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Introdução Da Anatomia

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Introdução ao estudo da anatomia	
Apresentação
Desde os primeiros estudos anatômicos, o conhecimento dessa área evoluiu bastante, partindo de 
conhecimentos que eram baseados em teorias sobre como o corpo deveria funcionar, sem nenhum 
tipo de comprovação palpável, até os dias atuais, quando existem conhecimentos profundos sobre 
todos os sistemas que compõem o corpo humano, suas respectivas cavidades em suas mínimas 
particularidades.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer o contexto histórico da anatomia humana, 
saber um pouco mais sobre as cavidades do corpo humano, bem como a sua função e os órgãos 
que estão presentes em cada cavidade.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever os aspectos históricos e a evolução da anatomia.•
Identificar as particularidades do estudo anatômico.•
Listar as principais cavidades do corpo, a fim de compreender suas funções.•
Desafio
Compreender os membros, órgãos e sistemas que estão envolvidos nos movimentos e nas 
atividades físicas que serão prescritas, orientadas e ensinadas é fundamental para o seu dia a dia de 
trabalho.
Veja a seguinte situação:
Conhecendo a anatomia é possível ter um panorama dos possíveis órgãos atingidos pela bolada que 
o aluno recebeu. 
Nesse sentido, como professor responsável pela turma, você tem como desafio descrever qual 
cavidade recebeu a bolada e quais órgãos podem ter sido afetados por ela.
Lembre-se de contextualizar os sistemas do organismo humano que foram afetados nessa 
cavidade.
Pode-se dizer que o indivíduo recebeu na cavidade abdominopélvica, mais especificamente na cavidade abdominal, onde estão localizados os órgãos: estômago, baço, fígado, vesícula biliar, pâncreas, rins, intestino delgado, uma boa parte do intestino grosso e o sistema renal. Assim, contextualiza-se que o sistema envolvido na ação é o sistema digestório ou sistema digestivo. Qualquer um desses órgãos pode ter sido afetado pela bolada. Nesse caso, ela poderia ocasionar problemas relacionados à digestão e à excreção de fezes e urina do organismo humano.
Infográfico
Você sabe quem foi o primeiro estudioso a dissecar um corpo humano? Até os dias atuais, muitos 
foram os estudiosos que desenvolveram e aprofundaram os estudos sobre a anatomia. Os estudos 
sobre anatomia permearam a história de diferentes culturas e contribuíram para o que hoje temos 
de norteador nesses estudos.
No Infográfico a seguir, você irá saber um pouco mais sobre o desenvolvimento desses estudos ao 
longo dos anos e quais foram os estudiosos responsáveis por esse desenvolvimento.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conteúdo do livro
Os estudos sobre anatomia surgiram há centenas de anos, e foram evoluindo, com novas técnicas e 
métodos para se conhecer e entender cada vez mais o corpo humano.
Na obra Estudo do movimento I: anatomia e fisiologia, base teórica para essa Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Introdução ao estudo da anatomia e conheça um pouco mais 
da história da anatomia humana, bem como as cavidades do corpo humano e as suas funções. 
ESTUDO DO 
MOVIMENTO I: 
ANATOMIA E 
FISIOLOGIA 
André Osvaldo Furtado da Silva
Introdução ao estudo 
da anatomia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever os aspectos históricos e a evolução da anatomia.
 � Identificar as particularidades do estudo anatômico.
 � Listar as principais cavidades do corpo a fim de compreender suas 
funções.
Introdução
O início dos estudos de anatomia humana data de centenas de anos a.C. 
e, com o passar do tempo, houve sua evolução juntamente ao desenvol-
vimento de melhores métodos para a dissecação de corpos e a migração 
do estudo em animais para seres humanos. Por meio deles, pode-se 
compreender melhor como o corpo humano é constituído e as células 
que compõem os órgãos, os quais formam sistemas presentes no interior 
das cavidades anatômicas. Assim, torna-se possível combater doenças 
e melhorar não somente os níveis de saúde, como também preservar 
e propiciar melhores condições para aumentar a expectativa de vida.
Neste capítulo, você estudará os aspectos históricos e a evolução da 
anatomia, as particularidades do seu estudo e as principais cavidades 
do corpo para compreender suas funções.
Anatomia humana
A anatomia é o estudo micro e macroscópico da estrutura física dos seres 
orgânicos, no qual se considera seu formato e sua disposição. Tal palavra se 
originou do latim anátomo, que tem sua definição criada pelos gregos, de 
modo que ana significa por meio de; e tomos, corte. Portanto, pode-se afirmar 
que ela é a ciência que, por meio de corte e dissecação do corpo, seja humano, 
animal ou vegetal, busca conhecer sua estrutura interna. A anatomia também 
se trata de um ramo da medicina que estuda a forma e a estrutura dos diferentes 
elementos que constituem o corpo humano. 
Os primeiros estudos sobre anatomia datam de centenas de anos a.C., 
quando se iniciaram as primeiras dissecações em animais, mas com o passar do 
tempo e a necessidade de se identificar a causa da morte de alguns indivíduos, 
seja por uma questão criminal ou pela posição que ocupava na sociedade, foi 
necessária a evolução nas dissecações e na análise das causas de morte. Nesse 
sentido, houve a evolução nos estudos anatômicos e nos modos de dissecar 
organismos vivos.
