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Aula 3 – Bem vindos 1981 Rosa grena Kliass2013 Jan Gehl – obras iniciadas em 2019
Breve histórico do 
paisagismo no 
mundo
até a renascença
A linha do tempo nos ajuda a ver de forma seriada os acontecimentos, mas cuidado, a história não é linear
O paisagismo trata da organização do espaço externo, 
buscando a harmonia entre as construções e a natureza. 
Está baseado em critérios estéticos e na relevância que 
assumem os elementos naturais, em especial a vegetação. 
O projeto paisagístico deve atender aos anseios, exigências 
e necessidades dos usuários, através de uma distribuição 
qualitativa e funcional dos espaços.
O termo “arquiteto da paisagem” foi usado pela primeira 
vez em 1858 por Olmsted, que projetou o Central Park, de 
Nova York. Em 1901 surge o primeiro curso de Arquitetura 
da Paisagem, na Universidade de Harvard, nos EUA.
Soeni Bellé, 2013.
A paisagem é vista como um reflexo dos sistemas 
climáticos, naturais e sociais, interagindo entre si. São 
considerados elementos integrantes da paisagem todos os 
componentes espaciais de um determinado território 
apreendidos por um espectador.
Soeni Bellé, 2013.
Lila Donato, 2014.
Paisagem artificial pode-se dividir em duas
Paisagem urbana x Paisagem cultural
Sem a dialética, elas se hibridizam
Cuidado com a palavra 
complementar, nosso 
entendimento do ato de 
intervir e projetar a 
paisagem é outro
Ocupação dos espaços 
intersticiais que a 
cidade produz
Planeta Vermelho é uma 
intervenção destinada a 
promover interações, atrair 
clientes e melhorar a 
experiência comercial.
O Life Hub @Daning, um 
empreendimento de uso misto 
com shopping center.
Xangai, China.
City Thread / SPORTS
Chattanooga, EUA
Mas não se limita aqui, podemos chegar até a escala da 
calçada, da esquina, do pequeno vazio urbano, etc...
No mito de criação judaico-
cristão, o Jardim do Éden, 
também chamado de 
Paraíso, é o "jardim de 
Deus" descrito no Livro do 
Gênesis e no Livro de 
Ezequiel.
O Jardim do Éden com a 
Queda do Homem, de 
Jan Brueghel, o Velho e 
Peter Paul Rubens.
O conceito de Jardim vem do hebreu gar (defender) e eden
(prazer), dando a ideia de que o jardim é um local 
agradável e protegido.
Este conceito tem evoluído ao longo da história, de acordo 
com a evolução do paisagismo. Na Antiguidade o jardim 
possuía um significado + religioso, sendo que algumas 
espécies como a oliveira, figueira e a videira apresentavam 
um simbolismo, sendo veneradas por representarem 
fertilidade, vitalidade e alimento.
O conceito de jardim evolui de acordo com a relação do 
homem com a natureza, refletindo a condição social, o 
sentido estético e os costumes de cada época. Atualmente, 
é fundamental que o paisagismo sirva à coletividade, 
estimulando as relações sociais.
Soeni Bellé, 2013.
Os jardins sempre estiveram presentes como testemunha 
do momento cultural, das riquezas e da religiosidade dos 
povos.
Localizados no interior ou no entorno de palácios, em áreas 
planas ou em patamares.
Frutas, legumes, plantas medicinais e flores.
Alimentação e também para a celebração de rituais.
Para que servem os jardins?
Tipos de jardins
Público x Privado x Privado de uso público ou 
coletivo
Ligado a rituais
As primeiras influências históricas sobre a jardinagem e o 
paisagismo surgem na China e em torno do rio Nilo, no 
Egito.
A importância de se conhecer a história do paisagismo é a 
influência que até hoje esta exerce sobre os estilos 
paisagísticos.
Histórico
Mesopotâmia
Babilônios e Persas
3500a.c. – 500a.c. 
Atual
Síria, Turquia, Iraque, Iran, 
Arábia Saudita... Pegava 
grande parte do atual 
oriente médio.
Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a história das 
civilizações relata que os assírios foram os mestres das 
técnicas de irrigação e drenagem, criando vários pomares e 
hortas formados pelos canais que se cruzavam. Mas este 
trabalho foi abandonado em razão da invasão árabe.
Sendo assim, a forma e a distribuição do jardim se 
identificavam inicialmente com a prática da agricultura, 
onde a horta rodeada por um muro podia ser um 
protótipo de jardim.
Os textos mais antigos sobre jardins datam do terceiro 
milênio a.C., escritos pelos babilônicos, descrevendo os 
"jardins sagrados", onde os bosques sagrados eram 
plantados sobre os zigurats.
É na própria Babilônia que se encontra a obra mais 
marcante da jardinagem nesta época, sendo considerada 
pela humanidade como uma de suas maravilhas: os Jardins 
Suspensos da Babilônia que se caracterizavam pela 
supremacia dos elementos arquitetônicos
Os jardins mais famosos da Antiguidade foram os Jardins 
Suspensos da Babilônia (605-652 a.C.), foi construído pelo 
rei Nabucodonosor em oferecimento a sua esposa.
