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ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO EM SALA DE PARTO. EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO. PROFª THAÍS M. DI LELLO BOYAMIAN PROF.ª NATHALIA R. BORCARI DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER Objetivos de Aprendizagem • Compreender como ocorre a recepção do recém-nascido na sala de parto • Avaliar o recém-nascido ao nascimento • Identificar a necessidade de cuidados ao recém-nascido (RN) e sua família na sala de parto • Estabelecer plano de cuidados desde o nascimento até a transferência para o alojamento conjunto, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) ou berçário. Qual é a importância de uma boa assistência ao RN na sala de parto? Esse momento pode impactar nos níveis de mortalidade e morbidade infantil? “Assim, a TMI de 2019 do Brasil e a TMI média do triênio para o Brasil ficou em 13,3 óbitos para cada mil NV. As Regiões Norte e Nordeste possuem as maiores médias de TMI, com 16,9 e 15,3 óbitos para cada mil NV, respectivamente para o período de 2017 a 2019. As menores médias da TMI são observadas nas Regiões Sudeste e Sul, com 11,7 e 10,1 óbitos para cada mil NV, respectivamente” Leiam a sentença abaixo... Com base no descrito acima, como podemos relacionar as diferentes regiões do país com os dados de mortalidade infantil? Quais são as questões que contribuem para essa diferença? https://www.gov.br/saude/ptbr/centraisdeconteudo/publicacoes/boletins/boletinsepidemiologicos/edicoes/2021/boletim_epidemiologico_svs_37_v2.pdf https://www.gov.br/saude/ptbr/centraisdeconteudo/publicacoes/boletins/boletinsepidemiologicos/edicoes/2021/boletim_epidemiologico_svs_37_v2.pdf Mortalidade Infantil: até 1 ano de idade Dados de 2017 (IBGE): 12,8 a cada 1000 nascidos vivos Melhora na assistência pré-natal e cobertura vacinal 2015. Alta na mortalidade por casos de Zica vírus e baixa adesão às vacinas Morte neonatal 60 a 70% da mortalidade infantil. Principal causa de morte infantil acontece no período neonatal SP 2020 9,88 óbitos por 1000 NV Mortalidade neonatal: Prematuridade Asfixia Perinatal Anóxia Neonatal Causas maternas Infecções Perinatais Importância do Programa Rede Cegonha www.saude.gov.br/acoes-e-programas/rede-cegonha O momento do nascimento: Período de transição da vida intrauterina para extrauterina. Quais fatores de risco podem levar à intercorrências com o RN na sala de parto? • Prematuridade • Diminuição de MF • Placenta prévia • DPP • Mecônio • Diabetes materna • Hipertensão materna • Malformação fetal • Mãe usuária de drogas • Infecção materna • Idade materna (extremos) • Uso de medicações como opióides... • Prolapso de cordão • Outros Fatores de risco para o RN (MS): • Baixo nível socioeconômico. • História de morte de criança menor de 5 anos na família. • Criança explicitamente indesejada. • Mãe adolescente (<20 anos). • RN pré-termo (<37 semanas). • RN com baixo peso ao nascer (<2.500 g). • Mãe com baixa instrução (<oito anos de estudo). ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SALA DE PARTO Adaptações Circulatória Respiratória Estresse no trabalho de parto Perda de suporte metabólico Nascimento: Momento que marca o início das transformações fisiológicas e metabólicas para adaptação da vida intra uterina para extra uterina. ❖Adaptação para vida extrauterina ❖ Ar entra nos pulmões - Troca gasosa ❖ Fim da circulação placentária / fetal ❖Ducto venoso, canal arterial e forame oval fecham nos primeiros dias ou semanas ❖O não fechamento dessas estruturas pode indicar cardiopatias DUCTO VENOSO FORAME OVAL CANAL ARTERIAL AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO ➢Classificação conforme IG: • Menor que 37 semanas : pré-termo (RNPT) • (36 a 37 semanas – pré-termo limítrofe) • Entre 38 e 41 semanas: termo (RNT) • Maior que 42 semanas: pós-termo (RN pós termo) ➢Classificação conforme o peso e idade idade gestacional: • Grandes para idade gestacional (GIG) • Adequados para idade gestacional (AIG) • Pequenos para idade gestacional (PIG) Quem é o recém-nascido?? Classificação PIG AIG GIG ➢Classificação conforme o peso: • Extremo baixo peso (EBP): Menor que 1.000g • Muito baixo peso (MBP): Menor que 1.500g • Baixo peso (BP): Menor que 2.500g • Normal: Entre 2.501g e 4.000g • Macrossômico: Maior que 4.001g Quem é o recém-nascido?? Classificação Qual é o papel do Enfermeiro na assistência ao RN na sala de parto? • Planejar e prestar assistência ao RN, gestante/puérpera e família • Realizar previamente a anamnese materna. • Preencher a ficha de nascimento do RN. • Providenciar previamente o material para assistência ao RN ( em qualquer circunstância) • Manter a organização do setor, garantir a funcionalidade dos equipamentos e validade dos materiais e medicamentos. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SALA DE PARTO •Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de quatro situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: Gestação a termo? Respirando ou chorando? Tônus muscular em flexão? •Se a resposta é SIM a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação. RNT Vigoroso Procedimentos de rotina Respirando ou chorando Tônus muscular em flexão Independente do liquido amniótico Clampeamento do cordão tardio 1 a 3 minutos Prover calor Secar Mãe Contato pele a pele Aleitamento Garantir vias aéreas pérvias Clampeamento imediato a qualquer anormalidade Sem flexão ou hiperextensão do pescoço Compressas aquecidas Retirar campos molhados Utilizar campos de algodão Avaliar: FC, tônus muscular, atividade,respiração/choro e apgar Rotina: Vitamina k, vacina Hep B, peso, medidas antropométricas, carimbo dos pés, preenchimento da ficha, pulseiras Avaliação de APGAR Realizar no 1º, 5º e 10º minuto de vida Atenção para temperatura da sala!!! 26°C Avaliação de APGAR Avaliação de APGAR Se Apgar menor que 7 no 1º minuto, deve ser realizado o Apgar no 5º e 10º minuto • Significado dos valores de APGAR - 7 a 10: boa vitalidade, boa adaptação à vida extrauterina - 4 a 6: asfixia moderada - 0 a 3: asfixia grave • A avaliação deverá ser realizada no 1º e 5º minuto de vida Escore de Apgar não é o parâmetro para definir a necessidade de reanimação Garantindo vias aéreas pérvias Garantindo vias aéreas pérvias • Limpar as vias aéreas quando necessário •A limpeza manual de secreções é suficiente e se elimina o risco de bradicardia por reflexo vagal •A aspiração ativa das vias aéreas está indicada unicamente nos casos de aspiração de mecônio, sangue ou secreção com depressão respiratória •Atenção para o posicionamento do RN – risco de apneia obstrutiva Clampeamento tardio do cordão umbilical Benefícios do clampeamento tardio do cordão umbilical Benefícios do clampeamento tardio do cordão umbilical Compreendendo a transfusão placentária a importância do clampeamento em tempo oportuno https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/cuidado-ao-recem-nascido-no-parto-e-nascimento/ https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/cuidado-ao-recem-nascido-no-parto-e-nascimento/ Cuidados com o cordão umbilical •Fixar o clamp à distância de 2 a 3cm do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. Em RN de extremo baixo peso utiliza- se soro fisiológico. (há controversa dessa rotina) •Verificar a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência de artéria umbilical única pode associar-se a anomalias congênitas. • Após o clampeamento do cordão, manter RN sobre o abdome e/ou tórax materno provendo uma fonte de calor Cuidados com o cordão umbilical Aleitamento materno na sala de parto Aleitamento materno da sala de parto Dez passos para o sucesso do aleitamento materno Passo 4 - Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento; conforme nova interpretação:colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães, imediatamente após o parto, por pelo menos uma hora e orientar a mãe a identificar se o bebê mostra sinais de que está querendo ser amamentado, oferecendo ajuda se necessário; Melhor adaptação do RN, regulação glicêmica, cardiorrespiratória e térmica. Aproveitar o primeiro período de reatividade do RN. Melhor estado de alerta. IDENTIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO IDENTIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO •Fazer a identificação do RN e da mãe, usar pulseiras de plástico no pulso ou tornozelo (colocado na mãe e no filho, coleta-se a impressão digital dos dedos da mãe e plantar do RN) •Deve constar obrigatoriamente na identificação: nome da mãe (“RN de”), sexo do RN, registro hospitalar, data e hora do nascimento. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS • Comprimento cabeça-calcanhar (Estatura): 48 a 53 cm • Perímetro cefálico (PC): 32 a 38 cm • Perímetro torácico (PT): PC > PT - 2cm ao nascimento • Perímetro abdominal (PA): 30,5 a 33 cm/ 35cm • Peso Profilaxia da oftalmia gonocócica: Método Crede MÉTODO DE CREDE •O obstetra vienense Credé, em 1881, descobriu o uso do nitrato de prata, hoje difundido mundialmente •O colírio de nitrato de prata 1% promove a profilaxia da oftalmia gonocócica (transmissão de gonococos da mãe para o bebê no momento do parto), eliminando uma das causas de cegueira no neonato • O procedimento deve ser feito após o nascimento •No final do frasco, o produto terá maior concentração de nitrato de prata devido precipitação dos sais, podendo causar conjuntivite química no recém-nascido MÉTODO DE CREDE • Técnica: - Retirar excesso de vérnix na região ocular -Afastar as pálpebras e instilar uma gota nitrato de prata a 1% no fundo do saco lacrimal de cada olho - Massagear suavemente as pálpebras deslizando-as sobre o globo ocular -Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver dúvida, repetir o procedimento -Deve ser feita na primeira hora após o nascimento tanto no parto normal quanto cesárea ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA K e VACINA DA HEPATITE B ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA K •A função da vitamina K é catalisar a síntese de protrombina no fígado, necessária para a coagulação •A vitamina K é sintetizada por bactérias da microbiota intestinal, porém o intestino do RN é estéril ao nascimento, e só será colonizado após a amamentação, embora o leite materno, contenha níveis baixos de vitamina K •A administração de 0,1 ml de vitamina K ajuda na prevenção da doença hemorrágica do RN, causada por uma deficiência dos fatores de coagulação. Vacina Hepatite B: administrar preferencialmente até 12 horas de vida, IM, no vasto lateral da coxa CUIDADOS AO RECÉM-NASCIDO EM ALOJAMENTO CONJUNTO HISTÓRICO NEONATAL ANAMNESE BANHO •Realizado após o RN atingir estabilidade térmica (T= 36,8ºC para banho, pois sabe-se que haverá queda de temperatura, sendo aceitável que o banho inicie com 36,8 e termine com 36,0°C) •Pode ser higienizado com água morna e sabão neutro CURATIVO DO COTO UMBILICAL •Aplicar álcool a 70% ao redor e sobre o coto umbilical após o banho e a cada troca de fralda. Coto umbilical seca progressivamente, mumificando- se perto do 3º ou 4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º dia. EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO •O exame físico minucioso deverá ser feito após 2 a 6 horas de vida, preferencialmente antes de o bebê completar 12 horas de vida. • Sempre que possível, realiza-lo na presença dos pais. •Inspeção, palpação, percussão e ausculta devem ser aplicadas nos diversos segmentos examinados. •Respeite os limites do RN no momento do exame físico •O estresse é tóxico para o desenvolvimento neurológico do RN SINAIS VITAIS 1. Temperatrura axilar: 36,5°C – 37,2 °C 2. Frequência cardíaca: 120 a 160 bpm 3. Frequência respiratória: 40 a 60 mrm 4. Pressão arterial: 65 mmHg x 41mmHg ATIVIDADE: MAPA MENTAL SOBRE O EXAME FÍSICO DO RN UTILIZE SEUS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS NA DISCIPLINA DE SAÚDE DA CRIANÇA E O MATERIAL DISPONIBILIZADO NOS SLIDES A SEGUIR E FAÇA UM MAPA CONCEITUAL BEM DETALHADO. PELE 1. Textura e umidade - RN