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Epifisiólise: Deslizamento da Cabeça Femoral

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EPIFISIÓLISE 
Sinonímias: Deslizamento da epífise da cabeça femoral; Coxa vara do adolescente. 
DEFINIÇÃO 
• deslizamento da epífise (cabeça femoral) em relação ao colo do 
fêmur 
• É a afecção caracterizada pelo aumento da espessura, e 
consequente enfraquecimento, da placa de crescimento proximal 
do fêmur no nível da camada hipertrófica 
• É uma doença que acomete a epífise proximal do fêmur 
EPIDEMIOLOGIA 
• Mais comum em meninos (2:1) 
• Mais comum em negros 
• Maior frequência na pré-adolescência e adolescência 
• Masculino: 13 – 15 anos 
• Feminino: 11 – 13 anos 
• Predileção da doença pelo lado esquerdo 
• Bilateralidade: 20 – 50% dos casos 
• Acomete 2/3 a cada 100.000 habitantes 
TIPOS FÍSICOS MAIS ACOMETIDOS: 
1- Biotipo adiposo genital, ou de Frolich, com obesidade de 
distribuição ginecoide de gordura e subdesenvolvimento da 
genitália → predomina a insuficiência dos esteroides sexuais 
2- Biotipo alto e magro, com estirão puberal acelerado → predomina 
excesso do hormônio GH 
No primeiro biotipo, predomina a insuficiência dos esteroides sexuais, 
e no segundo, um excesso do GH (Hormônio de Crescimento). 
Outro fator interessante é a predileção da doença pelo lado esquerdo, 
e a bilateralidade em 20-50% dos casos. Com isso, percebemos que, 
mesmo tratado um lado doente, devemos permanecer monitorando o 
lado não afetado. 
FISIOPATOLOGIA 
Ocorre um deslizamento da epífise (Cabeça femoral) em relação ao colo 
do fêmur → pelo → enfraquecimento da placa epifisária (cartilagem de 
crescimento) → pelo efeito do peso corporal → a cabeça do fêmur se 
desloca para baixo, para trás e faz um a rotação interna → enquanto → 
colo do fêmur (e, toda a diáfise) desliza para cima, para frente e faz uma 
rotação externa 
QUADRO CLÍNICO 
Claudicação 
Atitude de rotação externa do MMII afetado 
Dor de intensidade variável relacionada com esforços 
• Localizada na região inguinal ou no quadril 
• Irradiar-se para coxa e joelho 
 
EXAME CLÍNICO: 
• Limitação funcional da rotação interna, abdução e flexão do quadril 
Uma manobra característica é quando o examinador flete passivamente 
a coxa da criança, provocando uma rotação externa e abdução 
involuntária. Sinal de Drehman. 
 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA 
ESTÁVEL → Consegue deambular – a maioria dos casos 
INSTÁVEL → não consegue deambular → 40% de osteonecrose 
 
AGUDO: 
• Com início súbito dos sintomas, sendo feito o diagnóstico em tempo 
inferior a 3 semanas 
• Forte dor referida no quadril, impedindo a deambulação e 
dificultando o exame físico. 
• 
CRÔNICO: 
• Início gradual dos sintomas e apresenta-se para o diagnóstico com 
mais de 3 semanas de duração 
• Primeiro sintoma: claudicação – a criança manca com rotação 
externa da coxa e pode sentir dor crônica na região lateral do 
quadril, irradiando para a nádega e para o joelho. 
• Por vezes, o paciente refere apenas dor no joelho (uma armadilha 
para o diagnóstico, causando grave negligência deste importante 
diagnóstico). Novamente o sinal do obturador. 
 
CRÔNICO – AGUDIZADO: 
• Combinação dos dois tipos, ou seja, há história de dor e claudicação 
crônica e insidiosa, e subitamente existe intensificação abrupta dos 
sintomas, geralmente desencadeada por trauma leve. 
 
DIAGNÓSTICO 
Clínico + Imagens 
RADIOGRAFIA SIMPLES: 
Suficiente para o diagnóstico 
Identificação dos sinais indicativos da doença 
• aumento da espessura da placa epifisária (se torna lisa e perde o 
seu aspecto serrilhado) 
• remodelamento ósseo → colo encurvado semelhante a um cajado 
(“sinal do cajado”) → epífise crônica 
• deslizamento da placa 
 
 
2 INCIDÊNCIAS: 
• AP 
• Posição de Lauenstein (posição de rã) 
 
Uma linha traçada na porção superior do colo femoral no RX em AP deve 
atravessar o núcleo epifisário (linha de Klein); se a linha não atravessar 
a epífise é porque já ocorreu o deslizamento (SINAL DE TRETHOVAN) 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO RADIOLÓGICA 
GRAU 0 – PRÉ-DESLIZAMENTO 
“Alargamento” da placa epifisária, que sofre aumento da sua altura e 
torna-se lisa, perdendo o aspecto “serrátil” dado pelos processos 
mamilares, típicos da cartilagem normal. 
GRAU 1 – MÍNIMO OU LEVE 
A epífise desloca-se até 1/3 da largura do colo femoral 
 
 
GRAU 2 – MODERADO 
A epífise desloca-se até a metade da largura do colo femoral 
 
GRAU 3 – GRAVE 
A epífise desloca-se mais da metade da largura do colo femoral 
 
 
TRATAMENTO 
É cirúrgico e deve ser programado imediatamente, com o objetivo de 
promover o fechamento da placa epifisária, prendendo-se o colo 
femoral à epífise, impedindo a progressão do deslizamento. 
O tratamento conservador com repouso, tração e gesso tem péssimos 
resultados 
 
GRAU 1: 
Fixação in situ com parafusos canulados 
Os parafusos devem ser inseridos por radioscopia, pois eles não podem 
atravessar a cartilagem articular da cabeça femoral. Quando isto 
acontece, há morte da cartilagem e os parafusos tocam o acetábulo e 
provocam artrose grave no futuro próximo (figura 19). 
 
GRAU 2 E 3: 
Fixação in situ com ressecção da “gibosidade” ou osteotomia corretiva 
transtrocantérica ou subtrocantéricas 
 
Apesar de a doença ser geralmente unilateral, alguns autores 
recomendam a fixação profilática contralateral pelo fato da 
bilateralidade ser frequente, principalmente em pacientes com idade 
abaixo do comum (meninas < 12 anos e meninos <14 anos), com 
doenças metabólicas associadas e baixo nível social 
COMPLICAÇÃO 
1- Necrose avascular da cabeça femoral, pela rotura das pequenas 
artérias retinaculares e epifisárias → principalmente na instável 
(40%) 
2- Condrólise (necrose da cartilagem articular) 
3- Incongruência articular, provocando osteoartrose precoce 
*instabilidade → fator preditivo na epifisiólise – representa 40% dos 
casos

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