas. Por outro lado, também podem ser áreas de consolidação com áreas hipodensas devido à necrose. O diagnóstico de Linfoma não Hodgkin foi feito com base na biópsia. Insuficiência cardíaca congestiva: Achados: • Aumento da área cardíaca • Consolidação perihilar bilateral com broncogramas aéreos e bordas mal definidas • Estrias intersticiais sutis (linhas B de Kerley) – em azul • Engurgitamento dos pedículos vasculares / turgor vascular perihilar Todos esses achados indicam que estamos lidando com edema pulmonar devido à insuficiência cardíaca. É de extrema importância examinar os filmes antigos para ver se há alguma mudança. Consolidação em asa de borboleta ou morcego: Uma consolidação de distribuição perihilar bilateral é chamada de distribuição em asa de morcego. A preservação da periferia do pulmão é atribuída a uma melhor drenagem linfática nesta área. É mais típico de edema pulmonar, tanto cardiogênico quanto não cardiogênico. Às vezes, é visto em pneumonias (broncopneumonia, pneumocistose, pneumonias virais). Opacidades difusas bilaterais do espaço aéreo poupando os ápices e as regiões basais. Os espaços pleurais e seios costofrênicos parecem claros. Pneumonia. Preserva subpleural. Consolidação em asa de borboleta ou morcego invertida: A consolidação de distribuição periférica ou subpleural é chamada de distribuição em asa de morcego reversa e são mais vistas na doença pulmonar crônica (CBA, Sarcoidose, Pn Eosinofílica, COP). Nesse exemplo uma pneumonia por coronavírus. 8 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Pode ser broncopneumonia. Nesse caso covid. CONSOLIDAÇÕES MULTIFOCAIS: Nem sempre são difusas, mas estão espalhadas pelo tórax. As principais causas são as broncopneumonias. Consolidações multi-focais: As consolidações multifocais também são descritas como opacidades ou densidades mal definidas multifocais. Na maioria dos casos, estes são o resultado de consolidações do espaço aéreo devido à broncopneumonia. Como mencionado anteriormente, a broncopneumonia começa nos brônquios e depois se espalha para o parênquima pulmonar. Isso pode levar a densidades mal definidas segmentares, difusas ou multifocais. Em alguns casos, entretanto, a patologia subjacente de múltiplas densidades mal definidas é a doença intersticial, como na forma alveolar da sarcoidose, na qual os granulomas são muito pequenos e preenchem os alvéolos. Pneumonia em organização (COP ou BOOP): Achados: • Múltiplas áreas de opacidade esparsas por ambos pulmões • As opacidades maiores tem bordos mal definidos • Broncograma aéreo na opacidade do lobo inferior direito • Apresentam distribuição predominantemente periférica Setas: opacidades diversas – não tem só consolidação, tem opacidades nodulares. Pneumonia criptogênica em organização. Provavelmente estamos tratando de consolidações multifocais, mas pode-se considerar também a possibilidade de múltiplas massas mal definidas. Este paciente tinha uma história de vários meses de tosse crônica não produtiva, que não respondia aos antibióticos. Portanto, estamos lidando com o diagnóstico diferencial de consolidação crônica. Os achados laboratoriais foram normais, o que torna o carcinoma broncoalveolar e o linfoma menos prováveis. Não houve eosinofilia, o que exclui pneumonia eosinofílica. A biópsia revelou o diagnóstico de pneumonia em organização (OP), também conhecida como BOOP. Granuloma de Wegener: Achados: • Rx do lado esquerdo: Múltiplos nódulos pulmonares de distribuição perihilar; • Rx do lado direito: Múltiplas áreas de opacidade esparsas por ambos pulmões, mais à direita; • Broncograma aéreo em ambos • Rx; Apresentam distribuição predominantemente central; Mesma doença, 2 padrões diferentes. 1º massas pulmonares – granulomas podem ser muito grandes, podem gerar cavidades. 2º pode ser pneumonia – padrão de consolidação difuso, mas mais a direita. A doença de Wegener é uma doença vascular do colágeno com vasculite envolvendo o pulmão, rim e seios da face. No pulmão, a vasculite causa infartos que se apresentam inicialmente como áreas mal definidas de consolidação. Numa fase posterior, estes enfartes tornam-se mais circunscritos e podem ser vistos como múltiplos nódulos ou massas, por vezes com cavitação. DOENÇA INTERSTICIAL: DOENÇA INTERSTICIAL: A maior parte do nosso conhecimento sobre os achados de imagem na doença pulmonar intersticial vem da TCAR (Tomografia Computadorizada de Tórax em Alta Resolução). Na TCAR existem quatro padrões: reticular, nodular, alta e baixa atenuação. Em uma radiografia de tórax, pode ser muito difícil determinar se há doença pulmonar intersticial e com que tipo de 9 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA padrão estamos lidando. Em um RX, o padrão mais comum é reticular. O padrão em vidro fosco frequentemente não é detectado na radiografia de tórax. O padrão cístico também é difícil de avaliar em uma radiografia de tórax. Quando os cistos têm paredes espessas, como na histiocitose de células de Langerhans ou faveolamento, freqüentemente se apresenta como um padrão reticular em uma radiografia torácica. No entanto, às