pré-termo extremo: pele muito fina e gelatinosa - RN a termo: pele lisa, brilhante, úmida e fina - RN pós- termo ou com insuficiência placentária: pele seca, enrugada, apergaminhada e com descamação acentuada. RN pré-termo extremo RN a termo EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE Pele apergaminhada Descamação da pele Fo to g ra fi a d e M a nu e l S a lg a d o e G us ta vo Ja nu á ri o EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE 2. Cor - RN de cor branca são rosados e os filhos de pais negros nascem avermelhados com maior quantidade de melanina nos mamilos, na borda do umbigo e na genitália -Palidez acentuada: pode indicar anemia (aguda ou crônica), vasoconstrição periférica ou choque -Cianose de extremidades (acrocianose) é comum. Cianose central é preocupante e associa-se geralmente com doenças cardiorrespiratórias. - Na vigência de líquido amniótico meconiado, a pele e o coto umbilical podem estar impregnados, apresentando cor esverdeada característica EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE Acrocianose Cianose Central Pele esverdeada - mecônio EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE 3.Milium sebáceo: pequenos pontos brancos (menor que 1mm), localizados na base do nariz, queixo e fronte, devido à distensão e obstrução das glândulas sebáceas, decorrentes da ação do estrógeno materno; desaparecem em poucas semanas. 4.Lanugo: pelos finos que costumam recobrir a região do ombro e da escápula, encontrados de forma mais abundante nos RN prematuros; desaparecem em alguns dias. Milium Sebáceo Lanugo EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE 5.Vérnix caseoso: material gorduroso e esbranquiçado comum em RN prematuros entre 34 e 36 semanas, cujas funções primordiais são a proteção da pele e o isolamento térmico. Nos RN a termo a quantidade costuma ser menor 6.Manchas mongólicas: manchas azul- acinzentadas localizadas preferencialmente no dorso e nas regiões glútea e lombossacra, podendo ser disseminada; São mais comuns nas raças negra e oriental e regridem nos primeiros 4 anos de idade. Vérnix Caseoso Mancha Mongólica EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE 7. Eritema tóxico: lesões eritematosas multiformes (pápulas, máculas e até algumas vesículas) de causa desconhecida e pode ser desencadeado por estímulos mecânicos de atrito ou pressão na pele. Regride espontaneamente, muitas vezes em poucas horas. 8. Máculas vasculares: manchas de cor salmão que desaparecem à pressão, e estão presentes principalmente na nuca, pálpebra superior e fronte. Não possuem importância clínica ou estética. Máculas VascularesEritema tóxico Fo to g ra fi a d e G us ta vo Ja nu á ri o EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE hiperbilirrubinemia. 98% 9.Hemangiomas: formas vasculares mais extensas e elevadas que podem ter significado patológico e devem ser acompanhados. 10. Icterícia: um dos problemas mais frequentes corresponde no período à expressão neonatal e clínica da reflete a adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina (fisiológica – imaturidade hepática) IcteríciaHemangiomas Fo to g ra fi a s d e G us ta vo Ja nu á ri o EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PELE situada na face (máscara cianótica/equimótica), Petéquias Equimoses 11. Equimoses: manchas comuns nos RN, sobretudo os prematuros que sofrem tocotraumatismo. Equimose geralmente sem relevância clínica. 12.Petéquias: localizadas, especialmente se restritas ao rosto, não são motivo de preocupação, mas quando generalizadas devem ser investigadas. 13. Cutis marmorata: quando exposta ao frio, a pele do RN pode adquirir aspecto reticulado, marmóreo- azulado. Esse fenômeno é resultante da imaturidade do sistema nervoso em controlar a vasoconstrição e vasodilatação de capilares e vênulas. Atenção: pode indicar bacteremia / infecção Cutis marmorataEXAME FÍSICO DO RECÉM- NASCIDO CABEÇA • Pode apresentar deformidades transitórias dependentes da apresentação e do parto. 