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FRATURA ÓSSEA EPIDEMIOLOGIA 40% DOS CASOS acontecem na própria casa do paciente ou em ambientes domésticos em geral, de forma aleatória e ocasional. GÊNERO MAIS ACOMETIDO: masculino (58%) IDADE: 31 – 45 anos (44%) TIPO DE FRATURA: fêmur (38,5%) MEC. DE TRAUMA MAIS FREQUENTE: acidente automobilístico (58,5%) TIPOS DE FRATURAS ISOLAMENTO DO FOCO FECHADA: não há comunicação do foco com o meio externo. EXPOSTA (ABERTA): O foco de fratura comunica-se com o meio externo através de lesão em diferentes graus das partes moles TRAÇOS DE FRATURA COMPLETA/ INCOMPLETA SIMPLES/ COMINUTIVA SIMPLES: quando é único COMINUTIVA: Quando há vários fragmentos (3 ou mais) → Resultam de traumatismos diretos de grande intensidade em que uma alta energia lesiva é transferida ao osso SEGMENTAR: fratura dupla com duas linhas de fratura, que isola um segmento distinto do osso; BORBOLETA: fratura com dois fragmentos de cada lado de um fragmento principal, separado em forma de cunha. Possui semelhança com asas de uma borboleta, por isso tem esse nome; ESTILHAÇADA: fratura onde o osso é esmigalhado em fragmentos finos e pontiagudos. FRATURAS COMPLETAS FRATURA TRANSVERSAL: ocorre em um ângulo quase reto em relação ao eixo longitudinal do osso; FRATURA OBLÍQUA: atravessa o osso em um ângulo oblíquo; FRATURA EM ESPIRAL: o osso é separado e a fratura forma espirais ao redor do eixo longitudinal. LOCALIZAÇÃO DO TRAÇO DA FRATURA DIAFISÁRIAS METAFISÁRIAS EPIFISÁRIAS: As fraturas epifisárias podem ainda ser intra-articulares, extra-articulares, afetando ou não a cartilagem de crescimento DESVIO DA FRATURA Após a ocorrência da fratura os fragmentos ósseos podem deslocar-se (desvio) em decorrência da ação própria da força lesiva inicial, pela ação muscular ou força da gravidade. Os desvios são espaciais, mas classifica-os em planos: DESVIOS NO PLANO FRONTAL • Desvio medial ou Desvio lateral • Desvio em valgo ou Desvio em varo DESVIOS NO PLANO SAGITAL • Desvio anterior ou Desvio posterior • Desvio angular anterior/ posterior DESVIOS NO PLANO TRANSVERSAL • Desvio em rotação externa/interna TIPOS ESPECIAIS DE FRATURAS FRATURAS POR AVULSÃO (POR ARRANCAMENTO ÓSSEO) DEFINIÇÃO: São aquelas em que um tendão ou músculo, ao invés de se romper, arranca um fragmento do osso no ponto onde ele está preso. ACONTECEM principalmente entre adolescentes: Durante a infância e adolescência, o osso é o ponto mais frágil do conjunto músculo-tendão- osso. Durante o estirão do crescimento, a placa fisária se encontra alargada, o que a torna mais frágil. Além disso, a intensidade da prática esportiva aumenta nesta fase, aumentando-se assim o risco de traumas. VALE CONSIDERAR aqui que a apófise (local onde os tendões se prendem) tem fechamento mais tardio do que a placa de crescimento longitudinal do osso. IDADE de maior risco para estas fraturas é entre os 14 e os 25 anos. FRATURAS POR AVULSÃO MAIS COMUNS OMBRO: tuberosidade maior; COTOVELO: QUADRIL: espinha ilíaca anterossuperior (EIAS), espinha ilíaca anteroinferior (EIAI) e tuberosidade isquiática; JOELHO: espinha tibial e tuberosidade da tíbia; PÉ: calcâneo. FRATURA POR GALHO VERDE É um tipo de fratura incompleta do osso, em que um lado dele permanece íntegro e o outro “lascado” ou “trincado”. COMUM EM CRIANÇAS: este tipo de fratura decorre da maior elasticidade do osso, que lembra o que acontece quando tentamos quebrar um galho verde. Em adultos, a fratura tende a ocorrer de forma similar à quebra de um galho seco, que se parte ao meio. SUBPERIOSTEAL (OU FRATURA EM TÓRUS) Ao invés de se romper de um lado a outro, o que se observa é um “amassado” no