vezes, um padrão intersticial pode ser visto e, em muitos casos, pode-se suspeitar de PIU com base nos achados do raio-x. Padrão cístico X padrão reticular: Achados: • O Rx é de um paciente com histiocitose de células de Langerhans; • Na radiografia, é difícil ver se é um padrão cístico ou reticular; • Na TCAR é possível identificar múltiplas lesões císticas de paredes espessas e distribuição esparsa bilateralmente; Poderia ser tuberculose, mas nesse caso é uma histiocitose que é comum em pcts fumantes, formando diversos cistos pulmonares de paredes finas, menores que 4mm e espalhados por todo pulmão. O diagnóstico é na tomografia. Pode ser difícil determinar se estamos lidando com um padrão reticular ou um padrão cístico. Histiocitose de células de Langerhans é reconhecida como uma doença cística. Em muitos desses casos, uma TCAR fornecerá mais informações. Esse problema também é observado em pacientes com PIU (Pneumonia Intersticial Usual). Uma das descobertas proeminentes na PIU é o faveolamento. Isso cria um padrão reticular na radiografia de tórax, porque os cistos em faveolamento têm paredes espessas. Padrão reticular na insuficiência cardíaca congestiva: Achados: • Filme antigo normal à esquerda; • Padrão reticular especialmente nas partesbasais do pulmão; • Algumas linhas Kerley B são vistas; • Aumento do tamanho do coração; • Líquido pleural visto no lado esquerdo; Pct que fez edema pulmonar, tratou, fez edema, tratou – é padrão de aspecto crônico da doença. Vai enchendo o interstício de exsudato e vai esvaziando, enche e esvazia. Só que as vezes os alvéolos murcham/colabam e formam áreas de fibrose reticular – pequenas estrias parenquimatosas subpleurais, peridiafragmaticas espalhadas principalmente na base do pulmão pq é para onde o edema escorre mais facilmente. Derrame pleural pequeno do lado esquerdo. Os vasos pulmonares são um pouco mais proeminentes em comparação com o filme antigo. Com base nesses achados, podemos concluir que estamos lidando com insuficiência cardíaca congestiva. Este é o padrão intersticial mais comum em um RX de tórax. Padrão reticular na insuficiência cardíaca congestiva: Achados: • Filme antigo normal à esquerda; • Padrão reticular próximos à pleura lateral nas partes basais do pulmão direito; • Linhas Kerley B (seta vermelha) Sinal da silhueta no diafragma. Padrão agudo, mas já está borrando. Pct está em insuficiência, e já tem insuficiência há algum tempo – tem cicatriz desse processo e ele está ativo. Só tem essas linhas na ICC por conta do tipo de exsudato que forma. O edema intersticial geralmente se apresenta como reticulação. As vezes, as linhas Kerley B são visíveis. As linhas B de Kerley são linhas horizontais de 1 a 2 cm de comprimento perto da pleura lateral. O principal diagnóstico diferencial das linhas Kerley B é: 1- Edema intersticial na insuficiência cardíaca; 2- Linfangite carcinomatosa. Padrão reticular na insuficiência cardíaca congestiva: 10 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Achados: • Padrão reticular próximos à pleura lateral nas partes basais do pulmão direito; • Linhas Kerley B (seta vermelha) • TCAR mostrando espessamento septal liso. Não é lóbulo que está infiltrado, não é centro lobular. Reticular, meio geométrico – está fora do lobo, está na parede, no septo. É o edema acumulando, e as cicatriz são as linhas de kerley. Padrão reticular na insuficiência cardíaca congestiva: • Padrão reticular pode ser espesso como observado nesse caso. • Padrão reticular pleura lateral bilateral; • Linhas Kerley B; • Área cardíaca aumentada. Padrão é reticular. Formando bandas/estrias parenquimatosas – se tem essas estrias ou é pq o pct já teve ou está tendo algum padrão de edema pulmonar. Nesse caso, está mais predominante nas bases. Padrão reticular na linfangite carcinomatosa: Achados: • Padrão reticular com espessamento septal A linfangite carcinomatose também produz um padrão reticular. É melhor apreciado em imagens de TCAR. De forma geométrica se espalhando pelos septos. Mas nesse caso, o pct tem um câncer que está se espalhando pelos vasos linfáticos dos pulmões. Padrão reticular na linfangite carcinomatosa Imagem localizada de radiografia frontal do tórax mostra linhas B de Kerley na periferia da base pulmonar direita em paciente com edema pulmonar cardiogênico (delimitado pelo quadrado vermelho). Em corte de TCAR há espessamento de septos interlobulares (setas vermelhas) relacionados a linfangite carcinomatosa por carcinoma de mama. Não preserva bases nem cisuras. Cisuras espessadas. Espessamento dos septos e artéria no meio – linfangite. Padrão reticular na sarcoidose: Achados: • Padrão reticular fino e sutil bilateral; • Discreto espessamento da cissura reta. Pode aparecer de toda forma, qualquer padrão de imagem. Um achado típico é o espessamento da cissura reta do pulmão direito – pode ser um sinal de sarcoidose. Parece TB. Nesse caso, a radiografia de tórax mostra achados sutis que podem ser descritos como reticulação fina. Em muitos casos, uma TCAR é necessária para determinar a natureza exata dos achados. A TCAR - não