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Aula 2 – Ventilação Mecânica 
Na ventilação mecânica, há o tempo inspiratório e expiratório, os quais não são o tempo que leva para o ar 
entrar e sair, respectivamente. O tempo inspiratório é o tempo, em segundos, entre a abertura da válvula 
inspiratória e a abertura da válvula expiratória subsequente, enquanto o tempo expiratório é o tempo 
entre a abertura da válvula expiratória e a abertura da válvula inspiratória subsequente. Dessa forma, é 
possível concluir que a soma dos dois tempos é o tempo entre a abertura de uma válvula inspiratória até a 
abertura da próxima válvula inspiratória. Esse tempo é conhecido como janela de tempo, de forma que quanto 
menor ele é, maior será a frequência respiratória total. Um conceito dentro desses parâmetros é a relação 
I:E que indica a razão entre o tempo inspiratório e o tempo expiratório, onde geralmente é 1:2 ou 1:3. 
Além disso, o ciclo ventilatório se inicia por um disparo (“Trigger”) que gera a abertura da válvula de fluxo 
e antecede a fase inspiratória. Em seguida, inicia-se tal fase inspiratória onde há a abertura da válvula de 
fluxo. Após, fecha-se essa válvula e abre-se a válvula de exalação, fase que se chama ciclagem. Depois, há o 
esvaziamento pulmonar (expiração), que ocorre de modo passivo. Por fim, inicia-se o disparo novamente, 
reiniciando o ciclo e que vai ocorrer dependendo do modo ventilatório, onde tanto o paciente quanto o aparelho 
podem dar início ao disparo. Também existe a pressão de pico, o qual representa a máxima pressão dentro 
de um ciclo respiratório, além de refletir a pressão das vias aéreas. Outra variável é a pressão de platô é a 
pressão de pausa, que ocorre na pausa respiratória. Esse item permite calcular a pressão alveolar, a qual será 
igual a pressão da via aérea. Já a PEEP que nada mais é que a pressão positiva ao final da respiração, que 
serve para evitar colapso alveolar. Por fim, o volume corrente (VT) é o volume de ar que entrou e saiu 
durante um ciclo respiratório, enquanto a frequência respiratória é o número de vezes que o ventilador é 
disparado em um minuto. O volume minuto, por sua vez, é o produto da frequência respiratória pelo 
volume corrente. 
Disparo 
Quando se trata de modo de ventilação, fala-se em qual parâmetro irá disparar o ventilador, ou seja, iniciar 
a fase de inspiração. Atualmente, há quatro formas de disparo do ciclo inspiratório: disparo a tempo, a 
fluxo, a pressão e a neural. 
O disparo a tempo é o modo chamado controlado, onde o profissional estabelece uma frequência 
respiratória (f) que deseja para o paciente. A frequência respiratória é o número de vezes que o paciente vai 
respirar por minuto, de modo que 60 segundos são divididos pelo f, resultando no valor da janela de tempo 
(p. ex: f=10, então janela de tempo = 6 segundos, uma vez que 60/10 = 6). No modo controlado, o volume ou 
a pressão são fixados pelo profissional e a janela de tempo é fixa. 
O disparo a pressão é feito quando o paciente apresenta o controle da ventilação ativo (“drive 
ventilatório”). Nesse caso, o paciente pode desejar empreender a inspiração por conta própria, o que vai causar 
o aumento do volume torácico que, por consequência, gera redução da pressão intratorácica. Essa queda é 
detectada pelo ventilador que interpreta tal desejo e abre a válvula inspiratória. 
O disparo a fluxo é feito quando ocorre negativação da pressão que consegue gerar um fluxo inspiratório 
contra o fluxo do aparelho, que vai identificar tal mudança e abrir a válvula inspiratória. Tanto esse disparo 
quanto o disparo por pressão são chamados de disparos pneumáticos, uma vez que requerem a contração e a 
alteração de pressão ou fluxo, além de requerer energia por parte do paciente. A abertura e o fechamento das 
válvulas possui um leve retardo que afeta minimamente a respiração do paciente quando em condições 
normais de demanda respiratória, porém, quando há muito requerimento de respiração, tal retardo pode causar 
assincronia do paciente e do ventilador, gerando o efeito de “paciente brigando com o respirador”. 
Ciclagem 
A finalização da fase de inspiração e o início da fase de expiração é denominada ciclagem, onde há cinco 
formas que podem ser combinadas com os modos de disparo da inspiração. Essa variável pode ser regulada 
por diferentes parâmetros no ventilador, onde existem quatro tipos básicos: 
Ciclagem por volume: o aparelho cessa a inspiração quando o volume corrente inspirado atinge um valor 
predeterminado. 
Ciclagem por pressão: o aparelho cessa a inspiração quando o pico de pressão proximal atinge um valor 
preestabelecido. 
