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O agronegocio brasileiro

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O agronegócio brasileiro
Apresentação
Atualmente, o agronegócio brasileiro é visto como uma das mais rentáveis atividades realizadas no 
país, que garante boas arrecadações, além de sua contribuição no Produto Interno Bruto (PIB). 
Entretanto, a sua implantação no Brasil foi fomentada pelo desejo de inserção do país no mercado 
globalizado, desejo esse que não considerou outras vocações brasileiras, nem a agricultura familiar. 
O próprio processo histórico brasileiro de ocupação e de desenvolvimento da agropecuária 
beneficiou as grandes propriedades rurais em detrimento da pequena propriedade rural.
Cada região brasileira passou da agricultura familiar para grandes propriedades, devido à 
necessidade de expansão de áreas plantadas e aumento da produção. Associado a isso, grandes 
grupos internacionais também se estabeleceram no país a partir da década de 1990, buscando 
novas áreas para a implementação de tecnologias que aumentassem a produção e a lucratividade. 
Com isso, a agricultura familiar foi reduzida, não somente por ser incorporada aos 
empreendimentos, mas também por falta de políticas públicas que valorizassem esse tipo de 
produção. Ainda, a implantação e a expansão do agronegócio também geraram uma série de 
impactos ambientais, reduzindo a qualidade ambiental de muitos municípios brasileiros.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá como se dá a agricultura em cada uma das 
regiões brasileira. Além disso, verá como o agronegócio está relacionado à agricultura familiar. Por 
fim, saberá quais são os impactos ambientais do agronegócio no Brasil.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever as regiões agrícolas brasileiras.•
Relacionar o agronegócio com a agricultura familiar no Brasil.•
Analisar os impactos ambientais do agronegócio no Brasil. •
Desafio
O atual modelo de desenvolvimento econômico agrário brasileiro e seus processos de produção 
para o comércio de agroexportação, baseados no crescimento e na globalização da economia 
mundial, vêm sendo criticados pelas ameaças à sustentabilidade ambiental e sanitária. "Associadas 
às iniquidades sociais que vulnerabilizam diferentes territórios e populações, especialmente 
trabalhadores e moradores de áreas afetadas, grupos indígenas, quilombolas, extrativistas, 
agricultores familiares e populações urbanas" (ARAÚJO, 2017). 
 
Considerando a citação acima, é possível perceber que há discursos diferenciados sobre o 
agronegócio e seus benefícios. Por um lado, é frequente o milagre da produção de commodities, por 
outro, com problemas envolvendo a expansão dos empreendimentos agrícolas. Você foi convidado 
a realizar um debate sobre essa temática,para os alunos do Ensino Médio.
Quais subsídios você poderá oferecer aos alunos para que percebam as questões positivas, mas 
especialmente as negativas, em relação ao agronegócio?
Infográfico
As regiões brasileiras apresentam um desenvolvimento agrícola diferenciado, que está associado ao 
processo de exploração e de ocupação do território brasileiro. 
Além disso, o próprio Estado também contribuiu nos mecanismos que motivaram a presença de 
grandes empreendimentos agrícolas em detrimento da agricultura familiar.
Neste Infográfico, você vai ver as principais características de cada região brasileira no que diz 
respeito à presença de empreendimentos agrícolas e da agricultura familiar.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/af68cf5e-1eba-419d-8cea-f69c1e61da14/f724603f-529d-423c-b67a-9187b2d8dfbe.jpg
Conteúdo do livro
Você já deve ter ouvido a seguinte frase “o Brasil é o celeiro do mundo”. Mas talvez não tenha 
imaginado a magnitude dos fatos envolvidos para que essa afirmação seja motivo de orgulho da 
sociedade. Sem dúvida, o agronegócio contribui, e muito, para a economia brasileira e para a 
manutenção do Produto Interno Bruto (PIB) em níveis satisfatórios. 
A implantação do agronegócio brasileiro foi fomentada a partir do interesse de grandes grupos 
multinacionais de se estabelecerem no país, aproveitando o desejo brasileiro de ser inserido no 
mercado globalizado. Para que isso ocorresse, era necessário que o país tivesse produtos que 
interessassem ao mundo, especialmente os agrícolas, em função do potencial produtivo. 
 
A história de ocupação e desenvolvimento do território, associadas às políticas públicas que 
incentivavam o estabelecimento dos grandes empreendimentos agrícolas, acabaram por reduzir a 
participação da agricultura familiar no balanço agrícola brasileiro. Além disso, os grandes 
empreendimentos provocaram, e ainda provocam, grandes impactos ambientais em diversos 
ecossistemas brasileiros. 
No Capítulo O agronegócio brasileiro, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
compreender de que forma o agronegócio se instalou no Brasil, assim como as consequências para 
a agricultura familiar e para o meio ambiente. 
Boa leitura.
GEOGRAFIA DO 
BRASIL 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever as regiões agrícolas brasileiras.
 > Relacionar o agronegócio com a agricultura familiar no Brasil.
 > Analisar os impactos ambientais do agronegócio no Brasil.
Introdução
A agricultura brasileira passou por diversas transformações ao longo dos séculos. 
Ela se iniciou com culturas agrícolas voltadas exclusivamente para a exportação 
e o benefício da metrópole, passando posteriormente ao estabelecimento de 
culturas que geraram riqueza e renda para o País. Todo esse processo repercutiu 
na organização agrícola do Brasil, determinando políticas públicas e o estabele-
cimento do agronegócio em detrimento da agricultura familiar.
