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UNIVERSID ADE WUTIVI-UNITIVA Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Planeamento Físico Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas 3ª Ano II Semestre Cadeira: Mineração à Céu Aberto Tema: Lavra de Rochas Ornamentais Discentes: Armando Guize Anderson Bila Anibal Junior Chelton Banze António Duarte Eto Erneta Alutha Esperança Parrruque Eunice Keith Noémia Hare Patra André Priscila Sitole Zelma Meque Docente: : Eng˚. Gilberto Cassecussa Boane, Setembro de 2022 UNIVERSIDADE WUTIVI-UNITIVA Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Planeamento Físico Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas 3ª Ano II Semestre Cadeira: Mineração à Céu Aberto Tema: Lavra de Rochas Ornamentais Discentes: Armando Guize Anderson Bila Aníbal Junior Chelton Banze Antonio Duarte Eto Erneta Alutha Esperança Parrruque Eunice Keith Noémia Hare Patra André Priscila Sitole Zelma Meque Docente: Eng˚. Gilberto Cassecussa Boane, setembro de 202 Introdução O presente trabalho é sobre a lavra de rochas ornamentais. A natureza dos métodos de lavra de rochas ornamentais varia em função das características do maciço rochoso, condições topográficas, afloramento, fraturas, tipo e espessura da cobertura etc. O material de interesse na frente de lavra pode apresentar-se com foliação desenvolvida, viabilizando a extração é denominado de blocos devido a sua aresta retangulares e em prancha devido ao tombamento, ou em forma compacta, . Quando a extração se dá por blocos, a mesma pode ser feita de maneira mais simples, a partir de matacões isolados ou por desabamento provocado por detonações, porém o tipo de extração em blocos mais usado é a explotação via “maciços rochosos”, quando se extraem blocos diretamente de um maciço rochoso compacto. Neste trabalho é apresentada uma revisão dos métodos de lavra, técnicas de corte e operações unitárias e auxiliares da lavra. Posteriormente apresentando a nossa maquete de Rochas Ornamentais por método de bancadas Objetivos Objetivo geral Apresentar o processo de extração de lavra de rochas ornamentais Objetivos específicos Falar da lavra de rochas ornamentais; Descrever os métodos de lavra das rochas ornamentais; Abordar as operações unitárias e auxiliares da lavra; Explicar as tecnologias empregues na lavra de rochas ornamentais; Mostrar a maquete correspondente a lavra de rocha ornamental Granito. Lavra de rochas ornamentais As rochas são agregadas de um ou mais minerais formados por processos naturais, geodinâmicos. As rochas ornamentais, também vulgarmente designadas por Pedras Dimensionais (Bowles, 1939; Currier, 1960 e Barton, 1968), ou Pedras Naturais, podem ser definidas como a matéria-prima de origem mineral utilizada como material de construção com funções essencialmente decorativas. Cabem neste âmbito todos os tipos rochosos extraídos e processados segundo as mais variadas dimensões e formas, desde os pequenos cubos utilizados no calcetamento de ruas, até às finas placas de rochas xistentas usadas em revestimentos, passando, como é óbvio, pelos grandes blocos destinados à obtenção de chapas para revestimentos diversos, estatuária, pedras tumulares, etc. A lavra das rochas ornamentais consiste em uma actividade cujo objectivo é a remoção de material útil ou economicamente aproveitável dos maciços rochosos ou dos matacões. O produto da etapa de lavra ou extracção é o bloco de arestas aproximadamente rectangulares, de dimensões variadas que procuram obedecer ou aproximar-se tanto quanto possível daquelas que proporcionem o melhor aproveitamento do material e a maior utilização da capacidade produtiva dos equipamentos nas etapas de beneficiamento. A extracção dos blocos de rochas ornamentais pode ser realizada tanto por lavra à céu aberto como por lavra subterrânea. O primeiro tipo de lavra ocorre em maior frequência, sendo subdividido em dois grandes grupos: lavra de matacão e lavra de maciço. A lavra do maciço apresenta maior incidência e é realizada, como o próprio nome indica, directamente no maciço rochoso, sendo este último definido como o conjunto formado pela matriz rochosa e por todas as descontinuidades nela contidas. A lavra em maciço pode ser realizada em pedreiras a céu aberto, as mais frequentes, ou em pedreiras subterrâneas. As pedreiras a céu aberto, instaladas em maciços rochosos, são agrupadas em: Pedreiras em cava sobre terrenos planos; Pedreiras em encostas de terrenos inclinados; Pedreiras de nivelamento. FIG.1Pedreira em cava FIG.2 pedreira em encosta Cada tipo de rocha