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1 
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1 – Introdução 2 
2 – Simulado 2 
2.1 Linguagem 2 
2.2 Tipologia textual 5 
 Fonética 7 
2.4 Frase, oração e período 8 
2.5 Tipos de discurso 9 
2.6 Relação de coordenação e subordinação das orações 11 
2.7 Pontuação 16 
 – Questões Comentadas 18 
 Linguagem 18 
 Tipologia textual 22 
 Fonética 25 
 Frase, oração e período 26 
 Tipos de discurso 28 
 Relação de coordenação e subordinação das orações 
 Pontuação 
4 – Gabarito 42 
 
 
 
Carlos Roberto
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1 – INTRODUÇÃO 
Olá, caros alunos. Como estão? Neste momento, vocês terão a oportunidade de exercitar o que aprenderam 
nas aulas anteriores por meio da resolução das questões do nosso simulado. 
É importante que vocês tentem simular também a situação de realização da prova, dispensando a consulta 
ao material, uma vez que assim a preparação será ainda mais eficiente. 
Desejo um excelente treino a vocês. Grande abraço! 
2 – SIMULADO 
2.1 Linguagem 
Texto 
 
 A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue o item. 
1. O autor do texto optou pela utilização de um nível de linguagem predominantemente informal como 
estratégia para atrair o interesse dos leitores. 
Texto 
Nosotros 
Descobertos por povo marítimo e povo marítimo nós mesmos (sempre tivemos as costas largas), era natural que 
medida marítima, o nó náutico, nos fosse tão importante. Como, daí em diante, foram importantíssimos pra nós 
Carlos Roberto
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os nós da madeira do pau-brasil que exportávamos com nó na garganta (sabendo já que exportávamos meio 
ambiente), ameaçados pelo nó da forca portuguesa. 
Millôr Fernandes. Veja, 11/ 2005, p. 
Tendo como base o texto “Nosotros”, julgue o item abaixo. 
2. A palavra nosotros não pertence ao léxico da língua portuguesa. Ao buscar em outra língua o título 
do texto, o autor está contribuindo para desnacionalizar a língua portuguesa, por meio da infiltração 
de estrangeirismos ou empréstimos desnecessários. 
Texto 
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item. 
 As expressões “porcarias”, no segundo quadrinho, e “Não tem jeito”, no último quadrinho, são 
típicas da modalidade oral, e seu emprego é adequado ao nível de formalidade do gênero tirinha. 
Texto 
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado, 
porque parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado do 
leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma constante em 
nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que 
reconforta nervos abalados. É paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em 
nossa corrente sanguínea, mas não pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram 
pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a 
Antiguidade, sobretudo porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há séculos, 
sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. Também não escapou aos médicos de 
outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na urina”, diziam os 
gregos. 
Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — inusitadas e reveladoras 
histórias da medicina. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações). 
No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item. 
Carlos Roberto
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4. Há uma metáfora no período “Há séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o 
formigueiro”. 
Texto 
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus 
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar 
a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. 
Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa 
de maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África. 
[...] 
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado. 
Brasília, 4/jul./ p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com 
adaptações). 
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. 
5. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro 
parágrafo poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era possível que o marido matasse a esposa 
pela mera suspeita de traição da parte dela. 
Texto 
A experimentação é característica dos processos de aquisição de conhecimentos. Ao adquirir a escrita, a criança 
testa hipóteses já construídas acerca desse sistema. Pode-se pensar então que, mesmo antes de entrar para a 
escola, o aprendiz, graças às práticas de letramento às quais está exposto cotidianamente, já construiu suas 
hipóteses no que diz respeito à segmentação da escrita. No entanto, ao testá-las, o que se lhe apresenta é a 
dúvida sobre o lugar em que espaços devem ser inseridos na escrita. Para a resolução desse problema, é 
necessário que o aprendiz cumpra a complexa tarefa de compreender o que é uma palavra. 
 Começam a surgir, exatamente nesse período, as segmentações não convencionais. Da falta de espaço entre 
fronteiras vocabulares — hipossegmentação — surgem estruturas do tipo “derepente”, “muitolonge”, 
“chicobento”; da inserção de um espaço indevido no interior da palavra — hipersegmentação —, estruturas como 
“em controu”, “amanhe seu”, “chapeu sinhô”. 
Ana Paula Nobre da Cunha e Ana Ruth Moresco Miranda. A hipo e a 
hipersegmentação nos dados de aquisição de escrita: a influência da 
prosódia. In: Alfa. (1), 2009, p. 127-148. Internet: 
<http://piwik.seer.fclar.unesp.br> (com adaptações). 
Julgue o item subsecutivo, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior. 
6. No texto predomina a função referencial da linguagem. 
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Texto 
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de 
automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado 
dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da 
qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, 
com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à 
vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. 
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2017. 
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir. 
7. As formas ‘Xô’ e ‘Vâmu’, são marcas de oralidade e reproduzem a informalidade da fala do condutor 
do carro de boi. 
2.2 Tipologia textual 
Com base no texto, julgue o próximo item. 
 O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua 
inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos 
vivos e todos os textos que não deveriam desaparecer.A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel 
forneceram os suportes nos quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens. 
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais 
simples, a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas 
podiam ser apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, 
a tarefa não era fácil. Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável 
proliferação textual de um discurso sem ordem nem limites. 
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi 
considerado um perigo tão grande quanto seu contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, 
assim como o esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se 
tornar arquivos cuja proteção os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre 
suportes que permitiam escrever, apagar e depois escrever de novo. 
 Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura (séculos XI-
XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo: UNESP, 2007, p. 9-10 (com 
adaptações). 
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8. Predomina no texto a tipologia argumentativa. 
Texto 
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência 
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de 
meu relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: 
infelizmente se perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em 
rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que 
disponho, encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas 
peregrinações. 
 Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. 
Rio de Janeiro: Record, 2002. 
 Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item 
a seguir. 
 9. A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto como 
narrativo. 
Texto 
 
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Internet: <https://nfg.sefaz.rs.gov.br> (com adaptações). 
Após a leitura do texto, julgue o item. 
10. Predominam no texto as tipologias textuais injunção e exposição. 
 Fonética 
Texto 
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em outros 
contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo). 
[...] 
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua — um ensino que 
garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. Nessa perspectiva, 
esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a essas 
práticas, ou seja, o conjunto de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada norma culta. 
 Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco e 
Ana Maria Stahl Zilles (orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua, diversidade e 
ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p. 8-9 (com adaptações). 
 Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item. 
11. Presentes no último parágrafo do texto, os vocábulos “qualidade”, “perspectiva”, “essas”, 
“conjunto” e “chamada” contêm grupos de duas letras que representam um só fonema, constituindo o 
que se denomina dígrafo ou digrama. 
Texto 
Eis a razão pela qual acredito estarmos caminhando para a edificação de uma nova ordem mundial, assentada 
em parâmetros razoavelmente distintos daqueles que prevaleceram nas duas últimas décadas. Aprendemos que 
o fim do sistema bipolar (...) não teve o dom de sepultar interesses divergentes e claros antagonismos, 
sempre presentes na área internacional. Entendemos, ademais, que o mercado, por sua própria natureza, não é 
a instância adequada para tomar decisões políticas, que afetam milhões de pessoas. Por fim, mas não menos 
significativo, percebemos que o combate a um inimigo difuso, a cuja sanha destruidora e ensandecida todos 
devemos opor tenaz resistência para dela não nos tornarmos reféns, requer esforço conjunto e solidário, 
somente possível pelo acordo que não se impõe, mas que se celebra pela busca de convergência possível. Isso é 
Política. (...) 
Ramez Tebet. Discurso proferido na Abertura da III Conferência 
Parlamentar das Américas. Rio de Janeiro, 19/11/2001. 
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Em relação ao texto acima, julgue o item. 
12. A proximidade fonética dos vocábulos “divergentes”/“presentes”, “sanha”/“ensandecida e 
“reféns”/“requer” forma ecos, estratégia retórica cujo abuso pode implicar a distração da audiência, no que 
se refere à percepção do conteúdo da mensagem. 
2.4 Frase, oração e período 
Julgue o item 
 Na frase “Entende-se por gentrificação o processo de revitalização dos espaços urbanos ou a 
aparente substituição de paisagens de caráter popular por construções típicas de áreas nobres” tem-se 
uma frase com duas orações. 
Texto para o item 
A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um juízo fundado em 
argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há período histórico que não tenha sido julgado, de uma 
parte ou de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em todas as fases da minha vida: depois da 
Primeira Guerra Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, no pós-guerra, 
bem como naqueles que foram chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito de crise tivesse 
qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma época. 
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para absolver o presente, nem 
de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo apenas ajudar a que se compreenda que todo 
juízo excessivamente resoluto nesse campo corre o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais 
turbulentas e outras menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma 
diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais 
ou até mesmo biológicas. 
 
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais.Trad. Marco Aurélio 
Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações). 
 Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue. 
 14. Todo o trecho subsequente ao termo “difícil” funciona como complemento desse termo. 
Texto para a questão. 
Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua 
experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa 
própria — o revide normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho em quem 
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querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume proporções dramáticas. PoisOscar é não só 
o avesso do causídico, como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida. 
Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem nada a ver com o 
conhecimento realista — que Oscar tem — de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos 
criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso construir 
a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e precário. 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes 
pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento 
das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e 
rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do 
curto prazo que lhe foi dado para viver. Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido 
num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me emocionar? 
 
 Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 
5 (com adaptações). 
 
Acerca dos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue (C ou E) o item subsequente. 
15. O período que finaliza o primeiro parágrafo está na ordem inversa, como indica o emprego inicial da 
conjunção “Pois”, que introduz uma oração subordinada anteposta à oração principal. 
2.5 Tipos de discurso 
Texto 
A EMBRAPA virou símbolo de excelência na administração pública. Em mais uma década, terá sido a 
responsável pela melhoria do padrão nutricional dos brasileiros, por meio de um programa para a produção de 
alimentos mais saudáveis. Os componentes de nossa dieta básica - arroz, feijão, milho, soja - estão sendo 
pesquisados para que adquiram teores mais elevados de vitaminas, proteínas e aminoácidos. Do projeto, há 
poucos anos surgiu a cenoura com mais procaroteno (que ajuda no combate à cegueira), já incorporada ao 
mercado. A presidente interina da EMBRAPA, Marisa Barbosa, acentua que outros resultados positivos serão 
alcançados nos próximos anos. Com isso, o índice de subnutrição e doenças dela resultantes serão 
gradativamente reduzidos. Alimentos denominados funcionais, proteicamente enriquecidos, estão sendo 
pesquisados para combater a diabetes e o envelhecimento. Nada a ver com transformação genética. A 
EMBRAPA tem 2.220 pesquisadores, sendo 1.100 com doutorado. 
Jornal do Brasil (Informe JB), 15/ 2004, p. A6 (com adaptações). 
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Tendo em vista o texto acima e o tema nele focalizado, julgue os itens seguintes. 
16. A forma verbal "acentua" está sendo empregada em lugar de "diz" para indicar que se introduz a 
seguir uma fala citada textualmente, sem transformações. 
Texto 
Crítico severo da venalidade oficial, Padre Vieira, consultado por dom João IV sobre a conveniência de haver 
no Maranhão e Grão-Pará dois capitães-mores, disparou em resposta: “Digo que menos mal será um ladrão 
que dois; e que mais dificultoso será de achar dois homens de bem que um”. Nos sermões tampouco deixava 
de denunciar a corrupção: “Se o que elegestes furta (não o ponhamos em condicional, porque claro está que 
há de furtar), furta o que elegestes, e furta por si e por todos os seus”. Uma autoridade, afirmava, jamais 
devia ser empossada em lugar “onde se aproveite e nos arruíne; onde se enriqueça a si e deixe pobre o 
Estado”. 
 Emanuel Araújo. O teatro dos vícios: transgressão e transigência na sociedade urbana 
colonial. Rio de Janeiro: José Olympio,1977, 2.ª ed., p. 291 (com adaptações). 
 Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir. 
17. Se os verbos introdutores de discurso direto empregados no texto fossem dispostos em ordem 
crescente de força comunicativa, a forma verbal “afirmava” viria antecedendo o predicado “disparou 
em resposta”. 
Texto 
Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é melhor sondar a barra? 
− Como vão indo as coisas? 
− Vão indo, meio paradas. 
− Não tem vendido muita revista? 
O jornaleiro fitou-o, sério: 
− Nem todo o dia é dia de vender muita. 
− Eu sei, mais tem revista e revista? 
− Lá isso é. 
− A lista está completa? 
− Que lista? 
− Das revistas proibidas. 
− Ah, sim, o listão. O senhor queria que não estivesse completo? 
− Eu? Perguntei, apenas. Gosto de saber das coisas com certeza. Às vezes a gente pede uma revista que não 
tem mais, que não pode mais ter à venda, e... 
− Por isso que perguntei. Não quero grilo, entende? 
− Entendi. 
− Nem para o senhor nem para mim, é lógico. 
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− Tá legal. 
− Além do mais, gosto de cumprir a lei. O senhor também não gosta? 
− Muito. 
− Sou assim. Sempre gostei. Cumpro a lei, cumpro o decreto, cumpro o regulamento, cumpro a portaria, 
cumpro tudo. 
− Eu também, e daí? 
− Daí, não estou vendo a revista que eu queria, e fico sem saber se posso querer, se a lei me autoriza a querer 
minha revista. 
− Bem, se não está no listão, eu tenho. 
− E por que não expõe? 
− Não posso expor tudo ao mesmo tempo. Tenho que mostrar as revistas esportivas, as de palavras cruzadas, 
as de cozinha, os fascículos de bichos e viagens, as leis de impacto... Como é que sobra lugar? 
− Compreendo. Mas não achando a revista exposta, receei que ela não pudesse mais circular. 
− Por quê? Tem muita mulher nua, colorida, página dupla? 
− Não. 
− Marmanjo nu, como está na moda? 
− Também não. De vez em quando publica umas fotos pequeninas, de cenas de filmes ou peças de teatro, com 
barrigas e pernas de fora. Me interessa é as notícias, é como vai o mundo, e o que se comenta sobre ele. Quero 
uma revista de atualidades. 
− Por que não disse logo? 
− Porque tem atualidade e atualidade, então não sei? Pode me vender o Time, ou também ele já foi proibido? 
Veja bem, não desejo comprometê-lo. E muito menos a mim, é evidente. Mas só quero o Time se o senhor 
garantir que posso levar ele para casa sem infringir a lei. 
Carlos Drummond de Andrade. De noticias & não noticias faz-se a crônica. Rio 
de Janeiro, José Olympio. p. 158-50. 1975 (com adaptações) 
A língua portuguesa possibilita diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa, com pequenas alterações 
morfossintáticas. Uma delas diz respeito à passagem do discurso direto para o indireto. 
Julgue se a reescritura que se segue, feita em discurso indireto, mantêm o mesmo sentido da respectiva 
passagem no texto. 
18. O jornaleiro mirou o comprador, com seriedade, e disse-lhe que nem todo dia é dia de venda 
expressiva. 
2.6 Relação de coordenação e subordinação das orações 
Texto 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada um ano mais tarde, no dia de 
maio de mas acabaria dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. 
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Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos critérios estabelecidos para a eleição dos 
deputados às cortes de Lisboa. Os eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que 
residissem por, pelo menos, um ano na localidade em que viviam, e proprietários de terra. Cabia a eles escolher 
um colégio eleitoral, que, por sua vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e 
escrever, possuir bens e virtudes. Em uma época em que a taxa de analfabetismo alcançava 99% da população, 
só um entre cem brasileiros era elegível. Os nascidos em Portugaltinham de estar residindo por, pelo menos, 
doze anos no Brasil. Do total de cem deputados eleitos, só 89 tomaram posse. Era a elite intelectual e política 
do Brasil, composta de magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos 
funcionários, militares e professores. Desse grupo, sairiam mais tarde senadores, 28 ministros de Estado, 
dezoito presidentes de província, sete membros do primeiro conselho de Estado e quatro regentes do Império. 
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos 
Arcos para abrigar parte da corte portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou 
ao prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça descoberta, o que, por si só, 
sinalizava alguma concessão ao novo poder constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, 
também foram deixados sobre uma mesa. 
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 16 (com 
adaptações). 
 
