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Prof. Me. Carlos Zardo UNIDADE II Storytelling Segundo Fiorin (2000), uma narrativa complexa estrutura-se numa sequência canônica que compreende quatro fases: 1. Manipulação; 2. Competência; 3. Performance; 4. Sanção. Percurso narrativo Fonte: Adaptado de: https://www.billboard.com/articles/news/super-bowl/8495287/cardi- b-lil-jon-steve-carrell-pepsi-super-bowl-commercial-full-ad 1. Manipulação: A manipulação consiste em uma personagem induzir outra a fazer alguma coisa. O manipulador pode usar de vários expedientes para induzir uma personagem a agir: um pedido, uma ordem, uma provocação, uma sedução, uma tentação, uma intimidação etc. Percurso narrativo | Manipulação Fonte: Adaptado de: https://www.billboard.com/articles/news/super- bowl/8495287/cardi-b-lil-jon-steve-carrell-pepsi-super-bowl-commercial-full-ad 2. Competência: Para agir, não basta que a personagem queira ou deva, mas também que saiba e possa. Percurso narrativo | Competência Steve Carell Lil Jon Cardi B Fonte: Adaptado de: https://www.billboard.com/articles/news/supe r-bowl/8495287/cardi-b-lil-jon-steve-carrell- pepsi-super-bowl-commercial-full-ad 3. Performance: Fase em que se dá a transformação (mudança de um estado a outro) central da narrativa. Percurso narrativo | Performance Fonte: Adaptado de: https://www.billboard.com/articles/news/super-bowl/8495287/cardi- b-lil-jon-steve-carrell-pepsi-super-bowl-commercial-full-ad 4. Sanção: Nela, ocorre a constatação de que a performance se realizou e, por conseguinte, o reconhecimento do sujeito que operou a transformação. Percurso narrativo | Sanção Fonte: Adaptado de: https://www.billboard.com/articles/news/supe r-bowl/8495287/cardi-b-lil-jon-steve-carrell- pepsi-super-bowl-commercial-full-ad - Ok, o que aprendemos hoje? - Agora sim! - Tenho que aprender a fazer o meu próprio barulho. Criada pelo dramaturgo alemão do século XIX, Gustav Freytag, é um paradigma de estrutura dramática que descreve as sete etapas principais da narrativa de sucesso: 1. Exposição; 2. Incidente incitante; 3. Ação crescente/Crise; 4. Clímax; 5. Ação decrescente; 6. Resolução; 7. Desfecho. Percurso narrativo | Pirâmide de Freytag Fonte: https://www.clearvoice.com/blog/what-is-freytags-pyramid-dramatic-structure/ Exposição Incidente incitante Ação crescente Crise Clímax Ação decrescente Desfecho 1. Exposição: O contador de histórias define a cena e o plano de fundo do personagem. Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: http://steponemarket.com/en/the-hyundai-genesis-super-bowl-commercial-advertising- analysis/ 2. Incidente incitante: O personagem reage a algo que aconteceu e inicia uma reação em cadeia de eventos. Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: Adaptado de: http://steponemarket.com/en/the-hyundai-genesis-super-bowl-commercial- advertising-analysis/ - Ei! Você vai levar minha filhinha para passear certo? 3. Ação crescente/Crise: A história se constrói. Muitas vezes, há uma complicação, o que significa que o problema que o personagem tentou resolver se torna mais complexo. Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: Adaptado de: http://steponemarket.com/en/the-hyundai-genesis-super-bowl-commercial- advertising-analysis/ 4. Clímax: A história atinge o ponto de maior tensão entre o(a) protagonista e o(a) antagonista (ou, se houver, apenas, um personagem principal, a escuridão ou a leveza desse personagem parecem assumir o controle). Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: Adaptado de: http://steponemarket.com/en/the-hyundai- genesis-super-bowl-commercial- advertising-analysis/ - Você mexeu com o pai errado!!! 5. Ação decrescente: A história muda para a ação que acontece como resultado do clímax, que também pode conter uma reversão (quando o personagem mostra como eles são alterados pelos eventos do clímax). Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: http://steponemarket.com/en/the-hyundai-genesis-super-bowl-commercial-advertising-analysis/ 6. Resolução: O personagem resolve o problema ou o conflito. Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: Adaptado de: http://steponemarket.com/en/the-hyundai-genesis-super-bowl-commercial- advertising-analysis/ - Voltaram tão cedo! 7. Desfecho: Denominado originalmente como denouement, francês para “o final”, geralmente, é feliz se for uma comédia, e é sombrio e triste se for uma tragédia. Pirâmide de Freytag | Exposição Fonte: Adaptado de: http://steponemarket.com/en/the-hyundai-genesis-super-bowl-commercial- advertising-analysis/ A estrutura narrativa tradicional apresenta as fases mencionadas a seguir (SANDRINI, 2021): Situação inicial: apresenta-se um panorama dos personagens, do cenário e da época; Conflito (ou complicação): quebra a estabilidade da situação inicial; Desenvolvimento: com base no conflito, a história continua com as atitudes dos personagens; Clímax: o clímax é o momento de maior tensão; Desfecho: o desfecho corresponde ao final da história, em que há uma solução (feliz ou não) para o conflito. Estrutura narrativa tradicional Sobre a construção de um percurso narrativo para a conformação do storytelling, assinale a alternativa com a afirmação incorreta: a) O percurso narrativo facilita a construção do entendimento da mensagem por parte do público-alvo. b) O storytelling apresentado nos exemplos para as marcas demonstra a busca em alcançar emocionalmente o público-alvo, o que ocorre graças ao entendimento do percurso. c) As ferramentas de construção de um percurso narrativo, apenas demonstram a movimentação dos personagens, não auxiliando no processo de construção de percepção do público-alvo. d) Não adianta aplicar a construção da história utilizando as ferramentas de formatação do percurso narrativo, se não houver um objetivo de comunicação. e) O percurso narrativo não é uma ferramenta de construção de humor, mas o humor pode ser utilizado como base da história construída. Interatividade Sobre a construção de um percurso narrativo para a conformação do storytelling, assinale a alternativa com a afirmação incorreta: a) O percurso narrativo facilita a construção do entendimento da mensagem por parte do público-alvo. b) O storytelling apresentado nos exemplos para as marcas demonstra a busca em alcançar emocionalmente o público-alvo, o que ocorre graças ao entendimento do percurso. c) As ferramentas de construção de um percurso narrativo, apenas demonstram a movimentação dos personagens, não auxiliando no processo de construção de percepção do público-alvo. d) Não adianta aplicar a construção da história utilizando as ferramentas de formatação do percurso narrativo, se não houver um objetivo de comunicação. e) O percurso narrativo não é uma ferramenta de construção de humor, mas o humor pode ser utilizado como base da história construída. Resposta Jornada é uma palavra com raiz francesa, journée, com o significado de “trajeto”, “percurso”, “rota”. Jornada pressupõe um processo e uma descoberta. Também conhecida como Monomito, a jornada do herói é um conceito de jornada cíclica presente em mitos apresentado por Joseph Campbell. Joseph John Campbell foi um pesquisador com uma atração irresistível pela construção dos mitos, por religião e psicologia: importantes ingredientes na composição de uma história. Jornada do herói Mito (do grego mythós) é uma narrativa fantástica que possui o objetivo de explicar a origem de tudo aquilo que existe e é considerado importante para determinado povo. A reunião dessas narrativas forma um conjunto de explicações sobre o mundo, chamado de mitologia (MENEZES, 2020). Existe para suprir aquele doloroso vazio existencial na psique humana: a nossa incapacidade de conhecer tudo (SANDRONI, 2021). Jornada do herói | Mitos Fonte: https://www.umsabadoqualquer.com/ category/deuses/ - Não entendo porque todos acreditam em Deus e ninguém maisacredita em mim. - Como assim? - Deus disse que um dia iria eliminar todas as pessoas más do planeta. - Eu disse que iria eliminar todos os gigantes de gelo. - Você vê algum gigante de gelo por ai? Mitos conhecidos, nas mais diversas culturas, tratam de aspectos como a criação da espécie humana, da Terra e do Universo, são o que chamamos de “mitos de criação” ou “mitos de origem”. Não é um elemento que existe sozinho, necessitando da combinação dos elementos que o compõe (SANDRONI, 2021). Jornada do herói | Mitos A ideia de monomito, em Campbell, explica a sua ubiquidade por meio de uma mescla entre o conceito junguiano de arquétipos, forças inconscientes da concepção freudiana, e a estruturação dos ritos de passagem por Arnold van Gennep: Arquétipos: conjuntos de imagens primordiais que dão sentido às histórias passadas entre as gerações, formando o conhecimento e o imaginário do inconsciente coletivo; Ritos de passagem: fazer passar um indivíduo de uma situação