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FRATURA ÓSSEA

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FRATURA ÓSSEA 
 
EPIDEMIOLOGIA 
40% DOS CASOS acontecem na própria casa do paciente ou em 
ambientes domésticos em geral, de forma aleatória e ocasional. 
GÊNERO MAIS ACOMETIDO: masculino (58%) 
IDADE: 31 – 45 anos (44%) 
TIPO DE FRATURA: fêmur (38,5%) 
MEC. DE TRAUMA MAIS FREQUENTE: acidente automobilístico (58,5%) 
TIPOS DE FRATURAS 
ISOLAMENTO DO FOCO 
FECHADA: não há comunicação do foco com o meio externo. 
 
EXPOSTA (ABERTA): O foco de fratura comunica-se com o meio externo 
através de lesão em diferentes graus das partes moles 
 
TRAÇOS DE FRATURA 
COMPLETA/ INCOMPLETA 
 
SIMPLES/ COMINUTIVA 
 
SIMPLES: quando é único 
 
COMINUTIVA: 
 
Quando há vários fragmentos (3 ou mais) → Resultam de traumatismos 
diretos de grande intensidade em que uma alta energia lesiva é 
transferida ao osso 
 
SEGMENTAR: fratura dupla com duas linhas de fratura, que isola um 
segmento distinto do osso; 
BORBOLETA: fratura com dois fragmentos de cada lado de um 
fragmento principal, separado em forma de cunha. Possui semelhança 
com asas de uma borboleta, por isso tem esse nome; 
ESTILHAÇADA: fratura onde o osso é esmigalhado em fragmentos finos 
e pontiagudos. 
FRATURAS COMPLETAS 
 
FRATURA TRANSVERSAL: ocorre em um ângulo quase reto em relação 
ao eixo longitudinal do osso; 
FRATURA OBLÍQUA: atravessa o osso em um ângulo oblíquo; 
FRATURA EM ESPIRAL: o osso é separado e a fratura forma espirais ao 
redor do eixo longitudinal. 
 
LOCALIZAÇÃO DO TRAÇO DA FRATURA 
DIAFISÁRIAS 
METAFISÁRIAS 
EPIFISÁRIAS: As fraturas epifisárias podem ainda ser intra-articulares, 
extra-articulares, afetando ou não a cartilagem de crescimento 
 
DESVIO DA FRATURA 
Após a ocorrência da fratura os fragmentos ósseos podem deslocar-se 
(desvio) em decorrência da ação própria da força lesiva inicial, pela ação 
muscular ou força da gravidade. 
Os desvios são espaciais, mas classifica-os em planos: 
 
DESVIOS NO PLANO FRONTAL 
• Desvio medial ou Desvio lateral 
• Desvio em valgo ou Desvio em varo 
DESVIOS NO PLANO SAGITAL 
• Desvio anterior ou Desvio posterior 
• Desvio angular anterior/ posterior 
DESVIOS NO PLANO TRANSVERSAL 
• Desvio em rotação externa/interna 
TIPOS ESPECIAIS DE FRATURAS 
FRATURAS POR AVULSÃO (POR ARRANCAMENTO ÓSSEO) 
DEFINIÇÃO: São aquelas em que um tendão ou músculo, ao invés de se 
romper, arranca um fragmento do osso no ponto onde ele está preso. 
 
ACONTECEM principalmente entre adolescentes: Durante a infância e 
adolescência, o osso é o ponto mais frágil do conjunto músculo-tendão-
osso. Durante o estirão do crescimento, a placa fisária se encontra 
alargada, o que a torna mais frágil. Além disso, a intensidade da prática 
esportiva aumenta nesta fase, aumentando-se assim o risco de traumas. 
 
VALE CONSIDERAR aqui que a apófise (local onde os tendões se 
prendem) tem fechamento mais tardio do que a placa de crescimento 
longitudinal do osso. 
 
