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Indaial – 2019
História da arte
Prof.a Rosana Soares
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Rosana Soares
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SO676h
Soares, Rosana
História da arte. / Rosana Soares. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
207 p.; il.
ISBN 978-85-515-0384-3
1. Arte - História. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 709
III
apresentação
Caro acadêmico! A arte faz parte da existência do mundo, passa 
por inúmeras transformações ao longo do desenvolvimento humano, mas 
o que permanece na arte é a sua característica de ser uma forma específica 
de testemunhar o mundo. Os homens e as mulheres, ao longo da história, 
registraram sua cosmovisão a partir de um olhar sensível e crítico sobre 
as coisas que nos rodeiam. A materialidade dessa compreensão que 
denominamos obra de arte também assume diferentes formatos: pinturas, 
esculturas, gravuras, desenhos, arquitetura, literatura, cinema, entre outras. 
As diversas formas de arte que homens e mulheres nos deixaram 
como legado parte de contextos socioculturais distintos, o que torna este 
legado artístico rico e indispensável à formação da nossa humanidade 
compartilhada. Este livro didático é um convite a conhecer obras e artistas em 
seus universos sócio-históricos, políticos, simbólicos e culturais objetivando 
a aprendizagem das especificidades das artes de cada civilização, a começar 
pela produção artística das culturas antigas até a contemporaneidade a partir 
de uma visão dinâmica das transformações ocorridas na arte, com destaque 
na arquitetura a partir dos movimentos da história.
A partir do estudo da Unidade 1 do Livro Didático de História da Arte, 
você será capaz de identificar as especificidades das artes de cada civilização, a 
começar pela produção artística das culturas antigas, partindo da Pré-História 
até o Egito. Em seguida, conhecerá uma parte da complexidade do Oriente a 
partir de três grandes civilizações: sumérios, assírios e persas. Ainda nos estudos 
da Idade Média, conheceremos o importante legado da arte greco-romana. 
Também compreendem a Unidade 1 os estudos da Arte Bizantina, Românica 
e Gótica. Ao final desta unidade, você terá conhecido as transformações 
importantes ocorridas na Idade Média, com a arte do Renascimento e Barroco.
A partir dos estudos da Unidade 2, você estará apto a reconhecer 
a arte de cada período estudado, iniciando pelo período conhecido como 
Neoclássico, que apresenta forte influência da Antiguidade Clássica. Já no 
Romantismo, o individualismo marca a produção artística com forte tendência 
ao nacionalismo. No Realismo, conheceremos a representação artística muito 
próxima do real e a pintura apresentará temas de crítica e denúncia social. O 
Impressionismo e a fotografia marcam o século XIX. Finalizamos a Unidade 
2 com os estudos do Pós-Impressionismo, representado por um grupo de 
artistas que desenvolveram pesquisas pictóricas diversas.
Na última unidade do nosso livro, com o conhecimento da história 
da arte, você reconhecerá aspectos da Arte Contemporânea marcada por 
expressões artísticas que privilegiam características como o conceito, a 
hibridização e a efemeridade da arte criada.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Este livro didático efetua comparações entre os conteúdos de forma 
crítica e relevante para reflexões e estudos da teoria sobre a arte como 
produção cultural. 
Bons estudos!
Prof.ª Rosana Soares
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A ARTE PRÉ-HISTÓRICA, A ARTE NA IDADE ANTIGA 
 E A ARTE NA IDADE MÉDIA .................................................................................1
TÓPICO 1 – ARTE PRÉ-HISTÓRICA ................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 PERÍODO PALEOLÍTICO ................................................................................................................4
3 CULTURAS RUPESTRES E O NEOLÍTICO .................................................................................8
4 COMUNIDADES PRIMITIVAS ......................................................................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................12
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................13
TÓPICO 2 – ARTE NO EGITO ...........................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2 CULTURA URBANA E ARTE NO EGITO ....................................................................................15
2.1 ARQUITETURA .............................................................................................................................16
3 MONARQUIA ANTIGA E MONARQUIA MÉDIA ...................................................................18
3.1 PINTURA EGÍPCIA ......................................................................................................................18
4 MONARQUIA NOVA – DINASTIAS XVIII A XXI (1580-108) A.C. .........................................20
4.1 ARQUITETURA .............................................................................................................................20
4.2 ESCULTURA ..................................................................................................................................21
4.3 PINTURA ........................................................................................................................................22
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................24
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................25
TÓPICO 3 – ARTE NO ORIENTE ......................................................................................................27
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................272 A ARTE DOS SUMÉRIOS ................................................................................................................27
3 A ARTE ASSÍRIA ................................................................................................................................29
4 A ARTE PERSA ...................................................................................................................................30
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................33
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................34
TÓPICO 4 – ARTES GREGA E ROMANA .......................................................................................35
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................35
2 PERÍODO ARCAICO GREGO ........................................................................................................36
3 PERÍODO CLÁSSICO .......................................................................................................................38
4 PERÍODO HELENÍSTICO ................................................................................................................41
5 ARTE ROMANA .................................................................................................................................43
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................47
TÓPICO 5 – ARTES BIZANTINA, ROMÂNICA E GÓTICA ......................................................49
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................49
2 IMPÉRIO BIZANTINO .....................................................................................................................49
sumário
VIII
3 PERIODO ROMÂNICO ....................................................................................................................51
4 O GÓTICO E AS TRANSFORMAÇÕES NA ARQUITETURA ................................................54
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................57
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................58
TÓPICO 6 – AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA:
 ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO .............................................................59
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................59
2 RENASCIMENTO ..............................................................................................................................59
3 O BARROCO .......................................................................................................................................65
3.1 ARQUITETURA .............................................................................................................................69
3.2 ESCULTURA ..................................................................................................................................70
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................73
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................75
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................76
UNIDADE 2 – CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO 
 AO CONTEMPORÂNEO..........................................................................................77
TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA ..................................................................................................79
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................79
2 NEOCLÁSSICO ..................................................................................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................89
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................90
TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO ..........................................................................................91
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................91
2 ROMANTISMO ..................................................................................................................................91
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................100
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO ...................................................................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 REALISMO ..........................................................................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO ...................................................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 A ARTE IMPRESSIONISTA .............................................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA ...................................................................................121
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121
2 PÓS-IMPRESSIONISMO .................................................................................................................121
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................126
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................131
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................132
IX
UNIDADE 3 – DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO .........133
TÓPICO 1 – REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS ...........135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1352 EXPRESSIONISMO ...........................................................................................................................136
3 FAUVISMO ..........................................................................................................................................139
4 CUBISMO .............................................................................................................................................141
5 ABSTRACIONISMO .........................................................................................................................146
6 CONSTRUTIVISMO .........................................................................................................................149
7 SUPREMATISMO ..............................................................................................................................150
8 DADAÍSMO ........................................................................................................................................151
9 SURREALISMO ..................................................................................................................................152
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................154
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................155
TÓPICO 2 – CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO ..............................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 POP ART ...............................................................................................................................................157
3 OP ART .................................................................................................................................................159
4 MINIMALISMO .................................................................................................................................160
5 EXPRESSIONISMO ABSTRATO ....................................................................................................162
6 TACHISMO .........................................................................................................................................163
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................166
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................167
TÓPICO 3 – REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA ..............................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 REFLETINDO SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA ...............................................................170
3 ARTE CONCEITUAL .........................................................................................................................171
4 MOVIMENTO FLUXUS ....................................................................................................................174
5 ARTE POVERA ...................................................................................................................................175
6 NEOEXPRESSIONISMO ..................................................................................................................176
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................179
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................180
TÓPICO 4 – EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS ..............................................181
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................181
2 HAPPENING .......................................................................................................................................181
3 PERFORMANCE .................................................................................................................................182
4 VIDEOARTE ........................................................................................................................................183
5 BODY ART ...........................................................................................................................................184
6 FOTORREALISMO ............................................................................................................................185
7 INTERNET ART ..................................................................................................................................187
8 STREET ART ........................................................................................................................................187
9 GRAFITE ..............................................................................................................................................189
10 LAND ART .........................................................................................................................................191
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................199
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................203
X
1
UNIDADE 1
A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
A ARTE NA IDADE ANTIGA 
E A ARTE NA IDADE MÉDIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar manifestações artísticas de cada civilização, iniciando com as 
culturas antigas, da Pré-História até o Egito;
• reconhecer aspectos da arte do Oriente, a partir de três grandes civilizações: 
sumérios, assírios e persas;
• compreender os movimentos artísticos ao longo da história a partir das 
particularidades da Arte Bizantina, Românica e Gótica;
• refletir sobre as transformações ocorridas na arte e na arquitetura no 
período da Idade Média reconhecendo os movimentos da história e os 
contextos socioculturais.
Esta unidade está dividida em seis tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – ARTE PRÉ-HISTÓRICA
TÓPICO 2 – ARTE NO EGITO
TÓPICO 3 – ARTE NO ORIENTE
TÓPICO 4 – ARTES GREGA E ROMANA
TÓPICO 5 – ARTES BIZANTINA, ROMÂNICA E GÓTICA
TÓPICO 6 – AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO 
RENASCIMENTO E BARROCO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ARTE PRÉ-HISTÓRICA
1 INTRODUÇÃO
A História da Arte é a história dos seres humanos e suas obras. Erwin 
Panofsky (1892-1968) defende que a história da arte pode ser compreendida com a 
análise histórica e interpretativa dos objetos feitos pelo homem. Herbert Read (1893-
1968) entende que a história da arte é a história das maneiras e percepção visual – das 
várias maneiras como o homem viu o mundo. Para Arnold Hauser (1998) no livro 
História Social da Arte e da Literatura, perguntar quem é esse homem é fundamental 
para compreender as transformações artísticas ocorridas ao longo da história. 
O autor nos lembra de que no período em que o homem era nômade, ou seja, 
vivia em busca constante de alimentos oferecido pela natureza, ele eraUno, físico-
material (corpo). Ao deixar de ser nômade e se fixar em lugares para cultivo de seu 
alimento e lutar pela sobrevivência, passou a desenvolver uma relação de dualidade 
com a natureza. Passou assim a nomear os fenômenos não compreendidos, por 
exemplo, como o excesso de chuva ou a ausência dela. Surgiram os deuses e seus 
diferentes nomes. Nesse momento o homem se tornou Duo, físico-metafísico 
(corpo e alma) e abriu caminho para o que hoje denominamos fé, crença, religiões. 
Arte, religião, filosofia e ciência desenvolveram uma relação complexa de múltiplas 
influências que têm reflexos nas obras de arte até hoje.
George Lukacs (1885-1971) nos ensina que a Arte é uma forma única de 
conhecer o mundo – o homem testemunha a vida e a simboliza na obra de arte; 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) aponta que a arte é intrínseca ao homem.
Em que momento da História nasce a Arte? A artista Dulce Osinski 
(2001) aponta que ela nasce com o homem. Isso significa dizer que obras de artes 
são fruto do material humano de um sujeito social e histórico. É considerada 
ARTE PRÉ-HISTÓRICA as manifestações pictóricas desenvolvidas antes do 
desenvolvimento da escrita e os historiadores dividiram-na em três períodos. 
Neste tópico, estudaremos cada um deles.
Sabemos que os mais remotos antepassados – os primeiros homens – 
começaram a se aprimorar do meio em que viviam, com galhos, pedras, ossos 
para fazerem seus utensílios e com a pele dos bisões se aqueciam nos períodos 
frios, além de viverem sob a proteção das cavernas. Depois de dominarem suas 
criações foram se aprimorando, e com a evolução humana foi desenvolvida uma 
cultura muito importante – a vida dos homens pré-históricos. Devido a sua longa 
duração, os historiadores a dividiram nos seguintes períodos:
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
4
• Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada.
• Neolítico ou Idade da Pedra Polida.
• Primitivo ou Idade dos Metais.
2 PERÍODO PALEOLÍTICO
Vamos começar falando do homem pré-histórico a partir da Era Glaciária, 
que durou dezenas de milênios. Em todo esse tempo que se presenciou o início 
da história humana e da arte é que se dá o nome de Paleolítico. Este período foi 
dividido em três períodos.
Pesquisadores apontam que o Período Paleolítico compreende as origens 
do homem até 8000 a.C. Dentro desse período ainda existem subdivisões, uma 
delas é o Paleolítico Inferior (5000.000 – 30.000 a.C.). Tem esse nome devido às 
criações de instrumentos e armas produzidos em pedra, além de serem lascados 
para adquirir as pontas e bordas cortantes. Com ajuda dessas ferramentas, os 
homens iam em busca da sobrevivência. Eram denominados caçadores e coletores. 
As mais antigas ferramentas foram encontradas na África, trabalhada pelo Homo 
habilis. Há um milhão e meio de anos, o Homo erectus tomou seu lugar, ocupando 
outras regiões, como da Ásia e da Europa.
O Paleolítico Médio, período que compreende 200.000 a 35.000 a.C., é 
caracterizado pelo Homem Neandertal. Homens que se adaptaram ao período 
frio da Europa. No contexto social e cultural desse período, podemos destacar o 
uso de ferramentas como machadinhas, facas e lanças para uso alimentício. Mas 
como defesa, usavam o corpo para as lutas. Outra característica cultural desse 
período são as primeiras sepulturas: o homem, ao perceber que não veria mais 
seu companheiro, cavou uma fossa onde o sepultou e colocou próximo ao morto 
nacos de carne a fim de que ele pudesse se alimentar em algum momento da 
sua viagem. Com o seu desaparecimento, surge outro tipo humano, semelhante 
ao homem atual. Nesse período, o homem já demonstra uma estrutura de 
organização social e comunitária.
O Paleolítico Superior é o período que compreende 35.000 a 8000 a.C. É 
nesse período que surgem as primeiras manifestações artísticas feitas pelo Homo 
sapiens. Muitas gravações foram encontradas nas paredes das cavernas, como 
em Altamira (Espanha). Foi o primeiro conjunto pictórico com grande extensão 
já encontrado. Ainda assim, foram descobertas outras pinturas em Lascaux e 
Chauvet, na França.
As expressões artísticas encontradas consistiam em traços nas paredes das 
cavernas. Esse traço é chamado de rupestre, do latim rupes, quer dizer “rocha”. 
A arte desse período pode ser considerada naturalista – uma forma viva de 
tradução da realidade. Caçador exímio, de sentidos apurados, a arte do homem 
nas cavernas é elaborada e detalhista, impressionam pela representação do real. 
TÓPICO 1 | ARTE PRÉ-HISTÓRICA
5
FIGURA 1 – CAVALOS DO SALÃO NEGRO DA GRUTA DE NIAUX, PIRENÉUS, FRANÇA
FONTE: <http://www.scielo.br/pdf/aob/v10n3/14336.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2019.
Na imagem, os cavalos são representados de forma detalhista, incluindo 
o movimento do grupo representado. A posição das cabeças e a variação de 
tamanho conferem à imagem a impressão de deslocamento. 
Ao olhar essas imagens, chamadas rupestres, é inevitável nos 
questionarmos o que levou o homem a fazer tal representação pictórica e, muitas 
vezes, em lugares de difícil acesso. Uma das possíveis explicações seria de que 
estas pinturas seriam de homens caçadores, como ritual de magia. Mas que magia 
seria essa? Uma hipótese é a de que eles faziam pinturas de animais transpassados 
por flechas e lanças, como modo de aprisionar o animal na imagem, tendo assim 
poder sobre ele, conseguindo de forma mais fácil aprisioná-lo. Nesse momento 
histórico, é interessante observar que o homem se vê entre o real e o místico, e os 
fenômenos da natureza.
FIGURA 2 – BISÃO 15000-10000 A.C., ALTAMIRA, ESPANHA
FONTE: Gombrich (1999, p. 41)
As pinturas realizadas, como os bisões, veados e cavalos impressiona a 
capacidade de usarem traços fortes, possivelmente expressando ideia de vigor. 
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
6
FIGURA 3 – VÊNUS DE WILLENDORF, C. 24000-20000 A.C., PEDRA, ALT. C. 0,12 M. MUSEU DA 
HISTÓRIA NATURAL, VIENA
FONTE: Janson (2001, p. 44)
Entre as pequenas esculturas temos a representação do corpo feminino, 
que está ligada à fertilidade. Flores (2013) lembra que a capacidade do corpo 
feminino de gerar vida era visto como um poder, por isso sua representação em 
esculturas pode ser entendida como um ato de veneração do sagrado feminino. 
DICAS
Assista às transformações na representação das mulheres através da história 
da Arte: https://www.youtube.com/watch?v=m1o6niEReWg.
O surgimento da arquitetura começou quando o homem pré-histórico 
começou a sair de sua caverna e passou a fazer, também, a primeira escultura 
monumental. Surgiu uma colossal arquitetura de enormes pedras erguidas em três 
formas básicas: o dólmen, que consiste em enormes pedras verticais cobertas por 
uma laje, parecendo uma mesa gigante. Alguns desses dólmens eram túmulos ou 
casas de mortos e cromeleques (designação dada a um agrupamento de menires 
organizado em círculo, com a ideia de recinto sagrado ou lugar de culto – alguns 
podem estar relacionados à astronomia e ao estudo de fenômenos celestes). 
Guedes e Vialou (1981) destacam que a linguagem visual das representações 
rupestres oportuniza a compreensão sobre os traços estilísticos e formais dos 
registros e também o acesso a conceitos imateriais, como sistemas de crenças, 
marcas sociais, organização territorial.
Nesse período, a forma de esculpir e talhar eram atividades efetuadas para 
exercer suas atividades cotidianas. Em seu desenvolvimento, o homem pré-histórico 
apropriou-se de outros materiais, como a pedra, e realizou pequenas esculturas. 
TÓPICO 1 | ARTE PRÉ-HISTÓRICA
7
Apesar de rudimentares, os monumentos são considerados a primeira forma de 
arquitetura monumental realizada pelo homem. Assim, segundo Silveira (2010), 
o uso de materiais encontrados na natureza era pensado para a elaboração de 
ferramentas e armas para sobrevivência e também para a construção de moradias 
com pedras, madeira, argila e folhas. Ainda, segundo o autor, o uso de materiais é 
um dado importante para a compreensão dos aspectos históricos da arquitetura, 
poisas mudanças ocorridas têm também uma ligação direta com a descoberta 
de novos materiais, além, é claro, das novas organizações sociais que geram 
necessidades arquitetônicas. 
Para Strickland e Boswell (2014), um exemplo arquitetônico é o 
Cromeleque, conhecido como “Stonehenge”, localizado na Inglaterra. Algumas 
pedras pesam 50 toneladas e têm 4 metros de altura. Estudiosos acreditam que a 
construção esteja ligada ao culto do Sol.
FIGURA 4 – STONEHENGE
FONTE: <https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/85342-7-fatos-mitos-e-
curiosidades-que-voce-talvez-desconheca-sobre-stonehenge.htm>. Acesso em: 10 jun. 2019.
O monumento é um círculo de pedras e está localizado no condado de 
Wiltshire, sudeste da Inglaterra. Construído há cerca de cinco mil anos, a estrutura 
desperta a curiosidade ainda nos dias atuais. Entre as inúmeras teorias existentes 
que rondam a estrutura arquitetônica de Stonehenge, temos a informação de que 
serviu de cemitério (pela descoberta de covas no local); também que o monumento 
serviu de templo e de espécie de calendário astronômico para prever eventos 
solares e eclipses.
A vida nômade do homem do período Paleolítico estava terminando 
trazendo inúmeros desafios, dentre eles lidar com a natureza pouco conhecida. 
Ao se fixar em determinado local e retirar seu sustento da terra, o homem inicia 
outro ciclo de sobrevivência e conquistas: surge o período Neolítico.
De uma maneira geral é possível afirmar que os períodos estudados pela 
História da Arquitetura correm paralelos aos da História da Arte, com diferenças que se 
acentuam em alguns momentos e semelhanças que se encontram em tempos distintos. 
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
8
3 CULTURAS RUPESTRES E O NEOLÍTICO
“Neolítico vem do grego e significa pedra nova. O homem aprendeu a 
polir a pedra e a partir daí conseguiu produzir instrumentos mais eficientes e 
resistentes. Como alternativa da caça, o homem descobriu a agricultura” (VIEIRA, 
2009, p. 3). Também neste período passou a construir as primeiras moradias e 
começou a domesticar os animais. Assim surgiram as primeiras famílias e logo 
a divisão do trabalho. A descoberta de como produzir fogo através do atrito das 
pedras modifica todo um sistema de vida e, sobretudo, o trabalho com metais. 
Descobriu que o calor do fogo endurecia o barro e surgiu a cerâmica. Nesse período 
foi deixado para trás o estilo naturalista do homem do Paleolítico; começaram a 
aparecer pinturas com temas da vida coletiva e dança, mostrando movimento nos 
braços e nas pernas, o que, aliás, demonstra que a dança, o movimento, além de 
caminhar e correr, está no homem da Pré-História. 
DICAS
Assista ao filme: A Guerra do Fogo
Data de lançamento: 1981
Direção: Jean-Jacques Annaud
Sinopse: O filme se passa nos tempos pré-históricos, em torno da descoberta do fogo. A 
tribo Ulam vive em torno de uma fonte natural de fogo. Quando este fogo se extingue, 
três membros saem em busca de uma nova chama. Depois de vários dias andando e 
enfrentando animais pré-históricos, eles encontram a tribo Ivakas, que descobriu como fazer 
fogo. Para que o segredo seja revelado, eles sequestram uma mulher Ivaka. A crueldade e o 
rude conhecimento de ambas as tribos vão sendo revelados. O filme foi elogiado por criar 
ambiente e personagens convincentes, por meio da maquiagem (premiada com Oscar) e da 
linguagem primitiva (criada por Desmond Morrise Anthony Burgess).
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=x-e2B6ywHik.
4 COMUNIDADES PRIMITIVAS
A partir do filme A guerra do fogo, temos noção de uma das grandes viradas 
na história da humanidade. A descoberta de como produzir e controlar o fogo dá 
outra dimensão à existência do homem, que vai refletir na Arte Primitiva. 
A partir disso, o modo de vida que passa o período Neolítico, onde 
primitivos africanos viviam em seu local, sem expansões territoriais, suas criações 
provêm de seus costumes e criações meramente de seu grupo. Aqui vamos ter 
uma evolução social e cultural importante. O homem não é mais parasitário, 
agora é caçador e produtor de seu alimento. 
TÓPICO 1 | ARTE PRÉ-HISTÓRICA
9
Dentro desse contexto sociocultural, muitas tribos passaram a desenvolver 
uma arte elaborada em cestaria, máscaras, talhas ou mesmo no trabalho com 
metais, que de certa forma serviam para protegê-los. “É cada vez maior o número 
de provas de que, sob certas condições, os artistas tribais podem produzir obras 
tão corretas na representação, na interpretação da natureza quanto o mais hábil 
trabalho de um mestre ocidental” (GOMBRICH, 1999, p. 44).
Para Santana (2018), as máscaras tiveram uso para as mais diversas 
finalidades, dependendo da cultura e da religiosidade. Também os contadores de 
histórias utilizavam a máscara para dar mais ênfase às narrativas. 
As máscaras eram feitas de uma diversidade de formas (humanas, animais, 
formas híbridas) que causam assombro e espanto. Eram criadas, provavelmente, 
para afastar o inimigo.
Hoje, as máscaras – no senso comum – ficaram associadas às festas burlescas, 
mas podemos ver que elas surgem como elementos ritualísticos e depois na Grécia 
Antiga serviram para levar a mulher ao palco para encenar a comédia e a tragédia 
(veremos isso mais adiante). No que se refere às máscaras africanas, elas trazem 
em sua representatividade, o mundo espiritual e material e são usadas em rituais 
variados, onde a dança, a música e o teatro compõem a cena dos rituais.
FIGURA 5 – MÁSCARA DE DANÇA INUIT, DO ALASCA, C. 1880 (MADEIRA PINTADA, 37 X 25,5 CM)
FONTE: Gombrich (1999, p. 50)
A máscara Inuit, apesar de pertencer ao período Moderno (século XIX), 
apresenta características ritualísticas comuns ao período Pré-Histórico. O mesmo 
serve para as máscaras africanas étnicas modernas. Nesse sentido, passado 
e presente são resinificados pelas máscaras e carregam de forma simbólica as 
culturas que representam. 
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
10
Os povos primitivos também faziam culto aos antepassados. Na Ilha de 
Páscoa, encontram-se gigantescas figuras alinhadas, talhadas em rocha vulcânica, 
chamadas de Moais. Veiga (2018) acentua que para a compreensão do contexto 
que propiciou a criação dos gigantes de pedra, como são chamados os Moais, é 
preciso recuar no tempo. Os moais – são cerca de 900 – com 4 a 6 metros de altura, 
e seu peso médio é de 14 toneladas. Foram construídos na Ilha de Páscoa, um 
dos lugares habitados mais remotos do mundo, a 3,7 mil quilômetros da costa do 
Chile, no Oceano Pacífico. Para o cientista, segundo o autor, e que por se tratar 
de uma sociedade complexa, as esculturas grandiosas podem ter sido feitas para 
homenagear líderes mortos.
FIGURA 6 – IMAGENS DE MOAIS TALHADOS EM PEDRA – SÉCULO XVII
FONTE: <https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/48155-8-fatos-e-teorias-
fascinantes-sobre-a-ilha-de-pascoa.htm>. Acesso em: 10 jun. 2019.
Os Moais expressaram suas crenças e valores nas esculturas, mas 
dependendo da cultura outras formas de representatividade são encontradas. 
Um exemplo é a técnica da pintura na areia. “A técnica, que exige considerável 
perícia, consiste em lançar pó de pedra ou de terra de várias cores sobre um leito 
plano de areia” (JANSON, 2001, p. 70). 
FIGURA 7 – IMAGEM PINTURA EM AREIA – UMA RITUALÍSTICA DE CURA
FONTE: <https://ecitydoc.com/download/pictogramas-em-areia-dos-indios-navajo_pdf>. 
Acesso em: 10 jun. 2019.
TÓPICO 1 | ARTE PRÉ-HISTÓRICA
11
Essa pintura em areia era um ritual de grande intensidade emocional, 
tanto para o médico como para o paciente, que estava adoecido.
Os exemplos de representação de crenças, valores, ideais e organização 
político-social do homem deste período podem ser compreendidos ao conhecermos 
os múltiplos elementos que hoje pertencem ao que chamamos de arte. A pintura, 
a escultura e a gravura se revestem do cotidiano desses homens que deixaram as 
marcas de sua passagem no mundo. Assim como o desenvolvimento do homem, 
a arte também passa por constantes mudanças, e conhecer a históriadesse 
desenvolvimento a partir dos vestígios artísticos encontrados é uma das formas 
de compreender o homem na sua essência criadora.
12
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Pré-História é dividida em três períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra 
Lascada; Neolítico ou Idade da Pedra Polida; e Arte Primitiva.
• Homem do Paleolítico eram povos nômades (andarilhos) em busca da própria 
subsistência e sua arte está nas primeiras impressões nas paredes das cavernas, 
como também pequenas esculturas com formas desproporcionais.
• Na arte primitiva, o povo procurava fazer cestarias, máscaras com 
intencionalidade de afastar seus inimigos, como também usavam para danças 
e espanto de espíritos. Cultuavam esculturas que foram talhadas em rochas 
vulcânicas.
• A arquitetura nasce com a necessidade do homem em marcar seu território e 
buscar abrigo; se transforma ao longo do desenvolvimento dos grupos sociais.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 A Pré-História apresenta períodos distintos, como o Paleolítico e o Neolítico. 
Em relação a esses períodos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O Neolítico e o Paleolítico tiveram o mesmo desenvolvimento artístico 
destacando os traços geométricos do desenho e da pintura.
b) ( ) O desenvolvimento do cultivo do solo, de técnicas de caça e a 
domesticação de animais se deu no período Paleolítico.
c) ( ) No período do Neolítico, os homens praticavam uma economia coletora 
de alimentos.
d) ( ) O Paleolítico foi o período de grande desenvolvimento artístico com 
desenhos naturalistas.
2 Sobre a arte primitiva, analise as sentenças a seguir.
I- O homem não é mais parasitário, agora é caçador e produtor de seu alimento.
II- Desenvolveram apenas a visão monista (visão mágica, sensualista, atendo-
se ao concreto, vida desse mundo).
III- As sociedades primitivas são de natureza predominantemente rural, 
bastam-se a si próprias.
IV- Os povos primitivos não faziam culto aos antepassados.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Apenas as sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença IV está correta.
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
ARTE NO EGITO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Quando estudamos a evolução histórica da humanidade, é importante 
ressaltar que o Egito se forma socialmente por sua diversidade étnica. Nesse 
sentido, é fundamental reconhecer que a civilização egípcia é um marco na 
história social, cultural, política e econômica da humanidade, principalmente 
pelo olhar acadêmico e epistemológico ocidental. 
O país se desenvolveu às margens do Rio Nilo, e a história egípcia 
antiga – a primeira das grandes civilizações – está dividida em dinastias, com 
transformações na pintura, na escultura e na arquitetura.
O trabalho do artista não tinha a diferenciação que temos hoje na 
contemporaneidade. O pintor e o escultor eram vistos com o mesmo peso do 
ferreiro ou qualquer outro que tivesse a atividade a partir do uso das mãos na 
construção de artefatos. Somente mais tarde, a partir do renascimento, inicia-se o 
debate sobre o trabalho intelectual e o trabalho manual.
No que se refere à aquisição da técnica para a representação dos objetos 
pelos artistas egípcios, Hauser (1998) situa o desenvolvimento do artista 
essencialmente como aprendiz – todo artista era iniciado por um mestre; a regra 
era representar as partes importantes dos objetos sem necessariamente ter relação 
com o naturalismo. Esculpiam-se e pintavam-se elementos como deveriam ser 
vistos e não como eram na realidade.
A arquitetura, principalmente a dos templos, era preparada para receber 
o corpo mumificado do faraó e seus respectivos acessórios, pois acreditavam 
em uma vida após a morte. Mas muitos mistérios rondam o interior de suas 
construções. O Egito teve uma das mais rígidas civilizações. Com uma organização 
social complexa, os egípcios desenvolveram a escrita, além de se destacarem na 
matemática, ciência e medicina.
2 CULTURA URBANA E ARTE NO EGITO
Falar da organização social dos povos é falar também da organização do 
poder e da hierarquia, o que mais tarde (no século XIX) seriam as classes sociais. 
Por muito tempo, a civilização egípcia foi tida como a mais rígida e conservadora, 
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
16
marcada pelas monarquias, divididas em antiga, média e nova, além das divisões 
em dinastias. A mais antiga, segundo a velha tradição, teve início por volta de 
3000 anos a.C. e terminou por volta de 2155 a.C., com a queda da Sexta Dinastia. 
Depois da queda do poder faraônico centralizado no fim da Sexta Dinastia, 
Janson (2001) lembra que o Egito entrou num período de perturbações políticas 
que durou cerca de 700 anos e, nesse tempo, sucederam-se várias dinastias de curta 
duração. Pouco depois de extinta a Décima Segunda Dinastia, o país enfraquecido 
sucumbiu à invasão dos Hicsos, um povo da Ásia Ocidental, que governou durante 
150 anos até que foi expulso pelos príncipes de Tebas (1570 a.C.). 
Os 500 anos posteriores correspondentes às décimas oitava, nona e 
vigésima dinastias, representam a Terceira Idade do Ouro do Egito. O país, mais 
uma vez unido sob reis fortes, alargou as fronteiras para o Leste até a Palestina 
e a Síria (por isso se chama também o período do Império). Este foi o período da 
Monarquia Nova, última fase monárquica egípcia. Durante o longo período de 
declínio, a partir de 1000 a.C., os sacerdotes alcançaram um poder cada vez maior 
no Estado, mas sob os domínios gregos e romanos, a civilização egípcia terminou 
numa imensa pluralidade de doutrinas religiosas esotéricas. 
2.1 ARQUITETURA
O grande marco na arquitetura egípcia foram as pirâmides, as quais ainda 
representam mistério para os engenheiros, devido à forma de construção. As 
pirâmides foram cenário de grandes celebrações religiosas, tanto na vida como 
após a morte do faraó.
Doberstein (2010) chama a atenção para as múltiplas representações 
sociais da arquitetura da pirâmide, destacando as funções religiosa, política, 
ideológica e administrativa. 
As pirâmides que apresentam maior destaque foram: Quéops, Quéfren e 
Miquerinos. Os seus nomes provêm de seus faraós. A pirâmide Queops é a maior 
de todas, com 146,5 m de altura e 230 m de lado, sendo que não há material entre 
os blocos que formam as paredes de pedra. Já a pirâmide de Quéfren, construída 
décadas mais tarde, tem 143,5 m de altura e é a segunda maior pirâmide do 
Egito, apresenta revestimento original de calcário fino e polido. E completando 
o conjunto das pirâmides, tem-se Miquerinos. Esse conjunto de pirâmides servia 
para abrigar os restos mortais dos faraós (SEIDEL; SCHULZ, 2006).
TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO
17
FIGURA 8 – PIRÂMIDES DE MIQUERINOS, QUÉFREN E QUÉOPS, EM GIZÉ
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Necr%C3%B3pole_de_Giz%C3%A9#/media/Ficheiro:All_
Gizah_Pyramids.jpg>. Acesso em: 10 jun. 2019.
Gizé está localizada próxima ao Cairo, capital do Egito, e abriga as três 
pirâmides, sendo hoje patrimônio Mundial da UNESCO.
Junto a estas pirâmides se encontra a Esfinge, a maior escultura do Antigo 
Egito. Esta obra foi esculpida a partir de uma rocha e apresenta feições miscigenadas.
FIGURA 9 – ESFINGE – IV DINASTIA, C. 2530 A.C.
FONTE: <https://www.bluffton.edu/homepages/facstaff/sullivanm/egypt/giza/sphinx/distant2.jpg>. 
Acesso em: 10 jun. 2019.
Vários pesquisadores afirmam que a cabeça da escultura provém de uma 
unificação entre parte humana e parte animal, em que o corpo apresenta ser de 
um leão e a cabeça de um faraó.
DICAS
Ao acessar o link a seguir e assistir ao vídeo, você conhecerá algumas teorias 
sobre as Pirâmides do Egito e como elas foram construídas. Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=4oDAc0nubAQ.
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
18
3 MONARQUIA ANTIGA E MONARQUIA MÉDIA
Além de legados arquitetônicos, a Monarquia Antiga teve incríveis 
estátuas-retratos, provenientes de sepulcros e templos funerários. As esculturas 
apresentamum conjunto de regras (cânones) referente à figura humana. As 
posições escultóricas são representadas de acordo com a “posição hierárquica” 
dos deuses, faraós e legados. Destacando que muitas esculturas estavam ligadas 
à arquitetura, como o caso da figura a seguir, a estátua colocada no templo 
funerário faria com que o Faraó pudesse ter relações com o mundo e garantir 
uma vida tranquila, mesmo o túmulo sendo violado. 
FIGURA 10 – ESTÁTUA EM FRENTE AO TEMPLO
FONTE: <http://museuegipcioerosacruz.org.br/ramses-ii-o-grande/>. Acesso em: 10 jun. 2019.
O faraó Mikerinos foi representado entre a deusa Hathor e a divindade 
de uma província, para demonstrar o poder que ele exercia. Figuras em pé ou 
sentadas mostravam o poder das estatuárias, mas denota-se a rigidez, a simetria 
com que eram feitas. O resultado é uma imagem rígida e sólida.
No que se refere à Monarquia Média, as esculturas eram “menores, em 
madeira pintada (figuras de animais e humanas), que apresentavam cenas do 
cotidiano (barcos de pescadores, artesãos, tecelões e até pelotões de escravos). 
Algumas esculturas eram colocadas próximas ao túmulo que servia para 
acompanhar o faraó na vida após a morte. Como foram feitas em madeira, poucas 
sobras restaram” (LISE, 1992, p. 154).
3.1 PINTURA EGÍPCIA
Na Monarquia Antiga, as regras pictóricas eram bem definidas. Neste 
período, “o corpo feminino era sempre representado em amarelo claro ou rosa, 
e o masculino castanho avermelhado e branco para o fundo. A pintura era 
realizada em superfícies planas ou em relevo” (SEIDEL; SCHULZ, 2006, p. 128). 
Primeiramente, eram traçadas as inscrições nas paredes e havia todo um cuidado 
com a perfeição dos traços, e em seguida a cor completava a imagem. De onde 
provinham as cores? Usavam as cores do meio natural, como os homens pré-
TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO
19
históricos. O amarelo e o castanho eram obtidos de terra natural, o branco do 
gesso, azul e verde com cobalto e cobre como pigmentos, o negro do fumo. E 
muitas das cenas provinham do cotidiano deles.
FIGURA 11 – TAWY E NAKHT REALIZANDO OFERENDAS – PINTURA DA TUMBA DE NAKHT, EGITO
FONTE: <http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2015/11/egito-negro.html>. 
Acesso em: 1 out. 2019.
A diferenciação marcante da figura feminina e da figura masculina na 
pintura egípcia obedecia às regras de divisão social, distinguindo além do gênero, 
a divisão do trabalho.
Algumas mudanças acontecem na pintura da Monarquia Média, que 
apresenta temas tradicionais, as figuras apresentam novas posições, além de 
alturas diferentes. A cor é mais livre, quando surge a pintura sobre o sarcófago 
de madeira. Eles ainda desenhavam sobre a pedra e depois faziam sulcos 
contornando as imagens, e quanto mais profundo, mais a imagem se destacava, 
dando a impressão de volume nos corpos. 
FIGURA 12 – SARCÓFAGO DE MADJA, NO MUSEU DO LOUVRE
FONTE: <http://www.historia.uff.br/revistaplethos/nova/downloads/4,1,2014/7fabio.pdf>. 
Acesso em: 10 jun. 2019.
A pintura no sarcófago de madeira apresenta cenas da vida social egípcia. 
Traz também símbolos representativos da cultura, como o olho do deus Hórus.
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
20
4 MONARQUIA NOVA – DINASTIAS XVIII A XXI (1580-108) A.C.
Para Vieira (2009), o chamado Novo Império é marcado pelo intercâmbio 
cultural no Egito. A Décima Oitava Dinastia começa com a expulsão dos hicsos 
em direção a Kadesh pelo rei Ahmosis, que havia mantido seu poder em Tebas, 
que passa a ser capital do Egito. Os faraós mais importantes do período foram 
Tutmósis III (o Napoleão do Oriente), Amenhotep III e Ramsés II. Aliás, durante 
o reinado de Ramsés II, o Egito conquistou a Núbia e construiu templos de Abu 
Simbel (um complexo de dois templos escavados na rocha, um dedicado a Ramsés 
II e o outro a Nefertari, sua primeira esposa). 
Uma curiosidade!
Ramsés II viveu quase 100 anos e teve mais de 180 filhos. Com sua morte, sucessivos 
Ramsés foram deteriorando o Egito e perdendo a grandeza anteriormente conquistada. 
Foi um período em que reis fortes comandaram. Com isso foram feitos arrojados projetos 
arquitetônicos. A arte foi de muita qualidade e rica em detalhes.
NOTA
4.1 ARQUITETURA
Para Seidel e Schulz (2006), são destaques arquitetônicos os templos de Luxor 
e Carnac, ambos dedicados ao deus Amon. Para construções destes templos na 
Monarquia foram empregados adobes (tijolo composto por terra crua, água, palha e 
fibras naturais, como esterco de gado) cozidos ao sol, material que foi mais econômico.
FIGURA 13 – TEMPLO DE LUXOR
FONTE: <https://sites.google.com/site/nahistoriageral/idade-antiga/egito-antigo/templo-de-
luxor/templodeluxor>. Acesso em: 10 jun. 2019.
TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO
21
O templo mostrado na figura anterior foi construído na cidade de Luxor 
e representa as figuras de pai, mãe e filho de uma família egípcia considerada 
sagrada, conhecida como a tríade de Tebas: Amon, Mut e Khonso.
4.2 ESCULTURA
A escultura apesar de apresentar rigidez, começou a revelar informações 
sociais, étnicas e profissionais. Um dos túmulos com maior destaque é do 
Tutankhamon. Encontravam-se vasos, trono, carruagens e muitas peças 
escultóricas, dentre elas duas peças representando o Faraó, feitas em ouro, além 
da múmia com a máscara sobre seu rosto, mostrando o seu poder.
Falecido aos dezoito anos, Tutancâmon deve a fama ao fato acidental de ter 
sido o único faraó cujo túmulo foi descoberto intacto nos nossos dias, com quase todo 
o conteúdo. As enormes riquezas das sepulturas (só o caixão de ouro deste soberano 
pesa mais de 113 quilos) atraíram saqueadores desde a Primeira Monarquia. 
