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Artrite reumatoide • Doença inflamatória sistêmica crônica • Etiologia desconhecida – multifatorial • Inflamação sinovial – poliartrite periférica, levando à destruição articular • Produção de autoanticorpos Epidemiologia • Prevalência de 0,5 a 1% em adultos • 2-3 mulheres: 1 homem • Homens: início antes dos 45 anos é incomum • Mulheres: incidência aumenta com a idade de 45 anos • Diminui a sobrevida • Impacto na qualidade de vida e econômico Clínica Manifestações clínicas • Dor e sensibilidade nas articulações DIARTRODIAIS →Acomete principalmente MCF, IFP e MTF • Incomum: acometimento de esterno-clavicular, temporomandibular, cricoaritenóide e sacro-ilíacas • Tardias: deformidade e atrofia dos mm. Interósseos Dor inflamatória X dor mecânica Manifestações Clínicas • Fadiga • Mal estar • Elevações moderadas de temperatura • Sudorese • Perda de peso • Depressão é frequente • Doença do menisco • Bursite • Síndrome do túnel do carpo Principal acometimento -Mãos: sinovite próximo a região ulnar e MCF, perda da extensão do punho -Pés Doença tardia -Desvio ulnar dos dedos -Desvio radial do punho -Hiperextensão das IFP “pescoço de ganso” Nódulos reumatoides • 30% dos pacientes com AR • Superfícies extensoras, em áreas de pressão, pulmão, coração, olho... • Associados com FR+ • Associados com doença severa • Secundário a vasculite e necrose fibrinóide Manifestações sistêmicas • Vasculite cutânea • Hematológica • Neurológica • Pulmonar • Ocular Pulmonares ➢ Frequentes, porém pouco sintomáticas ➢ Derrame pleural: exsudato, glicose baixa, pH baixo ➢ Fibrose intersticial – principalmente em bases ➢ Nódulos pulmonares reumatoides: solitários ou múltiplos, podem cavitar, fistulizar, pneumotórax ➢ Síndrome de Caplan: associação de doença reumatoide nodular pulmonar em trabalhadores de minas de carvão ➢ Bronquiolite obliterante: pode ser consequência da doença ou de seu tratamento (D-penicilamina) Highlight Neurológicas ➢ SNP: reação inflamatória, compressão e alteração da nutrição dos nervos, vasculite dos vasa nervorum ➢ Vasculite pode causar mononeurite múltipla ➢ Mielopatia (C1-C2) ➢ SNC: AVC, convulsões, hemorragias, encefalopatia Cardiovasculares ➢ Raro; aumenta mortalidade ➢ Pericardite: sintomática e rara, aparece sob surtos, presentes em até 50% dos exames ➢ Miocardite: NR, distúrbios de condução ➢ Endocardite: NR nas valvas cardíacas ➢ Vasculite reumatoide: AR longa duração, severa, nodular, FR+ podem causar lesões isquêmicas e inflamatórias na pele, pulmões, vasos etc. Hematológicas ➢ Anemia – doença crônica ➢ Síndrome de Felty: AR + esplenomegalia + leucopenia ➢ Linfadenopatia Oculares ➢ Ceratoconjuntivite seca (SS secundário): principal manifestação ocular da AR ➢ Episclerite: inflamação da camada mais superficial da esclera: desconforto, dor, fotofobia e vermelhidão (atividade) ➢ Esclerite anterior difusa: menos comum ➢ Outras: coroidite, vasculite retiniana, nódulos na episclera e edema ocular Diagnóstico diferencial • Artrite viral • Endocardite bacteriana • Febre reumática • Sarcoidose • Artrite reativa • Artrite psoriásica • LES • Sd. Sjogren primária • Gota tofácea crônica • Doença do pirofosfato de cálcio • Polimialgia reumática • Osteoartrite -Squeeze test Alterações radiográficas • Primeiros achados – aumento de