osso. O periósseo permanece íntegro. São fraturas muito comuns no punho; Quando há compactação por forças compressivas. FRATURAS POR COMPRESSÃO São causadas por uma força de compressão axial, associada ou não à flexão. A altura do corpo vertebral está reduzida, os ligamentos posteriores estão intactos e, nesse grupo de fraturas, não ocorre translação no plano sagital. Em uma fratura de compressão da coluna, o corpo de uma ou mais vértebras sofre colapso e é esmagada (comprimida) adquirindo uma forma de cunha. Essas fraturas ocorrem geralmente no meio ou na parte inferior das costas. Elas são mais comuns entre pessoas idosas, normalmente aquelas com osteoporose, a qual enfraquece os ossos. FRATURAS INTRARTICULARES FRATURAS POR ESTRESSE Devido a confluência de microfraturas que surgem em decorrência de pequenos traumatismos. O osso sofre fadiga quando submetido a carregamento cíclico repetitivo, sob fadiga, ele falha gerando uma fenda que pode evoluir para fratura completa. As fraturas por estresse são vistas em recrutas militares e atletas de alto nível. A tíbia, metatarsos e calcâneo são os ossos mais frequente (CANELITE) Síndrome do estresse tibial medial ou periostite medial da tíbia é popularmente conhecida como “canelite”. Essa síndrome é uma inflamação do osso da canela, a tíbia, ou dos tendões e músculos que estão inseridos nesse osso. A canelite é caracterizada por dor na canela, principalmente durante atividades físicas). FRATURAS PATOLÓGICAS OCORRE POR: enfraquecimento do osso por uma patologia prévia. Geralmente ocorre por um trauma leve ou até espontaneamente. ETIOLOGIA: osteoporose senil (primeira causa), hiperparatireoidismo, osteogênese imperfeita, cistos, tumores (segunda causa), infecção, mieloma múltiplo. FRATURAS DE COLLES Fraturas da extremidade distal do rádio e processo estilóide da ulna. Com desvio ou angulação dorsal. É comum em pessoas que já tem um certo grau de enfraquecimento ósseo pela osteoporose. É causada quando em uma queda, o indivíduo apara com a mão espalmada, provocando uma fratura da metáfise distal do rádio com desvio dorsal. SINAIS E SINTOMAS A fratura do punho (de Colles ou Smith) pode causar deformidade ou edema, o que pode lesar o nervo mediano; quando o nervo mediano é lesado, a ponta do segundo quirodáctilo fica insensível e o prensa entre o dedo mínimo o polegar é fraco. Se a força do impacto é grande, o rádio poderá experimentar uma fratura impactada, encurtando o osso. IMPACTADA É quando as partes quebradas do osso permanecem comprimidas entre si, interpenetrando-se. Tipo de fratura provocada por uma força axial, ou seja, faz com que haja penetração de um fragmento ósseo no outro. Geralmente ocorre nas transições metafisioepifisárias, como no colo cirúrgico do úmero ou colo do fêmur e no corpo vertebral. O aspecto radiográfico do traço é uma faixa de radiodensidade, provocada pelo imbricamento dos fragmentos. FRATURA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE Ocorrem nas crianças quando o trauma atinge as epífises dos ossos longos. Dependendo do grau de fratura, podem provocar o fechamento precoce da placa epifisária (cartilagem de crescimento) → bloqueando o crescimento do osso (discrepância de comprimento entre os membros) ou de parte dele (deformidades angulares) PLACA DE CRESCIMENTO: estrutura delicada e importante, localizada na região epifisária dos ossos longos, sendo responsável pelo crescimento longitudinal do osso longo. Há diferentes tipos de fraturas na placa de crescimento sendo algumas mais danosas que outras. Baseado nisto, surgiram classificações que tentam correlacionar o tipo de lesão com o prognóstico e, consequentemente, com