A agricultura familiar foi perdendo espaço à medida que aumentaram os 
interesses de inserção do Brasil no mercado global. Isso permitiu e motivou a 
instalação de empreendimentos agrícolas multinacionais, que desejavam mo-
dernizar a agricultura e aproveitar os benefícios naturais do Brasil, como as 
extensas áreas de terra. O apoio estatal a essas empresas reduziu os incentivos 
à agricultura familiar, enfraquecendo e empobrecendo muitas áreas rurais do 
Brasil. Além disso, a expansão e a modernização da agricultura ocasionaram e 
ainda ocasionam muitos impactos ambientais, reduzindo a qualidade do meio 
ambiente como um todo.
O agronegócio 
brasileiro
Aline Carneiro Silverol
Neste capítulo, você vai examinar as principais características da agricultura 
de cada região brasileira, articulando essas informações com o histórico de ocu-
pação e o desenvolvimento da agricultura no País. Você também vai ler sobre o 
surgimento do agronegócio no Brasil e a sua relação com a desvalorização da 
agricultura familiar. Além disso, vai analisar os principais impactos ambientais 
gerados pelo agronegócio no Brasil, bem como suas consequências ambientais.
Regiões agrícolas brasileiras
Ao longo da história, a agricultura brasileira passou por diversas transformações 
e ciclos, que foram iniciados pela economia canavieira, pautada pela produção 
de cana-de-açúcar, durante o período colonial. Esse ciclo foi seguido pelo 
ciclo do café e, mais recentemente, pelo ciclo da soja. Houve também outros 
ciclos de menor magnitude territorial, mas de importância regional, como o do 
algodão e o do cacau. Atualmente, ainda ocorrem essas transformações, que se 
intensificaram a partir do século XX, com o aumento da demanda de alimentos 
e commodities e a maior inserção do Brasil no mercado global.
A modernização da agricultura no Brasil iniciou-se juntamente ao processo 
de industrialização, ocorrido no País a partir da década de 1940 e intensificado 
entre os anos de 1960 e 1970, devido ao acelerado processo de urbanização. 
No entanto, o desenvolvimento urbano não estava articulado com o setor 
rural do País. Assim, enquanto as cidades evoluíam, o campo, em decorrência 
da baixa mecanização e, por conseguinte, da baixa produtividade, perma-necia estagnado. Além disso, a produção familiar não era incentivada, o que 
aumentava a migração de pessoas do campo para as cidades, ampliando 
ainda mais a demanda por produtos agrícolas e as desigualdades entre o 
meio rural e o urbano.
Para garantir a segurança alimentar da população crescente e reduzir 
os preços dos alimentos, já que os insumos faltantes eram importados, o 
governo brasileiro passou a instituir políticas com o objetivo de aumentar 
a produção. Os programas governamentais atuavam com investimentos em 
infraestrutura, incentivo à expansão das fronteiras agrícolas, extensão rural, 
crédito rural subsidiado e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
No entanto, as políticas públicas beneficiaram, em sua maioria, grandes 
proprietários rurais e produtores de commodities, o que lhes garantiu um 
rápido desenvolvimento e um grande aumento de produtividade, elevando 
a sua lucratividade. Por outro lado, a agricultura familiar e as pequenas pro-
priedades rurais foram pouco beneficiadas por essas políticas, especialmente 
no que tange ao aumento da produção.
O agronegócio brasileiro2
À medida que os empreendimentos agrícolas foram se consolidando, 
o Brasil transformou-se em um grande player no negócio agrícola global. 
Entre 1977 e 2017, a produção de grãos passou de 47 milhões de toneladas 
para 237 milhões, o que representa um aumento de cinco vezes em 40 anos. 
Entretanto, o maior incremento da produtividade agrícola ocorreu a partir 
de 1990, devido ao crescimento das exportações, com a inserção do Brasil 
na economia globalizada.
A organização e o intenso processo de modernização das cadeias produ-
tivas transformaram a agricultura brasileira em agronegócio. E toda a cadeia 
associada à produção agrícola, como a produção de insumos, o processamento 
e a distribuição, tornou-se ainda mais importante, com presença marcante 
no Produto Interno Bruto (PIB).
A evolução da agricultura promoveu, ao longo das décadas, uma recon-
figuração no espaço geográfico e na divisão territorial do Brasil. As regiões 
brasileiras, de acordo com as suas características históricas, socioeconômicas 
e ambientais, associadas aos interesses políticos e econômicos, passaram a 
abrigar complexos agrícolas muito desenvolvidos. Cada região, de acordo com 
o seu processo histórico, ambiental, político e socioeconômico, apresenta 
um ou vários complexos agrícolas, que por sua vez compõem o agronegócio 
brasileiro.
Em um primeiro momento, a agricultura era subordinada à urbaniza-
ção, ou seja, os complexos agrícolas se localizavam mais próximos 
das áreas desenvolvidas, em função da maior acessibilidade aos recursos e 
também aos mecanismos de escoamento da produção. Atualmente, também há 
áreas urbanas que são dependentes das atividades agrícolas, pois a presença 
de complexos agrícolas importantes torna a economia muito ativa.
Região Sul
A história agrícola da Região Sul está associada à forma de ocupação do 
território e ao ciclo da mineração, que se iniciou nas Regiões Sudeste e Centro-
-Oeste, nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, a partir do 
século XVII.
A ocupação da Região Sul do Brasil foi feita majoritariamente por imigrantes 
europeus vindos, inicialmente, graças aos programas estatais para o povoa-
mento. Essa característica foi decisiva, já que tais imigrantes se estabeleceram 
O agronegócio brasileiro 3
em regime de pequenas propriedades rurais e agricultura familiar desde o 
início da ocupação. E ela repercute até os dias atuais, refletindo-se em uma 
estrutura agrária menos concentrada, ou seja, os agricultores familiares estão 
espalhados por todo o território, movimentando o agronegócio (CASTRO, 2014d).
