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O ciclo do ouro no Brasil

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UFSM-CESNORS Palmeira das Missões
Ciências Econômicas
Aluno: Anna Carolina Heusner Brandenburg
Professor:
Disciplina: Formação Econômica do Brasil 
2º semestre/2012
Trabalho de Pesquisa
 
O Ciclo do Ouro no Brasil
Até o fim do século XVII, a exportação do açúcar se constituía na principal atividade econômica desempenhada por Portugal em terras brasileiras. Contudo, após a Holanda iniciar o cultivo da cana-de-açúcar nas Antilhas, passou a oferecer um açúcar de grande qualidade e com um preço mais competitivo do que o produzido no Brasil. Tal fato desencadeou uma crise no mercado de açúcar brasileiro. Desta forma, Portugal precisou buscar uma nova fonte de lucros.
Neste momento, foram descobertas as primeiras minas de ouro no Brasil, mais especificamente nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Então, a exploração do ouro, tornou-se lucrativa no período colonial, e a capital da colônia, que até então se localizava em Salvador, mudou-se para o Rio de Janeiro, sob ordens do governo português, como meio de estratégia de aproximar a capital às regiões auríferas.
A notícia da descoberta do ouro se espalhou, provocando grande corrida das pessoas de todo o tipo para a direção de Minas Gerais, na expectativa de enriquecimento fácil e rápido. Gente do litoral deslocou-se para o interior. Escravos de engenho e de outras atividades foram enviados para a mineração. Algumas centenas de milhares de portugueses atravessaram o atlântico. Um numeroso contingente de funcionários públicos, extores e militares portuguese vieram para a colônia garantir os interesses da coroa, cobrar impostos e coibir o contrabando.
	Além da produção colonial, a corrida atraiu os moradores do reino português. Anualmente, cerca de 3 a 4 mil portugueses iam para a região das minas, quantidade considerada alarmante para um país como Portugal. Por isso, a coroa portuguesa lançou um decreto, em março de 1720, restringindo a emigração para o Brasil, a qual passou a ser consentida somente mediante passaporte especial.
	Com tanta gente chegando, a região das jazidas passou por rápidas transformações. No sertão, a corrida do ouro fez nascer, em poucos anos, vilas e cidade como vila rica, Ribeirão do Carmo, São João Del Rei e Sabará. A população de Minas Gerais continuou crescendo em todo o século do ouro. Em 1786, calcula-se que havia em Minas Gerais aproximadamente 394 mil habitantes.
O Controle das Minas
Todas as minas pertenciam à coroa portuguesa, que concedia lotes aos mineradores que explorassem o ouro. O trabalho nesses lotes era realizado por escravos em locais denominados lavras.
	Vendo no ouro a possibilidade de revigorar a sua economia, o governo português foi organizando um rígido esquema para controlar a região mineradora.
	A Coroa Portuguesa cobrava altos impostos sobre o minério extraído, sendo tais impostos recolhidos pelas Casas de Fundição, órgão responsável pelo arrecadamento das taxas, e onde também o ouro era transformado em barras.
	Os principais impostos eram: o quinto (20% de toda a produção do ouro pertenceriam ao rei português); a derrama (a colônia deveria arrecadar uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano, e caso, essa quota não fosse atingida, penhoravam-se os bens de mineradores); e a capitação (imposto pago por cabeça, ou seja, para cada escravo que trabalhava nas minas era cobrado imposto sobre eles)
Aspectos da Sociedade Mineradora
	Foi principalmente em função do ouro que os moradores de Minas Gerais organizaram e fizeram nascer cidades. A rendosa exploração do ouro fez de minas gerais um excelente mercado comprador de roupas, alimentos, ferramentas e outros produtos. Inúmeros comerciantes de Portugal e da própria colônia abasteciam este mercado interno.
Em torno das minas auríferas surgiu uma sociedade com razoável poder aquisitivo, estilo de vida urbano, requintes de luxo e expressivas manifestações culturais, sobretudo na literatura e nas artes.
	Tudo isso contribuiu para que a língua e a cultura portuguesa se impusessem sobre o tupi-guarani, que havia sido a língua usada pela população nos dois primeiros séculos.
	No Nordeste açucareiro, a instalação de engenhos deu origem a uma sociedade rural, onde se destacava o domínio dos senhores de engenho. Em minas gerais, a exploração do ouro gerou uma sociedade urbana, da qual faziam parte, comerciantes, funcionários do rei, profissionais liberais e uma multidão de escravos. Os escravos chegaram a representar em 1786, cerca de 50% da população total que vivia em minas gerais.
	Teoricamente, na sociedade a mobilidade era possível, ou seja, uma pessoa pobre podia se tornar rica, mudar de posição na sociedade. Podia encontrar ouro ou diamantes, ou podia ganhar dinheiro com o comércio e o artesanato urbano. Mas isso era raro. O mais comum era a pobreza igualando as pessoas, pois a maior parte das lavras estava concentrada nas mãos dos ricos senhores.
	A mineração exigia menos mão-de-obra que o açúcar, e os investimentos econômicos eram menores do que os necessários para o funcionamento de um engenho.
	Entretanto, para a maioria dos escravos, a situação de vida n sociedade mineradora não foi melhor do que no nordeste açucareiro. A brutalidade da exploração do escravo se manteve. Extraindo o ouro dos rios, o escravo era muitas vezes obrigado a trabalhar o dia inteiro, com as pernas dentro da água, atoladas no barro. Em minas gerais, como em todas as outras regiões escravistas, os escravos também resistiram contra essa forma de exploração do trabalho.