demonstrada - demonstrou aspecto nodular fino decorrente de sarcoidose. Observe o sutil espessamento irregular da fissura menor. Isso é bastante específico para a sarcoidose. Padrão reticular na sarcoidose: 11 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Achados: • Padrão reticular espesso e irregular bilateral; • Intensa fibrose pulmonar com desarranjo arquitetural; • Retração dos hilos pulmonares. Paciente com sarcoidose de longa duração. Há fibrose nas zonas superiores. O diagnóstico diferencial inclui tuberculose e pneumonite de hipersensibilidade crônica, que também resultam em fibrose com predomínio no lobo superior. TB aparece dessa forma – geralmente nos ápices; a sarcoidose mais perihilar. Áreas reticulares extensas e fibrose intensa até traciona os hilos pulmonares – várias áreas de fibrose desarranjando o pulmão. Padrão reticular na sarcoidose crônica: A TCAR demonstra densidades em ambos os lobos superiores. Estes são chamados de massas conglomeradas, que são o resultado de conglomerados de nódulos. Nota-se ainda espessamento intersticial e pleural, bem como, bronquiectasias de tração. Doença granulomatosa: o organismo agindo contra o próprio organismo, provocando o aparecimento dessas massas que são áreas de cicatriz aglomeradas no meio do pulmão. Padrão reticular na sarcoidose: Achados: • Padrão reticular espesso e irregular nos ápices bilateral; • Fibrose pulmonar com desarranjo arquitetural; • Rx de controle: Permanece a fibrose e há retração dos hilos pulmonares. Trata com corticoide e melhora bastante o padrão de consolidação, infiltrado. Hilo desviado para cima. O granuloma formado se desfaz com a medicação. O granuloma formado se desfaz com o tratamento, mas o hilo permanece retraído. É a perda de volume nos lobos superiores como resultado da fibrose. A imagem à esquerda também mostra densidades no pulmão. Na TCAR foram observados nódulos finos. Uma radiografia de acompanhamento mostra reabsorção da maioria das anormalidades pulmonares. A fibrose persiste. Padrão reticular na pneumonia intersticial usual: Achados: • Padrão reticular difuso com predomínio nas bases bilateralmente. A PIU é um padrão histológico de fibrose pulmonar. Em uma radiografia de tórax, a PIU se manifesta como um padrão reticular particularmente nas bases pulmonares. Em muitos casos, você pode suspeitar de PIU no Rx do Tórax. Uma TCAR é necessária para confirmar o diagnóstico, demonstrando faveolamento. Aqui, uma radiografia torácica com padrão reticular nas bases pulmonares. Este padrão foi atribuído pela primeira vez à insuficiência cardíaca congestiva crônica, mas persistiu nas radiografias de acompanhamento, apesar da terapia. A TCAR demonstrou faveolamento. Muito parecido com TB miliar. A alteração de imagem só tem diferencial na TC pq esse padrão é o padrão de faveolamento – vários cistos colados um no outro como se tivesse fazendo favo de mel. Padrão reticular na pneumonia intersticial usual: Uma TCAR demonstrando faveolamento. TC isso não é padrão miliar pq não está dentro do lobo, aqui está tudo estragado, a parede dos lobos está espessada, formando cistos pulmonares, 12 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA bronquiectasias (dilatação do brônquio). Se tem uma área de cicatriz, que é exatamente o faveolamento – fibrose pulmonar. Fibrose pulmonar faz faveolamento e bronquiectasia. NÓDULOS E MASSAS: Granulomas – todos respiram poeira, se fizer TCAR é bem comum achar granulomas, são achados incidentais, não leva em consideração principalmente quando são menores que 4mm. Nódulo pulmonar solitário: Um nódulo pulmonar solitário ou NPS é definido como uma opacidade discreta, bem delimitada e arredondada menor ou igual a 3 cm de diâmetro. Deve ser completamente circundado por parênquima pulmonar, não tocar o hilo ou o mediastino e não estar associado a adenopatia, atelectasia ou derrame pleural. O diagnósticodiferencial de NPS é basicamente o mesmo de uma massa, exceto que a chance de malignidade aumenta com o tamanho da lesão. Lesões menores que 3 cm, ou seja, NPS são granulomas benignos mais comumente, enquanto lesões maiores que 3 cm são tratadas como malignidades até que se prove o contrário e são chamadas de massas. NPS: BENIGNO X MALIGNO – CALCIFICAÇÃO Calcificações difusas, centrais, laminadas ou em pipoca são padrões benignos de calcificação. Esses tipos de calcificação são observados na doença granulomatosa e nos hamartomas. Todos os outros padrões de calcificação não devem ser considerados como um sinal de benignidade. A exceção à regra acima é quando se sabe que os pacientes têm um tumor primário. Por exemplo, o padrão de calcificação difusa pode ser observado em pacientes com osteossarcoma ou condrossarcoma. Da mesma forma, o padrão central e em pipoca pode ser observado em pacientes com tumores gastrointestinais e pacientes que fizeram quimioterapia anteriormente. NPS: BENIGNO X MALIGNO – TAMANHO Um nódulo pulmonar solitário (NPS) é definido como uma lesão intraparenquimatosa única com menos de 3 cm de tamanho e não associada a atelectasia ou linfadenopatia. Uma lesão