Este jardim foi considerado uma das sete maravilhas do 
mundo antigo pelo fato de representar uma ousada obra 
de engenharia, pois era composto por uma sucessão de 
terraços que eram irrigados.
Os terraços dispunham-se em patamares ascendentes na 
encosta de um morro até a altura de 100 metros, de onde 
se descortinava a paisagem circundante.
Claudia Mattiuz, s/d.
Algumas espécies utilizadas eram a tamareira (com a 
finalidade de fornecer um microclima favorável a outras 
espécies), o jasmim, as rosas, as malva-rosas, as tulipas e 
também álamos e pinos que não suportariam viver num 
clima tão árido e quente, mas só foi possível devido ao 
complexo sistema de irrigação desenvolvido.
O sentimento religioso estava presente e intrinsicamente 
ligado à arte dos jardins, onde se acreditava que os jardins 
dependiam da vontade dos deuses.
Os jardins persas eram influenciados pelo islamismo e 
apresentavam elementos da natureza como, terra, fogo, ar 
e água, representados em quatro quadrantes e cortado 
por dois canais.
Nestes jardins cultivavam-se frutíferas, plantas 
ornamentais e aromáticas. O jardim persa, mais tarde, 
influencia o jardim árabe e, no século XIII, aparece na 
Espanha um estilo originário de ambos, o jardim hispano-
árabe, doméstico, íntimo, com vegetação graciosa e 
generosamente distribuída, água em repuxos, pisos 
elaborados mas de aparência natural.
Jardins da Praça Naghsh-i 
Jahan em Isfahan, Iran
Jardim Chehel Souton
O Taj Mahal é um mausoléu 
situado em Agra, na Índia, 
sendo o mais conhecido dos 
monumentos do país.
Encontra-se classificado 
pela UNESCO como 
Patrimônio da Humanidade. 
Foi anunciado em 2007 
como uma das sete 
maravilhas do mundo 
moderno.
Construção em 1600
O tapete persa como 
representação do 
pensamento de construção 
dos jardins.
Simetria, proporção e 
regularidade
Histórico
Egito
3500a.c. – 500a.c. 
As características dos jardins egípcios seguiram os mesmos 
princípios utilizados na arquitetura deste povo.
Eles só surgiram quando as condições de prosperidade no 
antigo império permitiram às artes (arquitetura e escultura) 
um notável desenvolvimento.
De um modo geral, o jardim egípcio desenvolvido de acordo 
com a topografia do Rio Nilo era constituído de grandes 
planos horizontais, sem acidentes naturais ou artificiais.
As características dos monumentos egípcios - com a rigidez 
retilínea e a geometria - fizeram com que os jardins 
tivessem uma simetrização rigorosa. Tudo de acordo com os 
4 pontos cardeais.
As plantas utilizadas eram: palmeiras, sicômoros, figueiras, 
videiras e plantas aquáticas. O jardim regular era símbolo 
da fertilidade, sintetizava as forças da natureza e era a 
imagem de um sistema racional e arquitetural baseado no 
monoteísmo.
Osíris para os egípcios era o deus da vegetação.
Histórico
Grécia antiga
Séc. VII a.c. – séc. V a.c. 
Na Grécia antiga os jardins eram locais sagrados, com 
vegetação nativa e sem interferência humana. Os gregos 
não aprovavam os jardins do oriente e cultivavam jardins 
utilitários, com legumes para o consumo, trigo para o pão, 
frutíferas, oliveiras e algumas flores. Apesar do predomínio 
do pensamento racional, as formas dos jardinsbuscavam 
sempre a natureza.
Claudia Mattiuz, s/d.
As raízes fundamentais da cultura ocidental se encontram na 
civilização desenvolvida na Grécia Antiga. O cuidado com as 
plantas provavelmente foi fruto do amor à vida em pleno ar livre, 
obrigando a uma constante aproximação com a natureza.
Os jardins gregos, apesar de fortemente influenciados pelos jardins 
egípcios, apresentaram diferenças notáveis em razão da topografia 
acidentada da região e o tipo de clima.
Os jardins possuíam características próximas das naturais, fugindo 
da simetria dos
egípcios. Desenvolviam-se em recintos fechados, onde eram 
cultivadas plantas úteis, principalmente maçãs, peras, figos, romãs, 
azeitonas, uva e até horta.
A introdução de colunas e pórticos fazia uma transição harmoniosa 
entre o exterior e
interior e o jardim era um prolongamento das partes da casa, às 
quais ele se ligava. A sua principal característica era a simplicidade. 
Os jardins também ficaram marcados por possuir esculturas 
humanas e de animais mais próximas da realidade.
Histórico
Roma antiga
Séc. I a.c. – séc. III d.c.