História dos estudos em anatomia
A história dos estudos em anatomia humana pode ser dividida em três partes. 
A primeira é na Antiguidade, com os primeiros estudos sobre o corpo e as 
dissecações realizadas por Alcméon de Crotona há centenas de anos a.C.. A 
segunda se refere aos estudos de Andreas Vesalius, responsável pela evolução 
das análises de anatomia de modo que seus conceitos contribuíram para que 
houvesse uma separação sobre o que seriam estudos em anatomia e em fisio-
logia. A terceira fase ocorreu em meados do século XVI, quando o médico 
inglês William Harvey realizou estudos de aprofundamento em anatomia, 
mais especificamente ao formular e publicar o livro Estudo anatômico da 
movimentação do coração e do sangue em animais, que aborda como o sangue 
é bombeado e descreve seu caminho no corpo humano. 
Primeiros estudos em anatomia
Ao estudar a anatomia humana, pode-se pensar que o conhecimento sobre o 
corpo teve os primeiros indícios há mais de 500 anos a.C. por meio de Alcméon 
de Crotona e, ao que tudo indica, ele realizou as primeiras dissecações em 
animais. Ao longo da história, Aristóteles mencionou as ilustrações anatômi-
cas quando fez referência aos paradigmas que, provavelmente, eram figuras 
baseadas na dissecação de animais, sendo que nessa época utilizava-se muitas 
ilustrações desse tipo para identificar elementos do corpo.
Há 300 anos a.C., houve um avanço considerável nos estudos de anatomia, 
mais especificamente na cidade de Alexandria, ao se considerar que as grandes 
descobertas realizadas nessa área foram atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os 
Introdução ao estudo da anatomia2
primeiros a fazerem dissecações humanas sistematicamente. Já em 150 a.C., 
a dissecação humana foi proibida por razões éticas e religiosas.
No século II d.C., por sua vez, tem-se as dissecações de Galeano, princi-
palmente em macacos e porcos, que aplicou os resultados obtidos na anatomia 
humana, porém, alguns erros ocorreram devido à dificuldade de confirmar 
os achados das pesquisas em cadáveres de seres humanos. Portanto, Galeano 
desenvolveu a doutrina da causa final no sistema teológico, o qual requeria 
que todos os achados confirmassem a fisiologia tal e qual ele a compreendia.
É possível pensar que o estudo da anatomia humana se reiniciou por razões 
práticas e intelectuais. Como neste período eram constantes as guerras e 
batalhas, havia a necessidade de deslocar os corpos dos mortos em combates 
para seu local de origem. Assim, o embalsamento era suficiente para os trajetos 
mais curtos.
No ano de 1300d.C., a dissecação humana ganhou maior importância 
devido ao desejo de se conhecer a causa da morte de indivíduos por razões 
médico-legais, entender como ocorreu uma morte, averiguar o que havia 
causado a morte de pessoas importantes e/ou resolver a natureza de uma peste 
ou de uma enfermidade infecciosa. O verbo dissecar era usado também para 
descrever a operação cesariana, que ocorria cada vez com maior frequência. 
A anatomia no século XIII não se tratava de uma disciplina independente, 
mas de um auxiliar da cirurgia. Nessa época, a medicina era relativamente 
arcaica e reunia todo o conhecimento de pontos apropriados para a sangria, 
como não se podia estudar os corpos, as figuras não realistas e esquemáticas 
foram suficientes.
As primeiras ilustrações anatômicas impressas se baseavam na tradição manuscrita 
medieval, surgindo o Fasciculus medicinae, uma coleção de textos de autores contem-
porâneos destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. 
Sua primeira edição data de 1491, em que se utilizou a xilografia para figuras anatô-
micas pela primeira vez. As imagens representavam corpos humanos e mostravam 
os pontos de sangria e as linhas que uniam cada figura às explicações impressas nas 
margens. Já as dissecações foram desenhadas de forma arcaica e pouco realista.
Na segunda edição lançada em 1493, as posições das figuras eram mais naturais, e os 
textos continuaram utilizando imagens mais descritivas. O capítulo final continha uma 
obra de Johannes Peyligk, que trazia uma breve anatomia do corpo humano de forma 
geral, porém, as 11 gravuras de madeira inclusas eram algo além das representações 
esquemáticas. 
3Introdução ao estudo da anatomia
Além de textos anatômicos destinados especificamente aos estudantes de 
medicina e aos médicos, foram impressas muitas páginas com figuras anatô-
micas em outras enciclopédias. Neste período, houve um grande interesse na 
concepção e formação do feto humano, bem como consideravam os elementos 
com a utilização sistemática da frase “conhece-te a ti mesmo” como orientação 
filosófica e essencialmente não médica. Já a “Dança da Morte” se tornou uma 
temática popular, sobretudo nos países de língua germânica, após a peste negra. 
É possível pensar que as representações dos esqueletos e da anatomia humana 
desenhadas por artistas são melhores que as dos anatomistas.