IDADE de maior risco para estas fraturas é entre os 14 e os 25 anos. 
 
FRATURAS POR AVULSÃO MAIS COMUNS 
OMBRO: tuberosidade maior; 
COTOVELO: 
QUADRIL: espinha ilíaca anterossuperior (EIAS), espinha ilíaca 
anteroinferior (EIAI) e tuberosidade isquiática; 
JOELHO: espinha tibial e tuberosidade da tíbia; 
PÉ: calcâneo. 
 
FRATURA POR GALHO VERDE 
É um tipo de fratura incompleta do osso, em que um lado dele 
permanece íntegro e o outro “lascado” ou “trincado”. 
 
COMUM EM CRIANÇAS: este tipo de fratura decorre da maior 
elasticidade do osso, que lembra o que acontece quando tentamos 
quebrar um galho verde. 
Em adultos, a fratura tende a ocorrer de forma similar à quebra de um 
galho seco, que se parte ao meio. 
SUBPERIOSTEAL (OU FRATURA EM TÓRUS) 
Ao invés de se romper de um lado a outro, o que se observa é um 
“amassado” no osso. O periósseo permanece íntegro. São fraturas 
muito comuns no punho; 
Quando há compactação por forças compressivas. 
FRATURAS POR COMPRESSÃO 
São causadas por uma força de compressão axial, associada ou não à 
flexão. A altura do corpo vertebral está reduzida, os ligamentos 
posteriores estão intactos e, nesse grupo de fraturas, não ocorre 
translação no plano sagital. 
Em uma fratura de compressão da coluna, o corpo de uma ou mais 
vértebras sofre colapso e é esmagada (comprimida) adquirindo uma 
forma de cunha. 
Essas fraturas ocorrem geralmente no meio ou na parte inferior das 
costas. Elas são mais comuns entre pessoas idosas, normalmente 
aquelas com osteoporose, a qual enfraquece os ossos. 
 
FRATURAS INTRARTICULARES 
 
FRATURAS POR ESTRESSE 
Devido a confluência de microfraturas que surgem em decorrência de 
pequenos traumatismos. 
O osso sofre fadiga quando submetido a carregamento cíclico 
repetitivo, sob fadiga, ele falha gerando uma fenda que pode evoluir 
para fratura completa. 
As fraturas por estresse são vistas em recrutas militares e atletas de 
alto nível. 
A tíbia, metatarsos e calcâneo são os ossos mais frequente 
(CANELITE) 
Síndrome do estresse tibial medial ou periostite medial da tíbia é 
popularmente conhecida como “canelite”. Essa síndrome é uma 
inflamação do osso da canela, a tíbia, ou dos tendões e músculos que 
estão inseridos nesse osso. A canelite é caracterizada por dor na canela, 
principalmente durante atividades físicas). 
 
 
FRATURAS PATOLÓGICAS 
OCORRE POR: enfraquecimento do osso por uma patologia prévia. 
Geralmente ocorre por um trauma leve ou até espontaneamente. 
ETIOLOGIA: osteoporose senil (primeira causa), hiperparatireoidismo, 
osteogênese imperfeita, cistos, tumores (segunda causa), infecção, 
mieloma múltiplo. 
FRATURAS DE COLLES 
Fraturas da extremidade distal do rádio e processo estilóide da ulna. 
Com desvio ou angulação dorsal. 
É comum em pessoas que já tem um certo grau de enfraquecimento 
ósseo pela osteoporose. É causada quando em uma queda, o indivíduo 
apara com a mão espalmada, provocando uma fratura da metáfise 
distal do rádio com desvio dorsal. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
A fratura do punho (de Colles ou Smith) pode causar deformidade ou 
edema, o que pode lesar o nervo mediano; quando o nervo mediano é 
lesado, a ponta do segundo quirodáctilo fica insensível e o prensa 
entre o dedo mínimo o polegar é fraco. 
Se a força do impacto é grande, o rádio poderá experimentar uma 
fratura impactada, encurtando o osso. 
 