maior que 3 cm de diâmetro é chamada de massa. Essa distinção é feita, pois lesões maiores que 3 cm geralmente são malignas, enquanto lesões menores podem ser benignas ou malignas. Swensen et al estudaram a relação entre o tamanho de um NPS e a chance de malignidade em uma coorte de alto risco para câncer de pulmão. Suas descobertas estão listadas na tabela à esquerda. Eles concluíram que a taxa de detecção de nódulos benignos é alta, especialmente se as lesões forem pequenas. Dos mais de 2.000 nódulos com menos de 4 mm de tamanho, nenhum era maligno. NPS: BENIGNO X MALIGNO – FORMATO Estudos de triagem japoneses mostraram que uma forma poligonal era um sinal de benignidade. Uma forma poligonal significa que a lesão tem múltiplas facetas (multilaterais). Uma localização subpleural periférica também foi um sinal de benignidade neste estudo. A relação tridimensional é medida obtendo- se a dimensão transversal máxima e dividindo-a pela dimensão vertical máxima. Uma relação tridimensional grande indica que a lesão é relativamente plana, o que é um sinal benigno. Nódulo benigno ou maligno: Primeira coisa é se tem calcificação – se tem já pensa que é benigno – processo que está cicatrizado. Tamanho importa. Formato importa – nódulo irregular, que não seja poligonal, se tem espiculas, esse nódulo tem que prestar atenção. NPS: BENIGNO X MALIGNO - MARGENS E CRESCIMENTO 13 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Sinal da corona radiata - altamente associado com malignidade (figura); Margens lobuladas ou recortadas - probabilidade intermediária; Margens suaves - mais provavelmente benignas, a menos que tenham origem metastática. A comparação com estudos de imagem anteriores costuma ser o procedimento mais útil para determinar a importância do achado de um NPS, uma vez que a estabilidade em 2 anos está altamente associada à benignidade. Contornos irregulares, espiculados, desarranjando o parênquima envolta – malignidade NPS: BENIGNO X MALIGNO - SINAL DO BRONCOGRAMA AÉREO Estudos recentes mostraram que um broncograma aéreo é mais comumente visto em nódulos pulmonares malignos. É mais comumente visto em BAC (carcinoma de células broncoalveolares) e adenocarcinoma. O caso da foto mostra um broncograma aéreo visto como lucidez linear (seta larga) e como lucidez mais cística (seta pequena) devido ao fato de o brônquio ser visto de frente. Não pode ter gás dentro de nódulo – é necrose e formou-se bolha de gás. NPS: BENIGNO X MALIGNO - SINAL DO BRONCOGRAMA AÉREO A lesão da esquerda tem uma margem espiculada e tem lucências dentro dela. A lesão da direita tem contorno lobulado e algumas espículas irradiando para a pleura, no entanto, é homogêneo em atenuação. Com base nesses achados, devemos estar mais preocupados com o fato de a lesão a esquerda ser maligna. Provou ser um adenocarninoma, enquanto o outro era uma infecção fúngica. As lucências e broncogramas aéreos francos não devem induzi-lo a pensar que provavelmente é uma infecção. Do pulmão direito é um nódulo maligno, grande, maior que 3cm, irregulares, espiculado com gás no meio. No esquerdo, não dá diagnóstico de benignidade por algumas características: tem contornos não regulares, parece ter uma área de vidro fosco em volta – pode ser carcinoma. NPS: BENIGNO X MALIGNO - VIDRO FOSCO Outro resultado de estudos de triagem é que os nódulos contendo um componente de vidro fosco têm maior probabilidade de serem malignos. Lesões parcialmente sólidas com componentes de vidro fosco tiveram uma taxa de malignidade de 63%. Lesões não sólidas - apenas em vidro fosco tiveram uma taxa de malignidade de 18%. Apenas as lesões sólidas tiveram uma taxa de malignidade de apenas 7%. Nódulo em vidro fosco não dá para dizer com certeza que é carcinoma. Em uma imagem como essa, a primeira coisa a se pensar é que é infeccioso – muito comum no covid. NPS: BENIGNO X MALIGNO - VIDRO FOSCO 14 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA À esquerda, uma lesão que tem apenas aparência de vidro fosco e, a direita, uma lesão com componentes sólidos e em vidro fosco. A probabilidade de malignidade é de 1:5 para a lesão mais à esquerda e 2:3 para a lesão com componentes sólidos e em vidro fosco. Nódulo em vidro fosco não dá para dizer que é carcinoma. Suspeita de covid, faz TC e aparece esse nódulo é covid. Mas se faz e volta depois 1 ano com esse mesmo nódulo, ai tem que fazer biopsia. NPS: BENIGNO X MALIGNO - REALCE PÓS- CONTRASTE O realce de contraste inferior a 15 UH (Unidades Hounsfield) tem um valor preditivo muito alto para benignidade (99%). Após uma varredura de linha de base, são realizadas 4 varreduras consecutivas em um intervalo de 1 minuto. Isso se aplica apenas a nódulos com os seguintes critérios de seleção: Nódulo > 5mm; Relativamente esférico; Homogêneo, sem necrose, gordura ou calcificação; Nenhum movimento ou artefatos de endurecimento do feixe. Padrão de realce do nódulo – mede a densidade das estruturas na tomografia. Cinza é uma densidade intermediaria – de partes moles. Se injeta contraste e o nódulo muda a densidade (acima de 15) é muito sangue chegando