possui características específicas e por isso possuem fluxos de processos produtivos diferentes, exigindo técnicas de lavra e beneficiamento distintas. As rochas ornamentais podem ser divididas em três grupos: Ardósias; Mármores e Granitos; e Quartzitos. Formação e tipos de rochas-ornamentais As rochas têm a sua formação relacionada com a atuação de diferentes processos geológicos, que se desenvolvem desde profundos níveis da crosta ou do manto até a superfície da Terra, assim identificados: • Magmatismo – responsável pela formação de rochas ígneas plutônicas e vulcânicas, como granitos e basaltos; • Sedimentação – responsável pela formação de rochas sedimentares, por exemplo, de arenitos, calcários, dolomitos e folhelhos; • Metamorfismo – responsável pela formação de rochas metamórficas, tais como ardósias, xistos, mármores, quartzitos e gnaisses; • Alteração, Retrabalhamento e Metassomatismo – esse conjunto de processos são responsáveis por alterações e modificações em materiais pétreos previamente formados, impondo aos mesmas diversificadas variações cromáticas e composicionais. Sendo que no nosso foco são as Rochas Ornamentais, vamos nos focar em processos magmáticos, onde se formam os granitos. Tipos de lavra de rochas ornamentais Lavra de maciços rochosos Lavra do tipo fossa É um método de lavra que apresenta um impacto visual pequeno, pois a área explorada só pode ser vista de níveis mais elevados. Uma das desvantagens é que atinge facilmente o lençol freático e o bombeamento de água do interior da cava às vezes deve ser constante. O acesso à frente de lavra é feito através de escadas (do tipo marinheiro) ou de guindastes. Seu uso depende, entre outros fatores, das condições geológicas da jazida. Fig 3 lavra tipo fossa Lavra do tipo poço Esse método é mais oneroso que o anterior, pois possui rampas laterais com forte inclinação,que são utilizadas para acesso à frente de lavra. Problemas com inundações e acidentes de trabalho são comuns em pedreiras que utilizam esse método. Nos casos em que a qualidade da rocha oferece condições de estabilidade, o avanço da lavra em profundidade nos tipos fossa e poço pode levar à necessidade de mudança para a lavra subterrânea. Fig4. Lavra tipo poço Vantagens da lavra Lavra racional Reflexo positivo na relação custo ou benefício Alto controlo operacional Lavra por desabamento O método de lavra por desmoronamento ou desabamento é aplicado para os casos em que a rocha se apresenta sob a forma de prismas delimitados por falhas ou planos de esfoliação, dispostos em afloramentos caracterizados por elevados gradientes topográficos. A estrutura cebola existente no maciço rochoso, que consiste em fracturas subparalelas que acompanham a morfologia do maciço, permite que enormes volumes de rocha sejam removidos, por meio de desmontes realizados através do emprego de explosivo deflagrante, sendo a pólvora negra o explosivo carregado nos furos localizados na parte posterior desses volumes primários. O desmoronamento ocorre ao longo dos planos de fracturas existentes, com auxílio da gravidade, a partir da deflagração da pólvora negra. Nos pontos de queda (pé da encosta), o volume desmontado é desdobrado em volumes secundários (filões), que serão tombados e esquadrejados em blocos. Fig5.Lavra de rochas por desabamento. Fig6. lavra por desabamento Lavra selectiva O método de lavra selectiva aplica-se frequentemente nos casos onde o maciço a ser explorado possui, como característica, a presença de famílias distintas de fracturas com orientações principais preferencialmente ortogonais. Assim sendo, tais fracturas podem ser aproveitadas como planos naturais de separação de porções rochosas, e com auxílio de cortes complementares, obtêm-se volumes liberados e prontos para a realização das operações de recorte e esquartejamento. Fig7. Lavra seletiva Lavra por matacões A utilização do método de lavra por matacões ainda é utilizada em diversos países, principalmente naqueles em desenvolvimento localizados na faixa tropical, onde existem matacões de grandes dimensões, normalmente, pouco afectados por fenómenos de alteração. Os matacões são divididos em duas ou mais partes, que são tombadas para serem esquadrejadas em blocos.Dentre as técnicas utilizadas para o desdobramento dos matacões em fatias, o emprego da pólvora negra se destacava em um passado recente. A técnica consiste na realização de “fogo raiado”, para orientação dos gases oriundos da deflagração da pólvora, através da realização de duas aberturas no interior do(s) furo(s), com o objectivo de se obter o direccionamento