determinada a outra situação igualmente determinada. Jornada do herói Fonte: amazon.com.br Vogler (2006) elenca as fases de construção de personagens e os momentos necessários para escrever uma boa história. Analisa, ainda, roteiros de sucesso de grandes sucesso de bilheteria hollywoodianos, com o olhar de jornada. Jornada do herói | Christopher Vogler Fonte: amazon.com.br Campbell vs. Vogler. Jornada do herói Fonte: autoria própria. Partida, Separação .1 1. Ato I - Mundo cotidiano - Mundo Comum - Chamado à aventura - Chamado da aventura - Recusa do Chamado - Recusa do Chamado - Ajuda Sobrenatural - Ajuda Sobrenatural/Encontro com o Mentor - Travessia do Primeiro Limiar - Barriga da baleia - Travessia da Primeira Limiar Descida, Iniciação, Penetração .2 2. Ato II - Estrada de Provas - Provações, aliados e inimigos ou A Barriga da Baleia - Aproximação da Caverna Profunda - Encontro com o Deusa - Provocação difícil ou traumática - A mulher como Tentação - Sintonia com o Pai - Apoteose - A Grande Conquista - Recompensa Retorno .3 3. Ato III - Recusa do Retorno - Caminho de Volta - Voo Mágico - Resgate Interior - Travessia do Limiar - Senhor de Dois Mundos - Ressureição do Herói - Liberdade para Viver - Regresso com o Elixir O mundo normal do herói antes da história começar. O herói vive, aqui, uma vida normal patética, sem a projeção ou a possibilidade de realizar os seus sonhos. Jornada do herói | Mundo comum Fonte: Matrix, Warner Bros. O mundo normal do herói antes da história começar. O herói vive, aqui, uma vida normal patética, sem a projeção ou a possibilidade de realizar os seus sonhos. Jornada do herói | Mundo comum Fonte: Harry Potter, Warner Bros. Um problema se apresenta ao herói: um desafio ou uma aventura. É a chance do herói sair daquela vida chata e realizar os seus sonhos e viver grandes aventuras. Jornada do herói | O chamado da aventura Fonte: Matrix, Warner Bros. Robert McKee (2017) direciona que o incidente incitante é o primeiro evento principal da narrativa e a principal causa de tudo o que se segue, gerando o movimento. Episódio inesperado: situação desagradável que altera a ordem normal das coisas. Jornada do herói | O chamado da aventura: incidente incitante Fonte: Senhor dos Anéis, New Line Cinema. O herói recusa ou demora a aceitar o desafio ou a aventura, geralmente, porque tem medo. A recusa serve para nos identificarmos com os personagens. Jornada do herói | Recusa do chamado Fonte: Harry Potter, Warner Bros. É o momento do protagonista de ponderar sobre a missão à frente, questionar-se, e receber incentivos ou obstáculos dos outros personagens. Essa é a hora em que o protagonista se revela (SNYDER, 2005). Jornada do herói | Recusa do chamado: debate Fonte: StarWars.com O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado, e o informa e o treina para a sua aventura. Jornada do herói | Encontro com o mentor ou ajuda sobrenatural Fonte: http://www.adorocinema.com/noticias/series/noticia-152528/ O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado, e o informa e o treina para a sua aventura. Jornada do herói | Encontro com o mentor ou ajuda sobrenatural Fonte: Batman Begins, Warner Bros. Sobre o que acabamos de discutir sobre a jornada do herói, podemos afirmar que: a) É a solução de todos os problemas em construir narrativas como propósito. b) É um método que vem sendo aplicado com sucesso em diferentes contextos, com grande visibilidade na indústria do entretenimento. c) Pode ser aplicada, apenas, nas construções de super-heróis e/ou super-heroínas. d) É uma metodologia usada, exclusivamente, em filmes e séries, não tendo aplicação em outras manifestações culturais humanas. e) Não gera resultados narrativos significativos. Interatividade Sobre o que acabamos de discutir sobre a jornada do herói, podemos afirmar que: a) É a solução de todos os problemas em construir narrativas como propósito. b) É um método que vem sendo aplicado com sucesso em diferentes contextos, com grande visibilidade na indústria do entretenimento. c) Pode ser aplicada, apenas, nas construções de super-heróis e/ou super-heroínas. d) É uma metodologia usada, exclusivamente, em filmes e séries, não tendo aplicação em outras manifestações culturais humanas. e) Não gera resultados narrativos significativos. Resposta O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico. Jornada do herói | 5. Cruzamento do primeiro portal Fonte: Harry