no nódulo e ele é muito ativo. NPS: BENIGNO X MALIGNO - FOLLOW UP Radiografias de tórax anteriores devem ser revisadas para determinar se a lesão permaneceu estável por 2 anos. Nesse caso, nenhum acompanhamento adicional é necessário, com exceção de lesões em vidro fosco puro em tomografias computadorizadas, que podem ser de crescimento mais lento. Para lesões com padrão benigno de calcificação, testes adicionais não são necessários. O manejo de lesões indeterminadas maiores que 8-10 mm depende da probabilidade clínica de malignidade, como segue: Baixa probabilidade: TC seriada aos 3, 6, 12 e 24 meses; Probabilidade intermediária: PET-CT, TC com contraste, aspiração transtorácica com agulha e/ou aspiração transbrônquica com agulha (TBNA); Alta probabilidade: ressecção cirúrgica. Qualquer crescimento inequívoco observado durante o acompanhamento significa que é necessário um diagnóstico tecidual definitivo. Alto risco: pct com ca de rim, de intestino, de tireoide, de mama e tem nódulo pulmonar. Baixo risco: pct com achado acidental. MÚLTIPLAS MASSAS: Metástase pulmonar. MÚLTIPLOS NÓDULOS: METÁSTASES PULMONARES Achados: • Múltiplas lesões nodulares arredondadas de distribuição esparsa bilateral; • TC de Abdome com contraste mostrando processo expansivo do rim direito invadindo a veia cava inferior (seta azul). Tc – lesão no rim, rx metástase. Nefrocarcinoma com metástase pulmonar. O segmento desse pct é uma tc de tórax pq no raio x não mostra linfonodos e tem queavaliar a linfonodomegalia. As metástases são a causa mais comum de massas pulmonares múltiplas. Geralmente variam em tamanho e são bem definidos. Predominam nos lobos inferiores e na região subpleural. A TCAR demonstrará a distribuição aleatória ao contrário de outras doenças que têm distribuição perilinfática ou centrolobular. As imagens mostram um carcinoma de 15 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA células renais que invadiu a veia cava inferior com subsequente disseminação da doença para os pulmões. MÚLTIPLOS NÓDULOS: METÁSTASES PULMONARES Achados: • Múltiplas lesões nodulares arredondadas de distribuição esparsa bilateral; • TC de Torax mostrando múltiplos nódulos de contornos lobulados e distribuição esparsa bilateral. Paciente com metástases pulmonares disseminadas de um câncer localizado na língua. Pct tem câncer de faringe, língua boca são malignos. Câncer de língua com 1cm quase sempre já tem metástase pulmonar. MÚLTIPLOS NÓDULOS: IMPACTAÇÃO DE MUCO Achados: • Múltiplas lesões nodulares alongadas, com aspecto em "dedo de luva", de distribuição esparsa bilateral; • TC de Torax mostrando múltiplas bronquiectasias, com espessamento parietal e atelectasia pacial do segmento medial do lobo médio. Impactação de muco pq pode provocar pneumonia – quase sempre deficiência de alfa1tripsina provoca fibrose cística. Bronquiectasias não têm formação ciliar anatômica dos brônquios, o muco não é expelido facilmente, impacta e faz pneumonia. Bronquiectasias com pneumonias – muito comum na fibrose cística. Tampões de muco ou compactação mucóide podem simular a aparência de nódulos pulmonares ou uma massa. Às vezes, diferenciar a compactação de muco de um câncer de pulmão pode ser difícil. A impactação mucoide é comumente observada em pacientes com bronquiectasia, como na fibrose cística (FC) e na aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA). ABPA é um distúrbio de hipersensibilidade induzida por Aspergillus, que ocorre em pacientes com asma ou FC. Também é observada na obstrução brônquica causada por um tumor obstrutivo ou atresia brônquica. Neste caso, existem algumas estruturas semelhantes a massas no pulmão direito. A TC demonstrou bronquiectasia com impactação mucóide. MÚLTIPLOS NÓDULOS: IMPACTAÇÃO DE MUCO Achados: • Múltiplas lesões nodulares alongadas, com aspecto em "dedo de luva", no ápice esquerdo (seta azul). Uma apresentação mais comum de impactação mucóide é vista aqui. Esta é a aparência típica de "dedo de luva" da compactação mucóide. O muco nos brônquios dilatados parece dedos em uma luva. MÚLTIPLOS NÓDULOS: IMPACTAÇÃO DE MUCO A atresia brônquica é uma anormalidade congênita resultante da interrupção de um brônquio com impactação de muco periférico associada e hiperinsuflação associada do pulmão obstruído. A hiperinsuflação do segmento pulmonar acometido é causada pela ventilação colateral pelos poros de Kohn. O achado característico é uma área hiperlucente do pulmão envolvendo uma opacidade ramificada ou nodular que se estende a partir do hilo. Observe a massa central circundada pelo pulmão hipertransparente (seta azul). A impactação de muco pode provocar uma imagem preta no raio e não é pneumotórax. O muco oclui o brônquio, o ar passa e não volta – faz hiperinsuflação e os vasos diminuem de tamanho – vê menos vasos. REDUÇÃO DA DENSIDADE OU LUCÊNCIA: 16 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Tudo que diminui a transparência do pulmão. Cavidades se formam muito comumente em infecções. PIU faz faveolamento. CAVIDADE X CISTO X ENFISEMA: Os radiologistas usam muitos termos para descrever áreas