Região Sudeste
As atividades agropecuárias, no decorrer da história, desempenharam um 
importante papel no desenvolvimento da Região Sudeste. Essa é uma região 
de colonização antiga, assim como o Nordeste, e as atividades agrícolas foram 
um setor de peso para o desenvolvimento da economia regional a partir do 
século XIX, com a expansão das lavouras cafeeiras por toda a região.
Considerando a própria história de ocupação dessa região e a implan-
tação da cultura de café, os estabelecimentos agrícolas constituíam-se em 
latifúndios, voltados para a exploração de poucos produtos agrícolas. Essa 
organização implantada a partir do século XIX se perpetuou até os dias atuais, 
pois somente 19% da área dos estabelecimentos agropecuários na região 
Sudeste é ocupada por agricultores familiares (CASTRO, 2014c).
Região Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste compõe, junto às Regiões Sul e Sudeste, a área onde 
o agronegócio apresenta a maior rentabilidade de produção. O seu sucesso 
agrícola é devido ao processo de ocupação ocorrido na região, por meio de 
fluxos de pessoas que saíram da Região Sul em busca de novas fronteiras 
agrícolas e também por incentivo estatal, a partir da década de 1970, para 
a ocupação da região. Boa parte das propriedades disponíveis foi ocupada 
por grandes agricultores, pois eles detinham os recursos necessários para 
desbravar a região e iniciar a produção agrícola.
O padrão de ocupação se reflete na representatividade da posse da terra, 
que é bastante concentrada. Apesar de haver mais estabelecimentos de agri-
cultura familiar do que estabelecimentos agropecuários na região, a área destes 
é muito superior à área ocupada pela agricultura familiar (CASTRO, 2014a).
Região Nordeste
A ocupação agrícola da Região Nordeste iniciou-se poucos anos após o des-
cobrimento do Brasil, com o desenvolvimento da primeira cultura para expor-
tação, a cana-de-açúcar, em meados do século XVI. Tal cultura movimentou 
O agronegócio brasileiro4
grande quantidade de capital entre a colônia e a metrópole. E, como esse tipo 
de cultura agrícola demandava grandes áreas para plantio, além da construção 
de engenhos e de todo o aparato necessário para o seu funcionamento, houve 
a difusão da atividade ao longo do litoral, com grande concentração agrária.
Com a crise do comércio de açúcar no século XVII, essas atividades foram 
interrompidas, ao mesmo tempo em que outras regiões do País mostraram 
outras potencialidades a serem exploradas. Os problemas enfrentados pelo 
Nordeste a partir do século XVIII, que o afastaram da dinâmica que estava 
em expansão em outras partes do território, refletiram-se em todo o seu 
processo de desenvolvimento.
À medida que a Região Sudeste se consolidou como polo de atração, a 
partir da concentração das formas produtivas e da acumulação de capital, 
os fluxos de capitais, serviços e mercadorias passaram a sair dessa região 
em direção às demais. Os primeiros fluxos saíram do Sudeste em direção ao 
Sul do País e, depois, ao Centro-Oeste e ao estado da Bahia.
O Nordeste passou a ser reintegrado ao contexto econômico brasileiro a 
partir do crescimento de pontos importantes do território em que o agrone-
gócio estava em ascensão, e não como um fenômeno generalizado. Estados 
como a Bahia, em função da pecuária, e o Maranhão, com a cultura do algodão, 
permitiram o reestabelecimento dos fluxos entre o Sudeste desenvolvido e o 
Nordeste. Além disso, o desenvolvimento das cidades litorâneas e a expansão 
da urbanização também criaram alguns fluxos entre as regiões, mas pouco 
significativos. Nessa segunda etapa de desenvolvimento, o agronegócio se 
estabeleceu para atender às demandas externas, sendo que muitos empre-
endimentos foram financiados pelo Estado.
Da mesma maneira que ocorre na região Centro-Oeste, o padrão de ocu-
pação também se reflete na representatividade da posse da terra, que é 
bastante concentrada. Apesar de haver mais estabelecimentos de agricultura 
familiar do que estabelecimentos agropecuários na região, a área destes é 
muito superior à área ocupada pela agricultura familiar (CASTRO, 2014a).
Região Norte
A Região Norte foi uma das últimas a se desenvolver e a integrar a cadeia 
de agronegócio brasileira. Sua ocupação se deu a partir do século XVII, com 
o objetivo de expansão territorial e povoamento.Naquele momento, esta-
beleceu-se a base da agricultura familiar, que permanece até os dias atuais; 
há mais ocupação territorial familiar do que empreendimentos agrícolas 
(CASTRO, 2014b).
O agronegócio brasileiro 5
As atividades agrícolas praticadas nessa região ainda são de caráter 
extensivo, com baixa mecanização e pouco uso de tecnologias, com a ma-
nutenção de uma pecuária primitiva e do extrativismo vegetal. No entanto, 
a pecuária e a produção de soja, bem como de outros produtos importantes 
para o agronegócio, encontram-se em expansão.
Os entraves do desenvolvimento agrícola da Região Norte estão 
associados à presença de grandes áreas de proteção ambiental. 
Embora ações clandestinas tentem expandir o uso do solo nessa região, os 
órgãos ambientais e a legislação, mesmo que incipientes e com baixo rigor, 
ainda protegem essas áreas.