O império romano se estendia da Espanha (oeste) até a 
Mesopotâmia (leste) e do Egito (sul) até a Inglaterra (norte). 
Compreendia variedade de paisagens.
A casa romana repetiu basicamente o modelo grego, sendo 
construída no nível da rua, com as habitações voltadas para 
dentro, comunicando-se por uma colunata, e abertas a uma 
praça anterior.
Os jardins foram objetos de atenção, mas apesar disso, são 
falhos quanto à originalidade. Como características, pode-se 
ressaltar, a grandiosidade e a magnificência da composição, 
as perspectivas vastas, que empregaram como prioridade, a 
decoração pomposa, a valorização para fins exclusivamente 
recreativos.
Os jardins eram principalmente santuários sociais, onde se 
desfrutava de proteção frente o sol, vento, poeira e ruído 
das ruas. A sombra projetada pelas galerias com arcos 
reduzia necessidade de arvoredo. As plantas, quando 
existiam, eram colocadas em maciços elevados e os pátios 
se ornamentavam com tanques de pedra para água, mesas 
de mármore e estátuas.
Os romanos quando saquearam Grécia carregaram consigo 
também seus monumentos e estátuas, assim a 
ornamentação se generalizou nos jardins romanos da 
época. Em consequência, tais jardins são metódicos e 
ordenados, integrando-se às moradias. como exemplo 
temos as cidades de Pompéia e Herculano.
As plantas utilizadas eram: coníferas, plátanos, frutíferas 
como amendoeira, pessegueiro, macieira, videira e outras. 
Ciprestes, buxos e louros-anão recebiam "topiarias“, que 
se caracterizavam por moldar arbustos em formas de 
figuras de variados formatos e nomes.
A maioria dos jardins romanos também possuíam uma 
pequena horta. Talvez por isso, a irrigação era planejada. A 
interpenetração casa-jardim podia ser visualizadas nas vilas
romanas localizadas nas proximidades de Roma. Dentre 
elas, destacou-se a "Vila Laurentina", construída por Plínio, 
o Jovem, onde plantou-se predominantemente figueiras e 
amoreiras, havia também uma horta e terraço com flores 
perfumadas, próximo das águas para assim se conseguir 
temperaturas mais agradáveis.
Outra de semelhante importância foi a "Vila Adriana", 
construída em Tívoli para o Imperador Adriano, que 
perdurou até antes da guerra de 1939. Estas vilas darão um 
impulso definitivo para o estilo italiano.
Vila Laurentina
Vila Adriana
Peristilo romano
A fronteira interior/exterior da arquitetura
Peristilo romano
A representação da natureza no materiais de acabamento
Histórico
Idade Média
500d.c. – 1500d.c
Na idade média a concepção de jardins foi marcada pela 
simplicidade. Os jardins eram cultivados nos mosteiros e 
castelos, em espaços planos e fechados. Neles se 
cultivavam plantas úteis para alimentação, medicinais e
floríferas para a ornamentação de altares. Geralmente estes 
jardins eram contornados por cercas revestidas por
trepadeiras ou espécies arbustivas. Os caminhos cortavam-
se em ângulos retos, evocando a cruz cristã.
Nos mosteiros o pensamento religioso aproximava os 
monges do ideal de paraíso encontrado na natureza e os 
próprios religiosos cultivavam as plantas.
A construção de labirintos nos jardins de castelos são 
relatados neste período, assim como a arte de dobrar 
ramos para formar alamedas.
Claudia Mattiuz, s/d.
Representava uma reação ao luxo da tradição romana. Era dividido em 4 partes: o 
pomar, a horta, o jardim de plantas medicinais e o jardim de flores. Existiam áreas 
gramadas cercadas e arbustos, viveiros de peixes e pássaros, além de local para banho
O jardim monástico representado através da arte. Registro 
para a contemporaneidade.
O emprego de canais, fontes e pequenos regatos formavam um aspecto 
hidráulico para a irrigação e para amenizar o calor, além do aspecto de 
ornamentação destes jardins. A cerâmica e o azulejo eram bastante utilizados.
A praça seca do comércio medieval
A praça seca do comércio medieval
A praça da igreja, visadas e celebrações
Histórico
Renascença
Séc. XIV d.c – XVI d.c
O período do Renascimento na Europa, depois da Idade 
Média, influenciou fortemente o estilo dos jardins. O culto 
da forma fazia com que as plantas fossem interpretadas 
como esculturas que se integravam à imponência das 
construções. Os jardins europeus do século XV ao século 
XVIII são suntuosos e elaborados, e incluíam elementos 
como estátuas e fontes.
Esses jardins assumem características próprias em cada 
país. Na Itália, são mais volumosos e opulentos; na França 
predominava a vegetação de porte baixo, de modo a 
revelar totalmente a grandiosidade das construções. Neste 
período as formas geométricas e a simetria predominam e 
a arquitetura é muito valorizada. 