do corte. Trata-se de uma técnica simples que pode ser utilizada empregando mão-de-obra pouco especializada. Figura 8. - Matacão dividido pela técnica do “fogo raiado”. Extraído de Marbrasa Todavia, tem-se observado o emprego de tecnologias inovadoras de corte, para o desdobramento de volumes rochosos de portes variados, apresentando uma satisfatória relação custo x benefício Na maioria dos casos, grande parte dos matacões não são aflorantes, sendo identificados e expostos somente após grande remoção de solo. Isto dificulta a cubagem de reservas e previsão de produção da lavra, trazendo como consequência o planejamento com horizonte de curto prazo e frequente constrangimento na área comercial para a empresa. A viabilidade econômica das operações da lavra de matacões depende principalmente da qualidade da rocha. Se por um lado os custos operacionais são relativamente reduzidos, por outro lado corre-se o risco de se obter recuperações insuficientes, quando comparada à extensão das zonas alteradas, dificilmente previstas com antecedência. Os resultados mais visíveis do problema da lavra de matacões são trazidos pela baixa categorização comercial, fortes restrições quantitativas e qualitativas de suprimento, apresentando dificuldade de abertura de novos mercados para exportações, tanto de materiais em bruto, quanto de produtos acabados e semiacabados. As jazidas formadas por matacões têm vida útil bastante limitada, salvo algumas raras exceções, resultando ainda, em grande impacto paisagístico e danos consideráveis ao meio ambiente. Lavra por bancadas No método de lavra por bancadas, a mina é subdividida em níveis sucessivos de lavra, que evoluem lateralmente de forma sequenciada, com altura definida em função da geomorfologia da jazida e das características físico-mecânicas da rocha. Este método é aplicado tanto em minas localizadas em encostas, como naquelas que evoluem em cava, localizadas abaixo do nível do terreno. As minas em encostas possibilitam que toda a movimentação da produção e do rejeito seja realizada de maneira descendente, reduzindo o custo operacional da lavra Já nas minas em cava, os níveis de lavra são a cessados por meio de rampas previamente construídas, para o escoamento da produção, movimentação de rejeito e circulação de máquinas e equipamentos. Todo o material desmontado é escoado para fora da mina de maneira ascendente. Lavra por bancadas Altas O método de bancadas altas é geralmente usado quando o maciço rochoso possui uma altura de 6-16m. Consiste na abertura de bancadas variando de 3-6m de largura e 40m de comprimento, podendo se utilizar diferentes técnicas de corte, em especial o fio adiamantado. método de bancadas altas é geralmente usado quando o maciço possui uma altura de 6,0 a 16,0 m. É caracterizado pela grande incidência de perfuração para fazer a subdivisão em blocos com dimensões adequadas à serragem.(REIS,2003) Fig 9. Lavra por bancadas altas Lavra por bancadas baixas Consiste em um método com bancadas horizontais baixas em que uma das dimensões do bloco final não deve ultrapassar 10m. Esse método e recomendado para materiais homogêneos. Consiste em um método com bancadas horizontais baixas, em que uma das dimensões do bloco final não deve ultrapassar 3,0 m, uma vez que o bloco final é retirado da cava com dimensões adequadas ao uso nos teares. Esse método é recomendado para materiais homogêneos, sendo muito flexível para a identificação das partes sãs que serão utilizadas na forma de blocos. A mecanização é facilitada devido à grande extensão horizontal apresentada. Essa flexibilidade facilita a movimentação de equipamentos (perfuratrizes, carregadeiras) e de blocos. É um método vantajoso em termos de segurança do trabalho, pois evita e reduz de forma considerável o risco de acidentes graves, além de possibilitar um controle minucioso da frente de lavra. Fig 10. Lavra por bancadas baixas Vantagens do método das rochas ornamentais Os estoques remanescentes são reaproveitados como insumos em diversos processos da indústria; Os poucos resíduos não utilizados voltam para a natureza, retomando seu papel no ciclo de transformações geológicas, provando ser a opção com menor custo ambiental; Pouco uso de agua e energia no seu beneficiamento; Baixo custo em aquisição de alguns equipamentos; Baixo custo de investimento dependendo do tipo de lavra; Desvantagens Promove um impacto visual devido os seus métodos de lavra; Degradação sucessiva do solo; Maior índice de poeiras; Alto custo na recuperação de áreas degradadas. Granito Esse termo deve ser utilizado