Julgue o item seguinte, relativo às relações sintáticas e semânticas do texto. 
19. No trecho "Era a elite intelectual (...) quatro regentes do Império", a organização dos elementos 
estruturais indica o predomínio da coordenação. 
Texto para o item 
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de 
automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, 
ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e 
uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria 
mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar 
e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. 
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2017. 
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir. 
20. A retirada da vírgula empregada na linha 1 alteraria os sentidos originais do primeiro período do 
texto. 
Texto 
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A participação e o lugar da mulher na história foram negligenciados pelos historiadores e, por muito tempo, 
elas ficaram à sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o 
papel dessa mulher, o quadro de exclusão se agrava ainda mais, pois, além do silêncio que encontramos nas 
fontes de consulta, os textos, que muito raramente tratam o mundo feminino, estão impregnados pela aversão 
dos religiosos da época por elas. 
Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos era elaborada pelos escolásticos. Tudo o que sabemos 
sobre as mulheres desse período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que deveriam viver 
completamente longe delas. Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas, não compreendiam, por exemplo, 
como elas geravam a vida e curavam doenças utilizando ervas. 
A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos sentidos e, por isso, uma pecadora 
em potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero humano. No início da 
Idade Média, a principal preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres 
demoníacos que personificavam a tentação. Dessa forma, a maior parte das autoridades eclesiásticas desse 
período via a mulher como portadora e disseminadora do mal. 
[...] 
 Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações). 
A respeito das ideias e de aspectos gramaticais do texto acima, julgue o item. 
21. O termo “Afinal”, empregado no texto como conjunção, introduz oração adverbial temporal. 
Texto 
O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, tomando decisões temerárias e causando grandes 
fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando 
os grupos são uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação 
para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma ilusão de invulnerabilidade, 
que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses 
dominantes; uma crença absoluta na moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos 
inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. 
Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o 
grupo, de forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão. 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 5/2009, p. 51 
(com adaptações). 
Julgue o seguinte item com base na organização do texto acima. 
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22. No desenvolvimento da argumentação, o valor semântico das orações iniciadas por "tomando" e 
"causando", permite interpretá-las como causa para a conceituação de Whyte; por isso correspondem 
a porque tomavam decisões temerárias e causavam grandes fracassos. 
Texto 
Não faz muito tempo, fui assistir à ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart. Aproximando-se o final do espetáculo, 
o personagem mais importante, Fígaro, faz um comentário cruel a respeito das mulheres. Na montagem que 
vi, o diretor de cena teve a ideia de acender as luzes da plateia durante o canto de Fígaro, que saiu do palco e 
dirigiu-se aos homens presentes. Logo atrás de mim, uma senhora furiosa levantou-se. Fez o sinal de “não” 
nas fuças do pobre cantor e retirou-se protestando em voz alta. Pensei que ela poderia ter prestado mais 
atenção. O tema nuclear de As Bodas de Fígaro é atual: trata-se de desmascarar, denunciar e punir um 
poderoso aristocrata que é violento predador sexual. 
Aquela senhora furiosa revoltou-se antes do tempo e não viu a condenação do conde brutal. Tal 
suscetibilidade, decorrente da situação inferior em que, do modo mais injusto, as mulheres são mantidas em 
nossas sociedades, é compreensível. Mas indignou-se cedo demais. Indignação: eis o problema. Nunca tive 
simpatia por essa palavra. Pressupõe cólera e desprezo. Quando estamos sozinhos, a indignação nos embriaga 
como se fosse uma droga. Arrebata a alma, enfurece as vísceras, dilata os pulmões e nos faz acreditar na 
veemência do nosso ódio. Viramos heróis justiceiros diante de nós mesmos. 
A solidão indignada faz grandes discursos interiores contra aquilo que erigimos como inimigo. Serve para dar 
boa consciência. É um prazer solitário. Exaltados, arquitetamos vinganças e reparações. Depois, o balão 
murcha, sobrando apenas nossa miserável impotência. 
Ao se manifestar na presença de outra pessoa, ou de duas, ou em um pequeno grupo, a indignação leva ao 
descontrole. Nervosos, falamos alto e dizemos coisas que, na calma, jamais pronunciaríamos. Porque não 
somos mais nós que falamos, mas algo que está em nós e que ocupou nosso corpo esvaziado de qualquer poder 
reflexivo: a indignação. 
Jorge Coli. A indignação enfurece as vísceras e nos embriaga como se fosse 
droga. Internet: <www.folha.com.br> (com adaptações). 
 A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsecutivo. 
 A oração “não viu a condenação do conde brutal” exprime o motivo, a causa por quea senhora 
furiosa revoltou-se antes do tempo. 
Texto 
A linguagem — seja ela oral ou escrita, seja mímica ou semafórica — é um sistema de símbolos, signos ou 
signos-símbolos, voluntariamente produzidos e convencionalmente aceitos, mediante o qual o ser humano se 
comunica com seus semelhantes, expressando suas ideias, sentimentos ou desejos. 
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A linguagem ideal seria aquela em que cada palavra designasse apenas uma coisa, correspondesse a uma só 
ideia ou conceito, tivesse um só sentido. Como tal não ocorre em nenhuma língua conhecida, as palavras são, 
por natureza, enganosas, porque polissêmicas ou plurivalentes. 
Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase nada significam de maneira precisa, inequívoca (Ogden e 
Richards são radicais: “as palavras nada significam por si mesmas”): “...o que determina o valor da palavra é 
o contexto, o qual, a despeito da variedade de sentidos de que a palavra seja suscetível, lhe impõe um valor 
‘singular’; é o contexto também que a liberta de todas as representações passadas, nela acumuladas pela 
memória, e que lhe atribui um valor ‘atual’”. Assim, por mais condicionada que esteja a significação de uma 
palavra ao seu contexto, sempre subsiste nela, palavra, um núcleo significativo mais ou menos estável e 
constante, além de outros traços semânticos potenciais em condições de se evidenciarem nos contextos em 
que ela apareça. Se, como entendem Ogden e Richards, as palavras por si mesmas nada significassem, a cada 
novo contexto elas adquiririam significação diferente, o que tornaria praticamente impossível a própria 
intercomunicação linguística. 
 
Othon M. Garcia. Comunicação em Prosa Moderna. 21.ª ed. Rio de Janeiro: Editora 
FGV, 2002, p. 175-6 (com adaptações). 
 
Considerando as relações sintático-semânticas do texto, julgue o item. 
24. A palavra “Isoladas” introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta valor condicional. 
Texto para o item 
O respeito às diferentes manifestações culturais é fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que 
apresenta tradições e costumes muito variados em todo o seu território. Essa diversidade é valorizada e 
preservada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), criada em e ligada ao 
Ministério da Cultura. 
Cidadãos de áreas rurais que estejam ligados a atividades culturais e estudantes universitários de todas as 
regiões do Brasil, por exemplo, são beneficiados por um dos projetos da SID: as Redes Culturais. Essas redes 
abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestações de cunho 
artístico. O projeto é guiado por parcerias entre órgãos representativos do Estado brasileiro e as entidades 
culturais. 
[...] 
Identidade e diversidade. Internet: <www.brasil.gov.br/sobre/cultura/> (com 
adaptações) 
Considerando as ideias e aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir. 
25. No período “Essas redes abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas 
manifestações de cunho artístico.”, duas orações expressam finalidades das “Redes Culturais”. 
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2.7 Pontuação 
Considerando as regras gramaticais de pontuação, julgue os itens que seguem em C ou E. 
26. Os países ricos objetivam diminuir principalmente, a desigualdade interna. 
27. Sem sombra de dúvidas as sociedades menos desiguais, funcionam melhor. 
28. Contudo está, claro que a redução das desigualdades pode trazer benefícios. 
29. Em uma sociedade livre pessoas mais esforçadas, poderão acumular mais bens. 
 Caso a liberdade seja a prioridade, a tendência é uma maior geração de riquezas. 
Considere as seguintes sentenças abaixo e julgue o item subsequente em C ou E. 
- “A partir desta semana, os políticos que usam o dinheiro público, de forma irresponsável e demagógica 
podem, ser recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado”. 
- “Numa votação ocorrida, na última quarta-feira no Senado, foram definidas as punições aos administradores 
públicos, que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal.” 
- “O texto condena práticas até outro dia consideradas aceitáveis na condução das coisas do Estado tais como; 
gastar mais do que arrecada, aumentar despesas sem compensá-las com cortes; iniciar obras sem ter dinheiro 
para concluí-las, gastar em excesso com funcionalismo; não divulgar metas fiscais.” 
 Das três sentenças apresentadas, nenhuma delas obedecem às regras gramaticais de pontuação. 
Considere as seguintes sentenças abaixo e julgue o item subsequente em C ou E. 
- “De tão banais, essas condutas acabaram sendo encaradas com certa benevolência, como se fossem parte 
do jogo do poder. Com a votação do Senado, tais expedientes passam a ser punidos rigorosamente.” 
- “Estudiosos da gestão pública, dizem que a lei carrega consigo aspectos inovadores − , pois Brasília dá um 
sinal forte de que decidiu legislar contra os próprios políticos.” 
 Das duas sentenças apresentadas, apenas uma delas obedecem às regras gramaticais de 
pontuação. 
Considere o texto abaixo para responder à pergunta que se segue. 
Considerado um dos mais promissores mercados do mundo para a previdência privada,(A) com pelo menos 12 
milhões de clientes em potencial ainda não atendidos,(B) o Brasil tem atraído as grandes seguradoras 
multinacionais,(C) que iniciaram operação própria no país ou se associaram a empresas maiores que já atuam 
no mercado. O ritmo anual de crescimento desde 1908,(D) é de 40%. Até então,(E) os planos ofereciam um 
rendimento pré-definido para o futuro. 
(Adaptado de Veja - seu Investimento) 
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 As vírgulas foram corretamente indicadas em todas as ocorrências destacadas acima. 
Considerando as regras gramaticais de pontuação, julgue os itens que seguem em C ou E. 
 As pessoas, que dão valor, apenas, ao lado material da vida, não sabem, o que de valor há na vida. 
 Propõem-se situações semelhantes às do cotidiano nas quais o estudante terá a experiência, 
próxima da realidade, com que irá deparar-se. 
 A riqueza de um povo se revela por sua cultura pois, por meio dela podem-se perceber os valores 
que fundamentam as práticas de uma comunidade. 
 Os artefatos produzidos, têm seu valor econômico, mas é preciso também, levar em consideração 
seu valor simbólico. 
 De fato, enfrentaremos uma situação constrangedora, que será difícil de ser contornada; 
contamos, pois, com a colaboração de todos para superarmos este desafio. 
Considere o texto abaixo para responder à pergunta que se segue. 
Nos últimos dez anos, o Brasil passou por grandes transformações e crescimento econômico contínuo, que o 
induziu a figurar entre os países em desenvolvimento acelerado. Com a expansão, formou-se uma nova classe 
média, composta por trabalhadores vindos das classes D e E. Atualmente, o país possui 105 milhões de pessoas 
com renda mensal entre R$ 1.700 e R$ 7.400, e a tendência é que esses números cresçam nos próximos anos. 
Em uma entrevista à revista PLANETA, o economista Marcelo Neri analisa o impacto da nova classe média no 
consumo, no ambiente e na sociedade e mostra os desafios à frente dos brasileiros. 
[...] 
PLANETA – O fenômeno é passageiro? 
NERI – Não, a nova classe média veio para ficar. O crescimento é contínuo, apesar das crises financeiras. 
Planos assistenciais e o aumento do crédito ao consumidor contribuíram. Mas o principal é que o número de 
trabalhadores, que saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada dobrou desde 2004. 
(Adaptado de Milton Correia Júnior,Cigarras e 
formigas. PLANETA) 
 Das ocorrências destacadas no texto acima, em apenas uma houve erro quanto ao emprego da 
vírgula. 
Considere o fragmento abaixo para responder à questão. 
Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem um paraíso perdido, e 
as roupas de um estilista definem a identidade. 
40. A virgula destacada foi empregada para separar entre si elementos coordenados dispostos em 
enumeração. 
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 – QUESTÕES COMENTADAS 
 Linguagem 
Texto 
 
