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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - UNIFEI EXERCÍCIOS SOBRE MÁQUINAS SÍNCRONAS – EEN-601 – Prof. Rossi. 1ª. QUESTÃO: Considere a máquina síncrona geradora representada pelo esquema abaixo: 1. Análise de potências para a carga C: Fator de potência da carga = fp = cos = 0,8 >>>> então: = 36º,8 Potência aparente total trifásica da carga: Sc = 80% x Sn = 0,8 x 12 = 9,6 MVA Potência ativa total trifásica da carga: Pc = Sc x cos = 9,6 x 0,8 = 7,68 MW Potência reativa total trifásica da carga: Qc = Sc x sen = 9,6 x 0,6= 5,75 MVAR Corrente absorvida pela carga: Ic = Sc / (3. Vc ) = 9600/3.13,8 = 401,65 [A] Corrente absorvida pela carga em valores pu: Ic(pu) = Sc(pu) = 0,8- 36º,8 pu; 2. Velocidade do rotor do gerador: Sabe-se que a velocidade síncrona da máquina em Rotações Por Minuto (Nr), em função da freqüência da rede (F) e do número de pares de pólos da máquina (Pp) é dada pela expressão geral abaixo: Pg = Pc Qg = Qc Excitatriz Turbo-gerador Reatâncias Barra Terminal Carga Sn = 12 MVA Xs = j120% Vn = 13,8 kV Sc = 80% Sn 2 pares polos X”s = j10% fp = 0,8 ind. TG CARGA F = Pp x Nr / 60 60 = Pp x Nr / 60 3600 = Pp x Nr No exemplo dado, foi informado que a máquina é construída com 2 pares de pólos, logo a velocidade de seu rotor é de: Pp = 2 pares de pólos ( 04 sapatas polares) 3600 = Pp x Nr ............ donde: Nr = 1800 RPM 3. Análise Vetorial para a determinação de δ e E: Do diagrama fasorial pode-se escrever que: Substituindo os valores correspondentes e simplificando vem: E = 1,00 + 1,290º x 0,8- 36,8 = 1,753 26º (pu) Portanto, dessa equação tira-se os valores de E e delta solicitados, isto é: E = 1,753 pu ou E = 1,753 x 13,8/3 = 13,97 [ kV/fase]. E o ângulo delta: δ = 26o 4. Balanço de potências: Potência gerada = Potência consumida (ativa e reativa) Potência gerada = potência consumida pela carga = Pg = 7,68 MW E δ j X.I V I E = V + j X.I (pu) Verificações com base nos valores determinados acima: Cálculo do ângulo δ (delta): ângulo de potência ou de carga da máquina. Pg = (E.V / Xs) x sen δ ( Eq. geral de potência fornecida pelo gerador). (7,68 / 12 ) = ( 1,753 x 1,0 / 1,2 ) sen δ Onde, resolvendo a equação acima, tem-se: δ = 26º cqv !!! Verificação da potência reativa gerada: Qg = (V E / Xs ) cos δ - V2 / Xs = (1,0 x 1,753/1,2 ) cos(26) - 12 / 1,2 = 0,4794 pu Ou em valores reais: Qg = Qg(pu) x Sn = 0,4794 x 12 = 5,75 [ MVAR] cqv !!! 5. Corrente de curto-circuito trifásica nos terminais do gerador: Sabe-se que, para a máquina síncrona operando como gerador, a equação de tensões resultante do diagrama vetorial mostrado no item 3 acima, é tal que: E = V + j Xs. I ( equação válida em regime normal de operação !!! ) Nas condições de curto-circuito trifásico, a corrente é determinada através da seguinte expressão: E= V + jX”s . Icc ... para V=0 então: Icc = E/X”s .....Icc = 1,753/0,1 = 17,53 pu Corrente nominal do TG: Inom = Sn/3 x Vn = 12.000/1,732 x 13,8 = 502,1 [A] E portanto, a Icc = 17,53 x 502,1 ........... Icc = 8.801,1 [A]. 2ª. QUESTÃO: Considere uma máquina síncrona geradora com os dados apresentados abaixo. Analisar os seus valores de potência ativa, reativa e aparente, em valores unitários. V=1,0 pu, E=1,5 pu, Xs = j 1 pu, X”s = j 0,1pu , Ts = 0,95. Solução adotando apenas valores em pu: Para V=1,0 pu, E=1,5 pu, Xs = j 1 pu portanto, tem-se: Pg = 1,5. sen δ (pu) Potência ativa gerada pela máquina: Pg = ( E x V / Xs ). sen δ (valores em pu ); Como o coeficiente de torque sincronizante dado (Ts=0,95) corresponde ao valor dado pela derivada da potência ativa em