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Patologia Amanda Goedert Patologias Da gestação As doenças da gravidez podem levar a morbimortalidade tanto do feto quanto da mãe, alguns exemplos s ão: · Processos infecciosos da placenta/cordão · Gestação ectópica · Doença hipertensiva específica da gestação · Alterações macroscópicas ou mal desenvolvimento · placentário · Neoplasias trofoblásticas Histologia da placenta: Macroscopia: · Formato de disco placentário · Face fetal lisa, membranas, cordão umbilical · Face materna: rugosa, cotilédones, insere-se no útero · Vilosidades coriônicas: ramificações cortadas transversalmente Circulação: Espaço interviloso - derivado das lacunas Sangue materno chega ali através das artérias espiraladas O sangue materno passa por fora das vilosidades coriônicas Citotrofoblasto: mais no começo da gestação, vai desaparecendo Sinciciotrofoblasto predomina ao final da gestação Membranas amniocoriônicas: abaixo do córion ainda há a decídua (endométrio gravídico) O cordão umbilical possui duas artérias e uma veia Maturação normal da placenta: Importante a avaliação, no 1º trimestre as vilosidades são maiores e não tem os nós sinciciais, uma placenta de 3º trimestre as vilosidades são maiores e há vários nós sinciais Placenta no início da gestação: Placenta no final da gestação: INfecções: Tem 2 vias: Hematogênica e Ascendente Via ascendente: Mais comum, causa geralmente bacteriana (Mycoplasma, bactérias da flora -Strepto do grupo B, + também candida) Associação com ruptura prematura de membranas Quando afeta mais as membranas causa corioamnionite Quando há acometimento do cordão causa Funisite Corioamnionite: Membrana com aspecto purulento, opaca, coloração amarelada, na lâmina a membrana âmnio coriônica está com infiltrado neutrofílico Funisite: Infiltração de leucócitos para dentro das paredes dos vasos umbilicais Via hematogênica: Mais rara, também pode ocorrer devido infecções bacterianas, mas acontece devido a outros agentes também (vírus etc.) Afeta principalmente as vilosidades coriônicas, causando Vilosite ou Vilite Ex: Sífilis, TB, Listeriose, Toxo, vários vírus (ex parvovírus, CMV, herpes.) – TORCHS Podem afetar o feto em desenvolvimento – TORCHS cORONA VÍRUS E PLACENTA 10 de 20 placentas analisadas de mães Covid+ mostraram mal perfusão vascular e Trombose 16 placentas de mães com sintomas e covid+, resultou em pelo menos 1 característica de malperfusão vascular A gravidez pode tornar as mulheres mais suscetíveis a infecções. Poucos estudos (3 em 15) encontraram resultados positivos para Sars-CoV-2 em membranas fetais, placenta e em recém-nascidos logo após o nascimento Gestação ectópica: Implantação de ovócito fertilizado em qualquer outro local que não o útero Até 1% das gestações (sendo > 90% ocorrem na tuba - gestação tubária, menos frequente nos ovários - fertilização assim que o folículo se rompo, ou ainda, pode ocorrer na cavidade abdominal - implantação no peritônio) Fatores predisponentes: inflamação crônica ou histórico de inflamação no local (DIP, salpingites) e endometriose. Porém em 50% não há nenhuma causa anatômica que justifique Há um desenvolvimento das estruturas normais, porém ectópica (saco gestacional, placenta e até embrião) MORFOLOGIA: Tuba distendida, preenchida por sangue e coágulos → Hematoma intratubário. Com tecido placentário e eventual embrião Pré-eclâmpsia: Não é diagnóstico patológico, mas tem achados: · Infartos placentários (comuns em certa quantidade no final da gestação) · Hemorragias retroplacentárias · Maturação placentária maior que a esperada para a IG + Hipovascularização · Necrose fibrinoide Infartos Placentários: Resulta de fluxo obstruído ou inadequado de sangue. Em pequena quantidade ao final pode ser normal Ex de causas: aterose, trombos, condições trombóticas, hematoma retroplacentar, *covid Outras alterações: Diagnóstico macroscópico Normal: formato discoide e cordão paracentral Placenta sucenturiada: Lobo acessório Placenta bilobulada: Dois lobos de tamanho igual Placenta gemelar:, monocoriônica (uma placenta só) e monoaminiótica - gêmeos idênticos dividem a mesma placenta 2 zigotos: monocoriônica e diaminiótica – Transfusão feto-fetal: Circulação costuma ser distribuída mais para um feto. – Feto da esquerda “doador”, menor e mais pálido. Feto da direita “receptor”, mais corado e um pouco maior. Os órgãos do receptor estão representados acima na imagem da direita (são maiores e mais