para identificar rochas plutônicas intrusivas de origem magmática e composição ácida,pegmatíticas ou não, e constituídas essencialmente por quartzo, feldspatos alcalinos e, em menor conteúdo, por feldspatos cálcicos e por micas, granada, sillimanita, cordierita ou ainda, mas raramente, por orto-piroxénio. Nos casos dos granitos, as denominações petrográficas e comerciais coincidem. No entanto, os granitos podem apresentar variações em termos do tamanho de grãos e cromáticas, sendo as últimas relacionadas em parte com a presença de minerais primários (feldspatos, piroxénios, anfibólios etc.) ou com os chamados secundários e que resultam da atuação de processos de alteração, principalmente de seus constituintes óxidos e sulfetos ou dos minerais máficos, com a formação de determinados produtos, dentre os quais se destacam a clorita, a biotita e a limonita. Fig11. Lavra de granito. Lavra da rocha ornamental: Granito Os granitos são explorados em lavras a céu aberto. Os tipos de lavras mais utilizados são as lavras em bancadas ,encostas, por desabamento ou em matacões. Etapas da Lavra de Granito Decapeamento; Corte e Desmonte Carregamento e transporte Beneficiamento Estocagem ou venda directa do produto final Decapeamento A operação de retirada da camada do solo e da rocha granítica intemperizada, que está sobreposta à bancada a ser detonada, é efetuada junto com o avanço da lavra, por trator esteira modelo Caterpiller D6 ou similar por empresas terceirizadas. Sondagens realizadas em toda área, apresentaram uma camada de solo em média de 2,5 m de espessura. Parte desse material é utilizada para construção dos acessos, uma vez que a topografia na área é bastantacidentada e o restante é vendido para uso como aterro e sub-base para construção civil. Antes do início do decapeamento, ocorre à remoção da pequena cobertura vegetal utilizando pás-carregadeira da própria empresa. Este solo rico em matéria orgânica é estocado em pilhas de até 1,5 m de altura. Esse material é utilizado na recuperação de áreas já exploradas dentro da propriedade da empresa. Não foi calculado o tempo dessa operação visto que é difícil a mensuração desse trabalho. Na nossa mina, o trabalho de decapeamento ocorre na semana anterior ao início do plano de fogo. Para efeito de cálculo, foram gastas 18 horas na limpeza da bancada para execução do plano de fogo. Corte e desmonte de rochas ornamentais As tecnologias de corte podem ser divididas em dois grupos principais: tecnologias cíclicas e tecnologias de corte contínuo. Tecnologias de corte cíclicas As tecnologias cíclicas se baseiam, preponderantemente, na perfuração e são caracterizadas por apresentar grande versatilidade e poder de adaptação para situações adversas da atividade extrativa. De modo prático, existe uma compatibilidade dessas tecnologias para os diferentes métodos de lavra, podendo, em determinados casos, se consorciar mais de uma tecnologia. Divisão mecânica com cunhas Uma das técnicas amplamente empregadas é aquela que utiliza os dispositivos com cunhas. O emprego de cunhas inseridas em furos alinhados é uma das mais clássicas técnicas de corte, pois desde os tempos da Antiga Grécia, tal prática é utilizada, para pro vocar a ruptura de uma rocha. fig.12. Divisão mecânica com cunhas As cunhas manuais, também chamadas de “Pichote”, são constituídas por três elementos a saber: a própria cunha e de duas chapas metálicas (contracunhas) de seção longitudinal em ângulo, entre as quais a cunha é introduzida. Estes elementos quando introduzidos nos furos sob pressão, transmitem uma tensão às paredes dos furos. A sequência desta operação ao longo da linha de furos produz uma linha preferencial de fraturamento, o que consequentemente provoca a ruptura do prisma ou do bloco. Atualmente também se utilizam às chamadas cunhas hidráulicas em trabalhos de lavra de rochas ornamentais. Basicamente estas cunhas são constituídas por uma bomba hidráulica de alta pressão e por vários cilindros hidráulicos, cada um deles unindo a bomba através de mangueiras flexíveis reforçadas de alta pressão, com a bomba sendo acionada por um motor elétrico, a diesel, ou pneumático. Técnicas por perfuração e explosivos Esta técnica consiste na realização de certo número de furos paralelos cujos eixos coincidem com o plano de corte. Estes furos são carregados, então, com explosivos dosados com uma carga linear extremamente baixa, destinadas a provocar a ruptura da rocha somente entre os furos. Ela é mais aplicável à mineração para minas céu aberto com a técnica de detonação controlada, que é comumente