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1 
 
 
IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO DA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução ........................................................................................................ 3 
A Psicopedagogia Institucional Escolar ........................................................... 9 
A Instituição ................................................................................................... 10 
A atuação do psicopedagogo na educação infantil ....................................... 15 
A intervenção do psicopedagogo junto à família ........................................... 18 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Identidade do Psicopedagogo da Educação Infantil 
 
Introdução 
 
 
A construção de uma identidade por parte do psicopedagogo e também dos 
profissionais da Educação Infantil, remete a conceitos como autoria e protagonismo, 
tanto por parte de professores quanto das crianças envolvidas no processo formativo 
e que passam a ser valorizadas enquanto produtoras de cultura. 
A Psicopedagogia ajuda a compreender o processo de aprendizagem e apesar 
de, em muitas instâncias educacionais, não haver o cargo de psicopedagogo, pode-
se desenvolver um olhar e uma postura psicopedagógica diante da aprendizagem. É 
4 
 
 
o caso de entendê-la como um processo contínuo, onde cada criança tem 
características próprias para aprender ou de compreender que os professores, ao 
planejarem, devem pensar no desenvolvimento cognitivo de seus alunos, sem 
dissociá-lo dos aspectos emocionais e sociais. 
De acordo com Serra (2012, p. 7), “A Psicopedagogia, dentro da Instituição 
escolar, tem caráter predominantemente preventivo.” Sendo assim, ela contribui com 
a ação pedagógica na Educação Infantil, uma vez que pode auxiliar na elaboração de 
um planejamento voltado às especificidades das crianças, através de propostas 
adequadas para que estas se desenvolvam em plenitude, prevenindo futuros 
problemas de aprendizagem. 
Segundo Sá (2013, p. 16) “O psicopedagogo é o profissional indicado para 
assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de 
ensino-aprendizagem.” Isto quer dizer que o psicopedagogo, enquanto profissional 
que possui uma escuta atenta às demandas de seu público-alvo, tem um papel de 
suma importância dentro da instituição, podendo orientar e assessorar professores, 
trabalhar com as relações interpessoais do grupo, criando um ambiente favorável à 
aprendizagem, acompanhar as famílias, orientando-as e colaborando com a 
construção de uma proposta pedagógica que contemple as muitas infâncias. 
Pensar a Educação Infantil em um enfoque psicopedagógico requer analisar 
práticas até então enraizadas no cotidiano institucional. Apesar de todas as 
contribuições trazidas pelas DCNEIs , ainda é comum o fato dos profissionais da 
educação que trabalham especificamente com esta faixa etária não conhecerem o 
teor de tal documento. Daí, a importância de se priorizar a formação de todos aqueles 
que atuam diretamente nesta etapa da Educação Básica. 
De acordo com as DCNEIs, as interações e brincadeiras devem ser o eixo 
norteador das práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação 
Infantil e o psicopedagogo pode contribuir para que a instituição garanta estes dois 
eixos neste documento, participando do momento de construção do mesmo e 
auxiliando na formação e qualificação dos profissionais envolvidos neste processo. 
Talvez aí resida seu maior embate, uma vez que, de acordo com Cavicchia (2013, p. 
204), “Nesse processo, o psicopedagogo se depara com uma das mais difíceis e 
instigantes de suas funções na instituição educativa: a de orientar e coordenar a 
5 
 
 
formação e o funcionamento de equipes de trabalho, considerando o contexto 
educacional.” 
Existe uma necessidade constante de formação do grupo, principalmente na 
Educação Infantil, onde nem todos os profissionais possuem os mesmos direitos 
garantidos por lei e o mesmo nível de formação, sendo exigida a formação mínima, 
na maioria das redes. Sendo assim, para se criar um ambiente de qualidade, faz-se 
necessário garantir esta formação continuada do grupo de trabalho. 
O psicopedagogo, neste momento, tem uma importância crucial, pois pode 
auxiliar o grupo a compreender como se dá o desenvolvimento infantil, entendendo 
como a criança participa e produz cultura, auxiliando-os a entender determinados 
comportamentos dos pequenos e a ter embasamento suficiente para mudar sua 
prática. 
Através de seu trabalho de assessoramento, o psicopedagogo auxiliará o 
grupo a perceber que o modo como se trata a criança está diretamente relacionado à 
concepção que se tem de infância, coordenando a ação pedagógica. É comum, em 
momentos de estudos e reuniões, muitos profissionais relatarem que entendem a 
criança enquanto ser que produz cultura, que se deve dar autonomia a estas para 
que através de suas experiências possam explicar o mundo em que vivem. 
Entretanto, não é raro observar práticas que não são condizentes com este discurso, 
uma vez que os adultos não oferecem atividades onde as crianças possam mostrar 
sua capacidade, têm medo até mesmo de que estas escolham seus próprios 
alimentos e/ou comam sozinhas, como se dependessem única e exclusivamente 
deste adulto e não tivessem poder de escolha e decisão dentro da instituição 
educativa. 
Este profissional poderá auxiliar na construção de uma proposta pedagógica 
centrada na criança, respeitando sua autonomia e manifestações linguísticas, 
artísticas, sociais, culturais e ampliando-as. 
Sarmento (2005) destaca que as crianças apresentam modos diferenciados de 
interpretação do mundo e de simbolização do real, que são constitutivos das “culturas 
da infância“, as quais se caracterizam pela articulação complexa de modos e formas 
de racionalidade e ação próprias das crianças. Sendo assim, é importante reconhecer 
6 
 