de densidade diminuída ou lucências dentro do pulmão, como cisto, cavidade, pneumatocele, enfisema, bolha, faveolamento, bolha etc. Muitos desses termos são baseados na patogênese da anormalidade. Isso dificulta o uso desses termos, pois em muitos casos, quando descrevemos uma radiografia de tórax, estamos tentando descobrir qual poderia ser a patologia. Uma abordagem mais prática é descrever áreas de densidade diminuída no pulmão como: • Cavidade - lucidez com parede espessa; • Cisto - lucidez com uma parede fina; • Enfisema - transparência sem parede visível. Honeycombing – faveolamento, cisto empilhado em cima de cisto na base pleural. Bronquiectasias de tração Sinal do anel em sinet – bronquiectasia cortada de brônquio, o brônquio dilatado e a artéria. Cistos pulmonares ou pneumatoceles – nas pneumonias por Staphylo. Enfisema – diferente dos cistos, da carcinomatose, não tem parede, a artéria está no meio e está tudo preto envolta – é um enfisema centrolobular. Cavidade tem que ter parede espessa ou dentro de uma massa – pneumonia, tumor, TB. Paredes finas – cistos – pneumatose etc. Enfisema – artériola no meio do lóbulo, no ápice do pulmonar é mais comum, espalhado por todo pulmão. CAVIDADE X CISTO X ENFISEMA: Cavidades freqüentemente surgem dentro de uma massa ou área de consolidação como resultado de necrose. Vamos discuti-los aqui, porque a característica de destaque é a lucidez. No diagnóstico diferencial há sobreposição entre cavidades e cistos. As cavidades podem cicatrizar e acabar como cistos pulmonares e os cistos pulmonares podem ser infectados e se transformar em cavidades de paredes espessas. Às vezes, as bolhas enfisematosas têm paredes visíveis que medem menos de 1 mm. Para diferenciá- los dos cistos, é preciso observar o parênquima pulmonar circundante. Os cistos ocorrem sem enfisema pulmonar associado. Os cistos geralmente contêm ar, mas ocasionalmente contêm fluido ou material sólido. O termo cisto é usado principalmente para descrever espaços aéreos aumentados de paredes finas em pacientes com linfangioleiomiomatose ou histiocitose de células de Langerhans. Cistos em forma de favo de mel com paredes mais espessas são observados em pacientes com fibrose em estágio terminal. CAVIDADES: CAVIDADES: PNEUMONIA Pneumonia cavitada. Após tratar. Em infecções piogênicas virulentas, um abscesso pode se formar dentro do pulmão consolidado como resultado de necrose devido a vasculite e trombose. Quando parte do pus é expelido, uma cavidade pode ser vista no exame de tórax. Esses pacientes geralmente estão muito doentes. Na infecção granulomatosa, como a tuberculose, podem ocorrer cáries, mas esses pacientes geralmente não estão tão doentes. Cavitação não é observada em pneumonia viral, micoplasma e raramente em streptococcus pneumoniae. Estas imagens são de um paciente jovem com pneumonia. Nenhum microrganismo pôde ser isolado. Dentro de um mês após o tratamento com antibióticos, houve 17 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA resolução quase completa da consolidação e da cavidade. CAVIDADES: PNEUMONIA Outro exemplo de pneumonia com cavidade Consolidação respeitando lobo (lobar), cavidade dentro da área de consolidação (não é broncograma). CAVIDADES: TUBERCULOSE Achados: • Paciente com tuberculose pósprimária com formação de cavidade no lobo superior esquerdo. Formações reticulares, área de opacidade mal definida, espessamento da pleura. Cavidades e hilo deslocado lá em cima – pneumonia não faria isso. A tuberculose primária geralmente é clinicamente silenciosa. Em 5% dos indivíduos infectados a imunidade é inadequada e desenvolve-se doença clinicamente ativa, conhecida como doença primária progressiva. A tuberculose pós-primária é a reativação da infecção latente e ocorre em 5% dos pacientes infectados. No Rx do tórax é visto como consolidação com cavitação nos segmentos apicais dos lobos superiores e inferiores. A tuberculose miliar é o resultado da disseminação hematogênica. CAVIDADES: TUBERCULOSE Achados: • Densidades mal definidas generalizadas; • Cavidade no lobo superior direito; • No Rx de controle: Atlectasia do LSD com desvioda traquéia para direita; • Cicatrização e cavitação dos remanescentes do lobo superior; • Fibrose e cavitação mínimas no lobo superior esquerdo. Cicatriz da TB. Tratou, mas faz fibrose – colabou o pulmão é uma atelectasia. O granuloma da TB mesmo após tratado acaba formando uma atelectasia – desvio da traqueia. Este paciente apresentou primeiro com o Rx de Tórax à esquerda. Podemos supor que se trata de reativação de uma tuberculose latente. A cultura foi positiva para TB. Isso é melhor apreciado em uma TC. CAVIDADES: TUBERCULOSE Mesmo paciente: Observe a cavitação especialmente à direita. No lobo superior esquerdo provavelmente há alguma bronquiectasia de tração devido à fibrose. Massa cavitada. Estrias consolidações, desarranjo, fibrose intensa. Bronquiectasias. Contração do parênquima pulmonar – nos ápices geralmente é TB. CAVIDADES: MICOBACTÉRIA NÃO TUBERCULOSA As micobactérias não tuberculosas, também conhecidas como micobactérias