usada para assegurar paredes retentoras de som, e deixa um contorno de corte final perfeito sem nenhum “overbreak” ou dano de retorno ao material remanescente. Isto é conseguido deflagrando simultaneamente um número de cargas desacopladas em furos paralelos axialmente perfurados no plano da frente pretendida. A operação é comumente chamada pré- controlada ou pós-controlada dependendo se ela precede ou segue o resto da sequência de detonações. Esta tecnologia encontra-se com seu uso muito abrangente e, de certa forma, preferido pela maioria das empresas voltadas à produção de blocos, devido à sua versatilidade e facilidade de execução, inclusive pelos seus custos, normalmente inferiores àqueles de técnicas alternativas, para o caso de pedreiras cuja produção é médio-baixa. Além dos motivos citados anteriormente, a tecnologia de corte através de perfuração e explosivo, tem como característica principal sua fácil adaptação nas mais variadas configurações de projeto de pedreira, mesmo quando as bancadas não obedecem a um padrão de regularidade. Como complementação, esta técnica possibilita a realização de trabalhos para a lavra de matacões. Corte com perfuração contínua Esta técnica comporta a execução dos furos justapostos, de modo tal a obter um plano de ruptura contínuo ou interrompido de aberturas suficientemente fracas, para permitir um fácil destaque por tração. A necessidade de um perfeito paralelismo e com planaridade do furo põe limites evidentes ao longo do comprimento. A tecnologia com furos contínuos apresenta bons níveis de eficiência na abertura de canais. fig.13. Corte com perfuração contínua . Divisão mediante argamassa expansiva Em uso atualmente no mercado nacional, a massa expansiva revolucionou a extração de blocos, contribuindo significativamente para um melhor desempenho operacional nas pedreiras, tanto na extração em maciços rochosos, como na extração de capeados e matacões, e nos mais diversos tipos de materiais, sejam granitos das mais variadas cores e texturas. Trata-se de um produto em pó com composição química definida em função da temperatura ambiente, e que, antes do uso, deve ser misturado com água, na proporção especificada pelo fabricante. Inserida nos furos, esta massa irá expandir-se liberando espetaculares quantidades de energia, de modo progressivo e gradual, promovendo a ruptura da rocha ao longo da linha de furos. Fig.14 Divisão mediante argamassa expansiva. A massa expansiva, aplicada ao longo de furos alinhados e devidamente espaçados, exerce nas paredes dos furos uma pressão de expansão, em todas as direções, agindo como um esforço compressivo. As forças dessa compressão induzem reações de tensões trativas, no plano perpendicular àquelas forças compressivas atuantes no plano dos furos, promovendo, desta maneira, a ruptura da rocha por tração. Nas pedreiras de maciço rochoso, a massa expansiva tem sido amplamente consorciada com a tecnologia do fio diamantado, sendo esta última utilizada nos cortes de isolamento de volumes primários de rocha e o agente expansivo empregado no desdobramento de filões/painéis. A viabilidadetécnica e econômica deste consórcio é notória, além de ser uma tecnologia limpa, não poluidora e de fácil emprego, podendo ser destacada a maior segurança dos trabalhadores, comparada ao uso de material explosivo, além de não ser um produto controlado. Fio helicoidal O fio helicoidal baseia-se no movimento, em circuito fechado, de um fio construído por três cabos de aço na forma de hélice, tencionado contra a superfície rochosa a ser cortada. O fio helicoidal, puxado por um motor, corre através de roldanas a uma velocidade de 10 a 15 m/s e sob tensão de 150 a 250 kg. O plano de corte é orientado através de poços, furos de grandes diâmetro e trincheiras laterais, nos quais se introduz o fio para início do corte. Para a maximização do avanço e resfriamento do fio utiliza-se polpa abrasiva de água com areia. A areia deve ser essencialmente quartzosa e com grãos angulosos, de diâmetro entre 0,1 e 1,0 mm. A mistura da polpa deve manter constante uma proporção em peso, de 70% de água e 30% de areia Fig 15. Fio helicoidal. Maçarico (flame-jet) Essa técnica consiste em uma câmara de combustão revestida de material refratário, na qual são inseridos simultaneamente o comburente e o combustível nebulizado que proporciona uma chama análoga àquela produzida pelo maçarico oxiacetilénico. Infelizmente esta é uma técnica que tem sido deixada de aplicar, mas, os empresários ainda apreciam e utilizam, devido à simplicidade da sua utilização e o baixo