 
as expressões da criança nas mais variadas linguagens, inclusive a corporal, uma vez 
que também é uma das formas que esta encontra para manifestar-se. 
Longe de ser utilizado de maneira prescritiva ou como uma receita, um modelo 
que pode trazer ricas oportunidades de reflexão em torno das ações dos profissionais 
junto aos pequenos é justamente aquele que enfoca a tematização da prática. 
De acordo com Lopes (2011), 
 
O psicopedagogo, enquanto formador, deve ter clareza de suas ações e 
consciência para evitar juízo de valores, evitando o julgamento das atitudes dos 
profissionais. O intuito é que o material que esteja sendo mostrado sirva para 
aperfeiçoar e não para depreciar um ou outro envolvido.Assim, o grupo passa a ter 
confiança no trabalho do psicopedagogo, pois percebe que não será exposto a 
situações constrangedoras e que este tipo de formação visa disseminar boas práticas. 
Através das imagens, o grupo tem a possibilidade de analisar a fala da criança, 
percebendo como a maneira que vêm conduzindo o trabalho pedagógico dentro da 
Instituição tem afetado as crianças e refletindo se estão realmente valorizando-as 
enquanto atores sociais ou apenas reproduzindo um discurso que está ficando 
arraigado na área da educação. Assim, quando a equipe da Instituição decide 
repensar suas práticas, qualificando-as e registrando-as, acabam por subsidiar a 
produção de saberes referentes à educação coletiva de crianças da faixa etária 
compreendida pela Educação infantil. 
De acordo com Oliveira (2012, p. 41), 
 
7 
 
 
Outro ponto importante a ser resgatado na formação continuada dos 
profissionais da Educação Infantil, é a questão do brincar, muitas vezes relegado a 
segundo plano, dentro das instituições. Ele está diretamente imbricado com as 
interações que a criança estabelece. Quem trabalha diretamente com os pequenos 
reconhece que as crianças interagem pela brincadeira e, quanto menores são, mais 
estas interações estão entrelaçadas com o brincar. Inclusive, documentos oficiais 
reforçam esta ideia, reconhecendo a importância do brincar para a criança. 
 
Na brincadeira a criança aprende a tomar decisões, resolver conflitos, 
expressar sentimentos, comunicar-se, compreender sua realidade imediata, além de 
interagir com outras crianças, com os adultos e com os materiais que lhe são 
disponibilizados. 
O psicopedagogo pode ajudar a garantir este direito inalienável da criança, 
auxiliando na construção de um currículo que garanta o estabelecimento e a 
organização dos tempos, materiais e espaços de brincar, pois para que ele aconteça 
com qualidade é preciso planejamento e parceria com os adultos e cuidadores. 
Uma brincadeira de qualidade contribui para a formação integral da criança. 
Ainda, de acordo com o Manual de Orientação Pedagógica produzido pelo Ministério 
da Educação (2012, p. 12), o brincar e as interações devem ser os pilares da 
construção do projeto curricular. A criança, ao ingressar na Educação Infantil, já está 
em processo de interação com várias pessoas, sejam elas pais, mães, cuidadores, 
irmãos. Assim, estabelecer objetivos claros e bem definidos para planejar a rotina, 
contribuirá para que esta interação -propiciada pelo brincar- seja de qualidade, 
trazendo mais segurança ao profissional e aprendizagem aos pequenos. 
De acordo com Oliveira e Bossa (2015, p. 15), a criança mostra sua relação 
com o mundo enquanto brinca e o adulto precisa se sensibilizar com isto, tendo olhos 
para ver de que forma esta criança está construindo sua história e organizando seu 
mundo. 
8 
 