Potter, Warner Bros. O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico. Jornada do herói | 5. Cruzamento do primeiro portal Fonte: Mulan, Disney. O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial. Sensação de conforto no mundo especial, uma vez que ele foi criado para estar lá. Jornada do herói | 6. Provações, aliados e inimigos Fonte: Batman The Dark Knight, Warner Bros. O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial. Sensação de conforto no mundo especial, uma vez que ele foi criado para estar lá. Jornada do herói | 6. Provações, aliados e inimigos Fonte: Matrix, Warner Bros. O herói tem êxitos durante as provações e tem uma pausa na jornada. Tem a possibilidade de retornar aos seus questionamentos iniciais e ao enfrentamento dos medos, reassumindo o comprometimento com o objetivo da jornada. Jornada do herói | 7. Aproximação da caverna escura Fonte: O Corvo, Buena Vista Films. O herói tem êxitos durante as provações e tem uma pausa na jornada. Tem a possibilidade de retornar aos seus questionamentos iniciais e ao enfrentamento dos medos, reassumindo o comprometimento com o objetivo da jornada. Jornada do herói | 7. Aproximação da caverna escura Fonte: https://gifer.com/en/gifs/rocky-1976 A maior crise da aventura, de vida ou da morte. Momento “o outro lado da montanha”. Jornada do herói | 8. Provação difícil ou traumática Fonte: https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/a-cruz-de-jesus-cristo-ou-a-sua-cruz/ A maior crise da aventura, de vida ou da morte. Momento “o outro lado da montanha”. Jornada do herói | 8. Provação difícil ou traumática Fonte: https://gifer.com/en/gifs/nooo - NOOOOOOOOOO!!!!!!!! O herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir). Jornada do herói | 9. Recompensa Fonte: https://oblogbocabendita.blogspot. com/2017/12/3-trilogias- obrigatorias-para-voce.html O herói deve voltar para o mundo comum. É um momento de reflexão, em que o nosso herói poderá ser exposto à necessidade de uma escolha entre a realização de um objetivo pessoal ou um bem coletivo maior. Jornada do herói | 10. O caminho de volta Fonte: Assassin’s Creed, 20th Century Fox. O herói deve voltar para o mundocomum. É um momento de reflexão, em que o nosso herói poderá ser exposto à necessidade de uma escolha entre a realização de um objetivo pessoal ou um bem coletivo maior. Jornada do herói | 10. O caminho de volta Fonte: O Corvo, Buena Vista Films. Outro teste no qual o herói enfrenta a morte e deve usar tudo o que foi aprendido. É o momento da batalha final. Jornada do herói | 11. Ressurreição do herói Fonte: https://gamingatheart.com/learning-about-film/ O herói volta para casa com o “elixir” e o usa para ajudar todos no mundo comum. É a resolução do objetivo inicial da aventura, demonstrando que o herói possui algo de diferente se comparado ao início. Jornada do herói | 12. Regresso com o elixir Fonte: https://br.pinterest.com/pin /142848619403290483/ - My friends, you how to no one. O herói volta para casa com o “elixir” e o usa para ajudar todos no mundo comum. É a resolução do objetivo inicial da aventura, demonstrando que o herói possui algo de diferente se comparado ao início. Jornada do herói | 12. Regresso com o elixir Fonte: https://gifs.com/gif/mulan-bowing-vbBEJA Dando continuidade aos entendimentos sobre a jornada do herói, não podemos afirmar que: a) A jornada do herói é confusa, fazendo o protagonista sair do lugar comum e passar por muitas situações desnecessárias até o retorno com o elixir. b) A jornada do herói é um método estruturado, porém flexível, fazendo o protagonista sair do lugar comum e passar por muitas situações até o retorno com o elixir. c) O momento do retorno com o elixir é uma representação da vitória do protagonista, ainda que momentânea, caso a história tenha sequências. d) A aproximação da caverna escura, apesar do nome, direciona apenas aos contextos de problemas para o protagonista, é também um momento de preparação para o que está por vir. e) O momento das provações de aliados e inimigos é também um momento em que o protagonista percebe a si próprio como parte do novo contexto. Interatividade Dando continuidade aos entendimentos sobre a jornada do herói, não podemos afirmar que: a) A jornada do herói é confusa, fazendo o protagonista sair do lugar comum e passar por muitas situações desnecessárias até o retorno com o elixir. b) A jornada do herói é um método