Buscar

Dermatite Atópica - APG 28

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
LIQUENIFICAÇÃO, PÁPULA ERITEMATOSA E 
ECZEMA 
• Liquenificação é o espessamento da pele que 
passa a exibir pregas cutâneas ou fendas 
acentuadas semelhantes a 
sulcos e rugas profundas. A 
l i q u e n i fi c a ç ã o n e s t a 
fotografia é o resultado de 
c o ç a r e e s f r e g a r 
repetidamente a pele que 
o c o r r e u d u r a n t e u m 
ep isód io de dermat i te 
atópica.
• Pápula: são lesões sólidas 
que aparecem na pele com 
menos de 1 centímetro. As 
bordas das pápulas são 
geralmente bem definidas. 
Aparentes ou nem tanto, 
podem assumi r a co r 
n o r m a l d a p e l e o u 
apresentar uma variação para marrom ou mais 
arroxeada.
• Eczema: inflamação aguda ou crônica na pele, 
sendo identificada por meio do aparecimento de 
sintomas como coceira, inchaço, bolhas  e 
vermelhidão na pele.
DERMATITE ATÓPICA 
• Eczema 
Inflamação crônica e pruriginosa nas camadas 
superficiais da pele.
As principais alterações são disfunção da barreira 
epidérmica e do sistema imune. Vários fatores (ex.: 
genéticos, imunológicos e não imunológicos) fazem 
com que o paciente reaja de forma anormal aos 
estímulos ambientais.
A pele é uma barreira que protege contra os 
estímulos externos. A pele normal apresenta uma 
camada córnea mais externa (rede), com a epiderme 
embaixo. Os queratinócitos são células que se dispõe 
uma ao lado da outra, interligadas, funcionando 
normalmente.
O indivíduo com dermatite atópica apresenta uma 
disfunção na barreira cutânea, principalmente por 
uma mutação do gene da filagrina (que codifica 
proteínas estruturais, que são essenciais para a 
formação da barreira cutânea).
A alteração da barreira cutânea, leva a uma 
desregulação do metabolismo lipídico da epiderme, a 
redução das ceramidas (moléculas lipídicas) e faz 
com que a barreira da pele não funcione mais, 
fazendo com que a água que fica em baixo da pele 
saia (perda de água transepidérmica). Com a perda 
de água e o rompimento da barreira, os irritantes 
externos do ambiente, alérgenos, bactérias, ficam 
sucetíveis a entrar na pele, ocasionando a dermatite 
atópica.
Outros fatores que influenciam na disfunção da 
barreira cutânea:
- presença de ácaros
- uso de sabões e detergentes que aumentam o pH 
da pele 
Disbiose
O sistema imune inato (primeira linha de defesa 
contra os agentes microbianos), fica alterado em 
pacientes com dermatite atópica. A resposta inata 
defeituosa reduz os peptídeos antimicrobianos e 
contribui pro aumento de infecções virais e 
bacterianas na pele, e acaba influenciando no 
desenvolvimento da dermatite atópica.
Sinais e Sintomas 
O principal sintoma é o prurido e o principal sinal é o 
eczema, que é caracterizado por lesões cutâneas 
inflamatórias como eritema, pápula, seropápula, 
vesícula, escama, crosta e liquenificação. A xerose 
(pele ressecada) também é uma característica 
constante da DA.
A dermatite atópica geralmente começa na infância, 
podendo começar até com 3 meses de idade.
- fase inicial (aguda): desenvolvem-se áreas 
vermelhas, exsudativas e crostosas e, às vezes, 
bolhas. Prurido paroxístico intenso, com lesões 
eritematopapulares e vesículas com exsudato 
seroso associadas às escoriações; A coceira é 
geralmente intensa.
- fase subaguda: Além das escoriações, há pápulas 
em menor quantidade, com algumas vesículas 
rompidas e formação de crostas. O prurido é 
variável;
- fase crônica (tardia): A pele está mais espessa 
com marcada liquenificação e pápulas fibrosadas. 