Nesta época, ao se considerar imagens, esculturas e desenhos para conhe-
cimentos anatômicos, pode-se indicar uma série de artistas que contribuíram 
para a evolução histórica desses estudos. Leonardo da Vinci, por exemplo, foi o 
primeiro artista que considerou a anatomia além do ponto de vista meramente 
pictórico, desenhando mais de 750 imagens que retratavam o esqueleto, os 
músculos, os nervos e os vasos sanguíneos, bem como foram completadas 
muitas vezes com anotações fisiológicas. Ele fazia desenhos que valorizavam 
de forma correta a curvatura da coluna vertebral, sendo responsável por 
representar corretamente a posição do fetus in utero e o primeiro a desenhar 
algumas estruturas anatômicas conhecidas.
Durante pelo menos 20 anos, o artista Michelangelo Buonarroti adquiriu 
conhecimentos anatômicos por meio das dissecações que praticava pessoal-
mente, sobretudo no convento de Santo Espírito de Florença, na Itália. Anos 
depois, ele expôs a evolução que presenciou ao entender que a anatomia era 
pouco útil para um artista.
Já o intelectual Albrecht Dürer escreveu obras de matemática, destilação, 
hidráulica e anatomia, porém, ele se preocupava com a anatomia humana 
apenas pela estética. Seu tratado sobre as proporções do corpo foi publicado 
somente após sua morte.
Alguns artistas do Renascimento, por sua vez, eram anatomistas somente 
de maneira secundária. Houve importantes contribuições para a representação 
realista da forma humana, com o uso do sombreado para sugerir profundidade 
e tridimensionalidade, mas os verdadeiros avanços científicos exigiam a 
colaboração de anatomistas profissionais e artistas. 
Quando os anatomistas conseguiram retratar de modo realista e correto 
seus conhecimentos anatômicos, se iniciou em toda a Europa um período de 
intensa investigação, principalmente no norte da Itália e no sul da Alemanha. 
Cabe a Jacob Berengario da Capri a autoria da obra Commentaria super 
anatomica mundini, datada de 1521, que foi publicada e conhecida por conter 
as primeiras ilustrações anatômicas identificadas como naturais.
Introdução ao estudo da anatomia4
Tais ilustrações e estudos em anatomia despertaram interesse em diversos 
estudiosos ao redor do mundo, e um deles foi Andreas Vesalius, um médico 
belga considerado o pai da anatomia moderna. 
Anatomia por Andreas Vesalius
No século XV, a partir dos estudos do médico belga Andreas Vesalius e da 
sua obra De Humani Corporis Fabrica Libri Septem, foi possível refutar as 
diversas teorias sobre o corpo humano que foram realizadas anteriormente. 
Esse fato teve extrema importância para os avanços dos estudos sobre anatomia 
e provocou uma mudança em relação à crença de que as mulheres possuíam 
menos costelas que os homens, pois esse era o senso comum da época.
Nessa obra, as ilustrações estavam relacionadas ao sistema muscular e às 
ações de cada músculo, assim, foi possível obter um maior conhecimento sobre 
a mecânica do corpo humano. Andreas Vesalius criou uma teoria contrária à 
ideia de que o coração era o centro das emoções e da mente, compreendeu que 
as emoções eram advindas do cérebro e defendeu que os estímulos nervosos 
se iniciavam deste, e não do coração. Ele também auxiliou na mudança de 
perspectiva em relação aos rins, pois a teoria que circulava dizia que eles 
filtravam a urina e Vesalius sustentou que filtravam o sangue e formavam a 
urina, que era excreta e retirada dos rins.
Os estudos realizados por Vesalius foram revolucionários na época, pois 
ele afirmou cientificamente que muitos conceitos já divulgados estavam 
ultrapassados ou não iam ao encontro do que se descobria por meio de análi-
ses. Ele foi responsável pelo avanço da ciência, mesmo que algumas de suas 
descobertas não fossem reconhecidas nesse período. Seus estudos eram cal-
cados em experimentação e prática, a partir deles, vários estudiosos passaram 
a desenvolver teorias e explorar os conhecimentos sobre anatomia humana. 
Anatomia moderna
Em meados de 1600, iniciou-se um terceiro período na história da anatomia 
humana no momento em que o médico inglês William Harvey conseguiu 
realizar uma combinação da anatomia italiana com a ciência experimental 
característica da Inglaterra.
No ano de 1628, William publicou o Exercitatio Anatomica de Motu Cordis 
et Sanguinis em Animalibus, cuja tradução é estudo anatômico da movimenta-
ção do coração e do sangue em animais. Pode-se dizer que esse livro explorou 
o sistema circulatório, porque demonstrou como o sangue é bombeado em 
5Introdução ao estudo da anatomia
um circuito endovascular, de modo que inicia e termina no mesmo ponto no 
coração.
Portanto, os estudos de Vesalius e Harvey, cada um no seu tempo, fo-
ram responsáveis por um avanço muito significativo na história da anatomia 
humana. As pesquisas e a evolução propiciadas por Harvey, por exemplo, 
contribuíram para formar um conhecimento específico em fisiologia humana, 
o que possibilitou a separação entre anatomia e fisiologia. A partir disso, a 
fisiologia ficou caracterizada por avaliar e estudar a análise de estruturas e 
moldes; e a anatomia, pelo estudo das estruturas duras. 
Por meio da invenção do microscópio e da instituição da histologia por 
Marcello Malpighi, bem como da descrição da célula por Robert Hooke, a 
exploração do corpo se desviou para pequenas partes. O século que sucedeu aos 
estudos de Harvey se tornou o mais importante da anatomia microscópica e da 
embriologia, caracterizado pela fundação de sociedades científicas, publicações 
de textos, atlas, construção de museus e escolas de anatomia. Já a exploração 
macroscópica do corpo humano foi concluída aolongo do século XIX. 