o tipo de tratamento. CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS (FRATURAS FISÁRIAS) TIPO 1: Linha de fratura é a própria placa epifisária, separando a epífise da metáfise. TIPO 2: idem, mas com um fragmento metafisário ligado à epífise separada (sinal de thuston-holland) TIPO 3: A fratura atravessa a epífise, e compromete parcialmente a placa epifisária. TIPO 4: a fratura atravessa a epífise, a placa epifisária e a metáfise TIPO 5: A fratura de compressão da placa epifisária FRATURA EXPOSTA Anexo 1: classificação de gustillo-anderson FATORES DE RISCO • Osteopenia e osteoporose • Idosos > 65 anos • Antecedentes de fraturas prévias • Tratamento com corticoesteroides • Magros, com menos de 60 kg • Tabagismo • Excessivo consumo de álcool • História familiar de fratura de quadril MECANISMO DE CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS CONSOLIDAÇÃO PRIMÁRIA Ocorre quando as extremidades fraturadas ficam justapostas, com um mínimo de espaço entre elas. Raramente observada, pois só ocorre se o espaço entre as extremidades do osso fraturado for muito pequeno, e a imobilização, adequada. INICIALMENTE → do número de osteoclastos → que removem → as superfícies das extremidades fraturadas → seguido de → neoformação de tecido ósseo cortical ligando as duas extremidades CONSOLIDAÇÃO SECUNDÁRIA Anexos: consolidação FASE PRECOCE (HEMATOMA FRATURÁRIO): PRIMEIRAS 2 SEMANAS FASE DO CALO FRATURÁRIO MOLE: 2 – 6 SEMANAS FASE DO CALO FRATURÁRIO DURO (CALO ÓSSEO): 4 a 8 MESES TEMPO E AS FASES SEMANA 1: Fase inflamatória SEMANA 2-3: Calo mole SEMANA 4-16: Calo duro SEMANA 17 EM DIANTE: remodelação COMPONENTES PARA UMA BOA CONSOLIDAÇÃO • Ausência de infecção • Boa vascularização dos fragmentos • Estabilização mecânica da fratura QUADRO CLÍNICO DOR QUANDO O MEMBRO ESTÁ EM REPOUSO • Dor basal, intensidade não muito forte e tolerável • Exacerba-se em picos e torna-se muito forte, se o segmento for mobilizado ou palpado AUMENTO DO VOLUME Surge nas adjacências da fratura e tem 2 componentes • Devido ao hematoma • Devido ao processo inflamatório pós-traumático CREPITAÇÃO • Sensação tátil ao atrito de um fragmento ósseo contra o outro DEFORMIDADES • Manifestação clínica do desvio dos fragmentos MOBILIDADE ANORMAL • Movimento de um fragmento em relação ao outro DIAGNÓSTICO Na anamnese deve-se ter o esclarecimento, a intensidade e o tempo decorrido desde o trauma. Fraturas patológicas, por exemplo podem ocorrer em traumas banais de baixa energia. Dependendo da intensidade do trauma, a avaliação músculo- esquelética detalhada é feita em segundo tempo, após medidas de suporte de vida, como no politraumatizado. Exame Clínico: na maior parte das vezes é limitado pela presença de dor e ansiedade relacionada ao trauma. Inspeção e palpação cuidadosa são feitas à procura de equimoses, regiões com aumento de volume, deformidades e crepitações, ferida e dor. A avaliação neurovascular deve fazer parte da avaliação ortopédica em todos os casos de lesão traumática aguda e, deve ser avaliada pela constatação de movimentos voluntários e sensibilidade cutânea, além da medida dos pulsos e da perfusão capilar periférica. Pacientes inconscientes, incapazes de queixar e de atender ao comando verbal requerem atenção adicional pela pesquisa de lesões ósteo- articulares de forma passiva e delicada EXAMES DE IMAGEM RADIOGRAFIA CONVENCIONAL Realização em 2 planos distintos (PA e Perfil) Linha radiotransparente → em geral ALTERAÇÕES DE PARTES MOLES: • Borramento e/ou deslocamento das linhas gordurosas • Aumento de partes moles • Derrame articular TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • Utilidade na