 A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue o item. 
 1. O autor do texto optou pela utilização de um nível de linguagem predominantemente informal como 
estratégia para atrair o interesse dos leitores. 
Comentário: 
No convite apresentado, o autor utilizou uma linguagem predominantemente formal, com respeito às 
normas gramaticais e às características fundamentais do gênero “convite”. Pode-se entender que a imagem 
e o texto ao lado também foram usados como estratégia para atrair o interesse dos leitores para o assunto, 
não obstante a linguagem empregada permaneceu formal, sem incorreções, gírias etc. 
Gabarito: item errado. 
Texto 
Nosotros 
 Descobertos por povo marítimo e povo marítimo nós mesmos (sempre tivemos as costas largas), era natural que 
medida marítima, o nó náutico, nos fosse tão importante. Como, daí em diante, foram importantíssimos pra nós 
os nós da madeira do pau-brasil que exportávamos com nó na garganta (sabendo já que exportávamos meio 
ambiente), ameaçados pelo nó da forca portuguesa. 
 Millôr Fernandes. Veja, 11/ 2005, p. 
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 Tendo como base o texto “Nosotros”, julgue o item abaixo. 
 2. A palavra nosotros não pertence ao léxico da língua portuguesa. Ao buscar em outra língua o título 
do texto, o autor está contribuindo para desnacionalizar a língua portuguesa, por meio da infiltração 
de estrangeirismos ou empréstimos desnecessários. 
Comentário: 
A palavra "nosotros" ("nós", traduzindo para nosso idioma) pertence ao léxico da língua espanhola, porém 
não se pode afirmar que o seu emprego pela autora brasileira vise a desnacionalizar a língua portuguesa. 
Podemos entender que a autora empregou a palavra como forma de demonstrar o distanciamento existente 
entre os povos dos países da América Latina e “o povo marítimo” (os navegantes europeus) que descobriu 
nossas terras, bem como as terras dos países vizinhos, todos falantes do idioma espanhol. Assim, a autora 
apenas nos coloca ao lado dos povos vizinhos. 
Gabarito: item errado. 
Texto 
 
 A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item. 
 As expressões “porcarias”, no segundo quadrinho, e “Não tem jeito”, no último quadrinho, são 
típicas da modalidade oral, e seu emprego é adequado ao nível de formalidade do gênero tirinha. 
Comentário: 
Na linguagem informal, o vocábulo “porcaria”, no sentido figurado, típico da oralidade, significa coisa sem 
valor, desimportante, em mau estado de conservação. Esse sentido é empregado em “naquelas porcarias 
de móveis”. Já a expressão “não tem jeito” apresenta o verbo “ter” no sentido de existir, emprego comum 
nas situações de uso informal da língua. Por ser a tirinha a representação de uma conversa entre amigas, a 
linguagem informal, coloquial, pode perfeitamente ser empregada. 
Gabarito: item certo. 
Texto 
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado, 
porque parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado do 
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leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma constante em 
nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que 
reconforta nervos abalados. É paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em 
nossa corrente sanguínea, mas não pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram 
pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a 
Antiguidade, sobretudo porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há séculos, 
sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. Também não escapou aos médicos de 
outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na urina”, diziam os 
gregos. 
Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — inusitadas e reveladoras 
histórias da medicina. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações). 
No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item. 
 4. Há uma metáfora no período “Há séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o 
formigueiro”. 
Comentário: 
Quando se diz que “a urina do diabético é uma festa para o formigueiro”, deseja-se dizer que a urina do 
diabético atrairia as formigas, porque ela pode apresentar açúcar, algo que agrada a esses insetos, de modo 
que seriam atraídos, como se estivessem indo a “uma festa”. Há uma metáfora na expressão, uma vez que 
o texto compara a atração das formigas pela urina com teor de açúcar – indicativo da doença – a uma festa, 
o que não acontece em sentido real. 
Gabarito: item certo. 
Texto 
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus 
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar 
a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. 
Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa 
de maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África. 
[...] 
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado. 
Brasília, 4/jul./ p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com 
adaptações). 
 Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. 
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 5. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro 
parágrafo poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era possível que o marido matasse a esposa 
pela mera suspeita de traição da parte dela. 
Comentário: 
O trecho a ser reescrito é “Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição”; segundo ele, o 
marido poderia matar a esposa se suspeitasse de que ela o traiu. Através da reescrita apresentada no item, 
é possível compreender o trecho final de duas maneiras: 1ª – houve suspeita de traição da parte dela, ou seja, 
suspeitou-se de que a esposa traiu; 2ª – houve suspeita de traição da parte dela, isto é, a esposa suspeitou 
que houve traição, que o marido a traiu. Havendo essa ambiguidade quanto ao sentido da frase, o texto não 
foi bem reescrito. 
Gabarito: item errado. 
Texto 
A experimentação é característica dos processos de aquisição de conhecimentos. Ao adquirir a escrita, a criança 
testa hipóteses já construídas acerca desse sistema. Pode-se pensar então que, mesmo antes de entrar para a 
escola, o aprendiz, graças às práticas de letramento às quais está exposto cotidianamente, já construiu suas 
hipóteses no que diz respeito à segmentação da escrita.No entanto, ao testá-las, o que se lhe apresenta é a 
dúvida sobre o lugar em que espaços devem ser inseridos na escrita. Para a resolução desse problema, é 
necessário que o aprendiz cumpra a complexa tarefa de compreender o que é uma palavra. 
 Começam a surgir, exatamente nesse período, as segmentações não convencionais. Da falta de espaço entre 
fronteiras vocabulares — hipossegmentação — surgem estruturas do tipo “derepente”, “muitolonge”, 
“chicobento”; da inserção de um espaço indevido no interior da palavra — hipersegmentação —, estruturas como 
“em controu”, “amanhe seu”, “chapeu sinhô”. 
 Ana Paula Nobre da Cunha e Ana Ruth Moresco Miranda. A hipo e a 
hipersegmentação nos dados de aquisição de escrita: a influência da 
prosódia. In: Alfa. (1), 2009, p. 127-148. Internet: 
<http://piwik.seer.fclar.unesp.br> (com adaptações). 
Julgue o item subsecutivo, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior. 
 6. No texto predomina a função referencial da linguagem. 
Comentário: 
O texto da questão aborda o processo de aprendizagem da escrita pelas crianças. Como o assunto é tratado 
de maneira objetiva e clara, visando à transmissão de informações, pode-se afirmar que a linguagem é 
predominantemente referencial. 
Gabarito: item correto. 
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Texto 
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de 
automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado 
dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da 
qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, 
com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à 
vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. 
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2017. 
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir. 
 7. As formas ‘Xô’ e ‘Vâmu’, são marcas de oralidade e reproduzem a informalidade da fala do condutor 
do carro de boi. 
Comentário: 
Os dois termos são característicos da linguagem oral, empregada nas situações informais do dia a dia pelo 
condutor do carro de boi. 
Gabarito: item certo. 
 Tipologia textual 
Com base no texto, julgue o próximo item. 
 O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua 
inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos 
vivos e todos os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel 
forneceram os suportes nos quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens. 
 No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais 
simples, a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas 
podiam ser apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, 
a tarefa não era fácil. Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável 
proliferação textual de um discurso sem ordem nem limites. 
 O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi 
considerado um perigo tão grande quanto seu contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, 
assim como o esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se 
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tornar arquivos cuja proteção os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre 
suportes que permitiam escrever, apagar e depois escrever de novo. 
Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura (séculos XI-
XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo: UNESP, 2007, p. 9-10 
(com adaptações). 
8. Predomina no texto a tipologia argumentativa. 
Comentário: 
O texto argumentativo possui como finalidade defender um ponto de vista para convencer o leitor, e, após 
leitura e breve reflexão, percebemos que, no texto da questão, não há essa intenção. O autor do texto lido 
pretende apenas trazer para o leitor informações sobre o assunto “escrita”, o que caracteriza um texto do 
tipo expositivo. 
Gabarito: item errado. 
Texto 
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência 
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de 
meu relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: 
infelizmente se perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em 
rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que 
disponho, encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas 
peregrinações. 
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item 
a seguir. 
9. A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto como 
narrativo. 
Comentário: 
O texto da questão apresenta apenas um fragmento de um texto maior, porém, mesmo fragmentado, é 
possível perceber que há nele um narrador que conta uma história acerca do personagem Geraldo 
Viramundo. No trecho, não podemos identificar toda a estrutura de um texto típico do gênero do narrar, 
todavia já podemos classificá-lo como sendo narrativo a partir dos seguintes elementos identificados: 
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enredo (história contada), personagens (Geraldo, estudantes e sua amada, por exemplo), espaço (Outro 
Preto) e narrador em ª pessoa (aquele que conta a história, sem participar dela). 
Gabarito: item certo. 
 