No século XVII, percebe-se que os estudiosos realizaram notáveis des-
cobertas no campo da anatomia e fisiologia. Já durante os séculos XVIII e 
XIX, com mais estudos, a evolução da teoria sobre anatomia e das técnicas 
para as operações, ocorreu sua divisão com um crescimento considerável da 
anatomia topográfica.
Por sua vez, a teoria evolucionista de Charles Darwin para a origem das 
espécies, em que ele defendeu a suposta origem do ser humano a partir dos 
mamíferos inferiores, se tornou uma das maiores generalizações da história 
da biologia. Nessa época, ela foi acusada de ser imoral por religiosos, mas 
devido à sua densidade acabou sendo aceita, unindo a anatomia humana, 
animal e vegetal. A partir da sua teorização, os mamíferos passaram a ser 
um campo fértil de estudos para pensar o funcionamento e as reações do 
organismo humano. No entanto, com o passar dos anos, houve uma evolução 
considerável nos estudos em anatomia.
O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais seguro de avaliar 
as alterações provocadas pela doença, foi introduzido por Giovanni Battista 
Morgagni. A partir disso, surgiu a anatomia patológica, que possibilitou 
grandes descobertas no campo da patologia celular (por Rudolf Virchow) e 
acerca dos agentes responsáveis por doenças infecciosas (por Pasteur e Koch).
Já a anatomia microscópica foi deixada de lado durante os anos de 1960 
e 1970, ganhando importância somente na realização de cirurgias. Recente-
mente, a anatomia tornou-se submicroscópica; e a fisiologia, a bioquímica, as 
microscopias eletrônica e positrônica, bem como as técnicas de difração com 
Introdução ao estudo da anatomia6
raios X, que são aplicadas ao estudo das células, descrevem suas estruturas 
íntimas em nível molecular.
A evolução da ciência veio com a evolução tecnológica e, atualmente, existe 
a possibilidade de estudar anatomia em pessoas vivas por meio de técnicas 
de imagem, como a radiografia, endoscopia, angiografia, tomografia axial 
computadorizada, tomografia por emissão de positrões, imagem de ressonância 
magnética nuclear, ecografia, termografia, entre outras. Portanto, estudar 
anatomia significa analisar as estruturas do corpo humano. Segundo Marieb 
e Hoehn (2009, p. 2), “[...] a anatomia estuda a estrutura das partes do corpo 
e suas relações. Ela tem um certo atrativo, pois é mais concreta. As estruturas 
do corpo podem ser vistas, sentidas e examinadas de perto; não é necessário 
imaginar o que elas parecem”.
Anatomia dos órgãos e sistemas
O organismo é formado pelos órgãos que compõem os sistemas responsáveis 
por seu funcionamento e sua manutenção, assim, pode-se realizar um estudo 
por meio da anatomia sistêmica. “Na anatomia sistêmica, o corpo é estudado 
sistema por sistema. Um sistema é um grupo de estruturas que têm uma ou 
mais funções comuns, como o sistema circulatório, o nervoso, o respiratório, 
o esquelético ou o muscular” (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016, p. 2).
Portanto, o corpo é formado pelos sistemas sensorial, nervoso, digestório, 
respiratório, cardiovascular, endócrino, esquelético, excretor, tegumentar, 
urinário, reprodutor, muscular, imunológico e linfático. Nesse sentido, você 
precisa compreender a constituição de cada um e como eles funcionam.
O sistema cardiovascular, também conhecido como circulatório, se compõe 
de diversos vasos sanguíneos chamados de artérias, veias e vasos capilares, 
sendo responsável por movimentar o sangue no organismo humano durante o 
transporte de oxigênio e nutrientes para todas as suas partes. Nesse sistema, 
o coração é o órgão mais importante pelo fato de bombear o sangue por todo 
o corpo, conforme você pode ver na Figura 1.
7Introdução ao estudo da anatomia
Figura 1. Representação do sistema cardiovascular ou circulatório.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 548).
Assim, o sangue percorre todos os sistemas do organismo humano, por 
meio dos capilares presentes na maioria deles. Um sistema semelhante ao 
cardiovascular é o nervoso, que se origina no encéfalo, se expande pela medula 
espinhal e se propaga por meio das suas ramificações para todo o corpo, rea-
lizando o comando de algumas funções e ações por intermédio dos impulsos 
nervosos. Você pode visualizar o sistema nervoso na Figura 2.
Introdução ao estudo da anatomia8
Figura 2. Representação do sistema nervoso.
Fonte: Martini, Timmon e Tallitsch (2009, p. 371).
9Introdução ao estudo da anatomia
O sistema nervoso se divide em central, composto de encéfalo e medula 
espinhal; e periférico, formado por nervos cranianos e raquidianos, responsá-
veis por captação, interpretação e respostas às mensagens que foram recebidas 
do organismo. Uma das ações dos neurônios, que são as células que compõem 
esse sistema, é enviar e receber informações advindas do corpo, estimulando 
ou inibindo a ação dos órgãos dos sentidos do organismo humano. Portanto, 
a ação neural ocorre em outros sistemas, como o sensorial. 