Ciclagem a tempo: o aparelho cessa a inspiração após um tempo inspiratório predeterminado. 
Ciclagem a fluxo: o aparelho cessa a inspiração quando atinge um fluxo predeterminado. 
Classificação dos Ciclos Ventilatórios 
Os ciclos ventilatórios possuem três principais modos: 
Modalidade Controlada: são iniciados (disparados), controlados e ciclados pela ventilação mecânica de 
acordo com a programação feita pelo controlador. 
Modalidade Assisto-controlada: são iniciados pelo paciente, mas controlados e ciclados pela ventilação 
mecânica de acordo com a programação. 
Modalidade Espontânea: os ciclos são iniciados e ciclados pelo paciente, mas o controle é assistido em parte 
pelo ventilador mecânico. 
No modo controlado, o ventilador disponibiliza apenas os ciclos controlados, baseados na frequência 
respiratória programa. 
Modos Ventilatórios 
O modo chamado VCV (Volume Controlled Ventilation) é um modo assisto-controlado que pode ser 
disparado pelo paciente (a fluxo ou a pressão) e que é ciclado a volume. É modo mais utilizado em todo o 
mundo em virtude da garantia do volume corrente que ele oferece. Sua principal desvantagem é que não há 
respeito automático à pressão de pico e nem de platô, exigindo que o profissional faça essa monitorização 
cuidadosa quando regula o valor do volume corrente a ser oferecido. Além do controle do volume, o 
profissional também controla o fluxo, o qual possui média de 1 litro por minuto por quilo de peso, até 70 
kg, visando estabelecer uma adequada relação entre o tempo inspiratório e o tempo expiratório (relação I:E) 
de acordo com o quadro clínico do paciente. A curva de fluxo deve ser considerada a mais próxima do 
fisiológico, que é a decrescente. Nesse formato, há um pico de fluxo inspiratório e depois, à medida que o ar 
vai entrando, a velocidade de oferta vai diminuindo, de modo a criar menor pico de pressão, pois o ar entra 
mais lentamente, turbilhonando menos e gerando pressão de vias aéreas mais baixas se comparado com o 
fluxo quadrado. Este, por sua vez, apresenta um fluxo inspiratório constante até entregar o volume corrente 
programado. Sua vantagem está na possibilidade de medir a mecânica ventilatória com a realização da pausa 
inspiratória e a análise da diferença da pressão de pico. Portanto, de forma geral, o modo VCV apresenta como 
vantagens: ventilação minuto e volume corrente garantidos; enquanto de desvantagens: parâmetros 
ventilatórios altamente rígidos, alcalose se f total muito alta, pode causar barotrauma e hiperinflação. 
Já o modo chamado PCV (Pressure Controlled Ventilation) é um modo assisto-controlado, o qual é 
controlado por pressão, mas a ciclagem é feita a tempo. Além disso, pode ser disparado por tempo 
(ventilador), fluxo ou pressão (paciente). Ou seja, seu objetivo é manter a pressão nas vias aéreas em um 
nível predeterminado até o tempo inspiratório predeterminado. Seu volume corrente é livre, bem como 
o fluxo, o qual é sempre decrescente. 
Por fim, o modo chamado PSV (Pressure Support Ventilation) é um modo que mantem a pressão nas vias 
aéreas em um nível predeterminado durante toda a inspiração. Sua maior idealização é na retirada do 
paciente da VMI, de modo que é considerado um modo espontâneo. Para manter a pressão no mesmo nível, 
o ventilador estabelece o fluxo necessário à medida que o tempo avança,de modo que a variação na 
velocidade do fechamento da válvula de fluxo será maior ou menor em função do esforço do paciente, da 
complacência estática e da dinâmica do sistema respiratório. Ou seja, se a pressão tender a cair, a velocidade 
de fechamento do fluxo será mais lenta, aumentando o tempo inspiratório, e a recíproca é verdadeira. Nesse 
modo, o parâmetro que define a ciclagem da ventilação é o fluxo inspiratório (determinado por uma 
porcentagem sobre o fluxo inicial). Entretanto, as limitações do PSV estão ligadas à sua dependência com a 
complacência pulmonar do paciente, de modo que o volume corrente não será garantido. 
Resumo 
VCV: 
 Modo: assisto-controlado. 
 Disparo: pelo ventilador: tempo; ou pelo paciente: fluxo ou pressão. 
 Ciclagem: volume. 
 Fluxo fixo e pressão variável. 
PCV: 
 Modo: assisto-controlado. 
 Disparo: pelo ventilador: tempo; ou pelo paciente: fluxo ou pressão. 
 Ciclagem: tempo. 
 Fluxo e volume corrente variáveis. 
PSV: 
 Modo: espontâneo. 
Disparo: pelo paciente: a fluxo ou pressão. 
 Ciclagem: fluxo. 
 Fluxo, volume corrente, tempo inspiratório e expiratório variáveis.

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