O prurido é ocasional, sendo exacerbado quando 
há agudização das lesões.
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
Obs: Em determinadas situações, o paciente pode 
apresentar as três fases simultaneamente.
Em relação à distribuição das lesões, pode ser 
classificada de acordo com a idade do paciente:
• Forma lactente (2 meses até < 2 anos): 
Predomina o eczema (face, cabeça e pescoço). 
Inicia-se nas bochechas, podendo afetar o restante 
do rosto, mas respeitando o triângulo nasolabial. 
Começa com eritema, acompanhado ou não de 
microvesículas, exsudação, crostas hemáticas ou 
amareladas e descamação. Outras áreas 
comprometidas: superfícies extensoras das 
extremidades (dorso das mãos e pés) e tronco 
(respeita área das fraldas). Infecção secundária é 
comum; 
• Fase infantil (2 até 12 anos): Pode tanto ser uma 
continuação da fase do lactente como pode iniciar-
se nesta fase da vida. Há manifestações agudas e 
subagudas, inclusive liquenificação, conforme 
tempo de atividade da doença. Geralmente 
manifesta-se como eczema flexural, com lesões em 
pregas dos cotovelos e joelhos, mas também na 
nuca, punhos e tornozelos. É menos frequente 
acometer o rosto; 
• Forma adolescente e/ou adulto: A clínica é 
semelhante à da fase infantil, mas a liquenificação é 
mais frequente. É possível observar lesões crônicas 
com períodos de manifestações agudas e 
subagudas. Geralmente manifesta-se como eczema 
flexura l , a fe tando pregas de flexão das 
extremidades, rosto, com destaque para pálpebras 
e região perioral, couro cabeludo e pescoço. Pode 
haver eczema nas mãos.
Obs: Nas crianças mais crescidas e nos adultos, as 
lesões costumam apresentar-se, recorrentemente, 
numa única zona, ou em alguns locais, especialmente 
na parte da frente do pescoço, na parte anterior dos 
cotovelos e por trás dos joelhos. 
Pode ser classificada em leve, moderada ou grave de 
acordo com diferentes parâmetros (intensidade e/ou 
extensão das lesões, repercussão na qualidade de 
vida do paciente, presença ou não de complicadores, 
avaliação do médico, entre outras).
Ainda que a cor, a intensidade e a localização da 
erupção cutânea possam variar, esta provoca sempre 
coceira. Em crianças mais crescidas e adultos, o 
principal sintoma é a coceira intensa. Esta faz com 
que as pessoas se cocem incontrolavelmente, 
ativando um ciclo de coceira-coçar-coceira que piora 
o problema. O ato de coçar continuamente causa o 
espessamento (liquenificação) da pele.
A coceira piora com o ar seco, irritação e estresse 
emocional.
Desencadeadores ambientais comuns de sintomas 
incluem:
- Banho ou lavagem em excesso;
- Sabões abrasivos; 
- Presença da bactéria Staphylococcus aureus na 
pele;
- Sudorese;
- Tecidos grosseiros e lã.
Complicações 
Coçar e esfregar a pele pode lesioná-la, permitindo a 
passagem de bactérias que provocam infecções da 
pele, dos tecidos abaixo da pele e dos linfonodos 
circundantes. Também pode haver inflamação e 
descamação disseminadas da pele.
Nas pessoas que sofrem de dermatite atópica, a 
infecção pelo vírus do herpes simples, que em outras 
pessoas costuma afetar uma pequena área com 
pequenas bolhas levemente dolorosas, pode causar 
uma doença séria, com dermatite extensa, formação 
de bolhas e febre alta (eczema herpético). 
As pessoas com dermatite atópica também têm mais 
tendência a desenvolver outras infecções na pele 
causadas por vírus (como verrugas e molusco 
contagioso, que são comuns) e infecções fúngicas da 
pele.
As pessoas que sofrem de dermatite atópica também 
têm risco maior de reações alérgicas de contato.