O sistema sensorial é composto de cinco sentidos do corpo (visão, paladar, 
olfato, audição e tato), sendo responsável por enviar informações recebidas 
pelo sistema nervoso, que as decodifica e envia as respostas para todo o 
organismo. Assim, todas as ações relacionadas aos sentidos estão ligadas ao 
sistema sensorial. Para auxiliar na ação desses órgãos dos sentidos, precisa-se 
não somente de uma ação neural, como também uma ação mecânica realizada 
pelo sistema muscular.
O sistema muscular tem a responsabilidade de estabilizar e auxiliar na 
sustentação do organismo humano, sendo responsável por coordenar a movi-
mentação do corpo, bem como das substâncias que estão nele, por exemplo, 
a contração do esfíncter que está localizado no sistema renal e realiza a ação 
de expelir a urina do organismo. Veja uma representação do sistema muscular 
na Figura 3.
O principal órgão do sistema muscular são os músculos, porém, ele inclui 
os tendões que fazem a ligação dos músculos com os ossos do corpo. Portanto, 
outro sistema de suma importância do organismo humano é o ósseo. 
O sistema ósseo, também conhecido como esquelético, tem a função de 
dar forma e sustentar o organismo humano, sendo responsável por proteger os 
órgãos internos e auxiliar nos movimentos coordenados pelo sistema muscular. 
O esqueleto é dividido em axial, composto de coluna vertebral, ossos do crânio 
e costelas; e apendicular, formado pelos ossos presentes em braços e pernas. 
Na Figura 4, você pode conferir o sistema ósseo.
Introdução ao estudo da anatomia10
Figura 3. Representação do sistema muscular.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 262).
11Introdução ao estudo da anatomia
Figura 4. Representação do sistema ósseo ou esquelético.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 175).
Nesta composição, o sistema esquelético tem a função de produzir células 
sanguíneas na medula óssea e armazenar sais minerais, como o cálcio. Por 
isso, pode-se afirmar que os ossos são uma estrutura viva que possui grande 
resistência e a capacidade de se regenerar quando há fratura, sendo respon-
sáveis por sustentar o organismo humano, que é preenchido pelos músculos 
e revestido pela pele, assim como alguns órgãos.
O sistema tegumentar é formado pelo maior órgão do corpo humano (a pele) 
e possui a função de revesti-lo. Ele ainda auxilia na regulação da temperatura 
do organismo, se responsabiliza pela sua sensibilidade e o protege formando 
uma barreira às agressões externas e evitando que perca líquidos. A pele que 
reveste o corpo se divide em derme e epiderme, que agem conjuntamente 
cooperando as relações dos meios externos com os internos.
A pele ainda pode ser eudérmica, responsável por realizar o equilíbrio entre 
o conteúdo hídrico e o graxo; graxa, que cuida da secreção sebácea; alípica, 
cuja maior responsabilidade é a secreção hídrica; desidratada, caracterizada 
pela diminuição hídrica e manutenção da secreção sebácea; hidratada, que 
Introdução ao estudo da anatomia12
possui uma grande densidade hídrica;e mista, em que se tem pele graxa na 
zona central do rosto e alípica nas bochechas.
Em relação à perda de líquidos e sua excreção, há outro sistema muito 
importante para o funcionamento do corpo, o linfático, que possui uma com-
posição semelhante ao circulatório, porém, em vez de transportar e atuar com 
o sangue, ele age com a linfa. Portanto, o sistema linfático é uma rede de 
vasos que transporta a linfa pelo organismo, atuando juntamente ao sistema 
imunológico e na proteção das células imunes. 
Esse sistema é composto de baço, linfonodos (nódulos linfáticos), tonsilas 
palatinas (amídalas), tonsila faríngea (adenoides) e timo. Pelo fato de produzir 
linfócitos, alguns autores consideram a medula óssea um órgão pertencente 
ao sistema linfático. Seus órgãos possuem uma organização responsável por 
suportar a circulação dos linfócitos A e B entre outras células imunológicas, 
como macrófagos e células dendríticas, por isso, em algumas situações, esse 
sistema atua no combate aos organismos estranhos, como o pólen. 
O sistema linfático ainda atua na absorção dos ácidos graxos, realizando o 
equilíbrio dos fluidos presentes nos tecidos. Porém, você deve estar atento ao 
fato de que ele não é o único responsável por regular os líquidos do organismo, 
pois essa função também cabe ao sistema renal. 
O sistema renal, ou urinário, é constituído de rins e vias urinárias, como 
os ureteres, a bexiga e a uretra. Com essa composição, uma de suas funções 
se trata da produção e eliminação da urina, em que realiza uma filtração de 
impurezas do sangue no organismo — os líquidos expelidos pelo sistema lin-
fático são diferentes dos expelidos por ele. Portanto, os rins fazem a regulação 
do volume e da composição química do sangue, mantendo o equilíbrio dos 
sais minerais, da água, dos ácidos e das bases do corpo. 
Esse sistema ainda é responsável pela gliconeogênese no período de jejum; 
pela produção dos hormônios renina, que atua nos rins como uma enzima que 
auxilia na regulação da pressão sanguínea e na função renal, e eritropoietina, a 
qual estimula a produção dos eritrócitos; e por metabolizar a vitamina D para 
o seu modo mais ativo no organismo. Além da sua relação com o linfático, ele 
também está próximo e se relaciona com o sistema reprodutor.