relação a delta, isto é: Ts = dP / dδ, então: dP / dδ = d/dδ (1,5. sen δ) = 1,5 cos δ = 0,95 donde: cos δ = 0,95 / 1,5 = 0,633 e portanto, o ângulo δ (delta) será igual a: δ = 50o,7 Substituindo esses valores nas expressões de potências geradas, vem: Potência Ativa: Pg = 1,5. sen δ (pu) = 1,5 x sen (50,7) = 1,16 (pu) Potência Reativa: Qg = (VE/Xs).cos δ - V2 / Xs = 1,5. sen δ - 12/1 = 1,5 x sen (50,7) -1 = (-) 0,05 (pu) Observe que nessas condições a máquina está recebendo reativo do sistema, isto é, a máquina está operando capacitivamente. Potência aparente ou total: Sg = Pg + j Qg = 1,16 + j 0,05 = 1,161 pu. Nessas condições, o triângulo de potências para essa condição operativa da MS geradora, é tal que: Observando a figura, conclui-se que o fator de potência é: fp= cos 2º,5 = 0,99 cap Potência ativa Pg = 1,16 pu ) = 2º,5 Pot. Reativa Qg = 0,05 pu Pot. Aparente Sg = 1,161pu Valor máximo da potência ativa: Para uma máquina síncrona operando como gerador, o valor da potência ativa máxima que ela pode produzir é dado pela condição de máximo da função Pg = f(delta), isto é: Pg = ( E x V / Xs ). sen δ Condição de máximo da função: dP / dδ = 0 , donde: dP / dδ = (EV/Xs). cosδ = 0 Para que a função seja nula, o valor do ângulo delta deve ser δ = 90º. e portanto O valor máximo da função será: Pmax = ( E.V/Xs) sen90º. >>>> Pmax = E.V / Xs. 3ª. QUESTÃO (Proposto) Considere um turbo-gerador de pólos lisos (TG), de potência nominal Sn = 40 MVA, tensão nominal Vn = 13,8 kV, ligação Yn, F= 60 Hz. Essa MS está operando no atendimento a uma determinada carga com tensão terminal V =1,0 pu e tensão interna E = 1,6 pu. Essa MS possui a reatância síncrona igual a Xs= j 140% e foi construída com 04 pólos. Em condições normais de trabalho, essa máquina possui o coeficiente de torque sincronizante no ponto de trabalho, definido pelo valor Ts = 0,9. (obs. Entende-se por coeficiente de torque sincronizante o valor obtido pela derivada da equação da potência ativa da máquina em relação ao seu ângulo delta (δ), isto é: Ts = dP/dδ ). Nessas condições, pede-se determinar: a) as potências geradas pela máquina ( Pg – Qg - Sg ); b) o valor da velocidade dessa máquina em RPM. P [W/f] P max 90º. delta (δ ) 4ª. QUESTÃO: Considere um turbo-gerador de pólos lisos (TG), construída com 02 pólos e de potência nominal Pn = 48 MW, tensão nominal Vn = 13,8 kV, ligação Yn, F= 60 Hz e fator de potência nominal FPn = 0,8 ind. Essa MS possui as reatâncias síncronas de regime permanente e subtransitória iguais a Xs= j 160% e X”s = j 14%. Ela está operando com tensão terminal V =1,0 pu e tensão interna E (a ser determinada) e com um ângulo de potência (ou de carga) de valor =30º, para prover ao atendimento a uma determinada carga de tensão Vc = Vn e fator de potência FPc = 0,9 ind. Nessas condições, pede-se determinar: a) as potências geradas pela máquina ( Pg – Qg - Sg ); b) o valor da velocidade dessa máquina em RPM. SOLUÇÃO: Obs.: Potência nominal desse TG: Snom = Pn / FPn = 48 / 0,8 = 60 [MVA] 1) Potência Ativa: Pg = (V.E/Xs) x sen ..................... Pg = Pc = (E/1,6) x sen 30 [pu] donde: Pg = Pc = E/3,2 [pu] (Eq.1) 2) Potência Reativa: Qg = (VE/Xs) x cos - V2/Xs .......... Qg = Qc = (E/1,6) x cos 30 - 1/1,6 [pu] donde: Qg = Qc = 3/2 x E/1,6– 1/1,6 Qg = Qc = 0,541 x E – 0,625 (Eq.2) 3) Carga: Fator de potência = FPc = 0,9 ind .......então: cos = 0,9 .... donde: = 26o Portanto, no triângulo Pc – Qc - Sc da carga, tem-se: Qc = Pc x tg ou seja: Qc = tg(26) x Pc = 0,488 x Pc e portanto, Pc/Qc = Pg/Qg = 1/0,488 = 2,05 (Eq.3) 4) Dividindo membro a membro as equações (1) / (2), resulta: Pg/Qg = 2,05 = [ E/3,2 ] / [0,541 x E – 0,625] ..... resolvendo resulta: E=1,61 [pu] 5) Substituindo esses valores nas equações (1) e (2), obtem-se: Pg = Pc = E/3,2 = 1,61/3,2 = 0,503 [pu] ou seja, em valores absolutos: Pg = Pg(pu) x Snom-TG = 0,503 x 60 ............. Pg = Pc = 30,15 [MW]. Analogamente, para a potência reativa, tem-se: Qg = Qc = 0,541 x E – 0,625 = 0,541 x 1,61 – 0,625 = 0,246 [pu] E em valores absolutos, tem-se: Qg = Qc = Qg(pu) x Snom-TG = 0,246 x 60 = 14,76 [MVar]. Potência aparente do gerador: Sg = Sc Sg = Pg + j.Qg = 30,15 + j14,76 = (30,152 + 14,762)1/2 ........... Sg = 33,57 [MVA] Fator de potência do gerador: FPg = Pg / Sg = 0,898 Fpg = cos g = 0,898 .... g = 26o. e evidentemente, FPg = FPc .... g = g = 26 cqv !!! 5ª. QUESTÃO: Considere um turbogerador industrial (TGI) de potência nominal igual a Sn= 80 [MVA], tensão nominal de Vn = 13,8 [kV], ligação estrela aterrada, frequência F= 60 [Hz], fator de potência nominal FP = 0,8 ind., e de reatâncias síncronas iguais a: valor subtransitório X”s = j 14%, valor transitório: X´s = j 40% e valor de regime permanente Xs = j 160%. Esse TG está operando com tensão terminal nominal (Vn = 1,0 pu) para atender a uma carga de potência ativa definida por Pcg = 54 [MW] e fator de potência FPcg = 0,9 ind. Considere as proposições abaixo. Analise cada uma delas e justifique se ela está certa ou errada e porquê. A) A potência reativa dessa carga conectada ao TGI é aproximadamente igual à Qcg = 0,327 [pu] da capacidade total de geração desse TG, e o ângulo delta () de trabalho desse gerador é = 35o,3 e portanto, essa máquina deve se motorizar (função No. 32) para uma potência reversa a partir do valor igual a Prev = 6400 [kW]; B) O ângulo delta () de trabalho desse TG é igual a = 36o,8, a tensão interna desenvolvida na máquina é aproximadamente igual a E=1,97 [pu] e a potência reativa da carga é aproximadamente igual à Qcg = 26,15 [MVAR]; portanto o TG está fornecendo reativo à carga, isto é, a sua operação está sobre-excitada; portanto, a proteção Volts/Hz (Função No. 24) deverá bloquear a operação dessa máquina se essa sobre-excitação exceder a 5% de seu valor nominal. 6ª. QUESTÃO: Considere um hidro-gerador (HG) de pólos salientes (PS), de potência nominal Sn= 100 [MVA], construído com 20 pares de pólos, frequência F= 60 [Hz], operando no atendimento a uma determinada carga com tensão terminal nominal Vn =13,8 [kV], ou seja, 1,0 [pu] e ainda, com uma tensão interna E = 1,7 [pu]. Essa MS possui as seguintes reatâncias síncronas de eixo direto e quadratura: Xd = j 180%, Xq=150%. Admita que esse HG opere em paralelo com outras três unidades, que possuem os mesmos dados nominais e demais condições operativas. Esses HGs operam em uma usina hidrelétrica (UHE) que se encontra interligada a um sistema de transmissão, que opera na tensão de Vn = 345 [kV]. Em condições normais de trabalho, o volume de carga assumido por cada um desses HGs, define um coeficiente de torque sincronizante apresentado por cada uma dessas máquinas igual a Ts = 0,85. (obs. Entende-se por coeficiente de torque sincronizante ao valor obtido pela derivada da equação da potência ativa da máquina em relação ao seu ângulo de potência delta (δ), isto é: CTS = Ts = dP/dδ ). Nessas condições, pede-se determinar: a) o valor do ângulo de potência delta (δ); b) as potências geradas pela máquina e consumidas pela carga ( Pcg – Qcg - Scg ); c) o ângulo delta (δ) da MS para o qual ela opera com a sua máxima potência. Itajubá, 20 de agosto de 2018. Ronaldo Rossi.
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