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Profa. Dra. Valéria Eugênia Garcia UNIDADE III Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo (Urbanismo I) 1. Cidade industrial (1850-1921) 2. Cidade moderna (1922-1960) 3. Cidade pós-moderna (1961-1991) 4. Cidade contemporânea (1992 -Hoje) Cronologia do desenvolvimento urbano Exemplo de projeto urbano contemporâneo Vista aérea do Centro Cultural de Suzhou (2013-2020) Tongzhou – Suzhou – China Arquiteto: Christian de Portzamparc Fonte:_https://www.christiandeportzamparc.co m/en/projects/centre-culturel-suzhou-2 A organização da cidade por meio de vias de circulação (ruas) que delimitam a ordenação privada do território determinou o desenho do espaço público genérico das cidades pré- industriais e industriais. A constituição de quadras como resultado oposto dos vazios viários, negativo privado do espaço público, manteve-se como consequência obrigatória da consolidação dos núcleos urbanos ao longo dos séculos. Quadras moldaram a forma urbana, tanto em cidades de ocupação espontânea, quanto naquelas de matriz planejada (NOTO; SILVA, 2019). Portzamparc e a Terceira Era das Cidades Diagrama organização de vias e quadras ao longo do desenvolvimento urbano. Realizada por Emest May em 1930. Fonte: Noto; Silva (2019). Christian de Potzamparc (1944), no artigo “A terceira era da cidade”, organiza a apropriação das ruas e quadras no tecido urbano em três períodos (FIGUEROA, 2006): Portzamparc e a Terceira Era das Cidades CIDADE PRÉ-INDUSTRIAL Edifícios erguidos no alinhamento, espaço reduzido interior da quadra. CIDADE INDUSTRIAL Em Paris, Haussmann (1853-1870) marca o momento em que o Estado atua por meio de diretrizes urbanísticas. Em Barcelona, Cerdá (1859-1864) elabora o plano diretor que propõe o traçado ortogonal, quadras de 113m x 113m e vias de 20m de largura. Primeira Era das Cidades Fonte: Figueroa (2006). Rejeição da rua como modelo de ocupação da cidade. Edifícios, antes desenhados pela matriz urbana existente, tornaram-se objetos autônomos e precisos. Lógica de organização moderna pautada pela racionalidade. A difusão do automóvel transformou a lógica de funcionamento dos sistemas de deslocamento urbano. A rua não é o único lugar do pedestre, uma vez que as distâncias a serem percorridas passam a contar com o auxílio da mecanização. Os espaços públicos se multiplicam em dimensão e frequência. (FIGUEROA, 2006). Portzamparc e a Terceira Era das Cidades CIDADE MODERNA A lógica milenar de construção da cidade a partir da distinção entre cheios e vazios é subvertida pela possibilidade de multiplicação dos vazios e de concentração (em altura) dos cheios. Segunda Era das Cidades Quadra com edifícios laminares paralelos Portzamparc e a Terceira Era das Cidades CIDADE MODERNA Forma laminar, opção pela ausência de hierarquia entre as partes, capacidade de crescimento ilimitado, relação de proximidade entre o espaço interior e o espaço exterior. Segunda Era das Cidades No III CIAM (Bruxelas, 1930), Gropius lança a questão: “Habitação alta, média ou baixa?”. Inversão de papéis: a habitação deixa de ser resultado da forma do edifício, que era resultante da forma do lote, que era resultante da sua localização na quadra. Para o urbanismo moderno, a célula de habitação é o elemento base da formação da cidade. Fonte: Figueroa (2006). Edifício-Cidade Portzamparc e a Terceira Era das Cidades CIDADE MODERNA Desconstrução da rua corredor na formulação do urbanismo da civilização maquinista. Segunda Era das Cidades Síntese do pensamento de Le Corbusier, a Unité d’Habitation representa ruptura com a cidade tradicional, à medida que dilui o sentido de quadra tradicional como processo gradativo. A substituição da quadra pela unidade habitacional: crítica à rua corredor. Edifícios sobre pilotis em concordância com as prescrições da Carta de Atenas viabilizam sua implantação de forma desvinculada com o sistema viário (FIGUEROA, 2006). Fonte: Figueroa (2006). Megaestruturas Portzamparc e a Terceira Era das Cidades CIDADE PÓS-MODERNA Exaltação estrutural e tecnológica que se