investimento para aquisição do equipamento. fig.16. Maçarico. Jato d’água (water-jet) A tecnologia de corte com jato d’água a alta velocidade, water-jet, pode ser considerada como um dos maiores avanços nos campos de corte e desmonte de materiais em virtude de sua flexibilidade e eficiência. Esta aplicação tem sido estendida rapidamente a outros ramos da indústria. O sistema de corte é composto por um conjunto de bombas hidráulicas e motor de alimentação, de alta pressão, de uma haste que sustenta o bico injetor e de uma estrutura de suporte e movimentação. A estrutura de suporte serve também como guia da haste e tem a função de regular os movimentos que devem ser executados, uma vez que o corte é realizado por passadas sucessivas. O jato de água filtrada e pressurizada sai por uma ponta de diâmetro de 0,5 a 1 mm e, para a execução do corte, deve se manter uma distância do bico de jato até a rocha de 2 a 10 cm. Fio diamantado Depois do aparecimento do fio diamantado há alguns anos, substituindo gradualmente o fio helicoidal, esta nova tecnologia de corte é objeto de contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento. A melhoria de desempenho das máquinas desta tecnologia de lavra vem proporcionando maiores velocidades de corte da rocha, maior capacidade de manobra de todo o equipamento bem como uma melhor compartimentação do volume de rocha a desmontar, além da otimização dos componentes constituintes do próprio fio diamantado. O princípio básico de corte com fio diamantado é a translação deste, sob tensão, quando enlaçado na rocha. Para isso, primeiramente, são efetuados furos complanares e perpendiculares que se intercetam nas extremidades. Em seguida, o fio diamantado é inserido dentro destes furos, as duas pontas são emendadas, formando um circuito fechado, e colocado sobre a polia motriz do equipamento de corte. O corte se processa com o movimento de translação do fio, tensionado, em contato com a rocha. Durante o corte é fornecida água ao sulco de corte, com a finalidade de refrigeração e limpeza das partículas provenientes do corte. Sistema de vias de acesso De acordo com Senai 2013 apud FERREIRA (2013, pag.84), as vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida em um ou vários horizontes, possibilitando o escoamento das substâncias desmontadas. Em lavras a céu aberto, as vais de acesso são, comummente, simples estradas principais, convenientemente construídas para possibilitar a lavra dos diversos bancos, que verticalmente dividem a jazida. O sistema de via de acesso implementado na nossa Maquete foi a serpentina devido a: Topografia local Tipo e tamanho da jazida Condições de capeamento Extracção visada Tipo de equipamentos Disponibilidade financeira Carregamento e Transporte O Carregamento e Transporte são as operações subsequentes a operação de Desmonte, consistem na retirada/deslocamento do material desmontado da nossa frente de lavra até ao nosso local de interesse (pilha de estéril, armazenamento, placa de processamento, etc.) Em algumas situações, quando ocorre uma venda de grande porte, a empresa utiliza mais um caminhão basculante, que normalmente é usado para entrega com capacidade de 15 toneladas para fazer o circuito Frente de Lavra - Britador e aumentar a produção. A escavadeira hidráulica é também utilizada para quebrar blocos maiores, retirando a concha e colocando um martelo (rompedor) hidráulico para que os blocos fiquem com diâmetro da capacidade do britador. Em períodos secos, o caminhão pipa é utilizado para umedecer as vias de tráfego de dentro da propriedade da pedreira e a estrada que dá acesso à pedreira, que também é utilizada pela comunidade do Povoado. A movimentação de blocos é entendida como sendo toda a operação que envolve o levantamento, carregamento, descarregamento, transporte e colocação no pátio. A movimentação de blocos começa desde o local de esquartejamento até a saída da pedreira, após a operação de tombamento do painel de cima para baixo da bancada e em seguida o esquartejamento dos blocos. Após o esquartejamento, a movimentação dos blocos até o local de embarque é feita por arraste, através de cabos de aço tracionados por guincho ou através de zorra (prancha metálica sobre a qual se coloca o bloco) puxada por pá carregadeira; por tombos sucessivos, com emprego direto de pá carregadeira, retro escavadeira, ou mesmo trator de esteira adaptado para este fim; Os Equipamentos utilizados no transporte e carregamento do minério até a unidade de britagem: Dois Caminhão Basculantes para o Transporte do minério desmontado. uma escavadeira