O agronegócio e a agricultura familiar 
no Brasil
“Agronegócio” é um termo de origem norte-americana (agribusiness). Ele 
designa um conjunto de ações que regem os negócios relacionados à pecuária 
e à agricultura, vinculados a atividades agropecuárias desenvolvidas em 
grandes extensões de terra e em grande escala (SAUER, 2008).
Para que as atividades em larga escala do agronegócio pudessem ser 
desenvolvidas, incluindo toda a cadeia de negócios associada, como os produ-
tores rurais, a indústria de insumos agrícolas e a comercialização da produção, 
era necessária uma grande transformação na estrutura vigente no País. E essa 
transformação estaria associada aos modos de produção, à tecnificação, à 
produção em larga escala e à competitividade no mercado global.
Nesse sentido, a partir da década de 1990, com a inserção de grandes 
empresas multinacionais no mercado agropecuário brasileiro, surgiram os 
grandes e modernos empreendimentos agrícolas. Mas, para que a moderniza-
ção ocorresse, era necessário reduzir a participação de produtores conside-
rados menos eficientes e pouco competitivos, representados pelas pequenas 
propriedades rurais, ligadas à agricultura familiar, e pelos latifúndios usados 
como reserva de valor (SAUER, 2008).
Para isso, foi inserido todo o aparato tecnológico da Revolução Verde nos 
empreendimentos agrícolas ligados às grandes empresas multinacionais. Os 
espaços menos produtivos, como os latifúndios e as pequenas propriedades 
rurais, não foram capazes de acompanhar a evolução tecnológica.
O agronegócio brasileiro6
A Revolução Verde ou Segunda Revolução Agrícola Contemporânea 
teve como princípio o aumento da industrialização na agricultura. 
Isso se deu por meio da quantidade e da especialização das maquinarias, de 
melhorias genéticas para a padronização do cultivo e dos produtos e da quimi-
ficação, com o desenvolvimento e a adoção de insumos agrícolas.
As características estruturais da agricultura familiar não permitiram a 
adequação às tecnologias, pois as terras, além da sua baixa qualidade, não 
eram tão extensas para a utilização de maquinários. Além disso, a necessidade 
de múltiplas culturas, a grande quantidade de mão de obra empregada, a 
falta de recursos financeiros por parte do agricultor e a ausência de incentivo 
do Estado dificultaram o acesso às tecnologias.
Percebe-se que o Brasil, na busca por sua inserção no mercado global, 
incentivado pelo neoliberalismo e com a prerrogativa da necessidade do 
aumento da produção para a alimentação de uma população cada vez mais 
numerosa, permitiu que as leis de mercado reduzissem a participação da 
agricultura familiar no País. Além das imposições do mercado internacional 
para a modernização da agricultura, o próprio Estado, por meio de políticas 
públicas de subsídios diversos para os grandes empreendimentos agrícolas, 
colaborou para a redução da agricultura familiar.
Assim, houve uma imposição do aparato tecnológico, mesmo sabendo-se 
que as pequenas propriedades rurais não participariam dessa modernização 
por motivos estruturais já citados. Justificou-se que elas eram propriedades 
pouco produtivas e eficientes (SAUER, 2008).
A agricultura familiar no contexto do agronegócio
A agricultura familiar pode ser definida como uma forma de produção em que 
há interação entre gestão e trabalho. São os próprios agricultores/proprie-
tários de pequenas propriedades rurais que dirigem o processo produtivo. 
Esse tipo de agricultura trabalha com a diversificação de produtos e usa 
prioritariamente o trabalho familiar, eventualmente complementando a mão 
de obra com o trabalho assalariado.
Portanto, a agricultura familiar é diferente de um empreendimento agrí-
cola, que extrai sua produção por meio do trabalho assalariado e que tem 
por objetivo a maximização da produção e dos lucros. A produção familiar é 
orientada para a satisfação das necessidades e para a reprodução da família. 
O agronegócio brasileiro 7
Nesse sentido, a decisão sobre o aumento da produção ou a expansão de 
determinada atividade deve, em primeiro lugar, considerar o bem-estar da 
família, e depois o lucro.
Considerando esses conceitos, perceba que os interesses da agricultura 
familiar são opostos aos interesses dos grandes empreendimentos agrícolas. 
Nesse sentido, o Estado, ao desejar sua inserção no mercado global, atuou e 
ainda atua no enfraquecimento das pequenas propriedades rurais, pois, além 
de produzirem em menor escala, elas não produzem commodities.
Ao fomentar os empreendimentos agrícolas com subsídios e todo o 
aparato de infraestrutura, como rodovias, portos e ferrovias, o Estado 
também atua em benefício de grandes grupos multinacionais, que não se 
limitam à agricultura, mas também investem em toda a cadeia de proces-
samento dos produtos agrícolas. Assim, o sistema alimentar brasileiro é 
baseado em produtos multinacionais, superprocessados e padronizados, 
e o papel das pequenas propriedades rurais no fornecimento de alimentos 
é desvalorizado.
Impactos ambientais do agronegócio 
no Brasil
Para compreender os impactos ambientais do agronegócio no meio am-
biente, você deve considerar o meio ambiente como um sistema. A visão 
sistêmica, baseada na teoria dos sistemas, no holismo e no materialismo 
dialético, considera o meio ambiente como um grande sistema. Tal sistema 
tem por objetivo a manutenção e o desenvolvimento da vida, bem como 
a regulação dos processos que ocorrem nas relações natureza–natureza, 
natureza–sociedade e sociedade–sociedade, determinadas pelo nível de 
desenvolvimento da produção material das diferentes culturas (COSTA; 
PIMENTA; CONCEIÇÃO, 2018).
