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Bactérias Gram negativas Identificação laboratorial Enterobacteriacea Profa. Patrícia Miorin Fonte: Plustil, Procediemntos Básicos em Microbiologia Clínica, 2010. Prova da oxidase • Finalidade: verificar se a bactéria é produtora da enzima oxidase. • A fita contém o reativo: N,N,N,N,-tetrametil-p-fenileno diamina mono-hidrocloridrato. Validade da fita: 3 meses quando conservada em frasco escuro de 2-8oC. • Inocular com uma haste de madeira ou plástico, espalhar uma colônia suspeita sobre a fita oxidase. Intepretação: • Cor original da fita: branca ou levemente azulada • Oxidase +: produção de cor roxa imediatamente no local da inoculação da fita. • Oxidase -: não há mudança na cor do papel no local da inoculação da bactéria. Não considerar alterações tardias. • Controle de qualidade: P. aeruginosa positivo e E.coli negativo. newprov • Responsáveis pela maioria das infecções nosocomiais: Escherichia coli; Klebsiella pneumoniae; Klebsiella oxytoca; Proteus mirabilis; Enterobacter spp; Salmonella (sorotipos); Serratia marcescens; Citrobacter spp; Providencia spp. • Vias respiratórias inferiores: Klebsiella, Enterobacter, Escherichia. • Corrente sanguínea (bacteremia/septicemia): Escherichia, klebsiella, Enterobacter. • Gastrointestinal (diarréias/desinterias): Salmonella, Shigella, Yersinia, Escherichia coli. • Trato urinário: Escherichia, Proteus, Providencia, Klebsiella. Grande parte das infecções urinárias e muitas infecções intestinais. Enterobacteriacea Enterobacteriacea • Bacilos Gram-negativos retos. • Imóveis ou móveis com flagelos peritríquios. • Não formam endosporos. • Alguns membros possuem cápsula. proeminentes (Klebsiella sp). • Anaeróbios facultativos. • Fermentam a glicose (com ou sem produção de gás). • Reduzem o nitrato em nitrito. • Oxidases negativas, catalase positivas. • Fermentam a lactose ou não. Catalase • Ação tóxica do peróxido de hidrogênio sobre as células, produzido durante a respiração aeróbica. • Peróxido de hidrogênio a 3% • Os microrganismos sintetizam enzimas capazes de neutralizar esta ação tóxica. • A catalase converte 2H2O2 → H2O + O2↑ • Catalase + : formação de bolhas de ar (reação imediata: colônia bacteriana produtora de catalase) • Catalase - : ausência de bolhas de ar • Fermentação da lactose em MacConkey (meio seletivo e diferencial): sais biliares e cristal violeta. • Resistência aos sais biliares dos patógenos entéricos em relação aos micro- organismos comensais presentes no trato gastrointestinais. • Lactose positiva: E. coli, Enterobacter, Klebsiella spp (podem ser Lactose tardia). • Não fermentam a lactose: Shigella e Salmonella, Proteus (colônias incolores). Enterobacteriacea Metabolização da lactose β –galactosídeo permease Lactose Glicose + galactose Ácido pirúvico ácidos mistos Ácido lático Ácido fórmico Ácido acético PRODUÇÃO DE GÁS Glicólise: glicose degradada em duas moléculas ácido pirúvico Klebsiella spp. MacConkey Eosin Methylene Blue Agar (EMB) • corantes eosina Y e azul-de-metileno: • inibem as bactérias Gram-positivas • indicadores de fermentação da lactose por micro- organismos. •Os coliformes produzem colónias pretas-azuladas. • Salmonella e Shigella são incolores ou têm uma cor âmbar transparente. • Escherichia coli apresenta um reflexo verde metalizado característico, devido à rápida fermentação da lactose. E.coli EMB Klebsiella pneunoniae EMB Pseudomonas spp. EMB Salmonella spp. A: E. coli eozina azul de metileno (colônias verde metálico) B: E.Coli MacConckey Fonte:http://www.bmbtrj.org/viewimage.asp?img=BiomedBiotechnolResJ_2018_2_4_281_247244_f1.jpg Fatores de Virulência Fímbrias (pili) (adesina): projeções sobre a superfície dos bacilos (fixação às células do hospedeiro). LPS (parede celular); antígeno H (flagelo) e antígeno K (cápsula): são os três principais grupos de antígenos específicos associados à meningite, gastroenterite e infecções das vias urinárias. Antígenos detectados por aglutinação com anticorpos específicos (classificação sorológica). Fatores de Virulência • Antígenos K capsulares (termolábel): • Associado ao aumento da virulência. • Proteção contra fagocitose mediada por anticorpos (antígenos capsulares hidrofílicos, repelem a superfície celular hidrofóbica dos fagócitos). • Ex. antígeno capsular da Salmonella tiphi é denominado antíg. Vi. Escherichia coli K1 • Lipopolissacarídeo (LPS) termoestável (endotoxina): • Manifestações tóxicas das infecções. • Principal antígeno da