sobrepõe ao ambiente urbano existente. Produz topografia artificial que comporta as mais distintas atividades necessárias para uma metrópole. A paisagem artificial em múltiplos níveis gera um sólido tridimensional. Segunda Era das Cidades Revisão dos princípios da cultura moderna, eclosão de distintas tendências arquitetônicas nos países industrialmente avançados e o otimismo em relação às novas possibilidades tecnológicas tornam a década de 1960 um período de grande experimentalismo. Das propostas radicais do grupo Archigram às fantasiosas ideias do Superstudio, todas compartilham o ideal do progresso ilimitado do positivismo moderno (FIGUEROA, 2006). Fonte: Figueroa (2006). Portzamparc e a Terceira Era das Cidades A Terceira Era das cidades considera a cartilha de Jane Jacobs que contesta a separação das funções (habitação, lazer, trabalho e circulação) em prol da diversidade do ambiente urbano: CIDADE CONTEMPORÂNEA A cidade da Terceira Era é formada por arquipélagos de bairros que se costeiam e fragmentos de todas as escalas, alguns inteiros e quase homogêneos em relação à época de sua formação, outros bastante heterogêneos. (PORTZAMPARC, 1997) Terceira Era das Cidades Diagrama: conceitos na proposição dos arquipélagos urbanos. Fonte: Autoria própria. Vantagens da construção civil com impacto na produção de cidades: Tecnologias desenvolvidas nas últimas décadas. Steel frame. Glulam (MLC). Protocolos de otimização do trabalho no canteiro de obras. Portzamparc e a Terceira Era das Cidades Fonte:_https://www.archd aily.com.br/br/928061/o- que-e-madeira-laminada- colada-mlc-ou-glulam • Relacionamento rasos; • Sedentarismo; • Doenças mentais (depressão); • Aceleração da atividades cotidianas; • Instantaneidade. Desafios a serem enfrentados pelo urbanismo contemporâneo: Portzamparc e a Terceira Era das Cidades Redefine a noção de rua quarteirão por meio de uma solução híbrida, a “quadra aberta” que admite soluções arquitetônicas livres. Espaços públicos adentram áreas do domínio privado, ocupando os interiores das quadras e os desenhando como extensão da rua. Objetos autônomos, mas ligados entre si por regras que impõem vazios e alinhamentos parciais. Formas individuais e formas coletivas coexistem (NOTO; SILVA, 2019). CIDADE CONTEMPORÂNEA A quadra arquipélago reconhece a herança que a modernidade impôs ao oferecer alternativas arquitetônicas bem-sucedidas em diversas escalas. Utiliza edifícios multifuncionais para prover flexibilidade de circulação e de usos. Terceira Era das Cidades QUADRA ABERTA Fonte: Figueroa (2006). O plano de massa é substituído por diretrizes abertas a variações. A proposta aceita variados programas e materiais construtivos. Respeita o gabarito adjacente do bairro (quartier) em uma proposta de quadra aberta. Atende à flexibilidade da vida urbana contemporânea que pode combinar o grande, o médio, o pequeno e o evolutivo. Portzamparc e a Terceira Era das Cidades Fonte:_https://www. christiandeportzam parc.com/en/project s/quartier-massena/ Alinhamentos parciais (ora alinhado, ora recuado); Permeabilidade para pedestres; Variedade volumétrica; Variedade do tamanho e da localização dos espaços livres; Valorização das pré-existências; Valoriza a escala humana. Portzamparc e a Terceira Era das Cidades QUADRA ABERTA Les Hautes Formes, Paris. Arquiteto: Christian de Portzamparc, 1975. Fonte: Portzamparc (1997). Terceira Era das Cidades: Quartier Massena Christian de Portzamparc (1944) Projeto urbano: 1994. Volumetria, segmentação dos blocos, disposição das vias e jardins públicos. Área construída: 337mil m² Habitação: 67.200 m² Lojas: 36.900 m² Escritórios: 117.600 m² Equipamentos: 5.200 m² Universidade: 110.000 m² Parque e Jardim Público: 11,2 ha FICHA TÉCNICA Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA Fonte:_https://www.christiandeportzamparc.c om/en/projects/quartier-massena/ Quartier Massena, Paris (1994-1995) Terceira Era das Cidades: Quartier Massena Edificações são separadas e independentes, situação que permite a implantação de aberturas internas para jardim e iluminação