O estilo denominado clássico iniciou com o renascimento 
italiano. A cidade de Florença (séc. XIV) era a capital da 
pintura e dos jardins. Neste período muitos elementos da 
Antiguidade, como divindades pagãs eram elementos de 
destaque nos jardins.
A diferença 
morfológica entre 
jardins franceses x 
ingleses
O jardim italiano, no período renascentista, teve forte 
presença em propriedades situadas no campo. Foi neste
período que os arquitetos começaram a fazer intervenções 
na arte dos jardins, tornando-os ordenados e opulentos. O 
acesso as residências era feito por meio de uma sucessão 
de escadarias, rampas e terraços. O eixo central da
residência permanecia em destaque, localizando-se na 
parte mais alta do terreno.
A água era um elemento constante e de destaque nos 
projetos. Em terrenos acidentados eram instaladas 
escadarias de pedra com corredeiras de água, e em locais 
planos era comum a presença de fontes monumentais.
Outros adereços como estátuas, pórticos, pergolados, 
colunas e belvederes destacavam-se nos jardins. O jardim 
se tornava mais verde e com áreas sombreadas à medida 
que se afastava da casa. Ainda se tem a topiaria na 
vegetação.
Jardim italiano
Na França, no período do Renascimento os reis e senhores 
de posse também tiveram seus jardins. O estilo italiano 
predominava nas principais características dos jardins, mais 
aos poucos a tradição francesa foi se impondo.
O jardim clássico francês era caracterizado por plantações 
baixas, permitindo maior destaque e visibilidade das 
construções. De maneira geral, a composição 
predominante era constituída por topiarias, que podiam 
conter canteiros com plantas floríferas.
O uso da perspectiva em grandes espaços tinha o objetivo 
de causar admiração, mostrar o poder e a superioridade do 
proprietário.
Os jardins eram construídos com um plano geométrico 
preciso e metódico, sendo orientado por caminhos em 
dimensões monumentais.
Jardim do Palácio de Versalles
Neste período o paisagista mais famoso foi Andrè Le Nôtre
que inicialmente ficou conhecido pelo jardim do castelo 
Vaux-le-Vicomte. Le Nôtre foi influenciado pelo estilo 
italiano, mas tinha um estilo próprio voltado paraa 
exuberância e admiração.
O rei Luís XIV ao visitar o castelo Vaux-le-Vicomte ficou 
enciumado, e contratou Le Nôtre para projetar um jardim 
ainda mais magnífico, em Versalhes.
O Jardim de Versalhes contemplou uma área de 732 
hectares, com 3km de comprimento. Nesses jardins a 
grandiosidade era exaltada pela perspectiva e rigoroso 
traçado simétrico. A construção de urnas, vasos e
imagens eram feitas inicialmente em gesso e depois da 
aprovação do rei, eram esculpidas em mármore.
Em Versalhes, os jardins foram estruturados em uma série 
de terraços abertos onde eram construídos canteiros 
elaborados com topiaria em buxinhos.
No século XVIII, paralelamente ao aparecimento do 
Romantismo, surge o jardim inglês que busca a volta à 
natureza. O jardim inglês diferenciava-se do francês em 
vários aspectos, incluindo a diversidade de plantas. A 
princípio o jardim inglês parecia ser informal, pelo cultivo 
livre e de grande variedade de flores, mas era muito 
detalhado com relação as espécies e a composição em si.
O planejamento era formal, mas a implantação era 
informal. No jardim inglês a delimitação dos espaços, por 
muros e sebes, era muito utilizada. As espécies herbáceas 
anuais e as perenes arbustivas se misturavam com 
bulbosas, flores silvestres e forrações. O destaque da 
composição poderia ser uma árvore, um lago ou uma vista 
panorâmica.
Este estilo paisagístico incluía gramados extensos e bem 
cuidados. O jardim seguia uma orientação assimétrica, o 
que permitia aos usuários o efeito de descoberta e 
surpresa.
Jardim inglês
Os holandeses, no início, também não fugiram das 
influências francesas e italianas. Porém, devido à sua 
topografia plana, o hábito de cultivo das plantas bulbosas 
(especialmente a tulipa) e o seu gosto pelas cores, criaram 
jardins mais compactos e graciosos.
São divididos em múltiplos recintos e apresentam túneis 
sombreados por trepadeiras. As partes centrais são 
formadas por intrincados grupos florais; fontes douradas 
baixas que jorram suas águas em pequenos tanques 
rodeados de cercas vivas de bordadura baixa.
Os ciprestes recebiam podas, formando círculos 
sobrepostos. Portões de ferro fundido fechavam os jardins.
Jardim holandês
Referências da aula:
1. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1880778/mo
d_resource/content/1/Texto%20Alunos%20Evoluc%CC
%A7a%CC%83o%20Paisagismo-1.pdf
2. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1880778/mo
d_resource/content/1/Texto%20Alunos%20Evoluc%CC
%A7a%CC%83o%20Paisagismo-1.pdf
3. https://pt.slideshare.net/liladonato/breve-histrico-do-
paisagismo-no-mundoparte-01
4. Escola Estadual de Educação Profissional – EEEP, Ensino 
Médio Integrado à Educação Profissional, Curso Técnico 
em Paisagismo - História do paisagismo – Governo do 
Ceará.