estruturado, porém flexível, fazendo o protagonista sair do lugar comum e passar por muitas situações até o retorno com o elixir. c) O momento do retorno com o elixir é uma representação da vitória do protagonista, ainda que momentânea, caso a história tenha sequências. d) A aproximação da caverna escura, apesar do nome, direciona apenas aos contextos de problemas para o protagonista, é também um momento de preparação para o que está por vir. e) O momento das provações de aliados e inimigos é também um momento em que o protagonista percebe a si próprio como parte do novo contexto. Resposta Existem elementos comuns às histórias, por mais diferentes que sejam (SANDRINI, 2021). São eles: Enredo; Narrador; Personagens; Espaço; Tempo. Elementos constitutivos da narrativa É formado pelo conjunto de ações que acontecem ao longo da narrativa. Discurso x História (TODOROV, 2008): O âmbito do discurso é o da composição, que depende do trabalho com o narrador que conta a história, valendo-se de distintos modos narrativos; A história corresponde aos eventos em ordem cronológica, implicando ações e personagens que as executam; o discurso corresponde à palavra real dirigida pelo narrador ao leitor. Elementos constitutivos da narrativa | Enredo O elemento estruturador do enredo é o conflito, pois ele é o responsável pela criação de tensão, necessária à boa narrativa. Fábula x Trama: A fábula é composta pela sucessão cronológica dos acontecimentos, conjunto de acontecimentos ligados entre si, que nos são comunicados no decorrer da obra; A trama é constituída pela ordem e pela forma com que os acontecimentos são apresentados ao leitor, respeita a sua ordem de aparição na obra e a sequência das informações que se nos destinam. Elementos constitutivos da narrativa | Enredo Fonte: https://escolakids.uol.com.br/portugues/a-fabula.htm É aquele que conta a história. Não deve ser confundido com o autor, ainda que o narrador, por vezes, se posicione desta forma. A classificação básica do narrador é feita em três tipos: Narrador-personagem: quem narra também participa da história; Narrador-observador: não participa da história, nem sabe o que se passa no íntimo dos personagens; Narrador-onisciente: quem narra não participa da história, e tem acesso aos pensamentos e às emoções dos personagens. Elementos constitutivos da narrativa | Narrador São as responsáveis pelas ações da história e podem ser classificadas de acordo com diferentes critérios: Em relação ao papel desempenhado: protagonistas, antagonistas e secundárias; Em relação aos protagonistas: heróis ou anti-heróis. Elementos constitutivos da narrativa | Personagens Fonte: Folha de S.Paulo. O formalista Vladimir Propp dedicou-se a identificar a estrutura básica de contos folclóricos russos. Em 1928, publicou a Morfologia do conto maravilhoso, obra que pretende classificar personagens e funções narrativas desses textos (SANDRINI, 2021). Propp “demonstrou que os contos populares se constituem sempre em torno de um núcleo simples. O herói sofre um dano ou tem uma carência, e as tentativas de recuperação do dano ou de superação da carência constituem o corpo da narrativa” (LAFETÁ, 2004). Elementos constitutivos da narrativa | Personagens e contos maravilhosos Propp identificou sete papéis ou personagens fixos, com as suas esferas de ação: O herói; O antagonista (ou agressor); O doador; O auxiliar; A princesa (ou o seu pai); O mandante; O falso herói. Elementos constitutivos da narrativa | Personagens e contos maravilhosos Fonte: http://noset.com.br/podcast/setcast-x-men-apocalipse/ Além disso, estabeleceu 32 funções (ações) constantes: afastamento, proibição, transgressão da proibição, interrogatórios, informação sobre o herói, embuste, cumplicidade, dano, carência, mediação, início da reação, partida, primeira função do doador, reação do herói, recepção do objeto mágico, deslocamento no espaço, combate, marca do herói, vitória, reparação do dano ou carência, regresso do herói, perseguição, salvamento, retorno incógnito, falsa pretensão, tarefa difícil, tarefa cumprida, reconhecimento, desmascaramento, transfiguração, castigo e casamento. É possível que um conto maravilhoso não apresente todas as funções, mas a ordem delas não se altera. Elementos constitutivos da narrativa | Personagens e contos maravilhosos Fonte: https://www.mundodasartes.com.br /objetos-decorativos/aparador-de- livros-harry-potter-plataforma São os lugares