natural. Permeabilidade entre as quadras e valorização da circulação peatonal. Vias locais ligadas a duas avenidas coletoras. Circulação de pedestres dispostas junto às vias de trânsito e separadas no interior das quadras. Fonte: autoria própria. Terceira Era das Cidades: Quartier Massena Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA Fonte:_https://www.christiandeportzamparc.co m/en/projects/quartier-massena/ Atende à flexibilidade da vida urbana contemporânea que pode combinar o grande, o médio, o pequeno e o evolutivo. Volumes atendem ao gabarito das áreas históricas da cidade: 6 pisos. A implantação dos edifícios facilita a iluminação e a insolação. Quartier Massena SEMAPA estabelece cooperação entre escritórios de arquitetura por meio de concursos. Habitação (5 mil unidades distribuídas entre apartamentos para estudantes, interesse social e iniciativa privada); Escritórios; Biblioteca Nacional e a Universidade de Paris. Rive Gauche: Paris – França Programa de Paris Rive Gauche: 1991-1995 Investimento: 3 bilhões de euros; Preexistência: 260 mil m² de linhas férreas (cobertas); Habitação: 430 mil m²; Escritórios: 710 mil m²; Equipamentos Públicos: 662 mil m²; Área Verde: 98 mil m². SEMAPA: Empresa de Estudos, Gestão de Projetos e Desenvolvimento Parisiense FICHA TÉCNICA Conceito: Interligar bairros (Austerlitz, Tolbiac, Masséna e Bruneseau) ao Rio Sena. Dimensão: Revitalização de área de interesse histórico de 1,3 km². Desafio: Superar a declividade do terreno e remanejar área de 260 mil m² cobertas por linhas férreas. Economia: Criar novo pólo econômico, atrair indústrias e gerar empregos. Social: Promover a miscigenação urbana. Rive Gauche: Paris – França Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA Fonte: https://www.skyscrapercity.com/threads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/ Gare e linhas férreas Biblioteca e Universidade Área Comercial e corporativa AUSTERLITZ TOLBIAC MESSÈNA BRUNESEAU Foco do projeto - sustentabilidade e equilíbrio social: Propõe habitações de interesse social. Gerencia consumo de energia e gestão de água. Redução da poluição sonora. Geração de empregos. Lazer. Rive Gauche: Paris – França Fonte:_https://www.skyscrap ercity.com/threads/paris- rive-gauche-u-c.2129472/ Paris - Rive Gauche, 1991. Antes da intervenção. Paris - Rive Gauche, atualmente. Rive Gauche: Paris – França AUSTERLITZ TOLBIAC MESSÈNA BRUNESEAU Utilização de transportes menos poluentes: metrô, aluguel de bicicletas em pontos estratégicos do bairro. Fonte: https://www.skyscrapercity.com/threads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/ PARC DE BERCY Rive Gauche: Paris – França Edifício Multifuncional: 2021 Em construção Programa: Escritórios e Hotel Área: 96.500 m² Altura: 180m e 125m Pisos: 39 e 25 Arquiteto: Jean Nouvel TOURS DUO Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA Fonte:_https://www.skyscrapercity.com/t hreads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/ Rive Gauche: Paris – França Edifício Multifuncional: 2022 Em construção Programa: Habitação e Museu Área: 6 338 m² Altura: 51 m Pisos: 15 Arquiteto: Moreau Kusunoki LE BERLIER Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA Fonte:_https://www.skyscrapercity.com/thr eads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/ Rive Gauche: Paris – França Edifício Multifuncional: 2022 Em construção Programa: Habitação Área: 8 616 m² Altura: 58 m Pisos: 16 Arquiteto: LAN WOOD’UP Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA Fonte: https://www.skyscrapercity.com/threads/p aris-rive-gauche-u-c.2129472/ Renovação de área histórica no centro de Berlim. 1945: Área devastada por bombardeios. 1961: Construção do Muro de Berlim. 1989: Derrubada do Muro de Berlim. 1990: Foco de atenção para requalificação urbana da área. Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha Potsdamer Platz - Berlim: 1992-2000 Cliente: Daimler-Chrysler AG Preexistência: Espaço histórico, adjacências do Muro de Berlim Investimento: 2.2 bilhões de dólares Programa: Projeto urbano e 8 edifícios Terreno: 68 000 m² Área construída: 350 000 m² Arquiteto: Renzo Piando, RPWB em colaboração com Christoph Kohlbecker FICHA TÉCNICA Potsdamer Platz. Fonte: http://www.rpbw.com/project/potsdamer-platz Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha Diretrizes construtivas: blocos urbanos compactos, espaços abertos no piso térreo. Variedade de usos: escritórios, lojas, apartamentos, restaurantes, cinemas, teatros, restaurantes. Vitalidade urbana responde à opção de uso misto que reconecta partes da cidade antes separadas pelo Muro de Berlim. Utiliza elementos relevantes da cena urbana da cidade: áreas verdes e água. Potsdamer Platz Fonte:_http://www.rpbw.com/projec t/potsdamer-platz Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha RPWP – Responsável pelo projeto de 8 edifícios. Concepção dos 10 blocos restantes responde a concursos abertos à colaboração de outros escritórios de arquitetura. Tecnologia de ponta da engenharia naval permite que os blocos de fundação permaneçam submersos. Fachadas e ladrilhos de terracota. Potsdamer Platz Fonte:_https://architectuul.com/ar chitecture/potsdamer-platz- masterplan Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha Dois edifícios de escritórios locados como sentinelas na entrada do complexo. Potsdamer Platz Fonte: https://architectuul.com/architecture/potsdamer-platz-masterplan Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha Potsdamer Platz Fonte: https://architectuul.com/architecture/potsdamer-platz-masterplan Galeria contemporânea localizada no passeio comercial e integra todos os edifícios. Complexo de entretenimento: teatro e cassino, concebidos em sintonia com o projeto da Neue Staatsbibliothek (1967-1978). No âmbito da elaboração de diagnósticos precisos que compreendam áreas centrais passíveis de requalificação ressalta-se a necessidade do domínio do vocabulário que circunscreve a leitura do espaço. Castilho e Vargas (2006) observam que os centros das cidades têm recebido diversas adjetivações: centro histórico, centro de negócios, centro tradicional, centro de mercado, centro principal ou, simplesmente, centro. Leia e analise as alternativas a seguir e assinale a que não é pertinente ao juízo de centro, em qualquer uma das condições expostas acima. Interatividade a) Ponto para onde convergem os trajetos ou as ações particulares que facilitam o encontro, o descanso e o abastecimento, definindo-o historicamente como o lugar de trocas comerciais. b) Agregam-se, assim, diversas atividades urbanas como as religiosas, as de lazer, as políticas, as culturais e as atividades financeiras. c) Local associado à origem do núcleo urbano; consequentemente, à valorização do passado. d) Implica a presença de diversidade étnica, cultural e pluralidade socioeconômica. e) Regiões afastadas da dinâmica de comércio, das atividades bancárias e financeiras, abstraídas dos fluxos de convergência, de trajetos e distantes de espaços destinados às atividades culturais, religiosas e de lazer. Interatividade a) Ponto para onde convergem os trajetos ou as ações particulares que facilitam o encontro, o descanso e o abastecimento, definindo-o historicamente como o lugar de trocas comerciais. b) Agregam-se, assim, diversas atividades urbanas como as religiosas, as de lazer, as políticas, as culturais e as atividades financeiras. c) Local associado à origem do núcleo urbano; consequentemente, à valorização do passado. d) Implica a presença de diversidade étnica, cultural e pluralidade socioeconômica. e) Regiões afastadas da dinâmica de comércio, das atividades bancárias e financeiras, abstraídas dos fluxos de convergência, de trajetos e distantes de espaços destinados às atividades culturais, religiosas e de lazer. Resposta Os centros das cidades têm sido identificados como espaços dinâmicos da vida urbana, animados pelo fluxo de pessoas, veículos e mercadorias decorrentes da marcante presença das atividades terciárias, transformando-se no referencial simbólico das cidades. Sendo lugares historicamente eleitos para localização de diversas instituições públicas e religiosas, os centros têm a sua centralidade