Os sarcófagos, objetos com forma retangular feitos para depositar o corpo 
morto (na contemporaneidade temos o caixão que possui a mesma finalidade, 
mudando apenas a ritualística), no Egito eram destinados para armazenar 
o corpo do Faraó e por isso eram transformados em esculturas incríveis, com 
entalhes, pinturas e detalhes que exaltavam o poder que o faraó exercia sobre o 
seu povo. A escultura da rainha Nefertite foi talhada sobre pedra, apresentando 
maior suavidade e delicadeza nos traços, como também na pintura. 
FIGURA 14 – TAMPO DE ATAÚDE DE TUTANKHAMON. MUSEU EGÍPCIO – CAIRO
FONTE: Janson (2001, p. 63)
Além da riqueza externa do sarcófago de Tutankhamon, também foram 
encontrados no túmulo muitos tesouros. Parte da riqueza do faraó foi depositada 
no túmulo junto a seu corpo mumificado.
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
22
4.3 PINTURA
Se a escultura apresentou uma elegância e leveza esculpida, na pintura 
foi apresentada a lei da frontalidade da figura humana, em que o tronco estava 
sempre de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés estavam de perfil. A 
pintura era feita para decorar murais dos túmulos, em que além da figura 
humana retratada também começaram a aparecer objetos, vasos e hieróglifos 
como elemento estético. Para Seidel e Schulz (2006), nesse período era colocado 
junto ao morto o papiro, para confortá-lo durante a sua passagem.
FIGURA 15 – A LEI DA FRONTALIDADE
FONTE: <http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/01/22/a-lei-da-frontalidade-entendendo-as-
pinturas-egipcias/>. Acesso em: 10 jun. 2019.
A pintura revela aspectos da estrutura social egípcia, em que a cor pode 
variar conforme o gênero, e também o tamanho das figuras representadas 
obedecem à hierarquia da estratificação social.
Obedecendo à Lei da Frontalidade, as figuras se mostram de forma 
múltipla em uma visão lateral e frontal ao mesmo tempo. 
O papiro (papel fino, feito de uma planta da família das ciperáceas, cujo 
nome científico é Cyperuspapyrus) também foi instituído em rolo. Era ilustrado com 
cenas muito vivas, que eram acompanhadas de textos. Podemos destacar o Livro 
dos Mortos, que era posto no sarcófago e que podia ajudar na sua viagem eterna.
TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO
23
FIGURA 16 – PAPIRO EGÍPCIO CARREGAVA FEITIÇO AMOROSO
FONTE: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/09/papiro-egipcio-e-decifrado-
e-revela-feitico-amoroso.html>.Acesso em: 10 jun. 2019.
Até hoje, muitos mistérios rondam o Egito, principalmente com a 
organização e estrutura para construírem as pirâmides e seus labirintos. Estudos 
semióticos sobre as pinturas, objetos encontrados e estudos aprofundados através 
da alta tecnologia ajudam a escrever constantemente essa civilização.
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Egito foi dividido em monarquias: Antiga, Média e Nova.
• Na Monarquia Antiga, destacam-se as pirâmides do Egito. As esculturas eram 
acopladas principalmente às portas dos templos e apresentavam uma pintura, 
com cenas do seu cotidiano.
• Na Monarquia Média, as esculturas tiveram maior destaque, pois acompanhavam 
o faraó após a sua morte. Nesse período surgiu a pintura sobre o sarcófago.
• Na Monarquia Nova, os sarcófagos eram esculturas que apresentavam uma 
verdadeira obra de arte, pois era usado ouro para mostrar o poder que o faraó 
exercia sobre seu povo. As pinturas ficaram mais ricas, com outros elementos, 
como vasos, objetos e também com hieróglifos.
• A arquitetura egípcia concentrou-se nos templos funerários e nos templos 
dedicados aos deuses.
25
1 Os povos da Idade Antiga criaram diversos tipos de escrita, dentre elas o 
hieróglifo, no Egito. Escreva uma mensagem com símbolos e entregue para 
alguém da sala com a respectiva legenda para que ela possa realizar a leitura. 
Exemplo: @ > / # &. Resposta:_____________
Legenda: 
 # T
 & O
 > G
 @ E
 / I
2 Sobre a construção das pirâmides, analise as asserções e a relação proposta 
entre elas: 
I- Cientistas conseguiram explicar como as pirâmides do Egito foram 
construídas e derrubaram alguns mitos que perduraram ao longo de 
dezenas de anos. 
Porque
II- Muitos disseram que alienígenas construíram as pirâmides, mas que, na 
realidade, os antigos egípcios moveram os blocos numa espécie de trenó sob 
a areia molhada. 
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A asserção I está correta, mas não complementa a asserção II, que está 
parcialmente correta.
b) ( ) A asserção II é um complemento da asserção I e ambas estão corretas 
sobre a construção das pirâmides.
c) ( ) Ambas as asserções estão incorretas, porque muito se falou sobre a 
construção das pirâmides e até agora não se tem uma comprovação de 
sua construção.
d) ( ) A asserção II está correta, enquanto a asserção I não procede a sua 
afirmação.
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
ARTE NO ORIENTE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Mesopotâmia – a “terra entre dois rios” (Eufrates e Tigre) – tinha como 
capital a Babilônia, hoje situada no atual Iraque. 
A história política da Antiga Mesopotâmia é marcada pelas rivalidades 
locais, incursões estrangeiras. Sobre um fundo tão agitado é ainda mais notável a 
continuidade das tradições culturais e artísticas. Essa herança comum se deve aos 
primeiros povos – os sumérios. 
Nesta geografia vamos olhar o legado da arte dos sumérios, assírios e 
persas. Segundo Baumgart (1999), em meio a esta diversidade, as formas artísticas 
conservam certa hegemonia devido à herança dos sumérios.
2 A ARTE DOS SUMÉRIOS
O povo sumério se desenvolveu ao sul da Mesopotâmia, atualmente sul do 
Iraque. O foco de seu registro está centrado nas construções arquitetônicas, sendo 
que as imagens concretizadas em estátuas presentes nas construções atuavam de 
forma significativa na produção artística desse povo. Representavam seus deuses, 
às vezes, em fusão com figuras de animais, com destaque para os olhos.
Um dos grandes legados dos sumérios foi a escrita cuneiforme, representada 
com símbolos específicos que conseguiam transmitir suas ideias e representavam 
objetos variados, sempre ligados aos fenômenos de seu cotidiano, contemplando 
assuntos administrativos, políticos e econômicos. Registrados em placas de argila, é 
através dessas inscrições que foi possível conhecer um pouco da vida dos sumérios. 
FIGURA 17 – ESCRITA CUNEIFORME
FONTE: <https://www.estudopratico.com.br/escrita-cuneiforme/>. Acesso em: 8 maio 2019.
28
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
A escrita cuneiforme é um sistema que provavelmente teve origem 
na Suméria. Consta de 600 caracteres, cada um dos quais representa palavras 
ou sílabas escritas em tábuas de argila ou de pedra. Espalhados em cidades-
estados, a arquitetura suméria foi desenvolvida em prol da religião, realizando a 
construção de grandes templos dedicados a seus deuses e também como espaço 
de armazenamentos dos grãos necessários a sua alimentação. Nessas construções 
destacam-se os zigurates, torres em degraus que completavam as construções 
gigantescas assemelhando-se à construção das pirâmides egípcias. Pode-se 
afirmar que a arte dos sumérios era fundamentada em suas crenças religiosas, 
por isso a construção de grandes templos destinados ao louvor de seus deuses.
FIGURA 18 – ZIGURATE DO REI URNAMMU, UR, C. 2500 A.C.
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Zigurate_de_Ur>. Acesso em: 8 maio 2019.
Zigurates eram grandes escadarias que completavam as construções 
em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos 
agrícolas e também como templos religiosos. Um famoso zigurate é a Torre de 
Babel, referenciada na Bíblia Sagrada.
Infelizmente, o tempo não poupou as construções dos sumérios, 
construídas com tijolos, elas foram destruídas e o que restou foram ruínas ou 
partes das construções. 
Na escultura dos sumérios, o material utilizado era a pedra e madeira, 
associando alguns elementos como o ouro, o cobre e a prata. Os olhos e as 
sobrancelhas eram inicialmente de materiais coloridos incrustados, e a cabeça 
coberta por uma “cabeleira” de ouro ou cobre. 
Assim, o legado dos sumérios se revelou nas descobertas arqueológicas 
das placas de argila gravadas em sua escrita cuneiforme, em que seu cotidiano, 
suas crenças e realizações foram registradas. As esculturas representavam 
seus deuses e a arquitetura grandiosa era dedicada a eles. Essas manifestações 
artísticas vão influenciar também os demais povos que reconheceram na arte 
suméria importante fonte de inspiração, dentre eles os assírios.
TÓPICO 3 | ARTE NO ORIENTE
29
DICAS
Saiba mais sobre os Sumérios assistindo ao vídeo no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=TPE4vTDWoIM.
3 A ARTE ASSÍRIA
Em comum com os sumérios, o povo assírio também tinha como pano de 
fundo de sua sobrevivência e de sua arte a região geográfica da Mesopotâmia, bem 
como os rios Tigre e Eufrates. No entanto, o povo assírio é conhecido pela sua ativa 
participação em guerras, voltado à conquista de territórios de outros povos.
Fernandes (2018) frisa que os guerreiros assírios eram chamados de “máquina 
de guerra” pela formação do provável primeiro exército organizado da História. 
Arqueiros, lanceiros, carros de combate e cavalaria formavam sua força de combate, foi 
assim que conseguiram submeter várias das civilizações da Mesopotâmia ao seu jugo.
No que se refere à representação escultórica, os deuses eram fonte de 
inspiração para os artistas que os esculpiam em miniaturas. 
Na arquitetura, os assírios apresentaram clara influência dos sumérios, 
diz-se que os assírios foram em relação aos sumérios o mesmo que os romanos 
em relação aos gregos. 
FIGURA 19 – CIDADE DE SARGÃO II, EM DUR
FONTE: <http://m.redeangola.info/palacio-do-rei-sargao-ii-destruido-pelo-estado-islamico/>. 
Acesso em: 25 fev. 2019.
Essas construções em reverência aos seus reis e suas batalhas estão 
exemplificadas em gigantescos painéis que em baixo-relevo representavam cenas 
de caça e cenas militares e que ornamentavam suas construções arquitetônicas. 
Esses painéis assumiam a função de narração das atividades desenvolvidas pelos 
assírios, atuando também de forma didática.
30
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Santos (2013) destaca que os relevos assírios eram esculpidos em enormes 
painéis de pedra calcária e alocados nas paredes dos palácios reais e formavam 
uma narrativa visual, geralmente exaltando as conquistas do império,já que a 
arte era patrocinada pelo Estado. 
O legado dos assírios através de sua arte confere importante registro de 
um povo que teve a sobrevivência e a conquista de territórios como fonte principal 
de sua atuação. A influência da arte suméria é visível, no entanto, os assírios 
conferem sua identidade na apropriação das formas de representação artística, 
como a escultura e, principalmente, a arquitetura. Sua herança será assumida 
pelo Império dos Persas.
4 A ARTE PERSA
A Pérsia recebeu o nome do povo que ocupou a Babilônia em 539 a.C. 
e se tornou herdeira do antigo império assírio. Hoje tem o nome de Irã, nome 
mais antigo e mais adequado. Janson (2001) observa que o Irã parece ter sido 
uma via de acesso das tribos migratórias das estepes asiáticas, ao Norte, e da 
Índia, a Leste. Os recém-chegados estabeleciam-se por algum tempo, dominando 
a população local ou fundindo-se com ela até que se vissem, por sua vez, forçados 
a sair – para a Mesopotâmia, para a Ásia Menor, para a Rússia Meridional – pela 
onda seguinte de imigrantes. 
A arte persa foi concentrada também na arquitetura e na escultura, e a 
pintura também foi representada de forma significativa. No entanto, a arquitetura 
vai sofrer modificações representadas em pequenas construções de tijolos e 
argamassa. Já os palácios vão conservar a estrutura monumental.
FIGURA 20 – PERSÉPOLIS – ARQUITETURA IMPONENTE, TRABALHADA EM PRATA E OURO 
ESCULTURAS EM RELEVO SIMBOLIZAM OFERENDAS AO REI
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/arte-persa.htm>. Acesso em: 8 maio 2019.
Importante frisar que de todas as manifestações artísticas do povo persa, a 
arquitetura foi a de maior representação. Os palácios eram edifícios impressionantes 
e um dos mais ambiciosos estava em Persépolis. O seu traçado geral, com imenso 
TÓPICO 3 | ARTE NO ORIENTE
31
número de câmaras, salas e pátios reunidos sobre uma plataforma alteada, 
lembrava as residências reais da Assíria, cujas tradições se mostravam dominantes. 
A escultura e a pintura complementam a arquitetura persa.
Na escultura, a representação de animais e homens em seres mitológicos 
ordenavam a crença em sua força guerreira de conquistas territoriais. Utilizavam 
argila e mármore para esculpir suas figuras.
Foi na civilização persa que surgiram as famosas tapeçarias persas, que 
cobriam as paredes dos palácios, tendo como tema animais, vegetais e cenas 
de caça. Surgiu também o uso das sedas. Essa arte tem como suporte o tecido e 
ditou a arte da tapeçaria por várias regiões próximas. Atualmente, a tapeçaria é 
valorizada como representativa da arte persa.
FIGURA 21 – TAPEÇARIA PERSA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-L%C3%A9on_G%C3%A9r%C3%B4me_-_
The_Carpet_Merchant_-_Google_Art_Project.jpg>. Acesso em: 1 out. 2019.
Na tentativa de conhecer as particularidades da arte persa, podemos citar 
que, segundo Gonçalves (2016):
• Os principais trabalhos artísticos da Pré-História foram as peças de cerâmica e 
as pequenas figuras de argila.
• No primeiro grande período da arte persa, durante o reinado dos aquemênidas, 
a escultura ganhou uma característica monumental.
• Entre os primeiros exemplos da arquitetura persa, destacam-se pequenas casas 
feitas à base de argamassa e tijolos de barro cru e secos ao sol, descobertas em 
várias obras neolíticas do Ocidente do Irã.
• O primeiro momento de grande desenvolvimento da arquitetura persa tem 
lugar com a dinastia dos aquemênidas (550 a 331 a.C.).
32
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
• Durante o período Aquemênida, as artes decorativas passaram a ser empregadas 
nos artigos de luxo, como ornamentos e vasilhas de ouro e prata, jarros de 
pedra e joias trabalhadas.
• Depois da conquista da Pérsia pelos árabes no ano 641, o Irã passou a fazer parte 
do mundo islâmico. Seus artistas tiveram que se adaptar à cultura islâmica, 
a qual, por sua vez, foi influenciada pela tradição iraniana. A arquitetura 
continuou sendo a principal forma artística.
DICAS
Assista ao vídeo sobre detalhes da arquitetura persa em: https://www.youtube.
com/watch?v=cb6QPIGe2S0&t=31s.
33
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A arte do Oriente foi representada pelos sumérios, assírios e persas. Em suas 
particularidades, cada civilização nos deixou sua marca através também de 
sua arte.
• Os sumérios se destacaram na arquitetura e as esculturas eram inspiradas em 
seus deuses. Outro legado importante dos sumérios foi a escrita cuneiforme.
• Os assírios eram a civilização mais guerreira, conquistando vasto território. 
Suas esculturas eram em miniaturas representando seus deuses, utilizavam 
também esculturas em baixo-relevo. Na arquitetura dos assírios, houve a 
presença dos zigurates.
• A civilização persa foi marcada também pelas requintadas tapeçarias. Na 
arquitetura e na escultura, ocorreu o uso de argila e mármore.
34
1 Um dos grandes legados dos sumérios foi a escrita, enquanto a arte assíria 
tem os deuses como inspiração. Na arquitetura, os assírios têm a influência 
dos sumérios. Diante disso, assinale a alternativa CORRETA sobre a relação 
desses dois povos na arte arquitetônica:
a) ( ) Os arquitetos assírios construíram grandes igrejas para agradar aos 
deuses de suas crenças.
b) ( ) A arquitetura dos assírios seguia uma inspiração egípcia e a figura das 
pessoas já aparece retratada nas parede. 
c) ( ) A arquitetura ainda não havia surgido nem entre os povos sumérios e 
nem entre os povos assírios.
d) ( ) As construções, como os templos e os zigurates, levantadas pelos assírios, 
tinham inspiração dos sumérios e os palácios atingiram dimensões sem 
precedentes. 
2 Acerca dos sumérios, assírios e persas, analise as afirmações a seguir: 
I- Os sumérios começam a trabalhar a escultura e utilizam como material a 
pedra e a madeira.
II- Já na Assíria, os artistas estavam muito mais interessados na pintura e, 
portanto, pouco se interessaram pela escultura e pela arquitetura.
III- Mas foi na Assíria que o sistema sexagesimal de contar o tempo foi 
desenvolvido.
IV- A arte persa tem um significado importante tanto na tapeçaria, como na 
escultura, mas pouca representatividade na arquitetura. 
É CORRETO apenas o que se afirma em: 
a) ( ) I e III.
b) ( ) I, II e IV.
c) ( ) II, III e IV.
d) ( ) I e IV.
AUTOATIVIDADE
35
TÓPICO 4
ARTES GREGA E ROMANA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Segundo Funan (2002), os mais antigos antepassados dos gregos 
chegaram à região da Grécia no final do terceiro milênio a.C. e logo se dirigiram 
às ilhas do Mar Egeu. 
Os primeiros gregos que ocuparam a região foram os jônios, eles 
submeteram os antigos habitantes da Ásia Menor por meio da violência e os 
reduziram à servidão. Os gregos incorporaram elementos culturais de outros 
povos e os ressignificaram. O período de formação da civilização grega é de cerca 
de quatrocentos anos, de 1100 a 700 a.C. Dos três séculos iniciais sabe-se pouco, 
mas a partir de 800 a.C. os gregos emergem rapidamente à plena luz da história. 
São desse tempo as primeiras datas precisas que chegaram até a atualidade: 776 
a.C., ano da instituição dos jogos olímpicos e ponto de partida da cronologia 
grega, assim como outras, um pouco anteriores da fundação de várias cidades. 
Este tópico abordará as artes grega e romana. A arte grega com destaque 
para o ideal de beleza. Os gregos tinham preocupação pela harmonia das formas, 
principalmente nas esculturas. As construções não tinham preocupação utilitária, 
enquanto na arte romana o enfoque era a praticidade e a utilidade.
Nas figuras a seguir observamos que o ideal grego de beleza apresenta 
o predomínio do ritmo, do equilíbrio e da harmonia, valorizando as medidas 
proporcionais. Já a arte romana sofre a influência grega e apresenta uma arte 
naturalista, sem a beleza idealizada dos gregos. 
FIGURA 22 – ARTE GREGA FIGURA 23 – ARTE ROMANA
FONTE: <https://www.bma.art.br/escultura-
grega/>. Acesso em: 15 jan. 2019.
FONTE: <https://www.slideshare.net/hgp5/a-
escultura-romana>.Acesso em: 15 jan. 2019.
36
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Observe na representação dos traços do rosto das duas esculturas. A 
Figura 22 é de Apolo Belvedere, que representa o Deus Grego bem conhecido, o 
Apolo. O rosto apresenta suavidade e simetria em uma junção de força e leveza. 
Para eles, a razão e a sensibilidade foram essenciais para construir arte com mera 
particularidade, pois exprimia valores como equilíbrio, harmonia, ordem e medida.
Já o rosto da Figura 23 (retrato séc. I a.C. Metropolitan Museum of Art 
NY), de origem romana, traz a expressão humana em sua plenitude com os traços 
originais. A representação naturalista era importante para os romanos, cultivando 
a originalidade dos traços das figuras representadas. 
Do ponto de vista artístico, podemos destacar os seguintes períodos 
artísticos da Grécia Antiga:
• Arcaico: do século VII até a 1ª metade do século V a.C.
• Clássico: do século V até a metade do século IV a.C.
• Helenístico: do final do século IV até a metade do século I a.C.
2 PERÍODO ARCAICO GREGO
Durante o período Arcaico, temos a pintura de vasos e uma arquitetura 
monumental, com destaque para a escultura. Por muitos séculos, a arte só se 
expressava na cerâmica, apresentando alternância na decoração, às vezes eram 
feitas linhas geométricas retilíneas, contínuas ou quebradas. Mais tarde vieram 
os vasos de cerâmica que apresentavam figuras, bastante estilizadas, as figuras 
negras e figuras vermelhas.
Inicialmente foi utilizada a técnica da figura negra sobre fundo vermelho. 
O artista riscava os detalhes com agulha ou algo que apresentava uma ponta 
fina. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. Depois o artista Eutímedes 
inverteu o esquema de cores, deixando as figuras na cor natural e pintando o 
fundo de negro, dando início às figuras vermelhas.
A pintura de vasos orientalizantes e arcaicas apresentavam uma diferença 
de disciplina artística. Algumas figuras eram representadas como silhuetas 
maciças, quer como simples contornos ou como a combinação de ambas as 
maneiras de apresentá-las. Temos assim o surgimento do estilo “de figuras 
negras”, traçadas em silhueta sobre o barro avermelhado.
TÓPICO 4 | ARTES GREGA E ROMANA
37
FIGURA 24 – OBRA DE EUTÍMEDES
FONTE: <http://historiadaarte2ano.blogspot.com/>. Acesso em: 15 jan. 2019.
Os vasos gregos também obedeciam ao rigor da harmonia no encontro da 
forma com as cores. Os desenhos aplicados nos vasos têm a intenção de retratar 
cenas inspiradas na mitologia grega e também pessoas em suas atividades diárias. 
Os vasos possuíam duas funções: utilitária (rituais religiosos, armazenar água, 
vinho) e decorativo. 
Medeiros (2018) frisa que no período, conhecido como Arcaico, a escultura 
é feita em pedra, em que rapazes (Kouros) e moças (Korés) são criados pelo 
escultor que representava superficialmente as feições e os músculos. As esculturas 
masculinas são nuas e eretas, revelando a influência de outras culturas, pois eram 
esculpidas numa pose de grande rigidez e frontalidade.
FIGURA 25 – FIGURA FEMININA (KORE), C. 650 A.C. – FIGURA DE JOVEM (KOUROS), C. 600 A.C.
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura_da_Gr%C3%A9cia_arcaica#/media/File:Kouroi2.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2019.
Nesse período chamado Arcaico, a escultura apresenta rigidez e seriedade. 
Os corpos são talhados mais próximos da representação egípcia e mesopotâmia. 
No decorrer do desenvolvimento da escultura grega esta representação mudará 
drasticamente, incorporando o movimento e emoção.
38
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Quando os gregos começaram a construir os templos, a escultura foi 
unificada a ela. Os gregos esculpiram, principalmente, na base triangular, grandes 
guardiões que destacavam e engrandeciam e embelezavam a arquitetura.
Proveniente de tais feitos, a arte passou a evoluir principalmente o âmbito 
da arquitetura, surgindo em vez de esculturas na base triangular, colunas que 
vieram com propósitos sociais, isso no próximo período (PROENÇA, 2011).
3 PERÍODO CLÁSSICO
Foi no período Clássico que a perfeição artística teve seu apogeu. É chamado 
de momento clássico, pois alcançou a clareza absoluta da visão. Tiveram domínio 
do movimento nas esculturas, a arquitetura teve caráter social com o surgimento 
do teatro, e as pinturas realizadas em vasos serviam como oferendas funerárias.
A arquitetura grega é reconhecida pelo uso de colunas que são registradas 
em três ordens: dórica, jônica e coríntia.
A ordem dórica era simples e maciça. Os fustes das colunas eram grossos 
e afirmavam-se diretamente no estilóbata. “Os capitéis, que ficavam no alto dos 
fustes, eram muito simples. A arquitrave era lisa e sobre ela ficava o friso que era 
dividido em tríglifos – retângulos com sulcos verticais – e métopas – retângulos 
que podiam ser lisos, pintados ou esculpidos em relevo” (PROENÇA, 2011, p. 34).
A ordem dórica pode ser vista no Partenon, templo em homenagem à 
deusa Atena. O templo consistia essencialmente em arquitetura exterior. Conforme 
Robertson (1982), essa construção tinha um friso de 159 m de comprimento, e 
esculturas nos dois frontões e nas 92 métopas. Podemos destacar ainda o templo 
Hephaisteion, dedicado ao deus do fogo, que foi um dos mais preservados de Atenas.
A ordem jônica parecia dar mais leveza e era mais ornamentada que 
a dórica. As colunas eram delgadas sobre uma base decorada. Os capitéis 
ornamentados eram divididos em três faixas horizontais. O friso dividido em 
partes ou decorado. Um exemplo de ordem jônica é o Templo de Atena Niké, 
construído em mármore. Com as mesmas colunas, o Erecteion em Atenas veio a 
ser construído para ser uma espécie de santuário. Frisando que algumas colunas 
jônicas deram espaço para figuras femininas, de forma delicada complementavam 
e ornamentavam o lugar.
TÓPICO 4 | ARTES GREGA E ROMANA
39
FIGURA 26 – COLUNAS GREGAS
FONTE: Janson (2001, p. 169)
O templo coríntio é uma derivação do jônico, mais adornado e elevado de 
proporções. O seu capitel tem a forma de um sino invertido, coberto por folhas de 
acanto, tornando-se padrão em Roma. 
Uma construção que prevaleceu nesse período foi o “Teatro”, dividido em 
três partes: 
• Orquestra – local para danças, coro e representação de atores. 
• Arquibancada – local para o público. 
• Palco – lugar onde os atores se preparavam para entrar em cena.
O teatro mais famoso é o “Epidauro, notável por sua acústica perfeita e 
podia acomodar até 14.000 pessoas” (PROENÇA, 2011, p. 35).
ORDEM DÓRICA ORDEM JÔNICA
EN
TA
BL
A
M
EN
TO
EN
TA
BL
A
M
EN
TO
C
O
LU
N
A
C
O
LU
N
A
Cornija
Cornija
Friso
Friso
Arquitrave
ou Epistilo
Arquitrave
ou Epistilo
Capitel
Capitel
Fuste
Fuste
Base
Gotas
Gotas
Ábaco
Equino
Taenia
Regula
ESTILÓBATA ESTILÓBATA
ESTEREÓBATA ESTEREÓBATA
EUTINTÉRIA
Ábaco
Voluta
Geison
Geison
Geison
 Inclin
ado
Geison InclinadoSima
 Inclin
ado
Sima Inclinado
Mútulo
MétopaTriglifo
40
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
FIGURA 27 – TEATRO DE EPIDAURO, C. 350 A.C.
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Epidauro#/media/File:Epidauros-Theater-1.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2019.
A arquitetura grega influencia até hoje construções em todo o mundo. No 
Brasil temos o Teatro da Paz, em Belém/PA, que foi projetado por um engenheiro 
militar e as colunas no seu frontão são de inspiração grega.
Na pintura, durante o período Clássico, perdura a pintura em vasos, além 
de pinturas em murais e mosaicos. As figuras com representações femininas eram 
temas que serviam para os monumentos funerários de mulheres jovens. 
FIGURA 28 – PINTURA EM VASO
FONTE: <https://fr.wikipedia.org/wiki/Sir%C3%A8ne_(mythologie_grecque)#/media/
Fichier:Odysseus_Sirens_BM_E440_n2.jpg>. Acesso em: 1 out. 2019.
O vaso da figura revela a delicadeza e o cuidado na representação do barco 
e dos seres metafísicos. Requintada, a cerâmica grega anuncia também o estilo do 
artista configurando assim uma assinatura pessoal na criação dos objetos, ora 
utilitário, ora decorativo.
TÓPICO4 | ARTES GREGA E ROMANA
41
A escultura se liberta do bloco de pedra, pernas e braços ficam soltos, 
há maior naturalidade nas posturas e rostos. As estátuas tinham tendência para 
o Realismo, abandonando o Idealismo (PROENÇA, 2011). Os escultores mais 
consagrados e suas execuções com maior destaque foram:
• Fídias: Partenon.
• Míron: Discóbolo.
• Policleto: Doríforo.
• Praxíteles: Afrodite de Cnido, Hermes e Dionísio.
• Leócares: Apolo de Belvedere.
• Lisipo: Apoxiômeno.
A obra Discóbolo foi destaque nas Olimpíadas em Atenas no ano de 2004. 
O jovem atleta é representado no instante em que está prestes a lançar o pesado 
disco. “Ele dobra o corpo para adiante e projeta o braço para trás de modo a 
poder lançá-lo com mais força. No momento seguinte, vai girar e soltar o disco, 
sustentando o lançamento com uma rotação do corpo” (GOMBRICH, 1999, p. 90).
FIGURA 29 – CÓPIA DO DISCÓBOLO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Disc%C3%B3bolo#/media/File:Greek_statue_discus_
thrower_2_century_aC.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2019.
A escultura Discóbolo até hoje inspira os atletas modernos. Utilizam a 
posição do lançamento do disco para exercer a prática esportiva. Discóbolo possui 
o equilíbrio e harmonia na representação do corpo humano, ao mesmo tempo 
expressa movimento, força e elasticidade de um atleta com perfil de vencedor.
4 PERÍODO HELENÍSTICO
A partir do ano de 350 a.C., uma nova civilização começou a ascender 
política e militarmente no mundo antigo, no chamado período Helenístico. 
Segundo Johann Gustav Droysen (1808-1884), o termo vem do verbo grego 
42
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
hellenizô, que significa “eu ajo como grego”, “adoto costumes gregos”, “falo como 
grego” (DROYSEN, 1982). O rei Alexandre, o Grande, expandiu os domínios 
macedônicos até a Ásia Menor, chegando até a Índia. Esse vasto domínio de 
território formou o chamado mundo helenístico. Essa região não só definia os 
limites do império macedônico, mas também indicava um conjunto de hábitos 
e práticas culturais institucionalizadas pelo governo alexandrino. Nas artes 
também ocorrem modificações. 
Na época helenística, o centro dos acontecimentos artísticos desloca-se 
da Grécia para o Oriente, e as influências durante esse trânsito resultam em um 
híbrido internacional. 
“O gosto helenístico na arte revela o interesse dos artistas pelas coisas antigas 
e uma compreensão de ideais artísticos do passado” (HAUSER, 1998, p. 152).
Esse hibridismo internacional leva os escultores a trabalharem suas obras 
dando a impressão de movimento, fazendo com que o observador olhasse em 
torno da obra para ver seus ricos detalhes.
Na escultura Vênus de Milo, por exemplo, se vê uma nudez parcial e 
alternância de membros tensos e relaxados. A perna esquerda inclinada para 
frente e o tronco inclinado dão a impressão de que o corpo está em movimento. 
A veste que cobria parte do seu corpo, esculpida de forma fina, dá a impressão 
de que era tecido leve e fino, e drapeado, contornava sua silhueta, mostrando sua 
sensualidade de forma discreta (PROENÇA, 2011).
FIGURA 30 – VÊNUS DE MILO, C. 200 A.C.
FONTE: <https://arthouse-online.nl/en/figurines-sculptures/751-venus-of-milo-figurine-
sculpture-8718375750124.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.
Além do nu feminino – outra novidade – foi a representação de grupo de 
pessoas, em vez de apenas uma. O grande desafio era formar um grupo de figuras 
que sugerissem mobilidade e fossem belos de todos os ângulos (PROENÇA, 2011).
TÓPICO 4 | ARTES GREGA E ROMANA
43
A obra Laocoonte e seus filhos apresenta movimentos de força pelo pai para 
se libertar das temidas e grandiosas cobras; seus filhos com um ar de serenidade, 
sentindo-se protegidos pelo seu herói, mesmo assim procuraram se contorcer 
para se livrar da força do animal, que prendia seus braços e pernas.
FIGURA 31 – LAOCOONTE E SEUS FILHOS, C. 175-50 A.C.
FONTE: Gombrich (1999, p. 110)
A expressividade da escultura do período Helenístico impulsionou a 
arquitetura, que eram verdadeiras obras de arte, pois cada detalhe da coluna, 
escada e esculturas acopladas faziam delas peças únicas e pouco restou das 
construções e esculturas gregas. Alguns sítios, templos e esculturas helênicas 
fazem parte do Patrimônio Mundial da UNESCO.
5 ARTE ROMANA
A civilização romana (753 a.C.) demonstrou caráter prático em todos os 
setores. Destaque para o planejamento urbano, onde são construídas estradas, 
pontes, aquedutos em arco, construções para a massa popular, como circos e 
teatros. A arquitetura romana consiste em conciliar os espaços às necessidades 
urbanas. Tinham um olhar voltado à funcionalidade e não ao efeito arquitetônico. 
As implicações dessa visão utilitarista dos gregos estão presentes também 
na produção literária. Poesia, música e literatura trazem como pano de fundo a 
complexidade da vida cotidiana. Seja com enfoque político ou religioso, a produção 
literária de Roma tem na essência humana elementos que tornam a poética possível 
e que se transformaram no legado artístico literário da civilização romana.
No que se refere às artes, historiadores contam que a inspiração dos 
artistas romanos no legado grego é evidente. Politicamente, Roma conquista 
a Grécia, mas se rende ao esplendor da arte grega. Muitas esculturas romanas 
eram fruto do trabalho de artistas gregos, mas isso não significa que os romanos 
44
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
se limitaram a copiar a arte grega. Os romanos inspirados na técnica apurada 
dos gregos desenvolveram sua própria arte, com identidade de seus princípios 
centrais como o conceito de utilidade e praticidade.
Na escultura destaque para os bustos e retratos, feitos sob encomenda. Era 
comum que os líderes políticos tivessem um busto em sua homenagem. Buscando 
a maior semelhança possível, alguns artistas utilizavam moldes do rosto do 
homenageado, as máscaras eram feitas de cera no rosto do morto a ser representado.
FIGURA 32 – BUSTO DE BRUTO CAPITOLINO – 300-275 A.C.
FONTE: <https://historiaartearquitetura.com/2017/06/04/retratos-e-bustos/>. 
Acesso em: 14 fev. 2019.
A riqueza dos detalhes no busto do imperador revela o cuidado do artista 
em preservar as características originais do rosto. Por isso os moldes eram tão 
importantes, para garantir a réplica em mármore da originalidade do homem que 
não deve ser esquecido. 
A arquitetura romana, por sua vez, resgata o aspecto sólido das 
construções, principalmente nos templos. Já nas construções particulares, a 
construção de jardins se destaca pela beleza e aconchego, dando um aspecto 
agradável e acolhedor às moradias romanas. Os espaços públicos também 
obedeciam à regra de planejamento em busca da funcionalidade. São exemplos o 
Coliseu e o Panteão.
TÓPICO 4 | ARTES GREGA E ROMANA
45
FIGURA 33 – O COLISEU, ROMA
FONTE: Gombrich (1999, p. 118)
FIGURA 34 – INTERIOR DO PANTEÃO, ROMA
FONTE: Gombrich (1999, p. 121)
O panteão apresenta uma planta circular fechada por uma cúpula. Lá o 
povo se reunia para o culto. O chão e as paredes são feitos em mármore. Ali foram 
depositados os restos mortais do artista Rafael (1483-1520). 
O Coliseu, por sua vez, teve a combinação entre arco e colunas (que foi 
destaque na Grécia). Chamado de anfiteatro, por abrigar muitas pessoas, foi 
muito popular para as lutas dos gladiadores e para espetáculos.
46
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• A arte grega divide-se nos seguintes períodos: Arcaico, Clássico e Helenístico.
• O período Arcaico teve destaque para as cerâmicas, com figuras negras e 
vermelhas, tendo pinturas mitológicas ou cenas do cotidiano.
• As esculturas apresentavam tamanhos acima do normal e as figuras masculinas 
sempre eram esculpidas nuas e as femininas com vestes.
• No período Clássico começou a evoluir a escultura, apresentando maior leveza. 
As obras pareciam mais realistas. Na arquitetura, tiveram destaque as colunas 
dórica, jônica e coríntia.
• O período Helenístico trouxe mais sentimento e movimento para as esculturas, 
períodoeste que se destacou com esculturas em coletivo, apresentando uma 
ação.
• As figuras femininas começam a ser esculpidas nuas.
• Muitas esculturas também foram acopladas à arquitetura, como no Egito, mas 
com maior requinte.
• Começaram a surgir projetos de urbanização.
• Somente na arte romana são realizadas pontes, aquedutos, construções para a 
população, assim começa o início da urbanização.
47
AUTOATIVIDADE
1 A arquitetura grega apresenta delicadeza e ricos detalhes em seus ornamentos. 
Suas colunas são verdadeiras obras de arte. Faça uma pesquisa na internet em 
que possa encontrar colunas em estilo grego no Brasil. Pesquise pelo menos 
dois locais, anote e socialize essa pesquisa em grande grupo.
2 Na arquitetura grega, as ordens utilizadas principalmente nas colunas dos 
templos eram:
a) ( ) Clássica, Arcaica e Dórica.
b) ( ) Dórica, Coríntia e Arcaica.
c) ( ) Jônica, Coríntia e Dórica.
d) ( ) Dórica, Jônica e Helenística.
3 Acerca da arte e arquitetura romana, analise as seguintes afirmações.
I- Os romanos deixaram uma vasta herança literária, da poesia à filosofia.
II- A arte romana mais expressiva e de maior significação histórica é a 
arquitetura.
III- A arquitetura romana voltava-se ao efeito artístico. 
IV- O Coliseu, com a combinação entre arco e colunas, é herança da arte grega.
V- Os romanos construíram pontes, aquedutos e marcam o início da urbanização.
 
Assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) As alternativas I, II, III e IV estão corretas.
b) ( ) As alternativas I, II, III e V estão corretas.
c) ( ) As alternativas II, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) As alternativas I, II, IV e V estão corretas.
48
49
TÓPICO 5
ARTES BIZANTINA, ROMÂNICA E GÓTICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O período da Idade Média marca o deslocamento da civilização europeia 
para além das fronteiras setentrionais do mundo romano. Considerada uma 
época de transição, as transformações foram essenciais para o desenvolvimento 
da sociedade em geral. 
Um dos destaques desse período é a forte influência da Igreja Cristã não só 
nas articulações políticas, mas nas tomadas de decisões e a manutenção do poder.
Neste tópico, vamos ver também as manifestações artísticas denominadas 
artes bizantina, românica e gótica. Cada uma, com suas características, foi 
fortemente influenciada pela religião, e o espiritual ganhou importância na busca 
dos artistas por uma arte que transcende o real.
2 IMPÉRIO BIZANTINO
Em 323 d.C., Constantino, o Grande, tomou uma decisão de mudar a 
capital do Império Romano para Bizâncio, cidade grega que passou a se chamar 
Constantinopla (hoje, Istambul). Depois de seis anos de construção, a transferência 
foi oficialmente completada.
A mudança da sede do poder imperial iria provocar a cisão do Estado. Isso 
ocorreu em menos de um século, embora os imperadores de Constantinopla não 
renunciassem as suas pretensões sobre as províncias do Império do Ocidente. Em 
Roma vai se desenvolver outro Estado com características diferentes do Estado 
Bizantino ou de Constantinopla. 
A arte bizantina pode ser reconhecida na influência sofrida pela arte dos 
gregos, dos persas, dos armênios, entre outros. Nesse contexto, a arte tinha função 
de retratar e divulgar a vida de Jesus Cristo, através dos belíssimos mosaicos. 
A escultura não teve espaço significativo na arte bizantina, pois essa forma de 
representação era malvista aos olhos da igreja, lembrando os romanos pagãos.
50
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
FIGURA 35 – O MILAGRE DOS PÃES E DOS PEIXES, C. 520, D.C.
FONTE: Gombrich (1999, p. 137)
A representação do milagre na figura anterior é um dos temas das 
manifestações artísticas desse período. A vida de Cristo é disseminada de forma 
poética anunciando novos tempos de acolhimento e amor.
A arte bizantina tem forte ligação com a religião, e sua criação busca 
transcender o material e alcançar o espiritual. Vale ressaltar que houve diferentes 
períodos na vigência da arte bizantina. A arquitetura bizantina teve como destaque 
as construções das igrejas monumentais, como a antiga Igreja de Santa Sofia, em que 
a decoração interna abriga uma série de mosaicos representando cenas do evangelho. 
Conhecida como Hagia Sophia, essa edificação foi, no passado, uma catedral patriarcal 
cristã ortodoxa grega, mais tarde transformou-se em uma mesquita imperial otomana 
e, em 1935, passou a ser um museu em Istambul, Turquia. Construída em 537 d.C., no 
início da Idade Média, ficou famosa por sua cúpula maciça. Hagia Sophia foi o maior 
edifício do mundo e uma maravilha da engenharia de seu tempo. 