Texto 
 
Internet: <https://nfg.sefaz.rs.gov.br> (com adaptações). 
Após a leitura do texto, julgue o item. 
10. Predominam no texto as tipologias textuais injunção e exposição. 
Comentário: 
No texto lido há informações a respeito do programa “Nota Fiscal Gaúcha”, bem como orientações sobre 
como o cidadão deve fazer para participar. Ao texto que expõe informações sobre determinado assunto, 
chamamos expositivo; ao texto que instrui/orienta como se deve proceder, chamamos injuntivo. Assim, 
podemos dizer que predominam no texto as duas tipologias referidas no item: injunção e exposição. 
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Gabarito: item certo. 
 Fonética 
Texto 
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em outros 
contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo). 
 [...] 
 Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua — um ensino que 
garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. Nessa perspectiva, 
esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a essas 
práticas, ou seja, o conjunto de variedades escritas e faladas constitutivasda chamada norma culta. 
Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco 
e Ana Maria Stahl Zilles (orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua, 
diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p. 8-9 (com adaptações). 
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item. 
11. Presentes no último parágrafo do texto, os vocábulos “qualidade”, “perspectiva”, “essas”, 
“conjunto” e “chamada” contêm grupos de duas letras que representam um só fonema, constituindo o 
que se denomina dígrafo ou digrama. 
Comentário: 
As palavras “essas” e “chamada” apresentam os dígrafos “ss” e “ch”, respectivamente. Já a palavra 
“conjunto” apresenta os dígrafos vocálicos “on” e “un”. De maneira análoga, as palavras “qualidade” e 
“perspectiva” não apresentam dígrafos, uma vez que todas as suas letras (grafemas) têm som próprio. 
Gabarito: item errado. 
Texto 
Eis a razão pela qual acredito estarmos caminhando para a edificação de uma nova ordem mundial, assentada 
em parâmetros razoavelmente distintos daqueles que prevaleceram nas duas últimas décadas. Aprendemos que 
o fim do sistema bipolar (...) não teve o dom de sepultar interesses divergentes e claros antagonismos, 
sempre presentes na área internacional. Entendemos, ademais, que o mercado, por sua própria natureza, não é 
a instância adequada para tomar decisões políticas, que afetam milhões de pessoas. Por fim, mas não menos 
significativo, percebemos que o combate a um inimigo difuso, a cuja sanha destruidora e ensandecida todos 
devemos opor tenaz resistência para dela não nos tornarmos reféns, requer esforço conjunto e solidário, 
somente possível pelo acordo que não se impõe, mas que se celebra pela busca de convergência possível. Isso é 
Política. (...) 
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Ramez Tebet. Discurso proferido na Abertura da III Conferência 
Parlamentar das Américas. Rio de Janeiro, 19/11/2001. 
Em relação ao texto acima, julgue o item. 
12. A proximidade fonética dos vocábulos “divergentes”/“presentes”, “sanha”/“ensandecida e 
“reféns”/“requer” forma ecos, estratégia retórica cujo abuso pode implicar a distração da audiência, no 
que se refere à percepção do conteúdo da mensagem. 
Comentário: 
O “eco” é um vício de linguagem representado pela repetição dos sons finais das palavras subsequente. Essa 
repetição do som pode ser desagradável ao ouvinte, contudo não interfere na percepção do conteúdo. Além 
disso, entre os pares apresentados, somente “divergentes/presentes”, de fato, apresenta eco. 
Gabarito: item errado. 
 Frase, oração e período 
Julgue o item 
 Na frase “Entende-se por gentrificação o processo de revitalização dos espaços urbanos ou a 
aparente substituição de paisagens de caráter popular por construções típicas de áreas nobres” tem-se 
uma frase com duas orações. 
Comentário: 
O enunciado apresentado é uma frase, porque apresenta sentido completo. Como essa frase é composta 
por apenas um verbo, pode-se afirmar que ela apresenta uma única oração. 
Gabarito: item errado. 
Texto para o item 
A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um juízo fundado em 
argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há período histórico que não tenha sido julgado, de uma 
parte ou de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em todas as fases da minha vida: depois da 
Primeira Guerra Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, no pós-guerra, 
bem como naqueles que foram chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito de crise tivesse 
qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma época. 
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para absolver o presente, nem 
de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo apenas ajudar a que se compreenda que todo 
juízo excessivamente resoluto nesse campo corre o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais 
turbulentas e outras menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma 
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diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais 
ou até mesmo biológicas. 
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais.Trad. Marco Aurélio 
Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações). 
 Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue. 
14. Todo o trecho subsequente ao termo “difícil” funciona como complemento desse termo. 
Comentário: 
A frase "Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma diminuição da crença 
em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais ou até mesmo 
biológicas." poderia ser invertida, sem alteração de sentido, da seguinte forma: (Mas) se a maior turbulência 
depende de uma crise moral (...) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais ou até mesmo 
biológicas é difícil dizer. Assim, podemos perceber claramente que todo o trecho em estudo não é 
complemento do termo “difícil”, mas, sim, o sujeito da oração. 
Gabarito: item errado. 
Texto para a questão. 
Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua 
experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa 
própria — o revide normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho em quem 
querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume proporções dramáticas. Pois Oscar é não só 
o avesso do causídico, como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida. 
Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem nada a ver com o 
conhecimento realista — que Oscar tem — de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos 
criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso construir 
a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e precário. 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes 
pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento 
das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e 
rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do 
curto prazo que lhe foi dado para viver.Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido 
num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me emocionar? 
 Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 
5 (com adaptações). 
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Acerca dos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue (C ou E) o item subsequente. 
15. O período que finaliza o primeiro parágrafo está na ordem inversa, como indica o emprego inicial da 
conjunção “Pois”, que introduz uma oração subordinada anteposta à oração principal. 
Comentário: 
A conjunção “pois” não introduz oração subordinada antecipada à principal. Na frase em questão, a oração 
introduzida pela conjunção em destaque não está em ordem inversa, mas, sim, dando continuidade ao 
sentido iniciado na oração anterior,ao inserir o motivo pelo qual “o artigo assume proporções dramáticas”. 