O sistema reprodutor também é conhecido como genital e, diferentemente 
dos demais sistemas (que logo quando a pessoa nasce, são responsáveis por 
realizar ações para o seu desenvolvimento e sua manutenção), fica em stand by 
até o indivíduo chegar à puberdade. Ele pode ser constituído de duas formas, o 
masculino e o feminino, definindo o sexo e sendo responsável pela reprodução 
dos seres vivos. Na sua composição, o sistema reprodutor masculino se constitui 
de testículos, que podem ser chamados de gônadas (as sementes), epidídimos, 
13Introdução ao estudo da anatomia
canais deferentes, vesículas seminais, próstata, uretra e pênis; já o sistema 
feminino é formado por ovários (as sementes), útero, tubas uterinas e vagina. 
Os sistemas reprodutores masculino e feminino possuem órgãos diferentes, porém, o 
único que se parece nos dois é a uretra. Contudo, no homem, ela possui uma constitui-
ção anatômica com cerca de 20 cm e a função de excretar urina e expelir o esperma; 
e na mulher, fica em torno de 5 cm e tem a função exclusiva de excretar urina.
As gônadas nos organismos feminino e masculino são responsáveis pela 
produção das células sexuais, chamadas de gametas, e têm a função de secretar 
os hormônios sexuais, como progesterona e testosterona. Nos homens, o sistema 
reprodutor é responsável por produzir os gametas masculinos, os esperma-
tozoides, que realizam a fertilização juntamente aos gametas femininos, que 
se chamam ovários ou óvulos no sistema reprodutor feminino. Dessa forma, 
durante a relação sexual, os dois gametas fazem um processo de fusão ou de 
fertilização que dará origem a uma nova vida. 
A partir desse sistema, pode-se compreender que nem tudo é igual no 
homem e na mulher, pois eles têm órgãos, sistemas e hormônios diferentes. 
Assim, para ter uma definição básica dos hormônios presentes no organismo, 
você deve entender o funcionamento do sistema endócrino.
O sistema endócrino é formado por um conjunto de glândulas, como a 
pineal, o hipotálamo, a hipófise, a tireoide, as paratireoides, o timo, as suprar-
renais, o pâncreas, os ovários (mulher) e os testículos (homem). Elas têm a 
função de produzir substâncias reguladoras (hormônios), que são lançadas na 
corrente sanguínea e percorrem o organismo até chegarem às células alvo que 
compõem os órgãos em que devem atuar. Veja na Figura 5 uma representação 
do sistema endócrino.
Como você já viu, o sistema nervoso é responsável por realizar as ações 
neurais no organismo por meio dos neurônios, como a muscular, nesse sentido, 
os hormônios fazem as ações químicas e atuam na maioria dos sistemas. Assim, 
as glândulas produzem esses hormônios, que possuem a função de regular, 
defender e desenvolver o organismo, bem como produzir gametas, ou seja, o 
corpo mantém seu funcionamento pelos hormônios.
Introdução ao estudo da anatomia14
Para realizar a ação hormonal, as glândulas possuem três formas: endó-
crinas, que realizam a secreção de hormônios para o seu interior; autócrinas, 
que fazem a secreção para o seu exterior; e parácrinas, em que se tem as ações 
endócrinas e exócrinas. Portanto, todas as funções e atividades químicas do 
organismo são coordenadas e integradas pelo sistema endócrino.
Entre tantas ações no organismo, o sistema endócrino é responsável também pela 
regulação do nível de açúcar (glicose). Dessa forma, a glândula endócrina, ou pâncreas, 
recebe a informação de que a quantidade de glicose está alta e reage liberando 
o hormônio insulina, cuja função inclui realizar reações químicas para diminuir a 
quantidade de glicose no corpo — ela também faz o processo inverso. Quando o 
sistema detecta que a quantidade de glicose está baixa, ele estimula a produção do 
hormônio glucagon, que realizará uma série de reações químicas com a finalidade de 
liberar mais glicose para o organismo fazer suas funções básicas.
Com a finalidade de fazer estas funções, o sistema endócrino é composto 
de glândulas situadas em locais diferentes para produzirem substâncias (os 
hormônios) que realizam determinadas funções no corpo. Entre eles, a maioria 
está relacionada à digestão e atua no pâncreas, fígado, estômago e intestino, 
sendo o sistema digestório responsável pelo funcionamento desses órgãos.
15Introdução ao estudo da anatomia
Figura 5. Representação do sistema endócrino.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 508).
O sistema digestório ainda é composto de boca, vesícula biliar, esôfago, 
faringe, laringe, reto, apêndice, duodeno, glândula parótida, cavidade oral 
e cólons. A partir desses órgãos, ele forma um tubo, chamado de tubo di-
gestório, e os órgãos anexos. Ele também realiza a digestão dos alimentos 
fazendo sua transformação em moléculas menores, que possibilitam sua 
absorção pelo organismo, mas o que não lhe serve é excretado. Com isso, 
esse sistema se torna responsável por absorver remédios e enviar mensagens 
ao cérebro para que seja realizada uma possível resposta a uma ameaça, 
como uma dor de cabeça. 