JARDINS DO SÉCULO XX E O 
MODERNISMO
“(...) quem entra nos jardins por estes meses de 
primavera mádida volta ao paraíso primitivo, por 
isso, os jardins encravados na cidade são como as 
escapadas da natureza, as peias da civilização”.
É no Séc. XIX que surgem os grandes parques urbanos abertos ao 
público, fruto da necessidade de lazer, educação e de hábitos 
higienistas que se faziam sentir nos grandes centros industriais 
urbanos e desempenhando um importante papel terapêutico por 
promoverem o bem-estar do indivíduo. O Central Park, em Nova 
Iorque, projetado por Olmsted e Vaux, terá sido o precursor de muitos 
destes parques até à presente época.
Em Inglaterra, surge no jardim o conceito de bordadura vivaz, no qual o elemento 
flor se assume importante, utilizando-se mistura entre espécies de épocas de 
floração diferentes e de fácil manutenção (herbácea, de bolbo ou rizomas).
O ritmo de plantação associa-se ao contraste flores–folhas-cor-forma (prímulas, 
lírios, peónias, etc.) em maciços e bordaduras, dentro de um traçado bem definido. 
Neste contexto, destacaram-se os trabalhos de William Robinson e Gertrude Jekyll.
O ecletismo no 
Brasil
Surge a praça eclética no 
Brasil e no mundo
Praça Santos Andrade, 
Curitiba, PR
Em direção ao modernismo...
Na virada do século XIX para o século XX, enquanto os 
arquitetos buscavam novas teorias, ideais e materiais em 
um esforço de produzir uma arquitetura condizente com o 
momento cultural e artístico, muitos paisagistas ainda se 
baseavam no passado propondo jardins com influência 
inglesa e suas variantes italianizantes.
Não havia uma discussão ou mesmo experimentos 
comparáveis aos que surgiam no campo da arte e da 
arquitetura.
Segundo JeanPierre Le Dantec,
“Impressionismo, japonismo, Nabis e art nouveau 
não encontram eco jardinístico na França senão 
nos jardins de Monet, em Giverny, ou nos de 
Albert Kahn em Boulogne-Billancourt. (...) Willian 
Robinson e Gertrude Jekyll inventam uma versão 
inglesa do impressionismo em torno dos 
conceitos de wild garden e de coloridas mixed
borders (...)”
No campo das artes, no início do século XX são realizadas 
experimentações relacionadas a concepção de um espaço 
contínuo, inseparável das coisas circundantes. Era a 
concepção cubista do espaço plástico: a arte deixa de ser a
representação do mundo, e passa a se tornar uma ação que 
se realiza.
O quadro, por sua vez, deixa de ser a superfície sobre a qual 
se projeta a representação da realidade, e se torna o plano 
plástico em que a realidade se organiza.
Assim, a obra deveria demonstrar um procedimento que 
renovasse a própria experiência da realidade. A partir daí, o 
sujeito moderno tinha condições de reconstruir um 
ambiente ao redor de si mesmo, podendo criar mundos 
inteiros. A forma é reconstruída a cada visada, num 
contínuo processo de atualização. 
Consequentemente se 
instaura uma nova relação 
entre espaço e objeto. 
Em Viena e na França, antes da 1º Guerra Mundial, surgiam 
conceitos de arte de jardim que esboçavam um esforço de 
instituir uma linguagem moderna, se abrindo a novas 
sensibilidades e propondo uma ruptura com o passado.
O jardim é concebido de acordo com as regras estruturais e 
geométricas, mais do que as demandas naturais. Era uma 
tentativa de negação da natureza selvagem através de um
“jardim que seguia princípios arquiteturais que fortaleciam 
a expressão da ilusão humana”
Era da razão, da ciência, da fé na máquina, da casa de 
morar, do maquinicismo...
Estes trabalhos experimentais mostravam um esforço em
refletir na paisagem as novas tendências constatadas na 
pintura e na escultura.
Tratava-se de tentativas cubistas que, no entanto, davam 
aos jardins características extremamente pictóricas e 
resultavam, por consequência, demasiadamente estáticos, 
ou seja, continuava presente o espírito clássico.
Eram tentativas de adaptar o projeto de jardins à nova 
estética, estruturando uma composição plástica de linhas e 
superfícies como um quadro, no entanto composto por 
matéria viva. 
Destacaram-se paisagistas modernos franceses como 
André Vera e Paul Vera, Robert Mallet-Stevens (1886-
1945), Pierre Legrain (1889- 1929) e principalmente Gabriel 
Guevrékian (1892-1970), com o “Jardin d’eau et Lumiere”, 
apresentado na Exposição de Artes Decorativas de 1925. 