atípicas, são todas as 18 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA outras micobactérias que podem causar doenças pulmonares semelhantes à tuberculose. Aqui, um paciente com doença ativa em ambos os lobos superiores devido a infecção por micobactéria atípica. Observe o nível hidroaéreo indicando pus dentro da cavidade (seta). Sem a história clínica, pode ser TB. Apical, opacidades, espessamento da pleura, cavitações. CAVIDADES: MICOBACTÉRIA NÃO TUBERCULOSA Mesmo paciente: infecção por micobactéria não tuberculosa. Múltiplas pequenas cavidades são vistas. CAVIDADES: EMBOLO SÉPTICO Achados: • duas densidades mal definidas no pulmão esquerdo, provavelmente consolidações (setas vermelhas); • Na TC observa-se cavitação e outra densidade com cavitação no pulmão direito (seta azul). Poderia ser um câncer. O achado é: área de consolidação, centro preto pq já tem necrose. Vidro fosco envolta pq tem inflamação. Consolidação pq já consolidou todos alvéolos envolta e necrose no meio. Os êmbolos sépticos geralmente se apresentam como múltiplos nódulos mal definidos. Em cerca de 50% a cavitação é vista. A TC demonstra mais lesões do que o filme torácico e pode sugerir o diagnóstico no contexto clínico adequado, demonstrando lesões periféricas em forma de cunha confinando a pleura, broncogramas aéreos dentro dos nódulos mal definidos e um sinal do vaso nutridor. Alguns argumentam se realmente existe algo como um sinal de vaso de alimentação. Aqui um paciente com embolia séptica. A radiografia do tórax mostra. Na TC observa-se cavitação e outra densidade com cavitação no pulmão direito. CAVIDADES: CÂNCER DE PULMÃO Achados: • Grande câncer de pulmão cavitado no ápice direito, que começou como uma pequena massa. 10% dos cânceres de pulmão cavitam, mais comumente o carcinoma de células escamosas. O câncer de pulmão de pequenas células não cavita. O carcinoma broncoalveolar, ou agora denominado adenocarcinoma in situ, pode ocasionalmente apresentar cavitação e, às vezes, apresentar-se como lesões múltiplas. Aqui, uma radiografia de tórax de um Consolidação com área de necrose central fez cavidade. É CA de pulmão. Mas a história do pct que manda, tratou TB não melhorou, pensa em outra coisa. CAVIDADES: PÓS-INFARTO PULMONAR (TEP) Achados: • Rx de Tórax antigo é normal; • A embolia pulmonar causou uma densidade triangular no filme torácico (seta); • Na TC podemos ver que é uma consolidação segmentar; • No detalhe o vaso do segmento apicoposterior com falha de enchimento. TEP no ápice - Triangulo com o ápice voltado para o hilo. Na embolia pulmonar não é comum a consolidação. A consolidação é resultado de infarto pulmonar e 19 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA sangramento para dentro dos alvéolos. Neste caso, formou-se um cisto pulmonar na área infartada. CAVIDADES: PÓS-INFARTO PULMONAR (TEP) Mesmo paciente: Nos filmes de acompanhamento, primeiro um cisto é visto. Um ano depois, há uma parede espessa, provavelmente como resultado de infecção secundária. Evolução do pct. O TEP pode involuir 100%, as vezes não fica sequela. Pode ficar cicatriz – cavidade, não é cisto. CISTOS Os cistos pulmonares são definidos como áreas radiolúcidas com espessura de parede inferior a 4 mm. As cavidades são definidas como áreas radiolúcidas com espessura de parede superior a 4 mm e são observadas em infecções (TB, Staph, fúngica, hidática), embolia séptica, carcinoma de células escamosas e doença de Wegener. Paredes finas. Cavidades maiores e múltiplas. CISTOS: HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS Achados: • À esquerda, um caso com múltiplos cistos arredondados e de formato bizarro. • Há predominância do lobo superior. • O paciente tinha uma longa história de tabagismo. • Essa combinação de achados é típica da histiocitose de células de Langerhans. Histiocitose destrói o pulmão e acaba rompendo a pleura pulmonar fazendo pneumotórax. CISTOS: HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS A histiocitose de células de Langerhans é uma doença idiopática caracterizada em seus estágios iniciais por nódulos granulomatosos contendo histiócitos e eosinófilos de Langerhans. Em seus estágios posteriores, os granulomas são substituídos por fibrose e formação de cistos. É uma condição incomum. A maioria dos pacientes são adultos jovens ou de meia-idade apresentando sintomas inespecíficos de tosse e dispneia. Até 20% dos pacientes apresentam pneumotórax e mais de 90% dos pacientes são fumantes. A maioria dos cistos aparece redonda, mas também pode ter formas bizarras (bilobadas ou em forma de trevo). Uma predominância do lobo superior no tamanho e número de cistos é comum. CISTOS: LINFANGIOLEIOMIOMATOSE Achados: • À esquerda, um caso com múltiplos cistos distribuídos uniformemente por todo o pulmão (em contraste com HCL). • Observe o pneumotórax. Não havia história de tabagismo e esta era uma mulher de 40 anos. • Essa combinação de achados é típica para Linfangiomiomatose (LLM). 