hidráulica para o carregamento e desenvolvimento. Beneficiamento primário As etapas de beneficiamento são as seguintes: Corte polimento e lustre Acabamento Esquartejamento O beneficiamento primário, também conhecido como serragem ou desdobramento, constitui-se do corte dos blocos para a obtenção de chapas, tiras ou espessores, com dimensões bastante próximas daquelas que terão os produtos finais. Essa é uma etapa essencialmente industrial, realizada em instalações específicas para tanto, com o uso de máquinas e equipamentos tais como: os teares convencionais ou multifios diamantados para granitos, teares com lâminas diamantadas para mármores, talha-blocos, monofios diamantados etc. A aplicação de um ou outro tipo de equipamento ou tecnologia para o beneficiamento primário é função, principalmente, do tipo de produto intermediário que se quer obter. Beneficiamento final O beneficiamento final ou acabamento é a etapa do ciclo em que as peças tomam sua forma, dimensões e aparência definitivas. Pode ser subdividida em três processos pelos quais o produto ornamental passa: o polimento ou outro tipo de acabamento, o corte e o acabamento final. Nessa fase, a maior diversidade de produtos que se obtém exige maior variedade de máquinas, equipamentos, ferramentas e insumos para a execução das atividades. Os principais produtos gerados neste último elo da cadeia de produção da indústria são: ladrilhos e painéis para revestimento de pisos e paredes internas e externas, soleiras, rodapés, bancadas de pias emóveis, objetos de adorno e decoração, peças para túmulos e mausoléus, bancos de praças, etc. Equipamentos de protecção individual (EPI) Os equipamentos de protecção individual (EPI), devem ser vistos como protecção complementar para os riscos específicos que não são possíveis de eliminar e que caracterizam o trabalho da mina. São distribuídos EPI aos trabalhadores para minimizar os efeitos de impacto de objectos, de ruído e poeiras, entre outros. Os equipamentos de protecção individual são: Luvas – destinados a proteção das mãos, dedos e braços contra riscos mecânicos, térmicos e químicos; Botas – destinadas a proteção dos pés, dedos e pernas contra riscos térmicos, humidade, produtos químicos, quedas e animais; Fato macaco – destinados a proteção do corpo contra calor, frio, produtos químicos e humidade; Óculos – destinados para proteção dos olhos contra películas, luz intensa, radiação e respingos de produtos químicos; Mascaras – proteção da face contra partículas, respingo de produtos químicos e ainda proteção respiratória contra poeiras, gases e vapores; Capacete – proteção de crânio contra impacto, choque elétrico e combate a incêndio; Equipamentos de proteção colectiva(EPC) As medidas de protecção colectiva devem ser priorizadas, pois visa garantir a segurança de todos os trabalhadores na mina Sinalização A sinalização de segurança tem como principal objectivo chamar à atenção, de forma rápida e eficaz, os trabalhadores e outras pessoas para objectos e situações de potencial risco. Poderão ainda indicar a localização de dispositivos importantes do ponto de vista da segurança e recomendar as respectivas formas de actuação. Gerador - Confinar acesso ao local do gerador; Taludes ou zonas de desníveis acentuados - Vedação com guarda corpos e/ou cordões de terra com > 1m; Instalações Sociais, de Higiene e de Primeiros Socorros - Manter em bom estado de limpeza e de conservação; • Fornecer copos individuais em número suficiente aos trabalhadores; • Possuir um estojo de primeiros socorros; • Fornecer água; Depósito de combustível - Proibir fumar ou fazer lume junto ao depósito • Verificar Os sistemas de protecção colectiva incluirão ainda: • Placas de aviso de actividades de pedreira; • Instalação de um sistema de sinalização com recomendações quanto a procedimentos a adoptar e cuidados a observar; • Instalação de um sistema de luz artificial no interior das galerias, dotado de sistema de segurança contra cortes de energia;periodicamente estanquicidade do depósito Higiene Segurança e Saúde no Trabalho (HST) A higiene e segurança no trabalho, mas, para o nosso caso especifico da minas, corresponde a um conjunto de atividades que promovem a eliminação do risco, controle do risco na fonte, minimização do risco, uso de equipamentos de proteção individual e coletiva. As inspeções de segurança devem ser realizadas com regularidade. Perigos no ambiente de exploração das rochas ornamentais No ambiente de trabalho da mina a céu aberto, há emissão em grandes quantidades de poluentes da atmosfera, como pó da