parede celular. Consiste em: • Polissacarídeo O somático (comum em todas as Enterobacteriaceae) • Lipideo A: febre; Leucopenia seguida por leucocitose; Coagulação intravascular disseminada; redução da circulação periférica e perfusão para importantes órgãos; choque, morte. • Antígenos H (proteínas flagelares termolábeis): • Presentes nos flagelos bacterianos • Aderência das cepas nefrogênicas ao uroepitélio antes do estabelecimento da infecção. • Ex. sorotipoespecífico de cepas patogênicas como E. coli O157:H7 Klebsiella sp. �Possuem cápsula proeminente responsável pelo aspécto mucóide das colônias isoladas e pela virulência aumentada dos micro-organismos in vivo. �Membro mais comumente isolado: K. pneumoniae: pode causar pneumonia lobar primária adquirida na comunidade. �Estas bactérias também causam infecções de feridas, dos tecidos moles e das vias urinárias. Proteus sp. urease • infecções urinárias; bacteremia; pneumonia; infecções localizadas e infecção nosocomial. • Infecções das vias urinárias por P. mirabilis • As cepas produzem grandes quantidades de urease: • uréia amônia + CO2→ ↑pH da urina. • ↑da alcalinidade da urina: • Facilita a formação de cálculos renais • Urina alcalina é tóxico para o epitélio urinário. Proteus spp. ágar Cledurease Diagnóstico laboratorial Microbiológica Enterobacteriacea Amostra biológica Cultura ↓ Crescimento microbiano Coloração de Gram (baciloscopia) Provas bioquímicas Indol Citrato Lisina Motilidade Uréia Glicose Sacarose Lactose Gás de glicose H2S Fenilalanina Ornitina Bacilos Gram negativos Provas Bioquímica: alça microbiológica em agulha PRINCÍPIO INDOL 24h + Motilidade 24 h + Lisina + 24h CITRATO 72-96h - TSI 24h Amarelo e gás E.coli Ureia - Fenilalania - Indol: 24h/37OC: • Produto da degradação do aminoácido triptofano, contido no meio de cultura. Bactérias possuem a enzima triptofanase: cliva o triptofano produzindo indol. • Detecção do indol: solução contendo p-dimetilaminobenzaldeído. • Reagente de Kovacs ou Reativo de Ehrlich (mais sensível para detecção de bacilos não fermentadores ou anaeróbios nos quais a produção de indol é mínima). • 1 a 2 gotas do reativo de Kovacs: • anel violeta : indol positivo • anel permanece amarelo: indol negativo Triptofanase Triptofano ------------------------------→ piruvato indol amônia 24h/37oC Violeta positivo Amarelo negativo • Utilização do citrato de sódio como única fonte de carbono para o seu metabolismo com alcalinização do meio (verde para azul). • Primeiro meio da séria bioquímica a ser semeado para evitar o transporte de proteínas ou de carboidratos dos outros meios. • Semear um pequeno inoculo de uma colônia na superfície inclinada do meio. • Se o inoculo for demasiadamente grande, compostos orgânicos pré-formados dentro da parede celular de bactérias que estão morrendo podem liberar carbono e nitrogênio em quantidades suficientes para dar um resultado falso-positivo. Citrato de Simmons (72-96h /37ºC): �Glicose, lactose e sacarose: • vermelho: alcalino (-) • amarelo: ácido (+) �Produção de gás de glicose ou não: bolhas de ar (CO2) �Produção de sulfeto de hidrogênio (H2S): � capacidade de liberar enxofre na forma de H2S a partir de aminoácidos e outros compostos que contém enxofre. Glicose sacrose lactose Gás de glicose H2S TSI (triplo - açúcar - ferro): sulfeto de hidrogênio (H2S) reage com saisde ferro (sulfato ferroso e citrato de ferro e amônia) incorporados ao meio para produzir um precipitado preto insolúvel: sulfeto ferroso (FeS). GÁS TSI 24h Amarelo E.coli TSI estéril A/A negativo H2S Produção de gás (E. coli) Sacarose Glicose Lactose A/A H2S positivo Produção de gás Motilidade meio semi-sólido + - • Presença de flagelos. Meio semi- sólido (0,4% de ágar ou menos). • Exame macroscópico para visualização de crescimento projetado a partir da linha de inoculação. • Negativo: crescimento na picada. • Positivo: turvação do meio, crescimento além da picada. • Ágar Indol Sulfeto Motilidade (SIM) • meio semissólido: produção de sulfeto, formação de indol e motilidade. Caldo lisina • Cor original do meio roxo. • Inocular colônias bacterianas recentes (crescimento 18 a 24h) e colocar vaselina. Incubar a 35-37oC por até 72h. • Negativo: • fermentação da glicose → abaixa pH → meio muda de roxo para amarelo (indicador de pH ácido). • Positivo: a atividade da enzima lisina descarboxilase aumenta pH: • Aminoácido Lisina amina cadaverina + CO2 → alcaliniza o meio → neutralizando o ácido produzido pela glicose → meio voltará