20 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Doença de mulher. Cistos pulmonares pct chega com pneumotórax – ar na cavidade pleural causa dor e tosse. A linfangiomiomatose é uma doença rara caracterizada pela proliferação progressiva de células fusiformes, assemelhando-se ao músculo liso. A proliferação dessas células ao longo dos bronquíolos leva ao aprisionamento de ar e ao desenvolvimento de cistos pulmonares de paredes finas. A ruptura desses cistos pode resultar em pneumotórax. Outras características da LLM incluem adenopatia e derrame pleural. C I S T O S : B R O N Q U I E C T A S I A S Broncograma nas setas. Brônquio dilatado. Bronquiectasia é definida como dilatação brônquica localizada. O diagnóstico de bronquiectasia é geralmente baseado em uma combinação dos seguintes achados: • Dilatação brônquica (sinal do anel de sinete) • Espessamento da parede brônquica • Falta de afunilamento normal com visibilidade das vias aéreas no pulmão periférico • Retenção de muco no lúmen brônquico • Atelectasia associada • As vezes aprisionamento de ar Um sinal de anel de sinete representa um corte axial de um brônquio dilatado (anel) com sua pequena artéria acompanhante (sinete). A causa mais comum de bronquiectasia é a infecção prévia, geralmente viral, em idade precoce. Também ocorre em pacientes com bronquite crônica, DPOC e fibrose cística. CISTOS: BRONQUIECTASIAS Achados: Dilatações brônquicas esparsas com formação de sinal de anel de sinete representado por um corte axial de um brônquio dilatado (anel) com sua pequena artéria acompanhante (sinete) - setas brancas. Sinal do anel de sinete. Provavelmente tem fibrose cística. A bronquiectasia pode simular doença pulmonar cística e enfisema bolhoso. A bronquiectasia causada por doença primária das vias aéreas deve ser diferenciada da bronquiectasiade tração como resultado de fibrose. ENFISEMAS O enfisema geralmente se apresenta como áreas de baixa atenuação sem paredes visíveis como resultado da destruição do parênquima. Achados: • À esquerda, um Rx de tórax com aumento difuso da transparência pulmonar; • Retificação das cúpulas diafragmáticas. • Aumento do espaço retroesternal; 21 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA • Havia história de tabagismo; • Essa combinação de achados é típica para Enfisema Pulmonar. Raio x de tórax em pa e perfil. Imagens do lado direito estão alteradas e do lado esquerdo estão normais. Pct que fumou a vida inteira e fez enfisema pulmonar. As curvas diafragmáticas estão retificadas – não estão convexas. Primeiro sinal de DPOC – diafragma retificado. Os campos pulmonares estão mais pretos pq tem muito mais ar – no enfisema ocorre destruição dos lobos, os alvéolos foram destruídos e formaram uma única cavidade no centro do lobo, geralmente ocorre mais nos ápices. Aumenta o tamanho do pulmão – aumento do tórax anteroposterior chama-se de tórax em tonel. Parasseptal – na periferia. Panlobular – centro e periferia. ENFISEMA: CENTROLOBULAR Achados: • Enfisema centrolobular devido ao tabagismo; • A periferia do pulmão é poupada (setas azuis); • A artéria centrolobular (setas amarelas) é vista no centro da área hipodensa. Seta mostra artéria dentro do lobo que está destruído. Enfisema centrolobular é o tipo mais comum. Há destruição irreversível das paredes alveolares na porção centrolobular do lóbulo, com predominância nos lobos superiores e distribuição desigual. Está fortemente associado ao tabagismo. ENFISEMA: PARASEPTAL Achados: • Adjacente à pleura e fissuras interlobares; • Pode ser fenômeno isolado em adultos jovens ou em pacientes idosos com enfisema centrolobular; • Em adultos jovens, está associado a pneumotórax espontâneo. O enfisema parasseptal localiza-se próximo a fissuras e pleuras e frequentemente está associado à formação de bolhas (área de enfisema maior que 1 cm de diâmetro). Bolhas apicais podem levar a pneumotórax espontâneo. Bolhas gigantes ocasionalmente causam compressão severa do tecido pulmonar adjacente. ENFISEMA: PANLOBULAR Achados: • Afeta todo o lóbulo secundário; • Predominância do lobo inferior; • Na deficiência de alfa-1- antitripsina, mas também observada em fumantes com enfisema avançado. Destruiu o pulmão inteiro, formou bolhas gigantes. À esquerda, um caso típico de enfisema panlobular. Há destruição uniforme da arquitetura subjacente dos lóbulos pulmonares secundários, levando a áreas disseminadas de atenuação anormalmente baixa. Os vasos pulmonares no pulmão afetado aparecem em menor número e menores do que o normal. O enfisema panlobular é difuso e mais grave nos lobos inferiores. ENFISEMA: PANLOBULAR 22 Laís Flauzino | DIAGNÓSTICO POR IMAGEM | 7°P MEDICINA Achados: • Afeta todo o lóbulo secundário; • Predominância do lobo inferior; • Na deficiência de alfa-1- antitripsina, mas também observada em fumantes com enfisema avançado. No enfisema panlobular grave, a aparência característica de extensa destruição pulmonar e a escassez associada de marcações vasculares são facilmente distinguíveis do parênquima pulmonar normal. Por outro lado, o enfisema panlobular leve e até moderadamente grave pode ser muito sutil e difícil de detectar na TCAR.
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