rochas e fumaça, barulho excessivo, vibração, irritação produzida pelo calor e problemas ergonômicos podem por em risco a saúde dos trabalhadores sujeitos a estes agentes. Poeira Ė principal poluente da atmosfera da mineração a céu aberto, nas minas de granito não e diferente. O pó da rocha e produzidos nas operações de perfuração, desmonte e carregamento. Os trabalhadores que ficam expostos a este tipo de poluente por um longo período de tempo, tendem a adquirir doenças pulmonares crônicas como e o caso da silicose. A poeira pode ser controlada ou eliminada recorrendo a: Técnicas de perfuração úmida; Pulverização de agua em operações de extração e carregamento: Passagem periódica do caminhão pipa para umedecer a praça da mina e outros pontos. Quando essas medidas de controle não são tomadas e ate mesmo quando são, os trabalhadores devem estar sempre munidos de equipamentos de proteção individual, como mascaras, óculos. Barulho A exposição a níveis excessivos de barulho acabara prejudicando a audição dos trabalhadores. Entre as potencias fontes de emissão de barulho estão os compressores, perfuratrizes, explosivos, equipamentos de corte, entre outros equipamentos mecânicos. Para a redução do barulho utilizam-se matérias de proteção acústicas que promovem essa redução para níveis toleráveis mas, nem sempre e viável fazer isso e para este tipo de casos, os trabalha dores devem usar aparelhos práticos e confortáveis de proteção auditiva, como tampões e ou vedadores de ouvidos. O nível de ruído admissível deve ser menor ou igual a 90decibeis. Vibrações Este e um dos riscos cujas consequências da sua exposição excessiva não tem volta, não é reversível. Um dos factos que contribui para que isso aconteça e a não existência de equipamentos de proteção pessoal de comprovada eficácia contra a síndrome de vibração de mãos e braços. Estresse de calor Uma das formas de desmonte das rochas ornamentais e o desmonte térmico e para tal o trabalhador deve se submeter a altas temperaturas. Os trabalhadores devem ser informados sobre a natureza do estresse calorifico e seus efeitos adversos, assim como sobre as medidas de proteção. A tolerância ao calor depende muito da quantidade de agua ingerida e de uma dieta balanceada. Fechamento da mina Depois de seguirmos todas medidas de recuperação como e o caso da remoção de todas maquinas, estruturas de mineração, reconstituição do perfil da área e estabilização da superfície. Pretendemos Maquete A nossa maquete foi realizada com muito empenho e criatividade, sendo baseada em uma pedreira de granito com método de lavra por bancadas. Material usado Isopor Tinta Cola de Madeira Spray Corantes Areia Palitos de dentes Brinquedos Caixa de papel Contra placado Arames Esferovite Tinta Relva sintetica Papel A4 Secador. Conclusão Ao fim do trabalho, concluímos que a pesquisa realizada constituiu o avanço no nosso conhecimento a respeito dos tipos de lavra empregues E forneceu informações importantes para entender que os Jazigos aflorastes são explorados de acordo com a Geomorfologia do local, e existem variedades de rochas ornamentais o modo de ocorrência, variedades de rochas ornamentais, como são realizadas as três operações unitárias (desmonte, carregamento e transporte). Compreende se que as rochas ornamentais podem ser exploradas de duas formas, a céu a berto e subterrânea que de momento não nos interessa tanto, mas, a escolha do método de explotação depende grandiosamente das características do jazimento entre outros fatores. Assim sendo, podemos agregar e denominar a explotação de rochas ornamentais com pedreira (e uma mina a céu aberto que realiza a exploração de agregados de construção civil), pelo facto de sua exploração ser denominada por Método de Pedreira. Referências Bibliográficas PEITER, C.C; CHIODI FILHO, C. Rochas ornamentais no século XXI. Rio de Janeiro: CETEM/ABIROCHAS, 2001.128 p. CETEM/UECE/DNPM/FUNCAP/SENAI, 2005. p.26-47. STELLIN JUNIOR, A., CARANASSIOS, A. Extração de rochas ornamentais. Brasil mineral, São Paulo, n.89, p.30-34, jun. 1991. VIDAL, F.W.H; SALES, F.A.C.B; ROBERTO, F.A.C. Rochas Ornamentais e de Revestimentos. In: Rochas e Minerais Industriais do Estado do Ceará. Fortaleza: http://cristaljr.com/rochas-ornamentais-fique-por-dentro-das-ultimas-mudancas/ http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/rochas- ornamentais/#comos%C3%A3o-formadas-as-rochas www.igeologico.com.br/rochas-ornamentais-caracteristicas-e-processo-produtivo. acessado a 20 de Setembro de 2022 pelas 12:28
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