	Na capitania mineira, a população escrava ou mestiça era maioria absoluta. Os maus tratos que os escravos recebiam foram responsáveis por grande numero de fugas, formação de quilombos e revoltas.
Transformações Relacionadas ao Ouro
	A riqueza abundante que vinha do ouro pareceu, no principio, inesgotável. Iludidas por essa impressão, muitas pessoas que guardavam ouro gastaram suas fortunas em coisas supérfluas e extravagâncias. Outras utilizavam suas riquezas para incentivar as artes. Não é de se admirara que o primeiro movimento literário significativo, o arcadismo, tenha surgido em minas gerais. Do mesmo modo, ai também surgiram nossas primeiras grandes figuras no campo das artes plásticas (Aleijadinho, Mestre Ataíde) e da música (Emérico Lobo de Mesquita, Francisco Gomes da Rocha, Inácio Parreiros Neves).
	Outras importantes transformações ocorreram no Brasil colonial, relacionados à produção de ouro.
O século XVIII marcou a consolidação da colonização portuguesa no brasil. Neste século, o ouro atraiu muitas pessoas para o interior do território, contribuindo para o desbravamento do sertão e o aumento da população. Além disso, também contribuiu para promover maior integração entre regiões brasileiras que estavam isoladas. A população colonial cresceu aproximadamente onze vezes, passando de 300 mil habitantes pra 3,25 milhões de habitantes.
	Em 1763, a capital da colônia foi transferida de salvador para o rio de janeiro. A mudança da capital reflete o deslocamento do centro econômico do nordeste açucareiro para a região mineradora do Sudeste. O Rio de Janeiro, com seu porto marítimo, permitia o transporte do ouro, facilitando a comunicação com a metrópole portuguesa.
	O setor de mineração de Minas Gerais surtiu consideráveis efeitos de encadeamento. A demanda por alimento nas cidades e nos centros de mineração representou um estímulo a produção agrícola não somente neste estado, mas também em São Paulo, nas regiões localizadas mais ao sul e mesmo no nordeste. Como o transporte de ouro era realizado por animais de carga, a procura por mulas causou impacto em muitas regiões fornecedoras no sul. A exploração de oouro e diamantes tabem financiaram um crescente volume de importações de bens de consumo e suprimentos de mineração.
	As questões em torno da exploração do ouro também contribuíram para aguçar a oposição entre os interesses dos colonos brasileiros e a coroa portuguesa.
O Declínio da Produção Aurífera
	O apogeu da economia em Minas Gerais foi de 1733 a 1748. Entretanto,mesmo nesse período, a pobreza de grande parte da população mineradora e constantemente citada em documentos da época.
	Ao longo do século xviii, com a intensa exploração, até as jazidas mais ricas forma se esgotando. Na segunda metade do século, a produção do ouro caiu brutalmente. O governo português acreditava que a escassez do metal devia-se ao contrabando e a negligência dos mineiros com o trabalho. Por, isso continuou aumentando as formas de controle e as pressões sobre os mineiros.
	Em 1765, foi decretada a derrama, cobrança de todos os impostos atrasados. Na execução da derrama, as autoridades não pouparam nem mesmo os mineiros empobrecidos, que acabaram perdendo seus poucos bens.
	O ciclo do ouro teve fim no final do século XVIII, quando a maioria das minas economicamente havia se esgotado. Parte da população mineira rumou então, em direção ao planalto central do Brasil, onde encontrou trabalho em fazendas de gado, e outros foram para o sul, engajando-se em atividades agrícolas.
	Caio Prado Junior diz que o declínio das minas deve-se não apenas pelo esgotamento das jazidas, mas também pela má administração, pela falta de instrução dos colonos portugueses e pela falta de conhecimentos técnicos.
O Ouro Brasileiro
	A produção aurífera brasileira foi bastante significativa nos primeiros 70 anos do século xviii. Nesse período, o Brasil produziu mais ouro que toda a América Espanhola em 357 anos. A quantidade de ouro extraída do Brasil correspondeu a 50% de toda a produção mundial entre os séculos XV e XVIII.
	Essa riqueza, porém, não foi utilizada para o desenvolvimento da colônia. É inegável que a região das minas apresentou certo vigor econômica e cultural, como mostram as igrejas, as ruas e os edifícios da época. Contudo a maior parte do ouro ecoou para fora do Brasil, servindo ao enriquecimento de outras nações.
	Nem mesmo a economia ou a coroa portuguesa lucraram tanto com o ouro brasileiro, apesar de terem recebido um quinto da produção brasileira. A economia portuguesa equilibrou-se momentaneamente, mas não foi suficiente para livrar-se da dependência em relação aos ingleses.
	Os principais dessa riqueza foram: a Inglaterra, para cujos cofres foi carreada maior parte, para pagamento do déficit comercial português; Portugal, principalmente para sustentar os gastos da coroa e da nobreza, para a edificação de palácio,igrejas,mosteiros, monumentos e para a reconstrução de Lisboa; o Brasil, sobretudo na construção dos solares e das igrejas históricas da Bahia e do Rio de Janeiro. 
Referências Bibliográficas
-Economia Brasileira/Antonio Correa Lacerda-4ed.- São Paulo;Saraiva, 2010.
-O desenvolvimento Econômico Brasileiro/ Brum, Argemiro J. 27. ed.-Ijui: Ed. Unijui, Petrópolis, Vozes, 2010.
-A Economia Brasileira/Werner Baer: tradução de Edite Sciulli- 3. ed.rev.ampl.e atual.-São Paulo: Nobel, 2009.
-Saber e fazer história, 6ª série/ Gilberto Cotrim- 1ª Ed.- São Paulo: Saraiva 1999.
-História Econômica do Brasil/Prado Junior, Caio- São Paulo:Brasiliense, 2006.

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