Diagnóstico 
É feito através do surgimento da erupção cutânea e o 
histórico familiar da pessoa.
O médico realiza o diagnóstico de dermatite atópica 
baseando-se nas características próprias da erupção 
cutânea e, muitas vezes, através da informação da 
existência de alergias, febre do feno ou asma na 
família. 
Fatores desencadeantes: 
- Agentes infecciosos (ex.: Staphylococcus aureus);
- Fungos (ex.: fungos do gênero Malassezia);
- Alérgenos alimentares; 
- Aeroalérgenos; 
- Autoantígenos;
- Fatores neuropsicoimunológicos.
A confirmação diagnóstica conforme critérios usadospela ASBAI e SBP (Antunes et al, 2017) é feita por 
pela característica essencial de prurido nos últimos 
12 meses (ou relato dos responsáveis) mais ≥ 3 
características clínicas:
- História de xerodermia nos últimos 12 meses;
- História pessoal de rinite ou asma (ou familiares de 
primeiro grau em crianças menores de 4 anos de 
idade);
- Sintomas iniciados antes 2 anos (considerando 
antes dos 4 anos);
- História do lesões em regiões flexurais (lesões 
antecubitais, políteas, cervicais, periorbitais ou em 
tornozelos);
- História do eczema em região extensora (em 
menores de 4 anos, incluir região frontal, malar e 
regiões extensoras de membros).
Eosinofilia e aumento de IgE: O diagnóstico pode 
ser reforçado pela presença de eosinofilia e aumento 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-por-herpesv%C3%ADrus/infec%C3%A7%C3%B5es-por-v%C3%ADrus-do-herpes-simples-herpes-simplex-virus-hsv
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%C3%A7%C3%B5es-virais-da-pele/condilomas
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%C3%A7%C3%B5es-virais-da-pele/molusco-contagioso
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%C3%A7%C3%B5es-virais-da-pele/molusco-contagioso
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas-da-pele/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas-da-pele
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas-da-pele/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas-da-pele
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/coceira-e-dermatite/dermatite-de-contato#v6665947_pt
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
de IgE circulante, mas 20% não têm alteração nos 
níveis de IgE. 
Teste de contato alérgico: Os testes de contato para 
atopia (APT - atopic patch tests) são usados para a 
identificação de alérgenos provocadores de lesões 
eczematosas em pacientes com DA.
Teste de provocação alimentar: A provocação 
al imentar (duplo-cego, placebo controlado) 
representa o padrão ouro no diagnóstico de alergia 
alimentar em crianças com DA. 
Gravidade clínica e psicossocial da DA:
• Livre: pele normal, sem sinais de dermatite, o que 
não impacta a qualidade de vida,
• Leve: regiões de xerodermia, pouco prurido e há 
pouco impacto nas atividades cotidianas, 
psicossociais e/ou no sono,
• Moderada: regiões de xerodermia, prurido 
frequente relacionado à inflamação (pode ter 
escoriações na pele e apresenta áreas de 
espessamento da pele) e há moderado impacto nas 
atividades cotidianas, psicossociais e/ou no sono,
• Grave: xerodermia difusa, prurido constante 
relacionado à inflamação (pode ter escoriações na 
pele e apresenta áreas de espessamento da pele 
com liquenificação, pigmentação alterada e 
sangramento) e há grande impacto nas atividades 
cotidianas, psicossociais e/ou no sono.
Tratamento 
- Medidas para aliviar a coceira;
- Cuidados com a pele;
- Corticosteroides;
- Medicamentos imunomoduladores (podem diminuir 
a necessidade do uso em longo prazo de 
corticosteroides;
- Crisaborole (pomada);
- Fototerapia;
- Às vezes antibióticos.
Não existe uma cura, mas a coceira pode ser aliviada 
com medicamentos aplicados na pele (tópicos) ou 
administrados por via oral
REFERÊNCIAS: 
•

Continue navegando