a apresentar coloração roxa (indicador de pH alcalino). lisina descarboxilada Caldo lisina Controle de esterilidade: incubar uma amostra do lote de Meio de cultura por 24h a 35-37oC. Ausência de alteração da cor do meio, liberar lote para uso. Controle de crescimento: K. pneumoniae ATCC 13883 (cor amarela); Enterobacter cloacae ATCC 13047 (cor roxo intensa). Lisina +: qualquer cor diferente do amarelo Lisina -: amarelo claro e brilhante A BC - ++ Prova da Ornitina • Presença da enzima ornitina descarboxilase. • Meio de coloração roxa. • Negativo: • fermentação da glicose → abaixa pH → meio muda de roxo para amarelo (indicador de pH ácido). • Positivo: a atividade da enzima ornitina descarboxilase aumenta pH: • Aminoácido Ornitina amina putrescina + CO2 → alcaliniza o meio → neutralizando o ácido produzido pela glicose → meio voltará a apresentar coloração roxa (indicador de pH alcalino). Ornitina descarboxilada Agar MIO: motilidade (semi-sólido), Indol, ornitina Fenilalanina • Detecção da enzima: Produção de ácido fenilpirúvico a partir da fenilalanina por ação enzimática (fenilalanina desaminase). • Semear a colônia na superfície do meio • Incubar 35-37oC/24h • 4 gotas cloreto férrico a 10% • Positivo: verde na superfície do meio • Negativo: meio inalterado Aminoácido FENILALANINA ÁCIDO FENILPIRÍVICO fenilalanina desaminase Pingas cloreto férrico 10% Verde + Meio inalterado - Provas bioquímicas • Urease: • Presença da enzima UREASE: hidrolisa a uréia liberando amônia. • Positivo pink: mudança de cor do indicador de pH devido alcalinização do meio pela produção de amônia (pH acima de 8.0). • Negativo amarelo: fermentação da glicose. uréia + - Meio Rugai • Reação positiva: glicose e sacarose: amarelo; ureia: azul intensa; H2S: preto. • LTD: enzima L triptofano desaminase: desaminação oxidativa do aminoácido L-triptofano, convertendo-o em ácido indol pirúvico, o qual reage com sais de ferro originando um composto de cor verde escura. • Produção de Indol: enzima triptofanase clivagem do triptofano, liberando do indol. Reativo de kovacs. (LTD) (triptofanase) Papel de filtro na tampa 36oC/18-24h Tampa frouxa EPM-MILI • Testes EPM: • Produção de gás por fermentação da glicose • Produção de H2S • Hidrólise da uréia • Desaminação do triptofano • Testes MILi: • Motilidade • Produção de indol • Descarboxilização da lisina • Acrescentar citrato • Semeadura • Tocar com uma alça em agulha uma colônia bem isolada e inocular os 2 meios. • EPM: introduzir a agulha até o fundo do tubo e ao retirá-la semear a superfície do meio. • MILi: deve ser feita por picada central, introduzindo a agulha até o fundo do tubo. • Incubar os tubos com as tampas semirosqueadas 37oC/ 18-24h. Conservar entre 10 a 30º C EPM-MILi �Meio EPM: ¡ PRODUÇÃO DE GÁS: aparecimento de bolhas ou deslocamento do meio de cultura para cima. ¡ PRODUÇÃO DE H2S: escurecimento do meio em qualquer grau. ¡ HIDRÓLISE DA URÉIA: aparecimento de cor azul ou verde-azulada (reação fraca) que se estende para a base do meio, envolvendo-o totalmente ou não. ¡ DESAMINAÇÃO DO TRIPTOFANO: aparecimento de cor verde-escuro na superfície do meio; quando a reação é negativa, a superfície do meio adquire coloração azul ou amarela (rara) • Meio MILi: • MOTILIDADE: bactéria móvel cresce além da picada, turvando parcialmente ou totalmente o meio, bactéria imóvel cresce somente na linha semeada. • DESCARBOXILAÇÃO DA LISINA: se a lisina é descarboxilada, meio adquire coloração arroxeada; quando o aa não é utilizado, meio se torna amarelo nos seus 2/3 inferiores. • PRODUÇÃO DE INDOL: após a leitura dos testes, adicionar 3-4 gotas do reativo de Kovacs à superfície do meio e agitar levemente. Quando a bact. Produz indol reativo de cor rosa ou vermelha. Quando não produz, o reativo mantém cor original. Interatividades e caso clínico Exercícios. • Explique como é feito a prova da oxidase. As enterobactérias possuem essa enzima? • Quais as principais características das enterobactérias? • Explique a prova da catalase. • Todas as Enterobactérias fermentam a glicose e a lactose? • Qual meio de cultura podemos observar a fermentação da lactose? • Dê dois exemplos de Enterobactérias. • Cite e explique um dos fatores de virulência das enterobactérias. • Para a identificação laboratorial das enterobactérias utilizamos as provas bioquímicas. Explique o princípio e a leitura de cada uma: Indol, Citrato, Lisina, Motilidade, Uréia, fenilalanina e TSI.
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