 
O psicopedagogo inserido nesta modalidade de ensino, atuando como 
formador, de ensinante pode passar a aprendente, uma vez que a formação 
oportuniza momentos de trocas significativas. Este constructo em torno de uma 
prática educativa que leve os professores da Educação Infantil a respeitarem as 
crianças enquanto protagonistas de seu próprio conhecimento, também auxilia o 
psicopedagogo a ter autoria de pensamento. 
De acordo com Fernandez, apud Beauclair (2009, p. 53), “Autoria é o processo 
e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista 
ou participante de tal produção.” Então, quando vai além dos modelos estabelecidos 
e busca por conhecimento , conhecendo cada vez mais seu objeto de estudo e saindo 
da condição atual para assimilar novos conceitos, pode-se dizer que ele também 
estará sendo protagonista de sua própria história e auxiliando o grupo de trabalho a 
construir sua própria identidade. 
À medida que os profissionais estão participando do processo de formação, 
vão analisando suas práticas, alimentando sua bagagem cultural, ampliando seus 
conhecimentos e realizando trocas a partir das interações entre profissionais e entre 
o psicopedagogo formador. Isto faz com que estes também criem uma identidade 
enquanto profissionais. 
Nas palavras de Beauclair (2009, p. 58), estes são ensinantes e aprendentes 
em processos de autoria, pois “autorizando-se mutuamente, sendo autores dos 
pensamentos e movidos por seus desejos, em busca de seus processos e 
movimentos de autonomia, devem ir além do olhar do outro, para reconhecer a autoria 
de seu pensamento e produção.” 
A partir do momento que educadores, professores e atendentes da Educação 
Infantil tomam consciência de sua identidade profissional superam a fragmentação da 
ação educativa e lutam pela construção de um referencial pedagógico pautado nas 
múltiplas infâncias e no respeito à criança enquanto produtora de cultura. 
A instituição de Educação Infantil enquanto espaço de atuação do 
psicopedagogo leva-o a buscar alternativas para a formação dos profissionais que 
trabalham diretamente com as crianças inseridas neste espaço institucionalizado, 
ainda que esta não seja tarefa fácil. Segundo Hoffmann e Silva, 2014, p. 12, 
9 
 
 
 
Por conseguinte, o psicopedagogo encontra campo para atuar e desenvolver 
um trabalho de formação, contribuindo para a construção de uma educação Infantil 
de qualidade e da identidade profissional dos educadores, professores e atendentes. 
Trata-se, assim, de autoria, não somente por parte das crianças, havendo uma 
ressignificação do papel destes profissionais. 
 
A Psicopedagogia Institucional Escolar 
 
A psicopedagogia veio a surgir através da extrema necessidade de solucionar 
diversas dificuldades de aprendizagens que vinham a surgir. Segundo Mansini (2006, 
p. 249), que a Psicopedagogia, como área de estudos, nasceu da necessidade "de 
atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas a sua 
educação, mais especificamente, a sua aprendizagem, quer cognitiva, quer de 
comportamento social". Ela pode cooperar 
com o trabalho realizado na Educação Infantil, 
principalmente na prevenção de futuros 
problemas de aprendizagem, oferecendo 
meios para que seja trabalhado o 
desenvolvimento infantil. Apontar direções 
para o planejamento de atividades a serem 
realizadas com as crianças, podem apresentar, contribuindo para a constituição do 
processo da organização psíquica. 
Psicopedagogia é entendida como uma ação que é fornecida juntamente com 
o currículo escolar visando ajudar o processo total da educação, notadamente nas 
questões de aprendizagem. Educação moral é também relacionada ao trabalho da 
psicopedagogia por ser uma importante questão de aprendizagem. Consideramos 
10 
 
 
que o desenvolvimento ético da criança deve ser o objetivo central em todas as ações 
voltadas para esta. 
Conforme os estudos de Bossa (2000, p. 89), no que diz respeito à 
Psicopedagogia preventiva, "podemos dizer que o nosso sujeito é a instituição, com 
sua complexa rede de relações". A partir dessa reflexão, podemos dizer que a 
instituição é um espaço físico e psíquico da aprendizagem, local e objeto de estudo 
da Psicopedagogia. Os procedimentos didáticos que interferem na aprendizagem 
devem ser analisados e discutidos, a fim de que possam ser ressignificados. 
A partir da das relações entre o sujeito e o meio familiar e social em que vive. 
A psicopedagogia pode trazer importantes contribuições para a Educação Infantil, 
trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir 
os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e cognitivo, através da 
aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento (FAGALI; VALE, 
2003, p.10). Pode ainda contribuir com a ação pedagógica na Educação Infantil 
através de reflexões com o professor sobre o desenvolvimento do grupo de alunos e 
na elaboração de propostas adequadas para que avancem nas suas aprendizagens 
e também contribuircom conhecimentos da psicopedagogia. (CAMPOS, 1997, p. 34). 
Atualmente segundo de Allessandrini (1996, p. 21), a definição do objeto de 
estudo dessa área do conhecimento: "a Psicopedagogia estuda o processo de 
aprendizagem a partir de uma contextualização teórico-prática que advém da 
Pedagogia e da Psicologia". Já na concepção de Fagali e Vale (2003), a 
Psicopedagogia, na atualidade, vai além das pesquisas relacionadas somente aos 
problemas de aprendizagem. Os estudos caminham na direção de duas vertentes 
para a Psicopedagogia: a curativa ou terapêutica e a preventiva. 
 
