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Risco Cirúrgico INDÇÃO O propósito da avaliação pré-operatória é verificar o estado clínico, do paciente, gerando recomendações sobre a avaliação, manuseio e risco de problemas em todo o período pré-operatório e definir o risco cirúrgico que o paciente, o anestesista, o assistente e o cirurgião podem usar para tomar decisões que beneficiem o paciente a curto e longo prazo Como levar o caso à mesa cirúrgica reduzindo ao máximo o risco de complicações intra e pós-operatórias, sem prejudicar a cirurgia? - Não existe risco zero em cirurgia! ⬝ Risco do ato operatório em si (qual grau, sangra muito, abre muito, tem orgã nobre) ⬝ Risco anestésico (pode sedar, qual o tipo de sedativo, tem necessidade) ⬝ Risco individual do paciente➺RISCO CIRÚRGICO PER OPÓRI ⬝ Identificar e quantificar qualquer comorbidade que tenha impacto na evolução cirúrgica do paciente ⬝ Fazer recomendações adequadas (profilaxia antibiótica, de eventos trombóticos [tabagismo/trombose prévia/sedentário], de suporte nutricional, de suspensão de medicamentos….) ⬝Dizer se a cirurgia será indicada, modificada, adiada ou até contraindicada. E co�� fa��� um p�e��r� p�é-o��r��ó�i�?? • Anamnese e exame físico direcionados • Solicitação de exames quando necessários • Revisão de sistemas guiados pela doença de base ANSE E EX FÍI • Procurar sinais e sintomas referentes comorbidades ainda não diagnosticadas • Avaliação da gravidade das patologias de base. • Detectar problemas que possam requerer maiores investigações ou serem abordados antes do ato cirúrgico. Pes����ar a�n��: ▫ Alergias (medicamentos tbm) ▫ Cirurgias (medicamentos, planos..) ▫ Reações anestésicas prévias ▫ Transfusões ▫ Uso de medicamentos ▫Drogas e substâncias psicoativas [alto risco de depressão respiratória] ▫ Capacidade funcional deve ser avaliada (MET) – [consumo energético de oxigênio/kg] ME MET, do inglês metabolic equivalent intensity level, ou múltiplos de equivalentes metabólicos, é uma medida que estima o gasto energético com atividade física. Ela avalia a quantidade de oxigênio consumida por uma pessoa em repouso, peso corporal e intensidade de diferentes tipos de exercício físico. • “Equivalente Metabólico da Tarefa”. Mas o qu� ve� a se� es��� Equ����en��� Met��ó��co� (ME�) ?? O equivalente metabólico (MET), múltiplo da taxa metabólica basal, equivale à energia suficiente para um indivíduo se manter em repouso Keyti Cordeiro - Medicina UNC 1 • 1 MET = consumo de 3,5 ml de O2/Kg/min (consumo de Oxigênio de um indivíduo sentado e em repouso) • O número de METs alcançado pelo paciente está relacionados às atividades que ele consegue executar ● maior o MET, menor o risco cirurgico Cál�u�� de ME� 1 MET = cuidados próprios (comer, vestir-se ou ir ao banheiro) • 4 MET = subir um lance de escadas ou uma ladeira • 4 - 10 MET = trabalho pesado de casa (esfregar um chão ou arrastar móveis pesados) • >10 MET = Participar de esportes extenuantes (natação, tênis, futebol) ▫ Risco cardíaco é elevado em paciente que não conseguem atingir 4 METs durante a atividade diária normal. Atualmente, para estimar o gasto energético da atividade física são avaliados a quantidade de oxigênio consumida por uma pessoa em repouso, peso corporal e intensidade de diferentes tipos de exercício físico. • A fórmula utilizada para cálculo da energia gasta com a atividade (kcal): MET da atividade física realizada x Peso corporal x Tempo de atividade (min). EX COLTA • A solicitação de exames detalhados na busca por doenças não diagnosticadas não é custo-efetiva e não deve ser realizada!! • Principais fatores que norteiam sua escolha são: ▫ Idade ▫ Comorbidades ▫ Cirurgia Os exames laboratoriais são interessantes para garantir que a condição pré operatória seja satisfatória quando se suspeita ou diagnostica-se uma doença durante a avaliação clínica. Eles não servem para screening de doenças não suspeitadas. Sabe-se que os resultados laboratoriais obedecem uma distribuição Gaussiana , e sendo assim, 5% de todos