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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA LCturbo Máquina de escrever Vasconcelos e Garcia (2106) 2 José Geraldo Teixeira Formação em Ciências Contábeis e Administração pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste – MG), com especialização em administração financeira também pela mesma instituição. Mestrado Profissional em economia de empresas pela FEAD Minas. Contador, consultor e administrador financeiro com mais de 25 anos na área de docência, sendo Coordenador do Curso em EaD de Ciências Contábeis da Facul- dade Única de Ipatinga – MG.Autor de livros de contabilidade intermediária, gestão e análise de custos, análise de viabilidade, controladoria, perícia e de auditoria. ECONOMIA 1ª edição Ipatinga – MG ANO 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. T314i Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - . Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2020. 113 p. il. Inclui referências. ISBN: 978-65-990786-0-6 1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título. CDD: 100 CDU: 101 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br http://www.faculdadeunica.com.br/ 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli- cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im- portantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões cit- adas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 PREFÁCIO Deparamos em nosso dia a dia, com diversas questões de natureza econô- mica, como o desemprego, o aumento da inflação, problemas de déficit público enfrentados pelo governo (o governo gasta mais do que arrecada), mudanças na taxa de juros Selic, criação e aumento de impostos, aumento do valor do dólar, au- mento de preços, alterações na taxa de câmbio, dentre outras. Sem mencionar os impactos de mudanças de variáveis legais, políticas e eco- nômicas que afetam as empresas, seja no aumento de impostos, aumento da taxa de juros dificultando o crédito, alterações na taxa de câmbio que afetam empresas que utilizam materiais importados, causando impactos nas suas receitas. Temos que considerar também os impactos da inflação, que além dos preços, afeta também os custos de empréstimos e financiamentos. Cabe então à ciência econômica, através do seu escopo teórico, fornecer respostas, ainda que de maneira parcial, para questões do tipo: O que é inflação? Quais as suas causas? Como baixá-la? Porque existe uma distribuição tão desigual da renda? Como reduzir este problema? O que é desemprego? Porque ocorre este fenômeno? Como fazer para que o nível de emprego aumente? Qual o papel do governo no bem-estar da população? Como será decidido o que produzir, como produzir, quanto produzir e para quem? Como um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos de bens e serviços? O que é demanda? O que é oferta? Quais fatores afetam a demanda e oferta de um produto ou serviço? Pretendemos neste livro encontrar algumas respostas, uma vez que o conhe- cimento sobre assuntos econômicos se faz mais necessário em nossas vidas, visto que a maior parte dos problemas das sociedades modernas estão relacionados à proble- mas de natureza econômica, que afetam tanto os consumidores como as empresas. Professor José Geraldo Teixeira 6 SUMÁRIO ECONOMIA, CONCEITO E OBJETO DE ESTUDO/ MICROECONOMIA: A LEI DA OFERTA, DEMANDA E EQUILÍBRIO DE MERCADO ........................ 8 1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA: OBJETO DE ESTUDO E A LEI DA ESCASSEZ........... 8 1.2 DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO: MACROECONOMIA E A MICROECONOMIA ............................................................................................ 13 1.3 A LEI DA DEMANDA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA DEMANDA. ......................................................................................................... 15 1.4 A LEI DA OFERTA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA OFERTA. .... 20 1.5 DETERMINAÇÃO E ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DE MERCADO. .......................... 26 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 30 ESTRUTURAS DE MERCADO .................................................................... 33 2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 33 2.2 MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA ...................................................... 34 2.3 MERCADO EM CONCORRÊNCIA IMPERFEITA OU MONOPOLISTA ................. 36 2.4 MONOPÓLIO ...................................................................................................... 39 2.5 OLIGOPÓLIO ...................................................................................................... 40 2.6 EXTERNALIDADES X VIRTUDES X VÍCIOS DO MERCADO ................... 42 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 47 ELASTICIDADES ........................................................................................ 52 3.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA ............................................................................. 52 3.2 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA ............................................................... 55 3.3 ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA ................................................................... 62 3.4 ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA ............................................................... 64 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 67 TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS CUSTOS ................................................. 72 4.1 FUNÇÃO PRODUÇÃO ........................................................................................ 734.2 PERÍODOS DE TEMPO RELEVANTES PARA A EMPRESA ........................ 75 4.3 PRODUÇÃO COM UM FATOR VARIÁVEL E UM FIXO (UMA ANÁLISE DO CURTO PRAZO) ............................................................................................................... 76 4.4 PRODUTO TOTAL, MÉDIO, MARGINAL .............................................................. 81 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 86 MACROECONOMIA ................................................................................ 92 5.1 DEFINIÇÃO DE MACROECONOMIA-TEORIA MACROECONÔMICA .............. 92 5.2 PRINCIPAIS POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ............................................... 94 5.2.1 Política fiscal.....................................................................................................94 5.2.2 Política monetária............................................................................................96 5.2.3 Política cambial e política comercial........................................................98 5.2.4 Políticas de rendas.........................................................................................99 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 102 TÓPICOS DE MACROECONOMIA ........................................................ 107 6.1 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO MACROECONÔMICO .................................. 107 6.2 INFLAÇÃO E DESEMPREGO ............................................................................. 110 6.3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .................................... 116 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 125 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 130 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 131 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 7 CONFIRA NO LIVRO Nesta unidade vamos entender o conceito de Economia e seu ob- jeto de estudo: a lei da escassez. Será apresentado a divisão do es- tudo econômico: macroeconomia e a microeconomia. Faremos a análise do comportamento do produtor e do consumidor através da lei da oferta e da demanda, bem como os fatores que as influen- ciam. Veremos ainda como ocorre o equilíbrio de mercado através da interseção da curva da oferta e da demanda. Vamos identificar os tipos de estruturas de mercado e como os mer- cados competitivos determinam os preços das mercadorias. Pode- mos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e ser- viços da seguinte forma: Mercado de concorrência Perfeita, mono- pólio, concorrência Monopolista e oligopólio. Assim veremos a defi- nição de cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipóteses básicas de cada modelo. Serão apresentados as virtudes e os vícios de mercado. Qual o conceito e a importância da elasticidade? Veremos que a elasticidade é sinônimo de sensibilidade, é uma resposta, uma rea- ção de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Por exemplo: o que aconteceria com o aumento da demanda em face do aumento do preço? Poderá haver uma resposta dos con- sumidores, quando ocorre uma variação no preço de um bem ou serviço, aumentando ou diminuindo a demanda de um produto ou serviço. Estudaremos então a elasticidade preço da demanda, elasticidade preço da oferta e a elasticidade renda da demanda. Neste capítulo voltaremos para a oferta de mercado através do es- tudo da teoria da firma que trata das seguintes questões: o modo pelo qual uma firma toma decisões de produção minimizadoras de custo e o modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de produção. Os tópicos para discussão serão: função produção, Pme, Pmg e suas respectivas curvas, lei dos rendimentos decrescen- tes, a função produção e o que tecnicamente é viável quando a empresa opera de forma eficiente. O que os economistas enten- dem como custos? Tipos de custos e formatos das suas curvas. Nesta unidade vamos demonstrar a importância de se conhecer a macroeconomia, no sentido de explicar, buscar soluções para al- gumas questões, como: Porque ocorre o déficit na balança de pa- gamentos? O que é inflação? Quais sãos os tipos de inflação? Por- que que existe o desemprego? Por que a taxa de investimento é baixa? Vamos mostrar as principais políticas macroeconômicas. Será demonstrado como as metas do governo relacionadas a esta- bilidade econômica e o crescimento e desenvolvimento econô- mico podem ser alcançadas, através das: Política Fiscal, Política Monetária, Política Cambial e Comercial e a Política de rendas. Veremos alguns Tópicos de macroeconomia, como a Evolução do pensamento macroeconômico, com as ideias de Keynes, um de- bate sobre Inflação e desemprego, mostrando o conceito de infla- ção, suas causas e efeitos. Por último vamos estabelecer a dife- rença entre o Crescimento e desenvolvimento econômico. 8 ECONOMIA, CONCEITO E OBJETO DE ESTUDO/ MICROECONOMIA: A LEI DA OFERTA, DEMANDA E EQUILÍBRIO DE MERCADO Objetivos desta unidade: Definir economia e seu objeto de estudo: a lei da escassez Explicar a divisão do estudo econômico: macroeconomia e a microeconomia Conceituar demanda e seus fatores determinantes e demonstrar as alterações nas curvas da demanda. Conceituar a oferta e seus fatores determinantes e demonstrar as alterações nas curvas da oferta. Determinar e analisar o equilíbrio de mercado. 1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA: OBJETO DE ESTUDO E A LEI DA ESCASSEZ Vamos começar esta unidade com alguns questionamentos: 1) O que vem a ser a Economia? 2) Qual o objeto de estudo da economia? 3) Como funciona nosso sistema econômico? 4) Quando e por que o sistema econômico entra em crise, ocasionando mudan- ças de comportamento das pessoas e empresas, como no caso da Covid19? Caberá então à ciência econômica, através do seu escopo teórico, fornecer respostas, ainda que parciais para os questionamentos acima. Segundo Cario (2008) a economia insere-se no campo das ciências sociais, pois estuda como a sociedade emprega os recursos na produção de riqueza, bem como ocorre a distribuição desta riqueza entre seus participantes. Nesta perspectiva, trata não somente com variáveis quantitativas, como preço e quantidade, mas também com variáveis qualitativas, consideradas não UNIDADE 01 9 quantificáveis, como gosto e preferência do consumidor, expectativas dos consumi- dores e produtores, dentre outras. Etimologicamente, a palavra “economia”, conforme figura 1 a seguir, tem seu significado dos termos gregos “oikós” (casa) e “nomos” (norma, lei). Pode ser com- preendida como “administração da casa”. É interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da econo- mia, onde pode-se afirmar que a Economia estuda a maneira de administrar os re- cursos disponíveis com o objetivo de produzir bens e serviços, e de distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade (MENDES et al., 2015). Figura 1: Etimologia da expressão economia Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Segundo Costa, Oliveira e Perez Júnior (2012)o objetivo da economia é orga- nizar políticas que articulem produção, distribuição e consumo de bens e serviços, com a finalidade de minimizar os problemas e maximizar os benefícios em favor da qualidade de vida da sociedade. Marques (2018)destaca que o estudo da Economia como ciência surgiu ape- nas no capitalismo. Qual é seu objeto de análise? A definição que geralmente está presente nos manuais de Economia diz que ela é a ciência que estuda como otimizar os recursosescassos frente a necessidades crescentes. Outra definição, já bem menos frequente de se encontrar, diz que a Economia é a ciência que estuda como os homens se organizam para produzir e distribuir a riqueza. Neste contexto o foco de análise da Ciência Econômica é a escassez e suas consequências, conforme apontado por Nogami e Passos (2016), na figura 2: 10 Figura 2: Objeto de estudo da economia Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Os recursos limitados contrapõem-se a necessidades humanas ilimitadas, tor- nando a economia uma ciência da escolha, onde toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produ- tiva entre os vários grupos da sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). Podemos sintetizar o problema da escassez na figura 3, a seguir: Figura 3: O problema da escassez Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 11 Como apontado por Nogami (2016) a sociedade não dispõe de recursos produtivos em quantidade suficiente para produzir tudo o que a população deseja. Assim é que toda sociedade, qualquer que seja sua organização política, se defronta com três questões econômicas básicas decorrentes do problema de escassez: Quadro 1: Problemas econômicos básicos O que produzir? Já que não se pode produzir a quantidade desejada pela sociedade dos mais diversos tipos de bens e servic ̧os, esta deve escolher, entre as várias alternativas, quais bens e servic ̧os serão produzidos e em que quantidade. Devemos produzir mais automóveis do que roupas? Mais roupas e menos alimentos? Quanto de roupas e quanto de alimentos? Como produzir? Em contrapartida, a sociedade tem de decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhido será produzido. Normalmente, os bens podem ser obtidos mediante diferen- tes combinac ̧ões de recursos e técnicas, e deve-se optar pela técnica que resulte no menor custo por unidade de produto a ser obtida. Para quem produzir? Uma vez decidido que bens produzir e como produzi-los, a sociedade tem de tomar uma terceira decisão fundamental: quem vai receber esses bens e servic ̧os? Sabemos que a produc ̧ão total de bens e servic ̧os deverá ser distribuída entre os diferentes indiví- duos que compõem a sociedade. De que maneira essa distribuic ̧ão ocorrerá? Será que todas as pessoas receberão a mesma quantidade de bens e servic ̧os? Ou será que essa distribuic ̧ão será feita segundo a contribuic ̧ão de cada um à produc ̧ão? Ou segundo a sua necessidade? Fonte: Nogami (2016) Os agentes econômicos são: As empresas que são unidades produtoras de bens e serviços que visam lucro, utilizam os fatores de produção, como o capital, trabalho e terra, As famílias que fornecem os serviços dos fatores de produção (renda) e, O governo que prestam serviços à comunidade. 12 Já os geradores de renda são: Terra: recursos naturais existentes, tais como florestas, recursos minerais, recur- sos hídricos etc. Trabalho: esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços. Ex: serviço médico, o trabalho de um operário da construção civil, etc. Capital (bens de capital): não se destinam à satisfação das necessidades através do consumo, são utilizados no processo de fabricação. Ex: matérias primas, computadores, máquinas, usinas, estradas de ferro, fábricas, etc. Capacidade empresarial: considerada um fator de produção uma vez que o empresário exerce funções fundamentais para o processo produtivo. De acordo com Mendes et al. (2015)Os agentes econômicos são pessoas de natureza física ou jurídica que, através de suas ações, contribuem para o funciona- mento do sistema econômico, seja este capitalista ou socialista. Podem ser: as em- presas, as famílias e o governo. Neste sentido é ilustrada na figura 4 o fluxo real e o fluxo monetária da eco- nomia. Figura 4: Fluxo Real e o Fluxo Monetário da economia Disponível em: https://bit.ly/3qL4XOt . Acesso em: 31 out. 2020 https://bit.ly/3qL4XOt 13 1.2 DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO: MACROECONOMIA E A MICROECO- NOMIA Na opinião de Mankiw (2020)a economia pode ser dividida em dois grandes grupos: 1) A microeconomia: procura estudar como as famílias e empresas tomam de- cisões (a demanda ou procura, a oferta, o equilíbrio de mercado) e de como elas interagem em mercados específicos (as estruturas de mercado, como o mercado de concorrência perfeita, imperfeita, oligopólio e monopólio). 2) A macroeconomia: procura estudar os fenômenos que englobam toda a economia: demanda agregada, oferta agregada, investimento agregado, o PIB, e etc. Neste contexto, na opinião do autor a microeconomia e a macroeconomia estão intimamente ligadas, uma vez que é impossível entender os desdobramentos macroeconômicos sem considerar as decisões microeconômicas a eles associadas. Por exemplo, um macroeconomista pode estudar os efeitos do aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a receita de venda de mercadorias e produtos. Para analisar a questão, ele precisa levar em consideração de que maneira o au- mento destes impostos afeta as decisões das famílias sobre quanto gastar em bens e serviços. Apesar da ligação entre a microeconomia e a macroeconomia, os dois cam- pos são distintos. Como tratam de questões diferentes, cada um deles tem seu pró- prio campo de atuação, conforme Nogami e Passos (2016) o estudo da Teoria Eco- nômica se divide em duas grandes áreas: a Teoria Microeconômica e a Teoria Ma- croeconômica. Quadro 2: Problemas econômicos básicos A Teoria Microeconômica, ou Microeconomia Preocupa-se em explicar o comporta- mento econômico das unidades individuais de decisão representadas pelos consumi- dores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. Ela estuda a interação entre empresas e consumidores e a maneira pela qual produc ̧ão e prec ̧o são determinados em mercados específicos. 14 A Teoria Macroeconômica, ou Macroeconomia Estuda o comportamento da economia como um todo. Ela estuda o que determina e o que modifica o comporta- mento de variáveis agregadas, tais como a produc ̧ão total de bens e servic ̧os, as taxas de inflac ̧ão e de desemprego, o volume total de poupanc ̧a, as despesas totais de consumo, as despesas totais de investimentos, as despesas totais do governo etc. Fonte: Nogami (2016) Na figura 5, é realizada uma síntese da divisão do estudo econômico de acordo com Nogami (2016) Figura 5: Divisão do estudo econômico Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Para Vasconcelos e Garcia (2019)a análise econômica, para fins metodológi- cos e didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo, conforme apon- tado no quadro 3 a seguir: Quadro 3: Quatro áreas de estudo da macroeconomia Microeconomia ou Teoria de Formação de Preços Examina a formação de preços em mercados específi- cos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quanti- dade para satisfazer a ambos simultaneamente. Macroeconomia Estuda a determinação e o comportamento dos gran- des agregados nacionais, como o Produto Interno Bruto (PIB), o investimento agregado, a poupança agre- gada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural) 15 Economia internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Desenvolvimento econômico Preocupa-se coma melhoria do padrão de vida da co- letividade ao longo do tempo. O enfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estrutu- rais e de longo prazo (como progresso tecnológico e estratégias de crescimento). Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 1.3 A LEI DA DEMANDA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA DE- MANDA. Vamos descrever o campo da Teoria Microeconômica ou microenonomia que preocupa-se em estudar o comportamento econômico das unidades econômicas individuais, tais como consumidores, empresas e proprietários de recursos. Trataremos neste capítulo do estudo da lei da demanda e seus fatores condi- cinantes. Para Nogami (2016) demanda (ou procura) de um indivíduo por um determi- nado bem (ou serviço) refere-se à quantidade desse bem que ele deseja e está ca- pacitado a comprar, por unidade de tempo. È condicionada pela aspiração (de- sejo), capacidade financeira e pelo fluxo por unidade de tempo. Os autores esclarecem que três elementos que devem ser destacados nessa definição: 1) A demanda é uma aspiração, um desejo, e não a realização do desejo. A demanda é um dese- jo de comprar (um bem, um serviço). A realização do desejo se dá pela compra do bem desejado. Logo, não se pode con- fundir demanda (ou procura) com compra. 