A Instituição 
 
Em 1998, o MEC elaborou o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil (RCNEI) buscando atender a necessidade de uma base nacional comum para 
os currículos, sendo um conjunto de referências e orientações pedagógicas não 
necessariamente obrigatórias à ação docente. As crianças são sujeitos que recriam 
11 
 
 
o seu modo e a sua forma de entender e compreender aspectos do mundo. São 
sujeitos construtores de uma cultura própria. 
 Segundo os RCN (vol.1): As crianças possuem uma natureza singular, que as 
caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio, 
e isto porque, através das interações que estabelecem desde cedo com as pessoas 
que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço 
para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam 
e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas 
e seus anseios e desejos. (Brasília, 1998, p.21) 
Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 
9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com 
o ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDBEN em seu artigo 29: 
A educação infantil, primeira etapa 
da educação básica tem como finalidade 
o desenvolvimento integral da criança até 
seis anos de idade, em seus aspectos 
físico, psicológico, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da 
comunidade. 
Diferente dos demais níveis da educação, a educação infantil não tem currículo 
formal. Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais (Brasília, 1998), devem ser 
trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, 
Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. 
 A caracterização das instituições de educação infantil como parte dos deveres 
do Estado com a educação expressa na Constituição Federal de 1988 é uma 
formulação almejada por aqueles que ao final da década de 1970 lutaram e ainda 
lutam pela implantação de creches e pré-escolas no Brasil. Em 1988 a Constituição 
Brasileira fez referência aos direitos específicos das crianças de 0 a 6 anos 
garantindo-lhes o direito de serem atendidas e respeitas em suas próprias 
possibilidades. 
12 
 
 
Enfim, hoje, não se aceita mais creche como sinônimo de deposito ou de 
estacionamento de crianças. Creche é coisa séria. Qualquer que seja o nome adotado 
pela instituição que cuida de crianças pequeninas, ela tem de se constituir em espeço 
montados de tal forma que se transformem em ambientes especiais de criar crianças, 
oferecendo a elas tudo de que precisam para se desenvolverem integral e 
harmoniosamente, física e psicologicamente, atendendo ás suas necessidades 
físicas biológicas, sociais, intelectuais e afetivas de forma integrada (Rizzo, 1999, 
p.45) 
 
Segundo Hoffmann e Silva (1999) em algumas instituições ocorre dos bebês e 
as crianças de até 3 anos de idade jamais irem a praça ou tomarem sol, 
permanecendo o dia todo em suas salas, outro fato muito visível nos dias atuais é de 
salas amontoadas de crianças aonde a profissional necessita se desdobrar em duas 
para conseguir atender a todas. 
Barbosa ressalta a que: os estabelecimentos educacionais para crianças 
pequenas precisam revisar as organizações das turmas apenas por faixa etária 
similar e propiciar oportunidades de interações tanto de crianças da mesma idade 
quantos de crianças de idade diferentes, na perspectiva de favorecer a transmissão 
e a reelaboração das culturas de infância. 
A escola deve por meio de seus gestores e professores, ter o compromisso de 
construir relações com as famílias, pois sabemos que grande parte das crianças que 
frequentam a instituição vem de famílias trabalhadoras. ,O cuidado e a educação das 
crianças tornou-se, nos últimos 30 anos, uma grande preocupação de pais, governos, 
empregadores, comunidades e pesquisadores. A ocupação dos espaços no mercado 
de trabalho pela mulher, lado a lado com os homens, fez crescer mais ainda a procura 
por alternativas de cuidado para as crianças, a serem prestados por outras pessoas 
que não os seus progenitores ou familiares pois, atualmente as famílias brasileiras 
cada vez mais necessitam deixar seus filhos nesse ambientes: 
Embora as famílias com os dois pais trabalhando possam não ser pobres, elas 
podem ter dificuldades financeiras para pagar as altas taxas das creches, e ainda 
sofrerem o estresse de tentar dar conta do trabalho e de obrigações domesticas e 
sócias ao mesmo tempo. Portanto é muito importante que as educadoras trabalhem 
13 
 