Nesse contexto, pode-se caracterizar o meio ambiente rural como um 
sistema que atua entre as escalas local e regional, considerando que os 
problemas e impactos ocorridos nos sistemas rurais também impactam os 
sistemas naturais e os sistemas urbanos.
Assim, os principais impactos ambientais associados ao agronegócio e 
relacionados às atividades humanas predominantes no espaço rural são: 
queimadas, desmatamento, erosão, assoreamento, lixiviação, laterização, 
pisoteio, salinização, desertificação e poluição (COSTA; PIMENTA; CONCEIÇÃO, 
2018). A seguir, você vai conhecer melhor esses impactos.
O agronegócio brasileiro8
Queimadas
A queimada é uma prática rural primitiva. Ela tem por objetivo remover, de 
forma rápida, a vegetação do terreno para a posterior prática da agricultura 
ou pecuária extensiva. Esse tipo de manejo pode ser realizado de forma 
controlada ou não controlada.
A queimada controlada pode oferecer alguns benefícios, como: a redução 
de material combustível no terreno; a indução do surgimento de um sub-
-bosque, auxiliando o equilíbrio ecológico; e o controle do desenvolvimento 
de espécies indesejáveis, parasitas e doenças prejudiciais ao cultivo, ao 
pastoreio e às populações.
No entanto, a queimada não controlada é responsável por uma série de 
grandes impactos. Com a expansão do agronegócio e, por conseguinte, da 
necessidade de terras, as queimadas são realizadas sem nenhum cuidado, 
desconsiderando estações mais secas e com baixo índice pluviométrico,além de áreas de proteção. Além disso, as queimadas causam o aumento 
da emissão de gases do efeito estufa, a fragmentação de remanescentes 
florestais (prejudicando a fauna), a diminuição da biodiversidade, a alteração 
no regime de chuvas, a deterioração das funções do solo, etc.
O manejo inadequado nas áreas rurais também provoca impactos nas 
áreas urbanas, como o aumento da incidência de doenças respiratórias devido 
à poluição do ar, a destruição da rede elétrica e acidentes de trânsito pela 
perda de visibilidade e a redução da qualidade de vida.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 
as queimadas no Pantanal que ocorreram até setembro de 2020 
atingiram a marca de 15.756 focos de incêndio. Mas só na primeira quinzena 
de setembro foram registrados 5.603 pontos, o que representou a maior taxa 
histórica para o mês desde 1998, quando o monitoramento foi iniciado (BRONZE, 
2020).
Desmatamento
O desmatamento ou desflorestamento consiste na remoção permanente 
da cobertura vegetal por atividades humanas. A expansão do agronegócio 
está intimamente associada ao alto índice de desmatamento, já que existe 
uma cultura que relaciona uma maior produtividade a maiores extensões 
de terra plantada.
O agronegócio brasileiro 9
O desmatamento se trata de uma técnica mais barata de aumento da 
produtividade quando comparada a investimentos em pesquisa, tecnologia 
e insumos, já que é menos custosa do que a otimização do uso do solo. 
Assim, o desmatamento acaba sendo mais utilizado pelos empreendimentos 
agropecuários.
É importante salientar também que, devido à reduzida fiscalização por 
parte dos órgãos ambientais e ao baixo rigor da legislação ambiental, o 
desmatamento continua sendo realizado em áreas importantes e de grande 
relevância ambiental do País, como a Amazônia.
Os principais impactos relacionados ao desmatamento são a redução 
da fauna e da flora, devido à alteração do ecossistema local e regional; 
o aumento dos processos erosivos; o assoreamento dos corpos hídricos 
próximos; a redução da evapotranspiração, que interfere no ciclo da água e, 
consequentemente, nos índices pluviométricos; o rebaixamento do nível de 
lençóis freáticos e aquíferos; e o aumento da desertificação.
Erosão
A erosão é um processo que envolve o destacamento da partícula, o seu 
transporte por agentes naturais (como a água, o vento, o gelo e as marés) e 
a sua deposição. Esse processo pode apresentar como motivadores agentes 
naturais e agentes antrópicos.
As atividades relacionadas ao agronegócio, como o desmatamento e as 
queimadas, podem causar e também acelerar os processos erosivos. A retirada 
e a queima da vegetação deixam a cobertura pedológica mais exposta aos 
agentes erosivos, permitindo a remoção rápida das partículas de solos e de 
materiais de alteração.
A perda de solo por processos erosivos provoca a degradação do solo, 
já que a erosão, além de transportar a camada fértil, o horizonte A, também 
lixivia os elementos químicos presentes no solo. Todo esse processo promove 
a perda econômica do solo agricultável enquanto capital produtivo, já que sua 
produtividade é sensivelmente reduzida. Outras consequências associadas 
à erosão dos solos são: o transporte de partículas para os corpos d’água, 
promovendo o assoreamento e o aumento da frequência e da intensidade de 
inundações e enchentes; e a remoção das partículas pela erosão, que fragiliza 
o relevo mais acidentado, facilitando o movimento de massa.
O agronegócio brasileiro10
Assoreamento
O assoreamento consiste na obstrução de canais e leitos de rios e na deposição 
de materiais em lagos, ocasionadas pelo aumento do aporte de partículas de 
solos, rochas e materiais de alteração provenientes dos processos erosivos. 
Ele é um processo natural, já que a erosão atua constantemente no relevo, 
removendo e depositando o material ao longo do tempo. No entanto, as ações 
antrópicas, especialmente na agricultura, têm aumentado a frequência e a 
intensidade do processo de assoreamento.