fortalecida pela somatória de todas atividades, e o seu significado, por vezes, extrapola os limites da própria cidade (CASTILHO; VARGAS, 2006). Resposta Parque Linear do Rio Manzanares, Madrid – Espanha Parque Linear do Rio Manzanares - Madrid: 2006-2011 Investimento: 5 bilhões de euros Preexistência: Pistas da Rodovia M30, tráfego diário de 200 mil veículos Programa: Revitalização e Paisagismo Área: 80 000 m² Arquitetos: West 8, Burgos & Garrido, Porras La Casta, Rubio Alvarez Sala Coordenação de Projeto: Ginés Garrido Colomero FICHA TÉCNICA Requalificação Parque Linear Rio Manzanares-Madrid Fonte: https://niusdiario.art/es/madrid-rio- urbanity.html A organização de túneis resguarda o parque das vias de veículos particulares. Projeto prioriza transporte público. Áreas de esporte, recreação e convívio: 253 mil m². Lazer: praia urbana no verão. Parque Linear do Rio Manzanares, Madrid – Espanha (SOARES, 2017). Pinheiros vivos Jardins da Virgem do Porto Acesso à casa de campo Reservatórios temporários Pomar da partida Centro de estudos hidrográficos Avenida de Portugal Parque Arganzuela Jardins da Ponte de Segóvia Casa do relógio Jardins da ponte de São Isidro Matadouro Jardins da ponte de Toledo Passeio da Ribeira Sul Jardins de Antonio López Nó Sul Entorno da ponte Praga Oeste Esportivo Edificação Calçadas Agentes de intervenção rápida Rua 30 Jogos infantis Atividades saudáveis Estruturas fluviais Elementos de água Manutenção Madrid-Rio Projetos complementares LEGENDA Fonte: acervo pessoal. Projeto preserva blocos de edifícios existentes. Levantamentos, análises e diagnóstico levam em consideração estrutura preexistente. Qualifica margens do Rio Manzanares. Calçamento valoriza circulação peatonal. Ligação entre margens facilita circulação e dinamiza áreas comerciais. Parque Linear do Rio Manzanares, Madrid – Espanha Parque Madri-Rio Fonte: https://www.skyscrapercity.com/threads/madrid- van-prado-tot-real.2298687/#post-171642023 Produção do espaço urbano a partir de 1990: associada ao modo de produção flexível. Significa: atender as necessidades dos usuários que demandam diversidade de produtos sem sacrifício das vantagens econômicas. O conceito de cidade muda com a globalização que prioriza o fluxo: domínio do trajeto, do movimento em detrimento das trocas e do encontro. Capital imobiliário: cria localizações privilegiadas e induz a demanda pela oferta. Poder Público: investe na valorização positiva da imagem local da cidade para a captação de recursos e desenvolvimento da economia urbana (VARGAS; CASTILHO, 2006). Projeto urbano no contexto contemporâneo: Modelo Barcelona Diagrama ilustra a organização da produção/qualificação de ambientes urbanos contemporâneos. Fonte: autoria própria. Olimpíadas de 1992 em Barcelona, exemplo paradigmático: Promove a transformação de áreas portuárias deterioradas, tornando-se conhecida e cobiçada por meio do City Marketing. Objetivo: intervenção urbana se transforma em modelo para todo o mundo dada a recuperação da base econômica: emprego e renda no âmbito local. Estratégias: dimensão dos projetos, foco da intervenção, forma de gestão e divulgação. Resultado: proliferação de grupos envolvidos nos processos de intervenção urbana. Consequência: cidade pensada como um empreendimento a ser gerenciado, mediante a adoção de princípios do planejamento estratégico. Projeto urbano no contexto contemporâneo: Modelo Barcelona Fonte: adaptado de: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e6/Torre_Agbar_- _Barcelona%2C_Spain_-_Jan_2007.jpg Lira (2011) mostra uma leitura espacial da cidade a partir de cenas da Praça dels Àngels, empreendida como espaço de trânsito, não de permanência. Usuários da praça são empurrados para suas bordas. Biutiful (2011) dirigido por Iñárritu. Uxbal (Javier Bardem) olha pela janela do hospital uma Barcelona diferente do modelo divulgado como empreendimento de renovação de áreas degradadas. Nas cenas do filme, os elementos de renovação urbana aparecem ao fundo ligeiramente embaçados ou apagados. Projeto urbano no contexto contemporâneo: Modelo Barcelona