 
em conjunto com os pais e sejam sensíveis ás pressões que eles enfrentam. 
(GOLDSCHMIED, 2006, pág. 16) 
 Por isso a importância de termos profissionais qualificados na escola, que 
tenham claro os objetivos de suas aulas, que consigam criar um bom vínculo de 
relação com os pais e que conheçam as principais características de cada nível de 
desenvolvimento do ser humano e que consiga enxergar, a partir de um gesto simples 
da criança, uma evolução na sua aprendizagem. Para tanto os docentes que seguem 
a prática educativo-crítica, precisam se convencer de que ensinar não é transferir 
conhecimento, mas sim criar as possibilidades para a sua produção ou a sua 
construção, instigando cada vez mais a curiosidade dos educandos. (FREIRE, 1996). 
Sendo assim, intervir pedagogicamente na educação de qualquer nível de 
ensino, aqui se tratando em especial da Educação Infantil de 0 a 3 anos, exige 
comprometimento, esforço e muito estudo. Já que com 
O recém-nascido ainda é considerado como alguém a quem teremos que 
ensinar tudo ou, pelo menos, alguém a quem teremos de fazer exercitar suas 
capacidades segundo nos pareça importante para seu desenvolvimento. Ao mesmo 
tempo, não se dá suficientemente importância as suas atividades, nem ás suas 
descobertas autônomas. ( Falk, 2011, p. 40) 
Não é tão simples como muitas pessoas imaginam que sejam pois não é 
somente cuidar da criança, é preciso entender que ela é capaz de aprender sempre, 
independente do seu nível cognitivo, e à escola ou creche cabe, portanto a função de 
cuidar e educar. Na concepção de Barbosa(2009) a organização do tempo e do 
espaço precisa oferecer a oportunidade de momentos de troca com outras crianças 
e de brincadeiras que efetivamente promovam aprendizagens, garantindo o 
desenvolvimento. 
Quando falamos em crianças 
pequenas vemos a necessidade de 
promover situações aonde as crianças se 
sintam instigadas a criarem algo novo, a se 
expressarem, a exporem suas ideias e 
desejos, respeitando o seu rimo de 
desenvolvimento e de interesse, levando em conta o espaço reservado na escola para 
14 
 
 
que isso aconteça, colocando-as como centro do processo educacional. Sabendo que 
o bebê 
Tem a capacidade de agir de forma autônoma sobre o meio e, dessa forma, 
provocam uma importante reflexão sobre a concepção de criança que tem orientado 
nosso pensar e agir docentes. Nesse sentido, contribuem fortemente para romper 
com a concepção de criança como ser passivo e incapaz ainda tão presente na cultura 
adultocêntrica que nos foi ensinada e que ainda é compartilhada por muitos de nós 
professor e professoras. ( Falk,2011, p. 6) 
 Como afirma Freire (1992), o padrão de desenvolvimentono qual nos 
encontramos pode ser definido a partir do nosso esforço de adaptação no 
mundo. Precisamos entender que a educação infantil é tão importante quantos todos 
os outros níveis de ensino, sendo a primeira e fundamental etapa da educação básica. 
Especialmente falando dos bebês podemos notar que eles sempre foram vistos 
como seres frágeis dos quais necessitam de cuidado e atenção, para Barbosa (2009) 
os bebês foram descritos e definidos principalmente por suas fragilidades, suas 
incapacidades e sua imaturidade. Nos últimos anos, porém, as pesquisas vêm 
demonstrando as inúmeras capacidades dos bebês. 
Quando se tem como objetivo geral a educação de crianças pequenas em um 
espaço de vida coletiva não faz sentido ter como elemento curricular central apenas 
uma das dimensões do vivido no cotidiano da educação infantil, a dimensão do 
conhecimento científico. (Barbosa, 2009, pág. 7) 
Validando sua forma peculiar de ver o mundo. Tais currículos se materializam 
através de desafios, experiências, linguagens, construção de contextos, temas 
geradores e projetos. 
Ensinar não é apenas transmitir informações a um ouvinte. É ajudá-lo a 
transformar suas ideias. Para isso, é preciso conhecê-lo, escutá-lo atentamente, 
compreender seu ponto de vista e escolher a ajuda certa de que necessita para 
avançar: nem mais nem menos (CURTO, 2000, p. 68 apud MIRANDA, 2008, p. 70). 
 