2) Para que haja demanda por um bem (ou serviço) é preciso que o indivíduo esteja capacitado a pagar por esse bem. Em outras palavras, é preciso que ele tenha renda que lhe permita participar do mercado desse bem. 3) A demanda é um fluxo por unidade de tempo, ou seja, devemos expressar a procura por uma determinada quantidade em um determinado período de tempo. Na concepção de Vasconcelos e Garcia (2019) a demanda depende de va- riáveis que influenciam a escolha do consumidor. As principais são: o preço do bem 16 ou serviço; o preço dos outros bens; a renda do consumidor e as preferências e há- bitos do indivíduo. Dependendo do mercado a ser estudado, outras variáveis podem ser incluí- das, tais como: fatores sazonais (demanda de sorvetes, por exemplo); localização dos consumidores; disponibilidade de crédito etc. Conforme destacado na figura 6, a Lei geral da Demanda possui uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. Figura 6: Lei Geral da Demanda Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Na figura 7 é demonstrado a inclinação da curva da demanda, uma vez que: quanto menor o preço, maior vai ser a quantidade demandada de um produto ou serviço. Figura 7: Inclinação da curva da demanda Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 17 Vamos a um exemplo prático: vamos supor que João deseja comprar refrige- rantes. A um preço de R$ 7,00, não é interessante a compra. Mas quando o preço cai para R$ 6,00, João resolve consumir cinco unidades de refrigerante, quando cai para R$ 5,00 aumenta o consumo para dez refrigerantes. Tabela 1: Consumo de refrigerante Preço do Refrigerante Quantidade 7,00 0 6,00 5 5,00 10 4,00 15 3,00 20 2,00 25 1,00 30 Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Figura 8: Gráfico do consumo de refrigerante Fonte: Elaborado pelo autor (2020) De acordo com Vasconcelos e Garcia (2019)a curva de demanda negativa- mente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade deman- dada será provocada por esses dois efeitos somados. Os autores esclarecem sobre o efeito substituição e o efeito renda: 18 Quadro 4: Efeito substituição x Efeito Renda Efeito substituição Se um bem x possui um bem substituto y, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando o preço do bem x aumenta, o consumidor passa a adquirir o bem substituto (o bem y), reduzindo assim a demanda do bem x. Exemplo: se o preço da manteiga au- mentar, os consumidores passarão a demandar consumir margarina reduzindo assim a demanda por manteiga. Efeito Renda Quando a renda do consumidor da classe D e E aumenta, ele deixará de consumir carne de segunda e passará a consumir carne de pri- meira. Caso a renda volte a diminuir, ele voltará a consumir carne de segunda novamente. Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) Em relação ao preço de outros bens podemos destacar: Quadro 5: Preço de outros bens Tipo do Bem Definição Comportamento da demanda Bens complementares São aqueles que ten- dem a aumentar a satis- fação do consumidor quando utilizados em conjunto: (pão e man- teiga). Um aumento no preço no preço do pão, acarretará a diminuição da Qd de pão e consequentemente da Qd de manteiga. Bens substitutos São aqueles que podem ser substituídos: (man- teiga e margarina). Um aumento no preço da manteiga, acarretará uma diminuição da Qd de manteiga e um aumento na Qd de margarina. Bens inferiores São aqueles de baixo valor e consumidos pe- las classes D e E: (pão, carne de segunda, rou- pas usadas). Um aumento na renda de consumi- dores da classe D acarretará uma di- minuição da Qd de carne de se- gunda. Bens normais São bens cuja demanda varia diretamente a vari- ações na renda do con- sumidor: (roupas, ali- mentos, eletro domésti- cos). Um aumento na renda dos consumi- dores acarretará um aumento na Qd de bens normais. Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Há três razões para a curva da procura apresentar uma inclinação negativa, relacionando inversamente preços e quantidades procuradas (ROSSETTI, 2016). Primeira: Se o preço for muito alto, o consumidor poderá deixar de adquirir o produto, assim quando menor o preço, maior vai ser a quantidade deman- dada. Segunda: a possibilidade de substituição de produtos influencia na quanti- 19 dade demandada. Caso um produto aumente o seu preço e tenha um subs- tituto próximo, o consumidor vai com certeza adquirir o substituto a um preço mais baixo. Isto só não acontecerá no caso de monopólio, onde o consumidor não terá escolha e será obrigado a adquirir o produto/serviço do monopo- lista. Terceira: o grau de utilidade para o consumidor do produto/serviço, assim podemos comparar o aumento ou diminuição da demanda por produtos/ser- viços como bens normais (como alimentos), quanto para bens supérfluos (car- ros). Uma mudança na demanda, ou mudança na curva de demanda, ocorre quando os consumidores desejam menos ou mais de um produto para algum motivo além de seu preço, como a renda, o gosto do bem, expectativas dos consumidores e etc. No quadro a seguir são destacados os aumentos e diminuição da demanda. Quadro 6: Aumento e diminuição da demanda AUMENTO DA DEMANDA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA Aumento na renda dos consumidores (Bem normal) Diminuição na renda dos consumidores (Bem normal) Diminuição na renda do consumidor (Bem inferior) Aumento na renda do consumidor (Bem inferior) Mudança de gosto favorável a um bem Mudança de gosto favorável a um bem Aumento no preço dos bens substitutos Diminuição no preço dos bens substitutos Diminuição no preço dos bens comple- mentares Aumento no preço dos bens complementa- res Expectativas dos consumidores (de au- mento de renda) Expectativas dos consumidores (de diminui- ção de renda) Aumento no número de consumidores Diminuição no número de consumidores Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Vasconcelos e Garcia (2019)demonstra a distinção entre demanda e quanti- dade demandada, que embora tendam a ser utilizados como sinônimos, esses ter- mos têm significados diferentes: Por demanda entende-se toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade de- mandada devemos compreender um ponto específico da curva relacionando umpreço a uma quantidade. 20 Os autores demonstram que movimentos da quantidade demandada ocor- rem ao longo da própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando a curva de procura se desloca (em virtude de variações da renda ou de outras variá- veis, que não o preço do bem), temos uma mudança na demanda (e não na quan- tidade demandada). Figura 9: Mudanças na quantidade demandada e mudanças na demanda Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Passaremos agora para a análise do comportamento do produtor – lei da oferta e seus fatores condicionantes. 1.4 A LEI DA OFERTA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA OFERTA. Para Vasconcelos e Garcia (2019)a quantidade ofertada de um bem ou ser- viço é a quantidade que o produtor planeja vender em determinado período a um determinado preço. A quantidade ofertada será determinada pelo preço do bem, preço dos fa- tores de produção, tecnologia, preço dos outros bens, as expectativas do produtor e as condições climáticas. A oferta de um produto ou serviço, em determinado período de tempo, varia na razão direta da variação de preços do bem ou serviço, a partir de um nível de preço tal que seja suficiente para fazer face ao custo de produção até o limite su- perior de pleno emprego dos fatores de produção, quando se tornará constante, 21 ainda que os preços em referencias possam continuar oscilando, mantidas constan- tes as demais condições (NOGAMI, 2016). Vasconcelos e Garcia (2019)ainda faz alguns apontamentos em relação aos fatores determinantes da oferta e consequentemente alterações na quantidade ofertada. Quadro 7: Fatores determinantes da oferta Relação Alteração na Oferta A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem. Um aumento do preço de mercado eleva a ren- tabilidade das empresas, estimulando-as a ele- var a produção. A relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional Um aumento dos salários ou do custo das maté- rias-primas deve provocar, coeteris paribus, uma retração da oferta do produto. A relação entre a oferta e o nível de co- nhecimento tecnológico é diretamente proporcional. Dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção e, portanto, aumento da oferta. Há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de em- presas ofertantes do produto no setor Quando há muitos ofertantes no mercado, a quantidade ofertada tende a diminuir. Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) Oferta de Mercado: é a curva que relaciona cada um dos preços possíveis à quantidade ofertada por todos os produtores. Graficamente, a oferta de mercado resulta da soma horizontal de cada uma das ofertas individuais. Tabela 2: Produção de refrigerante Preço do refrigerante Produtor A Produtor B Mercado A + B 100,00 400 600 1.000 80,00 300 500 800 60,00 200 400 600 40,00 100 300 400 Fonte: Adaptado de Nogami e Passos (2016) 22 Figura 10: Lei Geral da Oferta Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Na concepção de Nogami e Passos (2016)a oferta de um produto ou serviço qualquer, em determinado período de tempo, varia na razão direta da variação de preços desse produto ou serviço, a partir de um nível de preços tal que seja suficiente para fazer face ao custo de produ- ção do mesmo até o limite superior de pleno emprego dos fatores (de produção), quando se tornará constante, ainda que os preços em referência possam conti- nuar oscilando, mantidas as demais condições constantes. Essa relação entre preço e quantidade pode ser demonstrada pela equação: Na figura 11 é demonstrado a inclinação da curva da oferta, uma vez que: quanto maior o preço, maior vai ser a quantidade ofertada de um produto ou ser- viço. 23 Figura 11: Inclinação da curva da oferta Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Vamos a um exemplo prático: suponhamos que a Empresa X deseja vender refrigerantes. A um preço de R$ 40,00 a empresa vende 100 refrigerantes. Mas quando o preço aumenta para R$ 60,00 a quantidade aumenta para 200 unidades, quando aumenta para R$ 80,00 a quantidade aumenta para 300 refrigerantes e pro último quando o preço aumenta para R$ 100,00, a quantidade aumenta para 400 refrigerantes, conforme apontado no quadro 9. Tabela 3: Oferta de refrigerantes Preço do Refrigerante Quantidade 100,00 400 80,00 300 60,00 200 40,00 100 Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 24 Figura 12: Gráfico de produção de refrigerante Fonte: Elaborado pelo autor (2020) No quadro 10, a seguir são destacados os aumentos e diminuição da de- manda. Quadro 8: Aumento e diminuição da oferta AUMENTO DA OFERTA DIMINUIÇÃO DA OFERTA Diminuição no preço dos fatores de pro- dução Aumento no preço dos fatores de produ- ção Mudança tecnológica favorável Mudança tecnológica desfavorável Diminuição no preço dos bens substitutos na produção Aumento no preço dos bens substitutos na produção Aumento no preço dos bens complemen- tares na produção Diminuição no preço dos bens comple- mentares na produção Expectativas desfavoráveis sobre evolu- ção de preços Expectativas favoráveis sobre evolução de preços Condições climáticas favoráveis Condições climáticas desfavoráveis Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. Assim, Vasconcelos e Garcia (2019)esclarecem que a oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, enquanto uma alteração nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a oferta (isto é, a curva de oferta). 25 Figura 13: Mudança na quantidade ofertada e mudança na oferta Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) Por outro lado, a diminuição no preço dos insumos, ou a melhoria tecnológica em sua utilização, ou ainda o aumento no número de empresas no mercado, con- duz ao aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando--se, desse modo, a curva de oferta para a direita. Figura 14: Alteração da curva de oferta com a tecnologia Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 26 Figura 15: Alteração da curva de oferta com aumento no preço e quantidade de insumos Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 1.5 DETERMINAÇÃO E ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DE MERCADO. É chegado o momento de juntar os dois lados do mercado, o da oferta e o da demanda, a fim de ver de que maneira o preço e a quantidade de equilíbrio são determinados. Nossa atenção estará́ voltada somente aos mercados do tipo competitivo, que são aqueles em que existem muitos compradores e vendedores, de forma tal que nenhum deles, agindo individualmente, consegue exercer influência significativa sobre os preços e quantidades praticados no mercado (NOGAMI, 2016). A lei da oferta e da demanda gera a tendência ao equilíbrio, onde a interse- ção das curvas determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou de um serviço em um dado mercado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). Vamos um exemplo proposto por Nogami (2016) no qual encontramos as es- calas de oferta e de demanda de mercado para camisas. 27 Tabela 4: Escalas de oferta e de demanda de mercado para camisas Preço (Camisa) Qd (Por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-)Pressão sobre o preço 100 1000 11.000 + 10.000 Descendente 90 2000 10.000 + 8.000 Descendente 80 3000 9.000 + 6.000 Descendente 70 4000 8.000 + 4.000 Descendente 60 5000 7.000 + 2.000 Descendente 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 40 7000 5.000 -2.000 Ascendente 30 8000 4.000 - 4.000 Ascendente 20 9000 3.000 - 6.000 Ascendente 10 10000 2.000 - 8.000 Ascendente Fonte: Nogami (2016) Na figura a seguir é demonstrado como ocorre o equilíbrio de mercado, com o excesso de oferta e escassez da demanda, bem como o excesso de demanda e escassez de oferta. Figura 16: Equilíbrio de mercado (Excesso e escassez de oferta e demanda) Fonte: Nogami (2016) Se examinarmos atentamente as quantidades ofertadas e demandadas a cada nível de prec ̧o, descobriremos que existe apenas um prec ̧o – $ 50,00 – para o qual a quantidade demandada é exatamente igual à quantidade oferecida – 6.000 unidades. 28 Quadro 9:Equilíbrio de mercado Preço (camisa) Qd (por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma Fonte: Nogami (2016) Um prec ̧o que faz que a quantidade demandada seja exatamente igual à quantidade ofertada é chamado Prec ̧o de Equilíbrio (ou Prec ̧o de Mercado); a quantidade correspondente a esse prec ̧o é chamada Quantidade de Equilíbrio. No quadro 11, o preço de equilíbrio foi de R$ 50,00 e a quantidade em equilíbrio de 6.000 unidades. Esse preço emerge espontaneamente em um mercado competitivo, em que a oferta e a demanda se confrontam. O prec ̧o de equilíbrio é aquele que, uma vez atingido, tende a persistir. Sempre que o preço estiver acima do prec ̧o de equilíbrio, teremos excesso de oferta da mercadoria; esse excesso de oferta fará que o prec ̧o diminua até atingir o equilíbrio. Quadro 10: Excesso de oferta Preço (Camisa) Qd (Por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 100 1000 11.000 + 10.000 Descendente 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma Fonte: Nogami (2016) Assim, sempre que o prec ̧o estiver abaixo do prec ̧o de equilíbrio, teremos excesso de demanda da mercadoria; esse excesso de demanda fará que o prec ̧o aumente até atingir o equilíbrio. Quadro 11: Excesso de demanda Preço (Camisa) Qd (Por mês) Qo (Por mês) Excesso oferta (+) Excesso de demanda (-) Pressão sobre o preço 50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 10 10000 2.000 - 8.000 Ascendente Fonte: Nogami (2016) 29 https://bit.ly/3umW27X ttps://bit.ly/3bvnEiF 30 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: a) A pobreza. b) O controle dos bens produzidos. c) A escassez. d) A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda. e) A estrutura de mercado de uma economia. 2. Em uma economia de mercado, os problemas do “o quê”, “quanto”, “como” e “para quem” deve ser produzido são resolvidos: a) Pelos representantes do povo, eleitos por meio do voto. b) Pelos preços dos serviços econômicos. c) Pelo mecanismo de preços. d) Pelos preços dos recursos econômicos. e) Pela quantidade dos fatores produtivos. 3. Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem inferior, um aumento da renda do consumidor provavelmente: a) Aumentará a quantidade demandada de A, enquanto a de B permanecerá constante. b) Aumentarão simultaneamente os preços de A e B. c) O consumo de B diminuirá e o de A crescerá. d) Os consumos dos dois bens aumentarão. e) Nenhuma das alternativas 4. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas: a) Preço e durabilidade do bem. b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. 31 c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferên- cia do consumidor. d) Renda do consumidor, custos de produção. e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produ- ção, preferência dos consumidores. 5. O preço de equilíbrio para uma mercadoria é determinado: a) Pela demanda de mercado dessa mercadoria. b) Pela oferta de mercado dessa mercadoria. c) Pelo balanceamento das forças de demanda e oferta da mercadoria. d) Pelos custos de produção. e) Nenhuma das alternativas 6. Num dado mercado, a oferta e a procura de um produto são dadas, respectivamente, pelas seguintes equações: Qs = 48 + 10P e Qd = 300 – 8P, onde Qs, Qd e P representam, na ordem, a quantidade ofertada, a quantidade procurada e o preço do produto. A quantidade transacionada nesse mercado, quando ele estiver em equilíbrio, será: a) 2 unidades. b) 188 unidades. c) 252 unidades. d) 14 unidades. e) 100 unidades. 7. Uma mercadoria que é demandada em quantidades maiores, quando a renda do consumidor cai, é um: a) Bem normal. b) Bem inferior. c) Bem complementar. d) Bem substituto. e) Nenhuma das alternativas. 32 8. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades ofertadas: a) Preço e durabilidade do bem. b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferên- cia do consumidor. d) Renda do consumidor, custos de produção. e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produ- ção, tecnologia e condições climáticas. 33 ESTRUTURAS DE MERCADO Objetivos desta unidade: Identificar os tipos de estruturas de mercado e como os mercados competiti- vos determinam os preços das mercadorias. Classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços: mercado de concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolista e oligopólio. Definir cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipóteses básicas de cada modelo. Demonstrar as imperfeições do mercado. 2.1 INTRODUÇÃO No capítulo 1 trabalhamos com o conceito de economia, vimos o comporta- mento do consumidor através da demanda e o do produtor pelo lado da oferta e finalmente como se processa o equilíbrio de mercado. Discutiremos neste capítulo mais especificamente essa e outras formas de mer- cado, como a concorrência perfeita, concorrência imperfeita ou monopolista, o oli- gopólio e o monopólio. Segundo Vasconcellos e Garcia (2019)as várias formas ou estruturas de mer- cado dependem fundamentalmente de três características: a) Número de empresas que compõem esse mercado; b) Tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); c) Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Vamos identificar neste capítulo os tipos de estruturas de mercado e como os mercados competitivos determinam os preços das mercadorias. Segundo Nogami e Passos (2016) podemos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços da seguinte forma: Mercado de concorrência Per- feita, monopólio, concorrência Monopolista e oligopólio. UNIDADE 02 34 Quadro 12: Estruturas de mercado CONCORRÊNCIA PERFEITA E uma situação de mercado na qual o número de compra- dores e vendedores é tão grande que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço. Além disso, os produtos de todas as empresas no mercado são ho- mogêneos. MONOPÓLIO É uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos CONCORRÊNCIA MONO- POLISTA É uma situação de mercadona qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenciados que sejam substitutos en- tre si. OLIGOPÓLIO É uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogêneo ou diferenciado. Fonte: Nogami (2016) Assim veremos a seguir cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipó- teses básicas de cada modelo. 2.2 MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA A primeira estrutura a ser analisada denomina-se concorrência perfeita. Segundo Nogami (2016) é uma estrutura de mercado que visa descrever o funcionamento ideal de uma economia, servindo de parâmetro para o estudo das outras estruturas de mercado. Trata-se de uma construção teórica. Para Vasconcellos e Garcia (2019)a concorrência perfeita é um tipo de mer- cado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, não afeta a oferta do mercado nem, consequentemente, o preço de equilíbrio. O grande número de empresas nesse mercado faz que elas sejam apenas to- madoras de preços. Nesse tipo de mercado, devem prevalecer as seguintes premissas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 13: Hipóteses básicas em um mercado de concorrência perfeita Concorrência Perfeita Hipóteses básicas do modelo Observações É uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão 1) Existência de um Grande Número de Compradores e Vendedores. - Suponhamos que o mercado de um produto qualquer seja composto, pelo lado da oferta, por 1.000 firmas, cada qual produzindo 2.000 to- neladas desse bem, totalizando a oferta con- junta de 2 milhões de toneladas. 35 grande que ne- nhum deles, agindo individual- mente, consegue afetar o preço. Exemplos: lojistas da 25 de maio, camelôs em shoppings popu- lares, sistema bancário, restau- rantes, e etc. 2) Os Produtos são homogêneos. 3) Livre Entrada e Saída de firmas. 