“o jardim de Guevrékian permanece uma espécie 
de pintura cubista em relevo, uma tela de terra, 
flores e água que o artista havia aplainado, 
geometrizado e transformado em mais luminoso 
possível”.
André Vera e Paul Vera
Robert Mallet-Stevens (1886-1945)
Villa Cavrois. Arquiteto. Robert Mallet-
Stevens. Ano de Construção. 1929 - 1932
Pierre Legrain (1889-
1929) 
Tachard garden.
La Celle-Saint-
Cloud, France, 1924
Jardim para a Villa 
Noailles, em Hyéres, 
França, de Gabriel 
Guevrékian
Jardin d’eau et de lumière, 
de Gabriel Guevrékian
Jardin d’eau et Lumiere
Apesar do esforço em construir um paisagismo abstrato, racional e 
visual, esses jardins não chegaram a estabelecer relações que 
constituíssem uma experimentação da forma moderna com 
maiores questionamentos sobre espaço e cor, e não foram 
capazes de serem incorporados no novo panorama da arquiteturamoderna.
Estes jardins em geral eram pequenos e privados, não podiam se 
expandir visualmente para além de seus limites. Apresentavam-se 
como uma pintura para ser vista a partir de uma janela, ou seja, 
tinham uma presença estática e eram valorizados a partir de um 
ponto de vista único. 
Assim, o resultado era a bidimensionalidade, que gerava 
efeitos visuais imediatos, ou seja, o jardim era uma pintura 
desconectada do entorno, que deveria ser entendido por 
sua pura visualidade. Neste sentido, estes jardins levavam 
ao extremo a intenção artística formalmente, ignorando as 
leis da natureza e entendendo a vegetação como mera 
matéria doadora de cor e textura à composição.
Consequentemente estas composições paisagísticas 
estavam presas à tentativa de criar uma aparência estética 
moderna, não investigando o potencial espacial cubista nos 
jardins
Uma outra dimensão...
Pauta-se basicamente pelo atendimento de novas formas de uso 
e, portanto, de organização morfológica do espaço livre urbano, 
no qual é introduzida uma nova figura – o automóvel, que exige 
uma reordenação dos tecidos urbanos existentes e a criação de 
outros especialmente tratados para a convivência veículo-
pedestre.
Ao espaço livre para a circulação de pedestre – calçadas e 
passeios e para lazer, são atribuídas novas configurações, agora 
de acordo com os padrões urbanístico-sociais em voga.
A arquitetura paisagística se torna, então, funcionalista, com a 
determinação de áreas equipadas especialmente para o lazer, 
recreativo ou esportivo, nacionalista com o abandono do uso de 
vegetação, anódina e com ênfase na tropicalidade do país: 
simples, com a “proibição” do uso de elementos decorativos do 
passado – pitorescos e temáticos – sendo execradas as 
cenarizações, as topiárias e qualquer lembrança do Ecletismo 
recente: geométrica – inspiradas nas temáticas da pintura da 
época, no qual Burle Marx foi o mestre inspirador nacional – e 
colorida – com a introdução do uso intenso de pisos multicores. 
Como consequência desse mesmo contexto, surge o 
paisagismo de Mina Klabin no panorama do paisagismo no 
Brasil.
Na Residência da Rua Santa Cruz (1927) e da Rua Itápolis 
(1930), projetadas por Gregori Warchavchik, utiliza algumas 
espécies da flora tropical, porém explora a composição 
purista do jardim de cactáceas, onde o elemento vegetal 
pontual - o cactus mandacaru – sobre o gramado liso 
assume um papel destacado na composição, como um 
código facilmente decifrável, ou ainda uma planta icônica, 
que representaria o Brasil, em contraposição aos volumes 
arquitetônicos neutros e universalizantes de Warchavchik.
Mina, assim como os pintores modernistas paulistas, 
assumia o cactus como um elemento típico de modernidade 
e brasilidade, como símbolo de compromisso com a flora e 
as raízes brasileiras, tornando-o uma referência tropical.
NASCIONALISMO – IPHAN, SEMANA DE 22, 
ANTROPOFAGIA...
Residência da Rua Santa 
Cruz (1927) 
Edifício Mina Klabin (1937) 
Residência da Rua 
Santa Cruz (1927) 
Residência da Rua Santa Cruz (1927) 
Residência Luiz da Silva Prado, 
projetada por Gregori Warchavchik
O nacionalismo e a 
vegetação na obra de 
Tarsila do Amaral
O mandacaru
Mandacaru quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no 
coração
Gonzagão
A bananeira
O 
Em outra direção, Alfred Agache (1875-1959) no Rio de 
Janeiro trabalhava na transformação urbana segundo a 
moda do 2° Império Francês, com reformas urbanas que 
mudavam o perfil da cidade imperial, com desmontes e 
aterros, além da definição de jardins arquitetônicos 
geométricos, segundo os jardins franceses do século XVIII, 
como a Praça Paris de 1926 e os Jardins do Calabouço de 
1929.