avaliação de órgãos com uma anatomia complexa, difíceis de serem avaliadas pelo RX simples RESSONÂNCIA MAGNÉTICA • Método de imagem com melhor contraste entre osso, medula óssea, músculos, líquido, gordura e vasos • É crucial no diagnóstico de fraturas ocultas → essas fraturas não são visíveis ao RX/TC CINTILOGRAFIA ÓSSEA Pode ser necessária em suspeita de fraturas por estresse e em fraturas patológicas associadas a doenças neoplásicas ou metabólicas. TRATAMENTO CONDUTA NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA No politrauma, seguir o ABCDE do ATLS → A abordagem às fraturas e luxações começa na letra “E” Proteção da ferida com curativo estéril e alinhamento do membro mantido com imobilização provisória PRIMEIRA ABORDAGEM: Avaliar lesão vascular ou fratura exposta → exame radiológico (radiografia em 2 incidências: AP e perfil) → programar com calma a melhor estratégia terapêutica → durante o RX, a tala provisória não deve ser retirada e todo cuidado é pouco durante a mobilização do paciente TRATAMENTO CONSERVADOR Imobilização básicas → confecção de aparelhos gessados • Restringir o movimento com a finalidade de aliviar a dor e propiciar melhores condições para a reparação dos tecidos lesados. • Pode ser feita por meio de talas, trações, enfaixamentos, talas metálicas, aparelhos gessados EFEITOS COLATERAIS DA IMOBILIZAÇÃO: Edema, atrofia, aderência, rigidez articular e osteopenia/ osteoporose VANTAGEM: Segurança DESVANTAGEM: Períodos mais longos de imobilização, necessidade de aparelhos gessados e alinhamentos nem sempre perfeitos INDICAÇÕES TÍPICAS DE TRATAMENTO CONSERVADOR: 1. Fraturas incompletas ou sem desvios 2. Fraturas fechadas diafisárias e metafisárias nas crianças 3. Fraturas diafisárias de tíbia do adulto sem desvio 4. Fraturas de coluna vertebral sem instabilidade ou sem grande achatamento 5. Fratura de colles clássica TRATAMENTO DEFINITIVO OBJETIVOS: 1. Alívio da dor 2. Obter e manter uma posição satisfatória dos fragmentos, ou seja, reduzir a fratura 3. Manter a redução, com imobilização gessada, com órtese ou fixação cirúrgica 4. Restaurar a função máxima do osso ou articulação envolvida REDUÇÃO DA FRATURA: realinhar os fragmentos fraturários • Redução fechada por manipulação • Redução fechada por tração contínua • Redução aberta (cruenta) ESTABILIZAÇÃO DA FRATURA: Fixação externa cirúrgica SUBSTITUIÇÃO POR ENDOPRÓTESE INDICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO: 1. Fraturas expostas 2. Fraturas em que não se consegue redução adequada 3. Fraturas com atraso de consolidação 4. Fraturas diafisárias do fêmur, transtrocantérica ou do colo do fêmur 5. Fraturas diafisárias de tíbia 6. Fraturas associadas a lesões vasculonervosas 7. Fraturas intra-articulares com desvio 8. Certas fraturas envolvendo a cartilagem de crescimento 9. Fraturas patológicas em lesões malignas ANTIBIOTICOTERAPIA PARA FRATURAS EXPOSTAS DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO • Antibioticoterapia profilática por 48-72 horas • Diversas bactérias podem causar infecção (Principal – S. aureus) TIPO 1 e 2: cefalosporina – 1ª geração TIPO 3 a/b/c: cefalosporina 1ª geração + aminoglicosídeos (outra opção: cefalosporina 3ª geração) AMBIENTES CONTAMINADOS: cefalosporina 1ª geração + aminoglicosídeo + outra penicilina (outra opção: cefalosporina 3ª geração) COMPLICAÇÕES 1. LESÃO ARTERIAL 2. LESÃO NEURAL 3. OSTEOMIELITE/ ARTRITE SÉPTICA 4. SÍNDROME COMPARTIMENTAL 5. NECROSE AVASCULAR (ASSÉPTICA, OSTEONECROSE) 6. DISTROFIA SIMPATICORREFLEXA 7. EMBOLIA GORDUROSA 8. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR → TVP e TEP 9. CONSOLIDAÇÃO ANORMAL DE FRATURAS: consolidação viciosa, retardo na consolidação e não consolidação (pseudoartrose) FASE AGUDA: • Lesões vasculonervosas • Hemorragia excessiva • Síndrome do compartimento FASE INTERMEDIÁRIA: • Infecção (fratura exposta) • Perda de redução, falência ou escape do material de síntese FASE TARDIA: • Não consolidação • Consolidação viciosa • Refratura LESÃO ARTERIAL É uma complicação rara Procurar sinais de isquemia aguda: palidez cutânea, dor, queda da temperatura, cianose Artérias calibrosas mais afetadas: artéria axilar, artéria braquial, artéria femoral, artéria poplítea, artérias dorsais do pé ou pediosa OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA • É uma das complicações mais temidas • Decorrente da própria fratura ou tratamento cruento CLÍNICA Dor, febre, não consolidação, secreção purulenta saindo de fístula ou no sítio de inserção de um dispositivo metálico DIAGNÓSTICO Radiografia simples (reabsorção óssea, reação periosteal, sequestro, fragmentação). TC, RM e cintolografia TRATAMENTO Antibioticoterapia venosa profunda SE OSTEOMIELITE CRÔNICA: cirurgia de desbridamento ósseo e correção da deformidade LESÃO NEURAL • Nervo radialna fratura diafisária do úmero • Nervo mediano na fratura supracondiliana do úmero SÍNDROME COMPARTIMENTAL DEFINIÇÃO: É uma emergência ortopédica na qual a pressão aumentada em um espaço fechado musculofascial pode lesar irreversivelmente os tecidos dentro do compartimento, especialmente os músculos e nervos • A compressão arterial pode causar isquemia e gangrena da extremidade • A síndrome é particularmente frequente no compartimento flexor do antebraço e no compartimento anterior da perna FISIOPATOLOGIA Rotura de um vaso arterial ou venoso no interior do compartimento fascial → levando a hematoma → de volume → e consequentemente → da pressão dentro de um espaço limitado pelas fáscias musculares → acarretando em → isquemia e dano tecidual CLÍNICA Dor muscular sem alívio: não cede com analgésicos normais e agravada pelo estiramento muscular Parestesia de extremidade: dormência e formigamento Compartimento fasciomuscular tenso e edemaciado (dor à palpação e mobilização passiva dos dedos) 5”P”: dor, parestesia, paralisia, palidez, ausência de pulso (pain, paresthesia, paralyis, palor, pulseless) COMPLICAÇÕES CONTRATURA DE VOLKMANN: O músculo necrótico não regenera, sendo substituído por tecido fibroso cicatricial TRATAMENTO Fasciotomia de emergência NECROSE AVASCULAR (ASSÉPTICA, OSTEONECROSE) • Também chamada de osteonecrose • Importante complicação de certas fraturas → fratura de colo de fêmur OCORRE pela lesão de pequenos vasos nutrícios em ossos mal vascularizados FASES: Fase 1: pré-necrótica, com edema intersticial medular Fase 2: tecido medular necrótico Fase 3: tecido medular e trabéculas ósseas necróticas Fase 4: necrose extensa e fibrose medular densa, com neoformação óssea CLÍNICA • Dor, claudicação, impotência funcional e não consolidação DIAGNÓSTICO • RM (mais precoce e sensível) • Radiografia simples (Hiperdensidade, sequestro, sinal do crescente ou fratura subcondral, colapso ósseo parcial ou total) TRATAMENTO • No fêmur, geralmente é cirúrgico: • Endoprótese de quadril • Descompressão óssea • Osteotomia DISTROFIA SIMPATICORREFLEXA Hipersensibilidade dos tecidos do membro às catecolaminas CLÍNICA: Dor espontânea, edema, alterações de temperatura e cor da pele, evolução para deformidade, osteoporose de sudeck (grave), espessamento da pele TRATAMENTO • Conservador: analgesia, fisioterapia e alfa-bloqueadores • Corticoide (prednisona) • Bloqueio regional (para casos refratários) • Cirúrgico: Simpatectomia (para casos avançados) EMBOLIA GORDUROSA Mais comum em