IMPACTADA 
É quando as partes quebradas do osso permanecem comprimidas 
entre si, interpenetrando-se. 
Tipo de fratura provocada por uma força axial, ou seja, faz com que haja 
penetração de um fragmento ósseo no outro. Geralmente ocorre nas 
transições metafisioepifisárias, como no colo cirúrgico do úmero ou 
colo do fêmur e no corpo vertebral. O aspecto radiográfico do traço é 
uma faixa de radiodensidade, provocada pelo imbricamento dos 
fragmentos. 
 
FRATURA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE 
Ocorrem nas crianças quando o trauma atinge as epífises dos ossos 
longos. 
Dependendo do grau de fratura, podem provocar o fechamento 
precoce da placa epifisária (cartilagem de crescimento) → bloqueando 
o crescimento do osso (discrepância de comprimento entre os 
membros) ou de parte dele (deformidades angulares) 
 
PLACA DE CRESCIMENTO: estrutura delicada e importante, localizada 
na região epifisária dos ossos longos, sendo responsável pelo 
crescimento longitudinal do osso longo. 
Há diferentes tipos de fraturas na placa de crescimento sendo algumas 
mais danosas que outras. Baseado nisto, surgiram classificações que 
tentam correlacionar o tipo de lesão com o prognóstico e, 
consequentemente, com o tipo de tratamento. 
CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS (FRATURAS FISÁRIAS) 
TIPO 1: Linha de fratura é a própria placa epifisária, separando a epífise 
da metáfise. 
TIPO 2: idem, mas com um fragmento metafisário ligado à epífise 
separada (sinal de thuston-holland) 
TIPO 3: A fratura atravessa a epífise, e compromete parcialmente a 
placa epifisária. 
TIPO 4: a fratura atravessa a epífise, a placa epifisária e a metáfise 
TIPO 5: A fratura de compressão da placa epifisária 
 
FRATURA EXPOSTA 
Anexo 1: classificação de gustillo-anderson 
FATORES DE RISCO 
• Osteopenia e osteoporose 
• Idosos > 65 anos 
• Antecedentes de fraturas prévias 
• Tratamento com corticoesteroides 
• Magros, com menos de 60 kg 
• Tabagismo 
• Excessivo consumo de álcool 
• História familiar de fratura de quadril 
MECANISMO DE CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS 
CONSOLIDAÇÃO PRIMÁRIA 
Ocorre quando as extremidades fraturadas ficam justapostas, com um 
mínimo de espaço entre elas. 
Raramente observada, pois só ocorre se o espaço entre as extremidades 
do osso fraturado for muito pequeno, e a imobilização, adequada. 
INICIALMENTE →  do número de osteoclastos → que removem → as 
superfícies das extremidades fraturadas → seguido de → neoformação 
de tecido ósseo cortical ligando as duas extremidades 
 
 
 