4)Transparência de Mercado - Suponhamos ainda que, pelo lado da procura, existam 10.000 compradores, cada qual adqui- rindo 200 kg desse produto. Se uma das firmas resolvesse dobrar sua produção, a oferta total aumentaria em apenas 0,10%, o que não seria bastante para exercer impacto sobre o preço de mercado. Se, por outro lado, um dos compra- dores resolvesse deixar de comprar este produto, as vendas cairiam em 0,01%, o que também se- ria insuficiente para alterar o preço desse bem. Isto evidencia o fato de que compradores e ven- dedores, isoladamente, são incapazes de exer- cer influência sobre o preço do que está sendo comprado ou vendido. Por essa razão, diz-se que eles são tomadores de preço, ou seja, o preço é um dado fixado tanto para firmas quanto para consumidores; Os produtos colocados no mercado pelas firmas são homogêneos, ou seja, são perfeitos substitu- tos entre si (várias firmas produzindo o mesmo produto). Como resultado, os compradores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão ad- quirir o produto. Não existem barreiras legais e econômicas tanto para a entrada quanto para a saída de firmas no mercado. Esta hipótese garante tanto aos compradores quanto aos vendedores terem informação per- feita sobre o mercado: ambos conhecem a qualidade do produto e seu preço vigente. Os vendedores conhecem também os custos e lu- cros de seus concorrentes. Assim é que, pelo fato de inexistir desinformação, nenhum comprador estará disposto a adquirir um produto por um preço superior ao vigente; pelo mesmo motivo, nenhum vendedor estará disposto a vender seu produto por um preço inferior ao de mercado. Fonte: Nogami (2016) Um mercado competitivo, por vezes, chamado mercado perfeitamente com- petitivo, tem duas características: 1) Há muitos compradores e vendedores no mercado O que é um mercado Competitivo? Segundo Nogami e Passos (2016) é onde existe um número tão grande de compradores e de vendedores, sendo cada comprador ou ven- dedor tão pequeno em relac ̧ão ao tamanho do mercado, que nenhum deles, atuando isoladamente, consegue influenciar o prec ̧o da mercadoria. 36 2) Os bens oferecidos pelos diversos vendedores são, em grande escala, os mes- mos. Por causa dessas condições, as ações de um comprador ou vendedor indivi- dual no mercado têm impacto insignificante sobre o preço de mercado. Cada com- prador e cada vendedor tomam o preço de mercado como dado. Mankiw (2020) traz um exemplo para contextualizar a situação acima: o mer- cado de leite. 1) Nenhum comprador individual de leite é capaz de influenciar o preço do pro- duto, porque cada comprador adquire uma pequena quantidade em rela- ção ao tamanho do mercado. 2) De maneira similar, cada vendedor de leite tem controle limitado sobre o preço, porque há muitos outros vendedores fornecendo um produto basica- mente idêntico. 3) Uma vez que cada vendedor pode vender quanto quiser ao preço vigente, ele não tem motivo para cobrar menos do que esse preço, e se cobrar mais, os compradores vão procurar outro fornecedor. 4) Os compradores e vendedores dos mercados competitivos precisam aceitar o preço que o mercado determina e, portanto, são chamados tomadores de preço. 2.3 MERCADO EM CONCORRÊNCIA IMPERFEITA OU MONOPOLISTA Na opinião de Nogami (2016)como o próprio nome diz, a concorrência mono- polista é uma estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita e do monopólio, ficando em situação intermediária entre as duas formas de organi- zação de mercado. Mankiw (2020)descreve uma estrutura de mercado em Concorrência Imper- feita ou monopolista em que há muitas empresas vendendo produtos similares, mas não idênticos. A mesmas hipóteses do mercado de concorrência perfeita se repetem tam- bém na concorrência imperfeita, a única diferença é que há o processo de diferen- ciação das empresas ao venderem seus produtos ou serviços. Importante dizer que os produtos são diferentes do ponto de vista do 37 consumidor. Mas as empresas podem tentar influenciar o ponto de vista dos consumidores, através da propaganda, enfatizando a qualidade do produto, atendimento ao conumidor, estilo, e etc (PINHO et al., 2017). Pode-se verificar a tendência para a existência de lucros normais (receita total igual a custo total), não surgindo lucros extraordinários, como acontece no mercado de concorrência perfeita. No mercado de concorrência perfeita, devem prevalecer as seguintes premis- sas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 14: Hipóteses básicas em um mercado de concorrência imperfeita Concorrência mono- polista (concorrência imperfeita) Hipóteses básicas do modelo Observações - É uma situação de mercado na qual exis- tem muitas firmas ven- dendo produtos dife- renciados que sejam substitutos entre si; Exemplos: Produtos ali- mentícios, roupas de marca, padarias, far- mácias, salão de be- leza e etc. As empresas lançam mão de estratégias de marketing para se dife- renciarem dos concor- rentes. 1) Existência de um Grande Número de Compradores e de Vendedores. 2) Cada Firma Produz e Vende um Pro- duto Diferenciado, embora Substituto Próximo. 3) Existência de Livre Entrada e Saída de Firmas Da mesma forma que na concorrên- cia perfeita, a concorrência monopo- lista apresenta grande número de fir- mas, cada qual respondendo por uma fração da produção total de mercado; Na verdade, a diferenciação carac- teriza a maioria dos mercados existen- tes. Exemplificando: não existe um tipo homogêneo de perfumes, de apare- lhos de televisão, de restaurantes, de automóveis ou DVDs. Na realidade, cada produtor procura diferenciar seu produto a fim de torná-lo único. A diferenciação, por sua vez, pode ser real ou ilegítima. No caso da diferen- ciação real, buscam-se diferenças re- ais nas características do produto. Costuma-se estabelecer, por exem- plo, diferenças a respeito do aspecto de composição química, serviços ofe- recidos por vendedores, etc. No caso da diferenciação ilegítima do produto, as diferenças são artificiais, 38 tais como marca, embalagem e de- sign. Em outros casos, pode não haver nenhuma diferença, mas o consumi- dor pode ser levado a pensar que elas existem, normalmente como resultado de campanhas promocionais que, de maneira artificial, apontam caracterís- ticas diferenciadoras entre os produ- tos. O fato de os produtos serem diferenci- ados é que dá ao produtor o poder de monopólio, uma vez que somente ele produz aquele tipo de bem. Nestas condições, a exemplo do que ocorre no monopólio, cada produtor possui alguma liberdade para fixar seus pre- ços; Da mesma forma que no mercado de concorrência perfeita, não existem barreiras legais ou de qualquer outro tipo que impeçam a livre entrada e saída de firmas no mercado. Fonte: Nogami (2016) Antes de se perguntar quantas empresas há em um mercado, é necessária uma questão bastante elementar, mas freqüentemente esquecida: qual é a delimitac ̧ão deste mer- cado? Um mercado é, em sua definic ̧ão mais simples, o espac ̧o de troca entre compra- dores e vendedores. 39 2.4 MONOPÓLIO Para Nogami (2016) o monopólio é uma situação de mercado em que existe um só produtor de um bem ou serviço que não tenha substituto próximo. Devido a isso, o monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser co- brado pelo seu produto. Conforme Pinho et al. (2017) no monopólio, o setor é a própria firma, porque existe um único produtor que realiza toda a produção. Dessa forma, a oferta da firma é a oferta do setor e a demanda da firma é a demanda do setor. No mercado monopolista devem prevalecer as seguintes premissas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 15: Hipóteses básicas em um mercado de monopólio Monopólio Hipóteses básicas do modelo Observações – É uma situação de mer- cado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos. De um lado temos uma única empresa vende- dora dominando a oferta e de outro, um conjunto de consumidores. O monopolista é um for- mador de preço. Isto sig- nifica que o monopolista tem a capacidade de es- colher o preço do pro- duto. Assim o monopo- lista pode apresentar lu- cro maior que outros se- tores. Exemplos: Petrobras, Cor- reios, e em Minas Gerais: Cemig, Copasa, domi- nando o monopólio de 1) Um Determinado Pro- duto é Suprido por uma Única Firma 2) Não há substitutos Pró- ximos para esse Pro- duto. 3) Existem Obstáculos (barreiras) à Entrada de Novas Firmas na In- dústria (nesse caso a indústria é composta de uma única firma). Uma única firma oferece o pro- duto em um determinado mer- cado. Ex. o monopólio da gasolina pela Petrobras. Isso significa dizer que o monopo- lista enfrenta pouca ou nenhuma concorrência. Vamos ao exemplo do consumo de água tratada que pratica- mente em todas as cidades do Es- tado de Minas Gerais acontece o monopólio. Não há como substituir este tipo de produto. Para que o monopólio exista é pre- ciso manter concorrentes em po- tencial afastados da indústria. Isto significa que devem existir barrei- ras que impeçam o surgimento de competidores, protegendo, dessa forma, a posição de monopolista. Estas barreiras fazem com que seja 40 fornecimento de energia elétrica e de água tra- tada. muito difícil (ou praticamente im- possível) a entrada de novas firmas na indústria. Para garantir o monopólio existem: Barreiras Legais: As barreiras legais incluem patentes, licenças e con- cessões governamentais. O Mono- pólio Legal ocorre quando o go- verno concede a uma empresa um direito exclusivo para ela ope- rar, por meio de licença e conces- sões que permitem que uma única firma produza um determinado produto, excluindo legalmente a competição de outras firmas. Controle sobre o fornecimento de Matérias Primas: Se uma firma mo- nopolista detém os controles sobre o fornecimento das matérias pri- mas essenciais à produção de um determinado bem ou serviço, ela pode bloquear o ingresso de no- vas firmas no mercado; Monopólios Estatais: Existem ainda os monopólios estatais, que per- tencem e são regulamentados pe- los governos: federal, estadual e municipal. Fonte: Nogami (2016) A patente funciona como uma barreira a entrada a outras empresas, que fi- cam impedidas de produzir bem semelhante enquanto vigorar a patente. Mas com o passar do tempo as patentes podem tornar-se obsoletas, surgir novos produtos mais inovadores, matérias primas podem ser substituídas. Cabe ao poder público pode intervir em mercados monopolistas (PINHO et al., 2017). 2.5 OLIGOPÓLIO O oligopólio pode ser conceituado como uma estrutura de mercado em que um pequeno número de firmas controla a oferta de um determinado bem ou serviço. Segundo Nogami (2016)de acordo com essa conceituação, a indústria auto- mobilística é um exemplo de indústria com pequeno número de firmas. Entretanto, o oligopólio pode também ser entendido como sendo uma indústria em que há um grande número de firmas, mas poucas dominam o mercado. Como exemplo, pode- mos citar a indústria de bebidas. 41 Além das indústrias de bebidas temos a indústria de aço, de fumo, de cimento, de celulose, empresas de transporte aéreo e rodoviário, setor de telefonia móvel, ti- das como sendo oligopolistas. No quadro a seguir são listadas algumas empresas oligopolistas e seus setores de atuação: Quadro 16: Empresas oligopolistas e suas atividades AVIAÇÃO CIVIL CO- MERCIAL LATAM, AZUL, GOL. INDÚSTRIA DE CELULOSE CENIBRA, KLABIN, WESTROCK, INTERNATIONAL PAPER, SUZANO, TROMBINI FRAIBURGO, VERACEL CELULOSE. INDÚSTRIA DE CIMENTO VOTORANTIM, INTERCEMENT, NASSAU, LAFARGE-HOLCIM TELEFONIA MÓVEL TIM, VIVO, CLARO, OI. Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Essa estrutura de mercado caracteriza-se pela existência de reduzido número de produtores e vendedores fabricando bens que são substitutos próximos entre si. Em outras palavras, esses produtos têm alta elasticidade cruzada. Segundo a substi- tutibilidade perfeita ou imperfeita dos bens, o oligopólio pode ser perfeito ou diferen- ciado (PINHO et al., 2017). No mercado oligopolista devem prevalecer as seguintes premissas, conforme destacado por Nogami (2016). Quadro 17: Hipóteses básicas em um mercado de Oligopólio Oligopólio Hipóteses bási- cas do modelo Observações - É uma situação de mercado em que um pequeno número de fir- mas domina o mer- cado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogê- neo ou diferenciado. De acordo com essa conceituação, a indús- tria automobilística é um exemplo de indús- tria com pequeno nú- mero de firmas. Entre- tanto, o oligopólio pode também ser en- tendido como sendo uma indústria em que há um grande número 1) Existência de Poucas Firmas. 2) Produto Ho- mogêneo ou Di- ferenciado. 3) Existência de Dificuldades para Entrar na Indústria. O oligopólio é uma estrutura de mercado que se situa entre a concorrência monopolista e o monopólio. O oligopólio apresenta como prin- cipal característica o fato das firmas serem in- dependentes. Isso decorre do pequeno nú- mero de firmas existentes na indústria. O oli- gopólio pode ter duas, três, dez ou mais em- presas, dependendo da natureza da indústria. Entretanto,o número deve ser pequeno, de tal forma que as firmas levem em considera- ção e tenham reações quanto às decisões de preço e produção de outras. Uma das manei- ras de se verificar uma indústria é um oligopó- lio e por meio de determinação do índice de concentração da indústria. No Brasil muitas indústrias, tais como as monta- doras de veículos, indústria de aço, a indústria de fumo e a indústria de bebidas, são tidas como sendo oligopolistas. 42 de firmas, mas poucas dominam o mercado. Exemplo: indústria de bebidas, de cigarros, empresas aeras, de te- lefonia, gases industri- ais, cimento e etc. O oligopólio pode ser puro ou diferenciado. Ele será considerado puro caso os concorren- tes ofereçam um produto homogêneo (substi- tutos perfeitos entre si). Exemplos de oligopólio puros podem ser encontrados na indústria de cimento, de alumínio, cobre, aço, etc. Caso os produtos não sejam homogêneos, o oli- gopólio será considerado diferenciado. Como exemplo, podemos citar a indústria au- tomobilística e de cigarros, cujos produtos, embora semelhantes, não são idênticos (o carro Vectra é diferente do Gol e o cigarro Marlboro é diferente do Free, e assim por di- ante); Da mesma forma que no monopólio, existem barreiras que favorecem o surgimento do oli- gopólio, impedindo a entrada de novas firmas na indústria, tais como a existência de paten- tes e outras barreiras legais. Fonte: Nogami (2016) 2.6 EXTERNALIDADES X VIRTUDES X VÍCIOS DO MERCADO Rossetti (2016)destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos passaram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Entre as virtudes do mercado, Rossetti (2016)destacam algumas que permane- cem reconhecidas: Quadro 18: Virtudes do mercado O mercado gera índi- ces de escassez Transmitidos aos preços e às remunerações, orientando a aloca- ção dos recursos escassos da sociedade. O mercado é um cen- tro de estimulação Que leva à maior qualificação dos recursos e a compromissos com a qualidade dos produtos. As exigências impostas pela competição são, de um lado, fatores de impulsão das pessoas para investirem em si mesmas, aprimorando o capital humano; de outro lado, impulsionam a diversidade dos produtos e seus padrões de desempenho e qualidade. O mercado orienta as sociedades Os preços sinalizam o que está sendo e o que deve ser conser- vado; estimulam a busca de tecnologias alternativas; e sinaliza- rão a direção a ser dada a boa parte dos projetos de P&D – Pes- quisa e Desenvolvimento. O mercado possibilita as trocas voluntárias. Concilia interesses e objetivos. Nesse sentido, é uma alternativa a sistemas coercitivos. O mercado viabiliza a liberdade de escolha econômica Não obstante os graus dessa categoria de liberdade não se en- contrarem igualmente distribuídos e serem desigualmente limita- dos por diferentes níveis de restrições orçamentárias, o processo de escolha é tolhido para todos, sempre que se suprime o mer- cado, centralizando-se decisões alocativas. Fonte: Rossetti (2016) 43 Mas, em contrapartida, Rossetti (2016) afirma que o mercado também tem ví- cios. Estes são os mais apontados: Quadro 19: Vícios do mercado O processo de alocação exclusiva- mente via mercado registra ineficácias, do ponto de vista social. Havendo consumidores dispostos e aptos a pa- gar por rações balanceadas para cães de esti- mação, essas rações continuarão a ser produzi- das, ainda que pessoas desprovidas de recursos sobrevivam com dietas precárias. O mercado não se estrutura apenas se- gundo as hipóteses da concorrência perfeita Prevalecem, na realidade, estruturas imperfeita- mente competitivas, que podem conduzir a prá- ticas que conspirem contra o interesse público. O mercado não garante, o tempo todo, o pleno-emprego dos recursos As instabilidades que muitas vezes decorrem de movimentos questionáveis das forças de mer- cado, deixam recursos ociosos. Dificilmente o mercado leva a economia a operar permanen- temente sobre suas fronteiras de produção. O mercado não é capaz de penalizar agentes econômicos que geram exter- nalidades negativas, ao produzir ou a consumir. A acumulação de externalidades pode, no li- mite, inviabilizar o processo econômico como um todo. Os mecanismos do mercado, limitados a preços, fragilizam-se diante do poder de outros mecanismos persuasórios e alocativos Estendida também à comunicação social, a li- berdade de mercado pode tornar-se mais forte que as próprias forças do mercado. “A criatura pode rebelar-se contra o criador” e, embora menos perfeita, tomar seu lugar. Fonte: Rossetti (2016) Do balanceamento dessas virtudes e vícios, todos fortemente relacionados com os pontos fortes e fracos dos sistemas econômicos, podem resultar diferentes categorias de intervenções regulatórias exercidas pelo governo. Rossetti (2016)destaca as intervenções de maior relevância: Quadro 20: Intervenções regulatórias exercidas pelo governo Coparticipação do governo no processo produtivo Originalmente para a geração de bens e serviços públicos e semipúblicos. Controle de preços Fixação de tetos e de mínimos. Fixação de quotas de produção Limitação de acesso aos recursos. Controle de externalidades Notadamente as que conduzem à degra- dação ambiental. Regulamentação de práticas operacionais Em estruturas imperfeitamente competiti- vas. Implantação de mecanismos redistributivos de renda De efeitos indiretos e diretos. Fonte: Rossetti (2016) 44 Outras medidas também poderão ser reguladas pelo governo, como a fixa- ção de quotas de produção, limitação de acesso aos recursos, constituição de esto- ques reguladores, repressão aos abusos do poder de mercado, dentre outros. Este tópico iniciou-se com uma síntese acerca dos benefícios dos mercados que, mesmo com todas as imperfeições, podem levar a formas superiores de organi- zação produtiva, com práticas abusivas, como a formação de cartéis. Nogami (2016)afirmam que o cartel é uma organização formal de produtores dentro de um setor. Essa organização formal determina as políticas para todas as empresas do cartel, objetivando aumentar seus lucros totais. Muitas vezes, os acordos entre empresas concorrentes são tornados públicos e, em outras, a prática de cartel ocorre sem que haja qualquer documento explici- tando seu comportamento. Vale ressaltar que a prática do cartel no Brasil é conside- rada um crime, portanto, ilegal. Determinadas consequências das atividades de produção geram custos para a sociedade, mas que não são computadas como custo de produção. Como exem- plo, pode-se citar a poluição decorrente da produção de determinado bem ou ser- viço. Este é o caso da poluição dos rios decorrente da produção de papéis ou a poluição do ar e sonora resultante do transporte rodoviário de cargas. Tais custos são denominados, na Economia, de externalidades negativas (BRAGA, 2019). As externalidades negativas também podem ser evitadas pelas ações de or- ganizações não governamentais ou fundações que funcionam a partir de doações de pessoas físicas ou jurídicas, e com recursos financeiros praticam ações de caráter assistencial na sociedade. Muitas empresas possuem fundações para tal fim. Mas nem sempre as solu- ções privadas garantem a solução adequada para os efeitos das externalidades. Cada vez mais as empresas tendem a ser responsabilizadas pelos danos am- bientais, não apenas na forma de pagamento de multas, mas na obrigatoriedade 45 do desenvolvimento de procedimentos que minimizem tais danos. Neste sentido, muitas empresas de grande porte publicam seu balanço ambi- ental, demostrandoas ações que fizeram para minimizar os efeitos negativos causa- dos ao meio ambiente em função de sua atividade. Se, por um lado, isso implica em aumento nos custos das firmas, por outro eleva o bem-estar daqueles que prezam pela qualidade de vida em um ambiente menos poluído, sem contar que melhora a imagem da empresa no mercado, com boas práticas de governança corporativa. O Brasil possui, desde os anos de 1960, extensa legislação que procura coibir os abusos do poder econômico em defesa da concorrência e da proteção aos con- sumidores e consequentementemente combtare algumas externatidades negativas do mercado. Vasconcelos e Garcia (2019)demonstram que dentro do chamado Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, o Conselho Administrativo de Direito Econô- mico (Cade), a Secretaria de Direito Econômico (SDE) e a Secretaria de Acompa- nhamento Econômico (Seae), que são os órgãos que têm por objetivo julgar os pro- cessos administrativos relativos a abusos do poder econômico, bem como analisar fusões de empresas que podem criar situações de monopólio ou maior domínio de mercado. No livro de Rossetti (2016) o autor demonstra as defasagens e imperfeições do mer- cado mas https://bit.ly/2ZFq09h https://bit.ly/2P4oknH 46 47 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Segundo Nogami e Passos (2016) podemos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços da seguinte forma: Mercado de concorrência Per- feita, monopólio, concorrência Monopolista e oligopólio. I - Concorrência Perfeita é uma estrutura de mercado, na qual existe um grande número de compradores e vendedores. II - Monopólio é uma estrutura de mercado na qual existe muitos vendedores e muitos compradores, sendo uma das causas para seu aparecimento a concessão de uma patente durante um determinado período de tempo. III - Oligopólio é uma estrutura de mercado na qual existe um pequeno número de empresas, diante de um grande número de compradores. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Em alguns setores ____________________ ocorre cooperação entre as empresas, po- rém em outros elas competem agressivamente, mesmo que isso signifique lucros menores. Para entendermos a razão disso é preciso levar em consideração o modo pelo qual essas empresas decidem seus níveis de produção e seus preços. Essa sentença se refere à: a) oligopolistas b) monopolistas c) de concorrência perfeita d) de concorrência imperfeita e) nenhuma das anteriores 48 3. Em um mercado ____________________, algumas ou todas empresas explicita- mente fazem coalizões: elas coordenam seus preços e níveis de produção de ma- neira que possam maximizar seu lucro conjunto. Exemplo desse tipo de estrutura de mercado é o da OPEP (organização dos países exportadores de petróleo). a) oligopolistas b) monopolistas c) de concorrência perfeita d) de concorrência imperfeita e) nenhuma das anteriores 4. Identifique o tipo de mercado 1 - concorrência perfeita; 2 – Concorrência imperfeita; 3 – monopólio; 4 - oligopólio) mais provável nas seguintes situações: Não existem barreiras legais e econômicas tanto para a entrada quanto para a saída de firmas no mercado. É uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos É uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão grande que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço. Existência de Dificuldades para Entrar na Indústria. É uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogêneo ou diferenciado. A sequência correta será: a) 1, 3, 1, 4, 4 b) 2, 4,1, 3, 4 c) 4, 4, 2, 1, 3 d) 3, 3, 1, 4, 1 e) 4, 3, 2, 1, 2 49 5. Identifique o tipo de mercado 1 - concorrência perfeita; 2 – Concorrência imperfeita; 3 – monopólio; 4 - oligopólio) mais provável nas seguintes situações: É uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenci- ados que sejam substitutos entre si. Esta hipótese garante tanto aos compradores quanto aos vendedores terem informação perfeita sobre o mercado: ambos conhecem a qualidade do produto e seu preço vi- gente (transparência de mercado). Uma única firma oferece o produto em um determinado mercado Os produtos colocados no mercado pelas firmas são homogêneos, ou seja, são perfeitos substitutos entre si (várias firmas produzindo o mesmo produto). Como resultado, os com- pradores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão adquirir o produto. A sequência correta será: a) 3, 2, 1, 4 b) 4, 3, 2, 1 c) 2, 1, 3, 1 d) 3, 1, 4, 2 e) 2, 3, 4, 1 6. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas- saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Algumas medidas poderão ser reguladas pelo governo para combater os vícios: I - Fixação de quotas de produção. II - Limitação de acesso aos recursos III - Constituição de estoques reguladores IV - Repressão aos abusos do poder de mercado É correto o que se afirma em: 50 a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III e IV 7. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas- saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Entre as virtudes do mercado, destacam algumas que per- manecem reconhecidas: I – O mercado viabiliza a liberdade de escolha econômica II – O mercado orienta as sociedades III - O mercado possibilita as trocas voluntárias. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 8. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas- saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses privados e públicos. Mas, em contrapartida, Rossetti afirma que o mercado tam- bém tem vícios: I - O processo de alocação exclusivamente via mercado registra ineficácias, do ponto de vista social. II - O mercado não é capaz de penalizar agentes econômicos que geram exter- nalidades negativas, ao produzir ou a consumir. III - O mercado não se estrutura apenas segundo as hipóteses da concorrência perfeita 51 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 52 ELASTICIDADES Objetivos desta unidade: Definir elasticidades e determinar sua importância Explicar e exemplificar a Elasticidade preço da demanda Explicar e exemplificar a Elasticidade preço da oferta Explicar e exemplificar a Elasticidade renda da demanda 3.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decla- rou que estava em curso uma pandemia denominada COVID-19, que rapidamente alastrou-se para todos os países do mundo, tendo impactos profundos na saúde pú- blica e choques sem precedentes nas economias e nos mercados de trabalho (COSTA, 2020). De acordo com o Amitrano, Magalhães e Silva (2020)os fatores de demanda, associados aos impactos negativos da epidemia sobre três elementosdistintos. 1) Consumo das famílias: decorrente da perda de renda presente, resultado da redução da jornada de trabalho, do desemprego e/ou da queda dos salá- rios reais. O consumo também é afetado negativamente pelas medidas de isolamento social que, ao limitarem a mobilidade (seja pelo medo, seja pela coerção do Estado), reduzem o montante gasto, ainda que a renda não tenha necessariamente sido reduzida. Além disso, a expectativa de queda da renda futura também contrai as despesas familiares. 2) Investimento privado: relacionado tanto à queda da rentabilidade imediata, devido à redução da demanda (efeito acelerador), quanto à deterioração das expectativas sobre a rentabilidade futura. 3) Comércio exterior: associado tanto à interrupção da produção de insumos e bens finais em diversos países, como à diminuição da demanda internaci- onal, mas também a práticas não cooperativas e protecionistas (confisco da produção doméstica para venda exclusiva no mercado interno; aumento UNIDADE 03 53 dos mark-ups relacionados à condição oligopolista nos mercados de insu- mos). Neste caso, destaca-se o impacto da desaceleração chinesa, epicen- tro inicial da crise, sobre as demais economias. No ano de 2020, o evento da Covid19 afetou drasticamente o consumo das famílias, conforme destacado pelo IPEA como consequência, houve aumentos ex- cessivos nos preços de alguns alimentos, como a carne bovina, arroz, óleo de soja, açúcar, feijão, milho, dentre outros, bem como efeitos no mercado de trabalho, com o aumento do desemprego. Poderíamos responder usando a lei da demanda que aprendemos no pri- meiro capítulo. Mas talvez você queira uma resposta exata. Em quanto o do arroz, a soja, o feijão, o milho, a carne bovina e etc., seria reduzida? Essa pergunta pode ser respondida por meio de um conceito chamado elas- ticidade, que será desenvolvido neste capítulo. Conforme Mankiw (2020) a elasticidade é uma medida do tamanho da res- posta dos compradores e vendedores às mudanças das condições do mercado. Ao estudarmos como um acontecimento ou política pública qualquer afeta um mer- cado, podemos discutir não apenas a direção dos efeitos, mas também a sua mag- nitude. Podemos então nas palavras de Mankiw (2020) encaminhar para a resposta da questão do aumento de preços dos alimentos ocasionados pela Covid19, que através da elasticidade veremos os efeitos na economia e também a sua magnitude, com o aumento de preços, da inflação e do desemprego. Na concepção de Nogami (2016)em termos econômicos, a elasticidade ex- pressa uma relação entre duas variáveis inter- -relacionadas funcionalmente. Assim podemos relacionar a variação percentual na quantidade demandada em relação a uma mudança percentual no preço, ou uma variação percentual na quantidade demandada em relação a uma mudança percentual de renda. Este aumento do preço em alguns produtos alimentícios, de maneira geral faz com que os consumidores comprariam menos? 54 Do ponto de vista microeconômico, por exemplo, o conceito estaria associ- ado às relações entre preço e quantidade demandada (ou ofertada) de um bem; da ótica macroeconômica, o conceito de elasticidade estaria associado, por exem- plo, às relações existentes entre os níveis de renda e das importações de um país (NOGAMI, 2016). Interessa-nos, no momento, a elasticidade do ponto de vista microeconômico. Acima foram descritos aumentos de alguns alimentos, em função da crise do Covid19? Como vamos encontrar uma resposta do aumento ou diminuição do con- sumo da carne de boi e do arroz, por exemplo? Então, através das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de uma resposta em relação à mudança de preços. A demanda de um produto ou serviço poderá cair quando o preço sobe, e de maneira diferente do lado da oferta, poderá aumentar se o preço sobe. Neste contexto podemos perceber que após as mudanças de preços não será informado o quanto mais ou menos os consumidores demandarão ou os produtores ofertarão. Veremos que esta resposta será encontrada através do estudo da elastici- dade. As reações dos consumidores a mudanças de preços, podem gerar sensibili- dade ou não a este aumento, como dizem os economistas, podem ser elásticas ou inelásticas e do mesmo modo os produtores também têm suas reações. Se uma firma quer aumentar sua receita total. Deve reduzir ou aumentar seus preços? 55 Em geral o aumento de preço tem dois efeitos, do ponto de vista do empre- sário: Figura 17: Efeitos do aumento de preço Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Mas, a indagação do aumento de preços e sua influência na receita da em- presa pode ser respondida com o estudo da elasticidade, o que vai depender da elasticidade do produto/serviço, como veremos no próximo item sobre elasticidade preço da demanda, com exemplos de demanda elástica, inelástica e unitária. Tomando por base a função demanda temos: Elasticidade-Preço da Demanda; Elasticidade-Renda da Demanda; Elasticidade-Preço Cruzada. Tomando por base a função oferta temos: Elasticidade-Preço da Oferta 3.2 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA Variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual no preço do bem, coeteris paribus, conforme fórmula a seguir: 56 Vamos a algumas considerações da Elasticidade preço da demanda: 1) Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando ocorre uma vari- ação no preço de um bem ou serviço. 2) A Elasticidade-preço da demanda é sempre negativa. Seu valor é expresso em módulo (por exemplo, |Epd | = 1,5 que equivale a Epd = -1,5). A resposta é não, por dois motivos: o preço do sal é muito baixo para afetar sua quantidade demandada e por outro lado o sal não tem um substituto próximo. Figura 18: Aumento do preço do sal Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Voltamos ao estudo da Elasticidade- Preço da Demanda que é calculada Se o preço do sal aumentar de R$ 1,00 para R$ 2,00 a quantidade demandada irá dimi- nuir? Ed = ΔQd ΔP 57 pela razão entre dois percentuais: a variação percentual na quantidade deman- dada dividido pela mudança percentual no preço, como apresentado nos exem- plos a seguir: 1) Suponhamos que a redução de 10% no preço do peixe durante a quaresma provoque uma elevação de 40% na quantidade demandada. Neste caso te- remos: Ed = Variação percentual na Quant. Demandada = 40% = 4 Variação percentual do preço 10% Isto significa que se trata de um produto que tem grande sensibilidade a vari- ação de preços, uma vez que a variação percentual na quantidade foi quatro vezes maior que a variação percentual do preço que lhe deu origem. 2) Suponhamos que a redução de 10% no preço da carne de porco na qua- resma provoque uma elevação de 5% na quantidade demandada. Neste caso teremos: Ed = Variação percentual na Quant. Demandada = 5% = 0,5 Variação percentual do preço 10% Isto significa que se trata de um produto cujas variações de preço provoca pouca reação nos consumidores, ou seja, há baixa sensibilidade, uma vez que a variação percentual do preço provoca uma variação percentual menor nas quan- tidades demandadas. 3) Suponhamos que a redução de 10% no preço da carne de frango na qua- resma provoque uma elevação de 10% na quantidade demandada. Neste caso teremos: Ed = Variação percentual na Quant. Demandada = 10% =1,0 Variação percentual do preço 10% 58 Isto significa que a variaçãona quantidade demandada é igual a variação percentual no preço que a ocasionou. Nos resultados da variação da quantidade demandada, podemos fazer a Classificação da Elasticidade- Preço da demanda, em: Quadro 21: Classificação da elasticidade da demanda Ed > 1 = Demanda elástica Uma mudança no preço (%) provoca uma mudança (%) na quan- tidade demandada maior que a mudança de preço. Ex. Ed = 40%/10% = 4 Ed < 1 = Demanda inelástica Uma mudança no preço (%) provoca uma mudança (%) na quan- tidade demandada menor que a mudança de preço. Ex. Ed = 10%/5% = 0,5 Ed = 1 = Demanda unitária Uma mudança no preço (%) provoca uma mudança (%) na quan- tidade demandada igual à mudança percentual havida no preço. Ex. Ed = 10%/10% = 1,0 Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Segundo Mankiw (2020) para responder a essa questão, os economistas cole- tam dados dos resultados de mercado e aplicam técnicas estatísticas para estimar a elasticidade‐preço da demanda. Eis algumas elasticidades‐preço, obtidas de di- versos estudos, para uma variedade de bens. Quadro 22: Elasticidades x receita Produto/Serviço Elasticidade Ovos 0,1 Assistência Médica 0,2 Arroz 0,5 Habitação 0,7 Carne de vaca 1,6 Refeições (restaurante) 2,3 Fonte: Mankiw (2020) Vamos responder a pergunta elaborada anteriormente: Se uma firma quer Quanto, precisamente, o preço de um bem em particular influencia a quantidade de- mandada? 59 aumentar sua receita total. Deve reduzir ou aumentar seus preços? Tudo vai depender da elasticidade. Ao se calcular a elasticidade da de- manda e realizar sua classificação em elástica e inelástica, poderemos apontar se um aumento ou uma diminuição no preço pode diminuir ou aumentar a receita total da empresa. Na demanda elástica: Quadro 23: Efeito do preço na receita (demanda elástica) Diminuição no preço P Receita total aumenta RT Aumento no preço P Receita total diminui RT Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Na demanda inelástica: Quadro 24: Efeito do preço na receita (demanda inelástica) Diminuição no preço P Receita total diminui RT Aumento no preço P Receita total aumenta RT Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Se uma empresa estiver atuando na região inelástica da curva de demanda, será vantajoso para ela aumentar o preço até onde a Epd = 1. Neste caso, embora a quantidade vendida diminua, o aumento de preço mais que compensará esta diminuição. Consequentemente a receita total aumentará. Da mesma forma, se uma empresa estiver atuando na região elástica da curva de demanda, ela terá vantagens ao baixar o preço até onde a Epd = 1 pois o aumento na quantidade vendida mais que compensará a diminuição no preço. Neste caso haverá um aumento na receita total. Para entender melhor a situação apresentada de forma resumida anterior- mente, vamos a um exemplo proposto por Nogami (2016)conforme quadro. 60 Quadro 25:Efeito da elasticidade na receita total Ponto Preço ($) Quantidade Demandada Elasticidade Receita Total A B C D E F G H 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0 0 50 100 150 200 250 300 350 Ed = 13,00 Ed = 3,67 Ed = 1,80 Ed = 1,00 Ed = 0,56 Ed = 0,27 Ed = 0,08 0 0 300,00 500,00 600,00 600,00 500,00 300,00 0 Procura Elástica Receita total se preço ↓ Receita total ↓ Se preço ↑ Elasticidade Unitária Receita total não muda se preço ou ↓ Procura Inelástica Receita total ↓ se preço ↓ Receita total ↑ Se preço ↑ Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Vamos a análise dos resultados do quadro acima: 1) (Ponto A, B) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 7,00 para R$ 6,00, a quantidade demandada aumentou de 0 para 50 unidades, a elasticidade preço da demanda (no ponto médio) foi de 13,0, com este resultado a re- ceita total aumentou para R$ 300,00 (Procura elástica). 2) (Ponto B, C) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 6,00 para R$ 5,00, a quantidade demandada aumentou de 50 para 100 unidades, a elasticidade preço da demanda (no ponto médio) foi de 3,67, com este resultado a re- ceita total aumentou de R$ 300,00 para R$ 500,00 (Procura elástica). 3) (Ponto C, D) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 5,00 para R$ 4,00, a quantidade demandada aumentou de 50 para 100 unidades, a elasticidade preço da demanda (no ponto médio) foi de 1,80, com este resultado a re- ceita total aumentou de R$ 500,00 para R$ 600,00 (Procura elástica). 4) (Ponto D, E) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 4,00 para R$ 3,00, a 61 quantidade demandada aumentou de 150 para 200 unidades, a elasticidade preço da demanda (no ponto médio) foi de 1,0, com este resultado a receita total permaneceu em R$ 600,00 (Elasticidade Unitária). 5) (Ponto E, F) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 3,00 para R$ 2,00, a quantidade demandada aumentou de 200 para 250 unidades, a elasticidade preço da demanda (no ponto médio) foi de 0,56, com este resultado a re- ceita diminuiu de R$ 600,00 para R$ 500,00 (Procura inelástica). 6) (Ponto F, G) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 2,00 para R$ 1,00, a quantidade demandada aumentou de 250 para 300 unidades, a elastici- dade preço da demanda (no ponto médio) foi de 0,27, com este resultado a receita diminuiu de R$ 500,00 para R$ 300,00 (Procura inelástica). Em resumo: Quadro 26: Elasticidades x receita Ed Preço Receita Total Demanda elástica > 1 Aumenta Diminui Diminui Aumenta Demanda unitária = 1 Aumenta Diminui Constante Constante Demanda inelástica < 1 Aumenta Diminui Aumenta Diminui Fonte: Elaborado pelo autor (2020) A figura abaixo mostra um resumo sobre a variação da receita total e da elas- ticidade ao longo de uma curva de demanda. Figura 19: Variação da receita total e da elasticidade Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 62 Vasconcelos e Garcia (2019) demonstram alguns fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda: Quadro 27: Fatores que influenciam a elasticidade da demanda Fatores Influência Existência de bens substitutos Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações em seu preço – para cima, por exemplo – farão que o consumidor passe a adquirir seu substituto, provocando queda em sua demanda mais que propor- cional à variação do preço. Essencialidade do bem Se o bem é essencial, sua demanda será pouco sensível à varia- ção de preço; terá, portanto, demanda inelástica Importância do bem, quanto a seu gasto no orçamento do consumidor Quanto maior o gasto referente a determinado bem (maior parti- cipação ou peso) em relação ao gasto total (orçamento) do con- sumidor, mais sensível torna-se o consumidor a alterações em seu preço (ou seja, a demanda é mais elástica) Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 3.3 ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA Segundo Vasconcelos e Garcia (2019)o mesmo raciocínio utilizado para a de- manda também se aplica à oferta, observando-se, no entanto, que o resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é direta., assim, quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará disposto a ofertar, coeteris paribus. A elasticidade-preço da oferta (Eo) mede a reação dos vendedores às mu- danças no preço. Na elasticidade preço da oferta ocorrerá a variação percentual na quantidade ofertada, dada uma variação percentual no preço do bem, coeteris paribus, conforme fórmula a seguir:Suponha que uma empresa tenha aumentado o preço de um televisor de R$ 700,00 para R$ 900,00 por unidade, e que devido a isso a venda desse produto tenha diminuído de 200 para 150 unidades por mês. Eo = ΔQo ΔP 63 Vamos calcular a elasticidade preço da oferta utilizando a fórmula de elastici- dade no ponto médio: Eo = Qo2 – Qo1 / Qo2 + Qo1 = 150 – 200 / 150 + 200 = 1,14 P2 – P1 / P2 + P1 900 – 700 / 900 + 700 No resultado de 1,14 podemos classificar a elasticidade preço da oferta como elástica, pois quando há aumento de preço, haverá uma diminuição da receita da empresa. Aumento no preço P Receita total diminui RT Vamos a um outro exemplo: Considere os seguintes dados relativos à empresa Doce Vinhos. Embora alguns dados já estejam disponíveis, o gerente pretende redu- zir os preços da garrafa de vinho tinto para aumentar as vendas. Ele estimou o cres- cimento das vendas, mas precisa saber se de fato essa estratégia é boa. É necessário calcular a elasticidade preço da oferta e também a receita total, para descobrir qual o limite de preço do vinho tinto, de modo que não dê prejuízos para a empresa. Tabela 5:Elasticidade- preço da oferta do vinho tinto Cenários Preço Quant. ofertada estimada Receita Total Elasticidade- preço da oferta A $ 20,00 100 2.000,00 Elástica 3,39 B $ 19,00 120 2.280,00 Elástica 3,39 C $ 18,00 140 2.520,00 Elástica 2,84 D $ 17,00 160 2.720,00 Elástica 2,33 E $ 15,00 165 2.475,00 Inelástica 0,24 F $ 13,00 170 2.210,00 Inelástica 0,20 Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Conclusão: De acordo com o quadro acima, compensa para o gerente redu- zir o preço até R$ 17 (Cenário D), onde a oferta é elástica, a partir do momento que a oferta passa a ser inelástica, não compensa mais reduzir preços, uma vez que a receita vai diminuir. Ao se calcular a elasticidade preço da oferta e também a receita total, en- contramos algumas respostas do limite de preço do vinho tinto, de modo que não 64 dê prejuízos para a empresa, desse modo quando a: 3.4 ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA É utilizada para medir a reação dos consumidores a mudanças na renda. Na aplicação da fórmula encontraremos uma variação percentual na quan- tidade demandada, dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus: Vasconcelos e Garcia (2019)demonstram os resultados da elasticidade-renda e seus efeitos no consumo: a) Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é negativa, o bem é inferior, ou seja, aumentos de renda levam a quedas no consumo desse bem, coeteris paribus. b) Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é positiva e maior que 1, o bem é superior ou de luxo, ou seja, aumentos na renda dos consumidores levam a um aumento mais que proporcional no consumo do bem. Vejamos algumas considerações da elasticidade-renda em relação aos tipos de bens, propostos por Vasconcelos e Garcia (2019) Quadro 28: Considerações obre a elasticidade-renda A distinção entre bem normal e bem inferior Não tem muito significado para os consumidores mais pobres, para os quais praticamente todos os bens são normais, como alimentos, ou seja, se houver aumento da renda dos consumidores, eles não consumirão muito mais arroz, feijão, açúcar. Oferta Elástica No quadro 28 o preço caiu de $ 20 até $17 (Elástica) Receita total ↑ A receita aumentou de $2.000 para $ 2.720. se preço ↓ Oferta Inelástica No quadro 28 o preço caiu de $17 para $13 (Inelástica) Receita total ↓ A receita caiu de $2.720 para 2.210. se preço ↓ Er = ΔQd ΔR 65 Para bens normais Há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é positiva, assim quando há aumento na renda dos consumidores, é de se esperar que haja um aumento no consumo de bens normais. Para bens inferiores Há uma relação negativa entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é negativa, assim quando há diminuição na renda dos consumidores, é de se esperar que haja uma diminui- ção no consumo de bens inferiores (roupas usadas, carne de se- gunda, e etc.). Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Vale destacar que para bens inferiores, caso a renda do consumidor (classe D e E) aumentar, ele deixará de consumir carne de segunda (vai diminuir o consumo de carne de segunda) e passará a consumir carne de primeira. Poderá acontecer o inverso, caso sua renda por um motivo diminuir, esse con- sumidor voltará a consumir carne de segunda. 66 Bens complementares: Bens consumidos conjuntamente. (Vasconcelos e Garcia, 2019) Bens substitutos (ou concorrentes): O consumo de um bem substitui o consumo de outro. (Vasconcelos e Garcia, 2019) Coeteris paribus: Expressão latina que significa “tudo o mais constante”. Em Microecono- mia, analisa-se um dado mercado isolado dos demais. É a análise do equilíbrio parcial. (Vasconcelos e Garcia, 2019) Elasticidade: Alteração percentual em uma variável, dada a variação percentual em ou- tra, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) Elasticidade-preço da demanda: Variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) Elasticidade-preço da oferta: Variação percentual na quantidade ofertada, dada a va- riação percentual no preço do bem, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) Elasticidade-renda da demanda: É a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) 67 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A elasticidade-preço da demanda é um conceito importante para as empresas porque lhes permite saber se ao reduzir ou aumentar o preço, a receita total au- mentará, diminuirá ou permanecerá inalterada. Neste contexto: I - Quando a demanda é elástica, uma redução do preço aumentará a receita total. Ao contrário, um aumento do preço reduzirá a receita total (Ex. geladeira). II - Quando a demanda é inelástica, uma redução no preço diminuirá a receita total. Ao contrário, um aumento de preço elevará a receita total (ex. feijão). III - Quando a demanda é unitária, a receita total proporcionada pelo bem não é afetada pelo preço, ou melhor, não varia com o preço cobrado. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Vamos supor que o governo querendo reduzir o consumo de gasolina no curto prazo, resolva promover um aumento de 40% no preço. Percebeu-se que este au- mento provocou uma redução de 8% no consumo. O resultado do coeficiente de elasticidade-preço por gasolina foi de 0,2, conclui-se que: I - O resultado acima demonstra que a medida do governo não surtiu muito efeito, uma vez que a variação percentual na quantidade demandada é menor que a variação percentual no preço, ou seja, os consumidores foram insensíveis à varia- ção do preço (demanda inelástica). II - O resultado acima demonstra que a medida do governo surtiu muito efeito, uma vez que a variação percentual na quantidade demandada foi maior que a varia- ção percentual no preço, ou seja, os consumidores foram sensíveis à variação do preço (demanda elástica). 68 III - O resultado acima demonstra que a medida do governo surtiu muito efeito, uma vez que a variação percentual na quantidade demandada foi menor que a vari- ação percentual no preço, ou seja, os consumidores foram insensíveis à variaçãodo preço (demanda elástica). É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. Suponha que a elasticidade-preço da demanda por passagens aéreas seja 2. O que aconteceria com a quantidade demandada de passagens aéreas se o preço aumentasse em 5%? I - Se o preço das passagens aéreas aumentarem em 5%, a quantidade demandada vai aumentar em 10%. II - Se o preço das passagens aéreas aumentarem em 5%, a quantidade demandada vai cair em 10%. III - Se o preço das passagens aéreas aumentarem em 5%, a quantidade demandada não vai ser alterada. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a mudanças em variáveis econômicas. Podemos classificar a demanda em: 69 I - Demanda inelástica: Elasticidade inferior a 1. (Um aumento de 20% no preço causa uma queda de 10% na quantidade demandada). II - Demanda Elástica unitária: Elasticidade igual a 1. (Um aumento de 20% no preço causa uma queda de 20% na quantidade demandada). III - Demanda elástica: Elasticidade maior do que 1. (Um aumento de 20% no preço causa uma queda de 60% na quantidade demandada). É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 5. Em geral o aumento de preço tem dois efeitos, do ponto de vista do empresário: I - Efeito Positivo de vender a um preço mais alto. II - Efeito Negativo de vender menos. III - A decisão de aumentar ou não dependerá de qual dos efeitos supera o outro. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 6. São fatores que determinam a elasticidade da demanda: I – Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais bens substitutos, mais elástica é a demanda, pois dado um aumento de preços, o consumidor tem mais opções para “fugir” do consumo desse bem; 70 II - Essencialidade do bem: quanto mais essencial é um bem, mais elástica é a sua demanda, geralmente são bens de consumo saciado, como por exemplo, sal açú- car, passagem de ônibus; III - Importância relativa do bem no orçamento do consumidor: quanto maior o peso do bem no orçamento, mais elástica é a demanda. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 7. A elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra, coeteris paribus. Sinônimo de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Na elasticidade preço da demanda: I - Variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual na renda do consumidor, coeteris paribus. II - Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando ocorre uma variação no preço de um bem ou serviço. III - A Elasticidade-preço da demanda é sempre negativa. Seu valor é expresso em módulo (por exemplo, |Epd | = 1,5 que equivale a Epd = -1,5). É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 71 8. A elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra, coeteris paribus. Sinônimo de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Assim temos a: I - ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA - Variação percentual na quantidade deman- dada, dada a variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. II - ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA - variação percentual na quantidade ofertada, dada uma variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. III - ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA - Variação percentual na quantidade de- mandada, dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 72 TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS CUSTOS Neste capítulo voltaremos para a oferta de mercado. Vamos trabalhar com a Teoria da produção e dos custos. Os princípios de produção estudados neste segmento são fundamentais para o entendimento da Teoria dos Custos A teoria da firma trata das seguintes questões: O modo pelo qual uma firma toma decisões de produção minimizadoras de custo O modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de produção Características da oferta de mercado Na teoria dos custos vamos mostrar o que os economistas entendem por cus- tos, medição de custos, tipos de custos e formato das curvas de custo (custo fixo, custo variável, custo total, custo marginal) e o ponto de equilíbrio. Para Vasconcelos e Garcia (2019)a teoria dos custos de produção serve de base para a análise das relações existentes entre produção e custos dos fatores de produção em uma eco- nomia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem diariamente, o re- lacionamento entre a produção e os custos de insumos é muito importante na análise da teoria da formação dos preços. UNIDADE 04 73 4.1 FUNÇÃO PRODUÇÃO Quando falamos em produção, é comum pensarmos não apenas nos produ- tos que a empresa produz, mas também nos fatores de produção, que são os recur- sos que as empresas usam para produzir. Os fatores de produção incluem não só os recursos produtivos (trabalho, capi- tal, terra e capacidade empresarial), como também matérias primas e outros bens e serviços adquiridos de outras empresas. Figura 20: Fatores de produção Fonte: Elaborado pelo autor (2020) A empresa é a unidade básica de produção em um sistema econômico. Ela contrata recursos produtivos, transforma-os em bens e serviços e os coloca ou à dis- posição dos consumidores, no caso de bens finais, ou à disposição de outras empre- sas, no caso de bens intermediários. No Processo Produtivo, há a combinação e transformação de insumos ou fa- tores de produção em produtos, como a utilização do Trabalho, de Matérias-primas e de Capital. Rossetti (2016) nos traz um exemplo para ilustrar o processo produtivo na pro- dução de um veículo “Gol”, a Volkswagen usa vários fatores de produção: 1) Trabalho (que inclui o trabalho dos engenheiros, dos operários etc.), 2) Capital humano (que inclui o conhecimento e a experiência de cada traba- lhador), 74 3) Capital físico (que inclui computadores, máquinas, o prédio onde está insta- lada a fábrica da empresa etc.) e a, 4) Terra (sobre a qual se construiu o prédio que abriga a fábrica da empresa). A empresa também usou muitos recursos produzidos por outras empresas, in- cluindo aí matérias-primas como tinta etc. Nas concepção de Vasconcelos e Garcia (2019) o empresário, ao decidir o quê, como e quanto produzir, com base nas respostas do mercado consumidor, mo- dificará a quantidade utilizada dos fatores, para, com isso, variar a quantidade pro- duzida do produto. A função de produção é a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produ- ção em determinado período de tempo. No caso de dois insumos a função de produção é: Q = F(K,L) Onde, Q = Produto, K = Capital, L = Trabalho Essa função depende do estado da tecnologia Vasconcelos e Garcia (2019)afirmam que o empresário, ao decidir o que, comoe quanto produzir, com base nas respostas do mercado consumidor, modifi- cará a quantidade utilizada dos fatores, para, com isso, variar a quantidade produ- zida do produto. Assim, fazem algumas considerações sobre a função produção: Quadro 29: Considerações sobre a função Produção 1 - A função de produção É a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de tempo. (Terra, capital, trabalho e tecnologia) 2 - A função de produção Admite sempre que o empresário esteja utilizando a maneira mais eficiente de combinar os fatores e, consequentemente, obter a maior quantidade produzida do produto, com a utilização das Curvas de possibilidade de produção. 3 - A melhor tecnologia de produção É, na realidade, mais uma questão de engenharia do que de economia, ou seja, planejamento e controle de produção – PCP. Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) Neste sentido, Nogami (2016)afirmam que a tecnologia existente à disposição 75 da empresa permite a obtenção de um determinado volume de produção através da utilização de diferentes quantidades de fatores de produção. De acordo com o conceito de eficiência técnica e eficiência econômica, um mesmo volume de produto pode ser obtido utilizando-se mais mão de obra e menos capital (máquinas, equipamentos etc.), ou, alternativamente, menos mão de obra e mais capital, conforme apresentado no quadro 30 a seguir (NOGAMI, 2016). Quadro 30: Eficiência técnica x eficiência econômica Eficiência técnica ou tecnológica Diz-se que um método de produc ̧ão é tecnologicamente o “mais eficiente” entre os métodos alternativos conhecidos se permitir a obtenção da mesma quantidade de produto que os outros processos com a utilizac ̧ão de menor quantidade de to- dos os fatores de produc ̧ão, ou menor quantidade de pelo me- nos um fator de produc ̧ão, com a quantidade dos demais fato- res de produc ̧ão permanecendo inalterada Eficiência econô- mica Um método de produc ̧ão será considerado “economicamente eficiente” se permitir a obtenc ̧ão da mesma quantidade de produto que os métodos alternativos, ao menor custo possível. Fonte: Nogami (2016) 4.2 PERÍODOS DE TEMPO RELEVANTES PARA A EMPRESA A partir da classificação dos fatores de produção em fixos e variáveis, estabe- lece-se a noção dos períodos de tempo relevantes para a empresa: o curto e o longo prazos. Rossetti (2016)estabele a relação e diferença entre o cruto e o longo prazo: Quadro 31: Curto prazo x Longo prazo Curto Prazo Diz respeito ao período de tempo em que pelo menos um dos fatores de produção empregados na produção é fixo. Assim, se o empresário quiser aumentar o volume físico de produção, em curto prazo, só poderá fazê-lo mediante a utilização mais intensa dos fatores de produção variáveis. Longo Prazo É definido como o período de tempo em que todos os fatores de pro- dução são variáveis. Em longo prazo, o tamanho da empresa pode mudar. Assim, ela pode aumentar sua capacidade instalada por meio da aquisição de novas instalações e equipamentos. Fonte: Rossetti (2016) Devemos observar ainda que as definições apresentadas para curto e longo prazos são gerais, variando conforme o tipo de empresa. Exemplificando: o curto 76 prazo para uma empresa de confecção será menor que o curto prazo para uma empres que produz aviões, já que levam muito tempo para serem construídos. Nesse caso, o curto prazo pode durar vários meses. 4.3 PRODUÇÃO COM UM FATOR VARIÁVEL E UM FIXO (UMA ANÁLISE DO CURTO PRAZO) Na teoria econômica em geral, e não apenas na microeconomia, é fundamental a questão do prazo que está sendo considerado, o curto ou o longo prazo, pois dependem de quais fatores de produção e insumos mantêm-se fixos, ou variam, no período analisado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). Quadro 32: Fatores de produção fixos e variáveis Fatores de produção variáveis São aqueles cujas quantidades utilizadas variam quando o volume de produção se altera. Por exemplo: quando aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior quantidade de matérias-primas Fatores de produção fixos São aqueles cujas quantidades não mudam quando a quantidade do produto varia. Por exemplo: as instala- ções da empresa e a tecnologia, que são fatores que só são alterados no longo prazo. Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) Para se apurar o custo total, leva-se em consideração o somatório dos custos fixos mais os custos variáveis. Figura 21: Formação do custo total Fonte: Elaborado pelo autor (2020) No processo de medição de Custos: Quais Custos devemos considerar? Custos fixos, vari- áveis, custo médio, custo marginal? 77 Custos Fixos são aqueles que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independem do volume de produção, ou seja, uma altera- ção no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. Exemplos como: aluguel, salário dos supervisores da fábrica, internet, material de limpeza, material de escritório, seguros etc (COSTA; OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR, 2012). Ainda conforme os autores os custos fixos têm as seguintes características: O valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produ- ção; O valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior; Sua alo- cação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração; A variação dos valores totais pode ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento ou redução significativa no volume de produção. Crepaldi e Crepaldi (2017) demonstram que o custo fixo que, em determinado período e volume de produção, não se altera em seu valor total, mas vai ficando cada vez menor em termos unitários com o aumento do volume de produção. Outro aspecto dos Custos Fixos para Martins (2018) é que eles não são, mesmo os repetitivos, eternamente do mesmo valor. Sempre há pelo menos duas causas para sua modificação: mudança em função de variação de preços, de expansão da empresa ou de mudança de tecnologia. Os custos fixos ocorrerão independentemente do nível de atividade como alu- guel de imóveis utilizados na produção de bens e serviços; mão de obra indireta (su- pervisores e gerentes de produção); pró-labore do diretor; salários da vigilância e etc., apesar de seus valores se modificarem, já que seu montante em cada período é independente do volume de produção (MARTINS, 2018). Para Dubois, Kulpa e Souza (2019)os custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume de produção da empresa, dentro de um intervalo relevante. Portanto, eles não apresentam qualquer variação, em função do nível de produção. 78 Figura 22: Custos fixos Fonte: Dubois, Kulpa e Souza (2019) Nota-se que, em termos gráficos, os custos fixos sempre se comportarão para- lelamente ao eixo das quantidades, visto que não apresentam variação, qualquer que seja o volume produzido pela empresa. Os custos variáveis são aqueles que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume pro- duzido (COSTA; OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR, 2012). Ainda de acordo com os autores os custos variáveis têm as seguintes caracte- rísticas: seu valor total variana proporção direta do volume de produção; o valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida; a alocação aos produtos é, normalmente, feita de forma direta, sem a necessidade de utilização de critérios de rateios. Martins (2018)demonstra que os Custos variáveis são uniformes por unidade, mas que variam no total na proporção direta das variações da atividade total ou do volume de produção relacionado. Os custos variáveis sempre apresentarão algum grau de variação em função das quantidades produzidas e, por este motivo, seu gráfico se apresentará da se- guinte maneira: 79 Figura 23:Custos Variáveis Fonte: Dubois, Kulpa e Souza (2019) Os custos variáveis totais são aumentados ou diminuídos de acordo com o au- mento ou diminuição da quantidade produzida. São aqueles cujos valores alteram- se em função do volume de produção ou atividades como a matéria-prima consu- mida e o material de embalagem nos produtos acabados. Observa-se que, na medida em que as quantidades forem aumentando, os custos variáveis também irão crescendo, de maneira diretamente proporcional ao volume de produção. Resumidamente, na figura a seguir são apresentados os formatos das curvas de custos: Figura 24: Formatos das Curvas de Custos Fonte: Nogami (2016) 80 Vamos entender como a junção dos custos fixos e variáveis podem produzir o que chamaremos de ponto de equilíbrio: É definido como o nível de produção e vendas em que todos os custos fixos e variáveis são cobertos pela receita, isto é, o ponto em que o lucro é igual a zero. Em outras palavras é o mínimo de produção e vendas que a firma pode funci- onar sem que ocorram perdas. Graficamente podemos observar na figura o ponto de equilíbrio, onde houve a interseção das curvas de receitas totais com os custos totais: Figura 25: Gráfico do ponto de equilíbrio Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Resumidamente podemos entender o ponto de equilíbrio, com a aplicação das fórmulas a seguir: CT = CF + CV (Custo total é igual a soma do custo fixo mais o custo variável) RT = P x Q (Receita total é igual ao preço multiplicado pela quantidade) LT = RT – CT (Lucro total é igual a receita total menos o custo total) PE (Ponto de equilíbrio), onde a RT (receita total) = CT (custo total), e o Lucro = 0 Vamos a um exemplo prático, para entender as aplicações das formulas 81 acima: Tabela 6: Ponto de equilíbrio da venda de camisas Preço Quanti- Dade Custo Fixo Custo variável Custo Total Receita Total Lucro Total 100 500 100.000 25.000 125.000 50.000 -75.000 100 1000 100.000 50.000 150.000 100.000 -50.000 100 1500 100.000 75.000 175.000 150.000 -25.000 100 2000 100000 100000 200000 200000 Zero 100 2500 100.000 125.000 225.000 250.000 25.000 100 3000 100.000 150.000 250.000 300.000 50.000 Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) No quadro 33, podemos observar que o ponto de equilíbrio aconteceu quando a empresa vendendo a camisa a um preço de R$ 100,00, teve um custo fixo no montante de R$ 100.000,00 e um custo variável de R$ 100.000,00, ocasionando um custo total de R$ 200.000,00, que se igualou a receita total de R$ 200.000,00, não ha- vendo lucro ou prejuízo. Note-se no quadro, que qualquer ponto acima do equilíbrio a empresa terá prejuízo, já abaixo do equilíbrio a empresa terá lucro. A análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante como instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreen- dimento empresarial está condicionado à existência da melhor informação geren- cial. 4.4 PRODUTO TOTAL, MÉDIO, MARGINAL Uma vez conceituados os períodos de tempo relevantes para a empresa, fa- remos agora uma análise da produção em curto prazo. Nosso estudo se concentrará especificamente nesse período de tempo, porque toda ação econômica tem lugar em curto prazo. Iniciaremos com o exemplo utillizado por Nogami e Passos (2019)) de uma fa- zenda que produz trigo: 1) A fazenda possui uma área cultivável de 10 hectares (fator fixo) 82 2) A mão de obra será o único fator de produção variável, de tal forma que essa fazenda possa produzir volumes maiores de produção (trigo) por meio do au- mento de seu fator de produção mão de obra. Em termos de função de produção teríamos: Tabela 7: Produção de trigo com um fator variável (Mão de obra) 1 Quantidade De trabalho (L) 2 Quantidade de capital (K) 3 Produto total (Q) 4 Produto médio (Q/L) 5 Produto marginal (ΔQ/Δ L) 0 10 0 - - 1 10 10 10 10 2 10 30 15 20 3 10 60 20 30 4 10 80 20 20 5 10 95 19 15 6 10 108 18 13 7 10 112 16 4 8 10 112 14 0 9 10 108 12 -4 10 10 130 10 -8 Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Na produção com um insumo variável (Trabalho), vamos a algumas observa- ções: 1) À medida que aumenta o número de trabalhadores, o produto (Q) au- menta, atinge um máximo e, então, decresce. 