fraturas diafisárias de fêmur e fraturas da pelve CLÍNICA: • Após 24-72 horas do trauma TRÍADE (taquidispneia, confusão mental e petéquias pelo tronco) TRATAMENTO: Suporte TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E TEP • Mais comum nas fraturas femorais • Ocorre após 3 dias do trauma • Combinação de lesão venosa profunda → associada a estase venosa → decorrente da imobilização → perfeita para desencadear → a formação de um trombo nas veias profundas → que → pode deslocar-se para o pulmão por meio da circulação → levando a → TEP CONSOLIDAÇÃO ANORMAL DE FRATURAS 3 tipos de problema que podem ocorrer. CONSOLIDAÇÃO VICIOSA A fratura consolida, mas com deformidade. Má consolidação RETARDO NA CONSOLIDAÇÃO Demora mais para consolidar, com sinais de que a consolidação está evoluindo NÃO CONSOLIDAÇÃO (PSEUDOARTROSE) A fratura não consolida após 8 meses, sem sinais de evolução, deixando um espaço fibrocartilaginoso ou sinovial Necessita de enxertia óssea ANEXO 1 – CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO-ANDERSON CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO- ANDERSON TIPO FERIDA NÍVEL DE CONTAMINAÇÃO LESÃO DE PARTES MOLES LESÃO ÓSSEA I < 1 cm Limpa Mínima Simples, mínima cominuição II 1 – 10 cm Moderada Moderada, alguma lesão muscular Moderada cominuição IIIa Usualmente > 10 cm Alta Grave com esmagamento Normalmente cominuta, possível cobertura do osso com partes moles IIIb Usualmente > 10 cm Alta Perda muito grave da cobertura Pobre cobertura óssea, normalmente requer cirurgia reconstrutiva de partes moles IIIc Usualmente > 10 cm Alta Perda muito grave da cobertura e lesão vascular que exige reparação Pobre cobertura óssea, normalmente requer cirurgia reconstrutiva de partes moles. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Formação de um Hematoma → Coagula → estimula o início da consolidação → gerando angiogênese → os mediadores inflamatórios e as plaquetas liberam e/ou ativam os fatores de crescimento derivados das plaquetas, fator de crescimento de fibroblastos, leucócitos (IL-1, IL-6, TNF-alfa e quimiocinas) → ativam o endotélio → favorecendo a migração de leucócitos → iniciam a remoção do coágulo → os monócitos estimulam a osteoclastogênese → removem o tecido ósseo necrótico nas extremidades fraturadas → os fatores de crescimento mesenquimais (PDGF; TGF-beta; FGF; VEGF e BPM) → estimulam a proliferação e a diferenciação de precursores existentes no canal medular, no periósteo ou vindos da circulação. Nas primeiras 2 semanas Os fatores de crescimento → induzem → diferenciação de células mesenquimais → em → fibroblastos (PDGF; FGF; TGF-beta); vasos sanguíneos (VEGF); condroblastos (BMP) → formação e liberação de tecido fibrocartilaginoso → calo mole (não é tão resistente quanto o tecido ósseo) → “cola biológica do osso” 2 – 6 semanas Ossificação endocondral do calo mole e da formação do osso membranoso iniciada no periósteo → vasos neoformados → invadem → a cartilagem → onde → os condrócitos sofrem apoptose → a matriz cartilaginosa é reabsorvida por metaloproteases → os osteoblastos ativados produzem colágeno tipo 1 e proteínas acessórias da mineralização (osteocalcina e osteopontina) → forma-se → tecido ósseo endocondral → unindo → as duas extremidades ósseas → a partir do periósteo → formação → vasos sanguíneos, fibroblastos e osteoblastos → iniciam → ossificação intramembranosa → formação → calo ósseo esponjoso → encontra o osso endocondral com o qual se funde → surgem a remodelação → o osso trabecular é progressivamente transformado em osso lamelar → com formação do sistema de Havers 4 - 8 meses
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