Portanto, a relação de causa é estabelecida com oração anterior, e não com a subsequente. 
Gabarito: item errado. 
 Tipos de discurso 
Texto 
A EMBRAPA virou símbolo de excelência na administração pública. Em mais uma década, terá sido a 
responsável pela melhoria do padrão nutricional dos brasileiros, por meio de um programa para a produção de 
alimentos mais saudáveis. Os componentes de nossa dieta básica - arroz, feijão, milho, soja - estão sendo 
pesquisados para que adquiram teores mais elevados de vitaminas, proteínas e aminoácidos. Do projeto, há 
poucos anos surgiu a cenoura com mais procaroteno (que ajuda no combate à cegueira), já incorporada ao 
mercado. A presidente interina da EMBRAPA, Marisa Barbosa, acentua que outros resultados positivos serão 
alcançados nos próximos anos. Com isso, o índice de subnutrição e doenças dela resultantes serão 
gradativamente reduzidos. Alimentos denominados funcionais, proteicamente enriquecidos, estão sendo 
pesquisados para combater a diabetes e o envelhecimento. Nada a ver com transformação genética. A 
EMBRAPA tem 2.220 pesquisadores, sendo 1.100 com doutorado. 
Jornal do Brasil (Informe JB), 15/ 2004, p. A6 (com adaptações). 
Tendo em vista o texto acima e o tema nele focalizado, julgue os itens seguintes. 
16. A forma verbal "acentua" está sendo empregada em lugar de "diz" para indicar que se introduz a 
seguir uma fala citada textualmente, sem transformações. 
Comentário: 
O narrador do texto reproduziu aquilo que foi dito pela presidente interina da EMBRAPA, o que constitui 
discurso indireto, fazendo as mudanças quem foram necessárias. Portanto, o verbo “acentua” não indica 
uma fala citada textualmente, sem transformações. 
Gabarito: item errado. 
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Texto 
Crítico severo da venalidade oficial, Padre Vieira, consultado por dom João IV sobre a conveniência de haver 
no Maranhão e Grão-Pará dois capitães-mores, disparou em resposta: “Digo que menos mal será um ladrão 
que dois; e que mais dificultoso será de achar dois homens de bem que um”. Nos sermões tampouco deixava 
de denunciar a corrupção: “Se o que elegestes furta (não o ponhamos em condicional, porque claro está que 
há de furtar), furta o que elegestes, e furta por si e por todos os seus”. Uma autoridade, afirmava, jamais 
devia ser empossada em lugar “onde se aproveite e nos arruíne; onde se enriqueça a si e deixe pobre o 
Estado”. 
Emanuel Araújo. O teatro dos vícios: transgressão e transigência na sociedade 
urbana colonial. Rio de Janeiro: José Olympio,1977, 2.ª ed., p. 291 (com 
adaptações). 
Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir. 
 17. Se os verbos introdutores de discurso direto empregados no texto fossem dispostos em ordem 
crescente de força comunicativa, a forma verbal “afirmava” viria antecedendo o predicado “disparou 
em resposta”. 
Comentário: 
O termo “afirmava” tem o mesmo sentido que “dizia”, “garantia”, “assegurava” algo. Já a expressão 
“disparou em resposta” significa “lançar resposta”, “dizer algo inesperadamente”, “emitir com força”. Assim, 
após análise, podemos dizer que o verbo “afirmava” antecede o verbo “disparou” em ordem crescente de 
força comunicativa, uma vez que o sentido do primeiro verbo pode ser considerado mais atenuado que o do 
segundo. 
Gabarito: item certo. 
Texto 
Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é melhor sondar a barra? 
− Como vão indo as coisas? 
− Vão indo, meio paradas. 
− Não tem vendido muita revista? 
O jornaleiro fitou-o, sério: 
− Nem todo o dia é dia de vender muita. 
− Eu sei, mais tem revista e revista ? 
− Lá isso é. 
− A lista está completa ? 
− Que lista? 
− Das revistas proibidas. 
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− Ah, sim, o listão. O senhor queria que não estivesse completo? 
− Eu? Perguntei, apenas. Gosto de saber das coisas com certeza. Às vezes a gente pede uma revista que não 
tem mais, que não pode mais ter à venda, e... 
− Por isso que perguntei. Não quero grilo, entende? 
− Entendi. 
− Nem para o senhor nem para mim, é lógico. 
− Tá legal. 
− Além do mais, gosto de cumprir a lei. O senhor também não gosta? 
− Muito. 
− Sou assim. Sempre gostei. Cumpro a lei, cumpro o decreto, cumpro o regulamento, cumpro a portaria, 
cumpro tudo. 
− Eu também, e daí? 
− Daí, não estou vendo a revista que eu queria, e fico sem saber se posso querer, se a lei me autoriza a querer 
minha revista. 
− Bem, se não está no listão, eu tenho. 
− E por que não expõe? 
− Não posso expor tudo ao mesmo tempo. Tenho que mostrar as revistas esportivas, as de palavras cruzadas, 
as de cozinha, os fascículos de bichos e viagens, as leis de impacto... Como é que sobra lugar? 
− Compreendo. Mas não achando a revista exposta, receei que ela não pudesse mais circular. 
− Por quê? Tem muita mulher nua, colorida, página dupla? 
− Não. 
− Marmanjo nu, como está na moda? 
− Também não. De vez em quando publica umas fotos pequeninas, de cenas de filmes ou peças de teatro, com 
barrigas e pernas de fora. Me interessa é as notícias, é como vai o mundo, e o que se comenta sobre ele. Quero 
uma revista de atualidades. 
− Por que não disse logo? 
− Porque tem atualidade e atualidade, então não sei? Pode me vender o Time, ou também ele já foi proibido? 
Veja bem, não desejo comprometê-lo. E muito menos a mim, é evidente. Mas só quero o Time se o senhor 
garantir que posso levar ele para casa sem infringir a lei. 
Carlos Drummond de Andrade. De noticias & não noticias faz-se a 
crônica. Rio de Janeiro, José Olympio. p. 158-50. 1975 (com adaptações) 
A língua portuguesa possibilita diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa, com pequenas alterações 
morfossintáticas. Uma delas diz respeito à passagem do discurso direto para o indireto. 
Julgue se a reescritura que se segue, feita em discurso indireto, mantêm o mesmo sentido da respectiva 
passagem no texto. 
18. O jornaleiro mirou o comprador, com seriedade, e disse-lhe que nem todo dia é dia de venda 
expressiva. 
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Comentário: 
A reescrita apresentada em discurso indireto e com alterações quanto ao vocabulário mantém o mesmo 
sentido do texto original. 
Gabarito: item certo. 
 Relação de coordenação e subordinação das orações 
Texto 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada um ano mais tarde, no dia de maio 
de mas acabaria dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. Os membros da constituinte eram 
escolhidos por meio dos mesmos critérios estabelecidos para a eleição dos deputados às cortes de Lisboa. Os 
eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que residissem por, pelo menos, um ano na 
localidade em que viviam, e proprietários de terra. Cabia a eles escolher um colégio eleitoral, que, por sua vez, 
indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e escrever, possuir bens e virtudes. Em uma 
época em que a taxa de analfabetismo alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era elegível. 
Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, doze anos no Brasil. Do total de cem 
deputados eleitos, só 89 tomaram posse. Era a elite intelectual e política do Brasil, composta de 
magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e 
professores. Desse grupo, sairiam mais tarde senadores, 28 ministros de Estado, dezoito presidentes de 
província, sete membros do primeiro conselho deEstado e quatro regentes do Império. 
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos 
Arcos para abrigar parte da corte portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao 
prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça descoberta, o que, por si só, sinalizava 
alguma concessão ao novo poder constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também foram 
deixados sobre uma mesa. 
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 16 (com 
adaptações). 
 