FIGURA 36 – HAGIA SOPHIA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Sofia#/media/File:Aya_sofya.jpg>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
No que se refere à pintura bizantina, esta não obteve lugar de destaque, nem 
tampouco autonomia. Coube à pintura o lugar de ilustração em livros, na pintura de 
afrescos e também em pequenos painéis, sempre com motivos religiosos.
Temos também na representação da pintura os ícones, quadros que 
representam figuras sagradas como Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires.
TÓPICO 5 | ARTES BIZANTINA, ROMÂNICA E GÓTICA
51
FIGURA 37 – MARIA
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-medieval/arte-bizantina/>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
A figura de Maria é tema recorrente na pintura bizantina. A mulher 
escolhida entre os homens para gerar o filho de Deus é reverenciada e apresentada 
ao mesmo tempo em sua humildade e grandeza. As cores utilizadas na figura 
anterior trazem a ideia de serenidade. A cabeça levemente inclinada anuncia 
obediência e gratidão pela maternidade divina. Na escultura, os artistas bizantinos 
utilizaram o marfim em representações também de baixo-relevo.
Os mosaicos foram a forma mais significativa da arte bizantina, retratando 
figuras importantes como o imperador, a imperatriz e a representação dos profetas.
DICAS
Assista ao vídeo e conheça o esplendor dos vitrais da arte bizantina. Acesse no link:
https://www.youtube.com/watch?v=SA1lTZxb76M.
3 PERÍODO ROMÂNICO
Neste período havia um crescente entusiasmo religioso, refletido no enorme 
movimento das peregrinações e culminando, a partir de 1095, nas Cruzadas para 
libertar a Terra Santa do domínio islâmico. Não menos importante foram as reaberturas 
das vias comerciais do Mediterrâneo pelos barcos de Veneza, Gênova e Pisa. Além do 
reavivamento do comércio e da indústria, houve o consequente desenvolvimento da 
vida urbana. Essas transformações estão presentes nas manifestações artísticas. 
A arte românica apresenta em suas pinturas cores suaves e o tema da 
pintura tinha finalidade educativa. Na demonstração dos sentimentos e emoções, 
as figuras retratadas sofriam certa deformação. A arte românica se desenvolveu a 
partir do século XI e se estendeu até o início do século XIII, com forte influência 
52
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
da arte romana, no entanto, com clara quebra de fronteira e unidade. Atingiu 
várias regiões. Neste período, os mosteiros concentravam a produção artística e o 
desenvolvimento científico e cultural e por muito tempo os monges tiveram forte 
influência na arquitetura da época, principalmente nas igrejas católicas.
Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas e delicadas 
colunas terminadas em capitéis cúbicos. 
Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua 
plenitude e se espalhou por toda a Europa.
FIGURA 38 – NAVE DA CATEDRAL DE DURHAM, 1093-1130
FONTE: <https://bit.ly/3Mj6V3r>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, a Catedral de 
Durham está localizada na cidade de Durham, na Inglaterra. Visitada por muitos 
turistas, impressiona pela imponência e beleza. Destaque para os arcos ogivais na 
nave da igreja. Apesar das transformações ocorridas em sua estrutura desde a sua 
construção, preserva a influência românica. 
No que confere à escultura, esta estava subordinada à arquitetura e 
apresenta ampla representação de figuras e personagens,desde animais e vegetais 
até a figura humana.
FIGURA 39 – ESCULTURA ROMÂNICA
FONTE: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=146>. Acesso em: 17 mar. 2019.
TÓPICO 5 | ARTES BIZANTINA, ROMÂNICA E GÓTICA
53
A escultura românica atrelada à arquitetura cumpria a função decorativa 
e também pedagógica. Esculpiam as figuras compondo pequenas narrativas 
inspiradas no evangelho.
A pintura românica também assume a função de narrar cenas religiosas, 
em que a vida dos santos era pintada no interior das igrejas, além de retratar 
figuras importantes.
Na arte românica ocorre o desenvolvimento das iluminuras, arte que alia 
a ilustração e a ornamentação, muito utilizada em antigos manuscritos, ocupando 
normalmente as margens, como barras laterais, na forma de molduras.
FIGURA 40 – A PINTURA ROMÂNICA NO ALTAR DA IGREJA DE SANTA MARIA DE AVIÁ, EM 
BARCELONA, ESPANHA
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/arte-romanica/>. Acesso em: 17 mar. 2019.
As narrativas na pintura românica seguem por quadros, um recorte no 
todo. Maria e o Jesus menino ocupam a parte central da pintura, que é completada 
pelos demais quadros. Era preciso educar as pessoas para conhecer a missão do 
filho de Deus. Esse recurso pictórico com cunho pedagógico era necessário devido 
ao grande número de pessoas que não eram alfabetizadas na escrita.
Sem diminuir nenhuma das expressões artísticas desse período, é possível 
afirmar que a arquitetura é a forma artística de destaque do legado da arte 
românica. As demais artes, como pintura e escultura, estarão subordinadas à arte 
arquitetônica.
DICAS
Assista ao vídeo Arte Românica.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=codz9W9RD6I.
54
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Para uma síntese das características principais da arte românica, podemos 
destacar alguns pormenores:
• A prevalência do desenho.
• As figuras apresentam proporções disformes com tendência para a 
geometrização dos corpos.
• Cores planas e sem sombreados.
• Os cenários não apresentam importância, representados pelo fundo liso ou 
inexistente.
• As composições complexas e desorganizadas.
Essas características da arte românica não tinham como objetivo o 
Realismo, mas simbolizar o que era entendido como sobrenatural.
FIGURA 41 – PINTURA DOS MANUSCRITOS
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/tecnicas-artisticas-a-
iluminura/>. Acesso em: 17 mar. 2019.
A importância da pintura de manuscritos, mais comuns sobre pergaminho 
e realizada por diferentes técnicas, foi muito grande na Idade Média, especialmente 
durante os séculos XIII e XV. Pode-se falar em autêntica “idade de ouro da 
iluminura”, com obras de excepcional refinamento. Tais iluminuras têm sempre 
relação com um texto. Aparecem a princípio inseridas entre as frases ou intercaladas.
Na Idade Média, os livros que mais utilizaram iluminuras foram a Bíblia 
(ou fragmentos de algumas de suas partes), os saltérios (livros de coro ou de 
devoção com salmos), ou os Livros das Horas, que eram livros de devoções 
para distintas “horas”, relacionadas à vida de Cristo ou da Virgem Maria, e as 
atividades ligadas aos mortos ou de orações a santos.
4 O GÓTICO E AS TRANSFORMAÇÕES NA ARQUITETURA
Não há como definir a época gótica em termos de duração. Em princípio, 
por volta de 1150, a região do gótico era bem limitada, correspondia apenas à 
província conhecida por Ile-de-France (isto é, Paris e os arredores), o patrimônio 
TÓPICO 5 | ARTES BIZANTINA, ROMÂNICA E GÓTICA
55
dos reis da França. Um século depois, a maior parte da Europa “ficaria gótica”, 
da Sicília à Islândia, com exceção de algumas “ilhotas” românicas, aqui e acolá. O 
novo estilo alcançou o Oriente Próximo, levado pelas cruzadas. 
Por volta de 1450, a área do gótico começara a diminuir, a Itália já se 
encontrava fora e em meados do século XVI ficara reduzida a quase nada. Por 
isso o tempo gótico tem um aspecto complicador, variando de 400 anos em alguns 
lugares até o mínimo de 150 em outros. 
A arte gótica está ligada diretamente à arquitetura e à construção das 
magníficas catedrais. Aconteceu em toda a Europa e foi na França que teve maior 
repercussão, pois a igreja tinha um forte comando na sociedade francesa.
A arquitetura gótica era construída com base em princípios da igreja 
e toda sua organização seguia esses fundamentos. As paredes eram a base, os 
pilares representavam os santos e os arcos eram o caminho para Deus. Os vitrais 
pintados tinham função didática e contavam a trajetória da humanidade contida 
nas sagradas escrituras.
FIGURA 42 – ARTE GÓTICA. VISTA INTERIOR DA PAREDE SETENTRIONAL DA NAVE DA 
CATEDRAL DE CHARTRES (1194-1220)
FONTE: Janson (2001, p. 465)
No detalhe da foto da nave da Catedral de Chartres temos o arco de ogiva, 
característica marcante da arquitetura gótica. A ogiva é uma forma determinada 
por dois arcos, comumente simétricos, que se cortam em ângulo. A palavra ogiva 
começou a ser usada no século XVIII para designar um arco que define um ângulo 
curvilíneo. A ogiva geométrica admite variações chamadas de arco ogival, arco de 
ogiva e, até mesmo, arco quebrado, nas quais os centros dos arcos podem estar 
dentro ou fora dos limites da forma. A ogiva também pode ser um elemento 
tridimensional, oriundo da revolução da curva geométrica sobre o eixo de simetria.
No que se refere à escultura gótica, esta ocupa espaço na própria 
arquitetura complementando a construção.
56
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
A pintura gótica teve um importante espaço, com destaque para a 
representação dos fenômenos religiosos nos vitrais e afrescos. Observa-se por 
parte dos pintores um cuidado intencional na escolha das cores, buscando um 
diálogo com o público.
FIGURA 43 – A FUGA PARA O EGITO, DE GIOTTO, PÁDUA, ITÁLIA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_g%C3%B3tico#/media/File:Flight_into_
Egypt_-_Capella_dei_Scrovegni_-_Padua_2016.jpg>. Acesso em: 17 set. 2019.
Nessa pintura, intitulada A Fuga para o Egito, de Giotto, prevalecem os 
tons suaves retratando a simplicidade da Sagrada Família ao mesmo tempo em 
que retrata Maria com postura digna. 
DICAS
Assista ao vídeo Arte Gótica em: 
https://www.youtube.com/watch?v=nRK8noyEpAw.
57
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• A arte bizantina tem forte ligação com a religião cristã e sua criação busca 
transcender o material e alcançar o espiritual. Os mosaicos são uma forma 
mais significativa da arte bizantina, retratando figuras importantes como o 
imperador, a imperatriz e a representação dos profetas.
• A arte românica apresenta em suas pinturas cores suaves e o tema da pintura 
tinha finalidade educativa. Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu 
em toda a sua plenitude e se espalhou por toda a Europa.
• A arte gótica está ligada diretamente à arquitetura e à construção das 
magníficas catedrais.
58
1 O Império Bizantino, também conhecido como Império Romano Oriental 
ou Bizâncio, foi a continuação do Império Romano em suas províncias 
orientais durante a Antiguidade Antiga e a Idade Média, quando sua capital 
era Constantinopla (atual Istambul, antiga Bizâncio). Acerca da civilização 
bizantina, no que se refere a sua arte e sua arquitetura, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) A civilização bizantina não teve influência da religião cristã, 
concentrando figuras aleatórias na composição dos mosaicos.
b) ( ) A arte bizantina está ligada diretamente à arquitetura e à construção 
das magníficas catedrais.
c) ( ) A arte românica apresenta em suas pinturas cores fortes e o tema da 
pintura tinha finalidade decorativa.
d) ( ) A arquitetura bizantina teve como destaque as construções de 
monumentos públicos.
2 Durante a alta e a baixa Idade Média, do século XI ao século XV, a arte 
ocidental desenvolveu-se em dois estilos, o Românico e o Gótico. Neste 
período, a arte bizantina, por sua vez, se desenvolveu em Roma Oriental. 
Nesse contexto, analise as afirmativas pertinentes à artee arquitetura gótica, 
bizantina e românica. 
I- O arco de ogiva tornou-se uma característica marcante da arquitetura 
gótica.
II- A escultura gótica ocupa um espaço na própria arquitetura, sendo o 
resultado da decoração das grandes catedrais e outros edifícios religiosos.
III- O termo iluminura aplica-se somente à pintura dos manuscritos bíblicos.
IV- Os mosaicos foram a forma mais significativa da arte bizantina, retratando 
figuras importantes como o imperador, a imperatriz e a representação dos 
profetas.
V- A arte românica desenvolveu-se a partir do século XI e se estendeu até o 
início do século XIII com forte influência da arte romana.
Agora assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As alternativas I, II, III e V estão corretas.
b) ( ) As alternativas I, III, IV e V estão corretas.
c) ( ) As alternativas II, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) As alternativas I, II, IV e V estão corretas.
AUTOATIVIDADE
59
TÓPICO 6
AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO 
RENASCIMENTO E BARROCO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Aqui vamos partir de um dos momentos de transformação temporal, 
como lembra Janson (2001), sobre a transição da Antiguidade clássica para a 
Idade Média, quando uma grande mudança, que se deu através da ascensão do 
Islã, marca a separação entre as duas épocas. Nenhum acontecimento comparável 
separa a Idade Média do Renascimento. Ele acrescenta ainda que os séculos XV e 
XVI testemunharam alterações de longo alcance como a queda de Constantinopla e 
a conquista do sudoeste da Europa pelos turcos, a expansão marítima que levou à 
fundação do império ultramarino na América, na África e na Ásia. São as grandes 
navegações e as “descobertas”, como a chegada dos portugueses à costa brasileira. 
Com esta breve introdução, vamos conhecer o esplendor da Arte 
Renascentista e o Barroco. Neste momento da história, a arte assume identidade 
de autor, os artistas passam a ter suas obras reconhecidas pelo estilo e pela 
assinatura. É neste período que os homens se empenham na criação de obras 
magníficas na arquitetura, escultura e pintura. 
2 RENASCIMENTO
Com a queda do império romano temos o ressurgimento da arte e da ciência. 
A “Nova Idade” definia-se por uma espécie de retorno, um “renascimento”. O 
Renascimento foi a época maior das descobertas em todos os campos de atuação 
humana. Na ciência, na arte, na política e na cultura. O berço do Renascimento 
foi a Itália, mas o movimento cresceu e atingiu a Europa. Alguns acontecimentos 
importantes marcaram o desenvolvimento do Renascimento:
• Queda da influência da Igreja Católica.
• Racionalismo: tudo podia ser explicado pela razão.
• Individualismo e o hedonismo.
• O surgimento das cidades-estados.
• O desenvolvimento das línguas nacionais.
• Desmoronamento das estruturas feudais.
• O desenvolvimento da inteligência no domínio da magia, estudos cabalísticos 
e astrológicos.
• Desenvolvimento do humanismo.
• Supremacia do homem.
60
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
• Descobrimentos geográficos e técnicas de guerra. 
• Observação da natureza. 
A palavra renascença significa nascer de novo ou ressurgir, e a ideia de tal 
renascimento ganhava força na Itália desde a época de Giotto di Bondone (1267-
1337). “Quando as pessoas desse período queriam elogiar um poeta ou um artista, 
diziam que sua obra era tão boa quanto a dos antigos” (GOMBRICH, 1999, p. 223). 
Um movimento saudosista alimenta novas ideias e abrange várias esferas da cultura, 
como os artistas, eruditos, cientistas, filósofos, arquitetos e governantes, pois “[...] 
acreditavam que o caminho para a grandeza e o esclarecimento passava pelo estudo 
das épocas áureas dos antigos gregos e romanos” (BECKETT, 1997, p. 82).
É pontual lembrar que foi no período do Renascimento que Cristóvão 
Colombo realizou quatro viagens às terras que acreditava ser a Índia e que 
constituíam um novo continente. O dia 12 de outubro de 1492, quando a primeira 
expedição de Colombo desembarcou nas novas terras, é considerada a data do 
descobrimento da América. Ao mesmo tempo, foi durante o Renascimento que, 
em 22 de abril de 1500, a frota comandada por Pedro Álvares de Cabral chegou ao 
território então denominado Ilha de Vera Cruz, que compõe o território brasileiro. 
DICAS
Assista aos vídeos sobre a arte renascentista em: https://www.youtube.com/
watch?v=dVndoT87eTA.
O Renascimento abriga um enorme acervo de manifestações artísticas 
e também grandes mestres. Existem também algumas obras que marcaram 
definitivamente a pintura e a arte, de maneira tal que sua visualização basta para 
que seja identificada em seu período histórico e também a identificação de seu 
artista. Por exemplo, como as seguintes obras:
FIGURA 44 – SANDRO BOTTICELLI – O NASCIMENTO DA VÊNUS, C. 1480
FONTE: Janson (2001, p. 641)
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
61
Sandro Botticelli representa nesse quadro o nascimento da deusa Vênus 
com os pés nas conchas rodeadas pela espuma das ondas do mar. O pintor também 
considerou os detalhes descritos pela mitologia romana. O personagem masculino à 
esquerda da tela representa o vento e a figura feminina representa as estações do ano.
FIGURA 45 – ANDREA MANTEGNA – SÃO SEBASTIÃO, C. 1455-60
FONTE: <https://en.wikipedia.org/wiki/St._Sebastian_(Mantegna)>. Acesso em: 17 mar. 2019.
São Sebastião, representado por Andrea Mantegna (1431-1506), traz os 
saberes da arte greco-romana. O corpo do santo é pintado de forma que completa a 
representação das ruínas, quase enganando os olhos sugerindo ser uma escultura. 
A perspectiva também é explorada evidenciando o santo no primeiro plano.
Alguns artistas são referência no Renascimento, como Leonardo da Vinci, 
que nasceu em Toscana e foi aprendiz do pintor Andrea Del Verrochio (1435-1488). 
Também aprendeu técnicas de fundição e metalúrgica, estudou plantas e animais. 
“Um verdadeiro homem da renascença, Leonardo não só foi um grande pintor, 
mas também escultor, arquiteto, inventor, engenheiro e perito em campos como 
a Botânica, Anatomia e a Geologia. Sua arte, caracteristicamente lírica, revela uma 
crença imperiosa na natureza como fonte de inspiração” (BECKTT, 1997, p. 80).
62
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
FIGURA 46 – LEONARDO DA VINCI – MONA LISA, C. 1502
FONTE: Gombrich (1999, p. 300)
Mona Lisa – também conhecida como A Gioconda – é um dos quadros 
mais populares, considerada uma pintura referência do período do Renascimento. 
Na contemporaneidade, vários artistas fazem releitura da Mona Lisa e estudiosos 
não se cansam de estudar a técnica pictórica utilizada por Leonardo da Vinci, 
principalmente no que se refere aos olhos que sugerem a ilusão de ótica de 
corresponder ao olhar do expectador, não importa a posição que este a observe. A 
suavidade dos traços, técnica chamada de sfumato utilizada pelo artista, também 
é um ponto importante de conquista na pintura.
DICAS
Conheça um pouco sobre o Renascimento do Norte. Acesse o link: http://
icultural1.blogspot.com/2012/05/renascenca-do-norte.html.
Outro importante artista do Renascimento foi Miguel Angelo Buonarroti 
(1475-1564), florentino, membro da pequena aristocracia italiana. “Para ele, a 
beleza era divina, um dos meios pelos quais Deus comunica-se à humanidade” 
(BECKETT, 1997, p. 120). O Michelangelo, escultor e pintor, sua vida está 
entrelaçada a sua arte, com angústia e esplendor.
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
63
FIGURA 47– MICHELANGELO – A CRIAÇÃO DE ADÃO – DETALHE DO TETO DA CAPELA SISTINA
FONTE: Gombrich (1999, p. 312)
A Criação de Adão foi baseada no livro A Genesis, que conta a criação de 
Deus do primeiro homem na Terra. A figura é um detalhe da pintura do teto da 
Capela Sistina. Michelangelo atribui a Deus e a sua criação corpos fortes, com 
musculatura bem definida em um jogo representativo entre divino e humano. 
Na escultura, o Renascimento será um período fértil e de grandes obras, 
como Michelangelo (1475-1564), Donatello(1386-1466) e outros mais. Buscavam, 
através da escultura, representar o homem real, inclusive em tamanho natural. 
Os corpos eram esculpidos minuciosamente, com o máximo de detalhes.
FIGURA 48 – DONATELLO – DAVI – MUSEU NACIONAL, FLORENÇA
FONTE: <https://viaveneto.wordpress.com/2010/11/04/o-artista-da-acao/>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Donatello representou Davi em tamanho natural. Inova também quando 
expõe a nudez total na escultura, um contraponto com a histórica bíblica em que 
o rei Davi vence o gigante Golias. O artista joga com a força e a delicadeza no 
corpo de Davi, revelando traços naturalistas em sua representação escultórica.
A arquitetura também teve seu espaço no Renascimento. Dois grandes nomes 
se destacaram: Filippo Brunelleschi (1377-1446) e Donato Bramante (1444-1514).
64
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
FIGURA 49 – DONATO BRAMANTE – TEMPIETTO DE SAN PIETRO IN MONTORIO
FONTE: <http://www.arte.it/luogo/tempietto-di-san-pietro-in-montorio-4716>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
Localizado no mosteiro de San Pietro in Montorio, em Roma, a pequena 
construção recupera elementos da arquitetura da Roma Antiga. É destaque 
também pela proporção geométrica utilizada conferindo robustez e harmonia ao 
pequeno templo.
FIGURA 50 – CAPELA PAZZI, 1430-33 – FLORENÇA
FONTE: <https://travel.sygic.com/pt/poi/capela-pazzi-poi:20660>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Localizada na cidade de Florença e considerada umas das arquiteturas 
mais significativas desse período. Foi construída junto ao claustre principal do 
monastério de Santa Cruz, com rigoroso estudo de ordem matemática, com 
especial cuidado em sua proporção e equilíbrio.
O movimento do Renascimento atinge toda a Europa e a Alemanha 
é também berço de grandes mestres, como Albrecht Dürer (1471-1528), com 
suas pinturas magníficas, suas xilogravuras elaboradas e suas aquarelas sem 
comparação. Ele afirma, em sua obra, que a beleza e a forma perfeita estão ligadas 
à humanidade como um todo. 
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
65
FIGURA 51 – OBRA DE ALBRECHT DÜRER: OS QUATRO APÓSTOLOS
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/albrecht-durer/#jp-
carousel-5114>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Albert Dürer foi um dos artistas que mais teve reconhecimento em vida. 
O cuidado minucioso de suas pinturas conferiu ao artista lugar de destaque na 
sociedade em que vivia, sendo reverenciado por ela. Na obra Os quatros apóstolos, 
Dürer confere expressão ao rosto dos apóstolos possibilitando ao expectador a 
leitura de uma narrativa pictórica e o reconhecimento dos apóstolos: João, com 
o livro aberto; Pedro com as chaves; Paulo com a espada e o livro fechado; e São 
Marcos, com o pergaminho.
É possível afirmar que o Renascimento foi um período importante da 
História da Arte e envolve grande número de artistas, desde arquitetos, pintores 
até escultores. Por isso, ao estudar o Renascimento ficamos com a sensação de que 
todo o tempo possível dedicado aos estudos desse período é pouco, devido ao 
grande número de informações a serem estudadas. Essa breve abordagem não é 
suficiente para apresentar esse movimento gigantesco da história da humanidade. 
Assim, o texto aqui apresentado pretende apenas mostrar o caminho a ser trilhado 
na busca da dimensão artística e intelectual denominada Renascimento.
3 O BARROCO
O Barroco tem sido o termo usado pelos historiadores da arte durante 
quase um século para designar o estilo dominante no período entre 1600 a 1750. 
Para alguns, o Barroco é o espírito da Contrarreforma, e a arte barroca, segundo 
Gomes e Fonseca (2013), provoca a expansão do mundo moderno, não apenas 
geográfica, mas também intelectual, com a valorização do racionalismo. 
Esse período artístico traz uma arte permeada por emoção e ornamentação. 
A cor será o elemento principal da pintura em tons contrastantes de claro e escuro. O 
tema da pintura barroca será o homem, seguindo o conceito do Antropocentrismo 
e com forte influência da contrarreforma, na busca do fortalecimento da fé na 
Igreja Católica.
66
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Na pintura teremos mestres como Caravaggio, com suas telas 
monumentais destinadas à igreja; Rembrandt, com o realismo holandês em seus 
retratos; Rubens, com suas obras religiosas; Velásquez como pintor oficial da 
corte espanhola; e Vermeer, com sua luz e treva em equilíbrio dinâmico.
FIGURA 52 – REMBRANDT (AUTORRETRATO, 1665)
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/rembrandt/#jp-
carousel-7597>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Esse é um dos muitos autorretratos do pintor, que fez questão de registrar 
as mudanças da fase da sua vida sempre de forma expressiva. Rembrandt realizou 
autorretratos da sua juventude à velhice. 
FIGURA 53 – PAUL RUBENS – SANSÃO E DALILA (1609-1610)
FONTE: <https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/sansao-e-dalila-1610>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
Na pintura, Paul Rubens registra a história contada no Velho Testamento. 
Sansão, o guerreiro israelita de força sobre-humana, foi derrotado por seu desejo 
pela filisteia Dalila, que o enganou e o fez revelar a fonte secreta da sua força: seu 
cabelo comprido. Na imagem, Sansão cai indefeso no colo de Dalila após perder 
seus poderes ao ter seu cabelo cortado enquanto dormia.
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
67
FIGURA 54 – DIEGO VELÁSQUEZ: A RENDIÇÃO DE BREDA (1635)
FONTE: <https://taislc.blogspot.com/2013/06/velazquez-o-pintor-da-corte.html>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
Breda é uma praça holandesa que foi entregue aos espanhóis. O pintor 
registra em primeiro plano os protagonistas da batalha: Ambrogio Spinola, 
comandante das tropas espanholas, e o vencido, Justino de Nassau. Ao fundo vê-
se a praça conquistada.
FIGURA 55 – JOHANNES VERMEER (MULHER SEGURANDO UMA BALANÇA – 1662)
FONTE: <https://conversasdomano.blogspot.com/2017/07/o-pintor-da-luz.html>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
Simbólico, o quadro Mulher segurando uma balança, de Johannes Vermeer, 
carrega elementos que precisam ser identificados para sua compreensão, por 
exemplo, a corrente de ouro e as pérolas na caixa sobre a mesa são objetos que 
revelam a importância do sujeito retratado. Historiadores afirmam que a modelo 
era a sua esposa. Destaque para a maestria do jogo de luzes utilizado pelo artista.
68
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
FIGURA 56 – CARAVAGGIO: A VOCAÇÃO DE S. MATEUS, C. 1599-1602
FONTE: Janson (2001, p. 724)
Caravaggio é considerado o mestre da luz e sombra, técnica utilizada para 
dar destaque a algumas partes da pintura, bem como conferir mistério à cena 
parcialmente revelada. O quadro refere-se à chamada de Jesus a São Mateus para 
ser um dos seus seguidores.
É também no período Barroco que teremos a representação feminina 
como autoria na obra de Artemisia Genteleschi. Em seu trabalho destacam-se 
temas relacionados à violência. 
FIGURA 57 – ARTEMÍSIA GENTILESCHI: JUDITE E SUA CRIADA, C. 1610
FONTE: <http://www.percepolegatto.com.br/2013/12/20/a-tentacao-de-fraudar-a-propria-
historia/>. Acesso em: 17 mar. 2019.
A pintura se encontra no Palácio Pitti, em Florença. Artemísia Gentileschi 
era filha de um pintor e por muito tempo teve em sua obra invisibilidade pelo fato 
de ser mulher. Hoje, tem sua obra reconhecida na excelência das pinturas da época. 
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
69
3.1 ARQUITETURA
Já na arquitetura, o estilo Barroco não pode ser definido com tanta 
precisão como na pintura. No programa eclesiástico de construção iniciado em 
Roma em fins do século XVI, destaca-se o arquiteto Carlo Maderno, que assume 
a finalização da Igreja de São Pedro. O papa decidiu acrescentar uma nave ao 
edifício de Michelangelo, convertendo-o numa basílica. Nesse mesmo projeto 
tem-se a obra de Gianlorenzo Bernine (1598 – 1680), arquiteto e escultor, que se 
dedicou inteiramente à parte da escultura.
FIGURA 58 – SÃO PEDRO DE ROMA, NAVE E FACHADA DECARLO MADERNO, 1607-15
FONTE: <http://multiplosestilos.blogspot.com/2010/03/basilica-de-sao-pedro.html>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
A Basílica de São Pedro passou por inúmeras transformações em sua 
estrutura e decoração. Simboliza a força e a importância do Catolicismo. Entre os 
importantes artistas que participaram da construção e ornamentação da basílica 
estão Maderno e Bernini.
FIGURA 59 – ORATÓRIO DE SÃO FELIPE NERI, ROMA, DO ARQUITETO BORROMINI
FONTE: <http://losguaposyborromini.blogspot.com/2014/09/obras-mas-importantes.html>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
70
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Francesco Borromini (1599-1629), segundo seus biógrafos, tinha parentesco 
distante com Carlo Maderno e também foi um arquiteto que marcou o período 
Barroco. Conhecido pela criatividade dita por alguns como pulsante, sua obra 
influenciou a arquitetura não só da Europa como também da América do Sul.
DICAS
Para saber mais sobre a arquitetura barroca no Brasil, acesse: https://www.
youtube.com/watch?v=KiXkKfdUF7o.
3.2 ESCULTURA
A presença da escultura barroca é encontrada nas igrejas, em suas figuras 
expressivas. Também nos castelos, como o de Versailles, a escultura ocupa espaço 
significativo. Vários escultores têm suas obras como referência do Barroco, dentre 
eles: Genlorenzo Bernini (1598-1680), François Girardon (1628-1715) e Antoine 
Coysevox (1640-1720). 
FIGURA 60 – OBRA DE BERNINI (APOLO E DAPHNE)
FONTE: <http://www.arteeblog.com/2015/06/a-historia-de-apollo-e-daphne-de-gian.html>. 
Acesso em: 17 mar. 2019.
A escultura de Bernini foi feita em tamanho real e hoje se encontra na Galleria 
Borghese, em Roma, na Itália. O artista esculpe a história do amor enfeitiçado de Apolo 
pela linda Dafne, na imagem foge desesperado do deus Apolo.
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
71
FIGURA 61 – MONUMENTO A RICHELIEU (FRANÇOIS GIRARDON)
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/francois-girardon/#jp-
carousel-14423>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Monumento a Richelieu, de François Girardon, é um túmulo que está 
localizado na Capela da Sorbonne, em Paris. Na parte superior do túmulo, o 
escultor esculpiu a figura de Armand Jean du Plessisdo, cardeal Richelieu. Chama 
a atenção para a representação da figura reclinada, rodeado pela simbologia dos 
elementos da religião e da ciência.
O estilo Barroco foi fortemente desenvolvido no Brasil através da 
influência portuguesa, sendo a obra do mestre Aleijadinho representativa desse 
período. O estado de Minas Gerais apresenta em sua arquitetura os fundamentos 
do estilo Barroco.
FIGURA 62 – ALEIJADINHO: NOSSA SENHORA DAS DORES
FONTE: <http://www.cultura.mg.gov.br/ajuda/story/4753-masp-inaugura-exposicao-com-obras-
de-aleijadinho>. Acesso em: 17 mar. 2019.
Aleijadinho retrata a Virgem Maria, que na obra recebe o nome de Nossa 
Senhora das Dores devido ao sofrimento vivido pela mãe de Jesus Cristo nas 
passagens bíblicas.
72
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Assim, finalizamos o estudo da Unidade 1. Acesse os links recomendados 
para aprofundar os períodos da arte que estudamos até aqui. Esta unidade apresenta 
o início da arte e suas principais representações, mas ainda há muito mais a ser visto 
e estudado. Pesquise nos livros de arte, observe com atenção as imagens referentes 
às obras deste período. Que esta parte do livro didático instigue você a ir em busca 
de mais informações. São muitas, acredite, e vale a pena descobrir todo o esplendor 
que a arte nos oferece em toda a trajetória da humanidade.
TÓPICO 6 | AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO
73
LEITURA COMPLEMENTAR
A ARTE RUPESTRE NO BRASIL
Gabriela Martin
O Brasil pré-histórico apresenta-se com tradições rupestres de ampla 
dispersão através de suas grandes distâncias e ampla temporalidade. O registro 
arqueológico e, concretamente, o rupestre assim o indicam. As tradições rupestres do 
Brasil não evoluíram por caminhos independentes; os seus autores ou grupos étnicos 
aos quais pertencem mantiveram contatos entre si, produzindo-se a natural evolução 
no tempo e no espaço que nos obriga a estabelecer as subdivisões pertinentes.
Podemos afirmar que o registro rupestre é a primeira manifestação estética 
da Pré-História brasileira, especialmente rica no Nordeste. Além do evidente 
interesse arqueológico e etnológico das pinturas e gravuras rupestres como 
definidoras de grupos étnicos, na ótica da história da Arte representa o começo da 
arte primitiva brasileira. A validade ou não do termo "arte", aplicado aos registros 
rupestres pré-históricos, é tema sempre discutido, embora toda manifestação 
plástica forme parte do mundo das ideias estéticas e consequentemente da 
história da Arte. O pintor que retratou nas rochas os fatos mais relevantes da 
sua existência, tinha, indubitavelmente, um conceito estético do seu mundo e 
da sua circunstância. A intenção prática da sua pintura podia ser diversificada, 
variando desde a magia ao desejo de historiar a vida do seu grupo, porém, 
de qualquer forma, o pintor certamente desejava que o desenho fosse "belo" 
segundo seus próprios padrões estéticos. Ao realizar sua obra, estava criando 
Arte. Se as pinturas de Altamira, na Espanha, ou as da Dordonha, na França, 
são consideradas, indiscutivelmente, patrimônio universal da arte pré-histórica, 
sabemos, entretanto, que pintadas nas profundidades das cavernas escuras, 
não foram feitas para agradar ninguém do mundo dos vivos, não há motivos 
aceitáveis para se duvidar ou negar a categoria artística das nossas expressivas e 
graciosas pinturas rupestres do Rio Grande do Norte ou do Piauí.
Foi precisamente nos sertões nordestinos do Brasil onde a natureza 
é particularmente hostil à ocupação humana, onde se desenvolveu uma arte 
rupestre pré-histórica das mais ricas e expressivas do mundo, demonstrando 
a capacidade de adaptação de numerosos grupos humanos que povoaram 
a região desde épocas que remontam ao pleistoceno final. No estado atual do 
conhecimento, podemos afirmar que três correntes, com seus horizontes culturais, 
deixaram notáveis registros pintados e gravados nos abrigos e paredões rochosos 
do Nordeste brasileiro. A esses horizontes chamamos tradição Nordeste, tradição 
Agreste e tradição São Francisco de pinturas rupestres, somam-se as tradições 
de gravuras sob rocha, conhecidas como Itaquatiaras. Foram também definidas 
outras tradições chamadas "Geométrica", "Astronômica", "Simbolista" etc. que 
podem ser incluídas nas anteriores.
74
UNIDADE 1 | A ARTE PRÉ-HISTÓRICA,
Utilização e o significado do sítio rupestre
Quais eram os lugares com pinturas e gravuras rupestres? Lugares de 
passagem? De habitação? Ou santuários? Pela estrutura fechada da caverna e o 
mistério que nelas se encerra, as cavernas paleolíticas da Europa foram consideradas 
os santuários pré-históricos por excelência, mas o que dizer dos abrigos e paredões 
nada profundos dos sítios rupestres do Brasil? Muitos deles não foram ocupados 
por falta de material, de condições e o homem limitou-se a pintar e gravar suas 
paredes. Outros, pelo contrário, tiveram ocupação intensa e duradoura, servindo 
como lugar de habitação e de culto em épocas diversas. Mas, em geral, quando 
os abrigos pintados foram utilizados como lugares cerimoniais, não foram 
simultaneamente ocupados como habitação. Um abrigo tão privilegiado pela 
situação, como a Toca do Boqueirão da Pedra Furada, teve ocupação longa, não 
intensa, o que parece ser a tônica dos abrigos rupestres do Nordeste, indicando que 
foram usados como lugares de culto e acampamentos temporários cerimoniais; a 
moradia dos grupos humanos seria em aldeias, fora dos abrigos pintados. Noutros 
casos foram utilizados simultaneamente como lugar de culto e cemitério.
O tipo de suporte e a estrutura são elementos essenciais e determinantes 
para se compreender o sítio rupestre e a sua utilização. Os abrigos localizados 
no alto das serras, ao longo dos rios, como é o casoda região do Seridó, nos 
sugere serem lugares cerimoniais, longe das aldeias, que deveriam estar situadas 
mais perto da água. Já os sítios da Serra dos Cariris Velhos, entre a Paraíba e 
Pernambuco, situados em lugares de várzea, piemonte ou "brejos", mesmo sendo 
também lugares de culto, nos dão a impressão de uma utilização habitacional, 
mesmo que temporária, ou talvez lugar de culto perto da aldeia do grupo.
Quantas vezes os grafismos, que depois serão registrados nas pedras 
durante milênios, não foram antes esboçados nas areias por algum "contador de 
estórias"? A pauta cultural acompanha os homens, mas o intercâmbio de ideias 
e conhecimentos não depende apenas de longas migrações. A herança cultural 
explica-se também pela rede de comunicações através da qual se transmite a 
informação de geração em geração.
Os limites científicos do conhecimento e da interpretação dos registros 
rupestres são muito frágeis, na medida em que lidamos com o mundo das ideias, 
num período da história humana do qual não temos um contexto global e esse é o 
grande desafio da Pré-História. Sem negligenciar o rigor científico, não podemos 
negar o valor da imaginação nos caminhos da Pré-História, para evitar que se 
transforme numa árida relação de dados, sem atingir a realidade humana. De 
fato, quando examinamos as diferentes teorias arqueológicas ou antropológicas 
aplicada à Pré-História, vemos que a maioria percorre os terrenos da conjectura 
e das hipóteses, mais ou menos bem formuladas, que permite apenas uma 
aproximação relativa ao passado remoto da história do homem.
FONTE: MARTIN, Gabriela. A arte rupestre no Brasil. Associação Brasileira de Arte Rupestre. 
Disponível em: http://www.globalrockart2009.ab-arterupestre.org.br/arterupestre.asp. Acesso 
em: 17 set. 2019.
75
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Renascimento foi a época maior das descobertas em todos os campos de 
atuação humana. Na ciência, na arte, na política e na cultura.
• O Renascimento abriga um enorme acervo de manifestações artísticas e 
também grandes mestres.
• Alguns artistas são referência no Renascimento, como Leonardo da Vinci, por 
exemplo.
• Os escultores no Renascimento, influenciados pelo Classicismo, buscavam 
através da escultura representar o homem real, inclusive em tamanho natural.
• No Barroco, a cor foi o elemento principal da pintura em tons contrastantes de 
claro e escuro. O tema da pintura barroca foi o homem.
• É no período Barroco que tivemos a representação feminina como autoria na 
obra de Artemísia Genteleschi.
• O estilo Barroco foi fortemente desenvolvido no Brasil através da influência 
portuguesa, sendo a obra do mestre Aleijadinho representativa desse período.
76
1 Tendo em mente algumas características históricas e artísticas do 
Renascimento e do Barroco, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O dia 12 de outubro de 1692, quando a primeira expedição de Colombo 
desembarcou nas novas terras, é considerada a data do descobrimento 
da América.
b) ( ) A base intelectual do Renascimento era sua versão do humanismo, e 
esse novo pensamento se manifestou na arte, arquitetura, política, 
ciência e literatura. 
c) ( ) O tema da pintura barroca será o homem com forte influência da ciência 
e da filosofia.
d) ( ) O Barroco apresentou uma arte permeada pela razão e com finalidade 
educativa.
2 Tendo em mente algumas características históricas e artísticas do 
Renascimento e do Barroco, analise as afirmativas a seguir.
I- A arquitetura também teve seu espaço no Renascimento. Dois grandes 
nomes se destacaram: Filipo Brunelleschi e Bramante.
II- No período Barroco a representação feminina teve como autoria a obra de 
Artemísia Genteleschi.
III- O mecenato, prática de financiamento das artes, foi fundamental para o 
desenvolvimento da produção intelectual e artística do Renascimento.
IV- O estilo Barroco foi fortemente desenvolvido no Brasil através da obra do 
mestre Aleijadinho. 
V- A arquitetura Barroca, fortemente ligada ao Cristianismo católico, tem 
forte presença nas pirâmides. 
Agora assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I, II, III e V estão corretas.
b) ( ) As afirmativas I, II, IV e V estão corretas. 
c) ( ) As afirmativas II, III, IV e V estão corretas. 
d) ( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
AUTOATIVIDADE
77
UNIDADE 2
CONHECENDO A ARTE DO MUNDO 
MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o movimento denominado Neoclássico;
• apreciar obras dos principais nomes do movimento Neoclássico;
• compreender as expressões artísticas e o contexto sócio-histórico do 
período Romantismo;
• identificar as obras e os artistas do Romantismo;
• estudar o Realismo em seus fundamentos filosóficos e artísticos;
• reconhecer as expressões artísticas dos impressionistas;
• compreender o lugar da fotografia e do movimento Pós-Impressionista.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA
TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO
TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO
TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO
TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
78
79
TÓPICO 1
ARTE NEOCLÁSSICA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos estudar o Neoclassicismo, também conhecido como 
Academicismo. O termo neo significa novo e as expressões artísticas desse período 
têm forte influência da arte grega e da arte romana. Longe de reproduzir a arte 
do passado, os artistas do Neoclássico a revigoram de forma crítica, com temas 
fortes e realistas.