Como consequências do assoreamento, pode-se citar a redução da fauna e 
da flora subaquática; a redução da qualidade e da potabilidade da água para 
uso humano e animal; a contaminação dos mananciais; a perda da capacidade 
de navegação; a diminuição da velocidade de vazão; e o aumento de eventos 
relacionados a enchentes e inundações.
Lixiviação
A lixiviação consiste em um processo físico de lavagem do solo, no qual a 
água da precipitação se infiltra no solo, carregando sedimentos e elementos 
químicos mais solúveis e empobrecendo os horizontes superiores (horizontes 
O e A). Os elementos menos solúveis, como o alumínio, são mais resistentes 
à lixiviação e permanecem no solo interagindo com os outros elementos, 
ocasionando problemas como o desequilíbrio do pH (mais ácido) e a toxidade 
do solo.
No caso do agronegócio, o excesso de irrigação, associado ao desma-
tamento e a outros manejos inadequados do solo, pode incrementar os 
processos de lixiviação dos solos, tornando-os menos férteis ao longo do 
tempo. Muitas vezes essas áreas, quando a produtividade é reduzida, são 
abandonadas, transformando-se em solos degradados e dificultando o rees-
tabelecimento de qualquer ecossistema. Isso é especialmente preocupante 
em áreas de clima tropical, como no caso do Brasil, onde a alta pluviosidade 
associada ao manejo incorreto da irrigação em solos desmatados e despro-
tegidos torna os solos ainda mais propícios à lixiviação.
Laterização
A laterização é um processo associado à lixiviação, já que, com a lavagem do 
solo pela irrigação e pela ação da precipitação (nos solos desprotegidos), os 
elementos menos solúveis, como ferro e alumínio, permanecem nas camadas 
O agronegócio brasileiro 11
superficiais. A alta concentração desses elementos forma uma crosta ferru-
ginosa no horizonte mais superficial, dificultando a penetração das raízes e 
inviabilizando o crescimento das plantas.
Os solos transformados por esse processo são chamados de “solos 
lateríticos”. As crostas que formam materiais muito consolidados, 
como rocha, são chamadas de “lateritas”. Algumas lateritas são muito ricas 
em alumínio, cujas jazidas formadas pela laterização constituem importantes 
depósitos de bauxita.
Compactação do solo
A compactação do solo é um processo em que a densidade do solo é au-
mentada. Isso promove o aumento da resistência do solo e a redução da 
porosidade, da permeabilidade e da disponibilidade de nutrientes e água.
As atividades relacionadas ao agronegócio contribuem para a compactação 
do solo devido ao manejo do solo e das lavouras, por meio do tráfego de 
maquinário pesado, e ao trânsito de animais durante o pastoreiro. O peso do 
maquinário e dos animais promove a redução dos poros presentes no solo, 
aumentando a densidade do solo e causando uma série de impactos. Entre 
tais impactos, destacam-se: a diminuição das taxas de infiltração da água no 
solo; o aumento do escoamento superficial, elevando as taxas de erosão do 
solo; e a redução da produtividade devido à dificuldade de desenvolvimento 
do sistema radicular das plantas.
Salinização
A salinidade consiste na presença de sais solúveis no solo. Quando a con-
centração de sais ultrapassa determinado padrão na solução do solo, este 
é classificado como solo salinizado. O processo de salinização geralmente 
ocorre em solos localizados em regiões de baixa precipitação pluviométrica 
e com lençol freático próximo da superfície.
Nas regiões de baixa pluviosidade, a prática de irrigação é indispensável 
para a manutenção da produtividade agrícola. No entanto, se os solos não 
apresentarem boa drenagem e se a irrigação for feita de maneira incorreta, 
a água pode se acumular no solo e, com a sua evaporação, os sais presentes 
na água e os sais já existentes nos solos e no lençol freático se acumulam, 
atrapalhando o desenvolvimento das culturas agrícolas.
O agronegócio brasileiro12
A salinização é, de certa forma, um subproduto da irrigação. Consi-
dere,por exemplo, uma lâmina de 100 mm de água, com concentração 
de sais de 0,5 g/l, aplicada a 1 hectare. Ela deposita, naquela área, 500 kg de 
sais. Daí a importância da eficiência dos sistemas de irrigação: quanto mais 
eficiente for o sistema, menores serão a lâmina de água aplicada e também a 
quantidade de sais conduzida para a área irrigada.
Desertificação
A desertificação é um processo relacionado à degradação dos solos em áreas 
áridas, semiáridas e subúmidas secas. Ela pode resultar tanto de fatores 
naturais e climáticos como de atividades humanas. Nesse sentido, a deser-
tificação pode ser definida ainda como a redução da produtividade biológica 
ou econômica das terras devido à interação complexa de fatores físicos, 
biológicos, políticos, sociais, culturais e econômicos.
As ações necessárias ao desenvolvimento do agronegócio, como o desma-
tamento e a degradação do solo pelos processos erosivos e pela lixiviação, 
deterioram o solo, originando áreas de solos rasos e com limitações quími-
cas e físicas. Essas consequências reduzem a produção e a renda, além de 
deteriorarem as condições sociais.
Poluição
A poluição pode ser definida, de forma geral, como o lançamento ou a adição 
de qualquer substância, matéria ou forma de energia (como luz, calor e som) 
ao meio ambiente em quantidades que resultem em concentrações maiores do 
que as encontradas naturalmente na natureza (CERRI NETO; FERREIRA, 2009).
As alterações promovidas pelo agronegócio, como a degradação dos solos 
por meio da erosão, da lixiviação, da laterização e da compactação, além do 
próprio manejo agrícola inadequado, como irrigação e fertilização, liberam 
uma grande quantidade de elementos químicos e sedimentos, que alteram 
o equilíbrio dos sistemas naturais.