 
15 
 
 
 
 
A atuação do psicopedagogo na educação infantil 
 
O psicopedagogo pode fazer muita diferença numa instituição, com uma 
escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de professores, alunos e 
família. Ele tem um papel importante dentro da escola, não apenas ao que se refere 
ao acompanhamento de casos, mas também para o apoio e orientação aos 
professores, podendo servir de "ponte" de comunicação entre os intervenientes do 
contexto escolar (SOUZA, 2011). 
O psicopedagogo, na escola, exerce um papel fundamental tanto na relação 
entre professores, alunos, funcionários e família, muitas vezes, sendo necessário 
desmistificar a manifestação de sentimento primitivo como a inveja, a competição, 
que impedem a prática educativa ou professores aspectos que são destrutivos para 
as relações interpessoais, diagnosticando e intervindo nos sintomas ou discursos que 
são mantidos vivos e se repetem, não colaborando para o crescimento do grupo, 
analisar onde a pulsação de morte ativa de forma apenas destrutiva e sem 
possibilidade do novo, do recriar e do recomeçar (SOUZA, 2011). 
É importante o dialogo e a 
interação entre psicopedagogo e 
professor e de outros envolvidos no 
processo de ensino aprendizagem, 
sendo a instituição escolar parte da 
sociedade e a aprendizagem partindo da 
interação da criança na interação com o 
meio social, torna-se importante ressalta a importância que o mundo sociocultural tem 
na aprendizagem da mesma, contribuindo para as construções de aprendizagem 
daquela criança, o psicopedagogo nos ajuda a entender a ação do aluno, quando o 
professor não sente prazer e não se sente seguro com seu processo de ensino 
aprendizagem, dificilmente os alunos contribuirão seus conhecimentos de forma 
tranquila e sem problemas (SOUZA, 2011). 
16 
 
 
O acompanhamento Psicopedagógico tem como objetivo abordar o processo 
da aprendizagem, como esse se desenvolve e de que forma o indivíduo se relaciona 
com o aprender; nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Quando são 
identificadas dificuldades neste processo, a Psicopedagogia busca as suas origens, 
os possíveis distúrbios; as habilidades e as limitações do ser que aprende. 
A literatura tem-nos apontado que o trabalho psicopedagógico desenvolvido 
em instituições educativas de educação infantil tem como marca o aspecto preventivo. 
O psicopedagogo tem a possibilidade de direcionar o seu trabalho para a formação 
continuada do educador, com o objetivo de promover a sua aprendizagem, e, 
consequentemente, a aprendizagem de seus alunos. A partir dessa reflexão, 
concorda-se com as seguintes palavras: 
Desta forma, a busca de alternativas para a formação dos educadores de 
creches/pré-escolas e uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo 
preocupado com o caráter preventivo de sua prática nessas instituições. Investigar, 
analisar e pôr em prática novas propostas para uma formação de educadores que os 
habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a 
equipe escolar, apresenta-se então, como um dos mais fortes desafios ao 
psicopedagogo comprometido com a educação infantil em instituições (CAVICCHIA, 
1996, p. 210). 
Em função desse contexto, o trabalho psicopedagógico iniciou uma importante 
parceria com a coordenação pedagógica da educação infantil da escola de 2006 a 
2010, período em que a autora do presente artigo trabalhou na escola. Para a 
realidade dessa instituição, a temática latente junto aos professores, de 2006 a 2008, 
e com necessidades de atenção, estava relacionada 
à documentação pedagógica elaborada pelos 
docentes. 
A prática psicopedagógica na escola implica 
num trabalho de caráter preventivo e de 
assessoramento no contexto educacional. Segundo 
Bossa, "pensar a escola à luz da Psicopedagogia, 
significa analisar um processo que inclui questões 
metodológicas, relacionais e socioculturais, 
17 
 
 
englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo a 
participação da família e da sociedade". 
Na prática pedagógica, é essencial que se considere as relações entre 
produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes 
sociais. A escola e a sociedade não podem ser vistas isoladamente, pois o sistema 
de ensino (público ou privado) reflete a sociedade na qual está inserido. Observa-se 
que alunos de baixa renda ainda são estigmatizados, na questão do aprendizado, 
como deficientes. 
A escola caracteriza-se como um espaço concebido para realização do 
processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído; lugar 
no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos (GASPARIAN, 1997, 
p.24) 
Ao chegar numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo vai 
solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, 
indisciplina, desestímulo docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não 
vem com as respostas prontas. O que vai acontecer será um trabalho de equipe, em 
parceria com todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores, 
alunos, pessoal de apoio, família). O psicopedagogo entra na escola para ver o "todo" 
da instituição. 
Barbosa afirma que "a escola caracteriza-se como um espaço concebido para 
realização do processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente 
construído; lugar no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos”. 
A aprendizagem escolar, durante várias décadas, foi vista como algo distante do 
prazer e entendida como um mal necessário. Então, o grande desafio das escolas, 
nos dias de hoje, é despertar o desejo dos alunos para que possam sentir prazer no 
aprender. 
A opinião de Barbosa é clara quando argumenta que: Transformar a 
aprendizagem em prazer não significa realizar uma atividade prazerosa, e sim 
descobrir o prazer no ato de: construir ou de desconstruir o conhecimento; transformar 
ou ampliar o que se sabe; relacionar conhecimentos entre si e com vida; ser coautor 
ou autor do conhecimento; permitir-se experimentar diante de hipóteses; partir de um 
contexto para a descontextualização e vice-versa; operar sobre o conhecimento já 
18 
 