No contexto sociocultural temos a burguesia como protagonista das 
transformações sociais e a cidade de Roma, na Itália, como polo disparador de 
questões que agitaram o século XVIII, que gerou o fortalecimento da classe burguesa. 
Já as artes plásticas vão priorizar temas políticos com destaque para 
figuras que serão retratadas com rigor e seriedade em temas como mitologia e 
acontecimentos históricos.
Enquanto, na arquitetura, teremos uma nova concepção do uso dos 
materiais e as técnicas utilizadas buscando a clareza na forma projetada, com 
predomínio da forma clássica e da objetividade, monumentalidade como 
características arquitetônicas desse período.
2 NEOCLÁSSICO
O Neoclássico, enquanto período histórico, tem como influências as ideias 
do Iluminismo e da Revolução Francesa. Os defensores do Iluminismo priorizavam 
a ciência e a razão, com investigação objetiva da natureza para sua compreensão.
O Neoclássico se caracteriza por ser um movimento artístico que fez um 
retorno ao passado, buscando o que foi consagrado na arte greco-romana. Esse 
movimento se solidificou a partir do século XVIII, estendendo-se ao século XIX, 
quando a burguesia europeia se encontrava fortalecida. A fonte de inspiração dos 
artistas neoclássicos são também os modelos orientados pelo rigor da Academia 
de Belas Artes.
Período de grande expressão na literatura, arquitetura, pintura e escultura 
com ênfase na elegância e simplicidade, defendendo a supremacia da técnica, 
da formalidade e uma prévia da obra antes da execução, não importando a 
linguagem artística ou arquitetônica. 
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
80
A pintura neoclássica apresenta o olhar racional do artista. A filosofia 
iluminista era o referencial teórico que orientava a produção artística: razão e 
inteligência. De forma minuciosa, os pintores garantem a exatidão dos contornos 
das figuras representadas. Segundo Janson (1996, p. 6), especialmente “na 
pintura, a tendência antirrococó foi, inicialmente, mais uma questão de conteúdo 
do que de estilo”. Os temas pintados no Rococó eram próximos do cotidiano da 
burguesia, recheados por delicadezas, aproximando um pouco de detalhes de 
frivolidade. Nesse sentido, o Neoclássico renega a temática e se volta ao passado. 
As cores têm especialatenção e a busca da harmonia é no cuidado com o uso da 
cor. A pintura neoclássica é forte, realista também na representação da emoção, 
que a complementa. Entre os importantes artistas do Neoclássico, Jacques-Louis 
David é conhecido como o pintor da Revolução Francesa, e suas obras retratam a 
figura do Imperador Napoleão e seus feitos de conquistas e lutas. 
FIGURA 1 – O JURAMENTO DOS HORÁRIOS, JACQUES-LOUIS DAVID (1748-1825)
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/o-juramento-dos-horarios-
jacques-louis-david/>. Acesso em: 8 mar. 2019.
O tema histórico será exaustivamente trabalhado pelos pintores 
neoclássicos, e Jacques-Louis David é uma referência do tema e do movimento. 
Neste quadro intitulado O Juramento dos Horácios, o artista problematiza 
a lealdade à pátria, à família e ao amor. Em guerra, as famílias Horácio e 
Curiacio se encontram em defesa do estado e nos laços de afeto de um Horácio 
por uma Curiacio.
Analisando a arte neoclássica a partir da estética, Argan (2006, p. 21) 
pontua que “entendida como uma filosofia da arte, a teoria estética do século 
XVIII tem como representantes Kant e Hegel”. Nesse sentido, a estética como 
filosofia do conhecimento ou da ação fica marcado pelo conceito da filosofia do 
belo. Mas nesse caso, o belo completa o autor. É o resultado de uma escolha e toda 
escolha é uma ação crítica e racional.
TÓPICO 1 | ARTE NEOCLÁSSICA
81
FIGURA 2 – JACQUES-LOUIS DAVID, RETRATO EQUESTRE DE BONAPARTE NO 
MONTE SAINT-BERNARD, 1801
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-18/neoclassico/>. 
Acesso em: 6 abr. 2019.
Na imagem, o imperador francês, Napoleão Bonaparte, não foi só 
protagonista de conquistas territoriais na Europa. Foi nas artes plásticas 
amplamente retratado por diversos artistas em diferentes momentos da sua vida. 
O artista registra a passagem de Napoleão com seu exército nos Alpes, através do 
Monte São Bernardo, em 1800, rumo à Itália.
Sobre a identificação do movimento Neoclássico com os princípios 
morais e estilístico greco-romano, historiadores apontam que o cenário do 
desenvolvimento da indústria tecnológica colabora para que as representações de 
temas históricos na arte sejam classificadas como antigas e associadas aos gregos 
e romanos. No entanto, ainda que os valores morais dessa época tenham tido 
destaque nas obras de vários artistas, o Neoclássico não deve ser considerado 
um movimento saudosista dos valores clássicos, mas sim uma ressignificação das 
descobertas artísticas historicamente construídas.
No entanto, além do tema histórico, o movimento Neoclássico também 
registrou a mitologia, os retratos e as paisagens. Um dos artistas que representou 
esse olhar neoclássico foi Jean-Auguste-Domenique Ingres (1780-1867). Em traços 
finos e precisos registrou em suas obras os fenômenos do seu tempo, em que os 
retratos apontaram as vaidades da burguesia europeia.
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
82
FIGURA 3 – A BANHISTA DE VALPICON, 1808, JEAN AUGUSTE DOMINIQUE INGRES 
(1780-1867). MUSEU DO LOUVRE, PARIS
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/a-banhista-de-valpincon-
ingres/>. Acesso em: 8 mar. 2019.
Nesse quadro, o artista registra o momento do banho da personagem, 
revelando de forma suave a nudez do corpo feminino. O rosto é preservado e a 
toalha em volta do braço e nos cabelos completam a composição.
A pintura neoclássica era predominantemente representada por homens, 
enquanto temos pouco conhecimento sobre as mulheres pintoras dessa época. 
Sabe-se que o corpo feminino e a figura feminina estão presentes na arte como tema 
representado. Há muito tempo as mulheres ocupam a imagem nas telas e esculturas. As 
representações do feminino se dão em torno da mitologia, como as vênus largamente 
representadas em pinturas e esculturas. No período do nascimento do Catolicismo, 
a representação de virgens estava ligada ao nascimento de Cristo pelo corpo de uma 
mulher, chegando o filho de Deus ao ápice de humanidade. No entanto, o protagonismo 
feminino como artista foi um árduo caminho, com representantes desse período.
Uma delas é Maria Anna Angelika Kauffmann (1741-1807). De naturalidade 
suíça, teve uma carreira bem-sucedida em Londres e Roma; e também foi uma 
das duas mulheres que fundou a Royal Academy, em Londres, em 1768.
FIGURA 4 – MARIA ANNA ANGELIKA KAUFFMANN. HECTOR DEIXANDO ANDROMACHE, [S/D]
FONTE: <https://www.tate.org.uk/art/artists/angelica-kauffman-303>. Acesso em: 8 abr. 2019.
TÓPICO 1 | ARTE NEOCLÁSSICA
83
A artista parte da mitologia grega e retrata o momento de despedida entre 
Andrômaca, a esposa, e seu marido, Hector, que parte para uma batalha.
No que se refere à arquitetura e à escultura neoclássica, estas também 
apresentam os fundamentos das construções de um passado glorioso, como o 
Renascimento e os princípios dos templos greco-romanos.
A arquitetura neoclássica pode ser identificada pelos elementos arquitetônicos 
com as fachadas retas, colunas e frontões com herança do período Clássico grego. Todos 
os exageros e detalhes do Barroco e do Rococó desaparecem na arquitetura neoclássica, 
dando destaque às características de praticidade e funcionalidade.
Mesmo assumindo os valores do Clássico, esse movimento não perde seu 
caráter crítico principalmente no que se refere ao ideal de beleza do Classicismo 
do período do Renascimento. Tem-se assim elementos do Clássico ressignificados 
à realidade moderna.
Argan (2006) lembra que o processo de escavação das cidades de Herculano 
e Pompeia, cidades romanas destruídas pela erupção do monte Vesúvio, revelaram 
a vida cotidiana dos que ali viveram. Tal conhecimento nos diz o autor, alimenta 
a ideia da cidade como reflexo dos valores da população na qual ela foi projetada. 
Técnicos e engenheiros passam a trabalhar em prol da coletividade.
Nesse sentido, o conceito de urbano ganha força ainda buscando certa 
unidade de estilos, que para os arquitetos da época corroborava para a ordem 
social. Nesse compasso de pensamento, as estruturas projetadas passam a ser 
organizadas em grandes formatos, principalmente as construções públicas.
Em Roma, ainda segundo Argan (2006), o arquiteto Giuseppe Valadier 
representa o gosto da burguesia que se mostra culta e combate os exageros 
deixados pelo estilo arquitetônico do barroco.
FIGURA 5 – GIUSEPPE VALADIER. VILLA TORLONIA, 1806
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Villa_Torlonia_(Roma). Acesso em: 14 abr. 2019.
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
84
Atualmente, essa construção arquitetônica é considerada um palácio, mas 
sua construção original pertencia à família Pamphilj, sendo considerada uma 
propriedade agrícola. Somente quando o arquiteto Giuseppe Valadier assumiu o 
desafio de reconstrução e renovação arquitetônica do espaço é que a construção 
se renova e assume os princípios do Neoclassicismo.
Podemos notar que o frontão do palácio dialoga com os valores 
arquitetônicos do estilo romano, mas se atualiza em sua totalidade. Mesmo 
considerando os cuidados de conservação na sua estrutura, o palácio parece não 
deixar dúvida de seu pertencimento artístico arquitetônico do neoclássico, por 
isso muitas vezes denominada de conservadora.
As construções públicas com o estilo neoclássico se espalham pelas 
cidades europeias ao longo do século, conferindo à organização urbanística de 
algumas cidades certa racionalidade que acompanha as transformações da época.
FIGURA 6 – PANTEÃO DE PARIS, FRANÇA, 1758, INÍCIO DA CONSTRUÇÃO
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/neoclassicismo/>. Acesso em: 8 mar. 2019.
O Panteão Nacional de Paris foi construído em sua obra original para ser 
uma igreja em homenagem à Santa Genoveva, a pedido do rei Louis XV. Sua 
construção começou em 1758 e se estendeu por 26 anos. Possui 110 metros de 
altura e 84 metros de altura.
FIGURA 7 – PLANTA ORIGINAL DA NAVE CENTRAL DA IGREJA SANTA GENOVEVA, 1758
FONTE: <https://pt.slideshare.net/hcaslides/panteo-de-paris>.Acesso em: 14 abr. 2019.
TÓPICO 1 | ARTE NEOCLÁSSICA
85
No Brasil também temos construções com elementos do período 
Neoclássico, que chegaram com a família real ao Rio de Janeiro, através da 
Imperial Academia de Belas Artes, sendo o estilo neoclássico oficial da corte. 
Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (1776-1850) é o arquiteto 
de maior prestígio que chega ao Brasil, deixando construções importantes no 
estilo neoclássico como, por exemplo, a sede da reitoria Pontifícia Universidade 
Católica no Rio de Janeiro.
FIGURA 8 – GRANDJEAN DE MONTIGNY PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA 
NO RIO DE JANEIRO, 1826
FONTE: <http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/missao_artistica.html>. 
Acesso em: 8 abr. 2019.
Outro exemplo da arquitetura neoclássica no Brasil é o famoso Palácio do 
Catete, no Rio de janeiro, atual museu da República. Projetado pelo arquiteto alemão 
Carl Friedrich Gustav Waehneldt, em sua fachada deixa registrada a herança da 
arquitetura greco-romana, com paredes sólidas e janelas em harmonia matemática.
Saladino e Oliveira (2012) pontuam que a construção é referência do 
Neoclassicismo tardio no Rio de Janeiro, tendo sido reconhecido por sua 
importância histórica e artística. Para os autores, hoje o Palácio do Catete é lugar 
de memória e de sociabilidade de moradores e turistas. 
FIGURA 9 – CARL FRIEDRICH GUSTAV WAEHNELDT (1830-1873). PALÁCIO DO CATETE, 
NO RIO DE JANEIRO, 1894
FONTE: <https://arquiteturadobrasil.wordpress.com/arquitetura-neoclassica-no-brasil/>. 
Acesso em: 10 mar. 2019.
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
86
O Palácio do Catete hoje é sede do Museu da República, local onde morou 
o presidente Getúlio Vargas. Em uma das visitas ao museu é possível reviver a 
rotina do local através da decoração das mesas e espaços de convivência partilhada. 
A iluminação do museu confere um clima de nostalgia e uma rápida imersão ao 
tempo passado. Do teto, lustres de beleza ímpar completam a decoração no estilo 
neoclássico com pinturas revelando a orientação religiosa da época, com figuras 
centrais do Catolicismo. É possível também reconhecer nas formas escultóricas a 
herança dos valores artísticos da Academia de Belas Artes.
DICAS
Saiba mais sobre o período Neoclássico, o estilo arquitetônico, principais 
pintores e escultures acessando o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=AqpT8jR-vlw.
No que se refere ao desenvolvimento da escultura neoclássica, esta 
segue o padrão da arquitetura e da pintura, mas é menos ousada que as duas. 
“Os escultores estavam subjugados pela autoridade atribuída às estátuas da 
Antiguidade” (JANSON, 1996, p. 308).
Assim, a escultura é desenvolvida com base nos ensinamentos da arte 
escultórica do Renascimento e dos gregos e a arquitetura também é fortemente 
influenciada. Um dos representantes da escultura neoclássica é Antônio Canova, 
sendo que sua obra foi fortemente influenciada pela riqueza escultórica da Grécia.
FIGURA 10 – ANTÔNIO CANOVA, EROS E PSIQUE (1787-93)
FONTE: <https://artrianon.com/2018/11/07/obra-de-arte-da-semana-psique-reanimada-por-um-
beijo-do-amor-de-canova/>. Acesso em: 10 mar. 2019.
Observe a imagem, em que a famosa escultura Canova (1757-1822) registra o 
momento em que Eros ressuscita Psique com um beijo. Fruto da mitologia romana, 
a história de Eros e Psique perpassa os conflitos entre os deuses e os humanos.
TÓPICO 1 | ARTE NEOCLÁSSICA
87
Atualizando a lenda dos amantes apaixonados, a história de Eros e Psique 
é metaforicamente usada na psicologia como orientadora para o desafio do 
autoconhecimento. Conta a lenda, que ao descumprir o acordo com o marido 
de não olhar seu rosto, acaba sendo abandonada por Cupido e inicia uma longa 
jornada para recuperar seu amor.
Os desafios enfrentados por Psique em busca do reencontro com o amado se 
assemelham aos desafios do cotidiano que enfrentamos em variadas situações. Nesse 
sentido, a arte tem como fonte a mitologia e registra uma parte da história, levando o 
expectador a querer saber mais sobre o amor de um deus com uma mortal.
Escrita no século 2 d.C., discorre sobre o amor improvável entre um deus e 
uma mortal. Psique possui uma beleza incomum e seus admiradores a comparam 
a uma deusa, tamanho é o encantamento que sua beleza provoca nas pessoas. No 
conto, Afrodite fica preocupada com a adoração a Psique e condiciona o destino da 
mortal a casar com uma criatura horrível. Para garantir o castigo a Psique, recomenda 
que Eros, o deus do amor, fizesse com que ela se apaixonasse pela criatura horrorosa, 
agora seu marido. No entanto, em um momento de distração, Eros se distrai e acaba 
se encantando por Psique. Nasce o amor entre um deus e uma mortal.
Outro escultor importante desse período foi Jean-Antoine Houdon (1741-
1828), que se destacou esculpindo bustos e estátuas de personalidades da época. 
No que se refere ao material utilizado pelos artistas nas esculturas, havia a 
preferência pelo mármore branco.
FIGURA 11 – JEAN-ANTOINE HOUDON. BENJAMIN FRANKLIN (1706-1790)
FONTE: <https://www.metmuseum.org/toah/works-of-art/72.6/>. Acesso em: 10 abr. 2019.
Nesse busto, Houdon retrata a figura emblemática de Benjamin Franklin, 
cientista e diplomata americano que se destacou por sua luta abolicionista e figura 
central na luta pela independência norte-americana.
Nesse período, ainda, a literatura, escultura, pintura e arquitetura 
sofrem influência dos elementos do Classicismo, que por sua vez também 
retomam os elementos greco-romanos. Podemos dizer que o Neoclassicismo 
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
88
foi um movimento do século XVIII que reviveu os princípios estéticos clássicos 
questionando os elementos estéticos do Barroco e do Rococó. A configuração 
da sociedade desse período está mais próxima do que era considerado profano, 
visto as ideias do pensamento iluminista que borbulhavam na época. De 
uma maneira geral, é considerado um movimento aliado à alta burguesia e à 
monarquia que ainda resistia.
Finalizamos o estudo da arte neoclássica neste tópico e, por conseguinte, 
convidamos você a ampliar seus conhecimentos estudando outro movimento 
importante: o Romantismo.
89
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A fonte de inspiração dos artistas neoclássicos eram também os modelos da 
Academia de Belas Artes.
• A natureza era também a fonte de inspiração dos artistas neoclássicos.
• A pintura neoclássica apresentou o olhar racional e equilibrado, tinha a filosofia 
iluminista como referencial: razão e inteligência.
• O Neoclássico foi também um movimento crítico ou com tendência antirrococó.
• Jacques-Louis David e Jean-Auguste-Domenique Ingres são representantes do 
movimento Neoclássico.
• A arquitetura e a escultura neoclássica apresentam os princípios dos templos 
greco-romanos.
90
AUTOATIVIDADE
1 O movimento Neoclássico é conhecido pelo resgate dos valores clássicos ou 
greco-romanos. Nesse contexto, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) O Neoclássico, enquanto período histórico, tem como influência as 
ideias da Revolução Industrial.
b) ( ) Teve forte expressão na literatura, arquitetura, pintura e escultura 
defendendo a supremacia da técnica.
c) ( ) A pintura Neoclássica apresenta o olhar subjetivo do artista.
d) ( ) A arquitetura neoclássica preserva os exageros e detalhes do Barroco e 
do Rococó.
2 Com base na origem do termo Neoclássico, seus cânones e sua orientação 
moral e espiritual, é correto afirmar que:
I- O termo neo significa novo e a expressão artística do Neoclássico tem e 
influência da arte grega e da arte romana.
II- A orientação dos artistas neoclássicos segue o modelo da Academia de 
Belas Artes.
III- Os escultores neoclássicos seguiam os modelos das estátuas da Antiguidade.
IV- A configuração da sociedade desse período está mais próxima do que era 
considerado sagrado.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença IV está correta.
b) ( ) As sentençasII, III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
91
TÓPICO 2
ARTE NO ROMANTISMO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O romantismo não se refere propriamente a um estilo específico, mas 
antes a uma atitude de espírito que pode revelar-se sob muitos aspectos. É um 
conceito amplo e difícil de definir, como observa Janson (2001, p. 829), ao ressaltar 
que “romantismo vem dos ‘romances’, histórias de aventuras medievais (como as 
lendas do Rei Artur ou do Santo Graal), tão em voga nos finais do século XVIII e 
assim chamados por serem escritos em língua ‘românica’ e não em latim”. 
O interesse por um passado gótico, por tanto tempo desprezado, era o 
sintoma de uma reação contra a ordem social e a religião estabelecida ou quaisquer 
outros valores consagrados, atitude nascida de um forte desejo de emoções novas. 
Qualquer experiência, real ou imaginária, serviria desde que fosse intensa.
Como escreve Argan (2006), os artistas românticos se deparam com um 
mundo que se apresenta como possibilidade frente às transformações que a 
indústria provoca. Nesse sentido, os materiais em evidência passam a ser vistos 
pelos artistas como possibilidade de uso criativo e a arte encontra nas questões 
que pertencem ao povo, assim surgem novas temáticas que merecem ser 
poetizadas. Nesse sentido, a arquitetura em sua relação com o espaço urbano 
reúne uma variedade de estilos.
Portanto, neste tópico, estudaremos o Romantismo. Um pouco diferente 
do que a nomenclatura sugere, os artistas românticos exaltavam a liberdade do 
homem, sua natureza instintiva. Os românticos entendiam a emoção como sendo 
suficiente em si. O sentimento aqui é prioridade, almejavam combater o mal 
através dos instintos primeiros: amor, violência e poder.
2 ROMANTISMO 
O cenário do movimento romântico é a Europa do ano de 1800, com 
destaque para a Revolução Industrial, a Declaração dos Direitos Humanos e a 
turbulenta era napoleônica. Nesse sentido, os artistas românticos vão priorizar 
em suas obras elementos como subjetivismo; egocentrismo e idealismo no amor 
e na figura feminina.
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
92
Ribeiro (2010) aponta que o Romantismo tem como pano de fundo um 
ambiente intelectual de grande rebeldia; liberalismo político; inconformismo 
social e, nas artes, repúdio pelas regras. O artista, por sua vez, assume a 
individualidade subjetivista quando defende que o sentimento vem do espírito e 
sendo espiritual nasce com sua natureza humana. 
Nesse movimento artístico e cultural ocorre uma crítica à figura do homem 
racional do Neoclássico e a busca do subjetivo dos indivíduos, dando espaço para 
que a identidade de cada artista e seus valores morais fossem reconhecidos como 
importantes. A literatura foi a expressão mais forte do Romantismo e influenciou 
mudanças de postura da sociedade europeia: o romântico acreditava que se o 
homem se comportasse apenas de “modo natural”, dando livre vazão a seus 
impulsos, o mal desapareceria. “Em nome da natureza, exaltou a liberdade, o 
poder, o amor, a violência, os gregos, a Idade Média, ou qualquer outra coisa que 
o estimulasse, embora realmente exaltasse a emoção como um fim em si mesmo” 
(JANSON, 1996, p. 309). Victor Hugo (1802-1885) aparece como um dos maiores 
representantes do Romantismo literário. Entre suas principais obras temos: Os 
miseráveis – 1862; Os trabalhadores do mar – 1866.
Para os artistas românticos, o sentimento é o bem maior na criação da arte, 
contrariando os ideais neoclássicos que tinham a razão como força norteadora da 
produção artística, intelectual e científica.
DICAS
Para saber mais sobre o Romantismo, suas influências e características 
principais, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2bPkqlV-o0w&t=270s.
A pintura romântica apresenta traços dramáticos em seus temas, o 
sentimento é marca forte da expressão pictórica desse período, sendo que a 
pintura histórica é exaustivamente explorada pelos artistas românticos. 
Os artistas românticos faziam referência à natureza, fonte de inspiração e 
admiração. As pinturas românticas exigem reação do expectador, seja pelo tema 
histórico, pela cor contagiante que envolve dramas humanos ou mesmo pela 
beleza da natureza aprisionada em suas telas.
Para Argan (2006, p. 33), os artistas românticos não só se deparam com 
as transformações que passa a sociedade, como passam a “refletir sobre a sua 
relação com a natureza, ampliando o pensamento para questionar qual o lugar do 
artista e da arte nessa relação”. Surge, nesse sentido, nos diz o autor, a pergunta: 
Sobre o que a arte ensina a ver? 
TÓPICO 2 | ARTE NO ROMANTISMO
93
Também por isso, a pintura de paisagens é tema recorrente entre os 
românticos, sendo Jean-Baptiste Camille Corot (1796-1875) um dos mais destacados. 
O artista dedicou várias telas à representação da paisagem e já anuncia em algumas 
delas a discussão em torno da importância da luz na pintura da natureza.
FIGURA 12 – JEAN-BAPTISTE CAMILLE COROT. AS QUATRO HORAS DO DIA, 1858
FONTE: <http://www.arteeblog.com/2015/02/a-historia-das-4-obras-as-quatro-horas.html>. 
Acesso em: 18 abr. 2019.
A pintura “As quatros horas do dia” registra as nuances de tons que os 
períodos do dia apresentam: manhã, meio-dia, tarde e noite revelam a aproximação 
do artista com as mudanças que a natureza passa ao decorrer das horas.
Na mesma percepção das nuances de luz da natureza temos os quadros 
de Théodore Rousseau (1812-1867). Alguns críticos de arte apontam o registro 
pictórico de Rousseau como o disparador da pintura impressionista.
FIGURA 13 – THÉODORE ROUSSEAU. CREPÚSCULO EM SOLOGNE, 1867
FONTE: <https://www.wikiart.org/pt/theodore-rousseau/twilight-in-sologne-1867>. 
Acesso em: 15 abr. 2019.
Assim como Rousseau, os artistas começam a registrar nas telas a natureza 
em sua plenitude, podendo ser entendido como um testemunho do momento 
apreendido, valorizando o processo de criação.
Delacroix e Goya são também destaques da pintura desse período, assim 
como a utilização da cor como elemento significativo para a representação de 
suas criações. Temas de caráter social e político também são marcas desse período 
artístico denominado Romantismo.
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
94
FIGURA 14 – EUGÈNE DELACROIX: A LIBERDADE GUIANDO O POVO (1830), MUSEU 
DO LOUVRE – PARIS
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/a-liberdade-guiando-o-povo-
eugene-delacroix/>. Acesso em: 10 mar. 2019.
Eugene Delacroix (1798-1863) registra nesse quadro o levante de julho 
de 1830, na França, que causou a queda de Carlos X por Luís Felipe, duque de 
Orléans. A cena apresenta o movimento crucial da revolta: o rompimento das 
barricadas pelos rebeldes.
Outro pintor de destaque no Romantismo foi o espanhol Francisco José 
de Goyay Luciente (1746-1828), conhecido como Goya. Destacou-se com seus 
retratos e composições criativas e permeadas de liberdade.
FIGURA 15 – O FUZILAMENTO DE 3 DE MAIO, 1814, DE FRANCISCO JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/o-3-de-maio-de-1808-em-
madri-francisco-de-goya/>. Acesso em: 12 mar. 2019.
Nesse quadro, Goya registra pictoricamente de forma expressiva o 
levantamento de 3 de maio, ocorrido em 1808, após Napoleão invadir a Espanha, 
momento em que as tropas francesas atiraram contra os revoltosos. Entre os 
condenados ao fuzilamento, o artista destaca um dos personagens. Centralizado 
na cena que registra a execução, de blusa branca levanta os braços rendido às 
armas, mas mantém a postura de enfrentamento com a certeza de que a causa 
ainda resistiria à tirania do imperador. Na composição da cena, a luz e a sombra 
constituem elemento central para a dramaticidade do tema, como se tivesse um 
holofote direcionado ao que iriam ser executados. 
TÓPICO 2 | ARTE NO ROMANTISMO
95
No que se refere à arquitetura do Romantismo, esta traz como inovação 
ouso de materiais como o ferro, que segundo Janson (1996), nunca tinha sido 
usado. Os novos materiais, que a partir do Romantismo passam a estruturar e 
compor a arquitetura, permite também a aparição de vários estilos, em linhas e 
formas múltiplas. Somente as igrejas e os castelos seguiam com a tradição clássica 
da arquitetura.
Ainda segundo Ribeiro (2010), os arquitetos do Romantismo voltam-se 
para a Idade Média e elegem o estilo gótico como inspiração.
FIGURA 16 – PALÁCIO DE WESTMINSTER EM LONDRES, REPROJETADO POR CHARLES BARRY 
E AUGUST PUGIN (1870)
FONTE: <https://www.tudosobrelondres.com/palacio-westminster>. Acesso em: 15 mar. 2019.
Conhecido também como a Casa dos Parlamentos, é exemplo da 
arquitetura romântica. Solidez e grandiosidade formam um conjunto que 
combina com o espírito dos arquitetos e artistas desse período, que revalorizam 
a arquitetura do período gótico entendendo como um encontro desse estilo com 
a civilização industrial. 
A arquitetura gótica é cristã, lembra Argan (2006, p. 31), “sua existência 
para o alto em suas torres gigantesca sugere infinitude igual ao espírito que habita 
o corpo”. É na Inglaterra que se inicia o resgate do estilo gótico para a arquitetura 
do Romantismo, e muito dessa influência se deve aos escritos de Goethe sobre a 
catedral de Estrasburgo e Hegel que, segundo o autor, identifica o gótico como 
expressão do ethos cristão. 
Na escultura romântica nota-se uma aproximação com a escultura 
neoclássica, no entanto, os temas trouxeram como novidade a representação de 
animais e cenas de caça, mantendo também a representação de cenas heroicas 
e da mitologia. De uma maneira geral e consenso entre críticos e historiadores 
de arte, a escultura desse período não teve protagonismo similar à pintura, por 
exemplo. Vamos encontrar a escultura ainda como complementar às narrativas 
visuais. Pode-se dizer que, de certa forma, a escultura romântica não requereu 
seu lugar de existência, vindo complementar as construções arquitetônicas e 
monumentos funerários. Dois escultores são representativos no Romantismo: 
Jean Baptiste Carpeaux e François Rude.
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
96
FIGURA 17 – UGOLINO E SEUS FILHOS,1865-67, JEAN-BAPTISTE CARPEAUX, 1827-1875
FONTE: <https://www.metmuseum.org/pt/art/collection/search/204812>. Acesso em: 15 mar. 2019.
Carpeaux baseou sua obra no canto 33 do Inferno de Dante, esculpe a partir dos 
escritos do poeta o espírito do Conde Ugolino que devorava o Espírito do Arcebispo 
Ruggieri. A escultura traz o momento de angústia de Ugolino mordendo as mãos por 
desespero à condenação de prisão e morte por fome. Ao ver o desespero e silêncio do 
pai, as crianças declaram estar dispostas a ter suas carnes como alimento do pai, que 
responde apenas com silêncio. No texto, Dante dá voz ao condenado que declara: 
“Durante esse dia, e o outro, ninguém falou nada. No quarto dia, Gaddo lamentou 
aos meus pés e depois morreu. Depois eu os vi morrendo um a um, do quinto ao 
sexto dia, os outros três. Por mais dois dias, já cego, chorei sobre seus corpos mortos, 
até que no oitavo dia a morte me levou” (ALIGHIERI, 1999, p. 228).
A obra é baseada na visão medieval do inferno como o lugar dos mais 
dolorosos e insuportáveis castigos. É também a primeira parte da obra de Dante 
seguida do purgatório e do paraíso. 
FIGURA 18 – FRANÇOIS RUDE, 1833-36, MARSELHESA – PARTIDA DOS VOLUNTÁRIOS DE 1792
FONTE: <http://www.19thcenturyart-facos.com/artwork/marseillaise-%E2%80%93-departure-
volunteers-1792>. Acesso em: 15 mar. 2019.
TÓPICO 2 | ARTE NO ROMANTISMO
97
François Rude esculpiu esse grupo para compor o Arco do Triunfo de 
Paris, que possui caráter patriótico. A junção das figuras compõe a narrativa com 
personagens bastante expressivos.
Santos (2018) frisa que ao se falar do Romantismo no Brasil, destaca-
se a literatura trazida por Portugal e França. Os escritores românticos vão nos 
presentear com uma literatura que dará ênfase à imaginação e fantasia somada 
a um sentimento de nacionalismo exacerbado. O movimento inicia-se em 1836, 
com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. O 
Romantismo é considerado um movimento importante por requerer a autonomia 
da literatura brasileira, até então fortemente influenciada pela literatura portuguesa.
Para Ricúpero (2004), o Romantismo no Brasil marca a ideia de se construir 
o conceito de nação brasileiro e tudo o que nela estava envolvido, principalmente 
a compreensão de uma identidade nacional.
As artes plásticas terão nomes importantes, como Pedro Américo, Vitor 
Meirelles, Almeida Júnior, entre outros que exaltaram a natureza e o popular em 
busca da nacionalidade brasileira.
FIGURA 19 – PEDRO AMÉRICO (1843-1905). INDEPENDÊNCIA OU MORTE, 1888
FONTE: <http://virusdaarte.net/pedro-americo-independencia-ou-morte/>. Acesso em: 16 mar. 2019.
O quadro retrata Dom Pedro I na parte mais alta da colina do Ipiranga, 
tendo atrás de si um pequeno grupo de acompanhantes. O artista reconstrói o 
momento da proclamação da independência do Brasil. O tema retratado pelo 
pintor é marco de nascimento político da nação brasileira e sua importância 
histórica perpassa a construção da memória do processo de libertação da colônia 
e autonomia territorial. Além disso, o Romantismo empreende o desafio de buscar 
o testemunho artístico desse movimento histórico importante. 
Schlichta (2009, p. 32) pontua que a pintura do gênero histórico contribui 
“para a construção de uma leitura gloriosa de nosso passado afinada com o 
discurso de duas instituições: a Academia Imperial de Belas Artes (1826) e o 
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838)”.
Ainda, para a autora, a representação do príncipe exalta a importância 
da sua figura como imperador e registra a cena política em sua perspectiva de 
valorização do momento histórico (SCHLICHTA, 2009). Soma-se a intenção 
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
98
valorativa do uso das cores, a distribuição dos personagens na tela, a composição 
em semicírculos insinuando a unidade do grupo e a representação suntuosa do 
animal no qual o imperador está montado, destacando-se dos demais.
FIGURA 20 – VICTOR MEIRELLES (1832-1903). A PRIMEIRA MISSA NO BRASIL, 1861. MUSEU 
NACIONAL DE BELAS ARTES
FONTE: <http://www.museus.gov.br/a-primeira-missa-no-brasil-de-victor-meirelles-chega-a-
brasilia-para-exposicao/>. Acesso em: 16 mar. 2019.
Pintura representativa na carreira do artista, A primeira Missa no Brasil 
é considerada uma pintura histórica e os personagens têm suas identidades 
marcadas nos traços culturais destacados no quadro. Com dimensões de 268 cm 
x 356 cm, o quadro oferece ao expectador um momento de respiração acelerada. 
Não se sabe explicar se pela grandiosidade da tela ou pelo jogo impressionante 
de luz e sombra. A pintura que já foi exposta em vários momentos nas capitais 
brasileiras é um convite para revisitar um passado que pertence a todos nós, e 
nesse sentido a fruição da pintura pode proporcionar uma imersão na história 
que também compõe nossa brasilidade.
Rosa (2016) analisa que ao pintar a Primeira Missa no Brasil, Victor Meirelles 
testemunha de forma pictórica o momento histórico do país em processo de 
colonização. Ressalta também que, sendo o artista formado pelos cânones da 
Academia Imperial de Belas Artes, o artista assume os valores do colonizador 
ao retratar o processo civilizatório de forma idealista, sem registrar qualquer 
confronto ou resistência por parte dos indígenas. 
TÓPICO 2 | ARTE NO ROMANTISMO
99
FIGURA 21 – RECADO DIFÍCIL, 1895. ALMEIDA JÚNIOR. MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES
FONTE: <http://virusdaarte.net/almeida-junior-recado-dificil/>. Acesso em: 16 mar. 2019.
A poética do artista registra o sofrimento de forma única. As figuras 
retratadas não deixam dúvida quanto à separação da classe social. Os pés descalços 
da criança e a cabeça levemente inclinada sugerem humildade do personagem.
Comovocê já percebeu ao estudar o Romantismo, a arte brasileira tem um 
espaço significativo, tanto na literatura como na pintura. Mesmo ainda subordinada 
à Europa, a produção artística brasileira busca sua identidade e autenticidade. Os 
primeiros passos começam a ser dados em direção ao reconhecimento negado 
pelos colonizadores: de uma arte brasileira.
Prosseguindo nossos estudos da História da Arte, vamos agora estudar o 
Realismo. Boa leitura!
100
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Romantismo surgiu na Europa no ano de 1800. É um movimento artístico e 
cultural que faz uma crítica à figura do homem racional do Neoclássico. Para 
os românticos, o sentimento é o bem maior na criação da arte.
• Na pintura romântica, os traços são dramáticos, pois o sentimento é marca 
forte da expressão pictórica. São representantes da pintura do Romantismo: 
Delacroix e Goya.
• A arquitetura do Romantismo apresenta vários estilos e uso de novos materiais.
• Na escultura romântica, nota-se uma aproximação com a escultura neoclássica, 
com representação de animais e cenas de caça, cenas heroicas e da mitologia. 
São importantes escultores do Romantismo: Jean Baptiste Carpeaux e Francçois 
Rude.
• No Brasil, o Romantismo é representado por Pedro Américo, Victor Meirelles, 
Almeida Júnior, entre outros.
101
AUTOATIVIDADE
1 Sobre o pensamento que orientava os artistas do Romantismo, assinale a 
alternativa CORRETA: 
a) ( ) O Romantismo é marcado pelo repúdio às regras.
b) ( ) Os artistas românticos exaltavam a liberdade, mas também a razão.
c) ( ) A arquitetura do Romantismo é uma cópia do Neoclássico.
d) ( ) O termo Romantismo vem dos “romances” e se refere ao amor. 
2 São muitos os artistas do movimento denominado Romantismo. Da mesma 
forma, diferentes linguagens artísticas vão assumir o pensamento dessa 
época em suas representações artísticas. Partindo desse contexto é correto 
afirmar que:
I- A Primeira Missa no Brasil, 1861, de Victor Meirelles, é um quadro 
representativo do movimento chamado Romantismo.
II- Jean Baptiste Carpeaux é referência na escultura romântica.
III- A literatura foi a expressão menos marcante do Romantismo.
IV- A arquitetura do Romantismo traz como inovação o uso de materiais como 
o ferro.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
102
103
TÓPICO 3
ARTE NO REALISMO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O Realismo começou na França e um ponto marcante desse período 
vem do campo da literatura com a publicação de Madame Bovary, romance 
de Gustave Flaubert, publicado em 1856. Em Portugal, um dos representantes 
desse movimento literário foi Eça de Queirós, com O crime do Padre Amaro, e no 
Brasil com Machado de Assis, que sai do Romantismo e entra na fase realista com 
Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881. 
Esse movimento se caracteriza por ser um antirromântico e tentar traduzir 
as coisas como realmente se apresentam – em especial as questões sociais e suas 
complexidades. Surge, assim, a crítica política e a crítica social que não apenas 
descrevia e mostrava o que se passava na sociedade da época, mas propunha 
uma reflexão sobre os temas. Aliás, discussões que se estendem até os dias de 
hoje, afinal, o sistema capitalista e suas imbricações estão no centro de tudo. É 
bom lembrar que naquele momento ocorria a segunda revolução industrial, o fim 
do sistema escravocrata e a mão de obra escravizada estavam sendo substituídas 
pela mão de obra dos imigrantes. 
O Realismo, segundo Janson (2001), se caracterizou como um movimento 
artístico e literário do século XIX na Europa. Os artistas realistas utilizaram em 
suas obras temas do cotidiano da classe trabalhadora e fizeram críticas à sociedade 
burguesa. Nesse período histórico, a ciência se desenvolveu e influenciou 
também o pensamento artístico, que entendeu que a observação da realidade era 
fundamental para o desenvolvimento do pensamento racional. 
2 REALISMO
Movimento que se debruça para observar e registrar a realidade, prioriza a 
razão e a ciência na análise dos fenômenos. O Realismo como movimento artístico 
surge na França no século XIX, mas se estende por toda a Europa. A filosofia que 
orienta a criação artística desse período é uma volta à razão e à soberania da 
ciência e sua comprovação científica. 
Ao lado do crescimento da industrialização no final do século XIX surge o 
Realismo. Os europeus, que agora detinham domínio sobre o conhecimento científico 
e as técnicas para compreender e dominar a natureza, acreditaram ser necessário 
104
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
deixar de lado as subjetividades e emoções, focando muito mais na realidade 
procurando se adequar às necessidades de então. A sociedade agora precisa de 
praticidade. As pessoas estão voltadas a trabalhos que demandam otimização do 
tempo, estando elas dentro de fábricas, escolas, hospitais e moradias. Desta forma, o 
luxo dos palácios e a ostentação das famílias reais deixam de ser o centro das atenções 
para os artistas. Proença vai apontar que o artista agora, independentemente de sua 
posição, está focado em transmitir a realidade e reproduzir em suas obras seres 
como eles mesmos, ou que estejam dentro dos ambientes em que estes frequentam 
e observam, muitas vezes refletindo suas pretensões políticas. Nesse período, os 
pintores devem ter a mesma objetividade de estudo de um cientista ao esboçar seus 
traços. “Não cabe mais ao artista melhorar esteticamente o que já é belo na natureza, 
mas mostrar os pontos mais expressivos da realidade natural, deixando de lado os 
temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, dedicando-se ao homem e ao seu 
meio como eles realmente são” (PROENÇA, 2012, p. 131).