1. Perímetro cefálico: deve ser medido por fita métrica, passando pela protuberância occipital e pela região mais proeminente da fronte. Geralmente é 2 a 3 cm maior que o perímetro torácico. Avaliar a presença de macrocefalia ou microcefalia. 2.Fontanelas: tamanho é variável; a fontanela anterior em forma de losango mede 2 cm nos dois sentidos; a posterior é triangular e do tamanho de uma polpa digital. 3.Suturas: podem ser afastadas ou com cavalgamento. Afastamento grande de sutura, associada ao perímetro cefálico aumentado, ocorre na hidrocefalia CABEÇA edemaciada e equimótica, localizada ao nível da 4. *Bossaserossanguínea: massa mole, mal limitada, apresentação que desaparece nos primeiros dias de vida. 5. *Cefalohematoma:derrame sanguíneo subperióstico, que aparece como uma coleção de consistência cística, de volume variável. Regressão espontânea, podendo demorar semanas ou meses para ser reabsorvido. Pode ser causa de hiperbilirrubinemia. 6. Alterações ósseas: o craniotabes é uma zona de tábua óssea depressível, com consistência diminuída, comparada à uma bola de pingue-pongue, encontrada em RN normal, principalmente, no prematuro. Necessita avaliação do Neurologista *Pode ocorrer por trauma no parto Bossa Serossanguínea Cefalohematoma Craniotabes EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO OLHOS 1.Observar: sobrancelhas, cílios, movimentos palpebrais, edema, direção da comissura palpebral (oblíqua, transversal), afastamento de pálpebras e epicanto. 2.Pesquisar: microftalmia (microcórnea), catarata (reflexo esbranquiçado da pupila), colobomairidiano (persistência de uma fenda inferior de íris), tamanho da pupila (midríase e miose), Igualdade (isocoria ou anisocoria), glaucoma congênito e reação à luz. Teste do olhinho 3. Hemorragias conjuntivais: comuns. 4. Estrabismo: não tem significado nessa idade e pode persistir por 3 a 6 meses. 5. Nistagmo lateral: oscilações rítmicas, repetidas e involuntárias de um ou ambos os olhos frequente. Catarata Coloboma iridiano Glaucoma Congênito Estrabismo Microftalmia EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO ORELHAS 1. Observar: implantação da orelha 2. Anomalias do pavilhão auricular: podem estar associadas a malformação do trato urinário e a anomalias cromossômicas. Pesquisar a acuidade auditiva NARIZ 1. Pesquisar: forma, permeabilidade de coanas e presença de secreção (coriza intensa – uso de reserpina pela mae e muco-sanguinolenta – sífilis congênita). Anomalias do pavilhão auricular Implantação baixa EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO BOCA 1.Pérolas de Epstein: pequenas formações esbranquiçadas no palato e, às vezes, na gengiva sem repercussão clínica. 2. Aftas de Bednar: lesões erosivas na mucosa decorrente de aspiração ou limpeza agressiva logo após o parto. 3. Salivação: saliva excessiva, pensar em atresia de esôfago. Pérolas de Epstein Aftas de Bednar BOCA dentes, conformação palato (ogival), presença leporino), desvio da 4. Observar: Presença de do de fenda palatina, fissura labial (lábio comissura labial (paralisia facial) micrognatia (mandíbula inferior menor do que o normal) e retrognatia (posição mais posterior da mandíbula). 5. Visualizar: a úvula e avaliar tamanho da língua e do freio lingual. Lábio leporinoFenda palatina Paralisia facial Micrognatia Retrognatia Úvula Freio lingual PESCOÇO 1. Detectar a presença: fístulas, cistos, restos de branquiais, contratura bócio, arcos do esternocleidomastoídeo (torcicolo congênito), presença redundante na nuca de pele pode estar associada à síndrome de Down, e na parte lateral (o chamado pescoço alado) à síndrome de Turner Contratura muscular Pele redundante na nuca - DownPele redundante na lateral - Turner TÓRAX 1.Formato: cilíndrico. No RN a termo seu perímetro (passando pelos mamilos) é cerca de 2 cm menor que o cefálico. 2.Assimetria: pode estar associada à malformação cardíaca, pulmonar, da coluna e do arcabouço costal. O apêndice xifóide é frequentemente saliente. 