CONSOLIDAÇÃO SECUNDÁRIA 
Anexos: consolidação 
FASE PRECOCE (HEMATOMA FRATURÁRIO): PRIMEIRAS 2 SEMANAS 
FASE DO CALO FRATURÁRIO MOLE: 2 – 6 SEMANAS 
FASE DO CALO FRATURÁRIO DURO (CALO ÓSSEO): 4 a 8 MESES 
TEMPO E AS FASES 
SEMANA 1: Fase inflamatória 
SEMANA 2-3: Calo mole 
SEMANA 4-16: Calo duro 
SEMANA 17 EM DIANTE: remodelação 
COMPONENTES PARA UMA BOA CONSOLIDAÇÃO 
• Ausência de infecção 
• Boa vascularização dos fragmentos 
• Estabilização mecânica da fratura 
QUADRO CLÍNICO 
DOR 
QUANDO O MEMBRO ESTÁ EM REPOUSO 
• Dor basal, intensidade não muito forte e tolerável 
• Exacerba-se em picos e torna-se muito forte, se o segmento for 
mobilizado ou palpado 
AUMENTO DO VOLUME 
Surge nas adjacências da fratura e tem 2 componentes 
• Devido ao hematoma 
• Devido ao processo inflamatório pós-traumático 
CREPITAÇÃO 
• Sensação tátil ao atrito de um fragmento ósseo contra o outro 
DEFORMIDADES 
• Manifestação clínica do desvio dos fragmentos 
MOBILIDADE ANORMAL 
• Movimento de um fragmento em relação ao outro 
DIAGNÓSTICO 
Na anamnese deve-se ter o esclarecimento, a intensidade e o tempo 
decorrido desde o trauma. 
Fraturas patológicas, por exemplo podem ocorrer em traumas banais 
de baixa energia. 
Dependendo da intensidade do trauma, a avaliação músculo-
esquelética detalhada é feita em segundo tempo, após medidas de 
suporte de vida, como no politraumatizado. 
Exame Clínico: na maior parte das vezes é limitado pela presença de dor 
e ansiedade relacionada ao trauma. Inspeção e palpação cuidadosa são 
feitas à procura de equimoses, regiões com aumento de volume, 
deformidades e crepitações, ferida e dor. 
A avaliação neurovascular deve fazer parte da avaliação ortopédica em 
todos os casos de lesão traumática aguda e, deve ser avaliada pela 
constatação de movimentos voluntários e sensibilidade cutânea, além 
da medida dos pulsos e da perfusão capilar periférica. 
Pacientes inconscientes, incapazes de queixar e de atender ao comando 
verbal requerem atenção adicional pela pesquisa de lesões ósteo-
articulares de forma passiva e delicada 
EXAMES DE IMAGEM 
RADIOGRAFIA CONVENCIONAL 
Realização em 2 planos distintos (PA e Perfil) 
Linha radiotransparente → em geral 
ALTERAÇÕES DE PARTES MOLES: 
• Borramento e/ou deslocamento das linhas gordurosas 
• Aumento de partes moles 
• Derrame articular 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
• Utilidade na avaliação de órgãos com uma anatomia complexa, 
difíceis de serem avaliadas pelo RX simples 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
• Método de imagem com melhor contraste entre osso, medula 
óssea, músculos, líquido, gordura e vasos 
• É crucial no diagnóstico de fraturas ocultas → essas fraturas não 
são visíveis ao RX/TC 
CINTILOGRAFIA ÓSSEA 
Pode ser necessária em suspeita de fraturas por estresse e em fraturas 
patológicas associadas a doenças neoplásicas ou metabólicas. 
TRATAMENTO 
CONDUTA NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
No politrauma, seguir o ABCDE do ATLS → A abordagem às fraturas e 
luxações começa na letra “E” 
Proteção da ferida com curativo estéril e alinhamento do membro 
mantido com imobilização provisória 
PRIMEIRA ABORDAGEM: 
Avaliar lesão vascular ou fratura exposta → exame radiológico 
(radiografia em 2 incidências: AP e perfil) → programar com calma a 
melhor estratégia terapêutica → durante o RX, a tala provisória não 
deve ser retirada e todo cuidado é pouco durante a mobilização do 
paciente 
TRATAMENTO CONSERVADOR 
Imobilização básicas → confecção de aparelhos gessados 
• Restringir o movimento com a finalidade de aliviar a dor e 
propiciar melhores condições para a reparação dos tecidos 
lesados. 
• Pode ser feita por meio de talas, trações, enfaixamentos, talas 
metálicas, aparelhos gessados 
EFEITOS COLATERAIS DA IMOBILIZAÇÃO: 
Edema, atrofia, aderência, rigidez articular e osteopenia/ osteoporose 
VANTAGEM: Segurança 
DESVANTAGEM: Períodos mais longos de imobilização, necessidade de 
aparelhos gessados e alinhamentos nem sempre perfeitos 
INDICAÇÕES TÍPICAS DE TRATAMENTO CONSERVADOR: 
1. Fraturas incompletas ou sem desvios 
2. Fraturas fechadas diafisárias e metafisárias nas crianças 
3. Fraturas diafisárias de tíbia do adulto sem desvio 
4. Fraturas de coluna vertebral sem instabilidade ou sem grande 
achatamento 
5. Fratura de colles clássica 
TRATAMENTO DEFINITIVO 
OBJETIVOS: 
1. Alívio da dor 
2. Obter e manter uma posição satisfatória dos fragmentos, ou seja, 
reduzir a fratura 
3. Manter a redução, com imobilização gessada, com órtese ou 
fixação cirúrgica 
4. Restaurar a função máxima do osso ou articulação envolvida 
REDUÇÃO DA FRATURA: realinhar os fragmentos fraturários 
• Redução fechada por manipulação 
• Redução fechada por tração contínua 
• Redução aberta (cruenta) 
ESTABILIZAÇÃO DA FRATURA: Fixação externa cirúrgica 
SUBSTITUIÇÃO POR ENDOPRÓTESE 
INDICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
1. Fraturas expostas 
2. Fraturas em que não se consegue redução adequada 
3. Fraturas com atraso de consolidação 
4. Fraturas diafisárias do fêmur, transtrocantérica ou do colo do 
fêmur 
5. Fraturas diafisárias de tíbia 
6. Fraturas associadas a lesões vasculonervosas 
7. Fraturas intra-articulares com desvio 
8. Certas fraturas envolvendo a cartilagem de crescimento 
9. Fraturas patológicas em lesões malignas 
ANTIBIOTICOTERAPIA 
PARA FRATURAS EXPOSTAS DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE 
GUSTILLO 
• Antibioticoterapia profilática por 48-72 horas 
• Diversas bactérias podem causar infecção (Principal – S. aureus) 
TIPO 1 e 2: cefalosporina – 1ª geração 
TIPO 3 a/b/c: cefalosporina 1ª geração + aminoglicosídeos (outra 
opção: cefalosporina 3ª geração) 
AMBIENTES CONTAMINADOS: cefalosporina 1ª geração + 
aminoglicosídeo + outra penicilina (outra opção: cefalosporina 3ª 
geração) 
 