partes moles e osteoporose periarticular • Diminuição dos espaços articulares • Principal característica: padrão erosivo!!! Diagnóstico →Critérios de 1987 da ACR • Rigidez matinal – rigidez articular durando pelo menos 1 hora; • Artrite de três ou mais áreas: pelo menos três áreas articulares com edema de partes moles ou derrame articular, observado pelo médico; • Artrite de articulação das mãos (punho, IFP e MCF); • Atrite simétrica; • Nódulos reumatoides; • Fator reumatoide sérico; • Alterações radiográficas: erosões ou descalcificações localizadas em radiografias de mãos e punhos. →Atual • 6 ou mais pontos Fisiopatologia -Multifatorial Genética -Associação com HLA-DR4 (MHC-II, que apresenta o antígeno à célula T) – associado aos pacientes ACPA+ -Epítopo compartilhado: sequência de aminoácidos na terceira região hipervariável da cadeia Beta do HLA – DRB1 -Epítopo – peptídeo (vírus? Proteína endógena?) = ativação de célula T -Peptídeo derivado BIP (336-355) -Peptídeo não identificado (citrullinated protein, human cartilage glycoprotein 39, and heavy-chain–binding protein) -Associação com alelos heterogêneos -PTPN22 and CTLA4 (outras associações) Genética – ACPA negativos -HLA-DRB1*03 -Interferon regulatory factors (e.g., interferon response factor 5) -Lectin-binding proteins (e.g., C-type lectin domain family 4 member A). Fatores ambientais • Agentes infecciosos (vírus) • Gestação • Tabagismo – aumenta o risco de ter AR e sua gravidade (dose-dependente) • Estrógeno – inibe a supressão da célula T e facilita sua maturação Autoimunidade • Fatore reumatoide: Ac contra porção Fc da IgG • Imunocomplexos, consumo de complemento, recrutamento celular → inflamação • FR: maior gravidade • FR: relacionado com AR, porém nem todos com AR possuem FR+ (80%) • Pode preceder a doença • Anti CCP – Ac contra proteínas citrulinadas (profilagrina, filagrina, vimentina, alfa-enolase etc.) • Relação com AR: ✓ Forte especificidade do Anti CCP ✓ Presença de proteínas citrulinadas na sinovia inflamada ✓ Produção intra-articular desses autoanticorpos e pulmonar (no início) ✓ Afinidade de peptídeos citrulinados por moléculas HLA-DRB1 que contêm o epítopo compartilhado Célula T: -Ativa vários tipos de células (células B, macrófagos, fibroblastos-like, condrócitos, osteoclastos) ➔ perpetua inflamação e destruição articular Ativação do condrócito • Produção de enzimas que degradam a cartilagem (ADAMTS and matrix metalloproteinases (MMPs). • IL-1 and IL-17 induz a síntese de enzimas de degradação. • Fibroblastos sinoviais produzem enzimas de degradação e invadem a cartilagem quando ativados por anti-TNF alfa e IL-1. • Morte do condrócito. Resumo Tratamento →EULAR recomendações • Sintéticos DMARDs: Metotrexato, Leflunomida, Sulfassalazina, Hidroxicloroquina • Biológicos DMARDs (adalimumab, certolizumab pegol, etanercept, golimumab and infliximab, abatacept, rituximab, anti-IL-6: tocilizumab e sarilumab) • Targeted synthetic DMARDs (tofacitinib,baricitinib, upadacitinib) • Biossimilar DMARDS (Adalimumab, etanercept, infliximab, rituximab) Tratamento ✓ Decisão compartilhada entre paciente e reumatologista ✓ Levar em consideração: atividade da doença, segurança, comorbidades e risco de progressão ✓ Suspeita → encaminhar rapidamente para o especialista (reumatologista) ✓ O custo é alto – tanto individual