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FRATURAS DO TERÇO SUPERIOR E PAN FACIAIS ★ ANATOMIA DA FACE: Importante porque é uma associação de fraturas Pode ocorrer perda de referências: lembrar anatomia Arcos (horizontal) e pilares (verticais): primeira referência a ser reconstituída do paciente Importante solicitar fotografia prévia do paciente Fratura panfacial: ⅔ da face acometidos OU quando há o envolvimento dos 3 terços (superior, médio e inferior) 1) TERÇO SUPERIOR: Limite superior: plano superior da sutura fronto esfenoidal, passando pelo teto do seio frontal e o teto das órbitas Limite inferior: percorre a região das suturas fronto nasal, fronto zigomática e os tetos orbitais *descrever o tipo de fratura lembrando dessas regiões 2) TERÇO MÉDIO: Do limite inferior do terço superior ao plano oclusal da maxila e é formado pelos complexo zigomático, pelas maxilas, órbitas e pelo complexo naso-orbito-etmoidal NOE 3) TERÇO INFERIOR: Vai do plano oclusal ao plano mandibular (base da mandíbula), compreendendo osso mandibular ★ PILARES DE SUSTENTAÇÃO DA FACE E ARCOS FACIAIS: Pilares verticais: pterigomaxilar, zigomático, canino e frontonasal, ramo da mandíbula Arcos horizontais: supra-orbitais, infra-orbital, maxilares, zigomáticos e mandibular OBS: Palato também é fundamental para referências Bloqueio Maxilo-Mandibular Sempre lembrar de reduzir a maxila: um dos primeiros passos: fratura de lane-long ★ FRATURAS PANFACIAIS: Configuram-se como um acometimento ósseo dos terços superior, médio e inferior da face, onde todos apresentam múltiplas fraturas Fraturas mais complexas Grande fragmentação óssea Comprometimento de arcos e pilares precisa ocorrer para ser pan facial Devido a presença de trauma de grande impacto, as vítimas de fratura comumente são politraumatizadas, ou seja, apresentam comprometimento de outros órgãos e estruturas Geralmente esses pacientes apresentam perdas de substâncias de tecido mole e fragmentos ósseos Presença de lacerações, perda total ou parcial de tecidos Exame clínico fundamental: realizado de forma minuciosa, fazendo o exame intra e extra oral buscando sinais sugestivos de fratura Sinais Clínicos: Lacerações em face Abrasão Distopia Edema Desoclusão Hematoma periorbital Hiposgafma Otorragia: hemorragia de ouvido (fratura de crânio) Liquorréia: hemorragia de raiz ou ouvido (etmoide ou temporal): fístula liquórica Diagnóstico das fraturas: Tomografia computadorizada ou raio X de face ★ TRATAMENTO: Deve visar devolver FORMA e FUNÇÃO ao paciente Diferentes tratamentos têm sido propostos. Protocolos como “de cima para baixo e de fora para dentro” e “de baixo pra cima e de dentro para fora” são bastante descritos na literatura e costumam ser os mais utilizados Porém, o objetivo visa reduzir e fixar as fraturas, devolvendo projeções ântero-posterior, altura e largura da face ● Estabilização ● Restabelecer a oclusão ● Simetria facial ● Altura e contorno facial ● Estética: guiada pela função ★ DIAGNÓSTICO ANATÔMICO PRECISO: Anamnese Exame de imagem Exame clínico Identificar linhas de fratura Pilares e arcos faciais acometidos Grau de deslocamento dos fragmentos Presença de fragmentos instáveis a) ANESTESIA: Geral- intra hospitalar Avaliar: extensão da lesão; tempo cirúrgico; acessos cirúrgicos Nariz: nasotraqueal Boca: Orotraqueal Via submandibular: submento oro-traqueal Direção da sonda: direita e esquerda Le fort 1: nasotracheal Le fort 2 e 3: vários tipos de intubação, dependendo do grau de cominuição