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ANTICONVULSIVANTES MAIS UTILIZADOS NA MEDICINA VETERINÁRIA e CASO CLÍNICO

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@bzlsi.vet
Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
BEATRIZ LORRANY
ANTICONVULSIVANTES MAIS UTILIZADOS NA MEDICINA VETERINÁRIA
São Paulo – SP
2019
@bzlsi.vet
Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet
ANTICONVULSIVANTES
Os fármacos anticonvulsivantes são utilizados corriqueiramente em
tratamentos de alterações cerebrais exemplificadas por síndrome cerebral ou
até mesmo agressividade e convulsões.
As anticonvulsivantes terapias são indicadas quando o padrão das crises
convulsivas ou a sua frequência estiverem interferindo na vida do animal.
Crises generalizadas brandas ou focais esporádicas ou mesmo crises
generalizadas graves, não ultrapassando algumas por ano, não necessitam de
controle medicamentoso.
Possuem três mecanismos de ação, sendo um destes a capacidade de
potencialização da neurotransmissão GABAérgica, deixando a célula mais
resistente à despolarização; bloqueio de canais iônicos (Na+ e Ca²), que,
gerando a inativação temporária dos canais de sódio, há uma resistência para
despolarizações sustentadas, características das convulsões, e quanto ao
cálcio, ao entrar na célula neuronal facilita a liberação de neurotransmissão, e a
com a alta liberação de neurotransmissores, há a transmissão neuronal
excessiva. Com o fechamento ou com o bloqueio dos canais de Cálcio, há uma
menor quantidade de neurotransmissores na fenda sináptica e,
consequentemente, menor despolarização de membrana. Também age no
antagonismo de neurotransmissores excitatórios (glutamato).
Vários novos medicamentos têm sido utilizados visando ao controle das
crises convulsivas, com pouco ou nenhum efeito colateral. Atualmente,
escolhe-se um ou no máximo dois medicamentos para o controle das crises,
uma vez que a associação de vários agentes pode dificultar a identificação do
medicamento que está prejudicando o paciente ou qual deles deve ter sua
dose ajustada.
Foram feitas várias tentativas para se classificarem as crises convulsivas
em cães, visando auxiliar os clínicos quanto às prováveis causas. Visando tal
melhora, em 1991 Chirsman classificou as convulsões em generalizadas
brandas ou graves e convulsões parciais. Respectivamente, as convulsões
brandas são alterações motoras em todos os membros, musculatura do
pescoço e cabeça, sem a perda de consciente do animal, podendo haver uma
percepção da crise antecipada, demonstrando sinais clássicos (como buscar
abrigo ou o próprio proprietário). Durante a crise, há a possibilidade de
sialorreia moderada ou intensa, vinda acompanhada do animal em decúbito
lateral e confusão, no entanto acordado. Já nas convulsões generalizadas
graves, há a perda da consciência com sialorreias intensas, possível
vocalização, dilatação pupilar bilateral e até micção ou defecação espontânea
pelo relaxamento dos esfíncteres. As convulsões parciais por sua vez também
podem ser chamadas de focais envolvem somente uma região do cérebro e
são usualmente associadas a uma lesão no cérebro causada por infecção.
Quanto ao fármaco adequado a ser utilizado, necessita-se saber a dose
a ser empregada, o intervalo entre doses e a duração do tratamento, sempre
relacionando a etiologia da afecção. Deve-se também ter conhecimento das
particularidades existentes no sistema nervoso, como a barreira
hematoencefálica.
@bzlsi.vet
Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet
OS FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES MAIS
UTILIZADOS NA MEDICINA VETERINÁRIA
● Fernobarbital
Atua limitando a disseminação da atividade da crise e também eleva o
limiar para a mesma, primariamente por meio do aumento da concentração de
GABA. Por via oral, o fenobarbital é absorvido completamente, porém de
maneira lenta. A concentração máxima no plasma ocorre várias horas após
uma única dose. Indicado quando há convulsões generalizadas e focais, e/ou
quando o custo da terapia é o fator a ser considerado, pois é um medicamento
de baixo custo.
O fenobarbital possui alguns efeitos colaterais, sendo os principais a
sedação, poliúria, polidipsia e polifagia; Raramente ocorre anemia. Alteração
hepática, particularmente se as concentrações plasmáticas estiverem próximas
do nível terapêutico máximo, pode ser uma sequela potencialmente letal do
tratamento a longo prazo.
● Primidona
Possui um mecanismo de ação similar ao do fenobarbital. Ela é rápida e
quase completamente absorvida após sua administração por via oral, sendo
que a concentração máxima ocorre dentro de 3 horas após a ingestão; possui
uma meia-vida plasmática, em média, de 5 a 15 horas. O mecanismo de ação
da primidona é similar ao do fenobarbital pois após sua biotransformação, o
metabólito mais potente é o próprio fenobarbital. Este medicamento
é biotransformado no fígado e transformada em dois metabólitos ativos:
fenobarbital e feniletimalonamida. Cerca de 40% do medicamento é excretado
sem alterações.
É indicado em casos de convulsões generalizadas e focais. E possui
efeitos colaterais mais intensos do que os causados pelo fenobarbital, como
sedação, polidipsia, poliúria, polifagia, necrose hepática e, raramente anemia.