Além disso, é importante citar a presença de alguns 
arquitetos que, a partir da década de 30, passaram a 
valorizar e dar certo tratamento em seus projetos para os
espaços abertos. Entre eles, Lúcio Costa, Attilio Correa 
Lima, Francisco Bolonha, além de Rino Levi - neste caso, o 
próprio arquiteto fazia o desenho para os pátios e jardins 
de seus projetos arquitetônicos - entre outros.
Residência Olivo Gomes / 
Rino Levi - São José dos 
Campos, 1951
A partir dos anos 40 chega ao país o playground, criação 
típica norte-americana, que consiste basicamente na 
concentração de conjuntos de brinquedos industrializados, 
em determinados locais dos espaços livres, em geral 
público, para lazer infantil.
A crescente carência de espaços livres para lazer infantil 
populariza esse tipo de equipamento que se torna 
obrigatório nas escolas e pré-escolas de então, 
particularmente nos jardins de infância, nas praças públicas 
e parques.
Aterro do Flamengo, em sua 
configuração atual, o parque foi 
inaugurado em 1965
Forma-se no período um verdadeiro
arquétipo projetual sobre a figura da nova praça, que
deve conter dentro do imaginário dos projetistas, e
mesmo de muitos usuários, uma série de elementos
padrão.
Roberto Burle Marx
Paisagista
Formação: Escola Nacional de Belas Artes
(São Paulo, 4 de agosto de 1909 – Rio de 
Janeiro, 4 de junho de 1994)
O movimento moderno no paisagismo nacional veio a 
reboque do movimento moderno na arquitetura e no 
urbanismo brasileiro, que se instala nos anos 30.
Nos anos 40, 50 e 60 difunde-se pelo país, sendo 
institucionalizado pelo novo Estado que se estabelece, 
sendo transformado em um dos produtos da 
modernidade e identidade nacional.
A construção do projeto do Ministério da Educação e 
Saúde, citado como o marco da modernidade 
arquitetônica, urbanística e paisagística brasileira.
O Palácio Gustavo Capanema foi inaugurado em 1946
(projeto de 1937), como sede do então Ministério da
Educação e Saúde do Governo Vargas.
Para sua concepção e realização, alguns dos grandes
mestres da arquitetura e das artes dos anos de 1930
estiveram reunidos: Lucio Costa, Oscar Niemeyer,
Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernany de
Vasconcelos e Jorge Machado Moreira, com a
consultoria do francês Le Corbusier.
As artes integradas: Roberto Burle Marx, Cândido
Portinari, Bruno Giorgi, Adriana Janacópulus, Celso
Antônio e Jacques Lipchitz.
O edifício reuniu pela primeira vez alguns das
características fundadoras da arquitetura moderna, com
o uso de pilotis, planta livre, terraço-jardim, fachada livre
e janela em fita.
Burle Marx, muito atento aos movimentos culturais 
contemporâneos, percebe desde os anos 30, o 
anacronismo entre o desenho do jardim e a produção 
artística e arquitetônica da vanguarda, questionando-se 
sobre o que estava sendo proposto.
Desde cedo teve contato com Lúcio Costa para quem 
desenvolveu seu primeiro projeto, em 1932, o terraço 
jardim da residência Alfredo Schwartz em Copacabana, 
projetada por Lúcio Costa juntamente com Gregori 
Warchavchik.
Burle Marx, com a experimentação de seus jardins, vai 
além das tentativas cubistas da França e das tímidas e 
isoladas investidas de Mina Klabin, realizando um 
verdadeiro avanço e uma grande ruptura com o que se 
produzia até então.
Seus projetos agregam conteúdos aos jardins modernos: 
levam em consideração as características do sítio, as 
demandas do cliente e a variedade das visadas.
Burle Marx esboça uma estrutura 
estética auto-referenciada dos jardins, 
em termos da experiência visual e do 
corpo, uma vez que não busca uma 
representação de uma situação 
idealizada, uma natureza perfeita, 
simétrica ou natural: finalmente a 
forma se libera da figuração. 
Criou os principais parques do Rio de Janeiro, Belo 
Horizonte e Brasília; praças e jardins de grandes 
corporações, museus, bancos, casas e prédios de 
apartamentos.
Executou importantes projetos fora do país, como o Parque 
Del'Este, em Caracas - Venezuela - (1956) e o parque junto 
as Torres Patronas na Indonésia.
O trabalho de Burle Marx sempre esteve ligado ao poder e 
às elites: são seus os jardins dos Palácios do Itamaraty 
(Relações Exteriores), do Exército em e outrosmais Brasília, 
o Aterro do Flamengo (Rio de Janeiro) e o Parque das 
Mangabeiras (Belo Horizonte).
Parque Del'Este, Caracas -
Venezuela (1956)
Parque junto as Torres 
Patronas na Indonésia
Jardins dos Palácios 
do Itamaraty 
(Relações Exteriores)
Aterro do Flamengo 
(Rio de Janeiro
Parque das Mangabeiras 
(Belo Horizonte)
Burle Marx assume ainda o caráter de 
exterioridade do jardim, relacionando-o 
com o espaço público e com o ambiente 
circundante.