2) O produto médio do trabalho (PM), ou produto por trabalhador, inicialmente aumenta e depois diminui. Como a produc ̧ão de trigo se modifica à medida que o número de trabalhadores varia? 83 3) O produto marginal do trabalho (PMg), ou produto de um trabalhador adicio- nal, aumenta rapidamente no início, depois diminui e se torna negativo. Figura 26: Curva de produção total do trigo Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Na figura representamos os produtos médios e marginal associados às várias quantidades de trabalho utilizadas. Os dados são os constantes do Quadro 34. Como o produto marginal foi definido como a variação na produção total decorrente da variação de uma unidade do fator de produção variável, cada valor de Pmg deve ser representado no ponto médio do intervalo entre duas unidades. Devemos observar que, no caso, o Pmg é dado pela inclinação da curva de Produto Total entre as unidades de fator variável. 84 Figura 27: Curvas de produto médio e marginal Fonte: Adaptado de Nogami (2016) Observa-se na figura que, após certo nível de produção, o custo total passa a crescer mais que o aumento da produção, e os custos médio e marginal passam a ser crescentes. Como o custo fixo médio tende a zero, quando aumenta o volume de produ- ção, o custo total médio tende, no limite, a se igualar ao custo variável. A custo médio e variável no ponto mínimo dessas duas. Essa é a chamada lei dos custos crescentes, que no fundo é a lei dos rendimentos decrescentes, da teoria da produção, aplicada à teoria dos custos da (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 85 ttps://bit.ly/2P9qKl7 ttps://bit.ly/2ZGb3no. 86 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A existência de diferentes métodos de produção permite à empresa a obtenção de um determinado volume de produção por meio da utilização de diferentes quantidades de fatores de produção. Assim, o processo de produção economi- camente mais eficiente será aquele que permite: a) Está associada ao método de produção mais barato (isto é, os custos de produção são menores) relativamente a outros métodos, para produzir a mesma quantidade do produto. b) A obtenção da mesma quantidade de produção que os métodos alternativos, com a utilização da menor quantidade de todos os fatores de produção. c) várias combinações de outros fatores de produção para a produção de uma mesma quantidade, mantendo-se a tecnologia constante. d) A obtenção de maior quantidade de produção que os métodos alternativos,ao menor custo. e) diversas combinações de outros fatores de produção para a produção de uma mesma quantidade, mantendo-se fixa as quantidades do insumo de capital e tra- balho. 2. A Função de Produção indica o maior nível de produção que uma firma pode atingir para cada possível combinação de insumos, dado o estado da tecnologia. Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente. Neste contexto: I - A função de produção é a relação que mostra a quantidade física obtida do pro- duto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determi- nado período de tempo. II - A função de produção, assim definida, admite sempre que o empresário esteja utilizando a maneira mais eficiente de combinar os fatores e, consequente-mente, obter a maior quantidade produzida do produto. III - A melhor tecnologia de produção é, na realidade, mais uma questão de enge- nharia do que de economia. 87 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 3. Rossetti (2016) demonstra que a escolha do método ou processo de produção de- pende de sua eficiência. I - O conceito de eficiência pode ser enfocado do ponto de vista técnico ou tecno- lógico, ou do ponto de vista econômico. II - Eficiência econômica é quando, comparado com outros métodos, utiliza menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente do produto. III - Eficiência técnica está associada ao método de produção mais barato (isto é, os custos de produção são menores) relativamente a outros métodos, para produzir a mesma quantidade do produto. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 4. Custos Fixos para Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) são aqueles que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independem do vo- lume de produção, ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. Os custos fixos têm as seguintes ca- racterísticas, conforme figura a seguir: 88 $ Custos Fixos Quantidades I - O valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção. II – Ocorrerão independentemente do nível de atividade como aluguel de imóveis utilizados na produção de bens e serviços. III - Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 5. Conforme Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) os custos variáveis são aqueles que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Os custos variáveis têm as seguintes características, conforme figura a seguir: $ Custos Variáveis Quantidades I - Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; II - Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. 89 III - A alocação aos produtos é, normalmente, feita de forma direta, sem a necessi- dade de utilização de critérios de rateios. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 6. No Processo Produtivo, há a combinação e transformação de insumos ou fatores de produção em produtos, como a utilização do Trabalho, de Matérias-primas e de Capital. Rossetti (2016) nos traz um exemplo para ilustrar o processo produtivo na produção de um veículo “Gol”, a Volkswagen usa vários fatores de produção. Neste contexto, associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 1 – Trabalho ( ) Inclui o conhecimento e a experie ̂ncia de cada traba- lhador 2 - Capital humano ( ) Inclui o trabalho dos engenheiros, dos operários etc 3 - Capital físico ( ) Sobre a qual se construiu o prédio que abriga a fábrica da empresa 4 – Terra ( ) Inclui computadores, máquinas, o prédio onde está ins- talada a fábrica da empresa etc A sequência correta será: a) 3, 2, 1, 4 b) 4, 3, 1, 2 c) 2, 1, 4, 3 d) 3, 4, 1, 2 e) 1, 4, 3, 2 7. Vamos entender como a junção dos custos fixos e variáveis podem produzir o que chamaremos de ponto de equilíbrio: Gráfico do ponto de equilíbrio 90 $ Receitas Totais Custos totais Ponto de equilíbrio Quantidades Graficamente podemos observar que: I – O ponto de equilíbrio é definido como o nível de produção e vendas em que todos os custos fixos e variáveis são cobertos pela receita, isto é, o ponto em que o lucro é igual a zero. II – No ponto de equilíbrio acontece o mínimo de produção e vendas que a firma pode funcionar sem que ocorram perdas. III – No ponto de equilíbrio é onde houve a interseção das curvas de receitas totais com os custos totais É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 8. Associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 1 – Curto Prazo ( ) Prazo É definido como o período de tempo em que todos os fatores de pro- duc ̧ão são variáveis. Em longo prazo, o tama- nho da empresa pode mudar. Assim, ela pode aumentar sua capacidade instalada por meio da aquisic ̧ão de novas insta- lac ̧ões e equipamentos. 2 - Longo Prazo ( ) São aqueles cujas quantidades utilizadas variam quando o 91 volume de produção se altera. Por exemplo: quando au- menta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior quantidade de matérias-primas. 3 - Fatores de produ- ção variáveis ( ) são aqueles cujas quantidades não mudam quando a quan- tidade do produto varia. Por exemplo: as instalações da em- presa e a tecnologia, que são fatores que só são alterados no longo prazo. 4 – Fatores de produ- ção fixos ( ) Diz respeito ao período de tempo em que pelo menos um dos fatores de produc ̧ão empregados na produc ̧ão é fixo. Assim, se o empresário quiser aumentar o volume físico de pro- duc ̧ão, em curto prazo, só poderá faze ̂-lo mediante a utili- zac ̧ão mais intensa dos fatores de produc ̧ão variáveis. A sequência correta será: a) 3, 2, 1, 4 b) 4, 3, 1, 2 c) 2, 3, 4, 1 d) 3, 4, 1, 2 e) 1, 4, 3, 2 92 MACROECONOMIA Objetivos desta unidade: » Demonstrar os objetos de estudo da Macroeconomia. » Classificar e explicar as principais políticas macroeconômicas. 5.1 DEFINIÇÃO DE MACROECONOMIA-TEORIA MACROECONÔMICA Como vimos na unidade I, a ciência econômica se divide em dois ramos: mi- croeconomia e macroeconomia. A microeconomia é o estudo de como as famílias e as empresas individuais tomam decisões e interagem umas com as outras nos mercados. Demonstramos o comportamento do consumidor, através da Lei da De- manda, identificando os fatores que influenciam sua decisão de compra, em seguida o comportamento do produtor, através da Lei da Oferta, identificando os fatores que influenciam a decisãode produzir/vender o produto/serviço e em seguida, como ocorre o equilíbrio de mercado, dentre outros temas como as estruturas de mercado. Como a economia nada mais é que um conjunto de muitas famílias e muitas empresas que interagem em muitos mercados, a microeconomia e a macroecono- mia estão intimamente associadas. Nesta unidade vamos tratar da macroeconomia, que segundo Mankiw (2020)é o estudo da economia como um todo, com o objetivo de explicar as mudan- ças econômicas que afetam muitas famílias, empresas e mercados simultanea- mente. Por que estudar Macroeconomia? Qual a preocupação dos macroeconomistas? Quais são os temas estudados na macroeconomia? Por que a renda média é elevada em al- guns países e baixa em outros? Por que os preços sobem rapidamente em algumas épo- cas e permanecem mais estáveis em outras? Por que a produção e o emprego aumen- tam em alguns anos e se contraem em outros? O que o governo pode fazer para promo- ver o crescimento acelerado da renda, a baixa inflação e um nível de emprego estável? (MANKIU, 2020) UNIDADE 05 93 Estas perguntas são todas de natureza macroeconômica, porque se referem ao funcionamento da economia como um todo. Veremos que a macroeconomia procura explicar, buscar soluções, para algu- mas questões, como: • Por que ocorre o déficit na Balança de Pagamentos? • Por que há inflação? Como ocorre? Como baixá-la? • Por que existe o desemprego? Como diminuí-lo? • Por que a taxa de investimento é baixa? Segundo Vasconcelos e Garcia (2019)a Macroeconomia é o segmento da ci- ência econômica que se ocupa do estudo dos agregados econômicos no curto prazo. É a teoria da renda, do emprego, da moeda, da taxa de juros emprego e da flutuação do nível de preços. A macroeconomia aborda a Contabilidade Nacional, moeda, economia in- ternacional, crescimento e desenvolvimento econômico, bem como as noções sobre a evolução da formação da economia brasileira, o desemprego, a inflação e temas econômicos atuais relacionados ao país, ou seja, fenômenos que atingem a econo- mia em sua totalidade: Figura 28: Objeto de estudo da macroeconomia Fonte: Elaborado pelo autor (2020) A Macroeconomia, estuda as atividades econômicas globais de uma socie- dade, analisando o comportamento agregado dos agentes econômicos. São alguns exemplos dos agregados macroeconômicos: Produto Interno Bruto (PIB), o Produto Nacional Bruto (PNB), Demanda agregada, oferta agregada e etc. Podemos considerar as formas de intervenção do governo na economia, o 94 que nos remete às denominadas políticas macroeconômicas e às polêmicas em torno dos seus resultados, que contemplam custos e benefícios (LOPES et al., 2018). São os seguintes os objetivos das políticas macroeconômicas: Figura 29: Objetivos das políticas econômicas Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Vasconcelos e Garcia (2019)descrevem sobre a política macroeconômica e sua atuação, a política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agre- gada), com o objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação com distribuição de renda justa, e cresça de forma contínua e sustentável. As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas con- junturais, de curto prazo. É a preocupação central das chamadas políticas de esta- bilização. As questões relativas ao crescimento econômico e à distribuição de renda envolvem aspectos também estruturais, que são predominantemente de longo prazo. 5.2 PRINCIPAIS POLÍTICAS MACROECONÔMICAS Segundo Rossetti (2016)os instrumentos da política macroeconômica são vari- áveis-meio que se mobilizam para alcançar os objetivos de expansão do produto e o emprego, a estabilidade dos preços e o equilíbrio em transações externas. Veremos a seguir os principais instrumentos para atingir tais objetivos, que são as políticas fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas. 5.2.1 Política Fiscal A Política Fiscal é o nome dado às ações do governo destinadas a ajustar seus 95 níveis de gastos, assim monitorando e influenciando a economia de um país. Para Lopes et al. (2018)são políticas que alteram os gastos do governo ou os impostos e subsídios impostos à sociedade. O objetivo dessa política é o estímulo, via demanda, do nível de atividade econômica. Vários autores definem no quadro 35, a política fiscal e seus objetivos: Quadro 33: Conceituação de política fiscal Vasconcelos e Garcia (2019) Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dis- põe para arrecadar tributos (política tributária) e con- trolar suas despesas (política de gastos). Nogami e Passos (2016) Refere-se à ação do governo com relação aos seus gastos e receitas (impostos e taxas). Rossetti (2016) Diz respeito ao manejo dos orçamentos do governo, tanto do lado dos dispêndios, quanto do lado das re- ceitas. Lopes et al. (2018) Políticas que alteram os gastos do governo ou os im- postos e subsídios impostos à sociedade Fonte: Adaptação de vários autores (2020) Os governos modernos, em países economicamente avançados, gastam grande quantidade de dinheiro e coletam grande quantidade de impostos, sejam das pessoas físicas ou jurídicas. Os objetivos da política econômica (seja expansionista ou contracionista) e as medidas e instrumentos fiscais, são avaliados por Vasconcelos e Garcia (2019), con- forme apresentado no quadro a seguir: Quadro 34: Objetivos das políticas econômicas x medidas fiscais Se o objetivo da polí- tica econômica for reduzir a taxa de in- flação. As medidas fiscais normalmente adotadas são a dimi- nuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tri- butária (o que inibe o consumo). Logo, essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade. Se o objetivo for maior crescimento e emprego. Os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. Para uma política que vise melhorar a Esses instrumentos devem ser utilizados de forma sele- tiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. Por Que políticas constituem a política fiscal expansionista e quais constituem a política fiscal contracionista? 96 distribuição de renda. exemplo, impostos progressivos, gastos do governo em regiões mais atrasadas etc. Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 5.2.2 Política Monetária Lopes et al. (2018) afirmam que a política monetária consiste no controle da quantidade de meios de pagamento ou, em termos gerais, da quantidade de mo- eda na economia. No mínimo dois são os objetivos dessa política: estimular a econo- mia ou controlar a inflação. Vários autores definem no quadro a política monetária e seus objetivos: Quadro 35: Conceituação de política monetária Vasconcelos e Garcia (2019) Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos existentes na economia. Nogami (2016) Pode ser definida como o conjunto de medidas adotadas pelo governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda, os níveis das taxas de juros e o crédito, de forma a assegurar a liquidez do sistema econômico. Rossetti (2016) O instrumento básico é o controle da oferta de moeda, que de- fine a liquidez da economia como um todo, atuando sobre a taxa de juros. Lopes et al. (2018) A política monetária consiste no controle da quantidade de meios de pagamento ou, em termos gerais, da quantidade de moeda na economia. Montella (2012) Política monetária é o conjunto de medidas adotadas pelo go- verno com o objetivo de controlar a oferta monetária, a taxa de juros e, por conseguinte, a atividade econômica. Fonte: Adaptado de varios autores (2020)O mercado monetário compreende a quantidade ofertada e demandada de moeda, e o preço da moeda, que é a taxa de juros. De acordo com Montella (2012) toda vez que a taxa de juros aumenta, a con- cessão de crédito, tanto para as famílias que consomem quanto para as empresas que investem em bens de capital, fica mais cara. Como consequência, o consumo e o investimento autônomos diminuem, re- duzindo a demanda agregada e o nível de renda de equilíbrio da economia. Montella (2012) demonstra que além das emissões clássicas de moeda, são três os instrumentos clássicos de controle monetário: LCturbo Máquina de escrever Política monetária é o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, o meio de estabilizar e controlar ao máximo os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do país 97 Quadro 36: Instrumentos de controle monetário 1. os depósitos compulsórios Se o governo quiser restringir a oferta monetária, um dos caminhos é aumentar a taxa dos depósitos compulsórios, ou seja, a porcen- tagem dos depósitos à vista dos bancos comerciais que eles são obrigados a depositar no Banco Central. O aumento dos depósitos compulsórios reduz os recursos disponíveis que os bancos comerci- ais te ̂m para emprestar e, consequentemente, a oferta de moeda escritural (moeda disponível para empréstimo. Caso o governo de- seje aumentar a oferta monetária, ele faz o procedimento inverso, isto é, diminui a taxa do compulsório, aumentando a oferta de mo- eda escritura 2. A taxa de redesconto Redesconto é o empréstimo cedido pelo Banco Central aos ban- cos comer- ciais, quando estes estão com problemas de liquidez. Se o Banco Central elevar a taxa ou restringir as condic ̧ões de re- desconto, desestimulará o sistema bancário a recorrer a esse tipo de socorro financeiro. Com isso, o BC está automaticamente res- tringindo o crédito e limitando a criação de moeda bancária. O contrário ocor- rerá caso o BC facilite as condic ̧ões de redesconto e/ou reduza as taxas cobradas nessa operac ̧ão. 3. As operações de open market. As operac ̧ões de open market (mercado aberto) permitem ao go- verno regular diretamente o volume dos meios de pagamento. Es- sas operac ̧ões consistem na compra e venda, pelo Banco Central, de títulos da dívida pública. Tais títulos são emitidos pelo Governo Federal e adquiridos pelo Banco Central, que os mantém em sua carteira (no seu Ativo). Fonte: Montella (2012) Os objetivos da política econômica no controle da inflação e nas metas de crescimento econômico, são avaliados por Vasconcelos e Garcia (2019)conforme apresentado no quadro a seguir: Quadro 37:Objetivos da política monetária Se o objetivo for o controle da inflação A medida apropriada de política monetária seria diminuir (“en- xugar”) o estoque monetário da economia (por exemplo, au- mento da taxa de juros, aumento das reservas compulsórias ou venda de títulos no open Market). 98 Se a meta for o cres- cimento econômico Seria o inverso: redução da taxa de juros e da taxa de compul- sório, compra de títulos no open Market, aumentando a liquidez da economia. Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Acerca da política monetária e fiscal Vasconcelos e Garcia (2019), fazem al- gumas considerações, as políticas monetária e fiscal representam meios alternativos diferentes para as mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada por meio de uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. Pode-se dizer que a política fiscal tem mais eficácia quando o objetivo é a melhoria na distri- buição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos. Já a política mone- tária é mais difusa no tocante à questão distributiva. 5.2.3 Política cambial e política comercial Vasconcelos e Garcia (2019), afirmam que no Brasil, as decisões de política cambial são de competência das autoridades monetárias, enquanto a política co- mercial é comandada geralmente pelos ministros do Planejamento, da Indústria e Comércio e Agricultura, com apoio do Ministério das Relações Exteriores. Vasconcelos e Garcia (2019) e Nogami (2016)definem no quadro a política cambial e seus objetivos: Quadro 38: Conceituação de política cambial Vasconcelos e Garcia (2019) A política cambial refere-se à atuação do go- verno sobre a taxa de câmbio. As autoridades monetárias podem fixar a taxa de câmbio (re- gime de taxas fixas de câmbio) ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas (regime de taxas flutuantes de câmbio). Nogami (2016) Baseia-se na administração da taxa (ou taxas) de câmbio e no controle de operações cambi- ais Fonte: Adaptado de varios autores (2020) Os governos possuem várias medidas que podem influenciar os objetivos ma- croeconômicos, dentre estas medidas temos a politica comercial que procura equi- librar o volume financeiro das transações econômicas com exterior. 