A emotividade dos artistas românticos é rejeitada pelo Realismo e a 
beleza é entendida como real e objetiva. Na escultura, as figuras retratadas serão 
detalhadas para uma maior aproximação da realidade. Na pintura apareceram 
artistas importantes como Édouard Manet (1832-1883), Gustave Coubert (1819-
1877), Honoré Daumier (1808-1879), entre outros.
FIGURA 22 – ALMOÇO NA RELVA, 1863. ÉDOUARD MANET
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/almoco-na-relva-edouard-
manet/>. Acesso em: 16 mar. 2019.
A tela Almoço na relva, de Édouard Manet, foi rejeitada pelo júri do 
Salão de 1863 devido à polêmica causada pelo tema. Uma mulher nua entre 
cavalheiros para um piquenique foi uma afronta aos padrões morais da época, 
mesmo sendo uma representação artística. Para os críticos da época, a mulher 
retratada em nada lembrava a mitologia, tornando a figura feminina tão real 
que a cena se tornava obscena.
O tratamento de luz e sombra pelo artista também merece destaque. A pele 
branca da personagem nua é destacada no jogo de luminosidade da composição. 
Os cavalheiros têm suas vestimentas quase absorvidas pela sombra projetada 
pelas árvores, que parecem brincar de se esconder com o sol que rege o dia.
TÓPICO 3 | ARTE NO REALISMO
105
Édouard Manet seguiu o pensamento da época buscando questionar 
valores e padrões estéticos, e buscou inovar tanto na composição de cenas quanto 
no uso das cores, que em contraste sutil representa os personagens inseridos 
na cena quase como um recorte e colagem. Por essa forma de composição, 
historiadores apontam essa obra como marco do movimento modernista.
FIGURA 23 – O DESESPERO, 1845, AUTORRETRATO DE GUSTAVE COURBET
FONTE: <http://valiteratura.blogspot.com/2011/04/gustave-courbet-1819-1877-e-o-realismo.
html>. Acesso em: 16 mar. 2019.
Artista que tinha o mundo real como inspiração. Nesse autorretrato, Courbet 
nos brinda com o tema desespero de forma poética e intensa. A beleza da obra contrasta 
com o sentimento que a figura representa. O expectador corre o risco de fruir a obra 
de forma tão intensa em sua porçãoestética que acaba relevando a dor representada.
Os temas preferidos de Coubert foram os de caráter de denúncia das 
mazelas sociais.
FIGURA 24 – GUSTAVE COUBERT. OS QUEBRADORES DE PEDRA, 1849
FONTE: <http://virusdaarte.net/courbert-os-quebradores-de-pedra/>. Acesso em: 12 abr. 2019.
Nesse quadro, o pintor Gustave Coubert assume a denúncia social ao pintar 
o empobrecimento e a vida miserável dos camponeses de seu país. Quebrar pedra 
para sobrevivência para ser uma existência condenada na terra. Ainda que de forma 
magistral na composição da cena e no uso de luz e sombra, o artista nos brinda com 
a beleza da forma, não passa despercebida a contradição do tema retratado.
106
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
FIGURA 25 – HONORÉ DAUMIER. O VAGÃO DE TERCEIRA CLASSE, 1860-63
FONTE: <http://obviousmag.org/archives/2013/11/honore_daumier_um_homem_rindo_do_
seu_tempo.html>. Acesso em: 16 mar. 2019
Nesse quadro, Daumier traz o cotidiano de pessoas que compartilham 
o trem, em primeiro plano os representantes do povo e, em segundo plano, 
representantes da burguesia. O tema em si registrado em um quadro já é polêmico, 
visto que a sociedade não via a classe trabalhadora como digna de ser registrada 
pela arte. Mas a intenção do artista é também denunciar o contexto de miséria 
da classe trabalhadora. Nesse sentido, a composição da cena traz personagens 
duramente castigados pela sua condição social em primeiro plano da tela. É 
visível na expressão entristecida dos rostos, a dureza da vida transformada em 
exaustão. Velhos e crianças reforçam a cena de penúria do grupo retratado.
O Realismo na escultura foi inspirado no homem real e o contexto em 
que estava inserido. Os artistas desse período assumem em suas obras gestos 
políticos se posicionado perante a sociedade. O uso dos materiais também 
assume a transgressão do movimento fazendo com que alguns deles, como o 
bronze, fossem apresentados sem retoques, gerando até certa brutalidade devido 
ao pouco polimento da peça. Algumas obras vão eternizar gestos humanos, por 
exemplo, a obra do francês François-Auguste-René Rodin (1840-1917). 
FIGURA 26 – AUGUSTE RODIN. O PENSADOR, 1902. MUSEU RODIN, PARIS – FRANÇA
FONTE: <https://arteeartistas.com.br/o-pensador-auguste-rodin/>. Acesso em: 19 mar. 2019.
TÓPICO 3 | ARTE NO REALISMO
107
Na escultura O Pensador, o artista se inspirou na obra Divina Comédia de 
Dante Alighieri e a figura lembra uma passagem da obra lembrando Dante em 
frente aos portões do inferno. É considerada a escultura mais famosa de Rodin, 
tendo sido inúmeras vezes replicada.
FIGURA 27 – AUGUSTO RODIN. PRIMAVERA ETERNA, 1884. MUSEU DE ARTE DA FILADÉLFIA
FONTE: <https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-rodin-captured-human-desire-clay-
bronze>. Acesso em: 12 abr. 2019.
No Brasil, o Palacete das Artes Rodin Bahia abriga obras do escultor 
francês. São elas: O homem que anda sobre a coluna, Jean de Fiènnes nu, A mártir e 
Torso de sombra. O museu Rodin Bahia fica em Salvador – BA, no bairro da Graça.
DICAS
Visite o museu Rodin! Faça um tour virtual e conheça outras obras do escultor 
francês. Acesse: http://musee-rodin.fr/en/collections.
No que se refere à arquitetura, o Realismo apresenta construções urbanas 
como resultado da Era Industrial. Os palacetes e os templos não são mais 
preocupação dos arquitetos desse período, que se dedicam a construir espaços 
para a nova organização social da classe burguesa e operária. Assim, a função da 
construção era fator determinante nas construções desse período.
108
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
FIGURA 28 – TORRE EIFFEL, 1889 – GUSTAVO EIFFEL
FONTE: <https://www.pariscityvision.com/pt/paris/lugares-marcantes-de-paris/torre-eiffel/
historia-torre-eiffel>. Acesso em: 19 mar. 2019.
A Torre Eiffel é marco da arquitetura desse período principalmente pelo 
uso do material: uma torre de ferro, de base quadrada, com 125 metros de largura 
e 300 metros de altura. 
Localizada no Champ de Mars, em Paris, tornou-se referência da 
França. Sendo o edifício mais alto da cidade, atualmente é considerado um dos 
monumentos mais visitados do mundo. Em sua estrutura singular, se mistura 
com as configurações da cidade compondo de forma harmoniosa o lugar. Com o 
passar do tempo, a Torre Eiffel passou a ser parte da identidade de Paris e lugar 
de desejo dos turistas que a visitam durante todo o ano. 
Também o teatro foi o campo fértil do pensamento dos artistas do 
Realismo, em que o homem e seu cotidiano eram motivos de interpretação. 
Segundo Cebulski (2012), os principais nomes do teatro são de Alexandre Dumas 
Filho (1824-1895) e Emile Augier (1820-1889). Do primeiro são as peças A Dama das 
Camélias (1849 -1852), O Mundo Escuso (Demi monde, 1855), A questão de dinheiro 
(La question d´argent,1857) e O Filho Natural (1858).
FIGURA 29 – ALEXANDRE DUMAS FILHO. CAPA DO LIVRO A DAMA DAS CAMÉLIAS, 1848
FONTE: <http://aimer-la-france.blogspot.com/2013/05/a-dama-das-camelias.html>. 
Acesso em: 12 abr. 2019.
TÓPICO 3 | ARTE NO REALISMO
109
No Brasil, o Realismo ganhou força também na literatura com as obras de 
Machado de Assis (1839-1908): Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borbas 
e Dom Casmurro. Outro importante escritor realista brasileiro foi Raul Pompeia 
(1863-1895), sendo O Ateneu uma de suas principais obras. A literatura brasileira 
desse período ultrapassa o caráter lúdico e assume questões sociais como forma 
de análise da realidade. Nesse período, o movimento da história aponta para a 
modernização, deixando para traz a relação latifundiária e a monocultura.
FIGURA 30 – MACHADO DE ASSIS. MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, 1881
FONTE: <https://interesses-sutis.blogspot.com/2017/10/resenha-memorias-postumas-de-bras-
cubas.html>. Acesso em: 12 abr. 2019.
Nesse livro, Machado de Assis apresenta uma visão cruel da natureza 
humana a partir da narrativa de um defunto. A infância do personagem, Brás 
Cubas, oriundo da sociedade patriarcal brasileira da época, foi vivida com 
privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. Tal condição social permite que 
o personagem ainda garoto tenha como “brinquedo” de estimação o negrinho 
Prudêncio, que ora se transformava em montaria para o garoto, ora era alvo de 
maus-tratos naturalizados na época.
Quando jovem, gasta o dinheiro da família com Marcela, a prostituta. Para 
ela, Brás Cubas escreve: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos 
de réis”. O personagem acredita no amor da prostituta e por isso reconhece que 
amor e interesse financeiro estão intimamente ligados.
O livro tem uma narrativa ácida e muitas vezes irônica, e também por isso vale 
a leitura. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 na cidade 
do Rio de Janeiro. Neto de escravos alforriados, não pôde frequentar regularmente a 
escola, tornando-se autodidata. Em 1897, Machado funda a Academia Brasileira de 
Letras, sendo o primeiro presidente e ocupando a Cadeira nº 23.
Chegamos ao final dos estudos sobre o Realismo. Esperamos ter apontado 
alguns caminhos para que você descubra muito mais sobre a produção artística e 
seus saberes. Acesse os links, consulte a bibliografia recomendada, alimente sua 
curiosidade acerca da história da arte. No próximo tópico, convidamos você a 
estudar o Impressionismo. Bons estudos!
110
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Realismo surgiu na França do século XIX. No Realismo, a criação artística 
priorizou a volta à razão, influenciada pela ciência. A emotividade dos artistas 
românticos é rejeitada pelos realistas, a beleza é real e objetiva.
• São destaques na pintura: Édouard Manet, Gustave Coubert, Honoré Daumier, 
entre outros.
• Na arquitetura, o Realismo apresenta construções urbanas e segue a lógica da 
Era Industrial.
• No teatro, o homem e seu cotidiano eram motivos de interpretação.
• No Brasil, o Realismo ganhou força também com as obras de Machado de Assis 
e Raul Pompeia.
111
1 O Realismoé um movimento questionador da emotividade e que vai 
priorizar a razão. Tem como berço a Europa e a efervescência dos ideais do 
século XIX. A partir desse contexto, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) O Realismo começou na Itália.
b) ( ) A emotividade dos artistas românticos é assumida pelo Realismo.
c) ( ) O Realismo na escultura se inspira no homem real, sendo Auguste 
Rodin um representante importante.
d) ( ) A arquitetura desse período é uma réplica das construções greco-
romana.
2 Os artistas do Realismo vão testemunhar o mundo real em diversas 
linguagens artísticas, por exemplo, a literatura e a pintura. A partir desse 
contexto, assinale a alternativa INCORRETA:
a) ( ) No Brasil, o Realismo ganhou força também com a obra de Machado de 
Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
b) ( ) O teatro foi um campo pouco significativo no Realismo.
c) ( ) A arquitetura desse período chamado Realismo apresenta construções 
urbanas em consonância com a Era Industrial.
d) ( ) O Realismo teve como orientação filosófica a volta à razão e à soberania 
da ciência e sua comprovação científica.
AUTOATIVIDADE
112
113
TÓPICO 4
ARTE NO IMPRESSIONISMO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela 
máquina, consequência do capitalismo como modo de produção dominante. Esse 
momento, conforme observa Janson (2001), de passagem da energia humana para 
a motriz, é o ponto culminante de uma revolução tecnológica, social e econômica 
que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, sobretudo nos 
países onde a Reforma Protestante tinha reduzido o poder da Igreja Católica: 
Inglaterra, Escócia e Países Baixos. É a ascensão da burguesia e novos conceitos 
sobre a sociedade e a evolução da ciência, que permitiu o mundo ocidental 
conhecer a fotografia, tintas em tubo, teorias sobre a luz, entre outras.
“Proporcionando o início de novas tendências e revolucionando o 
século XX, o Impressionismo parte da direta observação do efeito da luz solar 
sobre os objetos, registrando nas obras o efeito que essa luz causa nas cores da 
natureza” (PROENÇA, 2012, p. 140). As concepções desse movimento são muito 
mais práticas do que teóricas e esse é um dos pontos que o diferencia de seus 
antecessores. As pinturas impressionistas podiam registrar o efeito da luz solar 
nas cores da natureza e as modificações que estas acabam refletindo, a depender 
da intensidade do sol, eliminar as linhas, pois elas são uma abstração dos olhos 
humanos para representar as imagens, as sombras devem ser coloridas, seguindo 
a impressão visual de quem as vê, o contraste deve ser alcançado de acordo com 
as cores complementares, as cores e tonalidades devem ser puras e separadas em 
pequenas pinceladas nos quadros.
Na arquitetura tem-se o princípio da funcionalidade, a racionalidade e 
o interesse coletivo sobrepõe a individualidade. O século XX traz o desafio de 
pensar as construções arquitetônicas no contexto urbano.
Na conjuntura atual, um grupo de artistas denominado impressionista 
se rebelou e queria estabelecer arte em que podiam estar próximos da natureza 
e representá-la com enfoque na incidência da luminosidade. Com estudos 
pictóricos, artistas procuraram ampliar o conceito impressionista e agregar 
pontos obtendo novos resultados de luz e sombra. 
114
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
2 A ARTE IMPRESSIONISTA
Impressionismo foi um movimento artístico que teve seu início na 
França, no final do século XIX, tendo aversão à arte acadêmica que era ensinada 
em escolas artísticas da Europa. Um grupo de artistas propunha exaltar traços 
pictóricos imediatos. 
A fonte principal para a execução era a natureza. Procuravam captar as 
impressões daquele momento, registrando luz e cor e transpô-las diretamente 
para a tela. Algumas características facilitam a hora de analisar uma obra 
impressionista, tais como:
• Na pintura teremos a predominância das tonalidades que os objetos adquirem 
ao serem expostos à luz natural, bem como as mudanças dessas tonalidades.
• Desaparecem as linhas que contornavam as figuras, pois representam apenas 
uma parte e não o todo do objeto.
• As sombras passam a ser representadas como luminosas e coloridas, se 
afastando dos tons escuros, como o preto, por exemplo.
• As cores se encontram no objeto retratado e não são previamente misturadas. 
É o olho do observador que faz o encontro, gerando outros tons.
Assim, o artista impressionista não se preocupava com contornos, pois 
na natureza não havia linhas de contorno. Colocava sua tela em meio à natureza 
e começava a pintar usando as cores primárias (amarelo, azul e vermelho) e as 
secundárias (violeta, verde e laranja), que eram aplicadas diretamente do tubo 
com o dedo, pincel ou da própria espátula na tela. Ao pintar desta forma, de 
perto se notavam apenas manchas, mas ao se afastar e apreciar a obra de longe, 
as pinceladas pareciam ter forma. Os artistas também foram influenciados pelas 
estampas japonesas, pois muitas peças vinham do Japão embrulhando a porcelana, 
sendo admiradas por alguns artistas, como Manet, Monet, Degas e outros.
Monet, durante uma aula de pintura acadêmica, se recusou a fazer a 
atividade, pois o professor havia pedido para os alunos pintarem a partir de 
modelos antigos, ele e outros jovens se recusaram, assim, esse grupo de artistas 
pintou muitas paisagens e fez a exposição onde foram recusados, pois pintar sem 
fazer um esboço e depois cuidadosamente terminar a obra não era adequado para 
a época (STRICKLAND; BOSWELL, 2004).
FIGURA 31 – IMPRESSÃO: NASCER DO SOL, MONET, 1872. MUSEU MARMOTTAN, PARIS
FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/impressionismo-pintores-como-monet-
tem-luz-e-movimento.htm>. Acesso em: 19 mar. 2019.
TÓPICO 4 | ARTE NO IMPRESSIONISMO
115
A obra Impressão: Nascer do Sol teve influência no reconhecimento do 
grupo de artistas, que recebeu o nome de Impressionistas.
Pierre Augusto Renoir (1841-1919), dentre os impressionistas, pintava 
pessoas, fazia vários retratos. Segundo Strickland e Boswell (2004, p. 35), Renoir 
“fragmentava a forma em manchas brilhantes de luz, aplicadas em pinceladas 
curtas, de cores distintas e se recusava a usar preto”. Não era uma cor, ele dizia, 
acreditando que o preto fazia um buraco na tela.
FIGURA 32 – O ALMOÇO DOS REMADORES, 1880-1881 – PIERRE AUGUSTO RENOIR
FONTE: <http://virusdaarte.net/renoir-o-almoco-dos-remadores/>. Acesso em: 19 mar. 2019.
Nesse quadro, o artista desafia as regras morais da época e expõe os dois 
personagens centrais com os braços musculosos à mostra. Percebe-se que os demais 
integrantes da cena estão com trajes da época, tornando despojada a vestimenta 
dos dois personagens, contrastante com a composição geral. Mesmo assim, o 
clima retratado na tela é de harmonia e o grupo não parece se preocupar com as 
dissonâncias dos personagens em suas vestimentas informais. Percebe-se que o 
pintor, apesar de extremo cuidado com os detalhes, prioriza a totalidade da cena.
Outro pintor interessante desse período foi Edgar Degas (1834-1917). Seu foco 
maior eram ambientes interiores, onde a luz era artificial e captava os movimentos e 
a expressão dos rostos. Sua maior especialidade era a figura humana. De acordo com 
Janson (2001), apesar dos quadros pintados a óleo, Degas não abandonou a antiga 
fidelidade ao desenho. O autor destaca ainda a fascinação do artista pelo movimento 
dos corpos, registrado nos inúmeros trabalhos sobre as bailarinas.
116
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
FIGURA 33 – QUATRO DANÇARINAS, 1899. EDGAR DEGAS
FONTE: <http://obviousmag.org/archives/2014/02/edgar_degas_-_a_pequena_bailarina.html>. 
Acesso em: 19 mar. 2019.
Esse quadro de Degas é um dos muitos com essa temática deixado pelo 
pintor. Estima-se que a metade da produção do artista esteja ligada ao tema das 
bailarinas. Nessa composição, o artista nos presenteia com um pequeno grupo 
de jovensbailarinas que se dedica aos detalhes da roupa. Podemos notar que 
elas fazem um movimento conjunto partilhando com o espectador a preocupação 
com a manga do collant de bailarina. Ao mesmo tempo em que nos envolve no 
gesto, nos causa expectativa para o próximo gesto. 
A pintura de Degas, segundo críticos de arte e historiadores, se torna 
inconfundível pela característica de captura do momento. Com forte influência 
da técnica fotográfica, o artista transforma sua percepção em câmera e seleciona 
de forma primorosa os gestos que merecem ser eternizados.
No Brasil, segundo Chaimovich (2017), a Escola ao Ar Livre, em Niterói, foi 
marco do movimento impressionista. Em 1890, o artista Eliseu Visconti, segundo 
o autor, junto a outros, passa a experienciar os cursos livres de belas artes. Entre 
os apreciadores da pintura impressionista há destaque para dois pintores negros: 
os irmãos João e Arthur Timótheo da Costa. 
FIGURA 34 – MENINO, 1918. ARTHUR TIMÓTHEO DA COSTA
FONTE: <http://www.wikiwand.com/pt/Artur_Tim%C3%B3teo_da_Costa>. Acesso em: 19 mar. 2019.
TÓPICO 4 | ARTE NO IMPRESSIONISMO
117
Nesse quadro de Arthur Timótheo, intitulado Menino, a poética do artista 
traduz com maestria a figura de um menino negro, possivelmente alguém 
comum, mas que representa a negritude afro-brasileira. 
FIGURA 35 – PAISAGEM, 1921 – JOÃO TIMÓTHEO DA COSTA
FONTE: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23602/joao-timotheo-da-costa>. 
Acesso em: 19 mar. 2019.
Joao Timótheo, diferentemente do irmão, priorizava a pintura das 
paisagens, tema recorrente na obra do artista.
DICAS
Visite o site do MASP – Museu de Arte de São Paulo. O acervo do museu é 
também um testemunho histórico da arte universal e revela as influências da arte brasileira. 
Acesse: https://masp.org.br/.
No que se refere à arquitetura do final do século XIX e início do século 
XX, há destaque para a pluralidade nas edificações, ênfase na verticalização 
e novas técnicas construtivas. A organização urbana na perspectiva da 
modernidade encontra um conjunto arquitetônico repleto também do desafio da 
sustentabilidade. Klein (2016) enfatiza que, nos anos 1960, surge no contexto da 
arquitetura a preocupação com a conservação de construções antigas, que o autor 
chama de “setores salvaguardados”. Nesse sentido, a sociedade urbanística, 
na perspectiva da arquitetura, convive com o novo e o velho e nem sempre de 
maneira harmoniosa.
No Brasil, a arquitetura desse período sofre influência estrangeira 
assumindo os valores que estavam sendo discutidos.
118
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
FIGURA 36 – VISTA DA AVENIDA MARECHAL FLORIANO, 1921 – RIO DE JANEIRO/BRASIL
FONTE: <https://rioprimeirasposes.ims.com.br/presenca-estrangeira-na-arquitetura-do-rio-de-
janeiro-no-inicio-do-seculo-xx/>. Acesso em: 19 mar. 2019.
Os centros urbanos ganham atenção maior no planejamento arquitetônico. 
Construções novas disputam espaço com a revitalização dos prédios antigos, 
as construções dos portos, de ferrovias, o desenvolvimento da indústria e as 
inovações tecnológicas. 
119
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Um grupo de artistas propunha se desvincular de uma arte imposta, chamada 
de acadêmica, e promover estudos da realidade, com destaque para a natureza, 
onde a luminosidade era exaltada nas telas. Esse grupo foi chamado de 
Impressionista.
• Monet, Renoir e Degas foram os principais integrantes do Impressionismo. 
Cada um procurou captar a impressão do momento, principalmente em 
ambientes exteriores, mas também foram realizadas pinturas em interiores.
• O artista Edgar Degas foi um artista de pinturas de interiores. Ele procurou 
captar os rápidos movimentos das bailarinas, como também de um ambiente 
movimentado por diversas pessoas. 
• A arquitetura do século XX se caracteriza pelo uso de materiais como o concreto 
e o desafio da preservação e inovação.
120
1 Sobre o Impressionismo e o uso das cores e linhas é CORRETO afirmar que: 
a) ( ) O Impressionismo preserva os moldes da Academia de Belas Artes.
b) ( ) Funcionalidade e racionalidade foram descartadas na arquitetura desse 
período.
c) ( ) Os pintores deram ênfase à pintura de ambientes internos.
d) ( ) O artista impressionista não se preocupava com contornos.
2 Nos estudos realizados sobre o movimento denominado Impressionismo, 
no que se refere ao pensamento filosófico que influenciou os artistas, assinale 
a alternativa INCORRETA: 
a) ( ) Na arquitetura tem-se o princípio de individualidade.
b) ( ) As pesquisas da ciência no Impressionismo permitiu desenvolver a 
fotografia, tintas em tubo, teorias sobre a luz, entre outras.
c) ( ) Os artistas denominados impressionistas queriam estar próximos da 
natureza.
d) ( ) Edgar Degas, conhecido como o pintor das bailarinas, tinha fascinação 
pelos movimento dos corpos.
AUTOATIVIDADE
121
TÓPICO 5
ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O Pós-Impressionismo pode ser entendido como um período de transição 
entre o Impressionismo e o Expressionismo. Nesse momento, a Europa vive as 
mobilizações e revoluções operárias. No Brasil, os movimentos abolicionistas 
ganham força e, logo a seguir, tardiamente, se promulga o fim do sistema 
escravagista no país. 
A Revolução Industrial causou mudanças no modo de viver das 
pessoas, jornadas de trabalho, exploração infantil e muitas construções de forma 
desordenada, trazendo problemas de saúde e de ordem social. Com a Revolução 
Industrial, muitas pessoas e, principalmente, artistas, observaram o declínio do 
artesanato devido às produções em série produzidas pelas concorrentes máquinas.
Teve seu início em 1885 e permanece até o início do cubismo. Foi 
uma tendência que influenciou fortemente as artes plásticas e se afasta do 
impressionismo ao assumir a importância da subjetividade, do humano, do 
emocional e do sentimental expostos nas obras e não somente da reprodução 
da realidade, “os artistas buscavam novos estilos através de novos conceitos e 
técnicas acentuando as cores” (PROENÇA, 2012, p. 145).
No que se refere à arquitetura, o desenvolvimento urbanístico se apresenta 
como um desafio à estética do século XX, visto que as diferenças de classe 
compartilham de maneira diferente o mesmo espaço territorial. Nesse sentido, 
predomina a funcionalidade da arquitetura urbana.
2 PÓS-IMPRESSIONISMO
Depois de um grupo conquistar e mostrar uma arte chamada impressionista, 
numa época em que o academicismo era o ideal de arte, surgem outros artistas 
que não se sentiam muito satisfeitos com o Impressionismo. Nessa época de 
“revolucionar” não se reuniam para pintar, mas cada um apresentou um estilo 
próprio de novas representações. Destacaram-se por pesquisas de composições 
cromáticas. A pintura desenvolveu-se em 1886, com Gauguin, Cézanne, Van 
Gogh e Toulousse-Lautrec, os quais apresentaram um trabalho muito pessoal. A 
subjetividade ganha destaque entre os pintores desse período.
122
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
Para compreender esses artistas, vejamos em qual segmento cada um se 
distingue, com características individuais.
Paul Cézanne (1839-1906) começa com uma pintura mais empastada, 
com muito preto e branco. Conheceu Camile Pissarro e aprendeu com ele a dar 
pinceladas mais suaves, abandonando o estilo forte de pintar. A arte do artista 
amadurece e começa a tomar outras formas. Começa a dar aparência geometrizada 
aos objetos – cilindros, cones, esferas nas telas (PROENÇA, 2012).
FIGURA 37 – NATUREZA-MORTA COM MOLDE DE GESSO, 1894, PAUL CÉZANNE
FONTE: <http://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/paul-cezanne/#jp-
carousel-10099>. Acesso em: 25 mar. 2019.
A perspectiva inovadora do artista, que teve contato com o movimento 
impressionista, propiciou ampliar as pesquisas pictóricas, buscando as formas 
geométricas das figuras pintadas. O processo de pesquisa da forma de Cézanne 
abre espaço para o Cubismo.
Outro pintor importante desseperíodo foi Paul Gauguin (1848-1903). Ele se 
preocupava pela ideia e não pelo efeito da pintura. Pintava de memória, pois ela 
conservava o essencial das formas e das cores, com isso ele começou a influenciar 
outro movimento chamado Fouvismo, que será estudado na unidade seguinte.
Strickland e Boswell (2004) pontuam que as obras de Gauguin revelam a 
influência egípcia nas composições planas, nas pessoas em primeiro plano e nas 
menores ao fundo. Ainda, segundo os autores, o artista contribuiu para a arte 
com as formas aplainadas, inovações em cores intensas e ricas.
TÓPICO 5 | ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
123
FIGURA 38 – AVE MARIA, 1891 – PAUL GAUGUIN
FONTE: <https://www.ebiografia.com/paul_gauguin/>. Acesso em: 25 mar. 2019.
O período em que viveu no Taiti, mais especificamente nas ilhas 
Marquesas, foi um dos períodos mais produtivos da carreira do pintor. Inclui nas 
pinturas os temas de clássicos personagens locais, dando ênfase ao colorido da 
terra onde vivia.
Na Figura 38, Gauguin reproduz o tema cristão a partir dos personagens 
locais em uma clara valorização da cultura taitiana. O anjo que faz a saudação 
a Maria é representado com asas amarelas e a vestimenta segue os padrões dos 
nativos. Outro ponto interessante na pintura de Gauguin é o uso das cores e a 
organização do cenário. Em primeiro plano, temos a figura feminina com uma 
criança sentada em seu ombro, em evidente referência a Maria e ao menino Jesus. 
Já o pintor holandês, Vincent van Gogh (1853-1890), foi um dos artistas 
mais significativos da arte pós-impressionista e um dos mais conhecidos na 
contemporaneidade devido à popularização de seu trabalho através do cinema 
(Com amor, Van Gogh, 2017, ganhador do Oscar de melhor filme de animação) e 
documentários. Um dos temas de seus quadros era a vida no campo e o contato com os 
impressionistas foi decisivo na pesquisa pictórica do artista. Outro tema marcante de 
seus quadros são os girassóis, incorporada a força da cor amarela usada com maestria. 
FIGURA 39 – SEQUÊNCIA DE GIRASSÓIS PINTADOS EM 1888 – VICENTE VAN GOGH
FONTE: <https://www.ebiografia.com/breve_biografia_van_gogh_obras/>. Acesso em: 25 mar. 2019.
124
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
Apaixonado pelo tema, Van Gogh pintava compulsivamente o vaso com 
os girassóis dando a cada versão da composição cores e movimentos distintos. 
Não podíamos deixar de registrar um pintor pós-impressionista que 
se destaca na representação de personagens que vivem a boemia da cidade, 
considerados a margem dos padrões morais da sociedade vigente. Toulouse-
Lautrec (1864-1901) registra momentos interessantes, como dançarinas, cabarés, 
artistas de circo, bares de café, entre outras pessoas. Em traços rápidos, ele captava 
o mais significativo.
Destacando a característica do trabalho do artista, Proença (2012, p. 248) 
explica que “de modo geral, o que caracteriza a pintura de Toulouse-Lautrec é 
a sua capacidade de síntese, o contorno expressivo das figuras e a dinâmica da 
realidade representada”. 
Devido à forma de exercer seu trabalho, acabou desenvolvendo outra arte, 
a dos cartazes e pôsteres publicitários. Ainda segundo a autora, com seus cartazes 
anunciando, por exemplo, os espetáculos de dança do famoso Moulin Rouge, o 
pintor inaugurou uma nova forma de publicidade: a que procura conquistar o 
público por meio de imagens coloridas e atraentes, e de textos curtos e criativos, 
que fixam a informação principal na memória do público.
FIGURA 40 – CARTAZ DO MOULIN ROUGE, 1891 – TOULOUSSE-LAUTREC
FONTE: <https://www.ebiografia.com/toulouse_lautrec/>. Acesso em: 25 mar. 2019.
Foi a partir dos cartazes anunciando as atrações do cabaré Moulin Rouge 
que Toulousse-Lautrec ganhou visibilidade e concentrou sua arte nas litografias 
com temas variados.
Na Figura 40, o artista cria o cenário do cabaré, tendo como matriz a litografia 
colorida, com estimativa provável de 3.000 cópias reproduzidas. As famosas 
dançarinas surgem em silhuetas coloridas tendo ao fundo o público representado 
na cor preta em um contraste bastante interessante, sugerindo sombras. Destaque 
também para as letras utilizadas pelo artista, que complementam a arte, fazendo 
com que tenha um valor superior a um simples cartaz. 
TÓPICO 5 | ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
125
Na arquitetura desse período teremos o encontro da indústria com o 
design. O alemão Peter Behrens desenvolveu o desenho industrial a partir das 
necessidades da nova sociedade, que exigia dos arquitetos planejamento e junção 
de técnicas construtivas. 
FIGURA 41 – PETER BEHRENS. TURBINE FACTORY, 1909-10
FONTE: <https://www.khanacademy.org/humanities/art-1010/architecture-20c/a/peter-behrens-
turbine-factory>. Acesso em: 25 mar. 2019.
As construções arquitetônicas desse período buscavam responder às 
necessidades de uma sociedade industrial.
Argan (2006) pontua que houve uma separação entre arquitetura e artes 
devido às diferenças de conceitos assumidos nos dois segmentos: útil e decorativo. 
Enquanto os artistas, herdeiros dos modelos da Escola de Belas Artes, defendiam 
um ecletismo nas junções arquitetônicas, “o banco deveria ter a aparência de 
um castelo renascentista” (ARGAN, 2006, p. 90). Os arquitetos renunciam ao 
ecletismo e à arte e assumem os princípios da engenharia como proposta de uma 
arquitetura funcional.
126
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
LEITURA COMPLEMENTAR
UMA BREVE HISTÓRIA DOS CARTAZES
Vosnier Cambeses
“Cartazes são mensageiros. Cartazes é expressão de cultura. Cartazes deixam marcas. Visíveis 
e inconfundíveis como partem de um processo de comunicação, eles dependem do local e data de 
publicação. Bons cartazes falam uma linguagem internacional”. Manfred Triesch.
FIGURA – CARTAZ DE SAINT-FLOUR, 1454
FONTE: <https://historiadocartaz.weebly.com/origens.html>. Acesso em: 15 abr. 2019.
O primeiro cartaz era apenas escrito, sem imagem. Somente no final do 
século XIX foram unidos imagens e textos.
Relatam os estudiosos que os primeiros cartazes foram desenvolvidos por 
meio de xilogravuras, obtidas através da impressão de matrizes de madeira pelos 
povos orientais, principalmente japoneses e chineses, ainda no século X. Mas foi 
somente no final do século passado que a arte de reunir textos e ilustrações em 
uma folha de papel alcançou maior projeção ao ser propagada pelos mercadores 
europeus, e um alto grau de sofisticação logo impingida pelos artistas plásticos da 
época. A integração entre produção artística e industrial é exemplificada na carreira 
de Jules Cherét. Filho de um compositor tipográfico e aprendiz de um litógrafo em 
Paris, ele foi para Londres estudar as técnicas mais recentes. De volta a Paris em 
1860, Cherét gradualmente desenvolveu um sistema de 3 a 4 cores de impressão. 
O estilo de Cherét atingiu seu auge por volta de 1880 e foi adotado e desenvolvido 
por outros artistas como Pierre Bonnarde, o famoso Henri de Toulouse-Lautrec. 
TÓPICO 5 | ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
127
FIGURA – CARTAZ, ESPECTÁCULO COM LEONA DARE, 1883, JULES CHÉRET. PARIS, FRANÇA
FONTE: <https://comjeitoearte.blogspot.com/2012/03/o-cartaz-art-nouveau.html>. 
Acesso em: 15 abril. 2019.
Consagrado por retratar cenas da vida noturna e do submundo parisiense, 
Toulouse-Lautrec, por exemplo, assinou centenas de cartazes de divulgação de 
espetáculos de cabaré, então reproduzidos através de pedras litográficas. Foi nas 
mãos de Toulouse-Lautrec que a arte publicitária, através do toque impressionista, 
tornou-se famosa. Apesar da fotografia já existir há algumas décadas, suas imagens 
não podiam ser reproduzidas nem em grandes formatos, nem em grande escala.
Artistas então pintavam o design dos cartazes, que era transferido à mão 
para a superfície das pedras para impressão litográfica – uma para cada cor.
Na virada do século, o movimento mais importante no design de cartazes 
era a Art Noveau. Seu expoente mais famoso e extravagante foi o artista checo 
Alphonse Mucha. Seus cartazescontêm belas mulheres de longos cabelos ondulados, 
emolduradas por uma decoração floral e traços orgânicos. Os cartazes artísticos 
deste período demonstraram liberdade estética e ousadia criativa que acompanhou 
o primeiro confronto com as inovações tecnológicas em produção gráfica.
FIGURA – ALFONS MUCHA, PIERRES PRÉCIEUSE (1900)
FONTE: <http://www.romemuseumguide.com/alphonse-mucha/>. Acesso em: 15 abr. 2019.
128
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
Quando os artistas, ao invés de adicionarem texto com tipos de impressão, 
desenharam eles próprios seu lettering, e eram responsáveis por cada elemento 
num design que intencionava a reprodução por máquina, eles estavam praticando 
o que posteriormente foi reconhecido como design gráfico.
O período entre as décadas de 20 e 30 foi bastante rico tanto em 
movimentos no design de cartazes quanto na pintura: Bauhaus, De Stijl, futurismo, 
cubismo, entre outros. Entretanto a maioria dos cartazes produzidos durante 
essas duas décadas visava promover produtos comerciais ou eventos culturais. 
Desenvolvendo concepções cubistas e construtivistas, os cartazes marcantes de 
A. M. Cassandre dominaram a publicidade francesa no período entre guerras. Ele 
interessava-se especialmente pelas letras, segundo ele, um elemento indispensável 
e muitas vezes negligenciado no design de cartazes. Cassandre acreditava que a 
função primeira do cartaz era veicular a mensagem.
FIGURA – A. M. CASSANDRE – AU BUCHERON, 1923
FONTE: <https://retrographik.com/a-m-cassandre-art-deco-poster-artist/>. Acesso em: 15 abr. 2019.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os cartazes que anunciavam 
produtos deram lugar àqueles que ajudavam a promover os esforços de guerra, 
por meio de apelos de recrutamento ou veiculação de informações. Os governos 
que encomendavam esses cartazes queriam urgentemente mensagens diretas e 
eficazes; assim assumiram o risco de contratar e dar liberdade a jovens designers 
modernistas. Os resultados foram, muitas vezes, controversos, mas vêm deste 
período alguns dos mais criativos designs de cartazes. As portas também foram 
abertas para anúncios comerciais mais inventivos depois que a guerra terminou. 
Raymond Savignac foi o mestre da comunicação visual. Seus numerosos cartazes, 
produzidos para clientes no mundo todo, caracterizam-se pelo design simples, 
direto, bem-humorado e eficaz.
Durante a década de 60, os cartazes foram cada vez mais encarados e 
vendidos como obras de arte a serem emolduradas e penduradas nas paredes. 
Nos EUA e na Europa, museus e galerias de arte encomendavam, publicavam e 
comercializavam cartazes de muitos grandes artistas, inclusive Andy Warhol, René 
Magritte e Roy Lichtenstein. As décadas de 60 e 70 presenciaram o surgimento de 
uma série de movimentos de fundo político/social que acabaram por influenciar de 
forma decisiva o design gráfico, entre eles o movimento estudantil, o psicodelismo 
e o punk. Os cartazes desta época eram criados para uma plateia exclusiva, com 
TÓPICO 5 | ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
129
letreiros praticamente ilegíveis, carregando a mensagem implícita: “Se você não 
consegue ler, não é para você”. O psicodelismo começou na costa oeste dos EUA 
e se espalhou pela Europa com o movimento hippie.
Por outro lado, os designers japoneses cresciam em importância 
internacional, pois estavam mais dispostos do que os demais a abraçar a nova 
tecnologia. Na década de 70, a tecnologia ampliou ainda mais a liberdade dos 
designers, propiciando-lhes maior controle sobre a composição tipográfica e a 
reprodução da imagem. Já na era contemporânea, poucos são os artistas gráficos 
cujas obras se destacam quantitativa e qualitativamente. Um exemplo é Ikko 
Tanaka, que possui obras fixadas em museus como o MOMA, de Nova Iorque. Os 
cartazes de Ikko Tanaka são conhecidos pelo uso sutil da cor. Embora claramente 
japoneses, demonstram uma compreensão do pensamento ocidental moderno 
em relação ao design.
FIGURA – MULHER SEM TÍTULO, 1984. IKKO TANAKA
FONTE: <http://www.theblendwithin.com/features/ikko-tanaka>. Acesso em: 15 abr. 2019.
Alguns dos cartazes mais controvertidos do século foram produzidos por 
Oliviero Tosconi para a Benetton, empresa italiana de confecção. Sob o slogan 
“The United Colours of Benetton” ele expôs imagens chocantes e violentas, 
inclusive Cristo como um aidético moribundo, um carro se incendiando e 
uma mulher dando à luz. O único ponto em comum entre as imagens é o fato 
de impressionarem. Embora alguns críticos questionaram a sua relevância em 
relação ao produto, os cartazes atraíram grande interesse.
FIGURA – WHITE, BLACK E YELLOW. OLIVIERO TOSCONI, 1996
FONTE: <https://wwd.com/fashion-news/fashion-scoops/oliviero-toscani-shows-his-
magnificent-failures-with-an-exhibition-in-milan-10805826/>. Acesso em: 15 abr. 2019.