Dessa forma, além dos impactos causados pelo agronegócio no campo, 
também há repercussões diretas e indiretas em outros sistemas, sejam eles 
antrópicos, como as cidades, ou outros sistemas naturais do entorno. No 
caso dos sistemas urbanos, a qualidade do ar e da água pode ser afetada 
pelo avanço das atividades agrícolas.
O agronegócio brasileiro 13
Já nos sistemas naturais, a inserção de elementos químicos e sais e a 
redução da qualidade do solo como um todo afetam o funcionamento dos 
ecossistemas, alterando o seu equilibro biogeoquímico e prejudicando a 
fauna e a flora.
Referências
BRONZE, G. Pantanal tem setembro com mais queimadas na história do bioma. São Paulo: 
CNN Brasil, 2020. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2020/09/17/
pantanal-tem-setembro-com-mais-queimadas-na-historia-do-bioma. Acesso em: 2 
jan. 2021.
CASTRO, C. N. A agropecuária na região centro-oeste: limitações e desafios futuros. 
Rio de Janeiro: Ipea, 2014a.
CASTRO, C. N. A agropecuária na região norte: limitações e desafios futuros. Rio de 
Janeiro: Ipea, 2014b.
CASTRO, C. N. A agropecuária na região sudeste: limitações e desafios futuros. Rio de 
Janeiro: Ipea, 2014c.
CASTRO, C. N. A agropecuária na região sul: limitações e desafios futuros. Rio de 
Janeiro: Ipea, 2014d.
CERRI NETO, M.; FERREIRA, G. C. Poluição: incompatibilidades entre conceitos legal e 
técnico. Geociências, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 165-180, abr./maio 2009.
COSTA, A. J. S. T.; PIMENTA, J. R. S.; CONCEIÇÃO, R. S. Geografia, meio ambiente e sociedade. 
Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2018.
SAUER, S. Agricultura familiar versus agronegócio: a dinâmica sociopolítica no campo 
brasileiro. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008.
Leituras recomendadas
CASTRO, C. N. A agropecuária na região nordeste: limitações e desafios futuros. Rio 
de Janeiro: Ipea, 2014.
ROSS, J. L. S. (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2011.
SANTOS, M. A. Poluição do meio ambiente. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
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O agronegócio brasileiro14
Dica do professor
As atividades desempenhadas pelo agronegócio podem causar muitos impactos ambientais. Entre 
esses impactos causados pelos empreendimentos agrícolas, a poluição é um dos mais relevantes. 
Não só porque impactam as áreas rurais e urbanas, mas também por ser um tipo de impacto que é 
potencializado por outros impactos, como a erosão e a lixiviação.
Nesta Dica do Professor, você vai ver sobre a contaminação dos solos e das águas por fertilizantes, 
pesticidas e herbicidas. 
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Exercícios
1) A organização agrícola brasileira é resultante de uma gama de processos históricos, que 
foram responsáveis pela forma como as regiões brasileiras se organizaram para a produção 
globalizada.
Considerando essa afirmação, marque a alternativa correta.
A) A região Norte foi uma das últimas a se desenvolver e integrar a cadeia de agronegócio 
brasileiro e o sistema agropecuário nacional, devido aos objetivos de ocupação territorial, que 
incentivaram o estabelecimento da agricultura familiar.
B) A região Nordeste foi beneficiada tanto pelo Ciclo da Mineração quanto pelo Ciclo do Café, 
de modo que as grandes áreas para a plantação já estavam estabelecidas, além do capital e da 
mentalidade consolidada do agronegócio. 
C) A região Sudeste, apesar de ser o “berço” das primeiras atividades agrícolas no Brasil Colônia, 
enfrentou um grande período de estagnação, sendo integrada ao agronegócio somente em 
meados do século XX.
D) A região Centro-Oeste apresentou uma ocupação territorial diferenciada. Com a expansão do 
Ciclo da Mineração e a necessidade de produtos agropecuários, passou a se destacar no 
cenário nacional, integrando o agronegócio na década de 1990.
E) A região Sul desenvolveu sua vocação agrícola graças aos fluxos de pessoas que saíram da 
região Sudeste em busca de novas fronteiras agrícolas, assim como pelo incentivo estatal, o 
que facilitou, posteriormente, o estabelecimento do agronegócio.
2) O estabelecimento do agronegócio no Brasil se deu à custa da falência de muitas pequenas 
propriedades rurais e de agricultura familiar, com consequências graves, tanto para o campo 
como para as cidades.
A partir dessa afirmação, marque a alternativa correta.
A) A expansão do agronegócio ocorreu concomitantemente a uma política de suporte à 
agricultura familiar por parte do poder público, mas alguns pequenos produtores optaram por 
migrar para as cidades. 
O estímulo ao agronegócio em detrimento da redução de políticas mínimas para a 
manutenção da agricultura familiar promoveu a sua redução em face da concorrência técnica 
B) 
e produtiva das grandes propriedades.
C) O governo federal criou políticas de incentivo tanto para o agronegócio quanto para a 
agricultura familiar, no entanto, esta, por produzir culturas variadas em um mesma 
propriedade, reduziu a produtividade e a competitividade.
D) O agronegócio superou a rentabilidade da agricultura familiar por produzir gêneros 
alimentícios de primeira necessidade, como cereais, quando as pequenas propriedades 
estavam concentradas na produção de commodities. 