 
COMPLICAÇÕES 
1. LESÃO ARTERIAL 
2. LESÃO NEURAL 
3. OSTEOMIELITE/ ARTRITE SÉPTICA 
4. SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
5. NECROSE AVASCULAR (ASSÉPTICA, OSTEONECROSE) 
6. DISTROFIA SIMPATICORREFLEXA 
7. EMBOLIA GORDUROSA 
8. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR → TVP e TEP 
9. CONSOLIDAÇÃO ANORMAL DE FRATURAS: consolidação viciosa, 
retardo na consolidação e não consolidação (pseudoartrose) 
FASE AGUDA: 
• Lesões vasculonervosas 
• Hemorragia excessiva 
• Síndrome do compartimento 
FASE INTERMEDIÁRIA: 
• Infecção (fratura exposta) 
• Perda de redução, falência ou escape do material de síntese 
FASE TARDIA: 
• Não consolidação 
• Consolidação viciosa 
• Refratura 
LESÃO ARTERIAL 
É uma complicação rara 
Procurar sinais de isquemia aguda: palidez cutânea, dor, queda da 
temperatura, cianose 
Artérias calibrosas mais afetadas: artéria axilar, artéria braquial, artéria 
femoral, artéria poplítea, artérias dorsais do pé ou pediosa 
OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA 
• É uma das complicações mais temidas 
• Decorrente da própria fratura ou tratamento cruento 
CLÍNICA 
Dor, febre, não consolidação, secreção purulenta saindo de fístula ou 
no sítio de inserção de um dispositivo metálico 
DIAGNÓSTICO 
Radiografia simples (reabsorção óssea, reação periosteal, sequestro, 
fragmentação). 
TC, RM e cintolografia 
TRATAMENTO 
Antibioticoterapia venosa profunda 
SE OSTEOMIELITE CRÔNICA: cirurgia de desbridamento ósseo e 
correção da deformidade 
LESÃO NEURAL 
• Nervo radialna fratura diafisária do úmero 
• Nervo mediano na fratura supracondiliana do úmero 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
DEFINIÇÃO: É uma emergência ortopédica na qual a pressão 
aumentada em um espaço fechado musculofascial pode lesar 
irreversivelmente os tecidos dentro do compartimento, especialmente 
os músculos e nervos 
• A compressão arterial pode causar isquemia e gangrena da 
extremidade 
• A síndrome é particularmente frequente no compartimento 
flexor do antebraço e no compartimento anterior da perna 
FISIOPATOLOGIA 
Rotura de um vaso arterial ou venoso no interior do compartimento 
fascial → levando a hematoma →  de volume → e consequentemente 
→  da pressão dentro de um espaço limitado pelas fáscias musculares 
→ acarretando em → isquemia e dano tecidual 
CLÍNICA 
Dor muscular sem alívio: não cede com analgésicos normais e agravada 
pelo estiramento muscular 
Parestesia de extremidade: dormência e formigamento 
Compartimento fasciomuscular tenso e edemaciado (dor à palpação e 
mobilização passiva dos dedos) 
5”P”: dor, parestesia, paralisia, palidez, ausência de pulso (pain, 
paresthesia, paralyis, palor, pulseless) 
COMPLICAÇÕES 
CONTRATURA DE VOLKMANN: O músculo necrótico não regenera, 
sendo substituído por tecido fibroso cicatricial 
TRATAMENTO 
Fasciotomia de emergência 
NECROSE AVASCULAR (ASSÉPTICA, OSTEONECROSE) 
• Também chamada de osteonecrose 
• Importante complicação de certas fraturas → fratura de colo de 
fêmur 
OCORRE pela lesão de pequenos vasos nutrícios em ossos mal 
vascularizados 
FASES: 
Fase 1: pré-necrótica, com edema intersticial medular 
Fase 2: tecido medular necrótico 
Fase 3: tecido medular e trabéculas ósseas necróticas 
Fase 4: necrose extensa e fibrose medular densa, com neoformação 
óssea 
CLÍNICA 
• Dor, claudicação, impotência funcional e não consolidação 
DIAGNÓSTICO 
• RM (mais precoce e sensível) 
• Radiografia simples (Hiperdensidade, sequestro, sinal do 
crescente ou fratura subcondral, colapso ósseo parcial ou total) 
 