Pode ser optado também pela traqueostomia b) Técnica: DE CIMA PARA BAIXO E DE FORA PARA DENTRO: Instalação da barra de Erich Fixação do terço superior: sutura fronto zigomática, NOE e osso frontal Fixação do terço médio: redução dos arcos zigomáticos, margens infra orbitárias Bloqueio maxilo mandibular Redução e fixação dos pilares zigomáticos, canino Terço inferior: redução e fixação das fraturas da mandíbula Soltar o bloqueio e checar a oclusão c) Técnica: DE BAIXO PARA CIMA E DE DENTRO PARA FORA: Instalação da Barra de Erich Redução e fixação de todas as fraturas da mandíbula Redução do terço médio: arco zigomático, suturas fronto-zigomáticas e margem infra-orbital Redução das fraturas do seio frontal (parede anterior ou posterior) Bloqueio Maxilo Mandibular Redução das fraturas da maxila Soltar o bloqueio e checar oclusão ● Foi proposto um esquema de tratamento de fora para dentro para o terço médio da face, enfatizando o complexo zigomático como uma estrutura chave para devolver a projeção do terço médio da face ● Dica: começar a fixação SEMPRE pelo osso menos acometido= ● ● SUTURA ZIGOMÁTICO ESFENOIDAL: forma parede lateral da órbita Perda ou super projeção lateral Presente no terço médio Estrutura chave do terço médio da face: parâmetro medial da face Fixar p. lateral da órbita e sutura frontozigomática ● ARCO ZIGOMÁTICO: Parâmetro facial ● PILAR ZIGOMÁTICO MAXILAR ● MANDÍBULA E CÔNDILO: Devolve a DV d) Bloqueio maxilo-mandibular: Um dos objetivos da abordagem cirúrgica principal é devolver a oclusão do paciente O manual da AO recomenda que em casos de fraturas panfaciais ou complexa da face seja utilizado bloqueio com Barra Erich e que seja evitado o uso de parafusos (mini implantes) por estes não permitirem um bloqueio eficaz e estável para esse tipo de fratura e) Acessos cirúrgicos: Acesso coronal: é possível acessar terço superior e médio Incisões periorbitais: Acesso utilizado para abordar a região de margem infra orbital e assoalhos de órbitas. Ex: subciliar, supraciliar Acessos Transorais: Acesso que permite visualização das fraturas do zigomático, fraturas de maxila (le fort 1) Ex: acesso pela vestibular, de keen Acessos transorais para mandíbula: Acessos que permitem a redução e fixação das fraturas de mandíbula. Intra-oral para fratura de sínfise e corpo Acessos extra-oral: Ridson (submandibular), transcervical, retromandibular ★ ESTABILIDADE DAS FRATURAS COMINUTIVAS: Podem ser fixação temporárias ou definitivas 1) Fratura de Lane Long: fixação de placa e parafuso na maxila e palato 1 ou 2 em cada lado da fratura Temporária! 2) Osso frontal: Extracorpórea: calota craniana fraturada e é removida = craniotomia Remoção e fixação extra corpórea Microfragmentos OBS: neuro + buco 3) Fratura NOE: Comprometimento do Telecanto traumático = enxerto e reposicionamento com redução cantal Redução como era anteriormente o pilar (vertical): pilar fronto nasal ➔ Se os ligamentos cantais mediais foram destacados, eles devem ser posicionados somente após enxerto ósseo da órbita medial e nariz. Um conjunto separado de fios transnasais ➔ Após a fixação de tecidos duros, vem a fixação de tecidos moles ➔ TELECANTO TRAUMÁTICO: Tipo 1: O ligamento cantal medial está inserido no fragmento ósseo fraturado É recuperada a posição após fixação dos tecidos duros automaticamente Pouco deslocamento Tipo 2: O ligamento cantal medial está desinserido da crista lacrimal Fica “solto” com grande deslocamento e cominuição óssea Tipo 3: Vai ocorrer