 
existente; buscar o saber a partir do não saber; compartilhar suas descobertas; 
integrar ação, emoção e cognição; usar a reflexão sobre o conhecimento e a 
realidade; conhecer a história para criar 
novas possibilidades. 
Barbosa ressalta, ainda, que "a 
Psicopedagogia, como área que estuda 
o processo ensino/aprendizagem,pode 
contribuir com a escola na missão de 
resgate do prazer no ato de aprender e 
da aprendizagem nas situações prazerosas”. O psicopedagogo sabe que para 
aprender são necessárias condições cognitivas (abordar o conhecimento), afetivas 
(estabelecer vínculos), criativas (colocar em prática) e associativas (para socializar). 
Deve-se estar atento frente às grandes mudanças que ocorreram nas 
propostas educacionais. Atualmente, o conhecimento científico só tem sentido se for 
ligado ao social, engajado ao cotidiano, onde através dele se possa encontrar 
soluções. A reforma educacional brasileira é extremamente exigente. Os paradigmas 
dessa reforma estão centrados na verdade aberta, no conhecimento múltiplo, 
transdisciplinar. As mudanças não acontecem na mesma proporção, nem na mesma 
velocidade. A apropriação leva um tempo até ser introspectada, compreendida e 
colocada em prática. As mudanças (a introdução no novo) num ambiente escolar têm 
que ser escalonadas e sucessivas, priorizando-se e hierarquizando-se as ações. 
Barbosa ratifica que a atuação psicopedagógica junto a um grupo ou 
instituição, para ser operante precisa interpretar os papéis desempenhados, a forma 
como foram atribuídos e assumidos, assim como as expectativas que se encontram 
latentes neste movimento de atribuir e aceitar o papel. [...] A tarefa de cada um deve 
estar voltada para o aprender, desde a direção até a portaria ou o serviço de limpeza. 
A intervenção do psicopedagogo junto à família 
 
19 
 
 
Segundo Fernández (1991, p.97) a transformação histórica do contexto sócio 
histórico cultural é resultante de um constante processo de evolução, ao qual a 
estrutura familiar vai se moldando e modificando, concomitantemente aos diferentes 
momentos históricos vivenciados pela humanidade, assumindo características 
peculiares dependendo do tipo de referência adotada como base para educação dos 
filhos em determinada época ou período. 
 O conceito de família mudou muito 
nos últimos tempos, não há mais um 
padrão de família, e sim uma variedade de 
padrão familiar, com identidade própria em 
constante desenvolvimento. Mas 
independente dessa mudança a família 
continua sendo o primeiro local de aprendizado das crianças, é através dela que 
acontece os primeiros contatos sociais e as primeiras experiências educacionais 
. A família, está diretamente ligada as atitudes comportamentais da criança. Na 
maioria das vezes a influência que os pais exercem sobre seus filhos é 
inconsciente, pois não tem consciência de que seus comportamentos, sua maneira 
de ser e de falar, de tratar as pessoas, de enxergar o mundo, tem 
enorme influência sobre o desenvolvimento do seu filho. 
Os pais têm um papel importante no processo de desenvolvimento da 
autonomia. Se eles encorajarem as iniciativas da criança, elogiarem o sucesso 
derem tarefas que não excedam as capacidades da criança forem coerentes em 
suas exigências e aceitarem os fracassos estarão contribuindo para o 
aparecimento do sentimento de auto confiança e auto estima. ( Sabini , 1998, p.65) 
Percebe-se a grande importância dos pais no desenvolvimento cognitivo e 
evolutivo da criança, a sua ausência no ensino aprendizagem dos alunos podem 
ocasionar baixo desempenho e até mesmo a repetência escolar. Muitos pais veem a 
escola como local de depósito de crianças, vão matriculam seus filhos e só 
aparecem na escola quando seus filhos estão com problemas, baixo desempenho 
ou quando a coordenação manda chamá-lo. Sem a família não há como promover 
uma boa educação. 
20 
 