pesados) Aderência anormal da placenta na parede uterina: ACRETA - vilosidades inseridas na superfície miometrial - 75% INCRETA - Vilosidades inseridos por todo miométrio - 18% PARCRETA: Vilosidades ultrapassam o miométrio e atingem a serosa uterina - 7% Placenta prévia Placenta implantada no segmento uterino inferior, ocluindo parcial ou totalmente o óstio cervical interno Causa frequente de hemorragia tardia e indicação de cesárea ALterações – cordão Nó verdadeiro: nó de fato, má perfusão, abortamentos, más formações etc. Nós falsos: Se retorce sobre ele mesmo, mas não deu um nó de fato Artéria umbilical única: pode levar a parto prematuro, abortamento e algumas síndromes e má formações Circular de Cordão: Cordão umbilical está enrolado no pescoço da criança · Implantação Normal: central ou paracentral Marginal (em raquete) --> perfusão pode ser prejudicada, fetos menores Inserção valamentosa (nas membranas) --> 1% dos partos, pode causar lesões/ruptura, hematomas placentários Doença trofoblástica gestacional: Proliferação anormal do trofoblasto OMS: Lesões molares e não molares Molas hidatiformes completas e incompletas/parciais, invasivas Produção de hCG geralmente maior que o normal para a IG → diagnóstico monitorização do tratamento Mola hidatiforme: Massa volumosa de vilosidades coriônicas edemaciadas, às vezes cisticamente dilatadas, lembrando “cachos de uva” As vilosidades são revestidas por epitélio coriônico variando de normal até altamente pleomórfico COMPLETA x PARCIAL Ambos os tipos resultam de fertilização anormal, com excesso de material genético paterno! Incidência da forma completa - 1 a 1,5 por 2 mil gestações nos EUA (maior em países asiáticos) Mais comuns em mulheres < 20 anos e superior a 40 anos. Histórico de mola prévio predispõe a outras gestações molares Antes diagnóstico entre 12-14 semanas (altura uterina maior que esperada) US reduziu essa IG de diagnóstico Altos níveis de hCG, hiperêmese, ausência de BCF Mola completa: Células diploides 46, XX ou mais raramente 46, XY Conteúdo genético fornecido por 2 espermatozoides haploides, ou por 1 espermatozoide diploide (anormal), (óvulo sem material) → formando-se células diploides contendo apenas material genético do pai Incompatíveis com a embriogênese → sem partes fetais MORFOLOGIA: Todas as vilosidades são alteradas, aspecto de “cachos de uva”. Histologicamente vilosidades edemaciadas, com cistificação – “cisternas” Proliferação exagerada do trofoblasto e atipias pronunciadas – mola completa: Mola Parcial: Quase sempre triploide (69, XXY) - com predominância de genes paternos Um ovócito normal fertilizado por 2 espermatozoides, ou por 1 espermatozoide diploide Compatível com formação inicial do embrião, podendo ter partes fetais. Vilosidades normais intercaladas com vilosidades alteradas (PARCIAL) MORFOLOGIA: Vilosidades normais e alteradas misturadas. Menos atipias e alterações ASPECTO MACROSCÓPICO MENOS EVIDENTE Mola Invasiva: Molas persistentes, localmente invasivas. 6-10 x mais frequente que o Coriocarcinoma Pode dar “metástases” * (Embolização/Disseminação extrauterina - pulmão, cérebro, vagina e vulva - porém não se comportam como verdadeiras metástases porque podem regredir espontaneamente) Mantém a arquitetura de vilosidades hidrópicas, que penetram profundamente na parede uterina Quimioterapia é altamente eficaz - 80% cura Coriossarcoma: Neoplasia maligna muito agressiva Pode originar-se das células coriônicas gestacionais,ou menos frequentemente das células totipotenciais das gônadas Cerca de 50% originam-se a partir de molas completas, cerca de 25% após aborto, e restante após gestação normal Manifestação: corrimento hemorrágico, altos níveis de beta Massas uterinas hemorrágicas e necróticas, pode predominar a necrose restar pouco ou até nada de tumor primário (somente as metástases contarão a história) Invasão precoce de miométrio e vasos, metástases geralmente já ao diagnóstico Não há formação de vilosidades coriônicas Diagnóstico: Cito e sinciciotrofoblasto altamente atípico Apesar da natureza agressiva, responde bem à quimio - 90% (#nas gônadas a resposta é mais pobre - provavelmente devido à presença de antígenos paternos no tipo gestacional, que gera uma resposta imune contra antígenos “estranhos”) OUTROS TUMORES PLACENTÁRIOS (MAIS RAROS): Tumor trofoblástico do sítio placentário Tumor trofoblástica epitelioide Corioangioma / corioangiose
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