TRATAMENTO 
• No fêmur, geralmente é cirúrgico: 
• Endoprótese de quadril 
• Descompressão óssea 
• Osteotomia 
DISTROFIA SIMPATICORREFLEXA 
Hipersensibilidade dos tecidos do membro às catecolaminas 
CLÍNICA: 
Dor espontânea, edema, alterações de temperatura e cor da pele, 
evolução para deformidade, osteoporose de sudeck (grave), 
espessamento da pele 
TRATAMENTO 
• Conservador: analgesia, fisioterapia e alfa-bloqueadores 
• Corticoide (prednisona) 
• Bloqueio regional (para casos refratários) 
• Cirúrgico: Simpatectomia (para casos avançados) 
EMBOLIA GORDUROSA 
Mais comum em fraturas diafisárias de fêmur e fraturas da pelve 
CLÍNICA: 
• Após 24-72 horas do trauma 
TRÍADE (taquidispneia, confusão mental e petéquias pelo tronco) 
TRATAMENTO: 
Suporte 
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E TEP 
• Mais comum nas fraturas femorais 
• Ocorre após 3 dias do trauma 
• Combinação de lesão venosa profunda → associada a estase 
venosa → decorrente da imobilização → perfeita para 
desencadear → a formação de um trombo nas veias profundas → 
que → pode deslocar-se para o pulmão por meio da circulação → 
levando a → TEP 
CONSOLIDAÇÃO ANORMAL DE FRATURAS 
3 tipos de problema que podem ocorrer. 
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA 
A fratura consolida, mas com deformidade. Má consolidação 
RETARDO NA CONSOLIDAÇÃO 
Demora mais para consolidar, com sinais de que a consolidação está 
evoluindo 
NÃO CONSOLIDAÇÃO (PSEUDOARTROSE) 
A fratura não consolida após 8 meses, sem sinais de evolução, deixando 
um espaço fibrocartilaginoso ou sinovial 
Necessita de enxertia óssea 
ANEXO 1 – CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO-ANDERSON 
CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO- ANDERSON 
TIPO FERIDA NÍVEL DE CONTAMINAÇÃO LESÃO DE PARTES MOLES LESÃO ÓSSEA 
I < 1 cm Limpa Mínima Simples, mínima cominuição 
II 1 – 10 cm Moderada Moderada, alguma lesão muscular Moderada cominuição 
IIIa Usualmente > 
10 cm 
Alta Grave com esmagamento Normalmente cominuta, possível cobertura do 
osso com partes moles 
IIIb Usualmente > 
10 cm 
Alta Perda muito grave da cobertura Pobre cobertura óssea, normalmente requer 
cirurgia reconstrutiva de partes moles 
IIIc Usualmente > 
10 cm 
Alta Perda muito grave da cobertura e lesão 
vascular que exige reparação 
Pobre cobertura óssea, normalmente requer 
cirurgia reconstrutiva de partes moles. 
 