 
A participação dos pais na vida escolar de seus filhos é condição 
indispensável para que a criança se sinta amada e motivada a obter avanços em 
sua aprendizagem. Sendo assim a família e a escola precisam ser parceiras para 
que os alunos possam realmente ter um maior aproveitamento na aprendizagem, não 
basta apenas à escola se preocupar na aprendizagem, e os pais não se 
preocuparem. 
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas 
também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no 
mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por 
grande parte da sua educação e da sua aprendizagem. O que a família pensa, seus 
anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho 
também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico. 
Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das 
crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de 
uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de 
informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. 
Nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de 
problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, 
pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o 
conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas que 
favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de 
pensamento crítico. 
As ações realizadas pelo psicopedagogo junto com o sujeito com transtorno 
procura promover a reelaboração do processo de aprendizagem, assim sendo essa 
intervenção propicia uma mudança na ação do sujeito em relação à aprendizagem. 
(Serrat, 2002, p.56) 
Dessa forma, acredita-se que o trabalho da Psicopedagogia quando encontra 
consonância e parcerias na escola, pode promover efeitos muito positivos para a 
minimização das dificuldades que emergem no contexto escolar, apesar de 
representar um constante desafio, pois requer o envolvimento de toda a equipe, e um 
desejo permanente de mudanças, para que as transformações, de fato, ocorram. O 
conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também 
21 
 
 
são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo 
que a cerca. Para o professor Libânio (1992): 
Educar é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa a direção o 
que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode então, ser definido como uma 
atividade sistemática de interação entre seres sociáveis, tanto no nível intrapessoal 
como no nível da influencia do meio, interação essa que se configura numa ação 
exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar nelas mudanças tão 
eficazes que os tornem elementos ativos, dessa própria ação exercida (op.cit, 98). 
Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, um 
modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo anterior 
ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por 
superação. 
Pode-se dizer, então que a educação não pode ser compreendida a margem 
da história, mas apenas no contexto em que os homens estabelecem relações entre 
si, dessa forma a família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande 
parte da sua educação e da sua aprendizagem, por meio dessa aprendizagem a 
criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus 
conhecimentos, seus saberes. Entretanto, na realidade, o que se tem observado é 
que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas. 
 A nova forma de sociabilidade tem modificado o cotidiano das famílias, 
pressionados pelas demandas do mundo moderno, os pais têm uma carga horária de 
trabalho que não possibilita uma maior convivência com os filhos, ficam fora o dia 
inteiro ou pais desempregados, as brigas, as drogas, os pais analfabetos, pais 
separados e mães solteiras, ou seja, crises nas instituições sociais. 
22 
 
 
As famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola,sendo 
que, em decorrência disso, formam-se gerações cada vez mais dependentes e a 
escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades. A escola 
se converteu na principal instituição socializadora, onde deve resolver a maioria 
desses problemas. Lugar esse, em que os meninos e as meninas têm a possibilidade 
de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de 
convivência coletiva. 
Considerando o exposto, cabe ao 
psicopedagogo intervir junto à família das 
crianças que apresentam dificuldades na 
aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma 
entrevista e de uma anamnese com essa família, 
para tomar conhecimento de informações sobre 
a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e 
social. O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com 
relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o 
psicopedagogo chegar a um diagnóstico. 
Vale lembrar o que diz Bossa (1994) sobre o diagnóstico: O diagnóstico 
psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revelável, onde a intervenção 
do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até 
a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue 
durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou 
acompanhamento da evolução do sujeito. (op.cit, p.74) 
Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às 
desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. 
Boas partes dos problemas encontrados são lentidão de raciocínio, falta de atenção 
e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor 
23 
 
 
rendimento intelectual. Pois a que a escola é o meio social também que têm a sua 
responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar. 
Entende-se assim que a família 
desempenha um papel decisivo na 
condução e evolução do problema 
acima mencionado, pois, muitas vezes, 
não consegue enxergar essa criança 
com dificuldades, essa criança que, 
muitas vezes, demonstrar suas 
necessidades através de suas atitudes, 
que às vezes são ignoradas ou não perceptíveis, devido a vida ter assimilado um 
caráter acelerado. A necessidade do vínculo afetivo é primordial para o bom 
desenvolvimento da criança. 
A esse respeito Souza (1995) diz que: Fatores da vida psíquica da criança 
podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação 
com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes 
parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento 
(op.cit.p.58). 
A criança só aprende se ela tem o desejo de aprender, as lembranças futuras 
estarão relacionadas ao que foi significativo no fulcro de sua existência. E para isso 
é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo. A intervenção 
psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de 
reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos 
professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço 
no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a 
posição de parceiros, participando e opinando. 
 
24 
 
 
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