3.Mamilos e as glândulas mamárias: crescem com a idade gestacional. 4. Hipertrofia bilateral das glândulas mamárias: decorrente de estímulo estrogênico materno. Observar a presença de glândulas supranumerárias. Assimetria de tórax Hipertrofia bilateral das glândulas mamárias APARELHO RESPIRATÓRIO 1. Respiração do RN: tipo costoabdominal. 2.FR normal: varia de 40 a 60 mpm com pausas respiratórias curtas (cerca de 5 segundos) nos RN prematuros. Configura-se apneia quando parada respiratória é maior que 20 segundos ou menor, mas associada à cianose ou bradicardia. 3.Verificar: presença de retração, estertores e diminuição do murmúrio vesicular. APARELHO CARDIOVASCULAR 1. FC normal: varia de 120 a 160 bpm. 2. Batimentos cardíacos: melhor audíveis no bordo esquerdo do esterno. 3. Presença de sopros: nos primeiros dias é comum, porém, se persistirem por algumas semanas, é provável que haja manifestações de cardiopatia congênita. 4.Palpação dos pulsos: é obrigatória nos quatro membros. Ausência dos pulsos femorais, deve-se pensar em coarctação da aorta e pulso amplo sugere PCA. 5. Aferir pressão arterial. INSPEÇÃO ABDOMINAL 1.Abdome do RN: semigloboso, com perímetro abdominal cerca de 2 a 3cm menor que o cefálico. Distensão abdominal indica a presença de líquido, visceromegalia, obstrução e perfuração intestinal. 2. Abdome escavado: indica hérnia diafragmática. 3. Presença de diástese de reto: observação frequente e sem significado clínico. 4.Observar: hérnia inguinal e umbilical, onfalocele (órgãos ficam fora do abdome), cisto e hemorragia do cordão. 5.Coto umbilical: inspecionar condições. Secreção, edema e hiperemia periumbilical indicam onfalite. 6. Visualizar o orifício anal. 7. Eliminação de mecônio: costuma ocorrer nas primeiras 24 a 36 horas de vida. INSPEÇÃO ABDOMINAL Abdome semigloboso Distensão abdominal Hérnia inguinal Hérnia umbilical INSPEÇÃO ABDOMINAL Onfalocele Onfalite Hiperemia Periumbilical Mecônio PALPAÇÃO ABDOMINAL 1. Fígado: palpável até 2cm do rebordo costal. 2. Ponta do baço: pode ser palpável na primeira semana, sendo que o aumento deve ser investigado. 3. Detectar a presença: massas abdominais TECIDO SUBCUTÂNEO 1.Prega cutânea: costuma ter cerca de 1 cm nos RN a termo e ser uniformemente distribuída 2.Turgor da pele firme: associado ao bom estado nutricional. Turgor frouxo em crianças emagrecidas e turgor pastoso em RN está mais associado à desnutrição (insuficiência placentária) 3.Edema: pode ser observado em locais relacionados à apresentação fetal, especialmente nas pálpebras. Edema duro (linfedema) em MMII e região genitália de RN prematuros regride em alguns dias. 4. Gânglios: pode apresentar raros pequenos gânglios em torno de 3 mm. Lembrar que nas infecções congênitas pode haver hipertrofia ganglionar Linfedema EXAME FÍSICO DO RECÉM- NASCIDO MUCOSAS 1. Avaliar: cor, umidade e presença de lesões. Mais apropriado quando feito durante o choro da criança. MUSCULATURA 1. Hipertonia em flexão dos membros: esperado em RN normal a termo. 2. Em decúbito dorsal: MMSS fletidos MMII semifletidos, cabeça lateralizada e mãos cerradas. 3. Tonicidade: depende da IG; quanto mais próximo do termo, maior o tônus flexor. Avaliação de mucosa ESQUELETO E EXTREMIDADES 1.Avaliar: presença de deformidades ósseas, inadequações de mobilidade e dor à palpação de todos os ossos e articulações do RN. 2. Avaliar presença de anomalias: polidactilia (dedo extranumerário), sindactilia (dedos unidos), aracnodactilia (dedos muito longos), clinodactilia (dedos desviados do eixo), agenesias (de rádio, fêmur, tíbia, úmero, etc.). 3.Pé torto: diferenciar o pé torto posicional, decorrente da posição intraútero, do pé torto congênito. 