 
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA 
 
 
 
Formação de um Hematoma → Coagula → estimula o início da consolidação → gerando angiogênese → os mediadores 
inflamatórios e as plaquetas liberam e/ou ativam os fatores de crescimento derivados das plaquetas, fator de crescimento de 
fibroblastos, leucócitos (IL-1, IL-6, TNF-alfa e quimiocinas) → ativam o endotélio → favorecendo a migração de leucócitos → iniciam 
a remoção do coágulo → os monócitos estimulam a osteoclastogênese → removem o tecido ósseo necrótico nas extremidades 
fraturadas → os fatores de crescimento mesenquimais (PDGF; TGF-beta; FGF; VEGF e BPM) → estimulam a proliferação e a 
diferenciação de precursores existentes no canal medular, no periósteo ou vindos da circulação. 
Nas primeiras 2 semanas 
Os fatores de crescimento → induzem → diferenciação de células mesenquimais 
→ em → fibroblastos (PDGF; FGF; TGF-beta); vasos sanguíneos (VEGF); 
condroblastos (BMP) → formação e liberação de tecido fibrocartilaginoso → calo 
mole (não é tão resistente quanto o tecido ósseo) → “cola biológica do osso” 
2 – 6 semanas 
Ossificação endocondral do calo mole e da formação do osso membranoso iniciada no periósteo → vasos 
neoformados → invadem → a cartilagem → onde → os condrócitos sofrem apoptose → a matriz 
cartilaginosa é reabsorvida por metaloproteases → os osteoblastos ativados produzem colágeno tipo 1 e 
proteínas acessórias da mineralização (osteocalcina e osteopontina) → forma-se → tecido ósseo 
endocondral → unindo → as duas extremidades ósseas → a partir do periósteo → formação → vasos 
sanguíneos, fibroblastos e osteoblastos → iniciam → ossificação intramembranosa → formação → calo 
ósseo esponjoso → encontra o osso endocondral com o qual se funde → surgem a remodelação → o osso 
trabecular é progressivamente transformado em osso lamelar → com formação do sistema de Havers 
4 - 8 meses

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