99 Vasconcelos e Garcia (2019) e Nogami(2016), definem no quadro a seguir po- lítica comercial e seus objetivos: Quadro 39: Conceituação de política comercial Vasconcelos e Garcia (2019) A política comercial diz respeito aos instrumentos de in- centivos às exportações e/ou ao estímulo e desestímulo às importações, ou seja, refere-se a estímulos fiscais (cré- dito-prêmio do ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiadas) às exportações e ao controle das importa- ções (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importa- ções). Nogami (2016) Refere-se a ações por parte do governo que estimulam ou inibem o comércio exterior. Podem ser de ordem fiscal (como a aplicação de tarifas sobre o preço internacional dos produtos importados), quantitativas (como a fixação de cotas de importação) ou burocráticas (tais como os certificados de origem e vistos consulares). Fonte: Adaptado de varios autores (2020) 5.2.4 Políticas de rendas Vasconcelos e Garcia (2019) afirmam que a denominação política de rendas se justifica pelos tipos predominantes de intervenções, como os controles diretos de preços e os controles legais sobre salários e demais remunerações dos recursos de produção. Vários autores definem no quadro a seguir política monetária e seus objetivos: Quadro 40: Conceituação de política de rendas Vasconcelos e Garcia (2019) A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda (salários, aluguéis), com o controle e conge- lamento de preços. Nogami (2016) Política de interferência do governo na formação de preços, por meio de controles diretos sobre salários, lucros e preços dos bens intermediários e finais. Rossetti (2016) Trata-se de um conjunto de intervenções di- retas que geralmente complementam a atu- ação dos instrumentos fiscais, monetários e cambiais Fonte: Adaptado de varios autores (2020) 100 ttps://bit.ly/2MmLioW. https://bit.ly/2ZNNc50 101 102 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Quando se discutem os problemas macroeconômicos do Brasil, frequentemente surge o diagnóstico de que a causa de nossos males é a alta taxa de juros. Basica- mente, há canais pelos quais os juros altos prejudicariam a economia: I - Os juros altos desestimulam o investimento, o que, por sua vez, reduz a aumento da capacidade produtiva. II - Ao final do processo, a economia não cresce e cria-se um círculo vicioso: a baixa oferta provoca mais inflação, que faz os juros subirem mais, que inibe novos investimentos,o que, ao final, leva a taxas de investimento mais baixas. III - Os juros altos também desestimulam o consumo, porque tornam o consumo pre- sente (em contraposição ao consumo futuro) muito caro. O indivíduo passa a con- siderar mais seriamente a hipótese de consumir menos hoje e utilizar os recursos poupados (acrescidos dos juros) para consumir mais no futuro. IV - Sem ter consumidores, os empresários decidem reduzir sua produção, e diminuem as contratações. Mais gente sem emprego significa menos consumo, e o círculo vicioso se perpetuaria. É correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) I e IIII, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II e IV, apenas. e) I, II, III e IV 2. POLÍTICAS ECONÔMICAS: É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o objetivo de: I- Promover o desenvolvimento econômico e o pleno emprego. II- Garantir a estabilidade de preço e o controle da moeda. III- Equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com exterior e promover a distribuição de riqueza e das rendas. LCturbo Máquina de escrever Segundo Nogami e Passos (2016) 103 Considerando os motivos elencados acima, assinale a opção correta. a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item III está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos. 3. A política fiscal refere-se às decisões do governo quanto ao gasto público e aos impostos para influir sobre o nível de atividade econômica. Os objetivos da Política Fiscal são: I - Manter elevados os níveis de emprego. II - Elevadas taxas de crescimento econômico III - Estabilidade de preços. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 4. Complete as lacunas a seguir: Uma das principais atividades do governo é ___________ e ____________ na nossa vida financeira. Esta interferência é chamada de Política _____________ que é subdivi- dida em: Política _________, Política __________, Política de _________ e Política ________ que se divide em Política _______ e Política _____. a) Controlar – Interferir – Financeira - Fiscal - Monetária - de Renda - Externa – Cam- bial - Comercial. b) Controlar – Interferir – Econômica - Tributária - Monetária - de Renda - Interna – https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html 104 Cambial - Comercial. c) Controlar – Interferir – Econômica - Fiscal - Monetária - de Renda - Externa – Cam- bial - Comercial. d) Controlar – Interferir – Tributária - Comercial - Monetária - de Renda - Externa – Cambial - Fiscal. e) Controlar – Interferir – Comercial - Fiscal - Monetária - de Renda - Interna – Cam- bial - Fiscal. 5. Uma das principais atividades do governo é controlar e interferir na nossa vida fi- nanceira. Esta interferência é chamada de Política Econômica. Temos dentro das políticas econômicas a política cambial. I - A política cambial tem como principal objetivo manter o equilíbrio no fluxo de en- trada e saída de moeda estrangeira de tal forma que a taxa de câmbio possa se manter em um patamar que atenda os interesses do governo no cenário econô- mico que o país se encontra. II - Existem momentos em que o governo adota medidas para valorizar o real (o dólar fica mais barato). III - Existem momentos em que o governo adota medidas que desvalorizam o real (o dólar fica mais caro). É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 6. Política monetária é o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, o meio de estabilizar e controlar ao máximo os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do país. I - Quando o banco central reduz as taxas de juros, ele busca expandir o crédito na https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html 105 economia e diminuir os custos dos empréstimos. Essa é uma ação típica de política monetária, objetivando influenciar a demanda agregada da economia. II - A política monetária, portanto, constitui-se em um conjunto de medidas adotadas pelo governo com objetivo de controlar a oferta de moeda e as taxas de juros, de forma a assegurar a liquidez da economia. III - Em última instância, a política mo- netária, por meio do controle da oferta de moeda, visa à elevação do nível de emprego, a estabilidade dos preços, uma taxa de câmbio adequada ao mo- mento econômico e a sustentação do crescimento da demanda a curto prazo. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III 7. Associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 1 – Políticas econômicas ( ) são políticas que alteram os gastos do governo ou os impostos e sub- sídios impostos à sociedade. O objetivo dessa política é o estímulo, via demanda, do nível de atividade econômica. 2 – Política fis- cal ( ) Faz o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, o meio de estabilizar e controlar ao máximo os níveis de preços para ga- rantir a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do país. 3 – Políticas monetárias ( ) tem como principal objetivo manter o equilíbrio no fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira de tal forma que a taxa de câmbio possa se manter em um patamar que atenda os interesses do governo no cenário econômico que o país se encontra. 4 – Política cambial ( ) É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o objetivo de: Promover o desenvolvimento econômico, pleno emprego; Garantir a estabilidade de preço, controle da inflação; Equilibrar o vo- lume financeiro das transações econômicas com exterior; Promover a dis- tribuição de riqueza e das rendas. A sequência correta será: 106 a) 3, 2, 1, 4 b) 4, 3, 1, 2 c) 2, 3, 4, 1 d) 3, 4, 1, 2 e) 1, 4, 3, 2 8. Os objetivos da política econômica e as medidas e instrumentos fiscais, são apre- sentados no quadro abaixo. Pede-se: associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 1 - Se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação. ( ) Os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. 2 - Se o objetivo for maior crescimento e emprego. ( ) As medidas fiscais normalmente adotadas são a diminui- ção de gastos públicos e/ou o aumento da carga tribu- tária (o que inibe o consumo). Logo, essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade. 3 - Para uma política que vise melhorar a distribui- ção de renda. ( ) Esses instrumentos devem ser utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. Por exem- plo, impostos progressivos,gastos do governo em regiões mais atrasadas etc. A sequência correta será: a) 3, 2, 1 b) 3, 1, 2 c) 2, 3, 1 d) 2, 1, 3 e) 1, 3, 2 107 TÓPICOS DE MACROECONOMIA Objetivos desta unidade: Descrever a evolução do pensamento macroeconômico. Demonstrar a relação de inflação e desemprego. Demonstrar a diferença entre Crescimento e desenvolvimento econômico. 6.1 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO MACROECONÔMICO A macroeconomia moderna, possui um “pai fundador”, Keynes, que com o livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda deu início aos estudos macro- econômicos ao conferir unidade em torno de problemas ainda não solucionados pela teoria dominante à época da grande depressão de 1929 nos Estados Unidos. A partir dos anos 1930, passa a surgir grande insatisfação com os resultados que a macroeconomia oferecia, ou seja, a tendência automática ao pleno emprego e, consequentemente, a inexistência de desemprego e de capacidade ociosa. Isto porque a evidência empírica mostrava pessoas buscando constantemente emprego sem alcançar sucesso (LOPES et al., 2018). Para entender a obra e as ideias de Keynes, temos que nos reportar a década de 1930, onde a economia mundial atravessava uma crise que ficou conhecida como a Grande Depressão, em 1929, onde a realidade econômica dos principais países capitalistas era crítica naquele momento. O desemprego na Inglaterra e em outros países da Europa era muito grande. Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o número de desempregados assumiu proporções elevadas. Para Vasconcelos e Garcia (2019), a teoria econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns anos. A teoria geral de Keynes consegue mostrar que a combinação das políticas econômicas adotadas até então não funcionava adequadamente naquele novo contexto econômico, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da reces- são. UNIDADE 06 108 Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, deter- minado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, sua teoria inverte o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços sobre o nível de emprego (VASCONCELOS E GARCIA, 2019). Assim na visão Lopes et al. (2018)a linha predominante dos economistas acre- ditava que as economias de mercado tinham a capacidade de, sem a interferência do governo, utilizar de maneira eficiente todos os recursos disponíveis, de forma a sempre alcançar o chamado nível de pleno emprego. Para Keynes, em uma econo- mia em recessão, não existem forças de auto ajustamento, por isso se torna necessá- ria a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos públicos. Neste sentido, Rossetti (2016) afirma que na visão keynesiana, a economia de mercado não é autorreguladora, que os salários e preços não são tão flexíveis a ponto de garantir o pleno emprego e que o go- verno pode estabelecer políticas para ajudar a estabilizar a economia – em um esquema teórico mais sólido Tal posicionamento teórico significa o fim da crença no laissez-faire como re- gulador dos fluxos real e monetário da economia, que por trás disso, estava a crença no liberalismo, no poder autorregulador do mercado. Ou seja, segundo Lopes et al. (2018), supunham ainda que tudo o que fosse produzido seria vendido, ideia conhecida como Lei de Say (“a oferta cria sua própria procura”), devida ao economista francês Jean Baptiste Say. Vamos sintetizar a ideia da visão dos clássicos e a visão proposta por Keynes: LCturbo Máquina de escrever denominação política de rendas LCturbo Máquina de escrever denominação política de rendas 109 Figura 30: Visão clássica x Visão de Keynes Fonte: Adaptado de Braga (2019) Segundo Vasconcelos e Garcia (2019), os argumentos de Keynes influencia- ram muito a política econômica dos países capitalistas. De modo geral, essas políticas apresentaram resultados positivos nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mun- dial. 110 6.2 INFLAÇÃO E DESEMPREGO O que é Inflação? No contexto macroeconômico, vamos entender que há um aumento continu- ado e generalizado dos preços dos bens e serviços em uma economia, mas a grosso modo podemos observar que o termo inflação significa o efeito de inflar ou inchar. Vamos a alguns conceitos básicos: Figura 31: Conceitos básicos Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Graficamente, conforme figura podemos observar: Mas uma situação curiosa chamou a atenção de muitos leigos em questões econômicas: durante boa parte do Governo Dilma, a Economia esteve no pleno emprego. Surgiu então uma intrigante questão: como se pode falar em crise se a Economia estava operando no seu nível ótimo? Essa aparente contradição (crise × pleno emprego) mostra que a Economia tem suas armadilhas. Felizmente, há, na teoria macroeconômica, instrumentos que ajudam a resolver essa aparente contradição. Esse exemplo mostra a importância da macroeconomia nas es- tratégias de um Governo. Também serve para ilustrar como as políticas macroeconômi- cas podem afetar a vida das pessoas. Sugiro ver as considerações do autor, disponível no site da minha biblioteca através do link: https://bit.ly/3soI0kw . Acesso em: 10 fev. 2021. https://bit.ly/3soI0kw 111 Figura 32: Comportamento da inflação, da deflação, da aceleração inflacionária e da hiperinflação. Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Braga (2019) define a inflação como sendo a elevação do nível geral de pre- ços. No cálculo da sua taxa, utilizam-se os denominados “índices gerais de preços”: como o IGP, INPC, IPCA, IPC. Há vários índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em de- terminados períodos. Cada índice aponta uma inflação diferente: isso acontece por- que a alta de preços não atinge todo mundo da mesma forma. No Brasil, existem vários desses índices, como o Índice Geral de Preços (IGP), calculado pela FGV, o Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), dentre outros. Esses índices representam, na média, os preços dos bens e serviços comercia- lizados dentro do país. Ou seja, são calculados com base em amostras de preços a partir de determinados padrões de consumo. Vasconcelos e Garcia (2019)apontam que a inflação é definida como um au- mento contínuo e generalizado no índice de preços, ou seja, os movimentos inflacio- nários são aumentos contínuos de preços, e não podem ser confundidos com altas esporádicas de preços. Conceitos relativos à inflação -10 0 10 20 30 40 50 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Tempo In fl a ç ã o ( v a ri a ç ã o d o I n d ic e d e p re ç o ) Deflação Inflação aceleração inflacionária Hiperinflação 112 As fontes de inflação segundo Vasconcelos e Garcia (2019)costumam diferir em função das condições de cada país. No quadro são apresentadas as fontes de inflação: Quadro 41: Fontes de inflação Tipo de estrutura de mercado (oligopolista, concorrencial etc.) Que condiciona a capacidade dos vários setores de repas- sar aumentos de custos aos preços dos produtos. Grau de aberturada economia ao comércio exterior Quanto mais aberta a economia à competição externa, maior a concorrência e menores os preços dos produtos. Estrutura das organiza- ções trabalhistas quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade e maior a pressão sobre os preços. Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Segundo Braga (2019) a inflação, que se manifesta pela elevação do nível geral de preços, reduz o salário ou a renda real das pessoas, e assim podemos apon- tar os custos com a inflação: Quadro 42: Custos com a inflação Um dos custos da inflação alta refere-se ao comportamento das pessoas em re- lação às transações comerciais e finan- ceiras. São as idas e vindas aos bancos, a busca de preços melhores ou a pressa em realizar negócios quando os preços sobem diariamente Exemplo: alguém que deseja vender seu auto- móvel em um momento em que a inflação atinge patamares superiores a 50% ao mês. Su- ponha que a venda seja divulgada na página de automóveis de algum grande jornal. Se o vendedor anunciar seu carro por, digamos, R$ 20 mil, terá que se esforçar para realizar a venda no dia da publicação do anúncio. Isso porque, passados dois ou três dias, os mesmos R$ 20 mil valerão menos, em termos reais. Outro custo da inflação refere-se à alta frequência com que as empresas têm Exemplo: Esse custo também tem um nome pe- culiar: são denominados custos de menu, em referência aos gastos referentes à frequência As Economias mais desenvolvidas tratam a inflação como algo a ser evitado. Mas quais os custos da inflação para a sociedade? 113 que reajustar os preços. Isso porque alte- rações frequentes nos valores deman- dam gastos com anúncios, etiquetas, monitoração dos preços dos concorren- tes ou reformulação dos contratos. com que os restaurantes têm que alterar o car- dápio com os preços das refeições. O custo de menu cresce com a hiperinflação, já que é ne- cessário alterar os preços diariamente (ou mesmo mais de uma vez durante o mesmo dia). Há ainda outro custo que se relaciona com altas taxas de inflação. Trata-se da distorção dos preços relativos na Econo- mia nas situações em que os preços so- bem diariamente. A distorção ocorre porque os preços não se alteram na mesma proporção Exemplo: Em um determinado dia, uma gela- deira, por exemplo, pode custar duas bicicletas, e, em outro, cinco bicicletas. Essa distorção tem uma implicação negativa para a Economia: os preços relativos perdem a função de represen- tar a escassez relativa dos bens. Em outras pala- vras, eles deixam de cumprir a função de pres- tar informações que são fundamentais nas de- cisões dos agentes econômicos, elevando a ineficiência na alocação dos recursos pelos mercados. Fonte: Adaptado de Braga (2019) Vamos analisar agora as causas da inflação. Segundo Vasconcelos e Garcia (2019)a forma mais tradicional para estudar a questão inflacionária é distinguir a inflação provocada pelo excesso de demanda agregada (inflação de demanda) da inflação por elevação de custos (inflação de custos) e da inflação devida aos mecanismos de indexação de preços (inflação iner- cial). Nesta mesma linha, Braga (2019)afirma que na teoria econômica são conside- radas pelo menos três causas para a inflação: a alta da demanda agregada, a ele- vação generalizada dos custos das empresas e a emissão monetária como fonte para o financiamento do déficit público. Cada causa demanda políticas específicas, porém não mutuamente exclu- dentes. A emissão monetária baseia-se na visão monetarista e é considerada por mui- tos como a causa fundamental da inflação. Isso porque, na ocorrência das outras duas, se a autoridade monetária mantém o controle sobre os meios de pagamentos, a inflação será mantida sob controle, mas a Economia experimentará a recessão. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). A inflação de demanda se manifesta quando ocorre forte elevação da de- manda agregada na Economia. Na verdade, qualquer aumento na demanda provoca alguma elevação no nível geral de preços, conforme estudado no modelo de oferta e demanda agre- gada. O problema se intensifica quando a Economia se encontra próxima do pleno emprego. 114 Para se combater um processo de inflação de demanda, a política econô- mica deve basear-se em instrumentos que provoquem redução da procura agre- gada por bens e serviços, como redução dos gastos do governo, aumento da carga tributária, controle de crédito e elevação da taxa de juros (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). Conforme estudado, as políticas monetária e fiscal podem ser acionadas quando a Economia experimenta a situação de desemprego. No pleno emprego, entretanto, a impossibilidade de se elevar o nível de utili- zação da capacidade produtiva faz com que as políticas percam sua eficácia no objetivo de elevar o Produto Interno Bruto (PIB) da Economia; e, neste caso, os efeitos tendem a ser exclusivamente sobre o nível geral de preços. Essa última possibilidade coloca-se como uma restrição nas intervenções do Governo na macroeconomia. (BRAGA, 2019). As consequências da inflação são: 1. Distorções na alocação de recursos da economia, 2. Os preços relativos deixam de ser sinalizadores da escassez e dos custos relati- vos de produção. 3. Efeito negativo sobre o incentivo a investir pelas dificuldades dos agentes em prever o retorno dos investimentos. 4. Parte dos agentes não consegue se proteger da inflação. 5. Aumento dos custos de transação na economia. Diante de tais questões, os principais efeitos provocados por esse fenômeno são apontados a seguir. Quadro 43:Efeitos da inflação Sobre a distribuição de renda A distorção mais séria provocada pela inflação diz respeito à re- dução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, que possuem prazos legais de reajuste. Nesse caso, estão os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos até a chegada de um novo reajuste. A classe trabalhadora é, sem dúvida, a que mais perde com a elevação das taxas de infla- ção, principalmente os trabalhadores de baixa renda. Sobre o balanço de pa- gamentos Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais, encarecem o produto nacional em rela- ção ao produzido externamente. Assim, tendem a provocar um 115 estímulo às importações e desestímulo às exportações, dimi- nuindo o saldo da balança comercial (exportações menos im- portações). Sobre os mercados de capitais Tendo em vista o fato de que, em um processo inflacionário in- tenso, o valor da moeda deteriora-se rapidamente, ocorre um desestímulo à aplicação de recursos no mercado financeiro. Sobre as expectativas empresariais levadas taxas de inflação também afetam a formação das ex- pectativas sobreo comportamento da economia no futuro. O setor empresarial é bastante sensível a esse tipo de situação, dada a relativa instabilidade e imprevisibilidade de seus lucros. O empresário fica em um compasso de espera, enquanto a con- juntura inflacionária perdurar, e dificilmente tomará iniciativas no sentido de aumentar seus investimentos na expansão da capa- cidade produtiva. Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) Em relação aos efeitos sobre as expectativas empresariais, a própria capaci- dade de produção futura e, consequentemente, o crescimento econômico e o pró- prio nível de emprego podem ser afetados pelo processo inflacionário. Não são necessárias grandes análises teóricas para mostrar que a inflação alta se constitui, junto com o desemprego, em grave desequilíbrio macroeconômico. O desemprego é um problema extremamente grave,não só do ponto de vista econômico, mas também do ponto de vista social e pessoal. Rossetti (2016)aponta alguns fatores negativos do desemprego: Quadro 44: Custos da inflação Principal custo econômico do desemprego Perda de produc ̧ão e da renda, ou seja, os bens e servic ̧os que os desempregados poderiam produzir (e a renda que poderiam ganhar) se estivessem trabalhando, mas que não produzem porque não conseguem encontrar emprego. . Essa perda de produto e de renda não poderá jamais ser recuperada em períodos futuros. Outro custo econômico relevante Diz respeito à diminuição da capacidade produtiva da economia em razão da perda de capital humano. Isso ocorre porque as habilidades da mão de obra se deterioram quando ela se encontra desempregada. Outra característica do desemprego É que ele se distribui de forma desigual por toda a sociedade. Os maiores ônus recaem sobre as minorias, as mulheres e os jovens, e tendem a se concentrar nos setores mais pobres da populac ̧ão. Fonte: Rossetti (2016) Do ponto de vista individual, o desemprego é um fardo pesado e triste. Ele significa perda de renda e, portanto, deterioração do padrão de vida, envolvendo também graves problemas psicológicos e físicos. A inflação e o desemprego são um mal a ser combatido. Trata-se de um grave 116 desequilíbrio macroeconômico que, uma vez estabelecido, é de difícil solução. A experiência brasileira, dentre outras que podem ser encontradas na história econômica, prova sem muitas dúvidas esse argumento, com altas taxas de inflação e desemprego na década de 80 e vários planos econômicos tentando estabilizar a economia. No ano de 2020, com a pandemia da Covid19, a crise que se estabeleceu em função do distanciamento social tem provocado impactos sociais, econômicos, políticos, culturais. No campo economico, altos indices de desemprego, aumento de preços, aumento da inflação, em função da restrição da produção e do consumo, o que provavelmente trará um iimpacto sobre a trajetória de longo-prazo da economia. Mas, existe outro problema que está presente na Economia brasileira. Ele diz respeito às baixas taxas de crescimento do PIB verificadas nas últimas décadas. Mui- tos creditam essa situação às políticas ortodoxas ou liberais. Mas talvez as causas sejam outras e devem ser encontradas nas condições que explicam o crescimento econômico de longo prazo. Esse tema será objeto de estudo do próximo capítulo. 6.3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Dois conceitos estarão sendo abordados nesta unidade: os de desenvolvi- mento e crescimento. Segundo Gremaud et al. (2017)ambos guardam forte relação entre si, mas pode-se dizer que o primeiro engloba o segundo, ou seja, para o desenvolvimento de um país ocorrer é necessário que este cresça, mas apenas isto não basta. Para Nogami (2016), as definições de desenvolvimento e crescimento suscitam, muitas vezes, confusões conceituais. Em geral, são dois termos que se combinam no progresso das nações, mas nunca poderemos defini-los como palavras sinônimas. Crescimento e desenvolvimento econômico são dois conceitos diferentes. 117 Vasconcelos e Garcia (2019), esclarecem o conceito de crescimento e desen- volvimento econômico, crescimento econômico é o crescimento contínuo da renda per capita ao longo do tempo. Já o desenvolvimento econômico é um conceito qualitativo, incluindo as alterações da composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimentação, educação e moradia). Quando o processo de crescimento ocorre de forma isolada, poderá acarretar desequilíbrios estruturais em uma economia, trazendo sérias dificuldades a seus governantes. O processo de desenvolvimento, por sua vez e via de regra, traz consigo o crescimento. Quadro 45: Crescimento x desenvolvimento econômico Crescimento econcomico - Podemos entender o ato ou efeito de crescer. - Pode ocorrer pelo aumento contínuo do Produto Nacional Bruto (PNB), tanto em termos globais como per capita, ao longo do tempo. Desenvolvimento economico - Entendemos o ato ou efeito de desenvolver. - Refere-se a um estágio econômico, social e político de uma sociedade, caracterizado pela constante melhoria nos índices de produtividade dos fatores de produc ̧ão (aproveitamento da busca da eficácia dos recursos naturais, capital e trabalho). Fonte: Adaptado de Nogami e Passos (2016) Resumidamente poderíamos sisntetizar a ideia de crescimento eocomico e de- senvolvimento economico na figura a seguir: Figura 33: Crescimento eocomico e desenvolvimento economico Fonte: Elaborado pelo autor (2020) De acorco com Braga (2019) o significado do crescimento econômico no 118 modelo de oferta e demanda agregada, em uma primeira análise, pode-se considerar o crescimento econômico como sendo a elevação do PIB ao longo do tempo. Na figura 34, a seguir podemos visualizar o crescimento do PIB de 2002 até o ano de 2019. É possível observar um ápice do PIB em 2010, com 7,6% e PIB negativo nos anos de 2009, 2015 e 2016. Apresentando uma pequena melhora em 2017, 2018 e 2019, na faixa de um pouco mais de 1% de crescimento. Figura 34: Crescimento do PIB no Brasil Disponível em: https://glo.bo/3kzkYoxV. Acesso em: 08 fev. 2020. O Ministério da Economia fez uma revisão em 17 de novembro de 2020, em função de problemas enfretados pela Covid19 e suas consequências, de uma projeção de contração do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 a 4,5%, sobre queda de 4,7% antes, em função do bom resultado esperado para a atividade econômica no terceiro trimestre de 2020 (G1, 2020). https://glo.bo/3kzkYoxV 119 O crescimento econômico pode ocorrer pelo aumento contínuo do Produto Nacional Bruto (PNB), tanto em termos globais como per capita, ao longo do tempo, enquanto o desenvolvimento econômico refere-se a um estágio econômico, social e político de uma sociedade, caracterizado pela constante melhoria nos índices de produtividade dos fatores de produção (aproveitamento da busca da eficácia dos recursos naturais, capital e trabalho). Atualmente, entretanto, sabemos que não bastam apenas essas variáveis para explicar o fenômeno do crescimento. A elas pode-se associar a questão da melhoria na qualidade da mão de obra (obtida pela melhoria nos níveis educacionais, de treinamento e de especialização), na melhoria tecnológica (por meio do aumento da eficiência na utilização do esto- que de capital) e na eficiência organizacional (maximização na utilização dos recur- sos disponíveis). Segundo Braga (2019), para alcançar esse crescimento, é necessário que o país busque alguns caminhos apontados pela teoria e prática econômica: altos níveis de poupança e investimentos produtivos, a melhoria da produtividade dos fatores de produção, particularmente a do trabalho, as inovações tecnológicas e a construção de boas instituições. Existe ainda a possibilidade de se utilizar o comércio internacional para elevar https://bit.ly/3bFZr9o 120 a produtividade de Economia. São caminhos que mostram opções reais e pautadas na realidade para se alcançar o bem-estar material da sociedade. O desenvolvimento econômico implica, além de aumento na quantidade de bens e serviços produzidos por uma economia, determinado período de tempo e, em termos per capita, mudanças de caráter qualitativo. Por essa razão, o desenvolvimento econômico não deve ser analisado tomando-se por base os indicadorestais como o crescimento do produto global ou o crescimento do produto per capita, e sim por outros indicadores que reflitam mudanças na qualidade de vida da população de uma economia. Devemos observar, portanto, que o conceito de crescimento econômico difere do conceito de desenvolvimento econômico já que este implica, além de um aumento da quantidade de bens e serviços per capita, mudanças de caráter qualitativo. Por essa razão, o desenvolvimento econômico não deve ser analisado tomando-se por base os indicadores tais como o crescimento do produto global ou o crescimento do produto per capita. Podemos visualizar o desenvolvimento e PIB per capita, apresentado na figura a seguir: Figura 35: Desenvolvimento e PIB per capita Fonte: Elaborado pelo autor (2020) Explicando melhor a figura Nogami (2016), afirma que outros indicadores que 121 reflitam mudanças na qualidade de vida, devem ser levados em conta. Como exemplo podemos citar: • renda per capita; • nível de estoque de capital per capita; • taxas de natalidade e de mortalidade; • taxa de mortalidade infantil; • esperança de vida ao nascer; • índice de analfabetismo e padrões educacionais; • taxa de desemprego e produtividade da mão de obra; • distribuição da renda; • participação do setor primário no produto nacional; • porcentual da população atuando na agricultura; • potencial científico e tecnológico; • grau de dependência externa; • condições sanitárias e etc. Gremaud et al. (2017)aponta que alguns indicadores sociais dão informações sobre a qualidade de vida da população de um país, tais como: • esperança de vida da população ao nascer; • médicos e leitos hospitalares por habitante; • acesso a água potável e esgoto; • taxa de alfabetização; • quantidade média de anos na escola etc. Segundo o Banco Mundial (2000) apud Rossetti (2016) o grau de desenvolvi- mento de uma nação é percebido pela análise de certos indicadores que se relaci- onam em termos de estrutura. Esses indicadores compreendem tre ̂s grandes grupos cujos conceitos seguem as definições estabelecidas pelo Banco Mundial: Quadro 46: Indicadores do grau de desenvolvimento econômico Vitais - Esperança de vida ao nascer: indica o número de anos que um recém- nascido viveria, considerando-se os padrões de mortalidade vigentes à época do seu nascimento. 122 - Taxa de mortalidade infantil : Representa o número de crianc ̧as que morrem antes de completar 1 ano, em um grupo de mil nascidos vivos, em determinado pe- ríodo de tempo. - Estrutura etária da populac ̧ão: mostra-nos a proporc ̧ão da populac ̧ão total entre as idades de 15 e 64 anos, que representam a chamada populac ̧ão economicamente ativa; em muitos países em desenvolvimento, entretanto, crianc ̧as com menos de 15 anos trabalham em período integral ou parcial, enquanto em economias de alta renda muitos trabalhadores postergam a sua aposentadoria para depois dos 65 anos. - Taxa média anual de crescimento populacional: calculada pelo método exponencial entre os extremos de determinado período de tempo. Econômicos - Estruturais: ou de infraestrutura, relacionam-se ao conjunto de elementos que formam a base econômica da sociedade. Entre eles podemos citar: forc ̧a de trabalho; recursos naturais; capital; estrutura da produc ̧ão; estrutura da distribuic ̧ão da renda. - Disponibilidade de bens e servic ̧os: conjunto de elementos que permitem o bem- -estar da sociedade: renda per capita; bens básicos de consumo(alimentos, gasolina, móveis, eletrodomésticosetc.); bens produtivos e insumos (ac ̧o, energia etc.); servic ̧os básicos (transportes, estradas etc.); servic ̧os sociais (educac ̧ão, saúde etc.). Sociais - Mobilidade social: possibilidade ou facilidade de os indivíduos de uma sociedade se movimentarem de uma para outra camada da hierarquia social. - Representac ̧ão no sistema político: nível de representatividade da populac ̧ão nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. - Participação social: forma como a populac ̧ão se articula, de acordo com um conjunto de valores que definem seus padrões de comportamento. - Sistema de concentração da propriedade: avaliac ̧ão da proporc ̧ão de empresas que dete ̂m parte significativa do capital, investimentos, vendas, forc ̧a de trabalho etc. Fonte: Banco Mundial (2000) apud Rossetti (2016) Para se medir o grande desenvolvimento, temos também dois novos indicadores importantes: • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); e • Índice de Corrupção Percebida (ICP). A Organização das Nações Unidas, em 1990, criou o Índice de Desenvolvi- mento Humano (IDH) na tentativa de: • se reduzir a pobreza; • estimular a implantação de governos democráticos; • estabelecer mecanismos de prevenção a crises e 123 • despertar a atenção mundial no que diz respeito à energia e ao meio ambiente, dentre outros objetivos. É uma média aritmética de três indicadores: • um indicador de renda: o PIB per capita; • um indicador que capta a saúde da população: a expectativa de vida da população ao nascer; e • um indicador da educação da população: média ponderada da taxa de alfabetização de adultos (2/3) e da taxa combinada de matrícula nos ensinos fundamental, médio e superior (1/3). O IDH varia de zero a 1: quanto mais próximo de 1 mais desenvolvido é o país. Por este índice os países são divididos em países de alto (IDH maior que 0,8), médio (entre 0,5 e 0,8) e baixo desenvolvimento (abaixo de 0,5). O IDH do Brasil foi de 0,761 em 2018, e 0,760 em 2017, quando o país ficou em 78º lugar, de acordo com uma revisão dos dados do ano passado. Em 2019, o Brasil alcançou o IDH de 0,761, com uma pequena melhora de 0,001 em relação ao ano anterior . Na classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm alto desen- volvimento humano (79º lugar) (G1, 2020). ́Ja o Indice de Corrupção Percebida (ICP) é apontado por Nogami e Passos (2019), como um importante debate a respeito da presença da corrupção nos mais diferentes níveis de uma economia, do escalão governamental até o cotidiano das pessoas, passando inclusive pelas empresas da iniciativa privada. Este índice estabelece a correlação existente entre o grau de desenvolvi- mento econômico e grau de corrupção – em geral, quanto mais evoluída é uma economia, mais distante ela estará desse tipo de comportamento. Dentro desse contexto, o Índice de Corrupção Percebida tem assumido um papel de destaque nas discussões realizadas em torno do assunto. Em 2019, o Brasil obteve o seu pior resultado com apenas 35 pontos. Vale res- saltar que a escala do IPC vai de 0 a 100, onde 0 significa que o pais é altamente corrupto e 100 seria um pais integro. O Brasil se enconttra em 2019 no 106º lugar, sendo o 5º. Récuo seguido. Já em 2018 o pais já havia perdido dois pontos e caido nove posições. 124 ttps://bit.ly/3knFPL7 https://bit.ly/2ZRZB85%20.Acesso 125 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determi- nado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, sua teoria inverte o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços sobre o nível de emprego. I - A linha predominante dos economistas acreditava que as economias de mercado tinham a capacidade de, sem a interferência do governo, utilizar de maneira efi- ciente todos os recursos disponíveis,de forma a sempre alcançar o chamado nível de pleno emprego. II - Para Keynes, em uma economia em recessão, não existem forças de auto ajusta- mento, por isso se torna necessária a intervenção do Estado por meio de uma po- lítica de gastos públicos. III - Na visão keynesiana, a economia de mercado não é autorreguladora, que os salários e preços não são tão flexíveis a ponto de garantir o pleno emprego e que o go- verno pode estabelecer políticas para ajudar a estabilizar a economia – em um esquema teórico mais sólido Considerando os motivos elencados acima, assinale a opção correta. a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item III está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos 2. A seguir são relacionados alguns conceitos básicos de inflação e suas tipologias. Neste sentido relacione a primeira coluna de acordo com a segunda. 1 – Inflação ( ) Baixa generalizada e contínua do nível geral de preços, a con- trapartida da deflação é o aumento do poder aquisitivo da mo- eda 2 – Deflação ( ) É a elevação da taxa de inflação, elevação da inflação. 126 3 – Aceleração infla- cionária ( ) É o aumento generalizado e contínuo do nível geral de preços, a contrapartida da inflação é a perda do poder aquisitivo da moeda. 4 - Hiperinflação ( ) Não há clareza de quanto é este “aumento grande” dos preços. A hiperinflação é uma situação onde a moeda perde sua fun- ção e é substituída. A sequência correta seria: a) 2, 4, 1, 3 b) 4, 1, 2, 3 c) 2, 3, 1, 4 d) 3, 1, 2, 4 e) 1, 2, 3, 4 3. Braga (2019) define a inflação como sendo a elevação do nível geral de preços. No cálculo da sua taxa, utilizam-se os denominados “índices gerais de preços”: como o IGP, INPC, IPCA, IPC. Há vários índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em determinados períodos. Cada índice aponta uma inflação diferente: isso acontece porque a alta de preços não atinge todo mundo da mesma forma. No Brasil, existem vários desses índices, como: I - O Índice Geral de Preços (IGP), calculado pelo IBGE II - O Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos calculados pela FIPE. III - E o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item III está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos 127 4. O aumento de um bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre apenas quando há um aumento generalizado da maioria dos bens e serviços. Na teoria econômica são consideradas pelo menos três causas para a inflação: I - A alta da demanda agregada. II – A elevação generalizada dos custos das empresas. III - A emissão monetária como fonte para o financiamento do déficit público. a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item III está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos 5. Segundo Vasconcelos e Garcia (2019), para se combater um processo de inflação de demanda, a política econômica deve basear-se em instrumentos que provo- quem redução da procura agregada por bens e serviços: I - Como redução dos gastos do governo. II - Diminuição da carga tributária. III - Controle de crédito e diminuição da taxa de juros. a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item I está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos 6. São consequências da inflação: I - Distorções na alocação de recursos da economia, II - Os preços relativos deixam de ser sinalizadores da escassez e dos custos relativos de produção. 128 III - Efeito negativo sobre o incentivo a investir pelas dificuldades dos agentes em pre- ver o retorno dos investimentos. a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item I está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos 7. Considere as afirmativas abaixo, marcando V ou F: ( ) Em relação aos efeitos sobre as expectativas empresariais, a própria capacidade de produção futura e, consequentemente, o crescimento econômico e o próprio nível de emprego podem ser afetados pelo processo inflacionário. ( ) Não são necessárias grandes análises teóricas para mostrar que a inflação alta se constitui, junto com o desemprego, em grave desequilíbrio microeconômico. ( ) O desemprego é um problema extremamente grave, não só do ponto de vista econômico, mas também do ponto de vista social e pessoal. ( ) Do ponto de vista individual, o desemprego é um fardo pesado e triste. Ele significa perda de renda e, portanto, deterioração do padrão de vida, envolvendo também graves problemas psicológicos e físicos. ( ) A inflação e o desemprego são um mal a ser combatido. Trata-se de um grave desequilíbrio microeconômico que, uma vez estabelecido, é de difícil solução. A sequência correta será: a) V, F, V, F,V b) V, V, F, V, F c) V, F, V, V, V d) V, F, V, V, F e) V, F, F, V, V 8. Para Nogami e Passos (2019), as definições de desenvolvimento e crescimento suscitam, muitas vezes, confusões conceituais. Em geral, são dois termos que se 129 combinam no progresso das nações, mas nunca poderemos defini-los como palavras sinônimas. Crescimento e desenvolvimento econômico são dois conceitos diferentes. I - Crescimento econômico: é a ampliação qualitativa da produção (PIB). II – Desenvolvimento econômico: além da expansão da produção refere-se também à natureza e à qualidade do crescimento. III - A idéia de desenvolvimento econômico está associada às condições de vida da população. a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas o item I está correto. c) Apenas os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Todos os itens estão corretos. 130 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 01 UNIDADE 02 QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E UNIDADE 03 UNIDADE 04 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C UNIDADE 05 UNIDADE 06 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 E QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 D QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E 131 REFERÊNCIAS AMITRANO, C.; MAGALHÃES, L. C. G. D.; SILVA, M. S. Texto para discussão: Medidas de enfrentamento dos efeitos econômicas da Pandemia COVID-19: Panorama internacional e análise dos casos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Espanha. Brasília,DF: IPEA, 2020. BRAGA, M. B. Princípios de economia: abordagem didática e multidisciplinar. São Paulo: Atlas, 2019. CARIO, S. A. F. Introdução à economia de empresas. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC,2008. Disponível em: https://bit.ly/3kcwaa9. Acesso em: 05 fev. 2021. COSTA, R. G. D.; OLIVEIRA, L. M. D.; PEREZ JÚNIOR, J. H. Gestão Estratégica De Custos: Textos, Casos Práticos e Testes com as Respostas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. COSTA, S. D. S. Pandemia e desemprego no Brasil. Revista de administração pública , Rio de Janeiro, n. 4, p. 969-978, jul./ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3dBaNhr. Acesso em: 12 fev. 2021. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo : Atlas, 2017. DAVID, C. G.; ARAÚJO, M. H. 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