Barcelona fora do roteiro do City Marketing: marginalização dos usuários da Praça dels Àngles, Lima (2011). Cena do filme Biutiful, 2011. Fonte: acervo pessoal. Idoso Turista Compras Cachorro Serviço Skater Família Trânsito Skater A visibilidade que a arquitetura proporciona aos investidores urbanos transforma a cidade em produto de consumo. Defensores de ações urbanísticas de grandes proporções apontam que produtos imobiliários de última geração são elementos catalisadores de processos de recuperação urbana. Vargas e Castilho (2006) ressaltam o paradigma de Barcelona que serviu de referência para Faneuil Hall Marketplace, Battery Park, Puerto Madero e Projeto Porto Maravilha no Rio de Janeiro. Projeto urbano no contexto contemporâneo: Modelo Barcelona Porto Maravilha, Rio de Janeiro – Brasil Porto Maravilha – Rio de Janeiro: 2009-2014 Coordenação: Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP). Obras: Consórcio “Porto Novo”, Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia. Investimento: 8 bilhões de reais (estimativa). Área: 5 milhões m². Preexistência: Região Portuária do Rio de Janeiro. Programa: revitalização urbana da Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) da região do Porto do Rio. Objetivo: qualificar região para a Copa Fifa de 2014 e Jogos Olímpicos de Verão, 2016. FICHA TÉCNICA Porto Maravilha (Rio de Janeiro) Fonte: https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/financeirizacao- mercantilizacao-e-reestruturacao-espaco-temporal/ Cartilha realizada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP) mostra referências para elaboração do projeto: Barcelona, São Francisco e Buenos Aires (RIO DE JANEIRO, 2009). Proposta declara objetivo de desenvolvimento econômico da área e criação de oportunidades de emprego, moradia, transporte, cultura e lazer para a população local. Porto Maravilha, Rio de Janeiro – Brasil Porto Maravilha (Rio de Janeiro) Apresentação da proposta com mapeamento, análise, diagnóstico e cronograma de trabalho Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6165 511/4162118/projeto_porto_maravilha.pdf DIVERSAS CIDADES REVITALIZARAM SUAS ÁREAS PORTUÁRIAS, CRIANDO NOVAS ALTERNATIVAS DE ECONÔMICAS E SOCIAIS (1/2) DIVERSAS CIDADES REVITALIZARAM SUAS ÁREAS PORTUÁRIAS, CRIANDO NOVAS ALTERNATIVAS DE ECONÔMICAS E SOCIAIS (2/2) 1986 1992 PORTO MARAVILHA PORTO MARAVILHA São Francisco Buenos Aires Barcelona Revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, compreendida por 5 milhões de metros quadrados. Engloba parte dos bairros do Caju, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e parte do centro da cidade. Porto Maravilha, Rio de Janeiro – Brasil Projeto Porto Maravilha (Rio de Janeiro) Fonte: https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/financeirizacao-mercantilizacao-e- reestruturacao-espaco-temporal/ Programa consiste na reurbanização de vias, recuperação e ampliação da infraestrutura, implantação de veículo leve sobre trilhos (VLT), construção de túneis, além da implantação de mobiliário urbano e redes de ciclovias. Premissas: preservação de patrimônio histórico e construção de edifícios de impacto cultural: Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) e o Museu do Amanhã por meio de parcerias público-privadas (ZENATO; SILVA, 2017). Porto Maravilha, Rio de Janeiro – Brasil Porto Maravilha (Rio de Janeiro) Museu de Arte do Rio (MAR) Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Museu _de_Arte_do_Rio_1.jpg Museu do Amanhã: Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Museu _do_Amanh%C3%A3_11_2015_Rio_753.JPG Demolição de parte do elevado da perimetral realizada (2013-2014) possibilita: Construção de 17 km de ciclovia e diversos túneis (2015-2016). Qualificação das calçadas, implantação de mobiliário urbano e arborização. Instalação do Teleférico da Providência (2014). Implantação do VLT que integra aeroporto, rodoviária e os demais modais de transporte. Porto Maravilha, Rio de Janeiro – Brasil Requalificações na Praça XV e nos Galpões da Gamboa. Museu do Amanhã e requalificação da Praça Mauá (ZENATO; SILVA, 2017). O papel das exposições mundiais tem sido significativo nos processos de transformação da arquitetura e do urbanismo. Ao longo da história, cada nova Expo ofereceu aos arquitetos uma oportunidade de apresentar ideias radicais e usar esses eventos como um laboratório criativo para testar inovações ousadas em tecnologia de projeto e construção. Profissionais da arquitetura têm oportunidade de avançar para além das restrições programáticas e expressar ideias em sua forma mais pura (RWAN, 2018). Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade Fonte: acervo pessoal. Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade Expo98: Lisboa, 1994-1998 Cliente: Parque Expo 98 S.A. Preexistência: região portuária localizada no Tejo, cidade de Lisboa. Programa: projeto de edifícios representantes de vários países, blocos permanentes e habitação de interesse social. Área: 70 ha. Arquiteto: Manuel Salgado, Marino Fei, Tomás Salgado e João Almeida. FICHA TÉCNICA EXPO 98: Exposição Mundial de Lisboa em 29 de maio, 1998. Foto: Vitor Oliveira. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Expo_98_- _Lisboa_(Portugal)_(2513077565).jpg O projeto urbano do Parque Expo foi realizado com objetivo de recuperação urbanística e ambiental de Lisboa. A organização da exposição recebeu autorização para conceber, executar, construir e explorar a região da exposição, bem como intervir na restruturação urbana da zona oriental de Lisboa. Guardadas algumas críticas, a intervenção se apresenta com um caso bem-sucedido de aplicação de programa estratégico voltado à qualificação da imagem urbana da cidade global portuguesa. Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade Plano de Urbanização da Expo 98 (NUNES DA SILVA; SEDOURA; COSTA; BENTO; LAJA, 2009). Limite da zona de proteção Limite da zona de intervenção Limite do concelho Limite da freguesia Habitação Habitação/Comércio Uso Misto/Multiusos Multiusos/Comércio Comércio Equipamentos Desporto Serviço urbano Indústria Turismo Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade Exposição Mundial de 1998 (Expo 98), mais do que a temática voltada à preservação dos oceanos como patrimônio da humidade, mostrou-se sensível aos processos de qualificação de áreas portuárias em vias de degradação. Organizadores optaram em realizar um projeto urbano que preserva parte dos edifícios ao final da exposição. A implantação do recinto na região oriental da cidade participa de qualificação de áreas residuais e vazios urbanos. EXPO 98: Exposição Mundial de Lisboa. Fonte: https://espacodearquitetura.com/projetos/expo9 8-espaco-publico-do-recinto/ Pensando nas duas primeiras décadas do novo milênio, a partir das Expos como termômetro, o que se pode vislumbrar? Expos: perspectivas para o futuro Fonte: acervo pessoal. Em 2010, BIG (Bjarke Ingels Group) propõe um edifício em espiral, com estacionamento de bicicletas sobre a cobertura. O que significa: a infraestrutura para bicicletas tem sido ampliada. Implantação de ciclovias nas metrópoles é notícia comum e a conversão permanente das rotas ferroviárias, orlas, docas e fábricas opta por corredores não veiculares de circulação. Na Expo Milão realizada em 2015, o designer Wolfgang Buttress recebe a medalha de ouro do evento ao propor uma instalação artística que circunscreve a relevância das abelhas para a manutenção da produção de alimentos. O que significa: a obra reforça a sensibilidade para a sustentabilidade da vida no planeta. Em Dubai 2020, o pavilhão Nature.Nurture.Future, de Singapura, ilustra uma associação entre arquitetura, natureza, tecnologia e cultura para um futuro sustentável. O que significa: as múltiplas camadas do espaço criam um ecossistema autossuficiente que destaca uma proposta sustentável e resiliente pela associação entre tecnologia e natureza. Expos: perspectivas para o futuro Leia com atenção o texto que se apresenta abaixo que complementa os assuntos tratados em aula e auxiliam a resposta da questão proposta: O processo de espetacularização urbana está cada vez mais explícito e sua crítica já se