Nesse sistema, há também um canal alimentar, chamado de trato gas-
trintestinal (TGI), um tubo digestório que possui a atividade de ingestão, as 
digestões mecânica e química, a propulsão, a absorção e a defecação do que 
Introdução ao estudo da anatomia16
não será mais utilizado no organismo. Assim, pode-se dizer que os locais 
de produção de enzimas, ou das demais secreções produzidas pelos órgãos 
acessórios externos do TGI, são chamados de locais de digestão química. Na 
Figura 6, você pode conferir como é o sistema digestório.
Figura 6. Representação do sistema digestório.
Fonte: Marieb e Hoehn (2009, p. 773).
No sistema digestório, mais especificamente no TGI, secreta-se uma 
mucosa, cujo muco é responsável por protegê-lae lubrificá-la. Assim, ao 
compreender esse caminho que os alimentos recebem no organismo hu-
mano, pode-se afirmar que o sistema excretor se trata de uma sequência 
do digestório.
O sistema excretor ou excretório tem a função de eliminar os resíduos que 
não são usados pelo organismo após a digestão e as substâncias que estão em 
17Introdução ao estudo da anatomia
excesso, buscando um processo denominado de equilíbrio dinâmico. Esse 
equilíbrio e a excreção de substâncias colaboram para que o organismo não 
fique vulnerável. Assim, ao tratar de uma possível vulnerabilidade do corpo, 
deve-se compreender que ele possui um sistema responsável exclusivamente 
por atuar na sua defesa, chamado de imunológico.
O sistema imunológico é composto de órgãos que fazem parte de outros 
sistemas, como os linfonodos, o apêndice, a medula óssea, os vasos linfáticos, 
as placas de Peyer, o baço, o timo, as tonsilas e a adenoide. Assim, ele se 
constitui de um conjunto de elementos do organismo que realiza uma ação 
conjunta, no intuito de defendê-lo de vírus, micróbios, bactérias e doenças, 
como um tipo de barreira ou escudo contra corpos estranhos. Algumas 
vezes, quando ele falha, provoca alguns sentimentos, como dor, porém, 
o corpo possui um sistema que trata das sensações do que está ocorrendo 
nele: o sistema sensorial.
Portanto, os sistemas do organismo atuam em conjunto para a sobrevi-
vência humana e, quando estão em harmonia, se organizam para o seu pleno 
funcionamento, como uma máquina. No entanto, alguns deles se posicionam 
em espaços, denominados cavidades, conforme você verá a seguir. 
Cavidades do corpo humano
Na parte interna do corpo, existem alguns espaços que têm uma função maior 
que separar os órgãos, pois protegem, isolam e auxiliam na sustentação, 
recebendo o nome de cavidades, nas quais se localizam alguns órgãos que 
formam os sistemas do organismo. Segundo Tortora e Derrickson (2017, p. 
16), as “[...] cavidades do corpo são espaços do corpo que contêm, protegem, 
separam e sustentam os órgãos internos”. Nesse sentido, elas se dividem em 
dorsal e ventral (Figura 7). 
Introdução ao estudo da anatomia18
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19Introdução ao estudo da anatomia
Cavidade dorsal
A cavidade dorsal do corpo humano é formada pela cavidade craniana, cons-
tituída de ossos que compõem o crânio, o encéfalo e suas membranas, que 
se chamam meninges. Ainda faz parte dela o canal vertebral, que contém a 
coluna vertebral, a medula espinhal e a raiz dos nervos espinhais. Ela fica 
localizada na parte superior e dorsal do organismo.
Para saber mais sobre a cavidade craniana, sua composição e os substratos energéticos, 
assista ao vídeo no link a seguir.
https://qrgo.page.link/sUhx
Cavidade ventral
A cavidade ventral do corpo humano é formada pelas cavidades torácica e 
abdominopélvica. A primeira se compõe de cavidade pleural, pericárdica e 
mediastino; já a segunda, de cavidade abdominal e pélvica, como você pode 
conferir na Figura 8.
Na cavidade ventral, suas paredes, as superfícies externas e os órgãos são 
recobertos por uma membrana muito fina, denominada serosa. Portanto, a 
membrana que reveste essas paredes é conhecida como serosa parietal, que 
dobra sobre si mesma formando a serosa visceral, a qual reveste os órgãos 
que estão dentro da cavidade.
A cavidade torácica é separada pela cavidade abdominal e pelo diafragma, 
nela, há as cavidades pleurais, que têm a função de receber e ter no seu interior 
os pulmões. Ela fica entre as pleuras visceral e parietal, na qual existe um 
líquido lubrificante. Além da pleural, tem-se a cavidade pericárdica, que se 
localiza em torno do coração, cercando este e os grandes vasos, e apresenta 
uma camada fina de tecido conectivo, composto de pericárdio parietal, formado 
por fibras, e de pericárdio visceral, que tem a composição mais serosa e é 
responsável por cobrir a superfície externa do coração. 
Introdução ao estudo da anatomia20
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21Introdução ao estudo da anatomia
Por fim, a cavidade mediastino é composta de uma estrutura de tecidos 
que se localiza entre os pulmões até o osso esterno da coluna vertebral. Nela 
estão localizadas todas as estruturas da cavidade torácica (com a exceção dos 
pulmões), onde encontram-se os órgãos: coração, timo, esôfago, traqueia e 
alguns vasos importantes para a nossa circulação como a artéria aorta.