4.Examinar a coluna vertebral: especialmente a área sacrolombar, percorrendo com os dedos a linha média em busca de espinha bífida,mielomeningocele e outros defeitos (hemangiomas capilares ou acúmulo anormal de gordura que sugerem espinha bífida oculta). ESQUELETO E EXTREMIDADES Polidactilia Aracnodactilia Clinodactilia Pé torto ESQUELETO E EXTREMIDADES Mielomeningocele Espinha Bífida Exposição das meninges, medula e nervos Exposição das meninges Assintomática ARTICULAÇÕES COXO-FEMURAIS 1.Realizar manobras de Ortolani: abdução da coxa, tendo as pernas fletidas. Quando positiva, indica displasia coxo-femural; 2.Pesquisar: Barlow (flexão da coxa) e assimetria das pregas da face posterior das coxas e subglúteas; APARELHO GENITURINÁRIO 1.Diurese: a primeira costuma ocorrer na sala de parto ou nas primeiras 48h. 2.Manchas avermelhadas: eventualmente são observadas nas fraldas, devem à presença de uratos (cristais) na urina e não tem repercussão clínica. SISTEMA NERVOSO moro, sucção, busca, preensão palmar e plantar, tônus do pescoço, extensão cruzada dos membros inferiores, endireitamento do tronco e marcha reflexa. 1. Observar: atitude, reatividade, choro, tônus, movimentos e reflexos. 2. Pesquisar os reflexos primitivos: Babinski, SISTEMA NERVOSO Reflexo de Babinski Reflexo de Moro Reflexo de Busca Reflexo de Sucção SISTEMA NERVOSO Preensão palmar e plantar Reflexo de Esgrima Reflexo da Marcha Reflexo de Galant Genitália: SEXO MASCULINO 1. Pênis normal do RN: mede de 2 a 3 cm. 2.Bolsa escrotal: palpar e verificar a presença de testículos que podem encontrar- se também nos canais inguinais (comum em RN prematuro extremo). Distopia testicular (criptoquirdia): ausência de testículos na bolsa escrotal ou canal inguinal. 3. Hidrocele não comunicante: frequente e se reabsorverá com o tempo (acúmulo de líquido). 4. Fimose: fisiológica ao nascimento. (correção cirúrgica – postectomia) 5. Meato urinário: observar localização - terminal (normal), ventral (hipospádia) ou dorsal (epispádia). 6. Hipospádia associada a criptoquirdia: solicitar cromatina sexual e cariótipo. Criptorquidia Hidrocele Fimose Hipospádia e Epispádia Genitália:SEXO FEMININO 1. Pequenos lábios e clitóris: estão proeminentes. 2. Secreção: nos primeiros dias, pode aparecer uma secreção esbranquiçada mais ou menos abundante e, às vezes, hemorrágica. 3.Pesquisar: imperfuração himenal, hidrocolpos (dilatação cística da vagina devida a obstrução) e aderência de pequenos lábios. 4.Fusão posterior de grandes lábios e hipertrofia clitoriana: indicam a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. Imperfuração Himenal Atresia vaginal e hidrocolpos Fusão REFERÊNCIAS •ALMEIDA, F. de A.; SABATES, A. L. Enfermagem Pediátrica: a criança, o adolescente e sua família no hospital. Barueri, SP: Manole: São Paulo, 2008. •MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual AIDPI NEONATAL. 3ª edição, Brasília – DF, 2012. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/03/Manual-Aidpi-corrigido-.pdf •MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção à Saúde do Recém-nascido - guia para os profissionais de saúde - cuidados gerais, vol. 1. Ed. Ministério da Saúde: Brasília, 2011. Vol 1, Brasília – DF, 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v1.pdf • HOCKENBERRY, W. WONG. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 8. ed. Elservier: São Paulo, 2011. •SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. CADERNO DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA RECÉM-NASCIDO DE RISCO. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/opdf1.pdf • SOUZA, A.B.G. e Col. Enfermagem neonatal. 1. ed. Ed. Martinari: São Paulo, 2011. •MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para profissionais da saúde – cuidados gerais. Vol 1. Brasília, 2011. Disponível: https://digitalis- dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/43130/1/Problemas%20dermatologicos%20mais%20comuns%20em%20pediatria.pdf http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/03/Manual-Aidpi-corrigido-.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v1.pdf http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/opdf1.pdf https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/43130/1/Problemas%20dermatologicos%20mais%20comuns%20em%20pediatria.pdf
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