tornou recorrente no meio acadêmico, mesmo que muitas vezes com outros nomes: cidade-cenário, cidade-museu, cidade genérica, cidade parque-temático, cidade-shopping, em resumo: cidade-espetáculo. Correntes urbanas aparentemente distintas como o planejamento estratégico, o urbanismo extra large ou o urbanismo corporativo chegam a um mesmo resultado: a mercantilização espetacular das cidades, o que pode ser visto como um pensamento hegemônico, único ou consensual. [Texto continua] Interatividade Diferentes processos urbanos, tais como: estetização, culturalização, patrimonialização, museificação, gentrificação, disneylandização, shoppinização fazem parte do mesmo processo de espetacularização das cidades contemporâneas que, por sua vez, é indissociável das estratégias de marketing ou mesmo do que se chama branding, que buscam construir uma nova imagem para as cidades contemporâneas de modo a lhes garantir um lugar na geopolítica das redes globalizadas de cidades turísticas e culturais. Talvez um dos maiores exemplos disso seja ainda o chamado “modelo Barcelona” que, em sua versão para exportação, em particular para América Latina, oferece consultores especializados na criação de imagens-cenários e na construção de consensos-simulacros de participação (JACQUES, 2009). Interatividade Avalie as afirmações dispostas abaixo e assinale a alternativa incorreta: a) O processo de espetacularização urbana diz respeito a uma lógica de criação de imagens e construção de consensos que são estratégicos para a organização publicitária e o incremento do consumo. b) O gosto pós-moderno pelas imagens passa pela transformação das próprias imagens em mercadoria, tendo como finalidade principal a manipulação do gosto e da opinião. c) A forma abrangente do planejamento urbano pós-moderno tem apenas desdobramentos positivos para a qualidade das cidades contemporâneas. d) A produção imagética sobre as ações de planejamento urbano tem sua história ligada às estratégias do City Marketing inaugurada pela reformulação espacial de Barcelona para os Jogos Olímpicos de 1992. e) A cidade pós-moderna é a própria encarnação dos simulacros voltados para construção de consensos. Interatividade Avalie as afirmações dispostas abaixo e assinale a alternativa incorreta: a) O processo de espetacularização urbana diz respeito a uma lógica de criação de imagens e construção de consensos que são estratégicos para a organização publicitária e o incremento do consumo. b) O gosto pós-moderno pelas imagens passa pela transformação das próprias imagens em mercadoria, tendo como finalidade principal a manipulação do gosto e da opinião. c) A forma abrangente do planejamento urbano pós-moderno tem apenas desdobramentos positivos para a qualidade das cidades contemporâneas. d) A produção imagética sobre as ações de planejamento urbano tem sua história ligada às estratégias do City Marketing inaugurada pela reformulação espacial de Barcelona para os Jogos Olímpicos de 1992. e) A cidade pós-moderna é a própria encarnação dos simulacros voltados para construção de consensos. Resposta Comentário: Os espaços públicos contemporâneos, assim como a cultura são vistos como estratégicos para a construção e a promoção de imagens pensadas como peças publicitárias destinadas ao consumo imediato. Nesse sentido, as transformações urbanas de Barcelona, Olímpiadas de 1992, tornaram-se um produto. Assim, o modelo Barcelona de planejamento passou a ser comercializado como referência de boas práticas de renovação espacial. Em perspectiva crítica, trata-se de projetos que buscam transformar os espaços públicos em cenários, fachadas sem corpo: pura imagem publicitária. As cidades cenográficas contemporâneas estão cada dia mais padronizadas e uniformizadas. Resposta FIGUEROA, M. Habitação coletiva e a evolução da quadra. Vitruvius, Arquitextos, fev. 2006. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.069/385. Acesso em: 14 jul. 2022. JACQUES, P. Notas sobre o espaço público e imagens da cidade. Vitruvius, Arquitextos, jul. 2009. 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