O diafragma é uma estrutura do organismo humano em formato de abóboda. Entre 
suas funções, está a separação da cavidade abdominopélvica da cavidade torácica, 
portanto, além de auxiliar na respiração, ele tem essa ação no corpo.
Já a cavidade abdominopélvica é dividida em duas partes, mesmo que não 
haja uma divisão estrutural: a cavidade abdominal e a pélvica. A abdominal 
se responsabiliza por receber e ficar no entorno do estômago, baço, fígado, 
vesícula biliar, pâncreas, intestino delgado e uma boa parte do intestino grosso; 
já na pélvica, estão localizados os órgãos genitais internos, o restante da porção 
do intestino grosso e a bexiga urinária.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 1072 p.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009. 904 p.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 704 p.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO; A. Anatomia e fisiologia de Seeley. Porto Alegre: AMGH; 
Artmed, 2016. 1264 p.
Leituras recomendadas
BECKER, R. O. et al. Anatomia humana. Porto Alegre: Sagah, 2018. 560 p.
BEHNKE, R. S. Anatomia do movimento. Porto Alegre: Artmed, 2014. 344 p.
TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre, Artmed, 2009. 448 p.
Introdução ao estudo da anatomia22
Dica do professor
Compreender como ocorre o processo de dissecação é importante para entender a importância do 
seu trabalho. Para além das discussões éticas e morais sobre esse processo, não pode ser negada à 
dissecação sua devida importância nos estudos e pesquisas, desde a antiguidade até os dias atuais. 
 
Na Dica do Professor de hoje, veja como ocorre esse processo, o que é importante 
considerar e como é realizada a preservação das estruturas do corpo humano.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Sabe-se que a anatomia é responsável por estudar o organismo humano e a sua composição. 
O corpo é constituído para que os órgãos vitais estejam protegidos.
Sabendo que o estômago é um órgão vital para o funcionamento do corpo, como ele é 
protegido na cavidade onde ele está situado?
Assinale a alternativa correta.
A) Por meio da cavidade abdominal.
B) Por meio do tecido epitelial, que fica na parte exterior do órgão.
C) Por meio dos músculos que revestem o organismo.
D) Por meio de membranas parentais.
E) Por meio da membrana serosa que se dobra, formando a serosa visceral.
2) Ao longo da história, houve diversos estudos sobre a anatomia humana e o processo de 
dissecação foi de suma importância para as várias descobertas, em conjunto com a evolução 
de materiais para esses estudos.
O estudo realizado por Giovan Battista Morgani foi responsável:
A) Pela instituição da histologia.
B) Por iniciar o estudo anatômico-clínico nos cadáveres, verificando as alterações provocadas 
pela doença.
C) Por descrever o livro "De Humani Corporis Fabrica Libri Septem”.
D) Por descrever estudos modernos sobre anatomia quântica.
E) Por escrever o livro “Exercitatio Anatomica de Motu Cardis etSanguinis em Animalibus”.
Com o passar do tempo, houve diversos estudos em anatomia humana, bem como a 
publicação de imagens e livros. É possível dizer que os estudos em anatomia humana 
3) 
mudaram de patamar com a divulgação do livro “Exercitatio Anatomica de Motu Cardis et 
Sanguinis em Animalibus”.
Essa obra foi descrita por quem? Assinale a alternativa correta.
A) Giovan Battista Morgani
B) Robert Hooke
C) Andrés Versálio
D) Rudolf Virchow
E) William Harvey
4) Por meio dos estudos desenvolvidos nesta Unidade, é possível perceber as diversas 
cavidades do corpo humano.
Desse modo, pode-se dizer que o intestino grosso está localizado:
A) Na cavidade abdominal e na cavidade pélvica.
B) Apenas na cavidade abdominal.
C) Apenas na cavidade pleural.
D) Apenas na cavidade pélvica. 
E) Na cavidade abdominal e na cavidade mediastino.
5) Nos estudos de anatomia humana, é possível observar as cavidades do corpo humano e as 
suas funções para o funcionamento do organismo. Nesse sentido, qual das alternativas a 
seguir traz o órgão que possui a função de separar duas cavidades?
A) Estômago
B) Pulmões
C) Rins
D) Diafragma
E) Cavidade do mediastino.
Na prática
Com relação à saúde dos indíviduos, pode-se dizer que os exames de imagem são de suma 
importância para que seja possível perceber os órgãos que estão presentes nas cavidades, bem 
como as possíveis disfunções que podem ocorrer.
Veja a situação de Leandro, de 38 anos, que vem apresentando algumas dificuldades ao realizar 
atividades aeróbicas. Nesse sentido, o médico solicitou alguns exames de imagens.
Acompanhe:
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Notas sobre a atitude moderna e o corpo: dissecação, registro 
visual, demonstração e experimentos
Este estudo mostra como o processo de dissecação ocorria e ocorre nos dias de hoje, tendo como 
centralidade investigações e sistematizações realizadas por Leonardo da Vinci, Andreas Vesalius, e 
William Harvey. Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Provável classificação por gênero e estimativa da etnia de 
mandíbulas humanas isoladas
Este estudo chama a atenção por tratar de investigar o gênero dos indivíduos por meio da estrutura 
óssea da mandíbula. Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/72431/47806
http://revista.lusiada.br/index.php/ruep/article/view/368

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