E) Mesmo com um grande estímulo governamental, os produtores associados à agricultura 
familiar optaram por vender suas terras aos empreendimentos agrícolas multinacionais para 
buscar oportunidades nos espaços urbanos.
3) No Brasil, a transformação do campo pode ser dividida em algumas fases, que incluem a 
agricultura de exploração iniciada no Brasil Colônia, e que perpetuou até meados do século 
XIX, enquanto a agricultura de subsistência e a familiar buscavam sua sobrevivência com o 
avanço dos grandesempreendimentos agrícolas.
No tocante às consequências da industrialização da agricultura, é correto afirmar que:
A) a industrialização da agricultura e a oficialização do agronegócio no país permitiram melhorias 
das condições do campo para todos os agricultores, através do acesso às tecnologias de 
ponta por meio de políticas públicas.
B) o ingresso do Brasil no agronegócio permitiu uma melhor distribuição das terras, 
especialmente dos latifúndios de reserva, que foram divididos tanto para os 
empreendimentos agrícolas como para os novos agricultores familiares.
C) a inserção do Brasil no agronegócio ocasionou uma série de impactos aos pequenos 
produtores rurais, que foram pressionados pelos grandes empreendimentos agrícolas devido 
à concorrência e à produtividade, além dos impactos ambientais.
D) o agronegócio brasileiro é altamente mecanizado e tecnológico, de modo que sua grande 
produtividade é obtida com poucos impactos ambientais, além de realizarem ações 
afirmativas referentes ao meio ambiente. 
E) os grandes empreendimentos agrícolas são parceiros dos agricultores familiares, de modo a 
ceder seus maquinários e tecnologias para a pequena produção rural, garantindo melhorias na 
produtividade dessas propriedades.
4) 
As queimadas, de maneira geral, têm aumentado ano a ano em alguns dos principais biomas 
brasileiros, como pode ser observado no gráfico a seguir.
Analise o gráfico e considere a alternativa correta.
A) Os biomas com maior variação anual estão localizados no Norte e no Centro-Oeste do país. 
Por serem regiões que se encontram em desenvolvimento, é normal que haja mais queimadas 
para o crescimento das cidades. 
B) Apesar do aumento das queimadas nos biomas localizados no Norte e no Centro-Oeste do 
país, estas foram realizadas de maneira controlada, causando pouco impacto ambiental nos 
ecossistemas residuais. 
C) As queimadas aumentaram nos biomas das regiões Norte e Centro-Oeste em função do 
aumento da área plantada. A queimada é uma técnica muito econômica e sem riscos de 
limpeza das áreas, sendo muito utilizada.
D) Os biomas localizados no Norte e no Centro-Oeste do país sofreram mais com as queimadas 
por estarem em regiões de interesse de expansão de grandes empreendimentos agrícolas 
ligados ao agronegócio. 
E) O aumento das queimadas nos biomas das regiões Norte e Centro-Oeste do país é de 
responsabilidade dos agricultores familiares, que utilizam essa técnica rudimentar já que não 
têm acesso às tecnologias de ponta do agronegócio.
5) A atividade agrícola, seja de pequena, média ou grande escala, sempre ocasionará algum tipo 
de impacto ambiental. No que diz respeito aos grandes empreendimentos agrícolas, os 
impactos associados à implantação e à expansão agrícola são, geralmente, de grande 
magnitude, que causam prejuízos diretos e indiretos aos ecossistemas.
Sobre os impactos ambientais do agronegócio, é correto afirmar que:
A) o uso da terra e da água pelo agronegócio é extremamente necessário, e os lucros obtidos 
com essas atividades compensam os dados ambientais por contribuir com o PIB nacional. 
B) o Brasil é um país com grande extensão territorial, sendo detentor de muitas fontes de água 
superficial e subterrânea, de modo que os impactos ocasionados pela agricultura são muito 
pequenos.
C) processos como a salinização dos solos e a desertificação de áreas só ocorreram até o século 
XIX, especialmente na região Nordeste.
D) a poluição do ar está associada às atividades urbanas, já que é na cidade que o tráfego de 
veículos é muito mais intenso, lançando toneladas de gases que poluem o ar e reduzem a sua 
qualidade. 
E) os impactos promovidos pelo agronegócio atingem os solos e as águas superficiais e 
subterrâneas, degradando e inviabilizando o uso futuro desses sistemas.
Na prática
A agricultura familiar desempenha um importante papel não só na economia local, mas também em 
caráter regional. Além do fornecimento de alimentos, há também o papel econômico e social 
exercido pela terra, pois a partir do momento em que as pessoas conseguem extrair o seu sustento 
da agricultura, elas permanecem em seus locais de origem. Essa permanência, além de lhes garantir 
uma vida digna e com qualidade, impede que migrem para as cidades, fortalecendo os bolsões de 
pobreza e as periferias. 
Neste Na Prática, você vai ver as estratégias usadas pela professora Joana para seus alunos do 
1.° ano do Ensino Médio para reforçar a importância da valorização da agricultura familiar.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Desigualdade, agronegócio, agricultura familiar no Brasil
Leia, neste artigo, uma análise sobre a estrutura social no campo e as mudanças estabelecidas com 
o desenvolvimento do modelo de agronegócio instalado no Brasil, assim como as consequências 
para os agricultores familiares.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Impactos da expansão do agronegócio brasileiro na conservação 
dos recursos naturais
Neste artigo, você vai acompanhar um debate sobre a atuação do agronegócio brasileiro e os 
impactos ambientais provocados pelo seu modelo de produção. Veja a seguir.
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https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/article/view/712/452
https://periodicos.ufmg.br/index.php/caderleste/article/view/13160/10396

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