130
UNIDADE 2 | CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO
Apesar dos muitos gastos em campanhas publicitárias pela televisão, o 
comércio e o governo não abriram mão da comunicação direta e eficaz do cartaz. 
O computador continua cada vez mais importante no design de cartazes, e 
novos programas permitem a manipulação da imagem em níveis nem sonhados 
anteriormente. O trabalho resultante pode mesclar qualquer combinação de 
fotografia, ilustração e tipografia.
FONTE: Adaptado de: CAMBESES, Vosnier. Uma breve história dos cartazes. Disponível em: https://
imasters.com.br/noticia/uma-breve-historia-dos-cartazes. Acesso em: 19 set. 2019.
131
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• Pós-Impressionismo foi um movimento em que artistas queriam prover uma 
liberdade individual de expressão pictórica.
• Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Loutrec, como esses artistas são conhecidos, 
foram à procura da construção de uma identidade pessoal projetada em suas 
telas.
• Gauguin, artista que propunha realizar pinturas mais primitivas, também 
procurava fazer estudo de cores e pintar com cores primárias e secundárias.
• Van Gogh foi um artista que procurava fazer várias versões de uma mesma 
cena, como também procurava se retratar diversas vezes. Teve destaque para 
trabalhar com empaste grosso.
• Lautrec foi um artista inovador, podemos dizer irreverente, pois apresentava 
um traço leve e livre, que propiciou construções de cartazes publicitários, 
começando assim a promover um evento através da arte publicitária.
• A arquitetura desse período é considerada o marco do design industrial, com 
uso de diferentes técnicas de construção para atender à demanda da nova 
sociedade.
132
1 Sobre o movimento pós-impressionista, identifique as suas principais 
características e assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Foi durante o movimento pós-impressionista que o artesanato entrou 
em declínio, devido à produção de peças em caráter industrial.
b) ( ) As pinturas de Paul Gauguin têm influência grega.
c) ( ) A arquitetura se volta ao molde clássico.
d) ( ) É o momento de maior junção entre arte e arquitetura.
2 Assinale a alternativa INCORRETA nas afirmações sobre o movimento 
denominado pós-impressionista, no que se refere aos artistas, princípio 
arquitetônico e momento histórico:
a) ( ) Van Gogh e Toulousse-Lautrec são nomes importantes deste movimento.
b) ( ) Predomina a funcionalidade da arquitetura urbana.
c) ( ) O Pós-Impressionismo pode ser entendido como um período de 
transição entre o Romantismo e o Realismo. 
d) ( ) Na arquitetura deste período teremos o encontro da indústria com o 
design.
AUTOATIVIDADE
133
UNIDADE 3
DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO 
MUNDO CONTEMPORÂNEO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender as transformações sociopolíticas e da arte nos séculos XX e XXI;
• conhecer artistas e obras;
• relacionar a arte com outras áreas de estudos e campos profissionais;
• discutir tendências artísticas que eclodiram a arte moderna;
• refletir sobre as diferentes linguagens artísticas na arte contemporânea;• entender as características da arte contemporânea;
• reconhecer os entrelaçamentos filosóficos e políticos da arte contemporânea.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado. 
TÓPICO 1 – REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS 
MODERNOS
TÓPICO 2 – CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO
TÓPICO 3 – REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
TÓPICO 4 – EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
134
135
TÓPICO 1
REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS 
MODERNOS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Chegamos à última unidade do livro didático! Neste primeiro tópico, será 
exposta a transformação da arte moderna, mediante um cenário de transformações. 
Muitos movimentos artísticos que surgiram na primeira metade do século XX, em 
meio a conturbações políticas e sociais, problemas econômicos devido a guerras 
mundiais, fizeram com que artistas se expressassem de maneiras diversas dentro 
desses estilos e de suas tendências.
Como contexto histórico tem a crescente urbanização de algumas cidades 
gerando um protagonismo de algumas capitais. O cenário de desenvolvimento 
acelerado está ligado aos modos de produção e distribuição das riquezas, muitas 
vezes representadas pelos comércios de produtos. Essa dinâmica do capitalismo 
resulta no fatiamento da sociedade em classes sociais e no fortalecimento da 
burguesia, surgindo as lutas políticas e ideológicas.
Nesse mundo urbano em transformação ocorrem alterações econômicas 
e políticas, entre elas a Revolução Russa, o nascimento do fascismo italiano, o 
nazismo na Alemanha e a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Durante este 
século também acontece o desenvolvimento da energia nuclear, a conquista do 
espaço, o desenvolvimento tecnológico (em especial o computador e os meios de 
comunicação visual) e o uso de satélites. Destaca-se, nesse período, a valorização 
e a expansão do campo da publicidade.
Com o passar do século XX, alguns movimentos artísticos são 
considerados libertários pelo uso de cores e formas e por representarem uma arte 
que transforma, tencionando o seu papel social. Os artistas procuravam explorar 
elementos da linguagem e cultura visual, utilizando novos materiais.
Essa ebulição de pesquisa na arte compartilhava também a efervescência 
das mudanças que permeavam o cenário sociopolítico daquele período. O 
desenvolvimento industrial se expandia e influenciava fortemente a vida 
social das pessoas, conferindo dinâmicas diversas. Por sua vez, os movimentos 
artísticos se articulavam acompanhando essa forma de pensar, por exemplo, 
como o movimento artístico denominado Futurismo, inspirado na velocidade e 
na mecanização imposta pela nova era industrial e tecnológica. Por outro lado, 
os artistas dos movimentos surrealista e dadaísta surgem para fazer a crítica ao 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
136
futurista. Nesse mesmo fluxo tensivo, artistas dos movimentos denominados 
pop-art e op-art potencializam reflexões em torno da cultura dos centros 
industrializados em diálogo com a produção literária. 
Proença (1998) destaca que os estudos psicanalíticos freudianos vão 
proporcionar aos artistas uma produção artística voltada à crítica à cultura 
europeia. Ainda segundo a autora, alguns movimentos como o Dadaísmo e o 
Surrealismo passam a expressar a falta de sentido na vida contemporânea de 
forma fantasiosamente através de suas pinturas.
No que se refere à arquitetura, Argan (2006) aponta as transformações 
desse período como um fator de questionamento das estruturas das cidades que 
se tornam inadequadas ao desenvolvimento urbano acelerado. 
As tendências artísticas serão apresentadas de forma simplificada, uma 
vez que elas surgiram em diferentes momentos nos mais diversos lugares do 
mundo, fazendo compreender a essência dos mais importantes estilos citados 
neste livro. Então, vamos iniciar os estudos numa perspectiva de ampliar o olhar 
sobre a arte, sobre o que ela representa na sociedade, na vida do ser humano. 
2 EXPRESSIONISMO
Segundo Argan (2006, p. 227), “o expressionismo é um fenômeno europeu 
com dois centros distintos: o movimento francês dos Fauves (“feras”) e o 
movimento alemão Die Brücke (“A ponte”)”. O autor frisa que o Expressionismo, 
compreendido como movimento que teve seu início entre 1904 e 1905, não 
surgiu como oposição às correntes modernistas, mas sim no interior delas, como 
superação de seu ecletismo, como discriminação entre os impulsos progressistas 
e a retórica progressista, como concentração da pesquisa sobre o problema 
específico da razão de ser e da função da arte. Os principais artistas pertencentes 
a esse grupo são: Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Emil Nolde (1867-1956), 
Egon Schiele (1890-1918), Karl Schmidt-Rottluff e Oskar Kokoschka.
O Expressionismo tem como característica trazer para as telas a 
potencialização do drama, da esperança, do sofrimento e de deformações humanas 
através do uso das cores, trazendo sentimentos carregados de intenções sociais 
e morais, sendo extremamente subjetivo. Esse movimento teve como inspiração 
o pintor norueguês Edward Munch (1863-1944), que pintou uma das obras mais 
famosas do mundo: O grito.
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
137
FIGURA 1 – EDWARD MUNCH. O GRITO (1893)
FONTE: <https://arteeartistas.com.br/o-grito-edvard-munch/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
Tendo como pano de fundo a doca de Oslofjord, em Oslo, na Noruega, o 
pôr do sol se revela nas pinceladas do artista, tendo como centro em seu quadro 
uma figura com expressão de sofrimento emocional. 
DICAS
Acesse o site do artista, lá você poderá encontrar diversas informações sobre 
ele e suas obras. Não se esqueça de ativar a tradução para o português. Veja o link: https://
munchmuseet.no/en/.
Pode-se notar que os expressionistas fugiam de uma pintura regrada e 
tradicional, pois manifestavam suas emoções que, muitas vezes, o público se 
sentia incomodado, justamente porque o Expressionismo distanciou-se da beleza. 
Tinha como característica deformar a realidade através das cores fortes, com 
tendência pelas temáticas trágicas e deprimentes. Os artistas trabalhavam com 
senso de criatividade e procuravam terminar suas obras o mais rápido possível.
FIGURA 2 – EMIL NOLDE. A ÚLTIMA CEIA, 1909
FONTE: <http://wwwpoetanarquista.blogspot.com/2012/04/pintura-emil-nolde.html>. 
Acesso em: 19 abr. 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
138
Emil Nolde, no quadro intitulado A Última Ceia, representa um tema 
religioso bastante conhecido, mas diferencia a pintura usando pinceladas livres, 
cores vivas, formas expressivas e figuras distorcidas.
Uma figura importante do movimento expressionista foi o artista Ernst 
Kirchner. Ele foi um dos fundadores do grupo Die Brücke (A ponte), movimento 
que priorizava a temática da vida social.
FIGURA 3 – ERNST KIRCHNER. A BANDOLIMINA (1921)
FONTE: <https://www.theartnewspaper.com/preview/kirchner-s-exotic-journeys-were-all-made-
in-his-mind>. Acesso em: 19 abr. 2019.
No quadro A Bandolimina, Ernst Kirchner utiliza uma paleta de cores 
vibrantes, em que figura e fundo se harmonizam com o mesmo ritmo e plano 
sem perder suas particularidades.
Egon Schiele vai brindar o espectador com quadros que trazem figuras 
expressivas de sofrimento. A realidade em suas dores e cores ganham forma nas 
mãos do artista que utiliza a figura humana como porta voz de sua arte.
FIGURA 4 – EGON SCHIELE. AUTORRETRATO, 1912
FONTE: <https://arteref.com/arte/egon-schiele-revolucionou-o-modo-de-ver-a-pintura-
figurativa/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
139
Nesse autorretrato, Schiele apresenta um movimento interessante do 
corpo desafiando o espectador a compreender a apreensão do movimento pelo 
artista. A pintura deixa evidente as rápidas pinceladas com figura e fundo que se 
mesclam sem perder o destaque da figura.
Sobre a arquiteturano século XX, Foster (2015) escreve que durante muito 
tempo a pintura e a escultura estiveram presentes nas construções arquitetônicas, 
seja completando o cenário ou ainda dividindo com as construções o status 
artístico. Será neste novo século que a união arte e arquitetura ganham outro 
delineamento, criando o cenário imagético em sua totalidade, em conexão com o 
desafio do uso de novos materiais (tecnologia) e o desenvolvimento urbanístico. 
O autor traz como exemplo dessa relação o surgimento das construções que 
abrigam os museus, centros artísticos e os festivais.
A arquitetura expressionista se desenvolve, segundo Argan (2006), no 
cenário pós-guerra alemão que traz o desafio de reconstrução; nesse sentido, os 
arquitetos assumem o espírito construtivo de um país em recuperação de sua 
democracia. Destaque para Bruno Taut (1880-1938), Erich Madelson (1887-1953) e 
Hans Scharoun (1893-1972). 
FIGURA 5 – BRUNO TAUT. PAVILHÃO DE VIDRO PARA A EXPOSIÇÃO DE WERKBUND, 1914. 
COLÔNIA, NO OESTE DA ALEMANHA
FONTE: <https://www.hetschip.nl/en/visitors/activities/upcoming-bruno-taut>. 
Acesso em: 19 abr. 2019.
O Pavilhão de Vidro era considerado uma casa de arte. Sua estrutura de 
concreto coberta com placas de vidro colorido funcionava como espelhos e os 
reflexos de luz conferiam à construção uma identidade inovadora. Sua construção 
foi financiada pela associação da indústria alemã. 
3 FAUVISMO 
O movimento nominado Fauvismo se deve aos artistas que durante 
o Salão de Outono, em Paris (1905), foram chamados de fauves – feras, em 
português. A referência às feras se deve à intensidade com que usavam as 
cores puras, sem misturá-las. A marca desse movimento é a simplificação das 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
140
formas, das figuras e o emprego de cores puras, resultando em uma pintura 
bidimensional, que abandona a realidade visual, deforma as imagens e atribui 
à cor o papel central. A maioria das pinturas são representadas com temas 
alegres. Os críticos de arte e historiadores apontam nessas obras a influência da 
pesquisa pictórica do primitivismo de Paul Gauguin e a veemência das cores 
fortes de Vicent van Gogh, ambos estudados anteriormente. O Fauvismo teve 
vida curta, terminou por volta de 1908.
Dentre os artistas desse movimento encontram-se: Georges Rouault 
(1871-1958), Maurice de Vlaminck (1876-1958), Raoul Dufy (1877-1953), André 
Derain (1880-1954) e o artista com maior destaque foi Henri Matisse (1869-
1954). Uma de suas características era não se preocupar com o Realismo, 
pregava uma explosão de cor.
FIGURA 6 – HENRI MATISSE. A DANÇA, 1910
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/a-danca-henri-matisse/>. 
Acesso em: 19 abr. 2019.
Um dos quadros mais famosos de Matisse, A dança, apresenta figuras 
simplificadas em linhas que sugerem a dança de roda. O artista não se preocupa 
com as formas, mas com a maneira de representá-las.
Compõe a tela cores intensas e corpos de figuras que dançam entre o céu 
e a terra. Os braços e os pés sugerem a continuação do movimento iniciado pelo 
outro, como numa roda que gira sem interrupção. 
Canton (2010) nos chama a atenção para a cobertura da tela e a ausência 
de espaços em branco. Para o autor, Matisse tem eu seu trabalho a marca de 
composições diferentes, influências recebidas das viagens do artista ao Marrocos, 
principalmente das padronagens e estamparias que existe naquele país. 
DICAS
Acesse o site com a biografia e obras referente ao artista Henri Matisse. Não se 
esqueça de clicar em traduzir. Acesse: http://www.henri-matisse.net/.
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
141
4 CUBISMO
No movimento Cubismo, os artistas interessaram-se pelas obras 
impressionistas de Paul Cézanne, em que o artista trazia uma natureza expressa 
em cones, esferas e cilindros. Outra influência importante são os traços das 
máscaras africanas, um elemento trazido por Pablo Picasso em suas viagens ao 
continente africano.
Mas os cubistas queriam ir mais longe, propunham decompor os objetos, 
assim não se preocupariam com a perspectiva ou das três dimensões das figuras, 
que os renascentistas traziam em suas telas. Dois momentos, apresentados a 
seguir, caracterizam o estilo.
• Cubismo Analítico (1908-1911)
Nessa etapa, o quadro se torna objeto, e o uso das cores escuras como 
cinza, preto e marrom colaboraram para tal propósito. Além de estudar um 
tema e apresentá-lo de todos os lados, levaram a fragmentá-lo e espalhá-lo pela 
tela, dificultando o reconhecimento das figuras nas pinturas. Segundo Canton 
(2010, p. 46), “para realizar esta tarefa, os cubistas começaram a fragmentar uma 
imagem fazendo com que ela pudesse ser vista ao mesmo tempo sob vários 
ângulos. A ideia era dar à pintura uma capacidade mais analítica, mais completa 
de representação”. Entre os artistas representantes desse período temos Pablo 
Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963).
FIGURA 7 – GEORGES BRAQUE. GARRAFA E PEIXES, C.1910-12
FONTE: <https://www.tate.org.uk/art/artists/georges-braque-803>. Acesso em: 19 abr. 2019.
Georges Braque foi um pintor, desenhista, gravador e escultor francês, 
referência na fase do cubismo analítico. Neste quadro, Garrafas e peixes, descontrói 
a forma conhecida das figuras representadas, misturando as linhas e cores, 
exigindo do espectador o desenvolvimento de um olhar investigativo, provocado 
pelo título da obra. 
Os dois artistas, Picasso e Braque, procuraram nessa etapa sobrepor 
muitas vezes as formas e, para isso, tinham que deixar de lado as cores para não 
interferir na composição e fragmentação das formas (CANTON, 2010).
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
142
• Cubismo Sintético (1911-1914)
Em 1912, os artistas diminuem a decomposição da forma, retornando às 
estruturas geométricas simples e reaparecendo o sentimento da cor (CANTON, 
2010). Os objetos preferidos foram escolhidos devido às formas simples, como 
violão, livros, cadeiras, janelas, partituras, entre outros. 
FIGURA 8 – JUAN GRIS. CAFÉ DA MANHÃ, 1914
FONTE: <https://pinturassurrealistas-tamara.blogspot.com/2013/12/el-desayuno-juan-gris.html>. 
Acesso em: 19 abr. 2019.
Estes objetos, ao serem incorporados na tela, ganham novos sentidos, 
exprimindo relação entre forma (dos objetos) e cor que fora empregada na tela. 
Em 1914, aparecem inovações, agregando-se letras tipográficas, madeira, jornal, 
metal nos quadros, além de desenvolver a textura. Artistas que fizeram parte: 
além de Pablo Picasso e George Braque, compunham o grupo Juan Gris (1887-
1927), Fernand Léger (1881-1955) e Robert Delaunay (1885-1941).
O artista Pablo Picasso, de origem espanhola, era inventivo e revolucionário. 
Durante sua caminhada artística estudou a arte grega, romana e egípcia.
FIGURA 9 – PABLO PICASSO. O POETA, 1911
FONTE: <https://unhasinspiradas.wordpress.com/2012/03/03/o-cubismo/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
143
No quadro intitulado O Poeta, a fragmentação intensa da figura do poeta se 
afasta da representação moderna da figura de forma radical. Com recortes sucessivos, 
o artista quase esconde a figura humana entre linhas monocromáticas, onde apenas 
uma cor predomina e a variedade fica por conta dos diferentes tons da mesma cor.
Ele passou por diversas fases. Uma delas é a fase azul (1901-1907), em que 
mostrava o cotidiano trágico da sociedade (mendigos, pobres, alienados), adotando 
as cores azul e cinza, além de alongar os membros para reforçar as figuras. 
FIGURA 10 – PABLO PICASSO. CAFÉ DA MANHÃ DE UM HOMEM CEGO, 1903
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/pablo-picasso/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
O predomínio da cor azul nos quadros desse período marcou a produção 
do artista, os quais recebem a denominação dessa fase. Com forte tendência a 
expressar melancolia, o artista se volta ao cotidiano de pessoas que enfrentam 
dificuldades, poetizando em cores e formas a tristeza alheia.Já a outra fase do 
artista é chamada de fase rosa (1905-1906), em que suas pinturas são mais serenas 
e sensuais. Ele procurava retratar dançarinos, arlequins e artistas circenses usando 
tons rosa e de terra.
FIGURA 11 – PABLO PICASSO. MENINO COM UM CACHIMBO, 1905
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/pablo-picasso/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
144
O quadro Menino com um cachimbo marca a fase rosa do artista. Além da 
transformação da cor, essa nova fase assume a representação de figuras mais alegres.
Em 1907, o artista teve contato com a arte africana e voltou-se mais para o 
cubismo em sua última fase. “Os artistas africanos usavam não só madeira e latão, 
mas também conchas, penas, ossos, palha e pedacinhos de metal. Eles mostraram 
como era possível ver o mundo de maneira diferente e produzir algo novo, 
original e empolgante” (MASON, 2004, p. 11). Vendo a criatividade desses artistas, 
a liberdade de criar sem se preocupar com algo acadêmico, Picasso procurou 
também ser irreverente, quando produziu o quadro Les Demoiselles d'Avignon (As 
donzelas de Avignon), em que não usava perspectiva e sombreamento. Brincava 
com as formas, chegando a colocar a face de perfil e o olho em uma visão frontal.
FIGURA 12 – PABLO PICASSO. LES DEMOISELLES D'AVIGNON, 1907
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/pablo-picasso/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
Na tela Les Demoiselles d'Avignon, Picasso transfigura corpos e máscaras 
africanas conferindo uma dinâmica inovadora. A composição do quadro leva o 
espectador a mergulhar em uma experiência pictórica que lembra espelhos em 
fragmentos.
Pablo Picasso trabalhou com outros artistas, fazendo experimentos com 
materiais diversos, mas alguns foram convocados para a Guerra, e Picasso como 
não se alistou, pintou paisagens cubistas, naturezas mortas e uma série de pinturas 
de mães com filhos, possivelmente pela morte de sua terceira mulher. Pintou 
Guernica, uma das suas mais famosas criações. Foi um artista que experimentou 
vários materiais para se expressar, como óleo, tinta de impressão, crayon, 
esculturas em ferro, bronze, metal, gravura, litogravura e cerâmica. Procurou 
sempre inovar, por isso o que importava era o processo criativo em si.
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
145
FIGURA 13 – PABLO PICASSO. GUERNICA, 1937
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/pablo-picasso/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
Essa tela é uma manifestação sobre o episódio trágico do bombardeio da 
cidade civil Espanhola de Guernica, ocorrido no dia 26 de abril de 1937. Era um dia 
comum, em que as pessoas faziam suas tarefas cotidianas e foram surpreendidas 
com o bombardeio. Picasso, em seu estilo cubista de paleta monocromática, 
registra o resultado da violência, com representação de dor, morte e revolta.
DICAS
Veja o documentário referente a Pablo Picasso e compreenda o universo deste 
esplendoroso artista. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2JcI5yxOd8c. 
Na escultura, a efervescência do Cubismo assume formas a partir de 
materiais como bronze e mármore. Destaque para Henri Laurens (1885-1954), 
Jacques Lipchitz (1891-1973), Ossip Zadkine (1890-1967), além de Picasso e 
Braque, que não se limitaram à pintura. 
FIGURA 14 – OSSIP ADKINE. LE POÈTE, 1942
FONTE: <https://www.zadkine.com/de/portfolio/arbeiten/bildhauerei/le-poete/>. 
Acesso em: 19 abr. 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
146
A fragmentação da figura e a justaposição das linhas também aparecem 
na escultura cubista, materializando a ideia inicial de uma pintura objeto por 
sua composição tridimensional. As figuras representadas possuem a mesma 
organização de linhas e cores, porém em dimensão diferenciada. Enquanto o 
quadro é bidimensional, a escultura é tridimensional.
O Cubismo será também de inovações e desafio para o campo da 
arquitetura. Para Argan (2006, p. 305), “o espaço cubista se tornará viável e 
habitável na arquitetura, contribuindo para a formação do princípio estrutural 
do funcionalismo arquitetônico”. 
FIGURA 15 – SVEN GOTTFRID MARKELIUS (1889-1972). VILLA MYRDAL, 1937
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sven_Markelius#/media/File:Villa_Myrdal_1937c.
jpg>. Acesso em: 19 abr. 2019.
Trata-se de uma casa projetada por Makelius, em Bromma, Estocolmo. 
O destaque da casa era o efeito acústico de intercomunicação entre os cômodos, 
característica considerada importante para o arquiteto. A intercomunicação entre 
os cômodos hoje é considerada um incômodo devido à falta de privacidade, mas 
a acústica integrada foi uma experiência importante na época. 
5 ABSTRACIONISMO
O Abstracionismo caracteriza-se por uma pintura que apresenta liberdade no 
uso de formas orgânicas ou geométricas, além de explorar o uso das cores, ritmos e 
texturas. Surge a proposta de que ao deslumbrar a obra, cada pessoa possa ter uma 
compreensão, valorizando as experiências dos sujeitos e delegando a ele o processo 
de fruição da obra. Ocorre um processo em que o espectador é também um criador, a 
partir da subjetividade potencializada no encontro com a obra de arte.
Segundo Proença (2011), a pintura abstrata caracteriza-se pela ausência 
de relação imediata entre as formas e as cores representadas e as formas e as 
cores reais. Por isso uma tela abstrata não representa de forma figurativa ou 
fotográfica a realidade que nos cerca, também não existe uma sequência de fatos 
representados por imagens. 
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
147
Um dos representantes deste movimento foi Vassily Kandinsky (1866-
1944), que elaborou uma série de estudos envolvendo arte e espiritualidade. Seu 
estudo pictórico acabou dando origem ao livro Do Espiritual na Arte. A música 
também era uma fonte de inspiração para o artista e muitas de suas obras têm um 
envolvimento entre cores, sons e o estado emocional.
FIGURA 16 – VASSILY KANDINSKY. IMPROVISAÇÃO 26, 1912
FONTE: <https://budita.wordpress.com/2009/03/20/analise-critica-sobre-a-pintura-de-
kandinsky/>. Acesso em: 26 abr. 2019.
A pintura Improvisação 26 reflete a proposta da pintura de Kandinsky, que 
defendia a renuncia à figuração como o único meio para alcançar uma pintura 
pura. Nesse sentido, críticos e historiadores definem que sua obra supera qualquer 
conceito de imitação ou decoração. A obra de Kandinsky pode ser comparada 
à composição musical; a distribuição da cor no quadro se aproxima das notas 
musicais de harmonia e contraste.
Para o artista do abstracionismo geométrico, o holandês Piet Mondrian, os 
seres são vistos através de um conjunto de linhas (verticais, horizontais, diagonais 
e curvas). No entanto, as linhas diagonais e curvas fizeram pouco tempo parte de 
suas criações, pois as abandonou e deu lugar às linhas verticais que representavam 
a vitalidade e as linhas horizontais que representavam a tranquilidade. Para o 
artista, as linhas horizontais e verticais, quando unificadas, formavam um ponto 
de equilíbrio, sendo preenchidas com as cores primárias, além do preto e branco. 
Outros profissionais se inspiraram em suas obras, como arquitetos, desenhistas 
industriais e até do ramo das artes gráficas. “Mondrian não ia à busca da emoção 
pura e lírica; o seu objetivo, segundo afirmava, era a ‘pura realidade’, que definia 
como o equilíbrio de posições desiguais, mas equivalentes” (JANSON, 2007, p. 964).
Muitos artistas assumiram em seus trabalhos o conceito do abstracionismo 
geométrico, chegando a formar um grupo com designers e arquitetos que 
produziram uma revista chamada Stijl (O estilo).
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
148
FIGURA 17 – PIET MONDRIAN. TRAFALGAR SQUARE, 1939-43
FONTE: <https://www.moma.org/collection/works/79879>. Acesso em: 26 abr. 2019.
A obra intitulada Trafalgar Square ou Praça Trafalgar foi o primeiro quadro 
de uma série de pinturas de Mondrian. Por cada cidade que o artista passou 
como refugiado durante a Segunda Guerra Mundial, Mondrianpintava uma tela 
e conferia o nome da cidade em que estava. A composição da obra traz planos 
pequenos de cores primárias; dois campos retangulares formam uma grade 
preta. Grandes marcas se inspiraram nas obras do artista, como a grife italiana 
Moschino, e também seguiu tendência com calçados (Nike) e acessórios. 
No Brasil, um dos nomes mais importantes do movimento do 
Abstracionismo é Lygia Clark (1920-1988), umas das representantes do movimento 
conhecido como Neoconcretismo. Liberdade e subjetividades eram elementos 
centrais na obra da artista.
FIGURA 18 – LYGIA CLARK. PLANOS EM SUPERFÍCIE MODULADA, 1957
FONTE: <https://www.artbasel.com/catalog/artwork/37720/Lygia-Clark-Planos-em-
superf%C3%ADcie-modulada>. Acesso em: 28 abr. 2019.
Planos em Superfície Modulada, de Lygia Clark, leva o espectador por 
labirintos pictóricos de forma simplificada aos olhos, mas complexa aos sentidos 
e em seu conjunto propõe a continuidade do olhar.
Na arquitetura, destaque para Charles-Edouard Jeanneret-Gris (1887-
1965), mais conhecido por Le Corbusier, que figura como um dos mais importantes 
artistas e arquiteto do século XX. Le Corbusier a partir da formula pitagórica, 
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
149
“o homem como medida de todas as coisas”, vai escrever o Modulor, livro com 
orientações sobre a arquitetura: um edifício com o propósito de não atrapalhar a 
natureza e sim acolher (ARGAN 2006, p. 266).
FIGURA 19 – LE CORBUSIER. PALÁCIO DA ASSEMBLEIA (CHANDIGARH, ÍNDIA)
FONTE: <https://herschelsupply.co/stories-design-spotlight-le-corbusier/>. Acesso em: 1 maio 2019.
O Palácio da Assembleia de Chandigarh, na Índia, é um bom exemplo 
do que Le Corbusier entendia como arquitetura integrada. Linhas retas que 
se encontram formando cubos é a característica dessa construção; fica quase 
indivisível a água e o concreto que formam o todo do planejamento arquitetônico.
6 CONSTRUTIVISMO
Dentro da arte abstrata se desenvolveu na Rússia, em 1910, o movimento 
construtivista, idealizado por artistas jovens, como: Alexander Rodchenko (1891-
1956), Natalia Goncharova, Olga Rozanova (1881-1962), Vladmir Tatlin (1885-
1953), entre outros. Eles tiveram outra iniciativa para a arte, design de objetos 
e roupas, pôsteres e até cinema. “O construtivismo utilizava uma forma de 
representação geométrica, com formas simplificadas e seriadas, que retratava um 
novo ser humano, vivendo em um mundo industrial, rápido e eficiente, habitado 
por pessoas iguais, com os mesmos direitos e deveres” (CANTON, 2010, p. 55). 
Projetava-se um novo meio e caminho de se fazer arte, em que os 
artistas viam na arte abstrata como possibilidade de estabelecer vínculo com os 
operários das indústrias, pois a sociedade precisava uma nova e moderna arte. 
Esse pensamento pode ser visto nas construções, em que os elementos em nada 
remetiam ao passado. O artista Tatlin, depois da Segunda Guerra Mundial, 
tentou combinar arte e arquitetura, que acabou projetando um monumento para 
exposições e congressos. Mais tarde, ele e o artista Rodchenko dedicaram-se ao 
desenho industrial, além de Rodchenko se tornar fotógrafo.
No que se refere à arquitetura desse período teremos a união entre design 
gráfico e a publicidade, que com o uso de novos materiais (antena de rádio, cabos 
tensionados, estruturas de concreto e vigas metálicas) vão surgir novas formas 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
150
arquitetônicas. Várias foram às influências desse pensamento no decorrer do 
tempo, por exemplo, os clubes operários. A construção da sociedade comunista 
passava também pelo seu planejamento urbano.
FIGURA 20 – VLADIMIR TATLIN. MONUMENTO À TERCEIRA INTERNACIONAL, 1919
FONTE: <http://vanguardasufms.blogspot.com/2011/12/construtivismo-russo.html>. 
Acesso em: 28 abr. 2019.
Vladimir Tatlin projetou o “Monumento à Terceira Internacional” (1919-20). 
A maquete vista na foto foi feita em madeira, ferro e vidro, mas nunca foi construída 
na escala monumental; encontra-se no Museu Nahel de Arte Moderna de Paris.
7 SUPREMATISMO
Tendo as figuras do quadrado e círculo como centrais na composição das 
obras, o suprematismo surgiu em 1913 tendo como referência a obra do russo 
Kazimir Malevich (1878-1935). Uma arte que buscou a simplificação nas cores e 
formas; “o quadro torna-se não mais um objeto, e sim uma ideia mental e abstrata, 
estabelecendo uma ligação direta entre o mundo exterior material, e o mundo 
interior intelectual. Sentimentos e pensamentos poderiam ser transmitidos 
através de formas puramente abstratas” (CANTON, 2010, p. 56-57).
Nessa perspectiva temos uma composição pictórica que se funda na linha 
reta, tendo o quadrado como elemento básico; com declarado repúdio à arte do 
passado. Para o artista, cores e formas abstratas ultrapassam a objetivação da 
representação do mundo – por isso suprematismo (suprema, além da narrativa e 
da imagem) alcançando um estado perceptivo essencial de fruição da obra.
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
151
FIGURA 21 – KAZIMIR MALEVICH. CÍRCULO NEGRO, KAZIMIR MALEVICH, 1915, STATE RUSSIAN 
MUSEUM, SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/abstracionismo-
geometrico/suprematismo/#jp-carousel-2557>. Acesso em: 1 maio 2019.
A princípio, os especialistas definiram essa obra como possuidora de uma 
mensagem gráfica devido à objetividade imagética contida na obra. No entanto, 
depois de algumas exposições da obra, várias discussões vieram à tona, por 
exemplo, a ausência da cor preta, pois segundo especialistas, existe no quadro 
uma mistura de cores que remetem ao preto, mas não o uso direto da cor preta. 
Outra discussão aflorada está em torno de uma possível figura que se constrói na 
retina do expectador quando se olha fixamente, por alguns segundos, o círculo. 
8 DADAÍSMO
O dadaísmo pode ser denominado como o movimento da contestação 
social e artística. Acontece quase simultaneamente em Zurique e nos Estados 
Unidos; utiliza instrumentos variados e materiais inusitados. O cenário político 
social é a Primeira Guerra Mundial. Para os artistas dadaístas, a arte não poderia 
estar apenas voltada à apresentação e contemplação do belo.
Os artistas estavam desiludidos com a política e com a arte, procurando 
expressar sua revolta através do sentido irônico com o momento que a sociedade 
vivenciava, produzindo uma série de objetos de arte e eventos que provocavam 
estranhamento. O termo “Dadá” possui múltiplas explicações: quer dizer 
cavalinho de madeira, ou também pode ter sido pelo barulho de balbuciar que 
as crianças fazem, ou também pode ter sido por uma expressão na Romênia 
(CANTON, 2010). 
“Os artistas se sentiram frustrados com a decepção e o sofrimento 
causado pela guerra. Proclamavam uma antiarte e uma criação baseada no acaso, 
no absurdo, no irracional” (CANTON, 2010, p. 74). Não tinham pretensão de 
formular teorias para explicar o que o grupo queria transmitir, para fugir do 
raciocínio, criaram o automatismo psíquico, quer dizer, uma criação automática. 
Mas como? Tendo uso do instinto e da ação subconsciente, não dando ênfase à 
razão. É uma arte com a junção de materiais que formavam uma composição não 
real, abrindo portas para um movimento que iria surgir depois: o surrealismo. 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
152
Dadaísmo foi uma arte considerada absurda; os artistas poderiam utilizar 
materiais simples do cotidiano ou no outro extremo ressignificar obras de arte 
de grandes mestres da pintura, como o quadro Monalisa, do artista Leonardo 
da Vinci, que teve agregado um bigode. Onde está a criação? A intervenção na 
imagem original serviu para ironizar, criticar e, principalmente, questionar: Tudo 
é arte? O que seria arte?
Entre os artistas que fizeram parte desse movimento, encontramos: Marcel 
Duchamp (1887-1968) e Francis Picabia (1879-1953). Eles foram os fundadores do 
movimento em Zurique, capital da Suíça.Hans Arp (1887-1966), Francis Picabia 
(1879-1953) e Max Ernst (1881-1976) lideraram em outros países da Europa.
FIGURA 22 – MARCEL DUCHAMP. A FONTE, 1917
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/fonte-marcel-duchamp/>. 
Acesso em: 1 maio 2019.
Duchamp provoca o cenário artístico quando assina um mictório – objeto 
comum comprado em casa de materiais de construção. Seu pensamento era de que 
a arte não estaria no objeto em si, mas na ideia que ele poderia provocar. Portanto, a 
arte com o movimento Dadaísta se transformou, pois foram utilizados vários objetos 
do cotidiano para sua criação, mostrando que o conceito é que se transformava 
em obra de arte. “Ao deslocar os produtos manufaturados de seu espaço original 
e inverter sua disposição, como nas obras Fonte e Roda, Duchamp impregna de 
ironia os símbolos do avanço da civilização ocidental” (CASTRO, 2014, p. 2).
O dadaísmo deu início também a algumas técnicas, por exemplo, a 
fotomontagem. Como já fora estudado, os cubistas incluíram colagens em suas 
pinturas, mas o Dadá trabalhou somente com colagens. Trata-se de uma colagem 
feita com fotografias, em geral, tiradas de revistas. 
9 SURREALISMO
O surrealismo surgiu na França, em 1924, com o escritor André Breton, 
expondo ao público o interesse de explorar a mente, o sonho. Os artistas desse 
movimento defendiam que as obras deveriam ser construídas com as imagens do 
pensamento e do inconsciente. 
TÓPICO 1 | REVERBERAÇÕES DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MODERNOS
153
O campo da psicanálise através da figura de Sigmund Freud empolgou 
os artistas do surrealismo: “É como se até então apenas a ponta do iceberg que é 
o consciente humano tivesse sido descoberta. O que está por baixo faz parte do 
inconsciente ou subconsciente” (CANTON, 2010, p. 76).
Obras surrealistas seriam resultados de pensamentos absurdos, 
lembrando sonhos que muitas vezes não compreendemos, em que elementos e 
pessoas fazem parte de uma composição dita irreal. Podemos transpor um sonho 
em uma tela? “A noção de que era possível transpor um sonho diretamente do 
subconsciente para a tela, sem a intervenção do consciente do artista, não resultou 
na prática, verificou-se que certo grau de orientação era inevitável. No entanto, 
o surrealismo estimulou várias técnicas novas de provocar e explorar efeitos do 
acaso” (JANSON, 2007, p. 972). 
Os principais pintores surrealistas desenvolveram estilos muito pessoais, 
mas com o mesmo foco, o de retratar o mundo dos sonhos, do acaso, dos 
conteúdos inconscientes diretos, sem controle da lógica racional. Entre os artistas 
surrealistas, citamos alguns: Salvador Dalí (1904-1989), Juan Miró (1893-1983), 
Giorgio de Chirico (1888-1978) e René Magritte (1898-1967).
FIGURA 23 – SALVADOR DALÍ. A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA, 1931
FONTE: <https://www.culturagenial.com/a-persistencia-da-memoria-de-salvador-dali/>. 
Acesso em: 1 maio 2019.
Nessa tela, A persistência da memória, Salvador Dalí dilui o tempo nas formas 
contorcidas dos relógios. Elementos como a luz e a sombra também transmitem 
as reflexões do artista sobre o movimento contínuo do tempo.
154
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A arte moderna é datada na primeira metade do século XX e surge em meio 
a conturbações políticas e sociais, problemas econômicos devido a guerras 
mundiais. Esse contexto turbulento fez com que os artistas se expressassem de 
maneira diversa, gerando os inúmeros movimentos artísticos. 
• Os artistas expressionistas apresentavam uma pintura com dramaticidade, 
esperança, sofrimento e deformações humanas. O uso das cores reforça a 
tradução de sentimentos carregados de intensões sociais e morais.
• Os fauvistas ou feras, como eram conhecidos, usavam cores puras, simplificavam 
as formas das figuras, tendo projeção de movimento.
• Os cubistas propunham decompor a forma dos objetos. Assim nasceu o cubismo 
analítico e o sintético. O cubismo analítico procurava fragmentar a imagem, 
dificultando a compreensão. Já no cubismo sintético, os artistas procuravam 
agregar materiais diversos na tela, completando a imagem. Na arquitetura 
cubista prevalece a funcionalidade. 
• O movimento abstrato apresenta liberdade no uso de formas orgânicas ou 
geométricas, além de explorar cores, ritmos e texturas.
• O construtivismo utilizava uma forma de representação geométrica, com 
formas simplificadas e seriadas, acreditavam que precisavam de uma nova 
arte, novas construções modernas, não tendo ligação com o passado.
• Os suprematistas queriam buscar a simplificação nas cores e nas formas. Para o 
artista, o quadro torna-se não mais um objeto e sim uma ideia mental e abstrata.
• Os dadaístas, desiludidos com a política e com a arte, procuraram expressar 
sua revolta do cenário pós-Primeira Guerra Mundial através da banalização da 
escolha de objetos e a contestação das belas artes. 
• Obras surrealistas seriam resultados de pensamentos absurdos, sonhos que 
muitas vezes não são compreendidos. Esses pensamentos foram colocados nas 
telas em posições irreais.
155
1 A arte construtivista aconteceu na Rússia, no começo do século XX. Ela rompe 
com a arte de representação da natureza priorizando o objeto industrial. Os 
artistas desse período acreditavam que a arte deveria suprir necessidades 
práticas da vida social. Esses princípios influenciaram principalmente a 
arquitetura. Com base nessa assertiva, assinale a alternativa INCORRETA:
a) ( ) O construtivismo projetava um novo meio e caminho de se fazer arte, 
em que os artistas viam na arte abstrata um caminho para estabelecer 
vínculo com os operários das indústrias. 
b) ( ) O construtivismo surge a partir da arte abstrata. 
c) ( ) A arquitetura construtivista recusou o uso de materiais pré-fabricados.
d) ( ) Artistas como Olga Rozanova e Vladmir Tatlin tiveram outras iniciativas 
para a arte, como design de objetos, roupas, pôsteres e até cinema.