● Fenitoína
Tem efeito estabilizador em membranas excitáveis de várias células,
incluindo neurônios e células musculares cardíacas. Pode diminuir o influxo de
sódio durante o repouso, bem como o influxo de sódio que ocorre durante o
potencial de ação. Reduz o potencial póstetânico e limita o espraiamento da
atividade das convulsões, e se a convulsão ocorrer, não será grave.
A administração da fenitoína pode causar hepatopatia; raramente
verificam-se anemia e hiperplasia gengival.. Este medicamento
esporadicamente apresenta sedação como efeito colateral.
● Benzodiazepídicos
Os mais utilizados deste grupo na medicina veterinária são o diazepam,
clonazepam e o clorazepato dipotássico. Outros fármacos quase não são
utilizados, e quando são, substituem a ação do diazepam.
O diazepam absorvido por via oral, é rapidamente biotransformado pelo
fígado em vários metabólitos predominantemente ativos. Após administração
por via intravenosa, o diazepam penetra rapidamente no sistema nervoso
central (SNC), sendo, por isso, o anticonvulsivante de eleição em caso de
emergência. A indicação é status epilepticus, convulsões generalizadas e
focais, convulsões mioclônicas e crises de ausência. Não se utiliza o diazepam
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/figado/
@bzlsi.vet
Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet
como anticonvulsivante único em cães, pois desenvolve tolerância em 1 a 2
semanas. Em gatos mantém a sua eficácia, sendo o segundo medicamento de
eleição, depois do fenobarbital. Sedação e polifagia. Em gatos, a administração
oral pode levar à necrose hepática fulminante aguda.
O Clonazepam possui meia vida plasmática de 1 dia; recomendado
para uso no Status Epileticus, convulsões generalizadas e focais, crises de
ausência ou convulsões mioclônicas. Este medicamento tem uma eficácia
maior quando associado com fenobarbital. Não é usado em gatos. O único
efeito colateral descrito é a sedação.
Quanto ao Clorazepato, possui meia-vida extremamente curta, sendo
necessário que sua administração se dê diversas vezes ao dia para se obter o
efeito desejado. É mais efetivo quando administrado em associação com o
fenobarbital. Quando em associação com o fenobarbital, deve-se aumentar a
dosagem. Não é utilizado em gatos. Seu principal efeito colateral é a sedação;
alguns pacientes apresentam ataxia e sedação transitória.
Há outros fármacos de comum utilização dentro da área de medicina
veterinária. Como Carbamazepina com ação muito similar à fenitoína nos
canais de sódio, absorvida lenta e irregularmente após administração oral e é
indicada quando há convulsões generalizadas e focais, podendo apresentar
sedação, nistagmo, vômitos e hepatopatia. O ácido valproico baseia-se nas
interações possíveis com os canais de sódio voltagem dependentes e em
possível acúmulo de GABA, sendo rápida e totalmente absorvido após
administração oral. A meiavida do ácido valproico é de aproximadamente 15 h,
mas pode ser menor quando em associação com outros agentes
anticonvulsivantes. A indicação se dápor convulsões generalizadas e focais;
Não se recomenda para gatos.
Há fatores que podem colaborar para a falha da anticonvulsivante
terapia como doenças metabólicas e progressivas, tais como neoplasias,
meningoencefalite granumatose; associação de outros medicamentos ou
utilização de várias substâncias químicas, o estro, doenças sistêmicas com
vômitos e/ou diarreias ou até mesmo a obesidade podem ser fatores inibitórios
e/ou negativos para a terapia.
Muitas vezes é necessário combinar um segundo medicamento, como o
brometo de potássio. No entanto, nos casos refratários, em que a resposta a
estes fármacos não é ideal, existem anticonvulsivantes alternativos de segunda
geração, nomeadamente, gabapentina, felbamato, lotiraztam, zonisamida e
ibitoína, etc.
Vários anticonvulsivantes estão sendo testados e lançados no mercado
para o controle de crises parciais ou generalizadas em seres humanos,
podendo ser uma alternativa futura no controle de crises convulsivas em cães
ou gatos. Dentre eles, destacam-se fosfenitoína, talampanel, carisbamato,
soretolida, brivaracetam, seletracetam e estiripentol. No entanto, nenhuma
dessas substâncias foi testada até o momento em cães ou gatos.
Há também a terapia canabinóide em estudos e recentes aplicações na
área.
CASO CLÍNICO
Cão macho, SRD, de 4 anos de idade, pouco acima do peso, apresenta-se ao
veterinário com F.C. de 98 bpm, F.R. de 35 rpm e PA. de 130x90 mmH e tutor
@bzlsi.vet
Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet
relata que nos últimos 4 dias apresentou 7 episódios convulsivos onde tremia
em decúbito lateral, sialorreia intensa com vocalização e defecação durante o
episódio.
O tratamento, além do recolhimento de exames para constatação do
diagnóstico, caso o animal seja atendido em meio à crise convulsiva, é a
administração de diazepam por meio EV, associado com ventilação e sedação
do animal. Caso o animal seja apresentado ao veterinário sem estar em estado
epilético, deve-se instruir o tutor a administração via oral de fenobarbital.

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