os exames laboratoriais em pessoas hígidas são considerados “anormais”. Assim, quanto maior o número de exames solicitados, maior a chance de encontrarem-se anormalidades (que não representam doenças ). Keyti Cordeiro - Medicina UNC 2 ID (segundo Sabiston 2016*, considerando cirurgias simples em pacientes sem comorbidades) • < 45 anos: nenhum exame!! • 45 – 54 anos: ECG apenas para homens. (risco cardiovascular) • 55 – 70 anos: ECG + HMG • > 70 anos: ECG + HMG + Ur/Cr + eletrólitos + glicose • Mulher em idade reprodutiva: B-hCG urinário na manhã da cirurgia. ▫ Alguns autores recomendam ECG, independente da idade para os tabagistas COBAS • Rx de tó�a�: ▫ Pré-operatório de cirurgias cardíacas e torácicas. Pacientes com história ou exames sugestivos de doenças cardiorrespiratórias. (silicose) • E�S e Uro���t��a: ▫ Antes de cirurgias urológicas ou com manipulação do trato urinário. Cirurgias com colocação de próteses ortopédicas. • Co�g��o�r���: ▫ Pré-operatório de cirurgias cardíacas, torácicas, hepáticas, intracranianas, renais, oftalmológicas (menos catarata) ou qualquer outro procedimento com perda estimada de sangue >2 litros. função hepática: TGO, TGP, TAP função renal: creatinina, clearance da creatinina • Rev��ã� do� si���m��: ▫ Ao coletar dados a respeito do paciente nas etapas anteriores, você já saberá quais são os fatores de risco apresentados, doenças suspeitas e diagnosticadas. Falta somente realizar avaliação do sistema comprometido. • Isso significa que, se não houver nenhuma alteração nas primeiras etapas, nenhuma investigação adicional será feita!! • Ava���ção ca����va���l��: • Principal causa de mortalidade de cirurgias não cardíacas; • Síndrome coronariana pode ocorrer antes, durante ou após o procedimento cirúrgico; - principalmente em caso de hipertensão, diabetes, tabagismo • Estratificar o risco do paciente: ▫ ASA (Sociedade Americana de Anestesiologia) - quais o exames e qual o porte do paciente ▫ Índice Cardíaco Revisado de Lee ▫ Classificação do ACP (American College of Physicians) ▫ Índice de Goldman ● ASA e Goldman são os principais Keyti Cordeiro - Medicina UNC 3 Quadro 1. Índice de Risco Cardíaco (Goldman) • Variáveis Pontuações Idade maior que 70 anos = 5 pontos • Infarto agudo do miocárdio há menos de 6 meses = 10 pontos • B3 ou estase de jugular = 11 pontos • Importante estenose aórtica = 3 pontos • Arritmia não-sinusal ou sinusal com contração atrial prematura em último ECG pré-operatório = 7 pontos • >5 ESV/min em qualquer momento antes da cirurgia= 7 pontos • PaO2 50 mmHg; K+50 mg/dL (uréia >107,5 mg/dL) ou creatinina >3 mg/dL; AST anormal, paciente acamado por causa não-cardíaca= 3 pontos • Cirurgia intra-abdominal, intratorácica ou aórtica = 3 pontos • Cirurgia de emergência= 4 pontos • Ava���ção Pul����r: • Procedimentos que possam diminuir a função pulmonar ou predispor a complicações respiratórias. • Estratificação com prova de função pulmonar (espirometria) ▫ Ressecção pulmonar ▫ Cirurgias torácicas (ventilação monopulmonar) ▫ Cirurgias abdominais de grande porte em paciente com > 60 anos, comorbidades, tabagismo ou com Sintomatologia respiratória evidente. • Ava���ção Ren��: • Creatinina sérica maior ou igual a 2,0mg/dl é fator de risco independente para complicações cardíacas . • Paciente renais crônicos dialíticos (diálise 1 dia antes) • IRC causa a anemia e disfunção plaquetária – corrigir ambas durante avaliação pré-operatória. • Ava���ção he����bi����: • Pacientes com hepatites agudas -> aguardar recuperação do quadro para realizar cirurgias eletivas • Hepatopatas crônicos podem ser submetidos a procedimentos cirúrgicos sem problemas. • Indivíduos com cirrose -> avaliar a Classificação de Child-Pugh • Ava���ção En�ó�ri��: • DIABETES MELLITUS: ▫ Controlar adequadamente a glicemia e identificar possíveiscomplicações sistêmicas da doença • HIPERTIREOIDISMO: ▫ Cirurgia só deve ser realizada quando o estado eutireoideo é alcançado. Keyti Cordeiro - Medicina UNC 4
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