2 O dadaísmo foi um movimento radical de crítica cultural aos modelos 
culturais passados e presentes. Apresentou-se em várias frentes como 
revista, manifesto, exposição e outros. A partir dessa assertiva, analise as 
afirmações a seguir.
I- O dadaísmo surge na França e muitos artistas passaram a viver em Paris 
devido as milhões de pessoas mortas e feridas na Primeira Guerra Mundial.
II- O mais relevante do dadaísmo estava nos artistas se rebelarem contra os 
absurdos da guerra.
III- A pintura abstrata caracteriza-se pela ausência de relação imediata entre as 
formas e o dadaísmo apresentava textos sem coerência, tudo sem sentido, 
tudo era absurdo.
IV- O dadaísmo abre portas para um movimento que iria surgir depois: o 
surrealismo.
Estão CORRETAS as afirmativas: 
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) I, III e IV.
d) ( ) II, III e IV.
3 O surrealismo foi lançado pelo poeta francês André Breton, em outubro de 
1924. Na concepção dos artistas surrealistas, a arte deveria se desvencilhar 
da lógica e da razão e ir além do estado de consciência, buscando a liberdade 
de expressão da imaginação e dos sonhos. O surrealismo teve como uma de 
suas influências as(os):
a) ( ) Ideias de Freud e a psicanálise.
b) ( ) Teorias do desenvolvimento cognitivo.
c) ( ) Teorias do inconsciente coletivo de Jung.
d) ( ) Preceitos da sociedade de consumo.
AUTOATIVIDADE
156
157
TÓPICO 2
CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Os conflitos no mundo, as demandas de uma sociedade e as crises de uma 
determinada época não precisam interferir diretamente nas produções artísticas, 
mas o artista também é sujeito dessa história e passa a refletir e traduzir as questões 
do seu tempo provocando transformações no contexto que lhe serve de inspiração. 
No final do século XX, os países europeus começam a se recuperar dos 
danos causados pela Segunda Guerra Mundial, que perdurou entre 1939 a 
1945. Com o crescimento da população, a indústria se acelera para fornecer ao 
mercado diversos artigos, estimulando o consumismo. A relação entre culturaamericana e a cultura europeia estreita-se; a situação política na Europa torna-
se mais perturbada e artistas e estudiosos de origens alemã, russa e espanhola 
procuraram refúgio na América livre. 
No que se refere ao desenvolvimento da cultura visual, movimentos 
artísticos como Pop Art (arte popular e cultura de massa), Op Art (ênfase na 
ilusão de ótica), Minimalismo (redução dos elementos que compõem a imagem), 
Expressionismo Abstrato (surge nos Estados Unidos) e Tachismo (França) 
confere ao período uma singularidade devido às escolhas pictóricas dos artistas. 
Cauquelin (2005) revela no sistema da arte contemporânea a relação arte e 
mercado. O consumo passa a ocupar não só a engrenagem do desenvolvimento 
industrial e tecnológico, mas também fornece elementos para o questionamento 
da estética existente. 
2 POP ART
É uma arte que ganhou muita força em 1950, devido ao aumento do consumo. 
Mas o que significa pop art? Deriva do inglês e significa “arte popular”. Apareceu 
nos Estados Unidos, mas acabou repercutindo por diversos países. Os artistas da 
pop art defendiam que a arte deveria circular com as massas e para as massas, em 
linguagem acessível. O popular e o cotidiano representados artisticamente seriam 
reconfigurados sem perder a comunicação com o grande público.
158
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Nesse movimento de aproximação com o popular, utilizavam em 
seus trabalhos artísticos elementos popularizados pela mídia, como novelas, 
quadrinhos, personagens do cinema, objetos de consumo como refrigerantes, 
entre outros. Os artistas da pop art tinham uma formação erudita e procuravam 
atingir a massa urbana com a escolha de temas conhecidos. 
Para McCarthy (2002), os artistas da pop art, voltando sua atenção para a 
cultura popular, reforçaram a ideia de que a arte moderna deveria tirar energia dos 
elementos do cotidiano e objetos de consumo, até então nunca contemplados pela arte. 
Alguns artistas que se destacaram no movimento Pop Art foram: Andy 
Warhol (1928-1987), Roy Lichtenstein (1923-1997), Robert Rauschenberg (1925-
2008), Edward Hopper (1882-1967), entre outros. 
FIGURA 24 – ANDY WARHOL. SEM TÍTULO DE MARILYN MONROE, 1967
FONTE: <https://revolverwarholgallery.com/andy-warhol-artist-icon-iconic-portraits-famous-
revolver-gallery/>. Acesso em: 1 maio 2019.
Com esse trabalho, o artista usou uma variação de cor, permanecendo 
os traços que caracterizam a atriz. Uma possibilidade de compreender essa 
obra é considerar a intenção do artista, que como os objetos são produzidos em 
série, a imagem de um artista pode ser manipulada para o consumo do público 
(PROENÇA, 1998).
Obras de arte de Warhol, em mais de 50 anos continuam presentes. 
Profissionais de várias áreas usam sua arte, estampando-a em objetos e roupas, 
propagando a popularidade da arte pop. No Brasil, a Arte Pop brasileira teve 
seu início durante a década de 1960. Os artistas priorizaram a forma e a técnica 
utilizada pelos artistas norte-americanos, como por exemplo, a reprodução em 
série. Entre os artistas brasileiros, destaque para Wesley Duke Lee (1931). 
TÓPICO 2 | CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO
159
DICAS
Conheça um pouco mais sobre o movimento pop art (principais artistas, 
obras, influências e contexto sociopolítico) assistindo ao vídeo: https://www.youtube.com/
watch?v=Auw60Bu6s3o.
3 OP ART
Op art vem do inglês e significa “arte óptica”. As obras dão a sensação de 
estarem em movimento, representando diferentes figuras geométricas, em preto 
e branco, ou coloridas, combinadas de modo a provocar no espectador sensações 
de movimento. 
Para Lucie-Smith (1983), as obras do movimento op art se propõem a 
interagir com o espectador a partir da sensação de movimento que, por sua vez, 
desencadeia uma resposta dinâmica do olho e tensão psicológica. Nesse sentido, 
passam a dialogar de forma intensa e livre com signos ligados à publicidade, às 
mídias de massa, por Hollywood e pela indústria cinematográfica.
Obras que apresentam movimento, vibração ou volume, foram 
desenvolvidas e criadas por artistas como: Victor Vasarely (1908-1997), Alexandre 
Calder (1908-1976) e Bridget Riley (1931).
FIGURA 25 – BRIDGET RILEY. MOVEMENT IN SQUARES, 1961
FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/artes/a-opart.htm>. Acesso em: 1 maio 2019.
A composição em justaposição de quadrados que se alternam em branco 
e preto provocam na retina do observador uma sensação de movimentação 
inquietante quando observada por algum tempo de forma fixa. 
Outro representante do movimento foi Alexander Calder, com uma obra 
escultura que se aproxima de um móbile. 
160
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
FIGURA 26 – ALEXANDER CALDER – MÓVEL, 1932
FONTE: <https://www.tate.org.uk/art/artworks/calder-mobile-l01686>. Acesso em: 1 maio 2019.
Impulsionadas pela corrente de ar, a escultura móbile tem as peças 
suspensas que, ao se movimentarem, provocam uma experiência visual no 
expectador. Calder é considerado pioneiro na escultura móvel. 
4 MINIMALISMO
Surgiu na década de 1960, nos Estados Unidos. Na pintura, essa arte 
tem como características: formas retangulares e cúbicas, iguais e repetidas. Já na 
escultura, os artistas usavam materiais industriais, ferro, aço, tubo fluorescente, 
tijolos e tinta industrial.
As obras minimalistas possuem um mínimo de recursos e elementos. 
A pintura minimalista usa um número limitado de cores e privilegia formas 
geométricas simples, repetidas simetricamente. No decurso da história da arte, 
durante o século XX, houve três grandes tendências que poderiam ser chamadas 
de “minimalistas”: (manifestações minimalistas: construtivismo, vanguarda russa, 
modernismo). Os construtivistas, por meio da experimentação formal, procuravam 
uma linguagem universal da arte, passível de ser absorvida por toda humanidade.
FIGURA 27 – DONALD JUDD. UNTITLED, 1967
FONTE: <https://www.moma.org/audio/playlist/1/92>. Acesso em: 1 maio 2019.
TÓPICO 2 | CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO
161
De um modo geral, todos esses movimentos vão encontrar eco nas obras 
de vários artistas brasileiros. Buscando caminhar com as linguagens artísticas 
de cada época, a arte brasileira se apropria do fluxo criativo dos movimentos 
artístico do século XX. Nesse sentido, as reverberações da arte, como apontado no 
título deste capítulo, atravessam fronteiras temporais e geográficas.
Na arquitetura do século XX não foi diferente. Os arquitetos europeus 
propunham pensar o urbano e sua configuração arquitetônica a partir das 
turbulências políticas e sociais que influenciavam a formação de grupos que 
compartilhavam territórios considerados públicos. Em contrapartida, questões 
como territorialidade e identidade também são fatores que influenciaram a 
arquitetura deste século, priorizando a racionalidade. 
No Brasil, destaque para o arquiteto Oscar Niemayer, considerado o 
pai da arquitetura moderna. Com um estilo inconfundível e centenas de obras 
espalhadas pelo mundo, Niemayer foi o arquiteto que projetou vários edifícios 
públicos de Brasília, a capital do Brasil. Com um desenho de linhas inovadoras, 
utiliza em suas construções materiais como o concreto e o vidro. 
FIGURA 28 – OSCAR NIEMAYER. CONGRESSO NACIONAL
FONTE: <https://www.ebiografia.com/oscar_niemeyer/>. Acesso em: 1 maio 2019.
O congresso nacional é um dos prédios que compõe o planejamento 
arquitetônico da cidade de Brasília, considerada uma das mais modernas devido 
à arquitetura singular de Niemayer.
DICAS
Saiba mais sobre a arquitetura do século XX, principais nomes, estilos, materiais 
usados. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=d3iJegOW9FM.
162
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
5 EXPRESSIONISMO ABSTRATO
O expressionismo abstrato ou ainda american-type painting, action painting 
foi um movimento artístico dos anos 1940, com origem nos Estados Unidos, mais 
especificamente na cidade de Nova Iorque, sendo que alguns críticos de arte 
denominam essemovimento de Escola de Nova Iorque.
As pinturas desse movimento geralmente são criadas em grandes suportes 
e os artistas utilizam gestos rápidos e instintivos no desenvolvimento de suas 
obras, como por exemplo, Jackson Pollock (1912-1956).
O artista americano Jackson Pollock estudava a filosofia do Extremo 
Oriente e aplicava seus fundamentos em suas obras. Também pesquisava a 
psicanálise de Young. Segundo Argan (2006), em seus estudos artísticos, Pollock 
admirava o muralismo mexicano representado por José Orozco e Diego Rivera 
(1883-1949), além da influência da obra de Pablo Picasso, intitulada Guernica. 
FIGURA 29 – JACKSON POLLOCK. RITMO DO OUTONO (NÚMERO 30), 1950
FONTE: <https://www.metmuseum.org/toah/works-of-art/57.92/>. Acesso em: 2 maio 2019.
Uma pintura gestual, que a partir de movimentos ritmados une o corpo 
do artista ao pincel e à tinta, se tornando quase um corpo estendido. Referente a 
sua obra, seu pensamento acerca da arte se materializa primando o automatismo 
da criação em um ritual “que mantém uma excitação constante, quase de lúcido 
delírio, da qual também contribui o álcool” (ARGAN, 2006, p. 81).
Outra característica do movimento expressionista abstrato é o uso das 
cores suaves ou intensas, em harmonia ou desarmonia. Localizadas em formas 
abstratas, nascidas do inconsciente dos artistas, tinham a intenção de propor a 
autonomia desses elementos visuais, sua interação e diálogo com o espectador.
Mais do que romper com a arte do passado, o Expressionismo Abstrato 
se configura como importante movimento pós-guerra que questiona valores 
existentes e propõe ação corporal na criação da obra, valorizando os elementos 
visuais. A arte expressionista não se propunha a representar abertamente objetos, 
mas sugerir através da ação do artista a compreensão de seus signos visuais.
As formas e cores eleitas por esses artistas eram também marca da 
individualidade na arte, gesto pensado e trabalho com a alma e com o corpo, em 
um cenário econômico de produção em massa.
TÓPICO 2 | CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO
163
As telas desse movimento artístico, denominado Expressionismo Abstrato, 
nos brindam com marcas visíveis do instrumento utilizado em sua criação, como os 
pincéis. As cores se sobrepõem, se misturam, formam fronteiras, desafiam limites 
e padrões de representação, chamando o espectador para a sensibilidade máxima.
Outro importante representante desse movimento foi Mark Rothko (1903-
1970). O artista concentra sua produção nas cores e formas abstratas defendendo 
que a arte deve ser sentida, tanto para o artista que a cria como para o espectador 
que frui a obra. 
FIGURA 30 – MARK ROTHKO. RED, ORANGE, TAN AND PURPLE, 1949 (DETALHE)
FONTE: <http://obviousmag.org/archives/2010/10/a_arte_meditativa_de_mark_rothko.html>. 
Acesso em: 2 maio 2019.
O quadro intitulado Vermelho, laranja, tangerina e roxo provoca esse 
encontro de cores improváveis, mas não impossíveis. Para o espectador é uma 
imersão em um universo colorido e de possibilidades de fruição.
O expressionismo abstrato marca a arte moderna com sua digital 
inconfundível e alavanca a necessidade dormente de outros artistas a criarem 
uma arte pessoal, questionando valores pictóricos impostos por instituições de 
arte que ditavam as regras deste universo de criação. Era um viva ao novo; ao 
repensado e principalmente ao pleno de sentidos.
6 TACHISMO
O tachismo se configura como um movimento artístico dos anos 1940, 
com origem na Europa, no período Pós-Segunda Guerra. Segundo Argan (2006), 
pode-se interpretar esta arte que recebe o nome de tachismo (de tasch, mancha). 
Visualmente, apresentam suas particularidades em manchas coloridas, às vezes 
uniformes e também de ordens geométricas.
Os artistas exploram a desordem, com pinceladas vigorosas concedem 
certa autonomia ao material utilizado, quando deixam a tinta escorrer livremente. 
No Brasil, o movimento ganha força na obra de Tomie Ohtake (1913-2015) e 
Manabu Mabe (1924-1997).
164
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
FIGURA 31 – MANABU MABE. VENTO VERMELHO, 1997
FONTE: <http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=174&evento=1>. 
Acesso em: 2 maio 2019.
O mural Vento Vermelho, de Manabu Mabe, foi especialmente criado para 
compor a capela de Santo Amaro na Fortaleza da Barra Grande, na entrada do 
porto de Santos/SP.
No que se referem às demais obras de artes em outros suportes, como 
a escultura e a gravura, é importante salientar que segue a efervescência deste 
período. É possível perceber que a pintura tem um espaço expandido saindo das 
telas e ocupando as ruas, mesclando-se com a tecnologia.
As nuances do século XX são percebidas no uso de materiais distintos, 
nas configurações sociais, nas tensões políticas, nas ideologias de cada época 
que não passam despercebidas pela arte. É certo que teremos uma acentuação 
do individualismo na maioria dos movimentos considerados vanguarda desse 
período, mas também é importante reconhecer a arte política e social de vários 
artistas. Entre eles, Antoni Tàpies (1923).
FIGURA 32 – ANTONI TÀPIES. LECTURA, 1998
FONTE: <https://antonioalves.blogs.sapo.pt/antoni-tapies-1626>. Acesso em: 20 jul. 2019.
TÓPICO 2 | CULTURA VISUAL: ARTE E EXPRESSÃO
165
No campo da arquitetura do século XX, teremos uma variedade de estilos 
e uma ampla variedade de uso de materiais como ferro, vidro, concreto, madeira 
e material reciclado. Muitas vezes utilizados de forma conjunta, esses materiais 
se mesclam no projeto urbanístico das cidades que crescem desordenadamente. 
Temos assim visualidades arquitetônicas diversas: nas metrópoles temos 
desenhos arquitetônicos distintos lado a lado nas cidades, centros comerciais com 
arquitetura arrojada e periferia com arquitetura simplificada. Centros modernos 
e favelas dividem o espaço urbanístico das metrópoles. 
166
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Na segunda metade do século XX, a arte apresentou-se mais livre. Os artistas, 
através dela, queriam fazer críticas, denunciar problemas sociais e demonstrar 
liberdade de expressão.
• O contexto sociopolítico que marcou esse período está ligado às guerras e à 
Revolução Russa.
• A arquitetura assume um compromisso de integração à natureza e passa a 
pensar o espaço arquitetônico não apenas no individual, mas no coletivo.
• Pop art surge com a proposta de popularizar a arte trazendo como tema de 
pintura objetos populares da cultura de massa.
• Op art foi a criação de obras que dão a impressão de movimento, de ilusão. A 
partir deste conceito, o artista Alexandre Calder introduziu os móbiles, muito 
usados atualmente.
• A arte minimalista era mostrar a essência, ou seja, o mínimo na pintura, música 
e literatura. Na pintura, essa arte tem como características: formas retangulares 
e cúbicas, iguais e repetidas.
• O Expressionismo Abstrato foi um movimento artístico dos anos 1940, com 
origem nos Estados Unidos; as pinturas desse movimento geralmente são 
criadas em grandes suportes e os artistas utilizam gestos rápidos e instintivos 
no desenvolvimento de suas obras.
• Tachismo é um movimento que apresenta em suas obras manchas coloridas, às 
vezes, uniformes e de ordens geométricas.
167
AUTOATIVIDADE
1 Observe a tela de Andy Warhol:
FIGURA – CHE GUEVARA/ANDY WARHOL/ 1968
FONTE: <https://www.wikiart.org/en/andy-warhol/che-guevara>. Acesso em: 1 out. 2019.
A imagem apresentada é uma obra de Warhol e pertence a uma série que faz 
referência a outros ícones do século XX. Sobre o artista e a obra é CORRETO 
afirmar que:
a) ( ) Che Guevara, Pelé e Marilyn Monroe são referências em suas áreas de 
atuação e foram retratados por Warhol porque o artista queria que os 
jovens os imitassem. 
b) ( ) Nesta obra da pop art, Andy Warthol denunciava as ações do regime 
cubano por meio da imagem de Che Guevara, ao mesmo tempo que 
criticava o predomínio cultural americano.
c) ( ) A proliferação de imagens produzidas pela publicidade, cinema,TV 
e jornais estimulou uma pintura que trouxe para a tela, com a pop art, 
referências conhecidas. 
d) ( ) O artista buscava apenas a beleza estética para inserir uma cultura 
clássica na sociedade.
2 Jackson Pollock sempre se mostrou interessado pelo automatismo psíquico 
do surrealismo e, portanto, elaborou a metodologia de seu trabalho como um 
ritual, numa condição de excitação constante, quase de um lúcido delírio.
168
FIGURA – JACKSON POLLOCK/ PINTURA DE AÇÃO/ EXPRESSIONISMO ABSTRATO
FONTE: <http://www.artmuseum.cz/umelec.php?art_id=349>. Acesso em: 1 out. 2019.
Assinale a alternativa que define o movimento artístico em que este artista 
está inserido:
a) ( ) Expressionismo dadaísta.
b) ( ) Expressionismo figurativo.
c) ( ) Expressionismo surrealista.
d) ( ) Expressionismo abstrato.
3 Nascido em meados dos anos 1940, na França, tem a abstração informal 
como característica marcante e certo lirismo na composição de cores. O 
significado do nome deriva do termo que significa mancha. Assinale a 
alternativa CORRETA que compreende o movimento artístico:
a) ( ) Tachismo.
b) ( ) Fotorrealismo.
c) ( ) Street Art.
d) ( ) Arte Abstrata.
169
TÓPICO 3
REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A arte contemporânea se caracteriza por um movimento artístico 
influenciado pelo pensamento filosófico pós-moderno. Tem como contexto 
sociopolítico as transformações Pós-Segunda Guerra Mundial – o avanço da 
globalização, cultura de massa e o desenvolvimento das novas tecnologias e 
mídias. Em clima de reconstrução, o cenário artístico propunha aos artistas e ao 
público novas experiências. A arte contemporânea tem suas obras pautadas nos 
processos, ou seja, na ideia. Configura-se assim a centralidade do conceito da obra 
e a atitude do artista. Teremos propostas de expressões artísticas a partir de técnicas 
inovadoras, como por exemplo, a junção de técnicas e áreas específicas como a 
pintura, a dança, a música, o teatro, a escultura, a literatura, a fotografia e a moda. 
A arte contemporânea teve seu início na década de 1960, passando a 
valorizar muito mais o ideal artístico do que a obra acabada; em algumas obras, 
a materialidade perde importância e o objeto não existe. Em uma performance, 
por exemplo, a obra é efêmera. Essa temporalidade curta de algumas expressões 
artísticas se aproxima do cotidiano com o objetivo de provocar a reflexão sobre o 
ambiente, o consumo, a violência e a sociedade. 
Ao negar qualquer expectativa de que ela vai durar, a arte efêmera muda 
propositalmente a relação entre arte e plateia. Na arte de vanguarda do 
século XX, a efemeridade foi estrategicamente recrutada para minar o 
sentido material das obras de arte como objetos cujo valor pode crescer 
com o tempo (investimento) ou avalizar ambientes sociais de elite com 
sua presença. Colagens cubistas e objetos encontrados surrealistas, feitos 
com materiais perecíveis comuns, mas agora tidos como arte histórica, 
desafiam os esforços dos administradores de museu em dotar estes 
produtos efêmeros com um senso de permanência (BIRD, 2012, p. 207).
Os artistas contemporâneos reivindicam a autonomia das obras; o processo 
artístico passa a ser visto como ideia – que pode ser uma crítica aos aspectos 
formais da arte do passado como também crítica às instituições e ao sistema de 
seleção do mercado de artes, centrados na sociedade de consumo.
A data de nascimento da arte contemporânea vogaria algures entre 
1960 e 1969. No decurso dos anos 60, impuseram-se a pop art, o novo 
realismo, a op art e a arte cinética, a minimal art e o colorfield paiting, 
o fluxus enxameou, os happenings proliferaram; no final do decênio, 
surgiram a arte conceptual, o anti-form, a arte povera, a land art, a body 
art, o support-surface..., inúmeras formas de arte que recorrem a todo 
o tipo de materiais heteróclitos, objetos fabricados, materiais naturais e 
perecíveis, e até ao próprio corpo do artista (MILLET, 1997, p. 15). 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
170
O planejamento urbano não será isento desse caldeirão de ideias e 
emoções; há construções arquitetônicas que apesar da sua funcionalidade 
parecem obras de arte materializadas em grandes proporções, podendo ser 
chamadas, em alguns casos, de arquitetura fantástica.
2 REFLETINDO SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
Se durante o período conhecido como Arte Moderna tínhamos a dualidade 
entre pintura e escultura (ainda que agregasse materiais diversos em sua criação), 
na arte contemporânea tem-se a decomposição dessa dualidade. Archer (2001), 
em seu livro Arte Contemporânea: uma história concisa traz à tona a discussão da 
arte que se apresenta expandida e complexa.
Argan (2006) lembra que as transformações na arte contemporânea devem 
ser avaliadas pelo peso do valor de mercado viabilizado pela sucessão de correntes 
e rápida renovação de valores. A defesa da arte como expressão potencializa 
a individualidade do artista e, com isso, o mercado de arte representado pelo 
marchand se agita em busca incansável por novos talentos. 
Com o desafio proposto pelos novos materiais e a possibilidade de agregar 
técnicas e linguagens artísticas, a arte contemporânea nos revela uma profusão de 
obras em seus diferentes formatos. Com características fortemente interativas, em 
seu leque de originalidade vai nos desafiar à fruição da obra em nova percepção, 
pois algumas obras não mais permanecem em suportes – em alguns casos deixam 
de existir materialmente, como a performance, por exemplo, em que o artista 
executa a obra com elementos artísticos da dança, do teatro, entre outros. “A arte 
deixa de ser um núcleo relativamente definido e estável – como era, por exemplo, 
a forma no modernismo – para antes constituir essa produção de imagens acerca 
(das imagens das imagens) da arte” (AGUIAR; BASTOS, 2013, p. 2).
Entre as características da arte contemporânea temos a inovação no uso de 
suporte da obra, como por exemplo, produtos de consumo. Se na arte moderna 
a tela foi o suporte mais utilizado, nesse novo momento da arte ela perde a 
centralidade, sendo que algumas vezes é reconfigurada com outros materiais. 
Argan (2006) vai pontuar que a recusa do passado (especificamente os princípios 
da arte moderna) era uma forma de requerer a originalidade e permitiu aos 
artistas agregar no mesmo plano de valores obras distintas em técnica, tema e 
valores culturais. 
Outra característica singular da arte contemporânea são as temáticas 
utilizadas pelos artistas. Em suas expressões, a maioria vai eleger o cotidiano 
como fonte de inspiração e os temas sempre estarão em diálogo com a vida 
cotidiana das massas. 
TÓPICO 3 | REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
171
A arte tornou volátil e móvel, cortada de um contexto, e não tem a 
garantia assegurada nem privilegiada no meio das mais variadas 
reflexões do mundo contemporâneo. O mundo da arte e o mundo do 
cotidiano se misturam e se sobrepõem. O espaço do museu e da galeria 
também foram quebrados. As atividades passam de um mundo a 
outro e evidentemente afetam a prática artística e a experiência estética 
(BINI, 2018, p. 70).
A cultura popular passa a ser vista pelos artistas como campo fértil para 
pensar esse novo momento na arte, em franco questionamento dos conceitos de 
arte e artesanato. Influenciados pela mídia, as novas tecnologias terão espaço 
garantido nas criações artísticas que irão problematizar a divisão entre arte e 
tecnologia. Entre as teóricas mais influentes sobre arte e tecnologia temos Lucia 
Santaella. Um dos seus estudos problematiza a aproximação da arte com a 
comunicação, discute o corpo expandido (as implicações do uso de tecnologias 
nas performances e no teatro; a tecnologia e a televisão, o cinema, a robótica). 
De uma maneira geral podemos dizer que os artistas contemporâneos 
questionam valores do período da arte moderna, bem como os materiais utilizados 
e os temas escolhidos. 
O artista contemporâneo não está mais em busca da belezada forma: 
ele está em busca de uma nova sensibilidade, que pode se afastar dos 
ideais estéticos da beleza. Mas ele quer provocar o observador a refletir 
sobre si mesmo e sobre seu papel no mundo. A arte contemporânea 
está voltada principalmente para as questões existenciais, para o fazer 
pensar (BINI, 2018, p. 62). 
Os artistas levantam a bandeira da pluralidade na arte com uso total de 
liberdade criativa. No Brasil, o marco do movimento da arte contemporânea é a partir 
de 1950, com figuras expressivas, principalmente retratadas nas obras de Lygia Clark. 
3 ARTE CONCEITUAL
A arte conceitual nasce no centro do movimento do Grupo Fluxus e 
afasta-se da materialidade da obra, e a poética se realiza no campo das ideias. 
Seu contexto é a década de 1970, na Europa e Estados Unidos. A arte conceito se 
espalha pela cidade, em intervenções que modificam temporariamente o lugar 
que acolhe a criação do artista. “A arte perde a sua materialidade inscrita, por 
exemplo, numa tela e, em boa medida, passa a se articular como um conceito” 
(AGUIAR; BASTOS, 2013, p. 3). Nesse sentido, nos diz as autoras, materializou 
o pressuposto da obra de arte como expressão; um conceito sobre a própria obra 
de arte. Sobre a individualidade do artista, Argan (2006) problematiza que a 
experiência estética é individual, mas não descarta totalmente o caráter coletivo, 
pois a cultura de massa não extingue a individualidade quando esta estiver 
resguardada pelo princípio da liberdade.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
172
FIGURA 33 – OBRA CEILING PAINTING, DE YOKO ONO – DO GRUPO FLUXUS, EXPOSTA EM 
1966, EM LONDRES (INGLATERRA)
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/arte-conceitual/>. Acesso em: 2 maio 2019.
A obra instalação intitulada Pintura no Teto (tradução em português), de 
Yoko Ono (1933), foi construída com papel, vidro, uma armação de metal, uma 
corrente de metal, uma lupa e uma escada pintada. A palavra YES está impressa 
no pedaço de papel. A instalação traz uma proposta de interatividade e convida 
o espectador a experienciar a obra subindo a escada e utilizando a lupa. Sobre 
a importância da arte conceitual, Argan (2006) aponta a consciência pictórica 
desses artistas, lembrando que essas pesquisas fazem parte de um pensar 
estético, apontando o fim técnico da arte, operando uma redução fenomenológica, 
entendendo a arte como, também, espiritual.
Nessa forma de expressão artística, o espectador visualiza as ideias, 
reflexões e pensamentos do artista criador, materializados em suportes variados. 
Os elementos utilizados carregam significações importantes, assim como a junção 
de elementos que dialogam quando dividem o mesmo espaço. 
Recheada de um tom de crítica as mazelas da sociedade contemporânea, 
a arte conceitual se qualifica pela ação e pela ocupação dos espaços da cidade, 
saindo das galerias, ampliando seu campo de atuação. A arte conceitual desafia 
o entendimento do público, exige que o espectador reflita e decifre a junção de 
elementos presentes na obra.
No Brasil, o pensamento acerca da arte conceitual ganha força, surgindo 
intervenções artísticas, performance representada por Cildo Meirelles (1948), 
Artur Barrio (1945), Carlos Fajardo (1941), Mira Schendel (1919-1988), Antônio 
José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o Tunga (1952-2016), Waltércio Caldas 
(1946) e José Rezende (1959).
TÓPICO 3 | REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
173
FIGURA 34 – CILDO MEIRELLES. PROJETO COCA-COLA (1970)
FONTE: <https://www.ebiografia.com/cildo_meireles/>. Acesso em: 2 maio 2019.
O caráter político na obra de Cildo Meireles se acentua no projeto Inserção 
em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola. Utilizando adesivos silk-screen, o artista 
escrevia mensagens grafadas nas garrafas retornáveis de Coca-Cola. Essas 
mensagens só podiam ser lidas enquanto a garrafa estivesse cheia, pois a tinta 
vitrificada em branco só aparecia quando em contraste com o líquido escuro do 
refrigerante. Essas mensagens continham frases contra o regime político da época 
e contra o imperialismo norte-americano.
Na arte conceitual, a realidade é pensada, sentida, elaborada com o 
objetivo de provocar no público a reflexão perante o objeto não explicado. Os 
objetos utilizados na arte conceitual podem causar estranhamento, fazendo surgir 
a necessidade de entender a proposta visual do artista.
Além das linguagens ditas tradicionais, como desenho, pintura, escultura 
e gravura, diversos são os suportes, meios e formas utilizadas pelos artistas da 
arte conceitual, como videoarte, fotografia, instalação, performance, happening, 
internet etc.
FIGURA 35 – TUNGA. AMBER CHAMBRE, 2006
FONTE: <https://www.tungaoficial.com.br/pt/trabalhos/amber-chamber/>. Acesso em: 2 maio 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
174
A obra instalação denominada Quarto Amber (na tradução para o 
português) é constituída por latão, tela de latão, tela de aço, resina epóxi, 
alumínio, alumínio fundido, cabo de aço e material elétrico. 
4 MOVIMENTO FLUXUS
Para Zanini (2004, p. 3), “Fluxus não era simplesmente um ato de fazer 
repensar a tradição da arte ou mesmo de encaixar-se em contextos contra culturais 
correntes, e sim uma oposição completa a qualquer continuidade estabelecida ou 
atual”. O Grupo Fluxus reuniu músicos, artistas plásticos e poetas radicalmente 
contra ao status quo da arte, isso significa liberdade de criação, princípio 
altamente contagiante que acabou agregando vários artistas de todo o mundo e 
influenciando outros espalhados pelo mundo.
Fortemente inspirado pelo movimento dadaísta e pela obra contestadora 
de Marcel Duchamp, um grupo de artistas anuncia uma catarse coletiva e reúne 
diversas linguagens da arte: música, dança, teatro, poesia, vídeo, fotografia, entre 
outras. O que significa a palavra fluxus? Este nome está ligado a um movimento 
de música da Alemanha, em 1962. George Maciunas (1931-1978) batizou o 
movimento de Fluxus, que significa fluxo – movimento, circulação de pessoas 
em determinado espaço. Em um mesmo espaço pode-se apreciar as diversas 
linguagens, em que a arte é única e indescritível. Assim o movimento mobilizou 
artistas dos mais diversos países, como França, Estados Unidos, Japão, Alemanha 
e países nórdicos. 
FIGURA 36 – GEORGE MACIUNAS. MANIFESTO DO GRUPO FLUXUS, 1963
FONTE: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo5/fluxus.html#>. 
Acesso em: 2 maio 2019.
TÓPICO 3 | REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
175
No texto do manifesto temos a crítica sobre o papel do artista: “livrem o 
mundo da doença burguesa, da cultura 'intelectual', profissional e comercializada. 
Livrem o mundo da arte morta, da imitação, da arte artificial, da arte abstrata. 
Promovam uma arte viva, uma antiarte, uma realidade não artística, para ser 
compreendida por todos, não apenas pelos críticos, diletantes e profissionais”.
Havia entre os participantes uma conectividade que servia como 
combustível que motivava as práticas artísticas experimentais e plurais. Podemos 
dizer que esse espírito contestador e libertário ganha força no decorrer do século 
e impulsiona os demais movimentos artísticos além da fronteira, ressignificados 
pelas culturas e movimentos urbanos.
5 ARTE POVERA
Movimento artístico dos anos 1960, na Itália, que desafia a produção artística 
elitizada. A escolha dos materiais utilizados nas obras da arte povera representa a 
posição dos artistas frente à sociedade de consumo. Nessa ação criativa, os artistas 
propõem elevar o comum ao status de arte, desafiando os limites impostos pela 
sociedade que controla o universo artístico. Usam materiais orgânicos, do cotidiano, 
simples e perecível, além de sucatas. A origem do termo povera significa pobre (em 
italiano), referindo-se à singeleza dos materiais utilizados pelos artistas. 
Os artistas se posicionam politicamente frente à sociedade de consumo 
que domina a América, buscando valores morais e éticos. Os principais 
representantes da arte poveraforam: Giovanni Anselmo (1934), Mario Merz 
(1925-2003), Michelangelo Pistoletto (1933) e Jannis Kounellis (1936). 
FIGURA 37 – MICHELANGELO PISTOLETTO. VIETNAM, 1962-65
FONTE: <https://www.menil.org/collection/objects/476-vietnam>. Acesso em: 2 maio 2019.
Pistelotto, nesta obra, chama o espectador para também compor a obra, 
sendo que para isso basta contemplá-la. O espelho reflete o visitante fruidor, 
fazendo-o participar do protesto contra a guerra do Vietnã. É nessa perspectiva que 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
176
os artistas da arte povera chamam a atenção da sociedade, utilizando elementos 
simples, em propostas urgentes de pensar a complexidade das relações humanas 
em uma sociedade de consumo.
A utilização dos materiais de uso cotidiano é explicitamente apresentada 
na obra de arte, no entanto, o simbolismo está presente na escolha dos objetos 
utilizados. Segundo Argan (2006), a postura dos artistas da arte povera revela 
uma crítica à sociedade capitalista e de consumo. 
A arte povera desafiava a ordem estabelecida das coisas e valorizava 
mais os processos da vida do artista que buscavam poesia na presença 
de materiais, do que os objetos que ofereciam apenas significado. 
O observador destas obras de arte, confrontado com o fato de sua 
existência, devia sentir-se igualmente livre para explorar a informação 
que elas ofereciam (ARCHER, 2001, p. 69).
Contrapondo elementos em sua estrutura, os artistas da arte povera 
experimentam, anunciando o resultado da ação do tempo sobre os objetos unidos 
em sua possibilidade de gerar reflexões.
6 NEOEXPRESSIONISMO
O movimento denominado Neoexpressionismo marca a volta das 
linguagens iniciais da arte, como a pintura e a escultura. O berço do movimento 
é a Europa, mais precisamente a Alemanha, espalhando-se pela Itália e, mais 
tarde, Estados Unidos. Por ser um movimento de arte contemporânea, o 
Neoexpressionismo soma as linguagens tradicionais com outros materiais 
inusitados. O resultado são obras de arte que utilizam a tinta e elementos comuns, 
como areia, palha, entre outros materiais diversos fixados na tela.
Segundo Carvalho et al. (2009), esse movimento marca os anos 1970/80 e as 
temáticas dos artistas circulam em meio à retomada do individual e do emocional, 
buscando agora, na pintura, material ideal pra a expressão de trabalhos também 
autobiográficos. Pode-se associar o movimento neoexpressionista, segundo os 
críticos de arte, como um retorno à pintura e uma negação aos movimentos do 
minimalismo e da arte conceitual. A pintura e a escultura são revalorizadas e 
trazidas para o cenário contemporâneo, moldando-se às exigências da arte atual.
FIGURA 38 – ANISH KAPOOR. AINDA UNTITLED, 2016. AÇO INOXIDÁVEL
FONTE: <https://www.lissongallery.com/artists/anish-kapoor>. Acesso em: 3 maio 2019.
TÓPICO 3 | REFLEXÕES SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
177
Anish Kapoor (1954) é um artista inglês de origem indiana; traz como 
caraterística de suas obras a crítica social. De renome internacional, sua trajetória 
se dá em esculturas públicas, algumas em grande formato.
No Brasil, esse movimento é representado na obra de Nuno Ramos (1960), 
Paulo Monteiro (1961), Daniel Senise (1955), entre outros.
FIGURA 39 – PAULO MONTEIRO. O INTERIOR DO ESCRITÓRIO A DISTÂNCIA BARROCO, 
2016, BRUXELAS
FONTE: <https://officebaroque.com/exhibitions/103/paulo-monteiro-the-inside-of-distance>. 
Acesso em: 3 maio 2019.
O interior da distância é o nome da exposição de Paulo Monteiro e a obra 
apresentada compõe o todo da exposição em Bruxelas, em 2016. Escultor, pintor, 
desenhista, gravador e ilustrador. Para a crítica de arte, sua trajetória artística foi 
construída com influências do neoexpressionismo alemão. Da pintura em tela à 
escultura em argila e chumbo, marca o cenário nacional e internacional.
Nuno Ramos agrega em sua produção artística trabalhos em gravura, 
pintura, fotografia, instalação, poesia e vídeo. Inicia sua trajetória com obras 
tridimensionais que aos poucos se afasta do figurativo. Questões sociais são 
elementos presentes em alguns dos seus trabalhos. A instalação intitulada Bandeira 
Branca na 29A, na Bienal de São Paulo, provocou tensão entre o público ao expor um 
casal de urubus em cativeiro. O confinamento em nome da arte irritou integrantes 
dos grupos de defensores dos animais que fizeram uma campanha com assinaturas 
para remover os animais da exposição. O artista argumentou que os urubus eram 
de cativeiro (Parque dos Falcões, Sergipe) e que estavam acostumados com o limite 
de espaço e que não era sua primeira exposição, pois os mesmos animais já tinham 
participado em Brasília de uma outra instalação do artista. 
FIGURA 40 – NUNO RAMOS. BANDEIRA BRANCA, 2010
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/29a-bienal-de-sao-paulo-
nuno-ramos/>. Acesso em: 23 jul. 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
178
Bandeira branca é composta por três grandes esculturas em formas 
geométricas cercadas por uma tela de proteção que acompanha, de alto a baixo, a 
rampa e as curvas do prédio da Bienal. Poleiros fazem referência a chaminés, de 
onde as aves saem. Para o artista, o urubu tem a simbologia da efemeridade da 
vida com a presença constante da morte.
Outro representante brasileiro desse movimento denominado 
Neoexpressionismo é Daniel Senise, pintor e gravador. Recebe medalha de ouro 
na 1ª Bienal Latino-Americana de Arte sobre Papel. Em 1985 recebeu medalha de 
ouro na 1ª Bienal Latino-Americana de Arte sobre Papel.
FIGURA 41 – DANIEL SENISE. MENINA, OSSO E CÃO, 1994
FONTE: <http://www.danielsenise.com/obra/silhuetas/>. Acesso em: 23 jul. 2019.