em que a história acontece. É um elemento fundamental nas construções narrativas e deve ser compreendido em sua amplitude, carrega o entendimento dos termos “espaço” – que diz respeito ao lugar físico onde ocorrem os fatos – e “ambiente”, usado para designar um lugar psicológico, social ou econômico, pode, também, refletir os conflitos vividos por pelos personagens. “O barco balançou, quase virou, se endireitou, mergulhou corajosamente nos redemoinhos traiçoeiros e continuou a seguir pela rua Witcham em direção ao sinal de trânsito que indicava a interseção dela com a Jackson.” (KING, 2014). Elementos constitutivos da narrativa | Espaço Fonte: amazon.com.br Toda história acontece em um período de tempo, que pode ser, mais ou menos, determinado, seja pela época em que ela ocorre, assim como pela sua duração. Nas construções narrativas, ele não precisa ser linear. Ex.: flashbacks. “É uma boa estação para escrever sobre coisas antigas, diz-me Igraine, por isso, ela me trouxe um lote de peles novas, um frasco de tinta recém-preparada e um feixe de penas. Falede Artur, diz ela, do Artur dourado, nossa última e melhor esperança, nosso rei que nunca foi rei, o Inimigo de Deus e flagelo dos saxões. Fale de Artur” (CORNWELL, 2002). Elementos constitutivos da narrativa | Tempo Fonte: amazon.com.br Do latim creare, é entendida como a capacidade de criar, produzir ou inventar coisas novas. “Criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados” (TORRANCE, 1976). A alimentação constante do repórtório é um elemento fundamental da criatividade. Elementos constitutivos da narrativa | Criatividade Fonte: Shutterstock. Seelig (2016) define a criatividade como: “não apenas algo que você pensa a respeito, é algo que você faz”. O exercício é necessário para o desenvolvimento criativo. Elementos constitutivos da narrativa | Criatividade Fonte: Shutterstock Ao analisarmos os elementos construtivos da narrativa, podemos afirmar que: a) Narrativas são formas soltas de se contar uma história, não possuindo elementos comuns entre elas. b) História e discurso são a mesma coisa. c) Só podemos considerar como conflitos o duelo entre dois personagens. d) Papéis de personagens são válidos, apenas, no contexto das histórias fantásticas ou maravilhosas, não sendo um elemento de análise no contexto jornalístico. e) Criatividade é um elemento inerente ao ser humano, que deve ser constantemente fomentado e trabalhado, para a construção e melhores narrativas. Interatividade Ao analisarmos os elementos construtivos da narrativa, podemos afirmar que: a) Narrativas são formas soltas de se contar uma história, não possuindo elementos comuns entre elas. b) História e discurso são a mesma coisa. c) Só podemos considerar como conflitos o duelo entre dois personagens. d) Papéis de personagens são válidos, apenas, no contexto das histórias fantásticas ou maravilhosas, não sendo um elemento de análise no contexto jornalístico. e) Criatividade é um elemento inerente ao ser humano, que deve ser constantemente fomentado e trabalhado, para a construção e melhores narrativas. Resposta ACEVEDO, A. Cardi B, Lil Jon & Steve Carell in Pepsi Super Bowl Commercial: Watch | Billboard. Disponível em: https://www.billboard.com/articles/news/super-bowl/8495287/cardi- b-lil-jon-steve-carrell-pepsi-super-bowl-commercial-full-ad. Acesso em: 24 mar. 2021. CAMPBELL, J. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix/Pensamento, 2004. CORNWELL, B. O inimigo de Deus – As crônicas de Artur, v. 2. Record. Kindle Edition, 2002. FIORIN, J. L. Elementos de Análise do Discurso. São Paulo: Editora Contexto, 2000. KING, S. It: a coisa. Suma (Kindle Edition), 2014. LAFETÁ, J. L. A dimensão da noite e outros ensaios. São Paulo: Duas Cidades/Ed. 34, 2004. MCKEE, R. Story: substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro. Curitiba: Arte & Letra, 2017. MENEZES, P. O que é mito? Toda Matéria. 2020. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-que-e-mito/. Acesso em: 20 mar. 2021. Referências SANDRONI, T. Storytelling – Curso de Jornalismo. [s.l.] Universidade Paulista, 2021. SEELIG, T. inGenius: A Crash Course on Creativity. San Francisco: HarperOne, 2016. SNYDER, B. Save the Cat!: The Last Book on Screenwriting You’ll Ever Need. Studio City: Michael Wiese Productions, 2005. THE Hyundai Genesis Super Bowl Commercial – Advertising Analysis. 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