Julgue o item seguinte, relativo às relações sintáticas e semânticas do texto. 
19. No trecho "Era a elite intelectual (...) quatro regentes do Império", a organização dos elementos 
estruturais indica o predomínio da coordenação. 
Comentário: Nas duas frases recortadas do texto, pode-se notar a utilização, de maneira coordenada, de 
termos que desempenham a mesma função sintática. Na primeira frase, tem-se a enumeração de 
substantivos que nomeiam os membros da elite política e intelectual, de modo que esses substantivos 
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funcionam como complementos nominais de “composta”; já na segunda frase, há a enumeração dos cargos 
políticos que foram ocupados posteriormente, de maneira que esses termos são os núcleos do sujeito do 
verbo da oração: “sairiam”. 
Gabarito: item certo. 
Texto para o item 
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de 
automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao 
lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma 
foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe 
costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me 
sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. 
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2017. 
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir. 
20. A retirada da vírgula empregada na linha 1 alteraria os sentidos originais do primeiro período do 
texto. 
Comentário: 
Na frase "Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras.", a 
vírgula isola a oração que traz uma explicação sobre a “fazenda da Jureia” – ficar na região de lindas 
propriedades cafeeiras –, sendo, por isso, classificada como oração subordinada adjetiva explicativa. Se a 
vírgula for retirada, a oração passa a especificar qual é a fazenda da Jureia de que se falam, de maneira que 
a oração torna-se subordinada adjetiva restritiva, ocorrendo, portanto, alteração no sentido do texto 
original. 
Gabarito: item certo. 
Texto 
A participação e o lugar da mulher na história foram negligenciados pelos historiadores e, por muito tempo, elas 
ficaram à sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel 
dessa mulher, o quadro de exclusão se agrava ainda mais, pois, além do silêncio que encontramos nas fontes de 
consulta, os textos, que muito raramente tratam o mundo feminino, estão impregnados pela aversão dos 
religiosos da época por elas. 
Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos era elaborada pelos escolásticos. Tudo o que sabemos sobre 
as mulheres desse período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que deveriam viver completamente longe 
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delas. Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas, não compreendiam, por exemplo, como elas geravam a 
vida e curavam doenças utilizando ervas. 
A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos sentidos e, por isso, uma pecadora 
em potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero humano. No início da Idade 
Média, a principal preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres 
demoníacos que personificavam a tentação. Dessa forma, a maior parte das autoridades eclesiásticas desse 
período via a mulher como portadora e disseminadora do mal. 
[...] 
Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações). 
A respeito das ideias e de aspectos gramaticais do texto acima, julgue o item. 
 21. O termo “Afinal”, empregado no texto como conjunção, introduz oração adverbial temporal. 
Comentário: 
Analisando o trecho "A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos sentidos e, 
por isso, uma pecadora em potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero 
humano.", percebe-se que “afinal” introduz a causa para o fato de os clérigos considerarem a mulher uma 
pecadora em potencial. Logo, a oração iniciada por “afinal” é uma oração adverbial causal, e não temporal. 
 Gabarito: item errado. 
Texto 
O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, tomando decisões temerárias e causando grandes 
fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando 
os grupos são uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação 
para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma ilusão de invulnerabilidade, 
que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses 
dominantes; uma crença absoluta na moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos 
inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. 
Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o 
grupo, de forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão. 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 5/2009, p. 51 (com 
adaptações). 
Julgue o seguinte item com base na organização do texto acima. 
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22. No desenvolvimento da argumentação, o valor semântico das orações iniciadas por "tomando" e 
"causando", permite interpretá-las como causa para a conceituação de Whyte; por isso correspondem 
a porque tomavam decisões temerárias e causavam grandes fracassos. 
Comentário: 
As orações iniciadas por “tomando” e “causando” estão na forma reduzida de gerúndio. Após breve reflexão, 
podemos passá-las para a forma desenvolvida, ficando a frase da seguinte forma: “O termo groupthinking foi 
cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam 
reféns de sua própria coesão, quando tomavam decisões temerárias e causavam grandes fracassos”. Como se 
pode notar com a oração desenvolvida, a relação estabelecida pelas orações subordinadas não é de causa, 
conforme a assertiva, mas de tempo. 
Gabarito: item errado. 
Texto 
Não faz muito tempo, fui assistir à ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart. Aproximando-se o final do espetáculo, 
o personagem mais importante, Fígaro, faz um comentário cruel a respeito das mulheres. Na montagem que vi, 
o diretor de cena teve a ideia de acender as luzes da plateiadurante o canto de Fígaro, que saiu do palco e dirigiu-
se aos homens presentes. 
Logo atrás de mim, uma senhora furiosa levantou-se. Fez o sinal de “não” nas fuças do pobre cantor e retirou-
se protestando em voz alta. Pensei que ela poderia ter prestado mais atenção. O tema nuclear de As Bodas de 
Fígaro é atual: trata-se de desmascarar, denunciar e punir um poderoso aristocrata que é violento predador 
sexual. 
Aquela senhora furiosa revoltou-se antes do tempo e não viu a condenação do conde brutal. Tal 
suscetibilidade, decorrente da situação inferior em que, do modo mais injusto, as mulheres são mantidas em 
nossas sociedades, é compreensível. Mas indignou-se cedo demais. Indignação: eis o problema. Nunca tive 
simpatia por essa palavra. Pressupõe cólera e desprezo. Quando estamos sozinhos, a indignação nos embriaga 
como se fosse uma droga. Arrebata a alma, enfurece as vísceras, dilata os pulmões e nos faz acreditar na 
veemência do nosso ódio. Viramos heróis justiceiros diante de nós mesmos. 
A solidão indignada faz grandes discursos interiores contra aquilo que erigimos como inimigo. Serve para dar 
boa consciência. É um prazer solitário. Exaltados, arquitetamos vinganças e reparações. Depois, o balão 
murcha, sobrando apenas nossa miserável impotência. 
Ao se manifestar na presença de outra pessoa, ou de duas, ou em um pequeno grupo, a indignação leva ao 
descontrole. Nervosos, falamos alto e dizemos coisas que, na calma, jamais pronunciaríamos. Porque não somos 
mais nós que falamos, mas algo que está em nós e que ocupou nosso corpo esvaziado de qualquer poder 
reflexivo: a indignação. 
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Jorge Coli. A indignação enfurece as vísceras e nos embriaga como se fosse 
droga. Internet: <www.folha.com.br> (com adaptações). 
 A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsecutivo. 
 A oração “não viu a condenação do conde brutal” exprime o motivo, a causa por que a senhora 
furiosa revoltou-se antes do tempo. 
Comentário: 
Na frase "Aquela senhora furiosa revoltou-se antes do tempo e não viu a condenação do conde brutal.", 
percebe-se que o conectivo “e” indica uma relação de consequência, uma vez que a senhora se revoltou 
antes do tempo e, em consequência disso, não viu a condenação brutal. 
Gabarito: errado. 
Texto 
A linguagem — seja ela oral ou escrita, seja mímica ou semafórica — é um sistema de símbolos, signos ou signos-
símbolos, voluntariamente produzidos e convencionalmente aceitos, mediante o qual o ser humano se comunica 
com seus semelhantes, expressando suas ideias, sentimentos ou desejos. 
A linguagem ideal seria aquela em que cada palavra designasse apenas uma coisa, correspondesse a uma só 
ideia ou conceito, tivesse um só sentido. Como tal não ocorre em nenhuma língua conhecida, as palavras são, 
por natureza, enganosas, porque polissêmicas ou plurivalentes. 
Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase nada significam de maneira precisa, inequívoca (Ogden e 
Richards são radicais: “as palavras nada significam por si mesmas”): “...o que determina o valor da palavra é o 
contexto, o qual, a despeito da variedade de sentidos de que a palavra seja suscetível, lhe impõe um valor 
‘singular’; é o contexto também que a liberta de todas as representações passadas, nela acumuladas pela 
memória, e que lhe atribui um valor ‘atual’”. Assim, por mais condicionada que esteja a significação de uma 
palavra ao seu contexto, sempre subsiste nela, palavra, um núcleo significativo mais ou menos estável e 
constante, além de outros traços semânticos potenciais em condições de se evidenciarem nos contextos em que 
ela apareça. Se, como entendem Ogden e Richards, as palavras por si mesmas nada significassem, a cada novo 
contexto elas adquiririam significação diferente, o que tornaria praticamente impossível a própria 
intercomunicação linguística. 
Othon M. Garcia. Comunicação em Prosa Moderna. 21.ª ed. Rio de 
Janeiro: Editora FGV, 2002, p. 175-6 (com adaptações). 
Considerando as relações sintático-semânticas do texto, julgue o item. 
 24. A palavra “Isoladas” introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta valor condicional. 
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Comentário: 
No fragmento “Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase nada significam de maneira precisa, 
inequívoca”, “isoladas” é um verbo na forma nominal de particípio, o qual inicia a oração reduzida “isoladas 
de contexto ou situação” que está anteposta à oração principal. Se colocarmos a frase na ordem direta, 
teremos: “As palavras quase nada significam de maneira precisa, inequívoca, se estiverem isoladas de 
contexto”. Observa-se, portanto, que há o sentido de condição devido ao emprego da conjunção “se”. 
Assim, “isoladas” introduz oração reduzida com valor condicional. 
Gabarito: item certo. 
Texto para o item 
O respeito às diferentes manifestações culturais é fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que 
apresenta tradições e costumes muito variados em todo o seu território. Essa diversidade é valorizada e 
preservada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), criada em e ligada ao 
Ministério da Cultura. 
Cidadãos de áreas rurais que estejam ligados a atividades culturais e estudantes universitários de todas as 
regiões do Brasil, por exemplo, são beneficiados por um dos projetos da SID: as Redes Culturais. Essas redes 
abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestações de cunho 
artístico. O projeto é guiado por parcerias entre órgãos representativos do Estado brasileiro e as entidades 
culturais. 
[...] 
Identidade e diversidade. Internet: <www.brasil.gov.br/sobre/cultura/> (com 
adaptações). 
Considerando as ideias e aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir. 
25. No período “Essas redes abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas 
manifestações de cunho artístico.”, duas orações expressam finalidades das “Redes Culturais”. 
Comentário: 
Após breve reflexão, conclui-se que a preposição “para” indica a finalidade das redes: “divulgar” e “preservar 
as manifestações de cunho artísticos das associações e grupos culturais”. Como é possível ser observado na 
frase, as duas finalidades em questão são expressas em duas diferentes orações, uma vez que seus 
enunciados se organizam em torno de dois verbos: “divulgar” e “preservar”. 
 Gabarito: item certo. 
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 Pontuação 
Considerando as regras gramaticais de pontuação, julgue os itens que seguem em C ou E. 
26. Os países ricos objetivam diminuir principalmente, a desigualdade interna. 
Comentário: 
O adverbio “principalmente”, intercalado entre o verbo e o complemento, deve ser isolado por vírgulas. 
Reescrevendo: “Os países ricos objetivam diminuir, principalmente, a desigualdade interna.” Item errado. 
 