Surge assim, a possibilidade de 
incorporação do espaço exterior e da 
paisagem à arquitetura e desaparece a 
conotação “frente” e “fundos” relacionada 
à ideia tradicional de jardim de chácara - e 
presente ainda no jardim da Casa da Rua 
Itápolis. 
Escultura-chave de Yayoi Kusama, de 1966, 500 esferas 
brilhantes de aço flutuam nos espelhos d’água da 
cobertura do Centro Educativo Burle Marx, Inhotim.
O projeto da residência Edmundo Cavanellas, em Pedro 
do Rio (1954), pressupõe não só o rompimento com a 
implantação e setorização tradicional do jardim, como 
também possibilita sua inversão através do processo de 
descoberta do jardim.
O terreno se localiza em um vale e a arquitetura é 
implantada transversalmente a este, possibilitando a 
criação de duas áreas distintas: a parte oeste com 
canteiros sinuosos com traçados fluidos de cor e a parte 
leste com formas rígidas como as estruturas de tabuleiro 
em tons de verde e a piscina geométrica.
Este percurso mostra a possibilidade de inversão na 
hierarquia frente-fundos, fazendo com que a arquitetura e 
a paisagem caminhassem juntos para o fim de uma 
espacialidade estática, centrada e simétrica, havendo uma 
colaboração dinâmica para a busca de uma plástica 
expansiva, liberada e dinâmica. 
“A minha conceituação filosófica de paisagem 
construída baseia-se na direção histórica de todas as 
épocas, reconhecendo, em cada período, a expressão 
do pensamento estético que se manifesta nas demais 
artes. Neste sentido, a minha obra reflete a 
modernidade, a data em que se processa, porém 
jamais perde de vista as razões da própria tradição, 
que são válidas e solicitadas”.
Um design de capa para uma edição de 1953 
da revista Rio. Burle Marx experimentou com 
novas formas, em diferentes formatos, 
incluindo obras de escultura, que ele integrou, 
muitas vezes, em seus projetos paisagísticos.
Um modelo de um marco escultural 
para a Praça Sérgio Pacheco, a Câmara 
Municipal, o projeto de Uberlândia 
(1974).
Um trabalho de colagem sem título, 
feito em 1967, ilustra diversas 
atividades artísticas de Burle Marx.
Fazer jardim é fazer arte. Quando trabalho um jardim, penso nas leis 
que orientam os problemas artísticos: contrastes, textura, relação entre 
volumes, harmonia e oposição de cores. Apenas não quero fazer um 
jardim que seja pintura de uma maneira diferente. Nunca pensei em um 
jardim bidimensional, jardim sempre tem terceira dimensão. E outra 
coisa importantíssima é a quarta dimensão: o tempo necessário para se 
observar esse espaço.
Quando planto uma aléia ou agrupamento de árvores em relação a uma 
horizontal, estou fazendo arte. Se pensar em floração roxa perto da 
floração branca ou rosa, estou pensando pictoricamente (...) Quando se 
faz um quadro, a cor depende da luz que incide, mas sempre se trabalha 
sobre uma superfície. No jardim, as cores e os volumes estão sujeitos às 
modificações climáticas.
Num jardim, tenho de pensar que ele pode ser visto à noite num dia de 
tempestade, de chuva, ou ensolarado, e que a cor das plantas se 
modifica com as horas (...) Quando faço um projeto, tenho que conhecer 
o lugar: se tem clima tórrido, de montanha ou temperado; quais as 
plantas que nascem na região. É preciso conhecer também o usuário. 
Deve-se levar em conta tudo isso (...) Se existe um jardim, é porque 
existe uma composição estética.
Le Corbusier defendia a arquitetura implantada em meio à 
natureza intocada, com base em um ingênuo idealismo que 
aceitava a visão sentimental da natureza de Rousseau, (um 
ambiente selvagem e natural extremamente abundante e 
acolhedor a ponto de parecer ter sido criado na medida exata 
para bem servir ao homem), Burle Marx desenvolvia um gesto 
estético acompanhado de uma forte intencionalidade,
onde o jardim se torna uma obra de arte.
REFERÊNCIAS:
• http://www.fau.usp.br/depprojeto/gdpa/paisagens/artigos/
2003SilvioM-Burle.pdf
• https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17068/17068_6.PDF
• file:///C:/Users/Sandra/Desktop/Fundamentos%20Paisagis
mo_Aula%202_Hist%C3%B3ria%20do%20Paisagismo.pdf
• http://arquiteturaeprojetox.blogspot.com/2015/01/oscar-
niemeyer-casa-cavanelas-uma.html
• https://www.archdaily.com.br/br/792669/roberto-burle-
marx-um-mestre-muito-alem-do-paisagista-modernista

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