a perda da substância óssea de ancoragem para o ligamento Necessidade de enxerto e reposicionamento ➔ Transfixação do ligamento cantal medial Placa de reconstr. margem infra orbitária e pilar fronto nasal Fio de aço flexível é passado no lig medial e fixação Transfixação pelo nariz Parafuso na glabela para ancorar o fio 4) Fixação do terço superior: Microplacas 1.5 ou 2.0= menos espessas, menos resistentes 5) Fixação do terço médio e inferior: Após a redução e fixação das fraturas do terço superior, iremos realizar o BMM para checar e manter a oclusão do paciente, após a oclusão estabelecida, iremos fixar os pontos da maxila e da mandíbula fraturada Fixação do terço médio com miniplacas de 1.5 e 2.0 Fixação do terço inferior deve ser realizada com placas 2.0 ou 2.4 de reconstrução = são mais espessas, mais resistentes 6) Fratura de Côndilo: É um pilar Fornece altura da DV Paciente torna-se braquiocefálico e fica com mordida aberta anterior Certificar-se se o côndilo está mantido na fossa condilar para evitar falha na fixação e na oclusão Literaturafala que para recuperar a DV, basta fixar pelo menos 1 lado do côndilo 7) Pacientes edêntulos totais: Recomenda-se o uso da prótese durante a cirurgia, com o objetivo de devolver a oclusão do paciente Fixação da prótese na maxila e mandíbula Caso não tenha prótese, usa-se as GOTEIRAS: prótese de resina acrílica sem dentes, funcionando apenas para referências Buraco= usado para intubação É um dispositivo apenas transoperatório Também é bloqueado MM 8) Fraturas do seio frontal anterior: Parede anterior: buco trata Fraturas lineares, sem deslocamento e não há necessidade de tratamento cirúrgico Acompanhamento médico e medicação Fraturas com deslocamento: requer tratamento cirúrgico para reposicionar os fragmentos ósseos, fixação com placas e parafusos e acompanhamento clínico Fraturas da parede anterior e posterior com obliteração do ducto frontonasal e sem comprometimento da dura-máter requer tratamento cirúrgico para manter a patência do ducto frontonasal, podendo ser de duas formas: a) Sinusectomia: remoção da membrana do seio e redução da fratura. Uso de sonda. b) Sinusectomia, remoção da membrana e uso de enxerto nanoparticulado Preenchimento com enxerto ósseo e fixação Tratamento mais utilizado ★ COMPLICAÇÕES: ● Má oclusões: resultante da redução inadequada ou estabilização insuficiente ● Infecções: podem ocorrer devidos corpos estranhos, presença de focos odontogênicos ● Deformidades faciais: ocorrem por perdas de substâncias, má redução ou instabilidade de fixação ★ Caso Clínico: Traqueostomia de emergência: dificuldade de respirar Controle da hemorragia: ligadura e pinçamento dos vasos sanguíneos Tomografia de crânio e face para diagnóstico Estabilização das fraturas em maxila com fios de aço Inicialmente, caso não tenha cirurgia: redução e sutura de tecidos moles Cirurgia para redução e fixação das fraturas: Técnica de cima para baixo e de fora para dentro Acesso coronal Acesso periorbitário: subciliar direito Acessos transorais: acesso em fundo de vestíbulo maxilar Acesso extra orais: acesso de Ridson e transcervical (mandíbula) OBS: primeiro são feitos todos os acessos, depois são feitas as fixações Fixações: Fixação com placa e parafuso 2.0 reta em sutura frontozigomática Fixação com placa e parafuso 2.0 em Y em região fronto nasal Fixação com placas e parafuso sistema 2.0 e 2.4 em ângulo de mandíbula Fixação em região de sínfise com placas e parafusos do sistema 2.0 e 2.4