27. Sem sombra de dúvidas as sociedades menos desiguais, funcionam melhor. 
Comentário: 
Expressão de valor adverbial “Sem sombra de dúvidas” está anteposta à oração principal, motivo pelo qual 
deveria haver uma vírgula após “dúvidas”. Além disso, há vírgula separando o sujeito (“as sociedades menos 
desiguais”) do predicado (“funcionam melhor”). Reescrevendo: “Sem sombra de dúvidas, as sociedades 
menos desiguais funcionam melhor.” Item errado. 
28. Contudo está, claro que a redução das desigualdades pode trazer benefícios. 
Comentário: 
Há o emprego de vírgula inadequada, separando o verbo de ligação (“está”) do predicativo do sujeito 
(“claro”). Avírgula após “contudo” é opcional, visto que se trata de adjunto adverbial deslocado de pequena 
extensão (até três palavras). Item errado. 
29. Em uma sociedade livre pessoas mais esforçadas, poderão acumular mais bens. 
Comentário: 
Há o emprego de vírgula inadequada, separando o sujeito (“pessoas mais esforçadas”) do predicado 
(“poderão acumular mais bens”). Item errado. 
 Caso a liberdade seja a prioridade, a tendência é uma maior geração de riquezas. 
Comentário: 
Corretíssimo. A vírgula justifica-se por separar corretamente a oração subordinada condicional anteposta 
(“Caso a liberdade seja a prioridade”) da oração principal posposta (“a tendência é uma maior geração de 
riquezas”). Item certo. 
Considere as seguintes sentenças abaixo e julgue o item subsequente em C ou E. 
- “A partir desta semana, os políticos que usam o dinheiro público, de forma irresponsável e demagógica podem, 
ser recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado”. 
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- “Numa votação ocorrida, na última quarta-feira no Senado, foram definidas as punições aos administradores 
públicos, que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal.” 
- “O texto condena práticas até outro dia consideradas aceitáveis na condução das coisas do Estado tais como; 
gastar mais do que arrecada, aumentar despesas sem compensá-las com cortes; iniciar obras sem ter dinheiro 
para concluí-las, gastar em excesso com funcionalismo; não divulgar metas fiscais.” 
 Das três sentenças apresentadas, nenhuma delas obedece às regras gramaticais de pontuação. 
Comentário: 
Vamos por partes. 
Na primeira sentença, há dois erros nos empregos das vírgulas. O primeiro ocorre pela separação do verbo 
“podem” de seu complemento “ser recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado”. O outro erro é a 
vírgula antes de “de forma irresponsável e demagógica”. Trata-se de expressão com caráter restritivo (são 
somente os políticos que usam o dinheiro público de forma irresponsável e demagógica que podem ser 
recolhidos à cadeia). Por isso, essa vírgula não existe. 
Reescrevendo: “A partir desta semana, os políticos que usam o dinheiro público de forma irresponsável e 
demagógica podem ser recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado.” Item errado. 
Na segunda sentença, há duas vírgulas inadequadas. A primeira é a aplicada depois de “ocorrida”, separando 
o adjunto adverbial no interior de oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio. A outra é a 
que separa a oração “que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal”, cujo sentido é restritivo e não 
explicativo, caso em que se justificaria a vírgula. 
Reescrevendo: “Numa votação ocorrida na última quarta-feira no Senado, foram definidas as punições aos 
administradores públicos que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal.” Item errado. 
Por fim, na terceira sentença, após o termo “tais como”, o correto é o uso dos dois pontos, haja vista o início 
de uma enumeração. Além disso, há a mistura de vírgula e ponto e na enumeração, o que não é 
recomendável. Por fim, deveria haver uma vírgula antes da expressão “tais como”. 
Efetuando as correções, a frase fica: “O texto condena práticas até outro dia consideradas aceitáveis na 
condução das coisas do Estado, tais como: gastar mais do que arrecada, aumentar despesas sem compensá-las 
com cortes, iniciar obras sem ter dinheiro para concluí-las, gastar em excesso com funcionalismo, não divulgar 
metas fiscais.” Item errado. 
Gabarito: errado. 
Considere as seguintes sentenças abaixo e julgue o item subsequente em C ou E. 
- “De tão banais, essas condutas acabaram sendo encaradas com certa benevolência, como se fossem parte do 
jogo do poder. Com a votação do Senado, tais expedientes passam a ser punidos rigorosamente.” 
- “Estudiosos da gestão pública, dizem que a lei carrega consigo aspectos inovadores − , pois Brasília dá um sinal 
forte de que decidiu legislar contra os próprios políticos.” 
 Das duas sentenças apresentadas, apenas uma delas obedece às regras gramaticais de pontuação. 
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Comentário: 
Vamos por partes. 
A primeira sentença está correta. As vírgulas separam corretamente as expressões deslocadas: “De tão 
banais” e “Com a votação do Senado”. Também correta é a vírgula que separa a oração com sentido 
comparativo “como se fossem parte do jogo do poder”. Item certo. 
e) O primeiro erro é a vírgula que separa o sujeito (“Estudiosos da gestão pública”) do predicado (“dizem que 
a lei carrega consigo aspectos inovadores”). Outro erro é o uso cumulativo do travessão e da vírgula. O 
correto seria, apenas, o uso da vírgula antecedendo a oração com sentido causa. Item errado. 
Reescrevendo: “Estudiosos da gestão pública dizem que a lei carrega consigo aspectos inovadores, pois 
Brasília dá um sinal forte de que decidiu legislar contra os próprios políticos.” 
Gabarito: certo. 
Considere o texto abaixo para responder à pergunta que se segue. 
Considerado um dos mais promissores mercados do mundo para a previdência privada,(A) com pelo menos 12 
milhões de clientes em potencial ainda não atendidos,(B) o Brasil tem atraído as grandes seguradoras 
multinacionais,(C) que iniciaram operação própria no país ou se associaram a empresas maiores que já atuam 
no mercado. O ritmo anual de crescimento desde 1908,(D) é de 40%. Até então,(E) os planos ofereciam um 
rendimento pré-definido para o futuro. 
(Adaptado de Veja - seu Investimento) 
 As vírgulas foram corretamente indicadas em todas as ocorrências destacadas acima. 
Comentário: 
A: a vírgula está correta. A expressão “Considerado um dos mais promissores mercados do mundo para 
a previdência privada” é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. 
Vejam a frase escrita de outra forma: “O Brasil, que é considerado um dos mais promissores mercados do 
mundo para a previdência privada, tem atraído...” 
B: a vírgula também está correta. A expressão “com pelo menos 12 milhões de clientes em potencial ainda 
não atendidos” tem sentido explicativo, razão que justifica estar intercalada por vírgulas. 
C: Da mesma forma, a expressão “que iniciaram operação própria no país ou se associaram a empresas 
maiores que já atuam no mercado”, tem função explicativa. Trata-se de oração subordinada adjetiva 
explicativa, a qual é separada por vírgula da oração principal. 
D: Essa você não erra mais. O adjunto adverbial intercalado deve estar separado por vírgulas. Assim, o 
correto é: “O ritmo anual de crescimento, desde 1908, é de 40%”. Vírgula incorreta. 
E: O adjunto adverbial deslocado “Até então” receberá vírgula, separando-a do restante da oração. Correta 
a proposta apresentada pela questão. 
Assim, há vírgulas indicadas incorretamente em uma das ocorrências. Por isso, item errado. 
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Gabarito: errado. 
Considerando as regras gramaticais de pontuação, julgue os itens que seguem em C ou E. 
 As pessoas, que dão valor, apenas, ao lado material da vida, não sabem, o que de valor há na vida. 
Comentário: 
Já foi visto que não há vírgula entre o verbo e o complemento. Assim, é equivocada a inserção da vírgula 
após o verbo “sabem”. Item errado. 
 Propõem-se situações semelhantes às do cotidiano nas quais o estudante terá a experiência, 
próxima da realidade, com que irá deparar-se. 
Comentário: 
Não deve ser empregada vírgula separando o adjunto adnominal do nome a que se refere. Assim, é 
equivocada a ocorrência em “experiência, próxima”. Outrossim, a expressão “com que irá deparar-se”tem 
sentido restritivo, razão pela qual não deve ser introduzida por vírgula. Item errado. 
 A riqueza de um povo se revela por sua cultura pois, por meio dela podem-se perceber os valores 
que fundamentam as práticas de uma comunidade. 
Comentário: 
Faltou uma vírgula antes da conjunção explicativa “pois”. Além disso, a vírgula após esse termo somente 
seria apropriada se houvesse vírgula após a expressão adverbial deslocada “por meio dela”. Item errado. 
 Os artefatos produzidos, têm seu valor econômico, mas é preciso também, levar em consideração 
seu valor simbólico. 
Comentário: 
A oração já começa mal, com o seu sujeito separado do verbo por vírgula. Além disso, o advérbio “também” 
ou deveria estar separado por vírgula ou não deveria ter nenhuma vírgula, visto ser de pequena extensão. 
Enfim, item errado. 
 De fato, enfrentaremos uma situação constrangedora, que será difícil de ser contornada; contamos, 
pois, com a colaboração de todos para superarmos este desafio. 
Comentário: 
Inicialmente, observe-se que o adjunto adverbial deslocado de curta extensão “De fato” pode ser separado 
do restante da oração por vírgula. A próxima vírgula separa, corretamente, uma oração subordinada adjetiva 
explicativa. O ponto e vírgula indica uma pausa maior e separa orações coordenadas. Por fim, tratando-se 
de “pois” com sentido conclusivo deverá ser separado por vírgulas. Item certo. 
Considere o texto abaixo para responder à pergunta que se segue. 
Nos últimos dez anos, o Brasil passou por grandes transformações e crescimento econômico contínuo, que o 
induziu a figurar entre os países em desenvolvimento acelerado. Com a expansão, formou-se uma nova classe 
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média, composta por trabalhadores vindos das classes D e E. Atualmente, o país possui 105 milhões de pessoas 
com renda mensal entre R$ 1.700 e R$ 7.400, e a tendência é que esses números cresçam nos próximos anos. 
Em uma entrevista à revista PLANETA, o economista Marcelo Neri analisa o impacto da nova classe média no 
consumo, no ambiente e na sociedade e mostra os desafios à frente dos brasileiros. 
[...] 
PLANETA – O fenômeno é passageiro? 
NERI – Não, a nova classe média veio para ficar. O crescimento é contínuo, apesar das crises financeiras. Planos 
assistenciais e o aumento do crédito ao consumidor contribuíram. Mas o principal é que o número de 
trabalhadores, que saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada dobrou desde 2004. 
(Adaptado de Milton Correia Júnior, Cigarras e 
formigas. PLANETA) 
 Das ocorrências destacadas no texto acima, em apenas uma houve erro quanto ao emprego da 
vírgula. 
Comentário: 
Inseri essa questão para que você perceba que, muitas vezes, não se fala em mudança de sentido, somente 
em regra de pontuação. Assim, você deve se “desapegar” quanto a eventuais alterações de sentido. Agora, 
analisemos a pertinência da vírgula em cada uma das ocorrências destacadas. 
- A inserção de uma vírgula depois de “contínuo” torna a oração subordinada adjetiva em explicativa. Isso 
em nada ofende as regras de pontuação; afeta somente o sentido da frase. Item errado. 
- A inserção da vírgula separa corretamente o adjunto adverbial deslocado “Com a expansão”, do restante 
da oração. Logo, essa mudança alinha-se às regras de pontuação. Item errado. 
- A inserção da vírgula separa corretamente o adjunto adverbial deslocado “Atualmente”, do restante da 
oração. Logo, essa mudança alinha-se às regras de pontuação. Frise-se que, por ser um adjunto adverbial de 
pequena extensão, essa vírgula é facultativa. Item errado. 
- A inserção da vírgula ficou estranha, certo? São duas as possibilidades: mantem-se a frase do jeito que está 
ou inserem-se duas vírgulas, tornando a oração explicativa: “Mas o principal é que o número de 
trabalhadores, que saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada, dobrou desde 2004”. 
Enfim, item errado. 
- A vírgula após “R$ 7.400” é possível, separando orações coordenadas aditivas com sujeitos diferentes. Item 
certo. 
 Gabarito: certo. 
Considere o fragmento abaixo para responder à questão. 
Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem um paraíso perdido, e 
as roupas de um estilista definem a identidade. 
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40. A virgula destacada foi empregada para separar entre si elementos coordenados dispostos em 
enumeração. 
Comentário: 
A vírgula, no trecho em destaque, justifica-se pela omissão (elipse) do termo “significa”. Acompanhe: “Um 
carro comumente significa sucesso, um cigarro (significa) auto-afirmação”. Item errado. 
4 – GABARITO 
1 E 21 E 
2 E 22 E 
 C E 
4 C 24 C 
5 E 25 C 
6 C 26 E 
7 C 27 E 
8 E 28 E 
9 C 29 E 
10 C C 
11 E E 
12 E C 
 E E 
14 E E 
15 E E 
16 E E 
17 C E 
18 C C 
19 C C 
20 C 40 E 
 
 
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