quanto para a sociedade ✓ O tratamento envolve várias drogas e o acesso a elas é importante ✓ Iniciar o tratamento o mais precoce possível com DMARDs → evita danos e evolução com melhor prognóstico ✓ Treat to target → Buscar sempre remissão de doença ou baixa atividade (DAS 28), CDAI, SDAI ✓ Monitoramento frequente (1-3 meses). Se não melhorar em 6 meses, trocar droga ✓ Metotrexato – âncora do tratamento/tratamento inicial ✓ Se contraindicação ao MTX: SSZ ou leflu ✓ Corticoides – desmame do corticoide assim que possível ✓ Se presença de fatores de pior prognóstico – associar biológicos ou drogas sintéticas alvo ✓ Se ausência de fatores de pior prognóstico: trocar ou associar Leflu ou SSZ ✓ B-DMARDS e T-DEMARDS devem ser associados a C- DEMARDS. Se não for possível, preferir tocilizumab ou T-DEMARDS ✓ Na falha de B-DEMARDS ou T-DEMARDS, trocar por outro agente (B ou TDEMARD). Se usarem primeiro anti-TNF, pode usar outro anti-TNF ou trocar mecanismo de ação ✓ Se paciente em remissão, avaliar diminuir dose de B ou T-DEMARDS, especialmente se associados a C- DEMARDS ✓ Se o paciente em remissão constante, avaliar diminuir dose de C-DEMARDS • DAS 28 • DMARDS sintéticos -Metotrexato, Leflunomida, Sulfassalazina METOTREXATO: -Inibe síntese de RNA e DNA; compete com ácido fólico; inibe diidrofolato redutase LEFLUNOMIDA: -Inibe dihidro-ortato desidrogenase, enzima chave da síntese de novo da piridina, uridina; inibe a expansão clonal dos linfócitos T. DMARDS: • Biológicos (anticorpos monoclonais – mAb) ➢ Clonagem de linfócitos ➢ Engenharia genética ➢ mAb geneticamente modificados ➢ Produção em alta escala ➢ Alta especificidade ➢ Alta afinidade ➢ Alto custo de produção ➢ Não pode ser copiado integralmente Biológicos: ✓ Ximabe – monoclonal quimérico ✓ Zumabe – monoclonal humanizado ✓ Humabe – monoclonal humano ✓ Cept – proteína de fusão Biológicos: ✓ Anti TNF: etarnecept, adaliumab, infliximab, golimumab, certolizumab ✓ Anti IL-6: tocilizumab, sarilumab ✓ Anti CD20: rituximab ✓ Anti coestimulador de linfócito T: abatacept • Anti-TNF ✓ Inflix – Ac. quimérico ✓ Etarnecepte – receptor solúvel – proteína de fusão – humano ✓ Adali – Ac. humano • Goliumabe ✓ Totalmente humano ✓ 1 x por mês SC • Certolizumab Pegol ✓ Humanizado ✓ Se liga a TNF-alfa solúvel e de membrana ✓ É menos imunogênico (não tem Fc) ✓ Seguro para gestantes – não passa pela placenta porque não tem Fc ABATACEPT – anti coestimulador de célula T; se liga ao CD80/86 e não deixa o CD 28 se ligar ao B7, impedindo a ativação da célula T. TOCILIZUMAB – anti-IL6; compete com IL-6 pelo seu receptor; inibe estimulação da célula B e célula T. RITUXUMAB (quimérico) – anti-CD20; depletar as células B e diminuir a produção de anticorpos. T-DMARDS – inibidores de jak → medicações orais; custo menor que os biológicos; aumenta infecção por Herpes Zoster. TOFACITINIB (pequenas moléculas) – inibe a JAK; bloqueia a molécula sinalizante que transmite o sinal de quando uma citocina se liga a superfície da célula, inibindo a atividade da citocina, portanto inibindo todas elas. Pequenas Moléculas: ➢ Tofacitinib is selective for JAK1 for JAK3 ➢ Baricitinib is selective for JAK1 and JAK2 ➢ Upadacitinib is reported as a selective JAK1 inhibitor (provavelmente, com menos efeitos colaterais)
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