Para a curadora e crítica de arte, Daniela Name, a obra de Daniel Senise marca 
a volta da pintura ressignificada pela poética do artista; propõe uma nova relação 
com a imagem. Na obra Menina, Osso e Cão prevalece a silhueta da figura, “Uma 
silhueta é o negativo de uma imagem. Mais do que uma sombra, a silhueta é uma 
falta, mas sem qualquer profundidade. Evidencia um jogo entre a mancha e a linha, 
dois elementos constitutivos básicos da história da pintura” (NAME, 2015, s.p.).
179
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Arte contemporânea representa vários movimentos artísticos que surgiram 
Pós-Segunda Guerra Mundial e agrega várias linguagens artísticas em forte 
questionamento aos valores da arte moderna. Os artistas priorizam a ideia 
do objeto muito mais do que no objeto em si, se aproximando ainda mais da 
cultura de massa.
• Música, poesia, dança, pintura em um mesmo espaço? É chamado de fluxus, 
ou seja, fluir.
• A arte conceitual afasta-se da materialidade da obra e a poética se realiza no 
campo das ideias.
• A escolha dos materiais utilizados nas obras da arte povera representam bem 
a posição dos artistas frente à sociedade de consumo. Nessa ação criativa, os 
artistas propõem elevar o comum ao status de arte.
• O movimento neoexpressionista representa a busca do sentimento e da 
individualidade dos artistas, recuperando a pintura e a escultura como 
importantes instrumentos de expressão dentro do movimento contemporâneo.
180
AUTOATIVIDADE
1 Sobre a arte conceitual, analise as afirmativas a seguir.
I- O fim técnico da arte, operando uma redução fenomenológica, entende a 
arte como também espiritual.
II- Os anos de 1980 representam historicamente o período de abrangência da 
arte conceitual. 
III- A crítica às instituições, a efemeridade dos meios e a precariedade dos 
materiais utilizados caracterizam a arte conceitual. 
IV- Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Artur Barrio, Raimundo Cela e Lygia Clark 
foram artistas participantes de exposições da arte conceitual no Brasil. 
V- O grupo Fluxus, constituído por artistas de diversas nacionalidades e forte 
atuação política, colaborou de forma decisiva para a divulgação da arte 
conceitual. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) III, IV e V.
c) ( ) I, III e V.
d) ( ) I,II, III e IV. 
2 O Grupo Fluxus foi um movimento que teve origem nos anos 1960. Faziam 
parte deste grupo artistas como Joseph Beuys (conhecido principalmente 
por suas performances), Nam June Paik (artista pioneiro da videoarte) e 
John Cage (pioneiro da música aleatória e da música eletroacústica). Sobre 
o Grupo Fluxus é INCORRETO o que se afirma em:
a) ( ) O grupo valoriza a criação coletiva e o uso de diversas linguagens e 
meios.
b) ( ) O grupo assume os ideais burgueses e capitalistas da época, criando 
uma arte comercial.
c) ( ) O grupo refletia sobre a participação social e política da arte e defendia 
a ideia de que todos deveriam ser capazes de compreender a arte. 
d) ( ) Nenhuma das alternativas. 
3 Movimento artístico que surgiu na Alemanha, em 1980, e propunha resgatar 
a pintura como meio de expressão e a identidade cultural alemã. No entanto, 
a proposta dos neoexpressionistas atravessou fronteiras influenciando 
inúmeros artistas, inclusive no Brasil. Sobre o Neoexpressionismo é correto 
afirmar que:
a) ( ) Seus principais nomes foram Di Cavalcanti e Cândido Portinari.
b) ( ) Surgiu na Rússia.
c) ( ) A pintura e escultura se moldam às exigências da arte contemporânea.
d) ( ) Desenvolveu-se na década de 1990.
181
TÓPICO 4
EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão apresentadas algumas expressões artísticas 
contemporâneas, que apresentam singularidades em sua criação por meio da 
utilização de diferentes materiais e suportes, que evidenciam a pluralidade das 
expressões artísticas no cenário contemporâneo.
De uma maneira geral podemos afirmar que a Arte Contemporânea deve 
ser entendida em sua complexidade ideológica como conceitual, com possibilidade 
de criação que propõe liberdade total, sendo por meio do uso de materiais e de 
espaços de exposições inusitados – que se tornam surpreendentes – ou por ser 
mutante e multifacetada.
2 HAPPENING
A forma de expressão artística conhecida como Happening é fortalecida 
nas ruas com a participação indireta e às vezes direta do público. Os artistas 
são também atores que interagem com os espectadores – o termo happening é 
proveniente do inglês, e significa acontecimento.
Entre os nomes mais importantes temos Allan Kaprow (1927-2006), pintor 
norte-americano que utilizou o termo pela primeira vez para designar uma 
categoria artística. Geralmente, as produções dessa categoria eram realizadas fora 
dos museus e galerias.
FIGURA 42 – ALLAN KAPROW. QUINTAL, 1967, NO MUSEU DE ARTE DE PASADENA
FONTE: <https://www.nytimes.com/2009/09/13/arts/design/13johnson.html>. 
Acesso em: 1 maio 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
182
Outro artista precursor do happening foi Jim Dine (1935), que defendia 
o deslocamento da arte das telas para as ruas com o intuito de se aproximar das 
pessoas. Um exemplo é a performance de Robert Rauschenberg (1925-2008), que 
soltou trinta tartarugas sobre um palco carregando lanternas em seus cascos. 
O próprio artista acompanhou o movimento das tartarugas vestido de forma 
inusitada, com calças de jóquei.
A improvisação é um dos elementos centrais do happening; junto ao 
inesperado da ação artística partilhada tem-se o cenário nada convencional 
como ruas, espaços abandonados, um estabelecimento comercial ou qualquer 
outro espaço. 
3 PERFORMANCE
A performance tem como característica central o uso do corpo do artista 
e de outros corpos participantes na construção da poética colaborativa. Peled 
(2012) cita alguns exemplos: 
a) Paris, 1980: um detetive segue uma artista durante um dia, registrando todas 
suas ações cotidianas.
b) Fortaleza, 2008: a presença do renomado artista japonês Souzousareta 
Geijutsuka na cidade altera o desempenho da mídia local.
c) Londres, 2008: ao circular no vão central de um museu, policiais montados em 
cavalos direcionam o público. 
Os exemplos de performance têm em comum a estranheza frente à 
alteração do cotidiano, ou ainda a alteração do estado comum de algumas ações no 
campo artístico. Para o autor que exemplifica as performances citadas, o próprio 
termo é contestado desde a sua origem, sendo a sua construção conceitual ampla. 
Podemos compreender a performance como um campo híbrido.
 
Pele, cabelo, ossos, unhas, fezes – materiais fornecidos pelo corpo 
humano têm sido usados com frequência em obras de arte. Juntamente 
com o surgimento das performances na década de 1960, os artistas 
ocidentais passaram a dar nova atenção ao corpo humano, tanto como 
ferramenta quanto como material para fazer arte (BIRD, 2012, p. 192).
Em 2019, na SP-Arte, mais de 100 galerias abrem suas portas para os artistas 
da performance. Espalhados pelo Pavilhão da Bienal, com horários específicos 
e distintos da programação, artistas nacionais e internacionais pulverizam o 
público com a pluralidade da performance. Entre elas a performance intitulada 
Ponto e Vírgula, de Maria Noujaim.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
183
FIGURA 43 – MARIA NOUJAIM. PONTO E VÍRGULA, 2019
FONTE: <https://cultura.estadao.com.br/noticias/artes,sp-arte-2019-performances-passam-a-
ocupar-todo-o-pavilhao-da-bienal,70002775654>. Acesso em: 23 jul. 2019.
A galeria de arte Jacqueline Martins, que representa as obras da artista, 
descreve em 2018 a performance Ponto e Vírgula, de Maria Noujaim, como 
permeada por movimentos entre escultura e linguagem, forma e poesia. No corpo 
carrega uma espacialidade através do uso de materiais e desenhos. 
4 VIDEOARTE
A videoarte tem a imagem como protagonista das cenas a partir de vídeos 
sincronizados que estimulam a percepção do espectador de múltiplas formas. É 
também o meio que alguns artistas começam a experimentar outras linguagens 
de arte trazendo como suporte escolhido a crítica aos programas televisivos. 
Nam June (1932-2006) foi um dos primeiros artistas a usar esta forma 
de expressão e se apropria da tecnologia de forma criativa. Utiliza projeções 
dentro de performances e instalações. Nos dias atuais, podemos notar uma forte 
presença da videoarte nas Bienais de Arte ou em museus de arte contemporânea, 
onde a tecnologia e a arte se entrelaçam trazendo um novo olhar sobre as 
diversas abordagens. 
As imagens em sequência, do artista Nam June Paik (1932-2006), estão 
vinculadas a sons, fazem o espectador imaginar, refletir, questionar e compreender. 
FIGURA 44 – NAM JUNE PAIK. SONHO NA INTERNET
FONTE: <https://zkm.de/en/event/2004/12/nam-june-paik-internet-dream>. Acesso em: 1 maio 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
184
A obra com 52 monitores apresenta diferentes imagens individuais 
formando uma imagem global gigante. Nam June Paik procurou tornar estranha 
a televisão ao público da arte que no cotidiano está acostumado com ela. Por isso, 
em sua obra Sonho na Internet, monitores são apresentados repetidas vezes, como 
as mensagens nas redes sociais, buscando configurar outra relação com o objeto: 
a tela da tv ou do computador. 
Para Viveiros (2013, p. 281), “a década de 60 foi uma época de protestos e a 
obra de Paik representou o primeiro desafio à hegemonia das mídias, (jornal, rádio, 
televisão, internet etc.) controlado por interesses comerciais, políticos e militares”.
5 BODY ART
Body art se caracteriza como uma linguagem da arte contemporânea 
que tem como suporte o corpo. Segundo Argan (2006), pode-se definir essa 
manifestação artística como uma relação indivíduo x ambiente, onde o sujeito 
busca a individualidade em um momento único.
Nesse tempo de criação artística, alguns sentimentos são explorados 
de forma intensa, como a dor e a busca do limite do corpo do artista. O corpo 
agora passa a ser um suporte que será transformado, em sua cor e textura, e a 
materialidade é minuciosamente experimentada.
FIGURA 45 – YOURI MESSEN-JASCHIN. HALLOWEEN, 1998
FONTE: <https://messenjaschin.wordpress.com/2014/08/17/switzerland-zapoff-lausanne-
halloween-photography-by-estelle-kromah-11-4-2006/>. Acessoem: 2 maio 2019.
A apresentação ao público das manifestações artísticas deste movimento 
se assemelha à apresentação cênica, em articulação com diferentes linguagens 
como a música e a literatura, o que gera aproximação com o happening e a 
performance que utilizam essa maneira de chegar ao público.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
185
DICAS
Conheça um pouco mais sobre arte da transformação do corpo. Assista ao 
vídeo sobre a body art. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=1_wd-LYAsZM&t=52s.
6 FOTORREALISMO
O fotorrealismo é um estilo de arte contemporânea que soma o realismo 
da fotografia com a pintura. É o resultado e a representação fantástica dos 
sentimentos humanos que habitam as metrópoles, como solidão, tristeza, riso, 
encontro e desencontro. A figura humana recebe destaque em alguns trabalhos 
de fotorrealismo, o que torna a obra complexa e mais aberta à comparação com 
o real. Aqui, a técnica é fundamental: poderia ser uma fotografia, mas é pintura!
FIGURA 46 – KEVIN PETERSON. FUNERAL, 26 X 36, ÓLEO NO PAINEL
FONTE: <http://kevinpetersonstudios.com/about>. Acesso em: 2 maio 2019.
As obras fotorrealistas de Kevin Peterson (1979) apresentam uma doçura 
saudosista de momentos vividos por pessoas comuns. Mesmo quando seu 
trabalho retrata a dor e o sofrimento que as pessoas vivem nos grandes centros 
urbanos, sua obra realiza a crítica em tons suaves.
Outro artista importante do movimento é Yigal Ozeri (1958), que com seu 
pincel talentoso apresenta em suas obras mulheres em momentos de abandono 
da vida ou de êxtase em viver.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
186
FIGURA 47 – YIGAL OZERI. SEM TÍTULO. ÓLEO SOBRE TELA
FONTE: <https://www.tribes-gallery.com/artist/yigal-ozeri/>. Acesso em: 2 maio 2019.
A figura retrata, em óleo sobre tela, sugerindo a mistura de representação 
com a realidade. A sensação é de que a qualquer momento a personagem vai se 
movimentar. Ozeri nasceu em Israel e é reconhecido pelas suas obras fotorrealistas. 
Tem destacado personagens femininas; seus processos de criação começam com o 
artista tirando fotos que em sequência são editadas em Photoshop. Após, é impresso 
e usado como material de referência para suas pinturas a óleo altamente detalhadas. 
As ruas e sua dinâmica do cotidiano também são temas do fotorrealismo. 
Quem nos apresenta com maestria é Ralph Goings (1928-2016). Pessoas, objetos e 
fenômenos cotidianos são temas do trabalho desse artista.
FIGURA 48 – RALPH GOINGS. VIDA COM COLHERES, 2006. IMPRESSÃO. 
GRAVURA COM ACRÍLICO
FONTE: <https://www.artspace.com/ralph-goings/still-life-with-spoons>. Acesso em: 2 maio 2019.
O artista é conhecido por suas pinturas fotorrealistas. Seu processo de criação 
consiste em utilizar fotografias que são depois projetadas em telas para pintar.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
187
7 INTERNET ART
Linguagem artística que tem como suporte as redes virtuais. Além da 
desmaterialização da obra, essa forma de arte busca a interatividade com o 
espectador, convidando-o a interferir na obra. Essa interatividade acontece 
em tempo real, sendo que se fundem as ideias do artista e do espectador no 
decorrer da alteração da obra. Mesmo virtual, a sensibilidade dos envolvidos é 
fundamental para que o resultado da obra seja gratificante, durante sua criação e 
não somente no produto final.
“A internet trouxe novas aptidões para a arte em termos de questões sociais e 
políticas, ela mudou o conceito mundo de um mapa cheio de compartimentos para 
uma rede conceitual de conexões múltiplas e em mutação” (BIRD, 2012, p. 205).
A 24ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1998, com o tema UM E/ENTRE 
OUTRO/S utilizou a projeção de obras além de aplicativos que propunham a 
interatividade. A proposta era oferecer ao público de qualquer parte do mundo a 
visita virtual à Bienal.
FIGURA 49 – ALEXANDRE MALHEIRO. TRABALHO DIGITAL EM WEBSITE, 2016
FONTE: <http://twixar.me/c821>. Acesso em: 2 maio 2019.
Alexandre Malheiro (1980) é designer gráfico e artista plástico, cria obras 
digitais de grandes dimensões utilizando cores vibrantes, formas geométricas, 
sem fugir da representação realista. As obras de internet arte ou web art ocupam 
espaço importante no círculo de exposições de arte contemporânea, como por 
exemplo, as bienais.
8 STREET ART
Movimento artístico que tem o espaço urbano como local de expressão. A 
street art ou arte de rua agrega várias formas de se expressar, sendo que cada uma 
recebe um nome, dependendo de sua forma, linguagem e suporte, por exemplo, a 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
188
stickers, cartazes lambe-lambe, estêncil. A street art é também um trabalho solitário, 
por isso as características dessa forma de arte são tão mistas. Também conhecida 
como arte urbana, e mais tarde arte pública, algumas ramificações dessa forma 
de expressão se concretizam no espaço urbano e à margem dos órgãos públicos. 
As várias manifestações artísticas abrigadas nessa dominação street art reconhece 
também o trabalho dos malabaristas, das estátuas vivas, entre outras.
Diógenes (2011) salienta que o street art engloba as mais diversas expressões 
artísticas no espaço urbano, em diferentes formatos e temas. Para o autor, Bansky 
representa de forma legítima o movimento quando em suas diferentes facetas 
imprime nos muros sua arte irreverente e reflexiva. 
FIGURA 50 – BANKSY (1974 – IDADE 45 ANOS). MENINA COM BALÃO
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/arte-de-rua-street-art/>. 
Acesso em: 2 maio 2019.
Em 5 de outubro de 2018, na casa Sotheby's, em Londres, o quadro 
Menina com Balão foi leiloado por R$ 5 milhões e autodestruído de forma parcial. 
O mecanismo de destruição da obra falhou, mas a proposta era que a obra se 
autodestruísse assim que fosse fechada a compra. 
Os grafites de Banksy são inconfundíveis, ainda que o artista trate de 
temas conhecidos. Com traços precisos e representação poética, generosamente 
faz a partilha de sua obra com as ruas das metrópoles, com forte crítica social.
DICAS
Conheça um pouco mais da obra do artista britânico Banksy; pintor de grafite, 
pintor de telas, ativista político e diretor de cinema. Acesse: http://www.banksy.co.uk/in.asp.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
189
9 GRAFITE
O grafite é considerado o elemento visual do hip-hop e caracteriza-se por 
se situar entre a legalidade e ilegalidade, embora não deva ser confundido nem 
associado ao vandalismo. O Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo (MAAU-
SP) agrega à arte do grafite. São 66 painéis de grafite instalados nos pilares que 
sustentam o trecho elevado da Linha 1-Azul do Metrô de São Paulo. 
A denominação grafite define as inscrições feitas nas paredes e muros. 
No início, quando surgiram as primeiras paredes pintadas, houve quem as 
identificasse como uma forma de contravenção, de intervenção imprópria. No 
entanto, o movimento vai ganhando força e assume seu papel de arte urbana. 
Muitas vezes confundida com pichação, o grafite, como linguagem artística, 
busca ação no protesto social nas ruas das cidades.
DICAS
Você já se perguntou qual é a diferença entre grafite e pichação? Acesse o 
vídeo e confira: https://www.youtube.com/watch?v=cqxyzff6ayQ.
FIGURA 51 – MUSEU ABERTO DE ARTE URBANA DE SÃO PAULO
FONTE: <http://www.pacodasartes.org.br/notas/maau_projeto.aspx>. Acesso: 3 maio 2019.
Segundo o Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo, o projeto de 
grafite surgiu de um acontecimento corriqueiro vivido pelos artistas Binho 
Ribeiro (1971) e Chivitz (1982), que enquanto grafitavam as mesmas pilastras do 
metrô sem autorização, foram denunciados e presos. Surge daí o projeto que se 
expande, promovendo programas nas escolas da região. 
No cenário europeu, um dos mais importantes grafiteiros foi Jean-Michel 
Basquiat, que com sua poesia em desenhos e textos cobria as paredes da cidade 
de Nova Iorque.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO190
FIGURA 52 – JEAN-MICHEL BASQUIAT. SEM TÍTULO, 1961
FONTE: <http://basquiat.com/>. Acesso em: 23 jul. 2019.
A Europa vive o movimento do grafite desde o século XX, sendo que seu 
início foi marcado por protestos sociais, de forma poética artística. Espalhou-se pelo 
mundo, assumindo diferentes roupagens (cores, formas, estilos) e cada dia mais 
vem se desenvolver, conservando a sua bandeira de crítica à política social vigente.
O desejo dos artistas contemporâneos de dialogar com os espaços 
públicos da cidade como forma de expandir suas poéticas fica cada vez 
mais ameaçado e torna-se um contraponto à ameaça da violência, ao 
medo, ao isolamento, proposto por uma arquitetura de muros, grades 
e vigilância. O grafite é um dos modos mais eficientes encontrados por 
alguns artistas para furar esse paradigma (CANTON, 2009, p. 42-43).
No Brasil, o trabalho dos grafiteiros “os gêmeos” são referência importante 
no grafite. Os artistas são de São Paulo, irmãos que se dedicam à arte urbana e 
seus trabalhos cruzam as fronteiras reforçando um estilo de grafite brasileiro.
FIGURA 53 – OS GÊMEOS
FONTE: <http://www.osgemeos.com.br/pt/biografia/>. Acesso: 3 maio 2019.
Gustavo e Otávio Pandolfo nasceram em 1974, em São Paulo. Eles 
cresceram no bairro do Cambuci, na zona sul da capital paulista. Com um estilo 
bem peculiar, é praticamente impossível se deparar com uma criação dos gêmeos 
e não identificar. Do Brasil para o mundo é como podemos definir o trabalho dos 
irmãos, reconhecidos internacionalmente.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
191
O grafite é também o resultado do questionamento à ditadura da arte 
erudita. Aqui, o popular é tema e também raiz da ação. Os (às vezes) anônimos 
artistas das ruas, geralmente dos grandes centros urbanos, deixam sua marca e 
expressam seu pensamento.
Os grafites correspondem à representação visual do hip-hop e são a 
sua caracterização e expressão artística nos locais públicos, sendo a sua autoria 
representada através de um pseudônimo (tag), correspondente a um artista. Os 
grafites estão presentes em locais onde se impõem à totalidade da população 
urbana e não apenas aos apreciadores. Esse é um dos principais fatores de 
diferenciação dos demais modelos de arte e também uma evidente aproximação 
ao modelo pós-moderno de publicidade. 
O que representa o movimento hip-hop na arte? O hip hop é um movimento 
de artistas que têm a música (Rap), a dança (Break) e o grafite como elementos de sua 
expressão. É uma dança em que o corpo fica leve e solto. Tem sua origem na Jamaica. 
Com origem na periferia dos grandes centros, esses artistas buscam mudança de vida e 
reconhecimento artístico.
NOTA
Aqui citamos uma pequena amostra do mundo do grafite. O universo 
dos grafiteiros é gigante. Alguns de renome nacional e internacional, outros são 
reconhecidos em sua região e anônimos para o resto do país. A verdade é que 
os grafiteiros estão espalhados pelas ruas das grandes e das pequenas cidades, 
deixando-as mais bonitas e alegres. E não é só isso. Se olharmos com atenção os 
desenhos, poderemos refletir sobre a nossa sociedade por meio das cores e das 
formas, representadas por esses artistas que têm a rua como seu atelier partilhado.
10 LAND ART
Rosalind Krauss (2007), no livro Caminhos da Escultura Moderna, aponta 
o início da land art no final dos anos 1960 (Estados Unidos e Europa), quando 
ocorre a expansão da escultura na busca do diálogo com o ambiente e o 
observador, em uma tríade permeada pelo movimento. 
A land art, também conhecida como arte da terra, tem como proposta 
aproveitar a organização original do ambiente, construindo suas obras a partir 
das características ambientais naturais existentes no espaço escolhido para 
criação artística. Eles trabalham as esculturas integradas de forma direta à 
paisagem, tal como se apresenta em todos os seus aspectos: da sua natureza a 
sua configuração sociocultural. 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
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A autora confere o aumento da escala dos objetos – gigantismo da obra – 
como forma de envolver o observador e dar a ele a tarefa de se movimentar em 
torno do objeto artístico em uma proposta de interação.
Isaac (2013) lembra que, no início da land art, o objetivo principal era 
ocupar os territórios para além das galerias e museus; uma forma de criticar o 
mercantilismo da arte. No seu desenvolvimento, os artistas da land art, segundo 
a autora, passam a assumir em suas produções causas sociais e ecológicas 
evidenciando suas problemáticas. 
Um dos artistas representativos da land art foi Joseph Beuys (1921-1986). 
Destaque para a obra de paisagem 7000 carvalhos, em Kassel, na Alemanha, em 
razão da 7ª Documenta (1982 – importante exposição de arte contemporânea 
internacional que acontece a cada cinco anos). 
FIGURA 54 – JOSEPH BEUYS. 7000 CARVALHOS, 1986
FONTE: <http://www2.eca.usp.br/cap/ars18/v9n18a08.pdf>. Acesso em: 1 out. 2019.
A obra 7 mil carvalhos é considerada uma das mais significativas. O artista 
plantou junto às colunas de basalto das ruas mudas de carvalhos, enquanto 
que uma sala do museu, segundo a autora, serviu de ponto de apoio ao projeto 
artístico. Ao transformar o espaço natural do ambiente em local de criação, Beuys 
inter-relaciona “arte, paisagismo e mobilização social em questões do lugar, da 
cidade” (ISAAC (2013, p. 65).
O artista norte-americano, Jim Denevan (1962), utiliza o ambiente 
em obras gigantescas como se moldasse a natureza que encontra. Chamado 
popularmente como artista da areia, suas obras modificam de forma temporária 
o lugar de intervenção do artista. As surpreendentes formas geométricas podem 
cobrir vários quilômetros de areia e exigem do artista muitas horas de trabalho.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
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FIGURA 55 – JIM DENEVAM. AREIA, 2012
FONTE: <https://catracalivre.com.br/cidadania/5-artistas-visuais-que-tem-natureza-como-
inspiracao/>. Acesso em: 23 jul. 2019.
O caráter efêmero da intervenção artística ambiental de Jim Denevam é 
capturado pela lente fotográfica que permite a divulgação dos trabalhos. O artista 
já desenhou várias obras nas praias ao norte da Califórnia, onde vive. No entanto, 
não se limita a elas, pois seu trabalho cruza fronteiras. 
O material extremo da escultura de ambiente é a própria terra, 
visto que proporciona uma liberação total das limitações da escala 
humana. Alguns delineares de estruturas primárias têm-se voltado, 
muito logicamente, para a “arte da terra”, criando projetos que se 
estendem por muitos quilômetros. Estes sucessores atuais dos índios 
que construíram os mound neolíticos podem dispor de maquinaria 
moderna para a remoção da terra, mas tal vantagem fica anulada pelos 
elevados custos e pela dificuldade de achar locais apropriados neste 
planeta superpovoado (JANSON, 2007, p. 1015).
No Brasil, os artistas também elegeram a natureza para as suas criações. 
Arte e paisagem ocuparam o processo artístico de representantes do movimento 
Land Art, como Rodrigo Bueno (1967) e o coletivo BijaRi (grupo formado em 1997 
por arquitetos, artistas, cenógrafos, designers). 
Rodrigo Bueno cria a partir do conceito de arte e sustentabilidade uma 
proposta estética de objetos que poderiam virar sucata. Do seu atelier, em São 
Paulo, cria obras que intitula como lugares de encontro. 
FIGURA 56 – RODRIGO BUENO. TERRA PROMETIDA, 2013
FONTE: <http://ouseja.jor.br/rodrigo-bueno-o-artista-plastico-que-leva-a-mata-adentro-de-nos/>. 
Acesso em: 23 jul. 2019.
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
194
A obra intitulada Terra Prometida, de Rodrigo Bueno, está permanentemente 
exposta no espaço SESC Interlagos, em São Paulo. O objeto automóvel, modelo 
fusca, com sua lataria pintada se mescla com o cultivo das plantas em um encontro 
entre o orgânico e a indústria. A obra de Bueno é também um apelo à nova geração 
pensar o futuro que está sendo construído hoje. É também inspiração para outros 
artistas do movimento landart, como o Coletivo Bijari.
FIGURA 57 – COLETIVO BIJARI. INTERVENÇÃO JAPAN HOUSE. 
SÃO PAULO. ESTÚDIO BIJARI
FONTE: <https://arteref.com/coletivo/as-multi-facetas-do-coletivo-bijari/>. Acesso em: 23 jul. 2019.
A intervenção do grupo levou a fachada da Japan House (casa japonesa) 
com luzes e cores na junção arte, designer e tecnologia. Tendo como referencial 
a iluminação das cidades japonesas, que lembram lanternas e luminárias, o 
coletivo Bijari destaca a luz reconfigurando a visibilidade da reforma que passava 
a construção arquitetônica original. 
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
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LEITURA COMPLEMENTAR
ARTE E CIDADE: VIVÊNCIAS URBANAS E RELAÇÕES ESTÉTICAS
Janaina Rocha Furtado
Andréa Vieira ZanellaI
Vàsquez (1999) salienta que são várias as formas do ser humano se 
relacionar com a realidade. Essas formas, por sua vez, não se desenvolvem 
paralelamente, pois decorrem das especificidades de cada contexto social e 
cultural, de cada momento histórico que privilegia algumas e pouco valora outras. 
Nos centros urbanos, a partir da racionalidade moderna, foram priorizadas as 
relações prático-utilitárias, e a percepção do ser humano em relação à paisagem 
urbana se tornou predominantemente operacional e cristalizada.
As propostas de plano diretor partem dessa concepção prático-utilitária e 
se centram, geralmente, nos desenhos de linhas retas que privilegiam a ocupação 
racional do espaço urbano. As avenidas e ruas, espaço de passagem de veículos e 
seus condutores sempre apressados, apresentam poucos lugares para os pedestres 
ou mesmo para estacionamento: o objetivo não é a parada, e sim o fluxo sempre 
contínuo, que permite às pessoas se deslocarem entre pontos específicos, pré-
determinados. As praças, por sua vez, cada vez mais clean, deixam de ser locais 
de encontro para serem pontos de espera do transporte coletivo, geralmente 
atrasado. E aos olhares, o que se apresenta? Cimento, vidros, linhas retas, uma ou 
outra árvore agonizante.
A estrutura da cidade atual viabiliza esse trânsito rápido e contínuo de 
pessoas desconhecidas, permeado de imagens sobrepostas e superficiais, que se 
impõem veementemente a um olhar desatento pelo espaço. A duração do olhar 
sobre o urbano é a duração do segundo que se faz necessário para ir, para passar, 
sendo rara a duração que se perde na contemplação. O todo que se apresenta 
como urbano, para aquele que sempre vai velozmente, é um todo desprovido dos 
detalhes, que exigem um caminhar mais lento, um parar pra ver.
Para romper com a cegueira que nos impede de admirar o entorno, 
Peixoto (1999) defende o olhar estrangeiro, que procura ver o lugar como se fosse 
a primeira vez, superando as imagens que se difundem pela cidade, banalizadas 
pela repetição incansável de si mesmas. Um olhar que re-introduz à paisagem 
a singularidade, a história e o encantamento e que, portanto, viabiliza relações 
estéticas e a constituição de sujeitos outros. Procurar o olhar que estranha o lugar 
familiar é dispor-se a ver o que até então parecia invisível e propor, para esse fim, 
uma outra cultura visual, uma educação do olhar que passa pela necessidade de 
reinventar nossa sensibilidade visual.
De certa forma, a arte urbana, que se intensificou nas décadas de 60 e 
70, veio romper com os espaços de exposição tradicional, com os museus e 
galerias, para falar e dialogar com os lugares e recolocar as artes entre os objetos 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
196
cotidianos e mesmo industriais (PEIXOTO, 2002). E, como objeto do cotidiano, 
veio reivindicar um sujeito do olhar, a presença humana, as marcas contínuas e 
singularidades que fazem desses espaços – privatizados pelas fábricas, outdoors, 
estabelecimento comerciais e outros – novamente espaços públicos, lugares de 
pessoalidade e relações estéticas informais.
Com sua proposta de ocupação de espaços inusitados, de abrir novas 
possibilidades de se perceber o entorno, a arte urbana provoca a desautomatização 
da percepção para ampliar as relações do ser humano com a realidade, 
modificando essas relações e os próprios sujeitos, na medida em que esse ser 
humano se implica na contemplação, a partir da sensibilização do olhar. Isso 
provoca rupturas com a concepção clássica de estética e possibilita pensar na 
viabilização de uma educação estética através da arte na cidade.
Assim como em outros modos de arte, a arte urbana permite um momento 
de criação, porque o processo de percepção requer que o sujeito recrie o objeto 
e, partindo da sua forma e do seu significado, imponha a este sentidos próprios 
(VYGOTSKY, 2001). São esses novos sentidos que promovem uma relação 
diferente do ser humano com a cidade e, mais do que com o objeto de arte, com o 
entorno que lhe constitui. A relação estética dialoga assim com o extraestético, o 
artístico com o não artístico, sendo que a arte urbana favorece essa comunicação 
porque quebra o isolamento imposto pela Modernidade entre sujeito e objeto 
estético, este último sempre exposto em um lugar que se quer neutro.
A todo momento, a arte na cidade comunica-se com o lugar em que está 
inserida, com os outros objetos e com as pessoas que por ali transitam e que podem 
vir a estabelecer relações estéticas com ela. Sendo assim, “as relações com o lugar 
tornam-se um componente indissociável da obra de arte. Essa nova experiência 
estética substitui a contemplação de objetos autônomos deslocados do contexto 
por uma colocação em situação” (PEIXOTO, 2002, p. 18).
A ideia que sustenta a criação em arte urbana é de que a cidade, como 
destaca Certeau (2000), é discurso humano, é uma construção social e histórica 
que comunica, modifica-se, extrapola qualquer tentativa racional de planejar as 
etapas, de compreendê-la como a uma máquina. O ser humano que nela habita 
não é somente um ser da razão, mas ser criativo, que estabelece relações afetivas, 
imaginárias e estéticas com o entorno urbano, construindo e constituindo-se nele, 
relacionando-se com as pessoas tendo esse entorno como contexto. Portanto, é 
possível e fundamental pensar em uma outra comunicação desse ser humano 
com o espaço e em um outro trajeto do olhar sobre o mesmo, resgatando o lugar 
em seus detalhes, naquilo que oferece ao sentimento de participação, de fazer-
se junto no diálogo urbano, implicando as pessoas nesse processo. A arte ali 
está para ser vista, para suscitar emoções em quem passa e, por que não dizer, 
fazer emergir outros e diferentes discursos visuais, imagens outras que venham 
a significar a imagem mostrada e provocar nossa forma já acostumada de ler o 
mundo e decifrar as imagens que nele se saturam.
TÓPICO 4 | EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
197
A cidade é o lugar onde o público e o privado, o sujeito e a coletividade, 
se imbricam, onde as condições, as forças potencializadoras das ações humanas 
se articulam. Não é um espaço físico apenas, mas espaço de significação. Nesse 
sentido é que problematizamos esse espaço através da arte visual, para retomá-lo 
por sua dimensão humana, antropológica, e não tecnológica e funcional apenas.
Essa discussão está imbuída de uma preocupação com o futuro que 
queremos e como queremos nossas cidades, o que implica a necessidade de 
se enfatizar a multiplicidade de sentidos e significações que o mundo urbano 
oferece. A resposta possível ao futuro das grandes cidades dirige-se a uma 
questão fundamental em nossos dias: revitalizar os sentidos das utopias, 
buscando as energias criativas das manifestações artísticas e retomando o 
caráter instaurativo das imagens urbanas como elemento fundamental. Em 
outros termos, pensar a cidade do futuro não a partir de perspectivas dualistas, 
mas colocando em relação dialógica a sensibilidade artística e a racionalidade 
técnica (LIMENA, 2001, p. 41-42).
Se, por um lado, hoje é praticamente impossível se abster da reflexão 
sobre as relações entre cidade e natureza, uma vez que as discussões ecológicas 
trazem à cena as preocupações com o meioambiente e alertam para a sua 
destruição, decorrente do avanço tecnológico desenfreado, por outro lado, esse 
mesmo avanço tecnológico, que possibilitou a industrialização, comercialização 
e consumo de produtos, bem como o desenvolvimento acelerado dos meios de 
comunicação de massa, requer que reflitamos sobre o lugar da arte e das relações 
estéticas com a cidade e com a natureza.
Em relação à exposição ou intervenção da arte urbana, existem problemas 
técnicos que precisam ser pensados: o tipo de material a ser utilizado, o local 
para a exposição, o apoio municipal e da comunidade, o tamanho adequado 
das obras, entre outros aspectos. A arte urbana interfere não somente em uma 
outra concepção estética da obra, mas também em uma outra concepção social e 
comunicacional (CANCLINI, 1982). Essas preocupações são fundamentais para 
pensarmos a cidade como uma construção humana, cujas relações podem ser 
modificadas e, portanto, como espaço de diálogo e não de imposição de uma 
ou outra estética, geralmente objetivada em esculturas e bustos espalhados pelas 
cidades, que pouco dizem respeito aos seus moradores.
No entanto, permanece uma certa preocupação de que esse tipo de arte 
seja mais um modo disfarçado de publicidade e política corporativa, uma vez que 
esses projetos podem ser utilizados para promover os locais como lugares únicos 
e vendê-los para turistas, assim como utilizados para ornamentar e embelezar 
a cidade para satisfazer seus moradores. “Sob o pretexto de ressuscitar lugares, 
a arte in situ acaba sendo mobilizada para apagar as diferenças, através da 
serialização mercantil das cidades” (PEIXOTO, 2002, p. 21).
Essas questões requerem atenção, e necessário se faz analisar 
detalhadamente os projetos de reurbanização através da arte e da arquitetura. Entre 
vários aspectos a serem considerados, destaca-se a preocupação com intervenções 
UNIDADE 3 | DESDOBRAMENTOS DA ARTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
198
que esvaziam as características arquitetônicas, sociais e históricas dos lugares, 
mesmo que o objetivo das mesmas não seja adequar-se a essas características e 
ressaltá-las; o respeito às condições específicas de cada bairro, cidade ou país, 
para não tornar a arte apenas uma distração das verdadeiras aflições e tormentos 
do ser humano na cidade moderna. Articular as necessidades públicas e locais é 
imperativo, no entanto faz-se mister não confundir arte urbana com renovação 
urbana ou recuperação de habitação inadequada (ARTE PÚBLICA, 1998).
FONTE: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682007000200007>. 
Acesso em: 23 jul. 2019.
199
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O happening foi uma expressão artística que surgiu nos anos 1950 e tinha como 
principal característica o uso dos suportes do teatro com as artes visuais, tendo 
o público como participante da obra. 
• A performance se caracteriza pelo uso do corpo do artista ou de convidados que 
utilizam várias linguagens das artes visuais, além da música, poesia e dança.
• A videoarte surgiu como meio de criticar o que era passado nos programas da 
tv e na internet. Através do uso de tecnologias, os artistas criam sequências de 
imagens, fazendo com que o espectador faça a leitura da obra somente através 
das imagens.
• Body art se caracteriza como um movimento da arte contemporânea que tem 
como suporte o corpo.
• O fotorrealismo se configura como uma linguagem de arte contemporânea que 
soma o realismo da fotografia com a delicadeza da pintura.
• A internet art tem como suporte as redes virtuais e busca a desmaterialização 
da obra e a interatividade com o espectador.
• A street art tem o desenho como principal força expressiva e soma várias maneiras 
de se expressar: stickers art, stencil, lambe-lambe, malabarismo, entre outros.
• O grafite é uma linguagem da arte contemporânea, que faz parte do movimento 
hip-hop e também da street art. Os artistas grafiteiros espalham seu desenho 
pelos muros e ruas das cidades, trazendo mensagens de crítica política e social.
• A land art é um movimento que agrega artistas conectados com o ambiente e a 
natureza. A arte sai do atelier e dos suportes tradicionais, como pintura e escultura, 
e passa a ser construída no ambiente natural onde o artista realiza a obra.
200
AUTOATIVIDADE
1 Body art é o nome do movimento artístico que teve suas origens nas pinturas 
e escarificações feitas pelos povos indígenas, aborígenes e africanos. O 
suporte utilizado por esses povos para desenvolver suas criações era(m):
a) ( ) A argila.
b) ( ) O corpo.
c) ( ) As pedras.
e) ( ) Os ossos de animais.
2 Sobre o fotorrealismo é correto afirmar que: 
a) ( ) Também conhecido como hiper-realismo, propõe uma forma de retratar 
o mundo com fidelidade fotográfica.
b) ( ) A arte fotorrealista se utiliza de técnicas modernas de desenho.
c) ( ) A arte fotorrealista não se prende a detalhes.
d) ( ) As cores usadas na arte fotorrealista são sombrias e frias.
3 Na zona portuária do Rio de Janeiro foi criado um mural de 3 mil metros 
quadrados, desenvolvido pelo artista brasileiro Eduardo Kobra, em 2016. 
Essa arte muralista, que também está representada na street art, chama a 
atenção pelas cores e impressões tridimensionais. Na obra, denominada 
Etnias, cinco rostos representam etnias de cada continente.
FIGURA – TODOS SOMOS UM (ETNIAS) RIO DE JANEIRO, BRASIL (2016)
FONTE: <http://www.eduardokobra.com/etnias/>. Acesso em: 1 out. 2019.
A partir dessas informações, analise as seguintes afirmações.
I- Os grafites estão presentes em locais onde se impõem à totalidade da 
população urbana e não apenas aos apreciadores.
II- Técnicas variadas de pintura são utilizadas na realização de um mural e 
muitos artistas das artes plásticas saíram das escolas de arte para divulgar 
suas produções em muros e paredes. 
201
III- No cenário europeu, um dos mais importantes grafiteiros foi Jean-Michel 
Basquiat.
IV- O grafite se desenvolve num trabalho coletivo e serve para diversos 
discursos, dentre os quais, os afirmativos étnicos.
É CORRETO apenas o que se afirma em:
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I, II e IV.
d) ( ) II, III e IV.
202
203
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